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MARINHA DO BRASIL

RESUMO
Heros Scaylier Lima Dutra
herosdutra@hotmail.com
007.976.172-05

CÁLCULO DIFERENCIAL
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

ÍNDICE
1. Limite....................................................................................................................................2

2. Derivada............................................................................................................................... 4
2.1 Regra da Cadeia...................................................................................................................... 5
2.2 Regras de Derivação...............................................................................................................5

3. Integral................................................................................................................................. 7
3.1 Integral Definida..................................................................................................................... 7
3.2 Integral por Partes..................................................................................................................9
3.3 Integral por Substituição..................................................................................................... 11
3.4 Substituição Trigonométrica...............................................................................................13
3.5 Volume de Revolução.......................................................................................................... 15
3.6 Área sob o Gráfico................................................................................................................
Heros Scaylier Lima Dutra 17
herosdutra@hotmail.com
4. Teorema do Valor Médio..................................................................................................
007.976.172-05 20

5. Teorema Fundamental do Cálculo.................................................................................. 22

6. Extremos de Função de Uma Variável............................................................................ 24

7. Extremos de Função de Múltiplas Variáveis.................................................................. 27

8. Teorema da Hessiana....................................................................................................... 30
8.1 Matriz Hessiana.................................................................................................................... 30
8.2 Teste da Segunda Derivada................................................................................................ 30

9. Aplicações de Derivadas e Integrais em Problemas Físicos......................................... 33

1
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Para iniciarmos os estudos de derivadas e integrais, primeiramente devemos ter em mente


o conceito de limites, que é o que antecede esses dois conceitos:

1. Limite
A definição de limite é utilizada no intuito de expor o comportamento de uma função nos
momentos de aproximação de determinados valores. O limite de uma função possui
grande importância no cálculo diferencial e nos outros ramos da análise matemática,
definindo derivadas e integrais e verificando a continuidade de funções.

Dizemos que uma função 𝑓(𝑥) tem um limite A quando x → a (→: tende a), isto é:

𝑓(𝑥) = 𝐴

se, tendendo 𝑥 para o seu limite, de qualquer maneira, sem atingir o valor 𝑎, o módulo de
𝑓(𝑥) – 𝐴 se torna e permanece menor que qualquer valor positivo, predeterminado, por
menor que seja.

O limite da soma de duas ou mais funções de mesma variável deve ser igual à soma dos
seus limites. Heros Scaylier Lima Dutra
herosdutra@hotmail.com
(𝑓(𝑥) 007.976.172-05
+ 𝑔(𝑥)) = 𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥)

O limite do produto de duas ou mais funções de mesma variável deve ser igual a
multiplicação de seus limites.

𝑓(𝑥) 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥) . 𝑔(𝑥)

O limite do quociente de duas ou mais funções de mesma variável deve ser igual à divisão
de seus limites, ressaltando que o limite do divisor seja diferente de zero.

𝑓(𝑥) 𝑓(𝑥)
𝑔(𝑥)
= 𝑔(𝑥)

O limite da raiz positiva de uma função é igual à mesma raiz do limite da função,
lembrando que esta raiz precisa ser real.

𝑛 𝑛
𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑥)
Exemplo:
Determinando o limite de uma função

𝑥−4 𝑥−4 1 1 1
2 = (𝑥−4)(𝑥+3)
= 𝑥+3
= 4+3
= 7
𝑥 −𝑥−12

2
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Perceba que, apesar de a função original não ser definida em 𝑥 = 4, conforme 𝑥 vai se
1
aproximando (tendendo a) 4, a função 𝑓(𝑥) vai se aproximando do valor 7
.

Heros Scaylier Lima Dutra


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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

2. Derivada
Agora que foi apresentado o conceito de limites, é possível avançar para o próximo nível, a
derivada. De forma resumida a derivada é um limite particular, escrito no seguinte
formato:

𝑑𝑓 ' 𝑓(𝑥+∆𝑥)−𝑓(𝑥)
𝑑𝑥
= 𝑓 (𝑥) = ∆𝑥

Dizemos que derivada é a taxa de variação de uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) em relação à 𝑥, dada
pela relação ∆𝑦 / ∆𝑥. Considerando uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥), a sua derivada no ponto 𝑥 = 𝑥0
corresponde à inclinação da reta tangente à curva naquele ponto, sendo inclinação
definida como a tangente do ângulo que essa reta faz com o eixo 𝑥.

De acordo com a relação ∆𝑦 / ∆𝑥, temos que:

∆𝑦 𝑓(𝑥+∆𝑥)−𝑓(𝑥)
∆𝑥
= ∆𝑥

Heros
É necessário estar ciente de que Scaylier
a Derivada Lima
é uma Dutra local da função, isto é, para
propriedade
um determinado valor de 𝑥.herosdutra@hotmail.com
Por isso não podemos envolver toda a função. Observe o
gráfico a seguir, ele demonstra a intersecção entre uma reta e uma parábola, função do 1º
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grau e função do 2º grau respectivamente:

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

2.1 Regra da Cadeia

Uma das fórmulas mais úteis de cálculo de uma variável é a regra da cadeia, utilizada para
calcular a derivada de funções compostas. A equação abaixo representa de forma genérica
esta regra:
[𝑔(𝑓(𝑥))]' = 𝑔'(𝑓(𝑥))𝑓'(𝑥).

2.2 Regras de Derivação

Segue um formulário de regras de derivação, sendo 𝑎 uma constante:

● Se 𝑓(𝑥) = 𝑎, então 𝑓'(𝑥) = 0.


