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THIAGO GONÇALVES

Os Pilares da
Vocação Cristã
Construindo uma Chamada em Bases Solidas e Bíblicas
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SUMÁRIO

Agradecimentos
Prefácio
Introdução
O que é Vocação?
1. A Conversão
2. A Certeza da Chamada
3. A Obediência
4. A Santidade
5. A Humildade
6. A Dedicação
7. O Trabalho
8. O Amor
9. A Preparação

Conclusão
Sobre o Autor
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Agradecimentos

Ao meu Deus toda a honra e toda a Glória, que nos chamou para o
ministério e nos concede a oportunidade de colocar em vossas mãos esta
simples obra, fruto de muito trabalho, oração e pesquisa ao meu Jesus toda
a honra!
A minha amada e querida esposa Diaconisa Josilene dos Santos pilar
importante na minha vocação, por todo apoio que tem me dado no
ministério, devo dizer que sem você seria difícil desempenhar esta função
de tamanha responsabilidade.
Aos meus queridos filhos Ana Clara e Marcos Henrique joias preciosas
na minha vida que Deus abençoe ricamente a vida de vocês.
Aos meu Pastor Adailton da Silva dos Santos, Presidente da Assembleia
de Deus de Jacundá Ministério de Madureira, por todo apoio que tem
prestado a mim no desempenho de minhas funções ministeriais seu
exemplo de líder é uma marca digna de ser seguida.
Ao meu querido Pastor Domingos Chaves, Presidente da Assembleia de
Deus Ministério de Madureira em Pista da Ciex, Município de Novo
Repartimento por toda as ajudas em momentos difíceis do meu ministério.
Ao meu querido Pastor Vanderlei Dutra, Presidente da Assembleia de
Deus Cristo Para Todos Ministério Missões sem Fronteiras de Jacundá, um
amigo companheiro de batalha de um coração extraordinário obrigado por
tudo meu amigo.
Obrigado a você companheiro que adquiriu esta obra que vai enriquecer
seu conhecimento acerca da sua vocação e chamada ministerial.
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Prefácio

Vocação é assunto poderoso pois trata do proposito de Deus para vida de


cada ser humano, nesse tempo em que vivemos de tantas incertezas na
mente de tantas pessoas é necessário conhecer os pilares de uma vocação
cristã, pois uma das coisas mais importantes da vida é conhecer o propósito
da sua existência principalmente alicerçada em pilares firmes e coesos, os
dias são desafiadores é preciso ter coragem e disposição para se entregar a
uma vocação ministerial.
Deus de forma gloriosa usa o Pastor Thiago Gonçalves neste trabalho,
nos trazendo uma perspectiva da vocação dentro da visão bíblica e
espiritual, e alicerçada na palavra com certeza você será tremendamente
tocado por Deus ao ler este livro.
Já conheço o Pastor Thiago Gonçalves desde muito tempo e sou
testemunha de sua vida ilibada e alicerçada na palavra de Deus, que as mais
ricas e preciosas bençãos de Deus sejam derramadas em vossos corações
em nome de Jesus.

Pastor Vanderlei Dutra Dias


Presidente da Assembleia de Deus Cristo Para Todos Min. Missões Sem Fronteiras,
Jacundá - PA
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INTRODUÇÃO

Falar de Vocação Cristã é algo extremamente urgente nos dias atuais,


vivemos em um século de muitos desafios a fé, e isso nos move a repensar
e examinar como estamos exercendo a nossa vocação dada por Deus,
vocação cristã é muito mais do que um simples oficio que desempenhamos
é um sacerdócio sagrado que precisa ser exercido com responsabilidade e
sinceridade pois um dia vamos prestar contas ao nosso Deus.
Quero convida-lo neste livro a analisar assim como é feito por um
engenheiro, arquiteto ou um construtor que faz todas as avaliações antes de
começar a construção de uma estrutura, como estamos construindo os
pilares da nossa vocação? Você há de convir comigo que não se constrói
uma casa, um prédio ou qualquer outra estrutura da noite para o dia é
preciso avaliação, analise, cuidado e responsabilidade em qualquer
empreendimento que se dispõe a fazer, que tipo de material vai ser feito a
construção, muitos já tomaram sérios prejuízos porque não sentaram para
analisar os seus projetos e acabaram se prejudicando no final lembre da
recomendação de Jesus, “Quem começa a construir uma torre sem antes
calcular o custo e ver se possui dinheiro suficiente para termina-la?” (Lc
14:28 NVT).
A vocação cristã é uma oportunidade que Deus nos dá para servi-lo.
Todavia este serviço não tem a ver com um ato dirigido ao próprio Deus
em pessoa. Este serviço diz respeito à nossa disposição de sermos
instrumentos usados por este Deus, segundo os seus propósitos para servir
aos homens. Ser vocacionado por Deus é está disponível aos propósitos de
Deus sempre, guarde isso na sua mente.
Que Deus fale ao seu coração durante a leitura deste trabalho que também
é um curso para quem tem desejo de saber o verdadeiro proposito pelo o
qual Deus te colocou na terra, não desperdice nem um segundo seja o que
Deus quer que você seja, ele vai te dá todas as ferramentas necessárias para
o desempenho da sua vocação.

Deus te abençoe! Boa


Leitura!
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O que é Vocação Cristã?

“Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito, mas prossigo para
alcançar aquilo para o qual fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não
julgo que o tenha alcançado. Mas uma coisa faço: esquecendo-me das
coisas que para trás ficam e avançando para as que estão diante de mim,
prossigo para o alvo, pelo o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus.
( Fp 3: 13-14 EC )
Em primeiro lugar precisamos entender que nenhum ser humano nasceu
por acaso, ou existe apenas por existir, há um propósito de Deus para cada
um de nós na terra, o que as pessoas pensam ou acham de nós não
determina o nosso futuro, existem pessoas que vivem uma vida de
amargura sem fim, porque alguém falou que ela nunca seria nada, nunca
chegaria a lugar nenhum, pessoas que preferem acreditar em pessoas que
emprestam sua língua alguns minutos ao diabo, do que acreditar no projeto
de Deus para a vida delas.
Vocação de acordo com o dicionário Aurélio da Língua portuguesa
significa: Ato de Chamar, Escolher, Talento, Aptidão.
Vocação vem do latim; VOCARE, que significa “Chamar”, ou seja,
toda vocação compreende um chamado. Assim, toda vocação comporta
aquele que chama (Deus) e aquele que é chamado (o homem) – Deus nos
vê pelo o nosso chamado.

Vocação na visão de Deus


Vocação no ponto de Vista divino é servir aos propósitos de Deus é
trazer soluções para Deus no contexto da humanidade. A grande verdade é
que muitos pensam que a sublimidade da vocação está em servir a Deus
como ato direto à sua pessoa, no entanto, o que Deus nos mostra é que,
como vocacionados, somos os seus representantes entre os homens, e
quando ele precisa agir em relação ao homem, utiliza-se de seus
vocacionados para tal, como vocacionados somos uma possibilidade de
Deus, se todos os cristãos entendessem que a vocação é um instrumento de
Deus manifestar sua glória e seu poder no meio dos homens o mundo de
hoje seria um pouco mais diferente, a questão é que nós queremos as
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bençãos de Deus, mas nunca nos dispomos a ser benção de Deus na vida de
alguém.

