Você está na página 1de 20

Thaís Molina - CatInuVet

HEMOGASOMETRIA

É análise de gases no sangue, o gás é extremamente volátil, que entra e se dissipa com muita
facilidade, tendo que prestar muita atenção com a amostra de sangue para que não ocorra
perda da qualidade da amostra (podendo perder 100% de sua qualidade). Como no caso de
deixar o sangue coletado na seringa em contato com ar ambiente, irá estragar a amostra pois, o
sangue irá começar a trocar gás com o ar ambiente e alterar 100% o resultado – ao olhar a
amostra ela está normal.

INDICAÇÃO

Pacientes com doenças metabólicas, quadros infecciosos, alterações respiratórias e alteração


do DC ou de alterações na volemia – como hemorragias, e pacientes com alterações endócrinas,
na emergência é sempre utilizada.

NO QUE ESTE EXAME AJUDA

1. AVALIA EQUILÍBRIO ÁCIDO BÁSICO

Melhor coletar o sangue arterial, mas pode ser o sangue venoso.

2. AVALIA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA E PULMONAR

Para função respiratória tem que ser coleta de sangue arterial, não pode ser sangue venoso.

COLHEITA DE AMOSTRAS

A coleta de sangue venoso é realizada com garrote para pegar a veia, mas no momento que
aspirar o sangue tem que soltar o garrote, sendo com fluxo livre.

Não pode deixar bolha de ar, deve vedar, ou deixa o garrote um tempo e colhe. A artéria é
sempre fluxo livre, não consegue obstruir uma artéria. Na veia faz garrote, pega alivia e puxa.

1. SANGUE ARTERIAL X SANGUE VENOSO

Para fazer análise de hemogasometria, é necessário dar informação para o aparelho de acordo
com a coleta, primeiramente se está coletando sangue arterial ou venoso pois, os valores de
referência mudam, por exemplo, o sangue arterial tem muito mais oxigênio que o venoso e
menos CO2, portanto, os valores de referência são totalmente diferentes.

Ao coletar de amostra do sangue venoso e arterial e fazer uma análise, ambos podem mostrar
a mesma coisa, porém vai depender também qual a finalidade. Ou seja, caso tenha a finalidade
de fazer a parte de avaliação de função pulmonar o sangue tem que ser exclusivamente arterial.

Para avaliação do equilíbrio ácido básico o sangue pode ser arterial e venoso, porém o sangue
arterial é considerado melhor, pois ainda não sofreu alteração tecidual, sendo assim mais
confiável o resultado, mas não é muito utilizado pois, a coleta é muito mais difícil e dolorosa
para o paciente, então a maioria para equilíbrio ácido básico faz com sangue venoso e não
arterial.

O arterial costuma ser melhor pois, não sofreu ainda tecidual, no caso de um cão que tem
alteração na pata – está toda inflamada, o tecido inflamado é ácido. O sangue sai do coração
pela artéria e vai até a pata, porém, ao passar pela pata irá remover parte dos ácidos da
inflamação e volta pela veia, ou seja, o sangue venoso está ácido, mas não é um paciente que
está ácido e sim a pata. Portanto, se escolher coletar sangue venoso deve escolher muito bem
Thaís Molina - CatInuVet

de onde vai coletar, de preferência de um vaso calibroso – calibre de vaso grosso, e que não tem
nenhuma alteração inflamatória na região que ele perfunde. No caso de uma pata que não está
inflamada, uma veia que não foi puncionada nenhuma vez é melhor, tendo que ter todos esses
cuidados.

Para coleta deve-se escolher um vaso de calibre grosso e sem alteração inflamatória na região
que ele perfunde, no momento que for aspirar o sangue deve-se soltar o garrote – fluxo livre. O
exame de hemogasometria vai ajudar a avaliar o equilíbrio ácido básico, o indicado é sempre
utilizar o sangue arterial, mas também pode-se utilizar sangue venoso – pois coleta de sangue
arterial é muito mais difícil e doloroso para o paciente, por isso é mais utilizado o sangue venoso.

