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Foz do Iguaçu, 30 de abril de 2012
1- LAUDO TÉCNICO DE CONTESTAÇÃO
1.1 – INTRODUÇÃO
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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seguinte formado por dois ou três algarismos, indica o limite de resistência mínimo à
tração do metal depositado pelo eletrodo em 1000 psi (ksi) sem considerar a
diluição, ou a influência do metal base. O digito seguinte indica a posição de
soldagem em que o eletrodo pode ser utilizado, o próximo digito, que é o ultimo para
os eletrodos de aço carbono indica a natureza do revestimento, portanto as
características operacionais. Nos eletrodos de baixa liga ainda um hífen seguido de
um conjunto de números e letras estabelece a classe de composição química.
Exemplo para o código A1 o significado é eletrodo de aço carbono-molibdênio (0,40-
0,65).
Para os eletrodos de aço inoxidável (AWS A5.4) os eletrodos são divididos em 5
grupos, quanto a característica do revestimento:
EXXX-15, EXXX-16, EXXX-17, EXXX-25, EXXX-26
15 opera em corrente contínua CC+, revestimento básico, para todas as posições
de soldagem;
16 opera em CC+ e CA, revestimento rutilico, todas as posições;
17 opera em CC+ e CA, revestimento rutilico+sílica, todas as posições;
25 eletrodo sintético (alma de aço carbono) opera em CC+, revestimento básico,
contendo ferro-ligas e pós metálicos, posições plana e horizontal e
26 eletrodo sintético, opera em CC+ e CA, revestimento rutílico, posições plana e
horizontal.
XXX indica a designação do metal depositado segundo AISI (American Iron and
Steel Institute).
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2.3 – PROCESSO DE SOLDAGEM ARAME TUBULAR
A soldagem a arco com arame tubular (FCAW - Flux Cored Arc Welding [2]) é um
processo que produz a coalescência de metais pelo aquecimento destes com um
arco elétrico estabelecido entre um arame tubular, contínuo, consumível e a peça de
trabalho. A proteção do arco e do cordão de solda é feita por um fluxo de soldagem
contido dentro do arame, que pode ser suplementada por um fluxo de gás fornecido
por uma fonte externa. Além da proteção, os fluxos podem ter outras funções,
semelhantes às dos revestimentos de eletrodos, como desoxidar e refinar (evitar a
formação de grãos grosseiros e garantir a continuidade das propriedades do
material soldado, diminuindo a probabilidade de surgimento de defeitos como o
trincamento a quente, por exemplo.) o metal de solda, adicionar elementos de liga,
estabilizar o arco.
Existem duas variações básicas do processo arame tubular. Uma, em que toda a
proteção necessária é gerada pelo próprio fluxo contido no arame, internamente,
chamada de arame autoprotegido, e outra, em que a proteção é complementada
por uma nuvem de gás, geralmente o CO 2. O Processo Arame tubular é semelhante
ao processo MIG/MAG, no que diz respeito a equipamentos e principio de
funcionamento.
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2.4 – PROCESSO DE SOLDAGEM MIG-MAG
A soldagem a arco com proteção gasosa (GMAW - Gas Metal Arc Welding [2]) é um
processo em que a união de peças metálicas é produzida pelo aquecimento destas
com um arco elétrico estabelecido entre um arame metálico nu, consumível, e a
peça de trabalho. A proteção do arco e a região da solda contra contaminação da
atmosfera é feita por um gás ou uma mistura de gases, que podem ser inertes ou
ativos. No Brasil o processo é conhecido como MIG (Metal Inert Gas) quando a
proteção utilizada é inerte e MAG (Metal Active Gas) quando o gás de proteção é
ativo.
O calor gerado pelo arco é usado para fundir as peças a serem unidas e o arame,
que é transferido para a junta e constitui o metal de adição.
O diâmetro dos arames utilizados varia normalmente entre 0,8 e 2,4 mm. O
processo MAG é utilizado para a soldagem dos materiais ferrosos, tendo como gás
de proteção o CO2 ou misturas ricas neste gás, enquanto a soldagem MIG pode ser
utilizada na soldagem de ferrosos e não ferrosos.
