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MOÇAMBIQUE
Quando as colónias se tornaram uma componente fundamental do estádio imperialista
do modo capitalista de produção na segunda metade do século XIX e, em especial, na sua
ponta final, os principais financiadores e credores de Portugal – Inglaterra Alemanha e
França – procuraram tirar o máximo partido da exploração das colónias portuguesas
(UEM, 2000:182).
1.1.Fronteira Sul
A questão dos conflitos pela posse da baia de Lourenço Marques agravou-se na
década de 1820, com a chegada dos ingleses nesta região, alegadamente com fins
científicos. A partir de então, os Ingleses expandindo-se a partir do Cabo, não cessaram
de pressionar os lugares na altura ocupados por Portugueses e Boers. Assim sendo os
Ingleses pretendiam controlar todas as vias de comunicação, especialmente o rio Maputo,
por onde os Zulos continuavam a importar armas de fogo através de Lourenço Marques.
Ignorando os direitos os direitos históricos de ocupação que os portugueses invocavam, o
Capitão inglês William F. Owen assinou vários tratados com chefes do sul de Lourenço
Marques e deu inicio uma campanha diplomática para fazer valer os direitos ingleses
(UEM, 2000:185).
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1.2.Fronteira Centro
Segundo obra UEM, (2000:185), no centro a questão de delimitação foi mais
difícil e complexa. Era plano dos Ingleses e, nomeadamente de Cecil Rhodes (1) criar um
domínio britânico entre o Cabo e o Cairo, o que pressupunha, portanto, o questionamento
do domínio português que desejava colocar o mapa cor-de-rosa (2) de Moçambique até
Angola.
Diante das pressões dos oponentes Ingleses, o livro UEM, (2000:186) admite que
o governo português tentou sem sucesso obter uma conferência internacional, o que não
conseguiu pois nem a Alemanha nem a Franca intervieram no conflito em seu favor,
Cecil Rhodes ordenava a uma força da British South África Company que avançasse para
a parte de Manica controlada pelos portugueses em Macequesse, onde a coluna
aprisionou Paiva de Andrade.
(1) Aventureiro inglês enriquecido nas minas de diamantes de Kimberley e nos jazigos auríferos do
Transval.
(2) Este mapa surge na sequência da tendência imperialista de Portugal em África. E por meio do mesmo
se pretendia ligar geograficamente os territórios compreendidos entre Angola e Moçambique, incluindo
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alguns territórios como Zâmbia, Malawi, Zimbabwe. E pelo facto dos territórios estarem requintados a
cor-de-rosa, e dai chamar-se lhe “mapa cor-de-rosa” (MARIO & LEMOS, 2001:990).
Conclusão
Tendo se feito a abordagem referente a Delimitação das Fronteiras em
Moçambique, chegou-se de concluir que o tal processo, não se conseguiu num simples
piscar dos olhos, mas sim, este foi um longo e complexo processo de negociações
impulsionado por um lado pela Conferencia de Berlim, envolvendo algumas potências
com tendências imperialistas.
Bibliografia
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA, UEM. História de Moçambique – volume 1;
Livraria Universitária; 1ª ed. Maputo, 2000.