● Se 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥, então 𝑓'(𝑥) = 𝑎.
𝑎 𝑎−1
● (Regra do tombo) Se 𝑓(𝑥) = 𝑥 , então 𝑓'(𝑥) = 𝑎𝑥
' '
● (Derivada da soma) [𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥)] = 𝑓 (𝑥) + 𝑔'(𝑥)
● [𝑎𝑓(𝑥)]' = 𝑎·𝑓'(𝑥).
● (Regra do produto) [𝑓(𝑥)𝑔(𝑥)]' = 𝑓'(𝑥)𝑔(𝑥) + 𝑓(𝑥)𝑔'(𝑥)
𝑓(𝑥) '
'
𝑓 (𝑥)𝑔(𝑥)−𝑓(𝑥)𝑔'(𝑥)
● (Regra do quociente): ⎡ 𝑔(𝑥) ⎤ =
⎣ ⎦ [𝑔(𝑥)]²
Heros Scaylier Lima Dutra
Vamos ver na prática. herosdutra@hotmail.com
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(Questão 01 - CPCEM 2017) Sabe-se que a função 𝑓: 𝑅→𝑅 é derivável e que 𝑓(0) = 𝑙𝑛(π) .
𝑓(𝑥) ' '
Nessas condições, se 𝑔(𝑥) = 𝑠𝑖𝑛 𝑒 ( ) e 𝑔 (0) = π, qual o valor de 𝑓 (0)?

a) − π
b) − 1
c) 0
d) 1
e) π

Comentários:
[𝑒𝑓(𝑥)] = 𝑓'(𝑥) • 𝑒𝑓(𝑥)
Utilizando a Regra da Cadeia para resolver a derivada da função composta, temos:

' ' '


𝑦 = 𝑢(𝑣(𝑥)) → 𝑦 = 𝑢 (𝑣(𝑥)) • 𝑣 (𝑥)

Aplicando para o problema:

5
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

𝑓(𝑥)
𝑔(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛[𝑒 ]
' 𝑓(𝑥) '
𝑔 (𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 𝑒 [ ]. [𝑒𝑓(𝑥)]
Sendo

'
[𝑒𝑓(𝑥)] = 𝑓'(𝑥) • 𝑒𝑓(𝑥)

Substituindo na derivada de 𝑔(𝑥), temos:

' 𝑓(𝑥)
𝑔 (𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 𝑒 [ ]𝑒𝑓(𝑥)𝑓'(𝑥)
'
Sabendo que 𝑔 (𝑥) = π, e que 𝑓(0) = 𝑙𝑛 (π) , substituímos na derivada e trabalhamos ela
'
para obter o valor de 𝑓 (0):

'
𝑔 (0) = π = 𝑐𝑜𝑠 𝑒 [ 𝑓(0)] 𝑒𝑓(0)𝑓'(0)
𝑙𝑛 (π)
π = 𝑐𝑜𝑠 [𝑒 ] ∙𝑓'(0) • 𝑒𝑙𝑛 (π)
'
HerosπScaylier
= 𝑐𝑜𝑠 [π] ∙𝑓
Lima(0)∙π Dutra
' '
herosdutra@hotmail.com
1 =− 1∙𝑓 (0) → 𝑓 (0) =− 1
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Resposta: Letra B

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

3. Integral

Agora que já se sabe o conceito de limite, e que a derivada é uma particularidade de um


limite. Podemos avançar para a integral.

A integral é basicamente a representação do valor de uma área. Quando aplicado em uma


função é possível extrair o valor de sua área em limites específicos.

3.1 Integral Definida

Suponhamos uma função f(x) ao qual seu gráfico seja curvo e que seja definida em um
intervalo de a até b. Vamos então desenhar alguns retângulos dentro desse intervalo da
função f(x), conforme a imagem a seguir.

Heros Scaylier Lima Dutra


herosdutra@hotmail.com
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Considerando que temos n retângulos na imagem anterior, ao entendermos o valor


de n para infinito, saberemos com exatidão o valor da área dessa função.

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

A integral definida pode ser interpretada como a área resultante de uma região. Além
disso, ela é um valor em seu resultado final, ou seja, não depende da variável 𝑥 podendo
esta ser trocada por qualquer outra variável sem a alteração do valor da integral.

De uma forma geral, a integral indefinida de uma função 𝑓 é conhecida como sendo a
primitiva de 𝑓. Em outras palavras, a integral indefinida representa toda uma família de
funções que são diferenciadas por uma constante 𝐶. Alguns exemplos de integral
indefinida:
𝑥²
∫ 𝑥𝑑𝑥 = 2
+𝐶

2 𝑥³
∫ 𝑥 𝑑𝑥 = 3
+𝐶

4 5
( )
∫ 10𝑥 − 2𝑥 𝑑𝑥 = 2𝑥 − 𝑥² + 𝐶

Enquanto a integral definida é um número, por exemplo, o valor da área de um gráfico, a


integral indefinida é uma função.
Heros Scaylier Lima Dutra
Segue abaixo uma tabela deherosdutra@hotmail.com
integrais que pode auxiliar na resolução de problemas mais
complexos: 007.976.172-05

Agora que já foi dada uma introdução dos conceitos básicos de limite, derivada e
integração. Pode-se discorrer sobre os tópicos abordados conforme o edital do CP-CEM.

Técnicas de derivação e integração de funções de uma ou de mais variáveis.

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

3.2 Integral por Partes

Integração por partes é um método que permite expressar a integral de um produto de


funções em outra integral utilizando uma fórmula típica:

∫ 𝑢𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣𝑑𝑢

Vamos ver na prática.

(Questão 06 – CP-CEM 2017) O volume do sólido

3 𝑥+𝑐𝑜𝑠 (𝑦)
{
𝑆 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅 : 0≤𝑥≤1, 0≤𝑦≤π, 0≤𝑧≤𝑥𝑠𝑖𝑛(𝑦) 𝑒 } é igual a:
1
a) 𝑒 − 𝑒
−1
b) 1 − 𝑒 Heros Scaylier Lima Dutra
−1
c) 𝑒 +1 herosdutra@hotmail.com
−1
d) 𝑒 + 𝑒 007.976.172-05
e) 𝑒 + 1

Comentários:
Como temos 3 variáveis, podemos determinar o volume do sólido 𝑆 a partir de uma
integração tripla, dada por:
𝑉 = ∭𝑑𝑉
𝑑𝑉 = 𝑑𝑧𝑑𝑥𝑑𝑦

Aplicando para o problema em questão, temos:

𝑥+𝑐𝑜𝑠 (𝑦)
1 π 𝑥𝑠𝑖𝑛 (𝑦) 𝑒
𝑉 = ∫∫ ∫ 1𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
0 0 0

Resolvendo a integral de 1 em relação a variável 𝑧, temos:

1π 𝑥+𝑐𝑜𝑠 (𝑦)
𝑥𝑠𝑖𝑛 (𝑦) 𝑒
𝑉 = ∫ ∫ 𝑧|0 𝑑𝑦𝑑𝑥
0 0

𝑥+𝑐𝑜𝑠 (𝑦)
𝑉 = ∫ ∫ 𝑥𝑠𝑖𝑛 (𝑦) 𝑒 𝑑𝑦𝑑𝑥
0 0

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Fazendo

𝑥+𝑐𝑜𝑠 (𝑦) 𝑥 𝑐𝑜𝑠 (𝑦)


𝑒 =𝑒 •𝑒

E substituindo na integral do volume, temos:


𝑥 𝑐𝑜𝑠 (𝑦)
𝑉 = ∫ ∫ 𝑥𝑠𝑖𝑛 (𝑦) 𝑒 𝑒 𝑑𝑦𝑑𝑥
0 0

Resolvendo a integral em 𝑦, temos que fazer uma substituição simples:

Obs. Os termos em função de 𝑥, saem de integral, por atuarem como constantes nesse
caso.

