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ESTRUTURAS
Professor(a) Esp. Daiane Rodrigues Cardoso Seki
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto
FICHA CATALOGRÁFICA
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
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AUTOR
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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Caro(a) aluno(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao curso de Mecânica das Estruturas! Estou empolgado
em guiá-lo(a) nessa jornada de aprendizado e descobertas. Ao longo desta apostila, explo-
raremos os fundamentos essenciais que compõem a base da análise estrutural.
Unidade I: Estruturas Isostáticas
Na primeira unidade, mergulharemos no universo das estruturas isostáticas. Dis-
cutiremos pórticos planos, grelhas, fios e cabos, compreendendo as características funda-
mentais dessas estruturas e sua importância na engenharia civil.
Unidade II: Deslocamento em Estrutura Isostática
Na segunda unidade, exploraremos o fascinante mundo dos deslocamentos em
estruturas isostáticas. Aprofundaremos nosso conhecimento na linha elástica, no Princípio
dos Trabalhos Virtuais (PTV), no Método da Carga Unitária e no Método dos Deslocamen-
tos. Esses conceitos permitirão uma análise detalhada dos deslocamentos em diferentes
pontos da estrutura.
Unidade III: Método das Forças
Na terceira unidade, abordaremos o Método das Forças. Exploraremos temas como
o grau de hiperestaticidade, a escolha do sistema principal, equações de compatibilidade e
a resolução de estruturas hiperestáticas. Este método oferece uma abordagem valiosa para
lidar com estruturas que vão além da isostaticidade.
Unidade IV: Método dos Deslocamentos
Na quarta e última unidade, mergulharemos no Método dos Deslocamentos. Vamos
explorar fatores de forma e carga, o conceito de momento de engaste perfeito, o grau de
hiperestaticidade e as convenções de sinais. Este método é uma ferramenta poderosa
para analisar e projetar estruturas complexas, proporcionando uma compreensão mais
aprofundada dos deslocamentos.
Espero que esteja tão animado quanto eu para embarcar nessa jornada de aprendi-
zado. Seja persistente, faça perguntas e explore cada conceito com curiosidade. Estou aqui
para ajudar e guiar você ao longo desse processo. Vamos começar essa jornada juntos e
construir um conhecimento sólido em Mecânica das Estruturas!
Bons estudos!
4
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Estruturas Isostáticas
UNIDADE 2
Deslocamento de Estrutura Isostática
UNIDADE 3
Método das Forças
UNIDADE 4
Método dos Deslocamentos
5
Professor(a) Esp. Daiane Rodrigues Cardoso Seki
• Estruturas isostáticas;
Plano de Estudos
• Pórtico plano;
• Fios e cabos.
1
de estudo.
• Grelhas;
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INTRODUÇÃO
Bem-vindo(a) aluno(a)!
Bons estudos!
ESTRUTURAS
ISOSTÁTICAS
Outra forma de definirmos uma estrutura isostática é afirmarmos que ela é uma
estrutura que não pode apresentar nenhum movimento, e que se transforma em hipostática
se algum de seus vínculos for removido. Como exemplo podemos citar uma viga engastada
em balanço, caso façamos a troca do engastamento por uma articulação fixa, ela passará a
apresentar movimento. Outro exemplo que podemos citar é o de uma estrutura bi-apoiada,
onde um de seus apoios poderá se movimentar livremente.
Esses conceitos são essenciais para compreender o papel das estruturas isos-
táticas na engenharia civil e mecânica das estruturas, bem como para realizar análises e
projetos de estruturas simples e estáveis.
PÓRTICOS
PLANOS
Fonte: https://www.politecnica.pucrs.br/professores/mregina/ENGENHARIA_-_Resistencia_dos_Materiais_I_-_
EM/Resistencia_I_EM_06_Portico.pdf
GRELHAS
As grelhas são estruturas planas compostas por barras retas que se cruzam em ân-
gulos retos e estão interconectadas em nós. Elas são amplamente utilizadas na engenharia
civil e mecânica, desempenhando um papel importante na sustentação de pisos, tetos,
passarelas, e outras estruturas planas. Este Tópico abordará a definição, análise e projeto
de grelhas, destacando sua relevância na engenharia.