Tipos de Vocação
O tema vocação é profundo e muito abrangente, uma vez que Deus está
sempre a nos chamar. Ao sermos gerados, Deus nos concede a nossa
primeira vocação, que é o chamado à vida.
Em seu desígnio de amor, chama-nos também à filiação divina, à salvação,
à santidade e a uma vocação especifica, através da qual amaremos e
serviremos mais e melhor a ele, a igreja e aos homens.
Vocação é um chamado para o serviço em prol do reino. Em Atos 13:36 a
Bíblia nos revela o principal objetivo da vocação: “Porque, na verdade,
tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de
Deus...”
Podemos então concluir que vocação é uma chamada de Deus, no qual ele
comissiona os seus servos à uma obra especifica na terra, além do chamado
à vida, à filiação divina, à salvação e à santidade. Deus também chama de
forma especifica

Como Descobrir a nossa Vocação?


O primeiro passo para descobrir se temos uma vocação especifica é
observar os dons naturais que são aqueles que nos foram dados por Deus
desde o nosso nascimento por exemplo: existem crianças que são muito
convincentes ao falar. A eloquência é algo que já nasce conosco, basta
apenas identificar esses dons naturais e o utilizarmos para a divulgação do
evangelho.
Mas é importante pontuar que os dons naturais precisam ser trabalhados,
ou seja, desenvolvidos para que possamos usar esta ferramenta não em
benefício próprio, mas usá-lo no reino de Deus.
O segundo passo da descoberta de uma vocação é que Deus quando nos
chama de forma especifica, ele nos capacita com os dons sobrenaturais, que
são os dons dados por Deus, quando ele nos comissiona para uma vocação
especifica, assim os dons sobrenaturais aperfeiçoam os dons naturais e
promovem grande crescimento vocacional gerando frutos duradouros na
casa de Deus.
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Deste modo, como vocacionados, podemos dizer que somos a extensão do


braço de Deus para tocar a vida dos homens, para tocarmos alguma coisa
com as mãos necessitamos da extensão dos nossos braços. Que coisa
gloriosa! que privilégio um mero pecador ser uma extensão do braço de
Deus para tocar em outros pecadores que necessitam da misericórdia de
Deus.
Para que Deus toque a vida dos homens na terra ele também “precisa” – é
logico que isso é pura linguagem humana (Antropomorfia) – da extensão
de um braço, que é a vida de cada vocacionado.

Vocação é ser Servo (escravo)


Querido leitor como ministros vocacionados, isto é, como a extensão dos
braços de Deus ne terra, devemos atentar para o que o Apóstolo Paulo nos
diz em I Co 4:1: “Assim, pois, importa que todos nos considerem como
ministros de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus.
Este versículo tem sido usado por muitos líderes para exigir de seus
liderados respeito por sua função de ministros, Paulo usa neste texto para
ministro o termo grego “hiperetes” que eram os escravos que remavam nos
porões do navio debaixo de chicotadas, o navio que no tempo antigo não
tinham motores eram movidos pelas as mãos dos escravos, Paulo estava
dizendo para os considerarem como servos ou escravos, ou seja “ministro”
é servo, ministro é escravo do Senhor Jesus, ser ministro é servir as vezes
nos lugares mais difíceis, nos lugares mais baixos, mas mesmo assim faz o
navio ir mais adiante, um servo faz o que o seu senhor manda fazer.
Devemos fazer o que Jesus nos manda em sua palavra e por meio do
Espirito Santo. A cada dia Deus faz com que nos deparemos com diferentes
necessidades e oportunidades que nos desafiam a fazer o que sabemos ser
certo.
O problema de muitos vocacionados de hoje é que estão perdendo a
sensibilidade de servo, muitos querem ser servidos, mas não querem servir,
o maior exemplo de servo foi dado pelo o senhor Jesus, ele disse que veio
para servir e não para ser servido (Mc 10:45).
Vocação é a chamada especifica de Deus para o homem, para o
cumprimento de seus propósitos na terra, negligenciar a vocação dada por
Deus, é negligenciar seus propósitos para nós e para este mundo em crise,
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construir uma vocação exige esforço, renúncia, sacrifício, dedicação,


compromisso, fidelidade, todo vocacionado precisa ter em mente que no
exercício da vocação existirá momentos de lutas, tempestades, vendavais e
crises que vão testar nossa solidez, nossa firmeza de propósito e
compromisso, muitos já desistiram da vocação porque não suportaram os
ventos e as tempestades da vocação veremos daqui para frente quais são os
pilares que mantém um vocacionado de pé e firme nos propósitos de Deus.
A vocação Cristã pode ser comparada a um edifício com alicerce, pilares, e
vigas de sustentação. Ela precisa ter toda uma composição estrutural bem
solida e amarrada, para quando lhe acometerem os reveses da vida, nenhum
mal lhe causarão. A vocação cristã deve ser sustentada por alguns pilares
que se tornarão importantes para o seu sucesso vocacional.
A Vocação Cristã nunca foi tão desafiada como tem sido nos dias atuais, de
tanto relativismo, falta de conversão, compromisso, falta de amor de alguns
líderes cristãos que se escondem atrás de suas funções vocacionais não para
servir ao rebanho mas para servir a eles mesmos, é preciso resgatar os
princípios norteadores da verdadeira vocação cristã, alicerçar a vocação
cristã nos pilares sólidos da palavra de Deus e vivé-la na prática, hoje
vivemos o século da infoxicação isto é, intoxicação pelo excesso de
informação, temos crentes bem informados, mas pouco transformados, de
nada adianta fazer milhares de cursos teológicos, ler uma lista interminável
de livros e isso não ser colocado na prática, de nada adianta ter ortodoxia
(Doutrina Correta), e não ter ortopraxia ( Prática Correta).
Que o estudo deste livro possa transformar a nossa vocação e trazer em nós
uma renovação de nossas mentes, e desempenharmos nossas vocações com
fidelidade, abnegação e serviço.
Vejamos os pilares que sustentam uma vocação cristã.
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1 – A Conversão

Todo vocacionado deve ser realmente convertido a Cristo e conhece-lo,


através de experiencias pessoais. Uma coisa é você contar daquilo que
outros viveram, outra, totalmente diferente é você evidenciar suas próprias
experiências cristãs. A conversão é o primeiro passo para o sucesso
vocacional.
O Pastor Claudionor de Andrade define conversão da seguinte maneira:
Conversão – ( Do hb. Sub, voltar atrás; do gr. metanoeo, voltar; e
do lat. conversionem, transformação) Mudança que Deus opera na vida
do que aceita a Cristo como seu salvador pessoal, modificando lhe
radicalmente a maneira de ser e agir.
A conversão é o lado objetivo e externo do novo nascimento. Por
intermédio dela, o pecador arrependido mostra ao mundo a obra que Cristo
operou em seu interior: a regeneração.
Partindo desse pressuposto, podemos concluir que, conversão é uma
mudança radical que acontece na vida de quem se entrega totalmente ao
senhorio do Senhor e Salvador Jesus Cristo, e isso é evidenciado no ser e
agir da pessoa, é extremamente contraditório alguém que entregou sua vida
ao Senhor Jesus e não evidenciar isso em sua vida e suas ações. Atente para
o que diz a palavra de Deus: “Convertei-vos pela minha repreensão; eis
que abundantemente derramarei sobre vós meu espirito e vos farei saber
as minhas palavras”. (Pv 1:23). Todo vocacionado precisa ser convertido
de verdade ao evangelho ser transformado por Deus, o que o nosso Deus
mais quer e nos revelar coisas e grandes e firmes que não sabemos (Jr
33:3), mas para isso é necessária uma transformação radical de dentro para
fora.
Jesus disse em Mateus 5:16- “Assim resplandeça a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai,
que está nos céus.
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O vocacionado é aquele que resplandece a luz de cristo através das boas