𝑐𝑜𝑠 (𝑦)
𝑢 =𝑒
𝑦 = 0→𝑢 = 𝑒
−1
𝑦 = π→𝑢 = 𝑒
𝑐𝑜𝑠 (𝑦)
𝑑𝑢 =− 𝑠𝑖𝑛 (𝑦) 𝑒 𝑑𝑦
Heros Scaylier Lima Dutra
Substituindo na integral, temos:
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1𝑒
−1 007.976.172-05
𝑥
𝑉 = ∫ ∫ 𝑥𝑒 • 𝑠𝑖𝑛 (𝑦) 𝑒
0 𝑒
𝑐𝑜𝑠 (𝑦)
• − ( 1
𝑠𝑖𝑛 (𝑦) 𝑒
𝑐𝑜𝑠 (𝑦) )𝑑𝑢𝑑𝑥
1π 1 −1
𝑥 𝑥 𝑒
𝑉 =− ∫ ∫ 𝑥𝑒 ∙1𝑑𝑢𝑑𝑥 =− ∫ 𝑥𝑒 • [𝑢]|𝑒 𝑑𝑥
0 0 0
1
𝑥 −1 1
𝑉 =− ∫ 𝑥𝑒 • 𝑒 [ − 𝑒 𝑑𝑥 ]
0
1
−1 𝑥
𝑉 =− 𝑒 ( − 𝑒 ∫ 𝑥𝑒 𝑑𝑥)
0

Para a integral acima em 𝑥, iremos fazer uma integração por partes, considerando:

𝑢 = 𝑥, 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥
𝑥 𝑥
𝑑𝑣 = 𝑒 , 𝑣 = 𝑒

Com isso, teremos a seguinte integral:

∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢∙𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢

Substituindo na integral do volume, temos:

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

1
−1 ⎡ 𝑥1 𝑥 ⎤
𝑉 =− 𝑒 ( )
− 𝑒 • ⎢𝑥𝑒 |0 − ∫ 𝑒 𝑑𝑥⎥
⎢ ⎥
⎣ 0 ⎦
−1 𝑥 𝑥 1
𝑉 =− 𝑒 ( ) [
− 𝑒 • 𝑥𝑒 − 𝑒 |0 ]
−1 1 1 0 0
𝑉 =− 𝑒 ( ) [
− 𝑒 • 1∙𝑒 − 𝑒 − 0∙𝑒 − 𝑒 ( )]
−1 −1
𝑉 = 𝑒 −𝑒 ( ) • (1) = 𝑒 − 𝑒
Resposta: Letra A

3.3 Integral por Substituição

A ideia básica da integração por substituição é fazer uma troca de uma parte da função(x)
por uma variável simples(u), cuja sua variável também esteja contida na função, desta
forma, possibilitando a integração. Após a equação ser integrada substituímos a variável
simples pela parte substituída. Acompanhe um exemplo:

Calcule a integral de 𝑠𝑖𝑛 (𝑥 + 9)

Heros Scaylier Lima Dutra


Os termos da integral podem ser reescritos e substituídos pela nova variável u
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∫ 𝑠𝑖𝑛 (𝑥 + 9) 𝑑𝑥

𝑢 = 𝑥+9
𝑑𝑢 = 1. 𝑑𝑥 = 𝑑𝑥

realizando a substituição com os termos acima.

∫ 𝑠𝑖𝑛 (𝑥 + 9) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑠𝑖𝑛 𝑢 𝑑𝑢

Ao fazer a integral temos:

− 𝑐𝑜𝑠 𝑢 + 𝐶

E voltando aos termos originais da equação:

− 𝑐𝑜𝑠 (𝑥 + 9) + 𝐶

Vamos ver na prática.

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

𝑥
(Questão 01 = CP-CEM 2015.2) Se 𝑓(𝑥) = ∫ 𝑡𝑐𝑜𝑠 𝑡 ( 2) 𝑑𝑡, então 𝑓( π
2 ) é igual a:
0

a) 0
b) 2/4
c) 2/4
d) 1
e) 2

Comentários:
Para a seguinte integral, podemos perceber que temos uma função onde sua derivada está
na integral, neste caso, utilizamos uma substituição simples, chamando:

2
𝑢 =𝑡
𝑡 = 0→𝑢 = 0
Heros Scaylier
𝑡 = 𝑥→𝑢 =Lima
Dutra
𝑥²
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𝑑𝑢
𝑑𝑢 = 2𝑡 𝑑𝑡→𝑑𝑡 = 2𝑡
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Agora, montamos a integral novamente, só que desta vez, em função de 𝑢, a fim de facilitar
a integração:

𝑥 𝑥 𝑥²
2
∫ 𝑡𝑐𝑜𝑠 𝑡 ( ) 𝑑𝑡 = ∫ 𝑡𝑐𝑜𝑠 (𝑢) ∙
𝑑𝑢
2𝑡
=
1
2
∫ 𝑐𝑜𝑠 (𝑢) 𝑑𝑢
0 0 0

Como chegamos a uma integral simples, podemos resolver diretamente:

𝑥² 2
𝑢=𝑥
1
2
∫ 𝑐𝑜𝑠 (𝑢) 𝑑𝑢 =
1
2
𝑠𝑖𝑛 (𝑢)|𝑢=0 =
1
2
𝑠𝑖𝑛 𝑥 ( 2)
0

Agora, faremos o que o enunciado nos pede,

2
𝑓( )π
2
=
1
2

𝑠𝑖𝑛 ⎢

( ) ⎤⎥⎦ =
π
2
1
2
𝑠𝑖𝑛 ( )π
4
=
1
2
• 2
2
= 4
2

Resposta: Letra B

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

3.4 Substituição Trigonométrica

O método da Integração por Substituição Trigonométrica é utilizado para resolver integrais


em que seu integrando contém uma destas três expressões algébricas

2 2 2 2 2 2
𝑎 −𝑥 , 𝑎 + 𝑥 , ou 𝑥 −𝑎

onde a é uma constante positiva. O método tem como base a substituição destas
expressões algébricas por expressões trigonométricas. Por sua vez, as expressões
trigonométricas são encontradas nos triângulos retângulos através do Teorema de
Pitágoras. Onde seus lados são a, x e o termo raiz, que conforme o caso, assume diferentes
lados do triângulo.