Para iniciarmos é essencial entendermos de fato o que é uma grelha, Podemos
considerar que a grelha é uma estrutura plana que consiste em barras de comprimento
relativamente pequeno, interconectadas em nós, formando um padrão reticulado. Essas
barras cruzam-se em ângulos retos, criando uma estrutura que é eficiente na distribuição de
cargas e forças. Em resumo, podemos chamar de grelhas as estruturas planas solicitadas
por carregamento perpendicular ao plano da estrutura.
Segundo SÜSSEKIND(1981), As grelhas podem ser classificadas em vários tipos,
com base na disposição das barras, incluindo grelhas quadradas, retangulares, diagonais
e de Warren, entre outras. Cada tipo é escolhido com base nas necessidades específicas
de uma aplicação.
A análise de uma grelha começa pela identificação e quantificação das cargas que
atuam sobre a estrutura, como cargas verticais (peso próprio, cargas aplicadas) e cargas
horizontais (vento, sismos).
O próximo passo é calcular as reações de apoio. Essas reações são fundamentais
para garantir que a grelha esteja em equilíbrio estático e possa suportar as cargas aplicadas.
Nos cenários práticos, é comum que os espaços intersticiais entre as barras das grelhas
sejam preenchidos com placas, geralmente chamadas de lajes, com a finalidade de distribuir
eficazmente as cargas aplicadas. Em tal configuração, mesmo em situações onde ocorrem
Que tal conhecer uma casa feita com elemento estrutural grelha?! Observe o trecho abaixo da reportagem:
“Em uma linguagem técnica, as grelhas são compostas por estruturas lineares, no caso vigas, situadas em
um mesmo plano por meio do qual formam uma malha capaz de resistir a cargas estruturais. Geralmente,
são vistas com espaçamentos regulares cruzados em ângulos retos que variam em dimensões conforme o
material utilizado.
A escolha pela estrutura em grelha auxilia não apenas na eficiência e rapidez da obra, facilitando inclusive
sua legibilidade, mas também se torna o elemento determinante na composição e distribuição dos espaços
internos. Por meio desse “ordenamento estrutural” é possível criar composições entre cheios e vazios que
enaltecem a estrutura escolhida e organizam as atividades programáticas.”
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/955471/grelhas-estruturais-em-casas-brasileiras-ordem-e-eficiencia
Para saber mais, entre na reportagem e conheça essa interessante residência.
A incorporação de barras com eixos curvos em uma grelha é uma possibilidade, visto
isso de acordo com a abordagem de Süssekind, quando uma barra possui um trecho curvo,
essa parte específica é comumente denominada como uma “viga-balcão.” Outra perspectiva,
proposta por Campanari, sugere que uma viga-balcão pode ser composta por dois trechos
retos unidos. No entanto, independentemente da abordagem adotada, os efeitos resultantes
em termos de esforços são consistentes: a presença de momentos fletores e torção, junta-
mente com o esforço cortante que age perpendicularmente ao plano da estrutura.
FIOS E CABOS
Alongamento e Deformação:
• Fios e cabos podem sofrer alongamento sob cargas, o que é uma consideração
crítica no projeto de elementos tensionados. Compreender o comportamento de
deformação é fundamental para evitar sobrecargas e falhas.
Flexibilidade e Ductilidade:
• A flexibilidade permite que fios e cabos se adaptem a diferentes configurações
e curvaturas. A ductilidade é a capacidade de esticar sem se romper, o que é
importante em situações onde cargas são aplicadas gradualmente.
Bons estudos!
FILME/VÍDEO
• Título: O Voo (Flight)
• Ano: 2012
• Sinopse: O filme segue um piloto (interpretado por Denzel
Washington) que lida com as consequências de um acidente aéreo.
Embora o enredo principal se concentre nas circunstâncias que
levaram ao acidente e nas questões éticas subsequentes, algumas
cenas podem envolver discussões e demonstrações relacionadas
à integridade estrutural de aeronaves.