Uma das vantagens MIG/MAG quando comparada a soldagem com eletrodos
revestidos é a não existência de fluxos de soldagem e conseqüentemente ausência
de operações de remoção de escória.
Os principais consumíveis utilizados na soldagem MIG/MAG são o arame, gás de
proteção e quase sempre líquido contra adesão de respingos.
Os arames para soldagem são constituídos de metais ou ligas metálicas que
possuem composição química, dureza, condições superficiais e dimensões bem
controladas, para evitar falhas na alimentação instabilidade do arco e
descontinuidades no cordão de solda.
Os arames de aço para soldagem MIG/MAG e a arco submerso SAW são
tradicionalmente cobreados. A película de cobre, de aproximadamente 25 microns,
protege o arame contra a corrosão atmosférica e melhora o contato elétrico entre
este e o bico de contato na tocha de soldagem, assim como faciltita a abertura do
arco. O cobreamento é uma forma de proteção catódica, isto é, o elemento protetor
deve ser mais nobre que o protegido, e sua ação protetora se dá pela formação de
uma camada continua que o isola do meio corrosivo, devendo, entretanto, ter uma
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certa espessura mínima.
Para a produção industrial de fios de aço cobreados os métodos mais importantes
são a deposição eletrolítica e a química. Nestes processos são utilizados produtos
químicos corrosivos e/ou ácidos, que podem ficar retidos nas irregularidades
superficiais do arame favorecendo a corrosão do aço ou do cobre e a formação de
pilhas galvânicas que por sua vez provocam intensa corrosão localizada. Assim, os
arames de aço, que não apresentem uma camada contínua, uniforme e com uma
espessura mínima adequada de cobre teriam uma resistência à corrosão ainda
inferior à de arames sem cobreamento. Esta diferença de comportamento é mais
notada durante a estocagem dos arames cobreados sem a adoção de medidas
adequadas, como o controle da umidade, uso de embalagens seladas. Arames
cobreados estocados em ambientes inadequados apresentam corrosão superior à
de arames não cobreados em certas condições.
Não existem variações de comportamento e estabilidade do processo de soldagem
com arames cobreados e não cobreados. Entretanto, quando se usam arames não
cobreados, o desgaste do bico de contato é maior. Arames não cobreados, do ponto
de vista da higiene e da saúde do soldador ou do operador de soldagem são menos
agressivos e tóxicos.
Arames de aço usados com proteção de Co 2 contém maiores teores de silício e
manganês em sua composição, devido à sua ação desoxidante. A seleção do
arame a ser usado numa dada operação é feita em termos da composição química
do metal de base, do gás de proteção e das propriedades desejadas para a solda.
As especificações AWS de arames para soldagem MIG/MAG de materiais diferentes
e dada a seguir:
AWS A 5.7 Arames de Cobre e suas ligas
AWS A 5.9 Arames de aço inoxidável
AWS A 5.10 Arames de Alumínio e suas ligas
AWS A 5.14 Arames de Níquel e suas ligas
AWS A 5.15 Arames para soldagem de ferro fundido
AWS A 5.16 Arames de Titânio e suas ligas
AWS A 5.18 Arames sólidos e tubulares de aço carbono
AWS A 5.19 Arames de Magnésio e suas ligas
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AWS A 5.21 Arames para revestimento
AWS A 5.24 Arames soldagem de Zircônio
AWS A 5.28 Arames de aços de baixa liga
Quando os arames tem a seção inteiramente metálica são chamados de arames
“sólidos”.
A classificação AWS dos arames para soldagem de aços pelas especificações AWS
A 5.18 e A 5.28 que engloba arames sólidos e arames com enchimento metálico
tem o seguinte formato:
AWS ER XXXA – YYY HZ
E: eletrodo para soldagem a arco;
R: vareta;
XXX: limite de resistência mínimo do metal depositado em ksi;
A: pode ser “S” para arame sólido ou “C” para tubular;
YYY requisitos de composição química do eletrodo ou do metal depositado;
HZ teor de Hidrogênio difusível.