2 2
Tipo 1: 𝑎 −𝑥

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No primeiro tipo, utilizamos a relação trigonométrica do seno. Assim,

𝑥 = 𝑎⋅𝑠𝑒𝑛(θ)
𝑑𝑥 = 𝑎⋅𝑐𝑜𝑠(θ)𝑑θ

Entretanto, para o radical temos que utilizar a relação cosseno

2 2
𝑎 − 𝑥 = 𝑎⋅𝑐𝑜𝑠(θ)

2 2
Tipo 2: 𝑎 +𝑥

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

No segundo tipo, utilizamos a relação trigonométrica da tangente. Assim,

𝑥 = 𝑎⋅𝑡𝑔(θ)
2
𝑑𝑥 = 𝑎⋅𝑠𝑒𝑐 (θ)𝑑θ

Entretanto, para o radical temos que utilizar a relação secante, que é 1 sobre cosseno.

2 2
𝑎 + 𝑥 = 𝑎⋅𝑠𝑒𝑐(θ)

2 2
Tipo 3: 𝑥 −𝑎

No terceiro tipo, utilizamos aHeros


relação Scaylier Lima
trigonométrica da Dutra
secante. Assim,
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𝑥 = 𝑎⋅𝑠𝑒𝑐(θ)
𝑑𝑥 = 𝑎⋅𝑠𝑒𝑐(θ)⋅𝑡𝑔(θ)𝑑θ

Entretanto, para o radical temos que utilizar a relação tangente

2 2
𝑥 − 𝑎 = 𝑎⋅𝑡𝑔(θ)

Pelos 3 tipos apresentados, é necessário que o aluno possa identificar quais deles se
apliquem a cada tipo de questão, observe abaixo:

2
9−𝑥
Resolva a integral ∫ 2 𝑑𝑥
𝑥

Antes de tudo, devemos identificar qual tipo de relações que devemos utilizar. Neste caso,
o termo raiz é do primeiro tipo, então
𝑥 = 3𝑠𝑒𝑛(θ)

Visto que o denominador é dado por , precisamos elevar a expressão anterior ao


quadrado, assim
2 2
𝑥 = 9𝑠𝑒𝑛 (θ)

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Precisamos também da derivada


𝑑𝑥 = 3𝑐𝑜𝑠(θ)𝑑θ

e do termo raiz
2
9 − 𝑥 = 3𝑐𝑜𝑠(θ)

Obtido todos os termos necessários, devemos substituir

2 2
9−𝑥 3𝑐𝑜𝑠(θ) 𝑐𝑜𝑠 (θ)
∫ 2 𝑑𝑥 = ∫ 2 3𝑐𝑜𝑠(θ)𝑑θ = ∫ 2 𝑑θ
𝑥 9𝑠𝑒𝑛 (θ) 𝑠𝑒𝑛 (θ)

Relembre que
2
𝑐𝑜𝑠 (θ) 2 2
2 = 𝑐𝑜𝑡𝑔 (θ) = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 (θ) − 1
𝑠𝑒𝑛 (θ)

Fizemos esta última igualdade, pois a integral de cossecante ao quadrado é tabelada.


Assim

2
9−𝑥 2
∫ 2 Scaylier
Heros 𝑑𝑥 = ∫ 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 (θ) −
Lima 1𝑑θ
Dutra
𝑥

Integrando teremos herosdutra@hotmail.com


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2
∫ 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 (θ) − 1𝑑θ =− 𝑐𝑜𝑡𝑔(θ) − θ + 𝐶

Como
2
9−𝑥 2
𝑐𝑜𝑠(θ) 3 9−𝑥
𝑐𝑜𝑡𝑔(θ) = 𝑠𝑒𝑛(θ)
= 𝑥 = 𝑥
3

𝑥 𝑥
E 𝑠𝑒𝑛(θ) = 3
⇒θ = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛( 3 ), ao substituir obtemos a resposta desejada:

2 2

9−𝑥
𝑥
2 𝑑𝑥 =−
9−𝑥
𝑥
− 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑖𝑛 ( )
𝑥
3
+𝐶

3.5 Volume de Revolução

De forma bem objetiva e resumida, o volume de um sólido de revolução de um objeto


definido pode ser descrito pela fórmula.

𝑏
𝑣 = π ∫ 𝑓(𝑥)²𝑑𝑥
𝑎

15
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Vamos ver na prática.

(Questão 03 – 2015 (CP-CEM)) Qual o volume da parte da bola da equação tal que
2 2 2
𝑥 + 𝑦 + 𝑧 ≤9 que fica entre os planos 𝑧 = 1 e 𝑧 = 2?

a) 16π/3
b) 17π/3
c) 18π/3
d) 19π/3
e) 20π/3

Comentários:
O primeiro passo é esboçar a esfera do problema, e os planos que estão inseridos:

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Esboçando apenas o volume desejado, entre a esfera e os planos, temos a seguinte


configuração:

16
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Temos que o volume gerado por essa esfera, é dado pela rotação da curva da borda dessa
esfera, em torno do eixo 𝑧.