obras, neste ponto podemos também afirmar, que não somos salvos pelas as
obras, mas fazemos as obras porque somos salvos em Cristo Jesus. É
através das obras do crente salvo que Deus manifesta a sua bondade na
terra, mas o que vemos hoje na atualidade é algo totalmente contrário a
palavra de Deus, vemos líderes que não são convertidos, sem compromisso
com Deus, mais comprometidos com a prata e o ouro do que com o levanta
e anda! ainda nos perguntamos porque Deus não opera mais como operou
no passado? Porque Deus não batiza mais com o Espirito Santo? É porque
falta temor nos corações, falta compromisso com a palavra, falta
quebrantamento, hoje temos muitos movimentos, mas pouco avivamento,
muita falácia e pouca palavra de Deus, ou seja prega-se o que não se vive,
uma tremenda contradição, enquanto escrevo este livro o mundo vive um
tempo de crise pandêmica mundial do covid-19, enquanto não houver uma
mudança de verdade e Deus ver no coração do seu povo uma
transformação verdadeira, veremos o mundo correndo a passos largos e
ligeiros para o inferno enquanto os crentes brigam uns com os outros,
esquecendo-se que Deus nos confiou uma vocação, precisamos
urgentemente resgatar os valores de uma conversão verdadeira, servir a
Deus com sinceridade.
A conversão é um dos pilares da vocação pois é o primeiro passo para
Deus cumprir seus propósitos na terra, Deus tem compromisso com crentes
convertidos, fieis e que foram transformados pela a palavra de Deus, um
obreiro que faz a obra de Deus mas não é convertido, ou seja, transformado
pela a palavra, vai dá trabalho para a sua liderança, ou até mesmo
escandalizar a igreja perante a sociedade, hoje é triste agente ver na boca
de zombadores e escarnecedores tantas críticas por causa de obreiros que
foram desleais à sua vocação e chamado fazendo atos inescrupulosos,
trazendo assim uma mancha ás suas vidas e ao reino de Deus, nobre
companheiro vigiemos! Para não cairmos nas armadilhas do inimigo de
nossas almas.
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2 - A Certeza da Chamada

Precisamos estar convictos de nossa vocação, devemos ter certeza total


do que estamos fazendo temos de entender claramente a natureza do nosso
chamado, o estilo de trabalho que o Senhor determinou para nós.
Precisamos estar corretamente situados no reino de Deus. Uma coisa triste
é um obreiro que não tem a certeza da chamada de Deus em sua vida e do
propósito de Deus para a sua existência.
O Pastor Myles Munroe escreveu: “A maior tragédia da vida não é a
morte, mas uma vida sem propósito!”. O ser humano em especial o obreiro
de Deus precisa saber o propósito de sua existência nessa terra, se situar
dentro da vontade de Deus para sua vida, eu costumo dizer que o centro da
vontade de Deus é o melhor lugar do mundo, não importando as
circunstâncias enfrentadas.
Quando temos a certeza de nossa vocação nada e nem ninguém nos tira
do propósito, precisamos entender que o fato de estarmos no centro da
vontade de Deus e do seu propósito não nos isenta de passarmos momentos
difíceis aqui na terra, o maior exemplo na Bíblia que temos de uma vida
que não se afastou do propósito de Deus foi o Senhor Jesus, ele tinha
convicção do motivo de sua vinda ao mundo sem se importar com as
opiniões erradas a seu respeito.

O Exemplo de Jesus
Observe o que Jesus disse respondendo ao procurador romano Pôncio
Pilatos em João 18:37 – “Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus
respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao
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mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da


verdade ouve a minha voz.
É extraordinário o quanto Jesus tinha convicção do propósito de Deus para
a sua vida, que mesmo diante de um julgamento orquestrado por seus
inimigos ele não perdia a sua convicção, o obreiro neste tempo precisa ter
isso em mente a convicção de sua chamada e vocação cristã.
Em Romanos 8:30, o apóstolo Paulo fez uma extraordinária declaração:
“E, aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a
esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.
Ser chamado por Deus significa ser intimado ou convidado para algo, você
precisa entender que sua vocação é uma intimação direta de Deus para a
sua vida e precisa ser exercida com sabedoria, abnegação e sinceridade.

O Exemplo do Apóstolo Paulo


Um outro exemplo extraordinário que temos na Bíblia é o do apóstolo
Paulo observe o que ele disse em Atos 20:24 na versão Bíblia Viva: “Mas
eu não dou valor à minha própria vida, a menos que eu possa terminar a
carreira e completar a obra que o Senhor Jesus me destinou a realizar, a
obra de contar aos outros a boa-nova da graça e do amor de Deus”. Paulo
neste texto nos dá um extraordinário exemplo de abnegação e renúncia,
Paulo considerava que sua vida não teria valor se não a usasse para a obra
de Deus.
Posso sentir fortemente a presença gloriosa de Deus enquanto escrevo
estas linhas, para Paulo o que ele acrescentava à vida era muito mais
importante do que aquilo que ele havia ganho dela. Eu lhe pergunto nobre
leitor o que é mais importante para você: o que você ganha da vida ou que
você acrescenta a ela? Aprendemos com Paulo que disposição é uma
qualidade necessária na vida de quem tem uma vocação, Paulo era um
obreiro disposto, e sua meta mais importante era falar aos outros a respeito
de Cristo (Fp 3:7-13). Não é de admirar que Paulo tenha sido o maior
missionário cristão de seu tempo.
Deus procura homens e mulheres que priorizem a grande tarefa que ele
lhes deu para fazer que é pregar o evangelho das boas novas a toda criatura
(Mc 16:15). Precisamos viver os planos de Deus para a nossa vida, na visão
de Paulo seu maior objetivo era fazer a vontade de Deus, é bem verdade
que esse pequeno trabalho não tem condições de esgotar as poderosas
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lições que Paulo nos ensina acerca da vocação cristã, mas precisamos
toma-lo como exemplo de vida e ministério, ele não desistiu da sua
chamada, precisamos entender que motivos para desistir nunca vão faltar,
mas como Paulo precisamos ir até o fim e no final poder dizer: “ Combati
o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. (II Tm 4:7)
Como bem disse o professor Pr. Wanderson Silva: “Se as circunstâncias
da vida tirarem o foco do chamado, é porque nunca entendemos
verdadeiramente o objetivo do ministério.”