Arames ou fios recobertos como na imagem acima, com uma delgada película de
cobre; apesar da nesh classificar como fio, no mercado e nas próprias embalagem
dos fabricantes e fornecedores do mercador consumidor, identificam como ARAME,
vide anexo:
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ocorre sob uma camada de um material granular fusível, chamado de “fluxo”, que é
colocado sobre a região, protegendo-o da contaminação pela atmosfera.
A adição do metal é obtida do próprio arame, que tem a forma de fio ou fita
contínuos e alimentados mecanicamente, podendo ser suplementado por outros
arames ou materiais contidos no fluxo de soldagem.
Os arames podem ser sólidos (como no processo MIG/MAG), tubulares, fitas e são
fornecidos em carreteis ou bobinas. Os arames sólidos normalmente são
cobreados, exceto aqueles para soldagem de materiais resistentes à corrosão ou
para aplicações nucleares.
Os arames para soldagem a arco submerso têm um diâmetro entre 2,4 e 6 mm,
permitindo a soldagem com elevada densidade de corrente. Também existem
consumíveis em forma de fita, em geral com espessura de 0,5 mm e largura de 15 a
90 mm, utilizada com sua largura perpendicular à direção de soldagem, resultando
cordões largos com baixa diluição, adequados para revestimentos.
Os arames são especificados com base em sua composição química, sendo
divididos em três tipos: de baixo(L), médio(M) e alto(H) teor de manganês, dentro de
cada grupo os arames podem ter diferentes teores de carbono e teores de Silício
alto ou baixo (K). De forma geral C, Mn e Si favorecem deposição de cordões com
maior resistência e dureza, o Si favorece a fluidez da poça de fusão aumentando a
resistência à porosidade e melhorando o formato dos cordões depositados com alta
velocidade de soldagem.
Exemplo:
EL 8, EL 8K, EL 12 baixo manganês
EM 11K, EM 12K, EM 15K médio manganês
EH 10K, EH 12K, EH 14 alto manganês
Os fluxos para soldagem a arco submerso são compostos de uma mistura de óxidos
e outros minerais, podendo ainda conter ferro-ligas e tem diversas funções na
operação, entre elas estabilizar o arco, fornecer elementos de liga para o metal de
solda, proteger o arco e o metal aquecido da contaminação pela atmosfera,
minimizar as impurezas no metal de solda, formar escória com certas propriedades
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físicas e químicasque podem influenciar o aspecto e o formato do cordão de solda,
sua destacabilidade, a ocorrência de mordeduras, etc.
Quanto ao processo de fabricação os fluxos podem ser fundidos ou aglomerados.
Os fluxos fundidos são produzidos pela fusão da mistura de seus componentes em
fornos elétricos ou por queimadores. Depois de fundida é feita alguma adição final e
a carga do forno é resfriada em água ou coquilha, solidificando-se. Seguem-se a
secagem, britagem, moagem, peneiramento e embalagem.
Nos fluxos aglomerados os ingredientes são pulverizados, misturados a seco e
aglomerados com silicato de Potássio, sódio ou uma mistura dos dois. Depois disso
a mistura úmida é pelotizada e aquecida a uma temperatura mais baixa que aquela
utilizada nos fluxos fundidos. O material obtido é moído, peneirado e embalado.
Este tipo de fluxo possibilita fácil adição de desoxidantes e elementos de liga. Este é
o tipo de fluxo mais utilizado no Brasil.
Quanto às características químicas os fluxos podem ser: básicos, ácidos ou neutros.
De modo geral fluxos de maior basicidade tendem a reduzir os teores de oxigênio,
enxofre e fósforo do metal depositado, melhorando assim as propriedades
mecânicas, em particular a resistência à fratura frágil.