Então temos um sólido de revolução ou de rotação, que é dado pela seguinte expressão:

𝑏
2
𝑉𝑟𝑜𝑡 = π ∫ 𝑓 (𝑥)𝑑𝑥
𝑎

Para descobrirmos quem é a 𝑓 na expressão do volume de rotação, temos uma rotação em


torno do eixo 𝑧, que está no plano 𝑥 = 0, com isso, temos que a nossa 𝑓 será em função de
𝑧:

2 2
𝑦 +𝑧 = 9
2
𝑦 = 𝑓(𝑧) = 9 −𝑧

Como temos a nossa função e os limites de integração são referentes aos planos dados,
basta substituirmos na fórmula do volume de rotação, e resolver a integral:

2
Heros𝑉Scaylier= π ∫(9 −Lima
𝑧 )𝑑𝑧 Dutra
2
𝑟𝑜𝑡
herosdutra@hotmail.com
2
1
3 3 3
𝑧 (2) (1)
𝑉𝑟𝑜𝑡 = π⎡⎢9𝑧 − 3 ⎤⎥ 007.976.172-05
= π⎡⎢9∙(2) − 3 ⎤⎥ − π⎡⎢9∙(1) − 3


⎣ ⎦𝑧=1 ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
8 1 7 20π
𝑉𝑟𝑜𝑡 = π⎡18 − −9+ ⎤ = π⎡9 − ⎤=
⎣ 3 3 ⎦ ⎣ 3 ⎦ 3

Resposta: Letra E

3.6 Área sob o Gráfico

Podemos representar algebricamente uma curva no plano através de uma lei de formação
chamada função. A integral de uma função foi criada no intuito de determinar áreas sob
uma curva no plano cartesiano. Os cálculos envolvendo integrais possuem diversas
aplicações na Matemática e na Física. Observe a ilustração a seguir:

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Para calcular a área da região demarcada (S) utilizamos a integrada função f na variável x,
entre o intervalo a e b:
𝑏
𝐴 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝑎

Vamos ver na prática.

2 2
(Questão 02 – 2016 (CP-CEM)) As regiões { }
𝑅1 = (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 : 0≤𝑥≤1, 𝑥 ≤𝑦≤𝑥 e
2
{ }
𝑅2 = (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 : 0≤𝑥≤π, λ𝑠𝑖𝑛 (𝑥) ≤𝑦≤𝑠𝑖𝑛 (𝑥) têm a mesma área. Então λ é igual a:

a) 1/12
b) 1/6
c) 5/12
d) 5/6
e) 11/12
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Comentários:
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O primeiro passo é desenhar as duas regiões:
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Como queremos que:


𝐴1 = 𝐴2

Devemos primeiramente calcular 𝐴1, e igualar a 𝐴2.

Para calcularmos 𝐴1, basta pegarmos a função de cima e subtrair com a função de baixo do
gráfico, ficando:

𝐴1 = 𝐴𝑥 − 𝐴 2
𝑥

18
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Resolvendo a integral, encontramos a área 𝐴1:

1 1 2 1 3 1
2 𝑥 𝑥
𝐴1 = ∫ 𝑥𝑑𝑥 − ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = 3
| − 3
|
0 0 0 0
1 1 1
𝐴1 = ⎡ − 0⎤ − ⎡ − 0⎤ =
⎣ 2 ⎦ ⎣ 3 ⎦ 6

Agora, seguindo a mesma ideia, calculamos 𝐴2:

Obs. Como λ𝑠𝑒𝑛(𝑥)≤𝑦≤𝑠𝑒𝑛(𝑥), isso implica dizer que a função λ𝑠𝑒𝑛(𝑥) está abaixo da
função 𝑠𝑒𝑛(𝑥) (como desenhado no gráfico no início da resolução).

𝐴2 = 𝐴𝑠𝑒𝑛(𝑥) − 𝐴λ𝑠𝑒𝑛(𝑥)

π π
π π
𝐴2 = ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑥)𝑑𝑥 − ∫ λ𝑠𝑒𝑛(𝑥)𝑑𝑥 = [− 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) ]0 + λ[𝑐𝑜𝑠 (𝑥) ]0
0 0

𝐴2 = [1 + 1] + λ[− 1 − 1] = 2 − 2λ

Heros Scaylier Lima Dutra


Igualando uma área a outra, e isolando λ, encontramos seu valor para que ambas as áreas
herosdutra@hotmail.com
sejam iguais:
007.976.172-05
𝐴1 = 𝐴2
1
= 2 − 2λ→λ =
(2− ) 1
6
=
( 12
6
−6
1
) =
( )
11
6
=
11
6 2 2 2 12

19
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

4. Teorema do Valor Médio


Teorema do valor médio (também conhecido como Teorema de Lagrange) conecta a taxa
de variação média de uma função a sua derivada. Ele diz que, para qualquer função
derivável f e um intervalo [a,b] (dentro do domínio de f), existe um número c entre (a,b) de
modo que f′(c), igual à taxa de variação média da função sobre [a,b];

Graficamente, o teorema afirma que, para qualquer arco entre dois pontos de
extremidade, há um ponto em que a tangente ao arco é paralela à secante através de seus
pontos de extremidade.

Heros Scaylier Lima Dutra


herosdutra@hotmail.com
007.976.172-05

O teorema nos dá como resultado a inclinação média no intervalo solicitado, calculando


sua reta secante entre os dois pontos.

Descobrimos a reta secante fazendo usando a fórmula:

𝑓(𝑏)−𝑓(𝑎)
𝑚= 𝑏−𝑎

Segundo o teorema, dentro dessa reta há um valor “C” que sua derivada terá o mesmo
valor que a inclinação da reta secante, isso nos dá a fórmula:

' 𝑓(𝑏)−𝑓(𝑎)
𝑚 = 𝑓 (𝑐) = 𝑏−𝑎

Tudo isso por ser visto no gráfico abaixo:

20
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Exercício:
Encontre um número “c” que satisfaça a conclusão do Teorema do Valor Médio para a
2
função 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 2𝑥 − 1, no intervalo [1,5].

Comentários: Heros Scaylier Lima Dutra


Podemos fazer uso do Teorema do Valor Médio, pois 𝑓 é uma função polinomial do
herosdutra@hotmail.com
segundo grau e sabemos que essa função é contínua e derivável em seu domínio, logo é
007.976.172-05
contínua em [1,5] e derivável em ]1,5[. Assim, estão satisfeitas as hipóteses do teorema.