DESLOCAMENTO
DE ESTRUTURA
ISOSTÁTICA
Plano de Estudos
• Linha elástica;
• PTV;
• Método da carga unitária;
• Método dos Deslocamentos
Objetivos da Aprendizagem
• Conceitos e Definições de Linha elástica, PTV, Método da carga
unitária, Deslocamentos;
• Campos de estudo do método dos deslocamentos;
• Breve histórico dos métodos de Linha elástica, PTV, Método da
carga unitária, Deslocamentos;
• Uso dos métodos de Linha elástica, PTV, Método da carga
unitária, Deslocamentos.
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a),
LINHA ELÁSTICA
Em algumas literaturas, vocês podem encontrar essa fórmula sendo definida como
relação momento - curvatura, ou seja, esta é a nossa fórmula da linha elástica.
PTV
W_ext = W_int
Isso resulta em uma equação que pode ser usada para resolver os deslocamentos
desconhecidos. A equação geral é:
IMAGEM 5: TRELIÇA
É importante observar que, uma vez que a força virtual (P = 1 kN) foi aplicada para
baixo no ponto B da treliça, o deslocamento resultante de 8,888 mm é apresentado como
positivo, uma vez que ocorre na mesma direção e sentido da aplicação da força virtual que
foi adotada.
Para simplificar o processo de integração, é viável utilizar tabelas de integrais que
se baseiam na geometria dos diagramas de esforços internos. No entanto, é fundamental
que os diagramas sejam traçados com precisão tanto para as cargas reais quanto para
as cargas virtuais em cada componente da estrutura do pórtico. Além disso, é necessário
Em tese, na aplicação do PTV aos pórticos planos isostáticos, devem ser conside-
rados os efeitos de todos os três esforços internos (M, Q e N):
Entretanto, tal como nas vigas, o efeito do momento fletor, “geralmente” acaba
sobressaindo-se aos demais, de modo que, a influência do esforço cortante e do esforço
normal acabam sendo negligenciadas:
MÉTODO DA
CARGA UNITÁRIA
Aluno(a), Você já parou para analisar como os diferentes tipos de engastes podem influenciar no cálculo da
estrutura? Que tal investir tempo pesquisando sobre os diferentes tipos de apoio que uma estrutura pode
apresentar, e aperfeiçoar ainda mais seu conhecimento sobre estruturas.
Fonte: O autor, 2023.
Solução:
Aplicação da Carga Unitária:
Inicialmente, aplicamos uma carga unitária (1 kN) na seção central da viga, onde
desejamos calcular o deslocamento.
Cálculo das Reações de Apoio
A viga tem dois apoios, e a carga unitária aplicada a 2 metros do apoio esquerdo
gera um momento reativo e uma força reativa no apoio direito. Para calcular essas reações,
utilizamos as equações de equilíbrio.
Somas de forças verticais:
ΣFy = 0 R1 (reação no apoio esquerdo) - 1 kN (carga unitária) - 10 kN (carga
concentrada) = 0 R1 = 11 kN
Somas de momentos no apoio direito:
ΣM = 0 (Distância de 2 metros x 1 kN) - (Distância de 5 metros x 11 kN) + (Distância
de 3 metros x R2) = 0 R2 = 12 kN
Cálculo do Deslocamento:
Agora que temos as reações de apoio, podemos calcular o deslocamento na seção
central da viga.
O deslocamento (Δ) é dado pela fórmula:
Δ = (Carga Unitária) / (R2) = (1 kN) / (12 kN) = 1/12 metros
Convertendo para milímetros, temos Δ = (1/12) * 1000 mm = 83,33 mm
Portanto, o deslocamento vertical na seção central da viga é de aproximadamente
83,33 mm quando uma carga unitária é aplicada.
MÉTODO DOS
DESLOCAMENTOS
O método dos deslocamentos é uma técnica poderosa e flexível que permite ana-
lisar estruturas complexas com alto grau de indeterminação, o que o torna essencial na
Passo 3: Cálculo das Reações de Apoio A partir das equações de equilíbrio, você
determina as reações de apoio da estrutura. Em estruturas isostáticas, esse cálculo é direto,
pois a estrutura está em equilíbrio apenas com as reações de apoio.