Os fluxos também são classificados quanto a sua influência sobre a composição
química do metal depositado e podem ser ativos, neutros ou ligados. Os neutros
não influenciam na composição química do metal depositado, os ativos incorporam
elementos de liga como Mn e Si e os ligados incorporam outros elementos além do
Mn e Si.
A AWS possui especificações destinadas aos consumíveis para a soldagem a arco
submerso.
AWS A5.17 arames de aço carbono e fluxos para soldagem SAW;
AWS A5.23 arames de aço de baixa liga e fluxos para soldagem SAW, em
ambas a designação de um fluxo é sempre feita em combinação
com um eletrodo:
FSXXX – ECXXX-HX
F indica fluxo para soldagem SAW
S indica que o fluxo é fabricado de escória moída ou de escoria misturada com fluxo
virgem. A omissão do “S” indica fluxo virgem.
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Primeiro X indica tensão mínima à tração do metal depositado
Segundo X indica condição de TT do metal de solda antes dos ensaios
Terceiro X indica a temperatura acima da qual as propriedades de impacto excedem
27Joules
E Eletrodo
C Arame tubular com enchimento metálico
HX hidrogênio difusível.
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e oxigênio), os metais de adição e os fluxos de soldagem, se usados.
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2.9 – DESOXIDANTES
Cryolite Na3AlF6
Fluoreto de Bario BaF2
Fluoreto de Litio LiF
Cloreto de Litio LiCl
Whiterite BaCO3
Fluorita CaF2
Cal CaO
Sílica SiO2
Dolomita MgO
Alguns destes componentes estão ilustrados nos quesitos.
2.11 – DECAPANTES
3. ANÁLISE TÉCNICA
3.1 Esclarecimentos Preliminares
3.1.1 No Termo de Início de Diligência Fiscal e Intimação N.014/2012, Mandado de
Procedimento Fiscal (MPF) Nº 0910600-2012-00042-6, emitido pela Delegacia da
Receita Federal de Foz do Iguaçu, em 14/02/12, na folha 08, Termo de Constatação
Fiscal Nº 0910600.2012.00092-6 escrita à mão: “Na sequência ... contendo uma
cobertura CARBONADA de proteção contra oxidação...”.
Lêia-se: contendo uma cobertura ou filme superficial de cobre.
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3.1.2 Nas Planilhas de Descrição detalhada da Mercadoria Importada, nas folhas
09, 10 e 11, o Sr. Osvair afirma que os consumíveis de soldagem em questão não
possuem revestimentos externos nem internos. Esta afirmação é valida quando
comparamos estes consumíveis com aqueles empregados nos processos de
soldagem que utilizam o termo “revestimento”, conforme jargão da nomenclatura
técnica de soldagem, como por exemplo, os eletrodos revestidos (SMAW) e os
arames tubulares (FCAW). Esta posição será explicada com maior detalhamento no
item 3.
Cabe mencionar neste ponto que os itens (1) e (2) são consumíveis associados ao
processo de soldagem MIG/MAG, sendo portanto da mesma natureza, podendo ser
agrupados numa mesma classsificação e o ítem (3) são consumíveis associados ao
processo de soldagem Arco Submerso (SAW). Da mesma forma o termo arame de
ferro do ítem (3) é uma descrição errada da mercadoria importada, a qual deve ser
“arame de aço”
Destaca-se também que o cobre não tem a função nem de decapante nem de
fundente, prova disso é que este elemento não forma parte da composição química
dos fluxos ou fundentes de nenhum processo de soldagem. Por este motivo, o
cobreamento superficial dos arames de solda poderiam até não existir, a diferença
dos processos como o SMAW, FCAW e SAW, por mencionar alguns, onde os
revestimento ou os fundentes, internos ou externos, são indispensáveis para a
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execução da soldagem, conforme pode ser interpretado da revisão bibliográfica
apresentada nos ítens 2.9 e 2.10.
Das observações e fatos descritos nos parágrafos supra citados podemos afirmar
que os consumíveis em questão não poederiam ser classificados conforme a
classificação NCM 8311.