2
Sendo 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 2𝑥 − 1
Então
'
𝑓 (𝑥) = 2𝑥 − 1

Por outro lado, o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (1, 𝑓(1)) e por
(5, 𝑓(5)) é dado por:
𝑓(5)−𝑓(1) 34−2
5−1
= 4
=8

Logo, podemos encontrar pelo menos um c no intervalo ]1,5[ tal que:

'
𝑓 (𝑐) = 2𝑐 − 1 = 8
2𝑐 = 9
9
𝑐= 2

21
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

5. Teorema Fundamental do Cálculo


O teorema fundamental do cálculo é muito importante no cálculo (você pode até dizer que
ele é fundamental!). Ela conecta derivadas e integrais em duas formas equivalentes:

𝑥
𝑑
𝐼. 𝑑𝑥
∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡 = 𝑓(𝑥)
𝑎
𝑏
𝐼𝐼. ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎)
𝑎

A primeira parte diz que se você definir uma função como a integral definida de outra
função f, então a nova função é uma primitiva de f.

A segunda parte diz que para encontrar a integral definida de f entre a e b, devemos
encontrar uma primitiva de f, chamá-la de F, e calcular 𝐹(𝑏) − 𝐹(𝑎).

O curso de cálculo avançado não exige saber a prova dessa regra, mas acreditamos que
enquanto uma prova estiver acessível, sempre haverá alguma coisa para se aprender com
ela. Em geral, sempre é bom exigir algum
Heros tipo Lima
Scaylier de prova ou justificativa para os teoremas
Dutra
que você aprende.
herosdutra@hotmail.com
Exercício:
007.976.172-05
3
𝑥
3 2
𝑑
01) Calcular a derivada: 𝑑𝑥
(∫ 𝑡 + 1 𝑑𝑡)
1

Comentários:
Sabendo que:
3
𝑥
3 2
∫ 𝑡 + 1 𝑑𝑡 = 𝑓(𝑥)
1

Então, o que iremos calcular, nada mais é do que uma:

𝑑
𝑑𝑥
𝑓(𝑥)

Começa-se a resolução integrando resolvendo a integral, aplicando o Teorema


Fundamental do Cálculo (TFC):

𝑔(𝑥)
𝑑 '
𝑑𝑥
∫ 𝑓(𝑡)∙𝑑𝑡 = 𝑓(𝑔(𝑥)) • 𝑔 (𝑥)
𝑎

Agora, aplicando a questão, tem-se:

22
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

3 2 3 '
3
'
𝑑
𝑑𝑥
𝑓(𝑥) = 𝑓 (𝑥) = ( )
𝑥 ( )
+ 1• 𝑥

' 3 6 2
𝑓 (𝑥) = 𝑥 + 1∙3𝑥

' 2 3 6
𝑓 (𝑥) = 3𝑥 • 𝑥 +1

Heros Scaylier Lima Dutra


herosdutra@hotmail.com
007.976.172-05

23
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

6. Extremos de Função de Uma Variável


Para obter pontos de máximo ou de mínimo de uma função, basta construir o gráfico da
função e identificar tais pontos. O difícil é construir os gráficos de muitas funções, razão
pela qual, utilizamos as derivadas das funções para facilitar a nossa vida.

Ponto crítico de uma função derivável 𝑓 é um ponto 𝑥 = 𝑐 do domínio de 𝑓 no qual


𝑓 '(𝑐) = 0.

Exemplo: 𝑓(𝑥) = 𝑥², definida sobre [− 1, 2], possui 𝑥 = 0 como ponto crítico, pois
𝑓’(0) = 0.

Heros Scaylier Lima Dutra


Seja 𝑓 uma função derivável sobre um conjunto 𝑆, possuindo um ponto crítico 𝑥 = 𝑐 no
herosdutra@hotmail.com
interior de 𝑆, isto é, 𝑓 '(𝑐) = 0.
007.976.172-05
● Se a derivada de 𝑓 é positiva à esquerda de 𝑥 = 𝑐 e é negativa à direita de 𝑥 = 𝑐,
então 𝑥 = 𝑐 é um ponto de máximo para 𝑓.
● Se a derivada de 𝑓 é negativa à esquerda de 𝑥 = 𝑐 e é positiva à direita de 𝑥 = 𝑐,
então 𝑥 = 𝑐 é um ponto de mínimo para 𝑓.

Exemplo: (1) Seja a função 𝑓(𝑥) = 1 − 𝑥² definida sobre 𝑆 = [− 1, 2]. 𝑓 '(𝑥) =− 2𝑥, assim o
único ponto crítico ocorre em 𝑥 = 0. 𝑓 '(𝑥) > 0 se 𝑥 < 0 e 𝑓 '(𝑥) < 0 se 𝑥 > 0, assim, 𝑥 = 0
é um ponto de máximo local para 𝑓.

(2) Seja a função 𝑓(𝑥) = 𝑥² definida sobre 𝑆 = [− 1, 2]. 𝑔 '(𝑥) = 2𝑥, assim o único ponto
crítico ocorre em 𝑥 = 0. 𝑔 '(𝑥) > 0 se 𝑥 < 0 e 𝑔 '(𝑥) < 0 se 𝑥 > 0, assim, 𝑥 = 0 é um ponto
de mínimo local para 𝑓.

24
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Vamos ver na prática.

(Questão 07 – 2017 (CPCEM)) Os pontos de máximo local de 𝑓(𝑥) = 𝑒𝑥𝑝 (− 𝑐𝑜𝑠 (3𝑥)) , 𝑥∈𝑅,
são:

a) 2𝑘π/3, 𝑘∈𝑍
b) (2𝑘 + 1)π, 𝑘∈𝑍
c) 2𝑘π, 𝑘∈𝑍
d) (2𝑘 + 1)π/3, 𝑘∈𝑍
e) 𝑘π/3, 𝑘∈𝑍 Heros Scaylier Lima Dutra
herosdutra@hotmail.com
Comentários:
Para encontrarmos os
007.976.172-05
pontos de máximo de uma função de segunda ordem,
primeiramente derivamos uma vez e igualamos a derivada a zero. Com os valores obtidos
de 𝑥, para este caso, derivamos novamente e aplicamos os valores de 𝑥 obtidos a fim de
saber se a segunda derivada será maior ou menor que zero. Dessa forma:

' '' ''


𝑓 (𝑥) = 0{𝑓 (𝑥) > 0→𝑀í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑓 (𝑥) < 0→𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑜

Para a função dada no enunciado, temos:

