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Programa: PIBIC
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Orientador(a)
No inicio do século 19, Adrien-Marie Legendre1 surge com o estudo dos Polinômios orto-
gonais clássicos introduzindo os polinomios de Legendre. No final do século 19, com o estudo de
frações contínuas, AA Markov2 e TJ Stieltjes3 levaram à noção geral de polinômios ortogonais.
O estudo dos polinômios ortogonais possui uma vasta aplicação dentro da Matemática pura
e Ciências Aplicadas. São ferramentas essenciais para a solução de muitos problemas e vêm con-
tribuindo nos estudos relacionados a equações diferencias, frações contínuas, estabilidade numérica,
algoritmos rápidos e super-rápidos dentre outros, com aplicações que abrangem da Teoria dos Núme-
ros à Teoria da Aproximação, da Combinatória à Representação de Grupos, da Mecânica Quântica à
Física Estatística e da Teoria de Sistemas ao Processamento de Sinais.
Para iniciar o estudo dos polinômios ortogonais é preciso ter conhecimento dos pré-requisitos
que serão importantes para o bom entendimento do tema abordado. Dentre eles temos definições da
álgebra linear como: espaço vetorial, produto escalar, norma vetorial, espaço gerado e base. Outros
temas introdutórios como o processo de ortogonização de Gram-Schmidt, funções beta e gama, inter-
polação polinomial, fórmulas de quadratura interpolação e integral de Riemann-Stieltjes são objetos
de estudos inicias para compreensão do estudo em questão.
1
Adrien-Marie Legendre (18 de setembro de 1752 - 09 de janeiro de 1833) foi um matemático francês que fez nume-
rosas contribuições para a matemática. Conceitos conhecidos e importantes, como os polinômios de Legendre e a
transformação de Legendre, foram nomeados em sua homenagem.
2
Andrey Andreyevich Markov (14 de junho de 1856 - 20 de julho de 1922) foi um matemático russo mais conhecido
por seu trabalho em processos estocásticos
3
Thomas Joannes Stieltjes (29 de dezembro de 1856 - 31 de dezembro de 1894) foi um matemático holandês. Ele
foi um pioneiro no campo de problemas momentâneos e contribuiu para o estudo de frações contínuas . O Instituto
Thomas Stieltjes de Matemática da Universidade de Leiden, dissolvido em 2011, foi nomeado em sua homenagem,
assim como a integral de Riemann-Stieltjes.
Objetivos
O objetivo deste trabalho consiste no estudo introdutório sobre a Teoria dos Polinômios Or-
togonais, destacando aqueles conhecidos como Polinômios Ortogonais Clássicos.
Material e Métodos/Metodologia
O livro Introdução aos Polinômios Ortogonais foi o principal recurso utilizado na pesquisa,
havendo (poucas vezes) a necessidade de outras literaturas para melhor elucidação das definições e
teoremas apresentados. Tais bibliografias complementares estão devidamente referenciadas no rela-
tório. O projeto seguiu o padrão de reuniões semanais com exposição oral e uso do quadro branco.
Resultados Parciais
Nesta primeira etapa do projeto foi estudado o primeiro e parte do segundo capítulo do livro
"Introdução aos polinômios ortogonais". O primeiro contém os pré-requisitos necessários para o
estudo do tema, tais como definições e resultados da Álgebra Linear e da Análise Matemática. O
segundo é intitulado de Polinômios Ortogonais e contém definições e teoremas iniciais para o estudo.
Na primeira secção do primeiro capítulo, fizemos uma revisão introdutória da Álgebra Li-
near com definições de espaço vetorial e suas propriedades. Uma definição muito importante para a
pesquisa é a seguinte:
Definição 1. Seja V um espaço vetorial sobre K. Um produto interno (ou produto escalar) sobre V
é uma aplicação (u, v) 7→ ⟨u,v⟩ de V × V em K, para o qual se verificam as seguintes condições,
para todo u, v, w ∈ V e todo escalar α ∈ K:
i) ⟨u, u⟩ ≥ 0 e ⟨u, u⟩ = 0 ⇐⇒ u = 0;
ii) ⟨αu, v⟩ = α⟨u, v⟩;
iii) ⟨u, v⟩ = ⟨v, u⟩;
iv) ⟨u + v, w⟩ = ⟨u, w⟩ + ⟨v, w⟩.