Notas de sub-posições:
C= 0,06 – 0,15 %
Mn = 1,40 – 1,85 %
Si = 0,80 – 1,15 %
Smax= 0,035 %
Pmax= 0,025 %
Cumax= 0,5 %
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Nimax= 0,15 %
Crmax= 0,15 %
Mbmax= 0,15 %
Vmax= 0,03 %
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Analizando as características das mercadorias em questão sob a ótica da NCM
podemos realizar as seguintes considerações:
Para o caso do ítem “arames de aço para soldagem de arco submerso”, classificado
com NCM 7217.30.90. Este material é um fio de arame de aço não ligado,
conforme estabelecido na nota 1d) do capitulo 72 NESH (teor de carbono inferior a
2% e com alguns elementos de liga dentro da faixa estabelecida por este capítulo),
e o mesmo esta revestido de um metal comun (cobre). Todos os processos de
fabricação estão exaustivamente descritos em este capítulo.
Para o caso do ítem “fios de solda MIG ER70S-6; FIOS (arame) de solda MIG, de
aço silício manganês, ER70S-6”, classificado com NCM 7229.20.00. Este material é
um fio de arame de aço silício-manganês (conforme Notas das subposições “1.e)
Aços silício-manganês” ) com um processo adicional de fabricação de depósito
catódico de metal de revestimento sobre o produto, neste caso cobre, previsto nas
descrições deste capítulo. Todos os processos de fabricação estão exaustivamente
descritos em este capítulo.
4 - PARECER FINAL.
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Figura 1 – Soldagem MIG/MAG (esquemática)
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Fig.3a - Tocha de soldagem Fig.3b - Alimentador para soldam MIG/MAG
O calor gerado pelo arco é usado para fundir as peças a serem unidas e o arame,
que é transferido para a junta constitui o metal de adição.
Os principais consumíveis utilizados na soldagem MIG/MAG são o arame e o gás de
proteção.
Os arames para soldagem MIG/MAG são constituídos de metais ou ligas metálicas
que possuem composição química, dureza, condições superficiais e dimensões bem
controladas e são tradicionalmente cobreados. A camada de cobre tem a finalidade
de proteger o arame contra a corrosão atmosférica e melhorar o contato elétrico
entre este e o bico de contato alojado na tocha de soldagem. A proteção do arame
pelo cobreamento do mesmo é dada através da camada contínua e uniforme que o
isola do meio corrosivo, devendo, entretanto, ter uma espessura mínima. Sem estas
condições estes arames apresentarão uma resistência à corrosão ainda inferior
quando comparados com arames cobertos por uma delgada película de cobre.
Os métodos mais utilizados para a produção industrial de fios de aço revestidos com
cobre são a deposição eletrolítica e a química.
Encontram-se também no mercado internacional arames não cobreados ou com
baixo teor de cobre para soldagem MIG/MAG. Resultados experimentais mostraram
que não há grandes variações de comportamento e estabilidade do processo de
soldagem com arames cobreados e não cobreados. Entretanto, quando se usam
arames não cobreados o desgaste do bico de contato parece ser maior.
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QUESITO 2: Responder de forma clara o que se entende por eletrodo e arame.
RESPOSTA: O arco elétrico é a fonte de calor mais utilizada na soldagem por fusão
de materiais metálicos. O arco elétrico consiste de uma descarga elétrica,
sustentada através de um gás ionizado, a alta temperatura, conhecido como
plasma. Nos processos de soldagem o arco elétrico opera entre um eletrodo plano,
ou aproximadamente plano (a peça), e outro que se localiza na extremidade (o
arame, vareta, eletrodo de tungstênio ou eletrodo revestido). O termo “eletrodo”
neste contexto é de origem puramente elétrico-eletrônica, que por sua vez tem
origem na física, e rege para todos os processos de soldagem sendo utilizado
extensivamente na literatura técnica e no jargão acadêmico.