3 – A Obediência

Obedecer é submeter-se à vontade de outrem e executá-la. O


vocacionado precisa ser alguém obediente, não há outra alternativa, ele
nunca deve apresentar desculpas como: não creio, não quero, não posso,
não vou, manda outro em meu lugar, não tenho dons apropriados, tenho
medo, não estou convencido da minha chamada, etc. Estas e outras
desculpas são usadas por pessoas que nunca tiveram interesse em descobrir
o propósito de Deus para a sua vida.
Quando se fala de obediência a primeira pessoa que vem a nossa mente é
o patriarca Abraão em Gênesis 12:1-2 nos diz: “Ora, disse o SENHOR a
Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a
terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te
engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!”. Podemos observar de forma
clara neste texto que o Senhor Deus faz uma grande promessa ao patriarca,
mas havia uma condição ou seja um princípio: a obediência. Isto
significava para Abraão deixar terra, casa, e amigos e viajar para uma nova
terra, onde Deus prometera estabelecer a grande nação formada por seus
descendentes. Abraão obedeceu e partiu em direção a promessa de Deus,
para um futuro de bençãos ainda maiores, as vezes Deus usa algumas
circunstâncias que nem sempre são fáceis para cumprir os seus propósitos
em nossas vidas, mas precisamos aprender uma coisa. Nunca permita que o
conforto e a segurança o façam perder o plano de Deus para a sua vida,
dependa de Deus e confie nas suas promessas. Abraão nos ensina que
quando cumprimos os princípios Deus cumpre as suas promessas.
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A Quem precisamos obedecer?


1- Em primeiro lugar precisamos obedecer a Deus: (Mt 6:10; Jo 5:14;
Rm 8:14)
2- Devemos ser obedientes às doutrinas de Deus: (At 2:42)
3- Devemos obedecer à palavra de Deus: (Tg 1:22)
4- Devemos obedecer aos nossos Pastores: (Hb 13:17)
5- Devemos obedecer aos nossos pais terrenos: (Ef 6:1)
6- Devemos obedecer às autoridades constituídas: (Rm 13:1; Tt 3.1,2)

Porque o vocacionado precisa ser obediente?

1- Porque obedecer é a vontade de Deus para nossas vidas: (Jo


5:30; 15:14)

O vocacionado precisa colocar no seu coração que é da vontade de


Deus que ele seja obediente, o escritor do Salmo 119 no verso 11 ele
disse:” Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar
contra ti”. Esconder a palavra de Deus no coração é um meio para
evitar o pecado, ou seja, a desobediência a Deus, o obreiro
vocacionado por Deus precisa colocar a palavra de Deus na prática
fazendo dela uma direção vital para tudo o que for fazer.
O vocacionado que não tiver compromisso com Deus e sua
palavra não terá êxito na sua caminhada, muitos começaram bem,
mas terminaram mal, porque não quiseram ter compromisso com a
palavra de Deus.

2- Porque é melhor obedecer do que sacrificar: (I Sm 15:22)


Saul tinha tudo para dar certo como monarca de Israel, mas a
desobediência o tirou do propósito de Deus para a sua vida,
aprendemos com Saul que o que Deus quer é obediência de coração,
não meros atos de cerimônia religiosa, entenda uma coisa nobre
leitor de nada adianta eu cumprir toda a parte religiosa e não ter
compromisso com Deus de verdade, o que chama a atenção de Deus
não são nossos atos religiosos mas sim nossa obediência a ele e sua
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vontade, tem muitos hoje que vão a igreja, oram, dizimam, dão
oferta, ajudam, sacrificam, mas não obedecem a Deus na sua
plenitude, obedeça a Deus acima de tudo na sua vida.

3- Porque obedecer nos livra da maldição: (Ne 13:2)


É extraordinário este versículo de Neemias 13:2 na versão Bíblia
Viva: “porque eles não tinham sido bondosos com o povo de Israel,
não dando água e comida aos israelitas. Em vez disso, tinham
contratado Balaão para amaldiçoar o povo. Porém, Deus
transformou a maldição em bênção”.
Nobre leitor quando um vocacionado está debaixo da obediência, o
nosso Deus converte a maldição em benção, isto não quer dizer que
não vamos sofrer, que não vamos ser perseguidos, que não vamos
passar por momentos difíceis na vida, entenda que não é isso, mas
tudo que venhamos passar, Deus estará conosco para nos dá vitória,
muitos homens de Deus da Bíblia sofreram muito mesmo estando em
estreita obediência a Deus, mas mesmo assim foram fieis ao Senhor
mesmo correndo risco de morte, mesmo perdendo a própria vida (Hb
11).
A vocação é uma mistura de alegrias e lagrimas, de conquistas e
sofrimentos, e precisamos estar alicerçados no pilar da obediência
para resistirmos aos vendavais da vocação cristã.
O Pastor Hernandes Dias Lopes em seu livro de Pastor a Pastor
escreveu: “A maior prioridade do obreiro não é fazer a obra de
Deus, mas ter comunhão com o Deus da obra”. Vida com Deus é o
pilar do trabalho para Deus. Na verdade, Deus está mais interessado
em quem nós somos do que no que nós fazemos.
Muitos vocacionados vivem debaixo da maldição porque não
procuram obedecer a Deus, obedecer aos seus líderes, honrar a igreja
onde congrega, o ministério que lhe estendeu a mão, são obreiros
que estão mais interessados nas vantagens do que nas
responsabilidades que a vocação cristã lhes impõe.

O obreiro vocacionado por Deus precisa entender que a obediência é o


princípio principal de Deus para o cumprimento de seus propósitos na terra,
Deus não vai usar obreiro que não tem compromisso em obedece-lo e fazer
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sua vontade, aquele que é obediente é submisso, é servo. Precisamos


urgentemente resgatar os princípios bíblicos da obediência a Deus e a sua
palavra.

4 – A Santidade

Um escritor escreveu uma vez dizendo: “Santidade não tem haver com o
quanto você tem de Deus, mas com o quanto Deus tem de você”. Santidade
é muito mais além do que ser separado do mundo, santidade é entrega,
santidade é renúncia, santidade é dedicação a Deus, santidade é uma busca
incansável pelas as coisas de Deus.
Santidade não é ser cheio de Deus, santidade é ser vazio de si mesmo e
se doar para Deus, um vocacionado precisa ter em mente que ele é um vaso
escolhido por Deus, para levar a sua presença e refletir a sua glória neste
mundo dominado pelas as forças do mal. Pedro escreveu em sua primeira
carta capitulo 1 e versículo 15 dizendo: “mas, como é santo aquele que
vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver,”
Pedro diz que devemos ser como o nosso pai celestial – santos em tudo o
que fizermos. Santidade significa ser totalmente dedicado a Deus, separado
para o seu uso pessoal e afastado do pecado e de sua influência. O
vocacionado deve ser separado e dedicado às coisas de Deus. É triste um
vocacionado não ter compromisso com a santidade em sua vida.
Há um texto Bíblico que me deixa impactado quando o leio esse texto
revela de forma profunda que a santificação é algo primordial na vida de
alguém que recebeu de Deus uma vocação em Hebreus 12:14 diz: “Segui a
paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. Os
leitores da carta aos hebreus estavam familiarizados com o ritual de
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limpeza cerimonial que os preparava para a adoração, e sabiam que tinham