2. SANGUE TOTAL

Na análise de sangue total, o sangue não pode ter coagulado. Há duas opções, pode deixar o
aparelho de hemogasometria do lado do paciente para coletar o sangue e já processar a
amostra, ou pode coletar em uma seringa com heparina.

3. SERINGA HEPARINIZADA

Existe uma seringa específica para isso, vem de coloração de tubo ou seringa verde para colocar,
se for para coletar no tubo verde tem que ser com seringa com vacutainer, sendo ideal não
coletar com a seringa e passar para o tubo, essa seringa ou tubo verde possui uma heparina
dentro, não sendo uma heparina normal e sim de baixo peso molecular. Mesmo que não tenha
a seringa ou tubo verde é possível fazer, devendo coletar com a seringa normal com um pouco
de heparina normal, mas essa amostra não vale para dosagem de eletrólitos (sódio, potássio,
cloro entre outros). Se heparinizar a seringa normal com heparina convencional – heparina
sódica, a parte de dosagem dos eletrólitos que saem na hemogasometria não irão valer.

4. VEDAÇÃO IMEDIATA

O ideal é que essa seringa tenha o sistema de vedação imediata, travando a seringa e isolando
do meio ambiente, por isso a seringa com vacutainer é importante.

5. PROCESSAR AMOSTRAS IMEDIATAMENTE

O ideal é processar a amostra na hora, mas caso não irá processar na hora deve isolar o sangue
e para isolar esse sangue a seringa especial tem um sistema de isolamento, já a seringa normal
não adianta só tampar a agulha pois, irá continuar alterando a amostra, é necessário fechar de
fato a agulha, para isso, deve espetar a agulha na borracha não entrando ar para dentro da
seringa, impedindo a alteração da amostra e deixando a amostra válida. Normalmente pega uma
tampa de tubo seco e espeta – não é o ideal, o ideal é ter a seringa especial, mas é uma forma
muito utilizada na veterinária.

6. CONSERVAÇÃO DA AMOSTRA

Caso não consiga rodar a amostra bem rápido – não tem hemogasometria no trabalho para fazer
hemogasometria no local, para guardar essa amostra deve guardar a seringa mergulhada em
água e gelo. Deve pegar um isopor ou saco plástico e colocar metade gelo e metade água, e
mergulhar a seringa lá dentro pois, fora da água e do gelo a amostra não dura nem meia hora.

Se colher com a seringa de hemogasometria e deixar na bancada em temperatura ambiente por


30 minutos, a amostra não serve mais. Para muitas situações, portanto, mergulha na água e
gelo, como no caso por exemplo de quando irá mandar para laboratório – transportar. Quando
Thaís Molina - CatInuVet

o motoboy chega, na hora que ele chega deve colher, colocar em água e gelo e enviar, nesse
caso, o valor que der no exame é valido por 2 horas, o laboratório tem que dar o resultado por
2 horas, caso não dê, deve ser descartado. Só faz essa conservação com a seringa heparinizada,
pois amostra de sangue no gelo sem heparina coagula.

7. INFORMAÇÃO PARA O APARELHO

Deve-se fornecer para o aparelho a temperatura do paciente (quando for ignorada vai rodar
com 37 graus e se o paciente não estiver com essa temperatura não serve). Hoje em dia o valor
da hemoglobina já sai no aparelho da hemogasometria.

Tem algumas informações que são fundamentais para fornecer para o aparelho, a primeira
informação é se é sangue arterial e venoso, a segunda que deve informar ao aparelho é a fração
de oxigênio inspirado – quantos % de oxigênio o animal está inspirando. E têm duas outras que
são muito importantes, uma é obrigatória sendo a temperatura do paciente, quando for pedir a
hemogasometria sempre tem que digitar a temperatura pois, há como ignorar essa informação,
mas se fizer isso o aparelho irá fazer como se o paciente estiver com 37°C e esse valor não serve
– apenas se o animal realmente estiver a 37ºC, portanto, precisa medir a temperatura do
paciente antes de colher a hemogasometria. E nos casos de aparelhos muito antigos (com mais
de 15 a 20 anos) era necessário realizar antes o hematócrito para ter o valor da hemoglobina,
(HT divide por 3 para saber o valor da Hb) para depois pedir a hemogasometria. Hoje em dia o
valor da hemoglobina já sai no aparelho da hemogasometria.