No processo a arco com Eletrodo Revestido (SMAW), o arco elétrico ocorre entre
um “eletrodo” revestido consumível e a peça. O eletrodo é formado pelo arame
(alma), o qual é revestido concentricamente com uma massa composta de diversos
minerais e produtos químicos. O contato elétrico dos terminais da fonte de
soldagem é feito na peça de trabalho e no próprio eletrodo revestido, que tem numa
das suas extremidades uma região sem revestimento, exclusivamente para esta
finalidade (“ponta do eletrodo”).
No processo a arco com Proteção Gasosa (MIG/MAG), o arco elétrico é
estabelecido entre um eletrodo metálico nu (fio de arame em bobinas
continuamente alimentado), consumível, e a peça de trabalho. O contato elétrico
dos terminais da fonte de soldagem é feito na peça de trabalho e no bico de contato.
Assim, a partir deste bico, que geralmente é fabricado de cobre, o arame é
energizado, adquirindo a característica de “eletrodo”. Assim sendo, antes do bico de
contato o fio de arame é simplesmente isso, um fio de arame e, após a passagem
pelo bico de contato, ele passa a ser chamado de eletrodo propriamente dito. É por
esta razão que a literatura eventualmente se refere a este consumível como “arame-
eletrodo”. A figura 4 ilustra o arame saindo do bico de contato e o arco elétrico no
momento da soldagem.
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Fig.4 – Soldagem pelo processo MIG/MAG
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A decapagem química é praticada com ácidos que são capazes de provocar um
ataque uniforme (uma corrosão generalizada) na superfície do material, com o
intuito de eliminar os óxidos aderidos à mesma.
A eliminação de óxidos provocados em operações de soldagem é também feita por
decapagem. O princípio desta decapagem é o mesmo da decapagem industrial de
fabricantes de aços inoxidáveis, mas como os óxidos se concentram somente nas
regiões soldadas e não em toda a superfície do material, muitas vezes são
utilizados produtos decapantes na forma de gel ou pasta.
Seja qual for a decapagem química praticada, o objetivo da mesma supera o de
simples eliminação de óxidos: a decapagem deve remover as inclusões de sulfeto
de manganês presentes nas superfícies dos materiais e também, eliminar a região
descromizada que esta sempre presente embaixo do óxido formado.
Desta forma, os processos de decapagem participam na soldagem somente na fase
previa de preparação das superfícies a soldar, ou, no caso da soldagem de aços
inoxidáveis, na remoção dos óxidos nas superfícies soldadas, posterior às
operações de soldagem.
Logo, das definições dos livros e normas técnicas, concluímos que a delgada
película de cobre superficial dos arames e fios importados pela Soldamaq, não tem
a função de decapantes.
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QUESITO 4: Descrever a função dos fundentes nos Processos de soldagem :
calcita
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72.29:
Para o caso do item “arames de aço para soldagem de arco submerso”, classificado
com NCM 7217.30.90. Este material é um fio de arame de aço não ligado,
conforme estabelecido na nota 1d) do capitulo 72 NESH (teor de carbono inferior a
2% e com elementos de liga dentro da faixa estabelecida por este capítulo), e o
mesmo esta coberto de uma delgada película de cobre superficial. Todos os
processos de fabricação deste produto estão exaustivamente descritos e de
conformidade com este capítulo.
Para o caso do item “fios de solda MIG ER70S-6; Fios (arame) de solda MIG, de
aço silício manganês, ER70S-6”, classificado com NCM 7229.20.00. Este material é
um fio de arame de aço silício-manganês, de conformidade às Notas das
subposições “1.e) Aços silício-manganês” com um processo adicional de fabricação
de depósito catódico de cobre formando uma película com espessura inferior 0,25
microns sobre o produto, neste caso, cobre, também previsto taxativamente nas
descrições deste capítulo. Todos os processos de fabricação deste produto estão
exaustivamente descritos e de conformidade com este capítulo.
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5.1 STANDARD WELDING TERMS AND DEFINITIONS - ANSI / AWS A3.0 –
American Welding Society – Miami, Florida, USA.
5.2 ASME II – PARTE C. Asme Boiler and Pressure Vessel Code. Materials
Specification. New York, N.Y. USA, 2002.