Passo 4: Aplicação das Condições de Contorno Neste passo, você aplica as con-
dições de contorno da estrutura, que podem incluir restrições de deslocamento ou rotação
em pontos específicos. Essas condições refletem como a estrutura é apoiada e como ela
interage com seu entorno.
Passo 8: Resultados Vamos considerar que E = 200 GPa e I = 1.33e-4 m^4. Subs-
tituindo os valores na equação: u = -(10 kN * 2 m) / (2 * 200 GPa * 1.33e-4 m^4) u ≈ -0.075
mm (milímetros).
Portanto, o deslocamento vertical no ponto médio da viga é de aproximadamente
-0.075 mm, o que indica que a viga se move para baixo sob a ação da carga concentrada.
O sinal negativo indica a direção do deslocamento.
Até breve!
LIVRO
• Título: Análise de estruturas: conceitos e métodos básicos
• Autor: MARTHA, Luiz Fernando.
• Editora: Elsevier, 2010
• Sinopse: introdução abrangente aos conceitos fundamentais
e métodos básicos de análise de estruturas na engenharia civil.
Além de tópicos como estática, elasticidade, análise de tensões e
deformações, além de métodos clássicos para a determinação de
reações, momentos, cortantes e deslocamentos em estruturas.
FILME/VÍDEO
• Título:”Ponte dos Espiões”
• Ano: 2015
• Sinopse: É um drama de espionagem que se passa durante a
Guerra Fria e envolve negociações de troca de prisioneiros entre os
Estados Unidos e a União Soviética. A história destaca a construção
da Ponte Glienicke, uma ponte utilizada para trocas entre os dois la-
dos. Embora o filme não se aprofunde profundamente nos aspectos
técnicos da engenharia civil, ele destaca a importância da engenha-
ria na construção e manutenção de infraestrutura significativa.
MÉTODO DAS
FORÇAS
Plano de Estudos
• Grau de Hiperestaticidade;
• Escolha do sistema principal;
• Equação de compatibilidade;
• Resolução de estruturas hiperestáticas.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o método das forças;
• Compreender os tipos de graus hiperestáticos, e sua importância;
• Estabelecer os passos para resolução das estruturas
hiperestáticas abordando o método das forças.
INTRODUÇÃO
Bem-vindo(a) aluno(a),
Bons estudos!
GRAU DE
HIPERESTATICIDADE
Desafios Analíticos:
Excesso de Equações:
• Desafio: O número excessivo de equações de equilíbrio em relação às incógni-
tas pode tornar a solução do sistema complexa e difícil de obter usando métodos
tradicionais.
• Solução: Técnicas avançadas, como o Método das Forças, são empregadas
para lidar eficientemente com o excesso de equações, permitindo uma análise
mais precisa.
Determinação de Redundâncias:
• Desafio: Identificar as redundâncias estruturais é crucial, mas pode ser compli-
cado em sistemas complexos.
• Solução: Métodos de redução de redundâncias e técnicas de análise estrutural
avançada ajudam a determinar e gerenciar eficazmente os graus de liberdade
redundantes.
ESCOLHA
DO SISTEMA
PRINCIPAL
A escolha do sistema principal é uma etapa crucial no Método das Forças, influen-
ciando diretamente na eficiência e simplicidade da análise estrutural.
“Em seu coração, a engenharia é sobre usar a ciência para encontrar soluções criativas e práticas. É uma
profissão nobre”.
(Rainha Elizabeth II)
2. Simplificação de Equações:
• A escolha do sistema principal tem como objetivo principal a simplificação das
equações de equilíbrio e compatibilidade. Isolando um segmento específico da
estrutura, reduzimos o número de incógnitas e concentramos nossa análise em
4. Critérios de Escolha:
• A seleção do sistema principal pode ser baseada em diversos critérios, como a
presença de cargas concentradas, a localização de apoios fixos ou a existência de
elementos estruturais significativos. Áreas onde as forças e momentos são mais
proeminentes são frequentemente escolhidas para maximizar a eficácia da análise.
5. Exemplo Prático:
• Considere uma viga contínua com múltiplos apoios. Escolher uma seção espe-
cífica entre dois apoios pode simplificar a análise, permitindo a aplicação eficiente
do Método das Forças nesse trecho isolado, sem a necessidade de considerar a
estrutura como um todo.