Com esse conceito de produto interno podemos definir a ortogonalidade de vetores em relação
ao produto interno como:
Definição 2. Seja V um espaço vetorial com o produto interno ⟨·, ·⟩. Dizemos que dois vetores u e v
de V são ortogonais com relação ao produto interno ⟨·, ·⟩ se
⟨u, v⟩ = 0
Assim podemos considerar o espaço vetorial V = C[a, b] (espaço das funções contínuas em
um intervalo (a,b)) e K = R. Suponhamos w(x) ≥ 0 (mas não identicamente nula) em um intervalo
real (a,b), onde −∞ ≥ a > b ≥ ∞. Seja o produto interno definido em C[a, b] por
Z b
⟨f, g⟩ = f (x)g(x)w(x)dx
a
onde f, g ∈ C[a, b]. As propriedades do produto interno são válidas para o produto escalar acima.
Um interessante resultado na ortogonalidade de vetores diz respeito à sua independência li-
near, para melhor compreensão consideremos a definição a seguir
a1 v1 + a2 v2 + ... + an vn = 0
implica em a1 = a2 = ... = an = 0.
Teorema 1. Sejam u1 , u2 , ..., un ortogonais entre si. Então, {u1 , u2 , ..., un } é l.i..
Demonstração. Dado que u1 , u2 , ..., un são ortogonais entre si, então ⟨ui , uj ⟩ = 0 ∀i ̸= j, i, j =
1, 2, ..., n. Seja
α1 u1 + α2 u2 + ... + αn un = 0
Então com o produto escalar entre o lado esquerdo da igualdade acima e um dos vetores ui temos
Como ⟨ui , uj ⟩ = 0 para todo i ̸= j, i, j = 1, 2, ..., n., pois são ortogonais entre si, podemos concluir
que
αi ⟨ui , ui ⟩ = 0 =⇒ αi = 0, i = 1, 2, ..., n.
Logo, u1 , u2 , ..., un são l.i..
u1 = b 1 .
2. Para encontrar o segundo defina
u2 = b2 + α2,1 u1
onde o valor de α2,1 é determinado de modo que u1 e u2 sejam ortogonais, isto é,
⟨u1 , u2 ⟩ = 0.
Logo,
⟨u1 , b2 ⟩
⟨u1 , b2 + α2,1 u1 ⟩ = 0 =⇒ α2,1 = − .
⟨u1 , u1 ⟩
3. Para encontrar o terceiro vetor, definimos
u3 = b3 + α3,1 u1 + α3,2 u2
e da mesma forma, determinamos α3,1 e α3,2 de modo que u1 e u2 sejam ortogonais a u3 , isto
é,
⟨u1 , u3 ⟩ = 0 e ⟨u2 , u3 ⟩ = 0.
Logo,
⟨u1 , b3 + α3,1 u1 + α3,2 u2 ⟩ = 0 e ⟨u2 , b3 + α3,1 u1 + α3,2 u2 ⟩ = 0,
ou seja,
⟨u1 , b3 ⟩ ⟨u2 , b3 ⟩
α3,1 = − e α3,2 = − .
⟨u1 , u1 ⟨u2 , u2 ⟩
De forma análoga, podemos definir o j-ésimo vetor
⟨uk , uj ⟩ = 0, k = 1, 2, . . . , j − 1.
Logo,
* j−1
X
+
uk , bj + αj,i ui , k = 1, 2, . . . , j − 1.
i=1
Portanto, para j = 1, 2, 3, . . . , a nova base ortogonal é dada, em termos da base antiga, por
onde
⟨uk , bj ⟩
αj,k = − , k = 1, 2, . . . , j − 1.
⟨uk , uk ⟩
yn,i = f (xn,i ), i = 0, 1, . . . , n.
