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Aposto e Vocativo

Aposto

O aposto é um termo acessório da oração que fornece informações sobre outro termo da
oração. Deve-se saber que esse termo acessório da oração tem a função, em linhas gerais, de
ampliar, resumir, explicar, comparar, detalhar ou desenvolver o sentido de um referente.

Confira os segmentos em destaque nas frases abaixo:

1. Este é João, o meu melhor amigo.

2. Há pilares que são fundamentais na profissão: ética, disciplina e compromisso.

É perceptível que esses segmentos em destaque nas orações referem-se a outros e, ao mesmo
tempo, explicitam informações adicionais. No primeiro exemplo, temos a clara ideia de que o
segmento traz uma explicação acerca de João. Já no segundo segmento, os termos em destaque
enumeram pilares fundamentais no exercício profissional.

Portanto, na língua portuguesa, damos, a esse tipo de segmento, o nome de aposto. E, é


justamente por isso que o definimos como: termo de caráter nominal que se junta a um substantivo,
a um pronome, ou a termos equivalentes a esses, para ampliar, resumir, explicar, entre outros, o seu
significado.
Classificações do Aposto:

a) Aposto explicativo: oferece uma explicação sobre o termo anterior.

O aquecimento global, um fenômeno de ampla discussão e impacto, é uma ameaça.


Monalisa, obra de Leonardo da Vinci, está exposta no Museu do Louvre em Paris.

b) Aposto enumerativo: enumera as explicações sobre o termo, sendo separado por vírgulas.

Fomos comprar o material de limpeza: sabão, detergente e água sanitária.


A Revolução Francesa defendia três ideais: liberdade, igualdade e fraternidade.

c) Aposto recapitulativo ou resumidor: resume os termos anteriores do enunciado.

Reeducação alimentar, exercícios físicos e determinação, todos esses fatores são essenciais
para a perda de peso.
Os moradores, os vizinhos, os colaboradores, todos participarão de uma reunião.

d) Aposto especificador: individualiza, coloca à parte um substantivo de sentido genérico liga,


sem vírgulas, o termo principal à indicação de sua espécie, nome, tipo ou outras características.

O poeta Caetano Veloso gravou lindas músicas.


O funcionário José mora na Rua dos Navegantes, na cidade de Recife.

Perceba que José, Navegantes e Recife são apostos especificadores uma vez que especificam
os substantivos comuns funcionário, Rua e cidade.

e) Aposto comparativo: compara o termo da oração.

Viajarei para Cancún, paraíso dos deuses.


A criança, um pequeno general, mandava na mãe e no pai.

f) Aposto distributivo: retoma as explicações sobre os termos, contudo, de maneira separada na


oração.

Vitória e Luís foram os vencedores, aquela na corrida e este no atletismo.


Tenho um vestido colorido e outro vermelho, aquele para o dia a dia e este para a noite.
Importante!

● O aposto pode ser representado também por uma oração.

Confira os exemplos:

Depressa, tomou uma decisão: que conseguiria um novo emprego.

Ela só quer uma coisa: que sua presença seja valorizada.

● Na escrita, o aposto é comumente antecedido de vírgula ou dois-pontos. Os apostos


explicativo e comparativo são antecedidos e seguidos de vírgula.

Vocativo

É um chamamento, uma invocação ou um apelo. É usado numa situação de comunicação,


quando o falante se dirige ao ouvinte, ou seja, quando quem fala chama, nomeia ou invoca a pessoa
com quem está falando.

O vocativo é a palavra, termo, expressão utilizada pelo falante para se dirigir ao


interlocutor por meio do próprio nome, de um substantivo, adjetivo (característica) ou apelido,
adjuntos adnominais, pronome.

•Marcela, divulgue o projeto para a turma.


•Ânimo, meu lindo, nós conseguiremos.
•Atenção, você, fique atento!

Importante ressaltar que, apresentando frequentemente numa entonação apelativa e


exclamativa, o vocativo é utilizado no discurso direto.

Além disso, pode aparecer no início, no meio ou no fim das frases, mas não possui qualquer
relação sintática com os outros termos da oração. Logo, afirmamos que é um termo independente,
não pertencendo nem ao sujeito, nem ao predicado.
Por fim, destacamos que o vocativo deve ser destacado com vírgulas. Separar o vocativo dos
demais termos da frase com vírgula é obrigatório, pois não seguir essa regra pode alterar
completamente o sentido proposto.

Confira!

Fernanda me contou uma história pessoal.

Fernanda me contou uma história, pessoal. (Vocativo)

No primeiro exemplo, a ausência de vírgula indica que o sujeito (Fernanda) contou uma
história íntima. No segundo exemplo, a presença da vírgula indica que “pessoal”, um vocativo,
refere-se às pessoas a quem a palavra se dirige. Portanto, podemos constatar a diferença criada a
partir do uso dessa pontuação.

Como posto anteriormente, não há um posicionamento fixo para o vocativo.

• Amiga, queremos contar as novidades. (início da frase)


• Não fale dessa forma, Ricardo! (final da frase)
• Oh, meu amor, amei a surpresa. (acompanha interjeições)
• Veja, meu querido, como a natureza é perfeita. (após o verbo no imperativo)
• Agora, Francisca, entre em silêncio. (antes do verbo no imperativo)

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