8. Adaptação Contextual:
• A escolha do sistema principal não é uma abordagem universal e pode variar
de acordo com a natureza específica da estrutura, os objetivos da análise e as
condições de contorno. Os engenheiros adaptam essa escolha com base no
contexto para obter os resultados mais relevantes.
Agora vamos entender na prática como essa escolha funciona. Analise o exemplo abaixo:
Dados:
• Comprimento total da viga: L
• Carga concentrada no centro: P
• Apoio em A: Articulação (permitindo rotação)
• Apoio em B: Engaste (impedindo rotação e deslocamento vertical)
Objetivo:
Escolher o sistema principal para análise no Método das Forças.
Passos:
Identificação de Áreas Críticas:
• Examine a estrutura e identifique áreas onde as forças e momentos são mais
significativos. Isso geralmente ocorre perto de cargas concentradas ou mudanças
bruscas na geometria.
Seleção do Sistema Principal:
• Com base na análise das áreas críticas, escolha um trecho específico da viga
para ser o sistema principal. Este trecho deve simplificar a análise, concentran-
do-se em onde as ações estruturais são mais intensas.
Critérios de Escolha:
• Considere a presença de cargas, variações geométricas, e condições de apoio
ao selecionar o sistema principal. O objetivo é escolher uma região que permita
uma análise mais direta e eficiente.
Solução:
Vamos escolher como sistema principal o trecho da viga entre os apoios A e B,
excluindo os apoios em si. Este trecho inclui a carga concentrada P e é uma área onde as
reações e momentos são significativos. A escolha é justificada pelos seguintes motivos:
• A presença da carga concentrada no centro sugere que a região próxima a P
terá um impacto significativo nas reações nos apoios.
A partir dessa escolha, podemos prosseguir com a aplicação do Método das Forças
para determinar as reações nos apoios, forças internas e outros parâmetros estruturais
relevantes nesse trecho específico.
Desta forma teremos:
Vamos denotar as reações nos apoios como Ay em A e By em B.
Fonte: https://www.politecnica.pucrs.br/professores/soares/Hiperstatica_I/Capitulo_02.pdf
Momento em A: =0
Devido à condição de articulação em A.
Momento em B: =0
Também devido à condição de engaste em B.
EQUAÇÃO DE
COMPATIBILIDADE
No âmbito do Método das Forças, a análise estrutural avançada demanda não ape-
nas a resolução das equações de equilíbrio, mas também a consideração das deformações
na estrutura. A “Equação de Compatibilidade” emerge como um elemento-chave nesse
processo, fornecendo um elo crucial entre os deslocamentos e as rotações, essenciais para
compreender o comportamento de estruturas hiperestáticas.
Dado o grau de hiperestaticidade (gh) conhecido, permitimos a liberação do núme-
ro necessário de graus de liberdade para transformar a estrutura em uma forma isostática.
Essa forma resultante é chamada de forma principal ou sistema fundamental. Para manter a
compatibilidade estática, introduzimos o esforço (no caso X1) presente no vínculo rompido,
que permanece como uma incógnita do problema. É importante observar que, durante a
transição da estrutura para a forma principal, estamos permitindo uma deformação que, na
realidade, não existe.
A abordagem empregada pelo Método das Forças para analisar uma estrutura
hiperestática consiste em somar uma série de soluções básicas que atendem às condições
de equilíbrio, mas não satisfazem as condições de compatibilidade da estrutura original. A
restauração das condições de compatibilidade ocorre por meio da superposição dessas so-
luções. Cada solução básica, individualmente, não cumpre as condições de compatibilidade
da estrutura original, as quais são restabelecidas quando todas as soluções básicas são
sobrepostas. A estrutura utilizada para a superposição das soluções básicas é geralmente
uma estrutura isostática derivada da estrutura original pela eliminação de vínculos. Essa
estrutura isostática é denominada Sistema Principal (SP). As forças ou momentos asso-
ciados aos vínculos liberados representam as incógnitas do problema e são denominados
hiperestáticos. O Sistema Principal (SP) adotado neste exemplo é a estrutura isostática
ilustrada na figura abaixo.