−𝑐𝑜𝑠 (3𝑥)
𝑓(𝑥) = 𝑒

Lembrando da regra da cadeia, ao derivarmos uma exponencial, temos a seguinte


configuração:
ℎ(𝑥) ' ' ℎ(𝑥)
𝑔(𝑥) = 𝑒 → 𝑔 (𝑥) = ℎ (𝑥) • 𝑒

Agora, basta aplicarmos essa regra de derivação na função da questão:

' −𝑐𝑜𝑠 (3𝑥)


𝑓 (𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(3𝑥)∙3∙𝑒 =0

−𝑐𝑜𝑠⁡(3𝑥)
Dividindo ambos os lados da equação por 𝑒 chegamos a:

25
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

'
𝑓 (𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(3𝑥) = 0

Para 𝑠𝑒𝑛(3𝑥) ser igual a zero, temos que 3𝑥 tem que ser um número inteiro de π:

𝑠𝑒𝑛(3𝑥) = 0 {3𝑥 = 𝑎π,


𝑎π
𝑥= 3
, 𝑎∈𝑍

Agora, derivamos novamente, utilizando a Regra do Produto, aliado a Regra da Cadeia


aplicada na exponencial, que consiste em:

' ' '


(𝑓(𝑥)∙𝑔(𝑥)) = 𝑓 (𝑥)∙𝑔(𝑥) + 𝑔(𝑥) • 𝑔 (𝑥)

Portanto, derivando a função novamente, temos:

'' −𝑐𝑜𝑠 (3𝑥) −𝑐𝑜𝑠 (3𝑥)


[
𝑓 (𝑥) = 3∙ 3∙𝑐𝑜𝑠 (3𝑥) ∙𝑒 + 𝑠𝑒𝑛(3𝑥)∙3∙𝑠𝑒𝑛(3𝑥) • 𝑒 ]
'' −𝑐𝑜𝑠 (3𝑥) 2
𝑓 (𝑥) = 9∙𝑒 [
• 𝑐𝑜𝑠 (3𝑥) + 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥) ]
Agora, testamos os valores de 𝑥 para quando a primeira derivada deu zero:
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𝑎 = 0→𝑥 = 0
herosdutra@hotmail.com
'' −1
𝑓 (0) = 007.976.172-05
9∙𝑒 ∙ [1 + 0] > 0→𝑀í𝑛𝑖𝑚𝑜

π
𝑎 = 1→𝑥 = 3

𝑓 ( ) = 9∙𝑒
'' π
3
1
• [− 1 + 0] < 0→𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑜


𝑎 = 2→𝑥 = 3

𝑓 ( ) = 9∙𝑒
'' 2π
3
−1
• [+ 0] > 0→𝑀í𝑛𝑖𝑚𝑜

Percebemos que para o valor de 𝑎 ser um número ímpar, que é onde a segunda derivada é
menor que zero, consideramos:

𝑎 = (2𝑘 + 1), 𝑘∈𝑍

Assim, nosso valor de 𝑥 será:

(2𝑘+1)π
𝑥= 3
, 𝑘∈𝑍

Dessa forma, para qualquer valor de 𝑘, a segunda derivada será menor que zero, ou seja,
um ponto de máximo local.
Resposta: Letra D

26
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

7. Extremos de Função de Múltiplas Variáveis


Os pontos estacionários de uma superfície são geralmente classificados como:

● Máximo - que pode ser interpretado como o topo de uma montanha;


● Mínimo - que pode ser interpretado como o fundo de um vale; e
● Ponto de Sela - que pode ser interpretado como uma passagem entre montanhas.

Formalmente, temos as seguintes definições:

Máximo Global e Local


Uma função 𝑓 : 𝐷 → 𝑅 tem um máximo absoluto ou máximo global em a se

𝑓(𝑥) ≤ 𝑓(𝑎), ∀𝑥 ∈ 𝐷

Dizemos 𝑎 é um máximo relativo ou máximo local de 𝑓 se

𝑓(𝑥) ≤ 𝑓(𝑎), ∀𝑥 próximo de 𝑎

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herosdutra@hotmail.com
007.976.172-05

Mínimo Global e Local

Uma função 𝑓 : 𝐷 → 𝑅 tem um mínimo absoluto ou mínimo global em a se

𝑓(𝑎) ≤ 𝑓(𝑥), ∀𝑥 ∈ 𝐷.

Dizemos 𝑎 é um mínimo relativo ou mínimo local de 𝑓 se

𝑓(𝑎) ≤ 𝑓(𝑥), ∀𝑥 próximo de 𝑎

27
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Valor extremo

Um número que é um máximo ou um mínimo local é chamado valor extremo de f.

Se 𝑓 é diferenciável e tem um valor extremo num ponto a no interior de seu domínio,


→ →
então devemos ter ∇𝑓(𝑎) = 0.
Heros Scaylier Lima Dutra
herosdutra@hotmail.com→ →
No entanto, podemos encontrar exemplos no qual ∇𝑓(𝑎) = 0 mas f não tem valor extremo
em 𝑎 007.976.172-05

Ponto de Sela

Um ponto estacionário a de uma função diferenciável 𝑓 é um ponto de sela se qualquer


bola aberta 𝐵 de centro a contém pontos 𝑥 e 𝑦 tais 𝑞𝑢𝑒 𝑓(𝑥) < 𝑓(𝑎) < 𝑓(𝑦).

28
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL


Logo, ∇𝑓(0, 0) = (0, 0). Porém, (0, 0) não é um extremo de f. Vamos mostrar que (0, 0)é
um ponto de sela. Considere uma bola aberta 𝐵 que contém (0, 0). A bola
( )
necessariamente contém um ponto 𝑥1, 𝑦1 no primeiro quadrante e um ponto 𝑥2, 𝑦2 no ( )
segundo quadrante. Em outras palavras, (𝑥1, 𝑦1) são tais que 𝑥1 > 0 e 𝑦1 > 0.
( )
Similarmente, 𝑥2, 𝑦2 são tais que 𝑥2 > 0 𝑒 𝑦2 < 0.

Agora,
𝑓(𝑥2, 𝑦2) < 𝑓(0, 0) = 0 < 𝑓(𝑥1, 𝑦1)

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RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

8. Teorema da Hessiana

8.1 Matriz Hessiana

Antes de falar sobre este teorema, primeiro iremos explicar o que é uma Matriz Hessiana.