5.3 THE WELDING HANDBOOK. Welding Process. Vol. 2 – Part 1 / 2. American
Welding Society. Miami, F.L. USA.
5.4 De PAULA, A. M. ALMEIDA A. E, TORRES I. V. - O novo processo de
cobreamento de arames para soldagem MIG-MAG da Belgo Mineira (instalação
multifios). Anais XV Encontro Nacional de Tecnologia da Soldagem. Associação
Brasileira de Soldagem – Vol II; São Paulo – SP, 1989.
5.5 GALANTINE, R. M., VILLEGAS E. A., CETLIN, P. R., MARQUES, P. V. – O
cobreamento como proteção contra corrosão de arames de aço para sodagem
mig/mag. Anais XV Encontro Nacional de Tecnologia da Soldagem. Associação
36
Brasileira de Soldagem – Vol I; São Paulo – SP, 1989.
5.6 GALANTINE, R. M., FILHO, F. De O. – Soldagem mig/mag com arame AWS
E70S-6 com diferentes revestimentos superficiais e gases de proteção. Anais XV
Encontro Nacional de Tecnologia da Soldagem. Associação Brasileira de Soldagem
– Vol I; São Paulo – SP, 1989.
5.7 PIFFER, W. D., MODENENSI, P. J., MARQUES P. V., - Uma avaliação da
influência da condição superficial do arame na soldagem MAG-CO2 con
transferência por curto circuito. Anais XXI Encontro Nacional de Tecnologia da
Soldagem. Associação Brasileira de Soldagem – Vol II; Caxias do Sul - RS, 1995.
5.8 MACHADO, I. G. – Soldagem e Técnicas Conexas: Processos. Porto Alegre –
RS, 1996.
5.9 PARANHOS R., SOUZA, A. C. – Soldagem a Arco Submerso. Coleção
Soldagem 2000. FIRJAM / SENAI. Rio de Janeiro – RJ, 1999.
5.10 MARQUES, P. V., MODENESI, P. J. BRACARENSE, A. Q. – Soldagem.
Fundamentos e Tecnologia – 2da Edição – UFMG. Belo Horizonte – MG, 2007.
5.11 LINNERT G. E., - Welding Metallurgy. Carbon and Alloy Steels; Vol. 1
Fundamentals; Fourth Edition. American Welding Society, Miami, Florida – USA,
1994.
5.12 JEFFERSON’S WELDING ENCYCLOPEDIA. 18ª Edition. American Welding
Society, Miami, Florida – USA,
5.13 ACESITA S.A / ARCELOR. Caderno 08 – Fevereiro de 2005
5.14 Descritivo técnico dos arames de solda, e eletrodos da marca ESAB,
fabricados no Brasil, vide página na internet. www.esab.com.br
5.15 Descritivo técnico dos arames de solda, e eletrodos da marca Belgo Bekaert,
fabricados no Brasil, vide página na internet. www.belgo.com.br
5.16 Descritivo técnico dos arames de solda, e eletrodos da marca GERDAU,
fabricados no Brasil, vide página na internet. www.gerdau.com.br
6 – GLOSSÁRIO TÉCNICO
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CWI Certified Welding Inspector (Inspetor de Soldagem Certificado)
AWS American Welding Society (Sociedade Americana de Soldagem)
SMAW Shielded Metal Arc Welding (Processo de Soldagem ao Arco com Eletrodos
Revestidos)
GMAW / MIG-MAG Gas Metal Arc Welding / Metal Inert Gas - Metal Active Gas
(Processo de Soldagem ao Arco com Proteção Gasosa)
FCAW Flux Cored Arc Welding (Processo de Soldagem ao Arco com Eletrodo
Tubular)
GTAW / TIG Gas Tungsten Arc Welding / Tungsten Inert Gas (Processo de
Soldagem ao Arco com Eletrodo de Tungstênio)
SAW Submerged Arc Welding (Processo de Soldagem por Arco Submerso)
OFW Oxifuel Welding (Processo de Soldagem por Chama)
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