que ser santos e estar limpos a fim de entrarem no templo. O pecado
sempre bloqueia a nossa visão em relação a Deus; por esta razão, se
quisermos vê-lo, deveremos renunciar ao pecado e obedecê-lo (ver Sl
24:3,4). A santidade anda lado a lado com uma vida de paz, ou seja, um
verdadeiro relacionamento com Deus nos leva a relacionamentos
verdadeiros com nossos irmãos. Embora nem sempre isso seja uma
realidade em nosso meio, à medida que nos tornamos mais parecidos com
Cristo devemos procurar a paz com todos.
Para o Pastor Severino Pedro da Silva ao comentar este versículo ele
disse: A paz e a santificação caminham juntas, porque o fruto da paz
contém a essência da natureza da santificação. Ambas procedem do
Espirito Santo, que é o Espirito da paz e de santificação. Nas escrituras
sagradas tudo o que se relaciona com Deus deve ser santo.
Não tem como um vocacionado que diz ter certeza de ter sido chamado
por Deus e não ter relacionamento com Deus, e o relacionamento do
vocacionado com Deus é refletido no seu relacionamento com os homens, a
santidade é refletida em minhas ações com o meu próximo, e isso é um
princípio bíblico para vermos a face do Senhor, é contraditório um
vocacionado dizer que tem relacionamento com Deus e não refletir isso em
sua vida, isto é, viver uma vida totalmente diferente daquilo que prega ou
ensina nos púlpitos, ou temos compromisso com Deus através de uma vida
santificada ou então estamos fingindo que temos, todo vocacionado precisa
ser santo.
Santidade em suma é a qualidade ou estado daquele ou daquilo que é
santo. Ser santo é se entregar a Deus, é se dedicar a ele, é buscar de forma
incansável as coisas de Deus. As pessoas santas dizem “não” às exigências
da carne e vivem de acordo com a vontade de Deus. A pessoa santa está
sempre alerta, mantendo sua mente pura, pronta para sua caminhada com
Deus.

Seis Princípios Para uma vida Santa em I Pedro


1- Separe sua vida completamente a Deus, e seja santo como Deus
mandou. (I Pe 1:15)
2- Viva como um peregrino nesse mundo. (I Pe 1:17)
3- Seja honesto, sincero e puro em todos os seus relacionamentos. (I
Pe 2:11)
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4- Recuse-se a sucumbir a quaisquer exigências da carne. (I Pe 2:11)


5- Não viva exclusivamente para seus próprios desejos; faça a vontade
de Deus. (I Pe 4:2)
6- Ore com dedicação, sabendo que o tempo é curto. Ame
fervorosamente o seu próximo. (I Pe 4:7-8).

O vocacionado é alguém que tem compromisso com a santidade, que se


dedica de corpo, alma e espirito às coisas de Deus, o Senhor está
procurando homens e mulheres que possam ter compromisso com ele, está
em sua presença, e ter uma vida de santificação.

5 – A Humildade

Todo vocacionado deve entender que sua vocação é um ato da graça divina,
somos vocacionados não porque existe em nós algum mérito próprio.
Entretanto, esquecendo essa verdade, todos nós, vez ou outra, nos
deixamos induzir ao pecado da ostentação. O Pastor Edson Gonçalves
escreveu: “O homem se envaidece sem perceber”. Um dos grandes perigos
que rodeiam a vida de todo vocacionado é perder a humildade é pensar que
pode tudo, que sabe tudo, isto é, confiar mais no seu intelecto, bens ou
talentos do que confiar em Deus e sua graça.
A raiz da palavra humildade é “humos” do lat. que significa “pó, terra”
- humildade é o reconhecimento das nossas origens, que somos pó, terra e
grandemente dependente de Deus. Jesus pontuou o valor da humildade
quando disse no sermão da montanha:” Felizes os pobres de espirito, pois
o reino dos céus lhes pertence”. (Mt 5:3 NVT). Ser pobre de espirito aqui
são aqueles que reconhecem sua pobreza espiritual e, deixando de lado toda
autodependência, procuram graça de Deus. A humildade é um dos
princípios norteadores da vida do vocacionado, ser humilde é reconhecer
que tudo o que fazemos, é pura e simplesmente a ação de Deus através da
nossa vida.
De acordo com a pequena enciclopédia bíblica humildade é a virtude
com que manifestamos o sentimento de fraqueza ou de nosso pouco ou
nenhum mérito, devemos atentar para o que disse Paulo em Filipenses 2:3 –
“Nada façais por contenda ou vanglória, mas por humildade; cada um
considere os outros superiores a si mesmo”. O que Paulo nos ensina neste
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texto é que o vocacionado vive sem qualquer egoísmo, afastado de


qualquer ambição egoísta ou atitude presunçosa, o vocacionado estima os
outros como mais importantes do que ele, amado leitor o egoísmo tem
poder de arruinar uma igreja, enquanto que a humildade tem poder de
edificá-la. Ser humilde inclui possuir uma perspectiva real a respeito de si
mesmo (ver Rm 12:3).
Um exemplo poderoso que temos na Bíblia de humildade está em Jesus
que com toda humildade se dispôs a renunciar aos seus direitos para
obedecer a Deus e servir ao povo (Fp 2: 5-8). Devemos como Cristo, adotar
a atitude de servo e servir pelo o amor que temos a Deus e aos nossos
semelhantes, e não por qualquer sentimento de medo ou culpa. Todo
vocacionado precisa escolher que tipo de atitude vai tomar. Ele pode viver
na expectativa de ser servido ou pode procurar oportunidades de servir aos
outros. O obreiro vocacionado segue o exemplo do mestre ele escolhe
servir ao invés de ser servido (Mc 10:45).

Humildade uma qualidade espiritual do


Vocacionado

De acordo com o Pastor José Apolônio da Silva: “humildade é uma


qualidade espiritual que todo obreiro vocacionado precisa ter (Jr 1:6). O
homem exaltado, o Senhor conhece de longe (Sl 138:6), especialmente
quando passa de dirigido para dirigente, ou de liderado para líder”, o
vocacionado que tem humildade na vida ele sabe que a vocação não é sua;
Deus apenas confiou aos seus servos (Ef 3:7; I Tm 5:20). Precisamos ter
consciência da nossa responsabilidade como vocacionada, ter humildade é
reconhecer que somos dependentes de Deus, para exercer nossa vocação,
precisamos viver constantemente na dependência de Deus.
A falta de humildade tem levado muitos vocacionados à ruina, é triste
trabalhar com um obreiro que não tem humildade, foi o orgulho que levou
Lúcifer a se rebelar contra Deus, achar que ele podia subir mais alto que
Deus, e não depender dele, esse tem sido o problema de tantos
vocacionados deixar que o orgulho invada seus corações, achar que não
precisa de seus pastores, de sua igreja, por isso nobre leitor dependa de
Deus, seja humilde para reconhecer que sem Deus não somos nada, sem a
graça de Deus não temos condições de exercer nossa vocação, precisamos
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observar o que a palavra de Deus nos disse em Miqueias 6:8 na versão


Bíblia Viva: “Ele já disse o que deseja, e isso se resume em ser honesto e
justo, saber amar a fidelidade, e ser humilde diante do seu Deus”.
O obreiro vocacionado por Deus que tem compromisso com Deus e sua
palavra adota essas quatro virtudes completas do viver cristão: honestidade,
justiça, fidelidade e humildade, esse é o desejo de Deus para nossas vidas.