A matriz 𝑛 × 𝑛 com as derivas de segunda ordem de uma função de 𝑛 variáveis é chamada


matriz Hessiana é denotada por 𝐻(𝑥).

Seja 𝑓 : 𝐷 → 𝑅 uma função com derivadas de segunda ordem contínuas numa bola aberta
que contém um ponto estacionário a de 𝑓. Nesse caso, podemos relacionar os autovalores
(que possuem relação com a concavidade da função) com 𝑓

● Se todos os autovalores de 𝐻(𝑎) são positivos, 𝑓 tem um mínimo relativo em 𝑎.


● Se todos os autovalores de 𝐻(𝑎) são negativos, 𝑓 tem um máximo relativo em 𝑎.
Heros Scaylier Lima Dutra
● Se H(a) tem autovalores positivos e negativos, 𝑎 é um ponto de sela de 𝑓.
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007.976.172-05
8.2 Teste da Segunda Derivada

Seja 𝑓 : 𝐷 → 𝑅 uma função de duas variáveis com derivadas de segunda ordem contínuas
numa bola aberta que contém um ponto estacionário (𝑎, 𝑏) de 𝑓. Denote o determinante
da matriz Hessiana em (𝑎, 𝑏) por 𝐷, ou seja,

Nesse caso, tem-se


Se 𝐷 > 0 𝑒 𝑓𝑥𝑥 (𝑎, 𝑏) > 0, f tem um mínimo relativo em (𝑎, 𝑏).
Se 𝐷 > 0 e 𝑓𝑥𝑥 (𝑎, 𝑏) < 0, 𝑓 tem um máximo relativo em (𝑎, 𝑏).
Se 𝐷 < 0, é um ponto de sela de 𝑓.

Segue abaixo uma questão que abrange todo o conteúdo abordado sobre extremos de
função de múltiplas variáveis

Exercício:
5 5
Obtenha e classifique os pontos críticos da função dada: 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 + 𝑦 − 5𝑥 − 5𝑦.

30
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Comentários:
Para encontrarmos os pontos críticos de uma função de duas variáveis, basta derivarmos
direcionalmente em cada variável e igualarmos a zero. Assim encontramos os pontos
críticos da função.
∂𝑓(𝑥,𝑦)
𝑓𝑥 = ∂𝑥
=0
4
𝑓𝑥 = 5𝑥 − 0 − 5 − 0 = 0
4
5𝑥 − 5 = 0
𝑥 = ±1

∂𝑓(𝑥,𝑦)
𝑓𝑦 = ∂𝑦
=0
4
𝑓𝑦 = 0 + 5𝑦 − 0 − 5 = 0
4
5𝑦 − 5 = 0
𝑦 = ±1

Os pontos críticos são: 𝑃1(1, 1), 𝑃2(− 1, − 1), 𝑃3(− 1, 1), 𝑃4(1, − 1).

Agora para os estudos dos pontos,


Herostemos que calcular
Scaylier LimaaDutra
matriz Hessiana:
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𝐻(007.976.172-05
𝑃𝑖) = |𝑓𝑥𝑥 𝑓𝑥𝑦 𝑓𝑦𝑥 𝑓𝑦𝑦 |

Determinando as derivadas segundas e mistas, que compõem a matriz Hessiana, tem-se:

2
∂ 𝑓(𝑥,𝑦) 3
𝑓𝑥𝑥 = ∂𝑥
= 20𝑥

2
∂ 𝑓(𝑥,𝑦) 3
𝑓𝑦𝑦 = ∂𝑦
= 20𝑦

𝑓𝑦𝑥 =

∂𝑦 ( ∂
∂𝑥 )
𝑓(𝑥, 𝑦) = 0

𝑓𝑥𝑦 =

∂𝑥 ( ∂
∂𝑦 )
𝑓(𝑥, 𝑦) = 0

Portanto, temos a matriz Hessiano:

3
( )
𝐻 𝑃𝑖 = |20𝑥³ 0 0 20𝑦³ | = 20𝑥 ( )(20𝑦3) − 02 = 400𝑥3𝑦3
Agora, calcula-se o determinante de cada matriz, aplicando os pontos críticos encontrados:

31
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

3 3
( )
𝐻 𝑃1 = 400(1) (1) = 400 > 0

Para o valor do determinante ser maior que zero, o ponto então pode ser de máximo ou
mínimo, então calcula-se 𝑓𝑥𝑥 no ponto. Se o valor for maior que zero, então é um ponto de
mínimo local, caso contrário, de máximo local.

𝑓𝑥𝑥(1, 1) = 20 > 0

Então, o ponto (1,1) é um ponto de mínimo local.

3 3
( )
𝐻 𝑃2 = 400(− 1) (− 3) = 400 > 0

𝑓𝑥𝑥(− 1, − 1) < 0

Como 𝑓𝑥𝑥(− 1, − 1) é menor que zero, então o ponto é de máximo local.

3 3
(Heros
𝐻 𝑃3) = 400(− 1) (1) =− 400 < 0
Scaylier Lima Dutra
herosdutra@hotmail.com
3 3
( ) 007.976.172-05
𝐻 𝑃4 = 400(1) (− 1) =− 400 < 0

Para o valor do determinante < 0, isso implica dizer que este é um ponto de sela. Então os
pontos 𝑃3 e 𝑃4 são pontos de sela.

Formalizando a questão, conclui-se que:

𝑀í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙: (1, 1);


𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑙𝑜𝑐𝑎𝑙: (− 1, − 1);
𝑆𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑚 (− 1, 1) 𝑒 (1, − 1).

32
RESUMO DO ASSUNTO | CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

9. Aplicações de Derivadas e Integrais em Problemas


Físicos

Este tópico é basicamente a aplicação dos conceitos e teorias mencionadas anteriormente


em problemas reais. O segredo para isto é saber identificar os problemas físicos e
relacionar com o Cálculo Diferencial e Integral. Para isso criamos um check list após ler o
enunciado de um problema desse escopo

● Entenda o problema fisicamente, isso vai lhe dar uma compreensão melhor da
questão e até mesmo eliminar alternativas absurdas que não condizem com a
realidade;

● Relacione ele com algum conceito de derivada ou integral;

● Mentalize as fórmulas que pareçam pertinente a esta questão; e

● Confira o resultado final se existe coerência da resposta encontrada com a pergunta


do problema.

Heros Scaylier Lima Dutra


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