Fonte: MARTHA, 2010
δ10=−13.64×10−3 rad
δ20=+115.2×10−3 m
O sinal negativo associado à rotação δ10 indica que a rotação ocorre no sentido
oposto ao considerado para o hiperestático X1no caso (1) subsequente. Analogamente,
IMAGEM 6: X1 ISOLADO NO SP
δ11=+0.1152×10−3 rad/kNm
δ21=−0.6997×10−3 m/kNm
De maneira análoga ao caso (1), destaca-se o hiperestático X2, adotando um valor uni-
tário multiplicado pelo seu valor final. A rotação δ12e o deslocamento horizontal δ22induzidos
por X2=1 nas direções dos vínculos eliminados para a criação do Sistema Principal também são
considerados coeficientes de flexibilidade. As unidades desses coeficientes são, por definição,
unidades de deslocamento ou rotação divididas pela unidade do hiperestático X2:
No nó B:
δ20+δ21X1+δ22X2 = 0
Então teremos:
O sinal de X1é positivo, pois está alinhado com o sentido anti-horário estabelecido
para X1=1 no caso (1), enquanto o sinal de X2é negativo, indicando uma direção oposta.
RESOLUÇÃO DE
ESTRUTURAS
HIPERESTÁTICAS
3. Equações de Equilíbrio:
A aplicação rigorosa das equações de equilíbrio, considerando momentos e forças
verticais e horizontais, é fundamental para a resolução do sistema.
4. Equação de Compatibilidade:
A equação de compatibilidade é essencial para garantir que os deslocamentos
sejam consistentes com a configuração da estrutura, mantendo a integridade do sistema.
5. Resultados Finais:
As reações de apoio e os momentos resultantes obtidos (Ay, By, MA, MB) oferecem
uma compreensão completa do comportamento da estrutura hiperestática sob o carrega-
mento distribuído.
Chegamos ao fim desta unidade dedicada ao Método das Forças. Ao longo desse
percurso, exploramos conceitos fundamentais, desde a escolha estratégica do Sistema
Principal até a aplicação cuidadosa do Princípio das Forças Virtuais (PFV) e da equação
de compatibilidade. O exemplo prático proporcionou uma visão detalhada do processo
analítico, evidenciando a eficácia desse método na obtenção de soluções precisas.
É crucial reter a importância da rigidez estrutural, representada pelo produto EI, na
resposta da estrutura às cargas aplicadas. A habilidade de superar os desafios analíticos
associados à hiperestaticidade amplia significativamente as possibilidades de projeto e
análise estrutural, conferindo ao engenheiro as ferramentas necessárias para lidar com
situações complexas.
Ao prosseguir com seus estudos, lembre-se de aplicar esses princípios de forma
crítica e adaptativa, garantindo uma compreensão profunda das nuances envolvidas na
análise estrutural. Este conhecimento não apenas fortalecerá suas habilidades analíticas,
mas também abrirá portas para enfrentar desafios estruturais mais complexos no futuro.
Desejo-lhe sucesso contínuo em sua jornada acadêmica e profissional. Seja
persistente na busca do conhecimento e esteja sempre aberto a novos desafios. Estou
à disposição para auxiliar em futuras dúvidas ou explorações neste fascinante campo da
engenharia estrutural.
Até breve!
LIVRO
• Título: Análise Estrutural Para Engenharia Civil e Arquitetura.
Estruturas Isostáticas
• Editora: Pini; 2ª edição (13 dezembro 2011)
• Sinopse: O livro aborda conceitos teóricos, métodos de análise,
cálculos de reações, momentos e esforços em vigas e estruturas
isostáticas, em geral.
FILME/VÍDEO
• Título: Estrelas além, do tempo
• Ano: 2016
• Sinopse: O livro e o filme destacam as contribuições significativas
de mulheres afro-americanas, conhecidas como “computadoras
humanas”, que desempenharam papéis fundamentais no progra-
ma espacial dos Estados Unidos durante a era da corrida espacial.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=wx3PVtrU-Os
MÉTODO DOS
DESLOCAMENTOS
Plano de Estudos
• Fatores de forma e carga;
• Momento de engaste perfeito;
• Grau de hiperestaticidade;
• Convenções de sinais.