O Maior exemplo de Humildade

Quando lemos a palavra de Deus podemos ver exemplos extraordinários de


humildade, mas o maior exemplo de humildade foi dado por Jesus, em João
13: 1-20, Jesus nos deixou o maior exemplo de humildade, quando
ensinou metaforicamente aos seus discípulos trocar a túnica pela a toalha,
nos tempos bíblicos era comum dar uma túnica a quem se queria honrar,
receber uma túnica era um sinal de honra e respeito, quando alguém
assumia uma determinada função recebia uma túnica apropriada a sua
posição, Jesus na noite depois da ceia tirou a sua veste e se cingiu de uma
toalha, pós água em uma bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e
enxugava com a toalha que ele estava cingido, lavar os pés dos convidados
nos tempos bíblicos era o serviço que o criado da casa fazia, cingir-se de
uma toalha era feito pelos os escravos mais humildes, que extraordinário
exemplo!
Jesus sendo o Deus encarnado, estava ensinando aos seus discípulos
que o verdadeiro sentido da honra na visão divina é servir aos propósitos de
Deus.
Um vocacionado precisa seguir o exemplo de Jesus e está disposto a
servir com humildade no reino de Deus. Pedro quando olhou aquele gesto
humilde de Jesus e sem entender o sentido do que Jesus queria ensinar, ele
olha e ver seu mestre agindo como escravo, isso confundiu a mente de
Pedro, ele ainda não tinha entendido a lição de Jesus que estava ensinando
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que para ser um líder precisava ser servo. A Bíblia nos mostra que os
discípulos de Jesus estavam mais preocupados com a túnica do que com a
toalha, eles correram atrás da túnica (Promoções), durante todo o ministério
de Jesus (Mt 20:20-21), neste texto a mãe de Tiago e João solicita as
posições mais poderosas e honrosas do reino, um à direita, outro à esquerda
de Jesus. Ele os repreendeu severamente (Mt 20:25-26), mostrando que a
verdadeira honra é o serviço, ser grande é ser servo.
Hoje em dia tem muitos vocacionados que precisam trocar a túnica pela a
toalha, ser servos ao invés de serem servidos, hoje muitos querem a túnica
da honra, dos cargos, das posições ministeriais. Mas não querem a toalha
do serviço, do trabalho. Aprenda a servir este é o verdadeiro sentido da
honra na visão de Jesus, ser servo, é ser humilde.

6 – A Dedicação

Dedicação de acordo com o dicionário Aurélio da língua portuguesa


significa: Qualidade de quem se dedica, abnegação, é o ato de dedicar-se
a determinado serviço ou ocupação, isto é ser dedicado é oferecer-se, com
afeto, é consagrar-se, é pôr(-se) ao serviço de determinada causa.
Dedicação deriva do lat. dedicare, “de” – de lado, fora, e “dicare”, da raiz
de “dicere” – dizer, falar. Significa “consagrar, afirmar, colocar à parte,
proclamar”, dá a ideia de entrega, sacrifício por alguma coisa,
consideração.
Dedicação é tudo na vida de um vocacionado é fazer o melhor que
podemos é uma questão de realização pessoal. Quando Deus nos
vocaciona, espera de nós dedicação total. Ele quer que façamos a tarefa
para a qual nos comissionou com todo zelo, fidelidade e responsabilidade,
dispondo todo o tempo possível para a sua causa. É fazer as coisas de Deus
de coração inteiro, é se entregar por inteiro a Deus.
Quem é familiarizado com a leitura bíblica pode notar que Deus sempre
exigiu de seus servos dedicação total. Dedicação a luz da palavra de Deus,
é entrega, renúncia, consagração pessoal a Deus, em Provérbios 23:26 na
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bíblia edição contemporânea está escrito: “Dá-me, filho meu, o teu


coração, e os teus olhos observem os meus caminhos”. Em Romanos 12:1
nos diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis
o vosso corpo em sacrifício vivo, santo, e agradável a Deus, que é o vosso
culto racional”. O Pastor Donald S. Stamps comentando este versículo
disse:
O crente deve ter uma dedicação sincera por agradar a Deus, no amor, na
devoção, no louvor, na santidade e no servir.
(1) Nosso maior desejo deve ser uma vida de santidade, e sermos
aceitos por Deus. Para isso, precisamos separar-nos do mundo e
aproximar-nos de Deus cada vez mais. Devemos viver para Deus,
adorá-lo, obedecer-lhe; opor-nos ao pecado e apegar-nos à justiça;
resistir e repudiar o mal, ser generosos com o próximo na prática de
boas obras, imitar a Cristo, segui-lo, servi-lo, andar na direção do
Espirito Santo e ser cheio dele.
(2) Devemos apresentar a Deus, nosso corpo como morto ao pecado e
como templo do Espirito Santo (I Co 6:15,19) (Donald C. Stamps)

Observamos que o Pastor Stamps cita pelo menos cinco áreas que
precisamos nos dedicar em busca de uma dedicação sincera a Deus, no
amor, na devoção, no louvor, na santidade e no servir. Deus quer um amor
verdadeiro de nós para com ele, uma devoção de entrega e renúncia à sua
vontade e querer, não somente no que ele faz, mas no que ele é, no louvor
de corpo, alma e espirito, não somente de lábios, mas de todo o nosso ser,
na santidade completa, ou seja, é nos entregar ao nosso Deus com tudo que
somos e temos e no servir com humildade, visando sempre a toalha (ser
servo) e não a túnica (posição).
Dedicar-se a Deus é procurar fazer a sua vontade acima de tudo, é
priorizar o seu reino, como disse o pastor Stamps, “precisamos separar-
nos do mundo e aproximar-nos de Deus cada vez mais” separar-se do
mundo na visão de Deus é opor-se ao sistema pecaminoso que domina este
século, é renunciar muitas vezes nossas vontades e desejos e priorizar a
vontade de Deus. Jesus não foi aceito exatamente porque ele trouxe um
comportamento totalmente contrário ao comportamento do seu tempo,
muitos judeus da época de Jesus aguardava um messias político que lhes
libertassem do jugo de Roma, e Jesus veio com um discurso totalmente
contrário ao que eles esperavam, na visão do mundo grande é quem manda,
quem ordena ou quem é servido, na visão de Deus é diferente, grande
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mesmo é quem está disposto a servir, e isso nem sempre vai ser
compreendido pelas as pessoas, porque a natureza humana nunca quer
perder, nunca quer renunciar. Os seres humanos querem sempre está no
alto, está no topo e isso muitas vezes leva algumas pessoas a fazerem o que
for possível para chegarem nem que seja possível passar por cima de outras
pessoas, esta é a cosmovisão do mundo dominado pelo o pecado é a cultura
do “cada um por si, Deus por todos”, devo lhe informar que esta cultura
não existe na visão de Deus, para Deus é o que Paulo escreveu aos
Filipenses 2:4, na versão Bíblia Viva: “Não pensem unicamente em seus
próprios interesses, mas preocupem-se também com os outros e com o que
eles estão fazendo”. Dedicar-se a Deus também é dedicar-se aos outros, a
maior parte da vida de Jesus foi dedicar-se a Deus em oração e ajudar aos
outros através do ensino, pregação e curas (Mt 4:23). Estas foram as três
principais atividades da dedicação de Jesus no cumprimento de sua
vocação, no ensino, Jesus demonstrava preocupação com o entendimento
das pessoas; na pregação, Jesus se preocupava com o compromisso das
pessoas com Deus; Nas curas Jesus se preocupava com a saúde e o bem-
estar das pessoas.
O vocacionado que não tiver uma preocupação em ajudar as pessoas em
suas necessidades, de nada vai adiantar sua religiosidade. Jesus foi bem
direto ao repreender os fariseus, que colocavam pesados jugos nos ombros
das pessoas que eles mesmos não praticavam (Mt 23). De que adianta eu
pregar amor e não amar? de que adianta eu dizer que amo a Deus, mas
negá-lo com os meus atos? infelizmente esse é o tempo que estamos
vivendo, se no tempo de Jesus esse tipo de gente já existia, imagine agora!
É tempo de despertar, é tempo de avivar a nossa dedicação a Deus e a
nossa dedicação também ao nosso próximo, quando estudamos as bases da
espiritualidade da igreja primitiva aprendemos que era baseada na vertical
“comunhão com Deus” e na horizontal “comunhão com o próximo”.
Um certo escritor escreveu: “A verdadeira manifestação do amor de Jesus
em nós, nos faz fazer alguma coisa por quem precisa, amar é mais do que
falácia enganosa, é prática”.
O Pastor Wanderson Silva escreveu: “A única forma de provar que
amamos a Deus, é quando amamos os nossos semelhantes.”
O Bispo Abner Ferreira escreveu no livro os 5 pilares da Liderança:
“Vivemos em um mundo individualista, onde alguns indivíduos visam
apenas seus próprios interesses, e onde os títulos são mais importantes que
as pessoas”.
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Exemplos Bíblicos de Servos Dedicados

Enoque: o homem que dedicou toda sua vida a Deus.