Definição 5. Chama-se polinômios de interpolação de f (x) sobre os n + 1 pontos distintos xn,0 , xn,1 , . . . xn,n ,
o polinômio de grau no máximo n, Pn (x), que coincide comf (x) nos n + 1 pontos dados, isto é,
yn,i = Pn (xn,i ), i = 0, 1, . . . , n.
O polinômio de interpolação como definido acima existe e é único. Quando estamos aproxi-
mando funções complicadas para funções mais simples temos o que chamamos de erro na interpola-
ção, que nada mais é, do que a diferença entre a função interpolada e o polinômios interpolador.
existe, então este limite é chamado de integral de Stieltjes de f com respeito a ψ em [a, b].
Partindo para o segundo capítulo do livro base, iniciamos com a sequencia de polinômios
ortogonais. Consideremos o produto interno definido em C[a, b] por:
Z b
⟨f, g⟩ = f (x)g(x)w(x)dx.
a
Definição 6. (Sequência de Polinômios Ortogonais). Dizemos que a sequência de polinômios {Pn (x)}∞
n=0
é uma sequência de polinômios ortogonais (SPO) com relação à função peso w(x) no intervalo (a,b)
se
Neste caso, ρn > 0, pois Pn2 (x)w(x) ≥ 0 em (a, b). Podemos escrever o item (ii) como:
Z b
⟨Pn , Pm ⟩ = Pn (x)Pm (x)w(x)dx = δnm ρn ,
a
Teorema 4. Se P0 (x), P1 (x), . . . , Pm (x) pertencem a uma sequência de polinômios ortogonais, então
eles são linearmente independentes.
Esse teorema nos diz que os polinômios ortogonais formam uma base para o espaço vetorial
dos polinômios de grau menor ou igual a m, Pm . Outra forma de definirmos uma SPO:
Teorema 5. Sejam {Pn (x)}∞ n=0 uma seguência de polinômios e w(x) uma função peso no intervalo
(a,b). Então, as seguintes informações são equivalentes:
(a) {Pn (x)}∞ n=0 é uma sequência de polinômios ortogonais com relação à função peso w(x) em
(a, b), ou seja, ⟨Pm , Pn ⟩ = δnm ρn , onde ρn ̸= 0.
Uma propriedade muito interessante dos polinômios ortogonais é que eles satisfazem uma
relação de recorrência de três termos e isso facilita bastante sua construção.
Teorema 6. (Relação de Recorrência de Três termos). Consideremos {Pn (x)}∞
n=0 uma sequência de
polinômios ortogonais em (a,b) relativamente à função peso w(x). Então,
ANDRADE, Eliana Xavier de. Introdução aos Polinômios Ortogonais. São Paulo: SB-
MAC, 2012. 144 p. v. 64.
CARVALHO, Tainara Mariane de. Um estudo sobre os polinômios ortogonais na reta
real. Orientador: Rafaela Neves Bonfim. 2021. 73 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduanda em
matemática) - Universidade federal de São João del-Rei, São João del-Rei, 2021.
FUKUSHIMA, Paula Akari. Sobre Polinômios Ortogonais Excepcionais. Orientador: Cle-
onice Fátima Bracciali. 2018. 63 f. Dissertação (Bacharel em Matemática) - Universidade Estadual
Paulista, São José do Rio Preto, 2018.
MARCATO, Gustavo Andreto. Polinômios Ortogonais Clássicos: uma Abordagem Ma-
tricial. Orientador: Alagacone Sri Ranga. 2019. 41 f. Dissertação (Bacharel em Matemática) -
Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, 2019.
NÓBREGA, Marley dias da. Uma nova demonstração do teorema de rolle. Orientador:
Arlandson Matheus Silva Oliveira. 2019. 31 f. Trabalho de conclusão de curso (Licenciado em
matemática) - Universidade Estadual da Paraiba, Patos, 2019.
SAVITRAZ, Marcos. Determinante de algumas matrizes especiais. Orientador: Robert
Jesús Rodrigues Reyes. 2015. 76 f. Dissertação (Bacharel em Matemática) - Universidade Federal
da Grande Dourados, DOURADOS, 2015.