Objetivos da Aprendizagem
• Entender o significado e a aplicação dos fatores de forma na
análise estrutural;
• Explorar os diferentes tipos de momentos que ocorrem em um
engaste perfeito;
• Definir e quantificar o conceito de grau de hiperestaticidade em
uma estrutura;
• Entender o papel das equações de coerência na análise estrutural
através da convenção de sinais.
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a),
É com entusiasmo que damos as boas-vindas à nossa última unidade da disci-
plina. Ao longo deste período, mergulharemos em conceitos fundamentais que moldam a
compreensão da disciplina de mecânica das estruturas, proporcionando-lhe ferramentas
analíticas essenciais para desafios mais complexos.
Os tópicos que abordaremos nesta unidade são cruciais para uma análise estrutu-
ral sólida. Desde a contextualização dos fatores de forma e carga até a compreensão dos
momentos em um engaste perfeito, cada conceito desempenha um papel fundamental na
resolução de estruturas complexas. O grau de hiperestaticidade e as equações de coe-
rência serão explorados minuciosamente, permitindo uma visão abrangente e a aplicação
prática desses conceitos.
Ao longo desta jornada, encorajamos você a mergulhar de cabeça nos desafios
propostos, buscando não apenas entender os conceitos teóricos, mas também aplicá-los
em cenários práticos. O conhecimento adquirido nesta unidade será crucial para futuras
análises, onde avançaremos pelos tópicos de Fatores de forma e carga, momento de en-
gaste perfeito, grau de hiperestaticidade e sua convenção de sinais.
Desejamos a você uma experiência de aprendizado enriquecedora. Esteja prepara-
do para questionar, explorar e aprofundar seu entendimento. Estamos aqui para apoiá-lo(a)
em cada passo do caminho.
Bons estudos!
FATORES DE
FORMA E CARGA
Nesta etapa inicial, vamos focar em dois pilares fundamentais: os fatores de forma
e os fatores de carga.
Fatores de Forma:
Os fatores de forma desempenham um papel essencial ao considerarmos as defor-
mações em uma estrutura. Eles nos fornecem informações cruciais sobre a distribuição das
deformações em diferentes partes da estrutura, permitindo-nos entender como ela responde
a cargas externas. Ao compreender os fatores de forma, ganhamos insights valiosos sobre
a flexibilidade estrutural e sua capacidade de resistir a diferentes tipos de carregamentos.
Fatores de Carga:
Por outro lado, os fatores de carga são igualmente importantes, pois estão direta-
mente relacionados à aplicação de forças externas na estrutura. Eles nos ajudam a quanti-
ficar o efeito de diferentes tipos de carregamentos na resposta estrutural. Compreender os
fatores de carga é crucial para antecipar como as forças externas afetam os deslocamentos
e as deformações em pontos específicos da estrutura.
Ao dominar esses conceitos, você estará melhor preparado para aplicar o Método
dos Deslocamentos na análise de estruturas complexas.
MOMENTO DE
ENGASTE PERFEITO
Exemplo:
Imagine uma viga engastada em uma extremidade. O momento de engaste perfeito
seria o momento fictício que faria com que essa extremidade, normalmente impedida de
girar, começasse a girar. Essa informação é crucial ao analisar como a viga responde a
diferentes tipos de carregamento.
Em resumo, o momento de engaste perfeito é uma ferramenta conceitual valiosa
que nos ajuda a simplificar e entender o comportamento de estruturas, especialmente
quando lidamos com condições de suporte complexas. Ele descreve o momento fictício
que faria um ponto de engaste começar a girar, contribuindo para análises mais eficientes
e precisas em Mecânica das Estruturas.
Suponha que você tenha uma viga simplesmente apoiada e queira encontrar o
momento de engastamento perfeito na extremidade. Consultando uma tabela apropriada
para uma viga simplesmente apoiada, você pode encontrar o valor correspondente para o
momento de engastamento perfeito. Veja a imagem 01:
Embora as tabelas forneçam valores úteis, é crucial lembrar que as estruturas reais
podem envolver complexidades não contempladas nas tabelas. O uso criterioso dessas
informações é fundamental para análises precisas.