“E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Metusalém, trezentos


anos e gerou filhos e filhas. E foram os dias de Enoque trezentos e sessenta
e cinco anos. E andou Enoque com Deus; e não se viu mais, porque Deus
para si o tomou. (Gn 5:22-24)
O nome Enoque tem origem no hebraico Enockh, que quer dizer
literalmente “o dedicado ou o consagrado”. Está associado à hanakh “ele
dedicou, ele consagrou” e hannukkah “dedicação, consagração”.
1- Alguém pouco mencionado (Gn 5:22). Quando lemos um pouco
sobre a vida de Enoque, vemos que ele é alguém pouco mencionado
na Bíblia. Ele é citado no Gênesis em sete versículos, por Judas em
dois e em Hebreus em apenas um versículo. No entanto, o que a
Bíblia nos fala de Enoque é suficiente para o admirarmos. Isso nos
serve para saber que o melhor não é ser grande e importante na
história dos homens, mas sim ser conhecido pelo Deus da história.
Um certo líder um dia disse “Quem não é visto não é lembrado, e
quem não é lembrado é esquecido”. Mas isso se aplica a vida
humana com seus interesses influenciados pelas as filosofias
humanas, na visão de Deus ele nunca esquece de nós. Observe o que
disse Deus através do profeta Isaías 49:15, na Bíblia Nova Versão
Transformadora: “Pode a mãe se esquecer do filho que ainda
mama? Pode deixar de sentir amor pelo o filho que ela deu à luz?
Mesmo que isso fosse possível, eu não me esqueceria de vocês!”
Você pode ser esquecido por seus líderes, pais, parentes, seja quem
for, mas Deus nunca esquecerá e nem irá desistir de você levante a
cabeça!
A biografia de Enoque é semelhante à de muitos servos de Deus, homens e
mulheres simples e desconhecidos que vivem em pequenas cidades, ou até
no campo, mas cujas vidas são preciosas para Deus. Como bem disse o
saudoso pastor Russel Shedd: “Os heróis são populares e famosos, mas os
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santos são anônimos”. Enoque não palmilhou o caminho da popularidade e


do prestigio, mas da intimidade com Deus.
2- Viveu numa geração corrompida (Gn 6:11). Esse foi o maior
desafio da vida de Enoque. Em meio a completa falta de
compromisso e descaso de seus contemporâneos, ele decidiu se
dedicar a Deus, fazendo jus ao significado do seu nome (dedicado).
As escrituras deixam claro o nível de maldade, corrupção e
perversidade dos seus dias quando diz que “a maldade do homem se
havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo
designío do seu coração” (Gn 6:5). A degradação moral daquela
geração era tão grande que é dito que “todo ser vivente havia
corrompido o seu caminho na terra” (Gn 6:12). E Deus decidiu
julgar aquela geração. É nesse cenário que esse homem se dedica e
anda com Deus. Não é porque ele tenha andado com Deus porque
viveu em um ambiente cheio de facilidades. Não. Assim aprendemos
com Enoque que é possível andarmos com Deus nos dias em que
vivemos, ainda que nosso mundo esteja se corrompendo
celeremente. Tenha coragem de ser como Enoque um dedicado servo
de Deus no cumprimento de sua vocação e ter coragem de ser
diferente.
O pastor Pádua Rodrigues escreveu: “Todos nós, sem exceção,
influenciamos e somos influenciados”. Essa geração precisa de
homens e mulheres influenciados e inflamados da presença de Deus,
para que possam influenciar essa geração. Sempre haverá à nossa
volta bons e maus exemplos. Resta saber para onde olharemos. Quais
tem sido nossos referenciais? Precisamos olhar sempre como já disse
neste livro nos espelhar em Jesus autor e consumador da fé.

Daniel: O homem que se dedicou a Deus mesmo em tempos


difíceis.

“Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou


em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de
Jerusalém), e três vezes ao dia se punha de joelhos, e orava, e dava
graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer”.
(Dn 6:10)

Daniel é outro exemplo notável de alguém que decidiu se dedicar a


Deus, mesmo enfrentando dias difíceis. Daniel nasceu no tempo do
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rei Josias (II Rs 22 – 23), cresceu durante as reformas do reino.


Nessa época, provavelmente ouviu o profeta Jeremias, um profeta
citado por ele em (Dn 9:2). Em 609 a.C., Josias foi morto na batalha
contra o Egito e, num período de quatro anos, o reino do sul de Judá
voltou aos seus maus caminhos.
Em 605 a.C., Nabucodonosor tornou-se rei da Babilônia. No
mês de setembro daquele ano, ele devastou a Palestina, cercou
Jerusalém e tornou Judá seu estado vassalo. Para demonstrar seu
domínio, Nabucodonosor tomou os homens mais sábios de
Jerusalém e a maior parte das mulheres belas como cativos. Daniel
estava neste grupo.
O êxito de Daniel no contexto ímpio, pecaminoso e idolatra de
Babilônia atribui-se à sua dedicação a Deus, integridade de caráter e
às intervenções de Deus que resultaram no seu acesso rápido a
posições de destaque e de responsabilidade na corte (Dn 2: 46-49;
6:1-3).
Ao observar as características de Daniel podemos aprender o
que a dedicação a Deus e aos seus propósitos resulta na vida de um
vocacionado:
1- Autodomínio. (Dn 1:8; 10:3)
2- Coragem. (Dn 5:22,23)
3- Integridade. (Dn 6:4)
4- Devoção. (Dn 2:17,18; 6:10)
5- Humildade. (Dn 10:17)
6- Visão espiritual. (Dn 7:9-12; 10:5,6

Daniel serviu a quatro grandes monarcas dois babilônicos e dois medo-


persas: Nabucodonosor, Belsazar, Dario e Ciro. Daniel era um homem de
oração e dedicado a Deus. Daniel nos ensina que não precisa se esperar um
tempo difícil para se dedicar a oração, e que Deus pode nos usar onde quer
que estejamos. Precisamos aprender com Daniel a ser dedicado ao nosso
Deus em todos os tempos. Deus quer usar você nesse tempo seja um
vocacionado dedicado e comprometido com Deus. Como é triste vermos nos
dias atuais alguns vocacionados que não tem uma vida de oração e
dedicação a Deus. Daniel sobreviveu terríveis momentos na sua vida, porque
priorizou Deus em tudo.
O Bispo Samuel Ferreira cita uma frase poderosa dizendo: “Se você trata as
coisas de Deus com descaso, nunca chame Deus para dentro do seu
problema”.
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Se você não honra a Deus obedecendo a sua palavra, fazendo a sua vontade
e o seu querer, não conte com ele quando precisar, aprenda a depender de
Deus em qualquer momento, submeta-se a sua vontade, Deus vai te honrar
em tudo o que você fizer.

