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Its True Its True Its True
Its True Its True Its True
assombrosa que tem muito a dizer sobre o mundo como era e como está. Na sua
essência, é um espetáculo verbatim, com reviravoltas à mistura, o que nos permite abrir
uma janela do mundo de 1612.
Como é uma peça parcialmente sobre arte, o cenário é feito para parecer um
estúdio com uma moldura de pintura que domina o palco, e ao longo do espetáculo é
recriado dois quadros da autoria de Artemisia Gentileschi, ambas baseadas em histórias
do Antigo Testamento. O primeiro é Susannah and the Elders, que tem sido como uma
alegoria visual do assédio sexual da jovem por parte dos homens. No segundo, Judith
Slaying Holofernes, há uma sensação de vingança (diz-se que o Holofernes é baseado
em Tassi), que irá continuar a ecoar ao longo dos tempos.
Três atrizes fazem múltiplos papéis ao longo da peça, desde das personagens
principais, até aos advogados do processo e as suas várias testemunhas. Aparecem
primeiro em roupas dos advogados, isto é, com vestuário masculino de grandes
dimensões, e continuam a usá-los mesmo interpretando personagens femininas,
mostrando o preconceito masculino do próprio julgamento. Durante uma parte
importante da peça, Ellice Stevens, como Artemisia, é despida praticamente nua para
dar o seu testemunho – uma metáfora visual reveladora do que está a acontecer. Stevens
é uma figura que se destaca ao longo do espetáculo, especialmente durante o seu
monólogo onde repete as palavras “É verdade” dezasseis vezes enquanto olha para o
público, recusando comprometer-se. Como Tassi, Sophie Steer é particularmente
assustadora ao demonstrar a arrogância masculina dominante que orientou os
procedimentos e exala os seus direitos à medida que a sua história muda para se adequar
as suas reivindicações. Kathryn Bond interpreta a maior parte da comédia como Donna
Tuzia, que fez mais do que admite para permitir a angústia de Gentileschi. Há também
uma aparição de Harriet Webb, que ajuda Artemisia a encontrar a vontade de sobreviver.