GRAU DE
HIPERESTATICIDADE
Para entender melhor, considere uma viga hiperestática com vários apoios e carre-
gamentos. As equações de compatibilidade relacionam os deslocamentos desconhecidos
em diferentes seções da viga, fornecendo um conjunto adicional de equações necessárias
para resolver completamente a estrutura. Essas equações são fundamentais para a aplica-
ção eficaz do Método dos Deslocamentos em estruturas hiperestáticas.
Resolução Prática:
Ao encontrar um grau de hiperestaticidade positivo, indica-se que a estrutura é
hiperestática e exige métodos analíticos mais avançados, como o Método dos Desloca-
mentos. Já um grau negativo sugere que a estrutura é hipostática, e pode ser tratada com
métodos tradicionais de equilíbrio.
Esse processo prático não apenas ajuda a determinar o grau de hiperestaticidade,
mas também orienta a escolha da abordagem analítica mais apropriada para analisar a
estrutura em questão.
CONVENÇÃO
DE SINAIS
Deslocamentos:
• Positivo: Direção do deslocamento no sentido escolhido.
• Negativo: Direção oposta ao deslocamento no sentido escolhido.
• Exemplo: Para uma viga, um deslocamento positivo pode ser para cima, en-
quanto um deslocamento negativo seria para baixo.
Rotações:
• Positivo: Rotação no sentido anti-horário (convenção padrão, mas pode variar).
• Negativo: Rotação no sentido horário.
• Exemplo: Para um eixo, uma rotação positiva seria no sentido anti-horário,
enquanto uma rotação negativa seria no sentido horário.
Perceba a importância de adotar o sistema de convenção de sinais corretos, pois muitas vezes os cálculos
podem estar certos, porém com os sinais incorretos, o que acarreta um erro estrutural considerável. Pes-
quise e se aprofunde a respeito das convenções de sinais adotadas.
Reações de Apoio:
• Positivo: Direção e sentido da reação de apoio que impede o movimento na
direção escolhida.
• Negativo: Direção e sentido opostos à reação de apoio que impede o movimento
na direção escolhida.
• Exemplo: Para um apoio que impede o movimento horizontal para a direita, a rea-
ção positiva seria para a esquerda, enquanto a reação negativa seria para a direita.
Equações de Equilíbrio:
Sistemas de equações:
LIVRO
• Título: Elementos finitos: a base da tecnologia CAE.
• Autor: ALVES FILHO
• Editora: Editora Érica - Sob Demanda; 6ª edição (30 julho 2009)
• Sinopse: É uma visão equilibrada entre teoria e prática. Explica
ainda como abordar de forma adequada a Introdução da Tecnolo-
gia CAE no desenvolvimento dos produtos, nos quais o conceito de
engenharia preditiva está presente.
FILME/VÍDEO
• Título: Isostática - Aula 02 - Grau de hiperestaticidade: estrutura
hipostática, isostática ou hiperestática
• Ano: 2016
• Sinopse: A aula irá abordar os principais pontos para definição
do grau de hiperestaticidade, complementando todo o conteúdo
visto nesta apostila.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=EKsaPwnWcW8&t=2s
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, Paulo Sérgio. Vigas de concreto armado. Bauru, 2017. Disponível em: https://
wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto2/Vigas.pdf . Acesso em 07 de jan. 2024.
IACOCCA, L.; NOVAK, W. Iacocca: uma autobiografia. Editora Bantam Books: New York,
2012.
J. F. Silva Gomes, FEUP - Mecânica dos materiais e estruturas lineares. Porto, 2009
KALIL, Silvia. Hiperstática I. Cidade: Rio Grande do SUL. Disponível em: https://www.
politecnica.pucrs.br/professores/soares/Hiperstatica_I/Capitulo_02.pdf Acesso em: 15 nov.
2023.
MARTHA, Luiz. Análise das estruturas II. Cidade: Rio de Janeiro. Disponível em: https://
www.tecgraf.puc-rio.br/ftp_pub/lfm/civ1127roteiroMF.pdf . Acesso em: 15 nov. 2023.
SORIANO, H. L. Estática das Estruturas. 4. ed. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2014.
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