7- O Trabalho

A Vocação divina não é de natureza contemplativa, reclusa, monástica,


ociosa. É essencialmente objetiva e operante. O Senhor não chama
indivíduos e comunidades para a clausura permanente, mas para o trabalho
dinâmico, o testemunho, a obediência ao “ide de Cristo”.
Todo vocacionado precisa entender que Deus lhe chamou para fazer um
trabalho para ele, isso significa que obreiro que foi vocacionado por Deus
precisa trabalhar, se movimentar no reino de Deus. Obra de Deus não
combina com preguiça. Trabalhar na obra de Deus, deve ser a meta de todo
vocacionado por Deus na terra. A Bíblia define de varias formas o que
significa prestar um trabalho para Deus:
Trabalhar para Deus é:
(1) - Cooperar com Deus. (Ag 2:4)

Na versão da Nova Bíblia Viva assim este texto está escrito: “Não
desanime, Zorobabel”, diz o Senhor. “Não desanime, Josué, filho de
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Jeozadaque, sumo sacerdote. Tenham coragem e trabalhem, ó povo


da terra”, diz o Senhor,” porque eu estou do seu lado”, diz o Senhor
dos Exércitos. “Tenha coragem... e trabalhem... porque eu estou do
seu lado.” O povo de Judá após o exilio de setenta anos em Babilônia
tinha voltado a adorar a Deus, e o Senhor prometera abençoar os seus
esforços. Mas era tempo de trabalhar e reconstruir a casa de Deus
Devemos ser pessoas de oração, devemos estudar a Bíblia Sagrada e
devemos ser adoradores; mas também devemos ser cooperadores de
Deus fazendo a obra que ele preparou para nós. Ele quer mudar o
mundo através de nós, seus cooperadores. O Senhor concedeu-lhe uma
tarefa a fazer na igreja, em seu lugar de trabalho e em seu lar. Esse é o
tempo de trabalhar, ser forte e prosseguir, porque Deus está contigo

(2) - Um trabalho abundante. (I Co 15:58)

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre


abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é
vão no Senhor.” (I Co 15:58). Paulo estava dizendo que em virtude de
Jesus Cristo em sua morte e ressureição, nada do que fazemos é vão.
Às vezes, tornamo-nos apáticos em relação ao trabalho do Senhor
porque não vemos quaisquer resultados. Saber que Jesus ganhou a
suprema vitória deve afetar o modo como vivemos hoje. Não deixe
que o por uma aparente falta de resultados o impeça de fazer a obra do
Senhor com entusiasmo sempre que Deus lhe der a oportunidade de
fazê-la.
O Dr. Warren W. Wiersbe comentando este texto disse: Os cristãos
podem permanecer firmes e inabaláveis porque sabem que seu pior
inimigo (a morte) foi derrotado; portanto, não precisam temer
nenhum outro inimigo. Eles podem ser abundantes no serviço cristão,
pois esse trabalho contará para a eternidade. O seu trabalho para
Deus não é vão.

(3) - Evangelizar o mundo. (II Tm 4:5)


Na Bíblia Nova Versão Transformadora assim está escrito: “Você,
porém, deve manter a sobriedade em todas as situações. Não tenha
medo de sofrer. Trabalhe para anunciar as boas – novas e realize
todo o ministério que lhe foi confiado.”
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O Dr. Warren W. Wiersbe comentando este texto disse: Paulo estava


para terminar sua trajetória, mas Timóteo ainda tinha vida e o
ministério pela frente. “Realize todo o ministério que lhe foi
confiado.” Não é maravilhoso que Deus tenha um ministério
específico para cada um de seus filhos (Ef 2:10)? Nossa tarefa é
descobrir a vontade dele e cumpri-la pelo tempo que vivermos. Essa
tarefa envolve vigiar, perseverar e trabalhar.
Nossa tarefa como bem disse o Dr. Wiersbe é descobrir a vontade de
Deus para nossas vidas e realizar todo o ministério que nos foi
confiado por Deus, é trabalhar não em benefício próprio, mas para
anunciar as boas-novas do evangelho do Senhor e Salvador Jesus
Cristo
(4) - Demonstrar amor. (Jo 21:15-17)

Neste texto Jesus conduz Pedro a uma experiencia que removeria a


mancha do pecado que o discípulo cometeu ao negar o mestre. Pedro o
negara três vezes; três vezes Jesus perguntou a Pedro se ele o amava.
Quando o discípulo respondeu que sim, Jesus lhe disse que
apascentasse as suas ovelhas. Uma coisa é você dizer que ama Jesus,
mas o verdadeiro teste é a disposição para servi-lo. Pedro havia se
arrependido, então Jesus lhe pediu que se comprometesse. A vida de
Pedro mudou quando ele finalmente percebeu quem era Jesus. A sua
ocupação além de pescador de homens (evangelista), agora também é
pastor (cuidar do rebanho); sua identidade mudou de impetuoso para
seguro; seu relacionamento com Jesus mudou, Pedro se tornou um
homem perdoado, e finalmente entendeu a importância das palavras de
Jesus sobre sua morte e ressureição.
Pedro aprendeu que o trabalho para Deus é demonstrar amor pelo o
rebanho de Cristo que ele comprou com o seu próprio sangue, ser
pastor vocacionado é demonstrar amor pelas as ovelhas de Jesus, é
muito triste que alguns lideres vivem como se a vocação fosse uma
profissão, as ovelhas moeda de troca, e os púlpitos balcões de negócio,
mas o dono das ovelhas que tudo vê está voltando e esses pseudo-
pastores vão ter que se explicar diante do Supremo Pastor das ovelhas.
É uma realidade o grande número de ovelhas feridas por pastores com
natureza de lobo. Jesus quer levantar pastores segundo o seu coração
que apascentem as ovelhas com amor, cuidado, não por força, mas
voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto. (I Pe
5:2)
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(5) - Aliviar as cargas da vida. (Gl 6:2)

Finalmente concluindo este tomo, trabalhar para Deus é “levar as


cargas uns dos outros”. O vocacionado quando anda no Espírito,
permite que ele opere por seu intermédio para ajudar os outros, em vez
de usar sua liberdade em Cristo para propósitos egoístas. “Outros” é a
grande palavra do evangelho! Devemos seguir o exemplo de Jesus e
viver pelos os outros. Desobrigação da lei não quer dizer
independência uns dos outros, pois pertencemos à mesma família e
ministramos uns aos outros.
Nenhum Cristão deve pensar que é totalmente independente e que
não precisa da ajuda dos outros. Ao mesmo tempo ninguém deve
pensar que está isento da tarefa de ajudar os semelhantes. O corpo de
Cristo – isto é, a igreja – somente funciona quando seus membros
vocacionados trabalham em conjunto para o bem comum. Se você
conhece alguém que precisa de sua ajuda procure estender a mão a
essas pessoas, esse é o sentido da vocação (Jo 13:34,35).

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