→ Resumindo: Há 3 informações que são obrigatórias, se é sangue arterial ou venoso, fração


inspirada de oxigênio e a temperatura do paciente. E o valor de hemoglobina depende da idade
e modelo do parelho.

EQUILÍBRIO ÁCIDO BÁSICO

Toda interpretação da hemogasometria deriva de uma equação que foi descoberta e descrita
por Henderson-Hasselbalch. Ele afirmou que o hidrogênio no corpo nunca muda sozinho por
estar em uma reação de equilíbrio com o bicarbonato e o CO2. Além de afirmar que o hidrogênio
nunca muda de forma primária, sendo sempre uma consequência de uma alteração do
bicarbonato e CO2.

Terá alguma respiratória que muda o CO2 e automaticamente irá mudar o hidrogênio, ou uma
alteração metabólica que irá alterar o bicarbonato e uma vez que mudar o bicarbonato irá
mudar o hidrogênio. Sabe hoje que não é verdade, mas foi baseado nisso todo o
desenvolvimento da teoria da hemogasometria.

Devendo lembrar que o rim é o principal órgão responsável pelo controle – eliminação e
tamponamento do bicarbonato pois, o bicarbonato basicamente em situações fisiológicas
quando quer eliminar irá aumentar a excreção na urina e quando quer guardar diminui a
excreção na urina, sendo assim que altera o valor de bicarbonato.

→ O rim é o órgão de controle do bicarbonato.


Thaís Molina - CatInuVet

1. PRINCÍPIO DO EQUILIBRIO DAS REAÇÕES

Quem está de lado opostos da reação andam junto e quem está do mesmo lado inverte.

De acordo com Henderson-Hasselbalch se juntar hidrogênio e bicarbonato se tem um equilíbrio


de gás carbônico mais agua, de acordo com ele é uma reação de equilíbrio no organismo que
anda nos dois sentidos, fazendo com que essa reação respeite um princípio da química chamada
de o equilíbrio de reações (quando se tem uma solução onde A + B da C + D reação estiver em
equilíbrio o meio ideal, existe um princípio fundamental onde se aumentar algo em um lado da
reação, quem está do outro lado aumenta junto e quem está do mesmo lado diminui; e ao
contrário também vale, ou seja, se tiver alguma situação que diminua do lado esquerdo, quem
está do outro lado diminui junto – direito, e quem está do mesmo lado o sentido é invertido,
portanto, aumenta.

a. ALTERAÇÃO DE PH – ACIDEMIA

Para o hidrogênio aumentar o bicarbonato tem que diminuir pois, se o bicarbonato diminuir o
hidrogênio aumenta. Portanto, uma das possíveis alterações é ter bicarbonato baixo, sendo a
acidose – é o que provoca acidemia. Se o problema for no bicarbonato é chamado de
metabólica, então quando olhar um pH baixo com bicarbonato baixo é acidose metabólica. Se
aumentar o hidrogênio no sangue irá deixar o sangue mais ácido, portanto, aumentar hidrogênio
significa deixar o pH baixo e o pH baixo no sangue é chamado de acidemia.

Se o bicarbonato diminuir, o hidrogênio aumenta, portanto, uma das opções é ter o bicarbonato
baixo, sendo uma acidose metabólica. Caso tenha uma doença – no pulmão, que aumente o
CO2, o hidrogênio irá aumentar, levando à uma acidose respiratória.

Se gera acidemia têm o nome de acidose, ao pegar um PCO2 alto é acidose, mas quem controla
CO2 é a respiração, portanto, chama acidose respiratória. Quando tiver um pH baixo, deve
verificar se tem bicarbonato baixo ou CO2 alto, descobrindo qual é a alteração, se é acidose
metabólica ou respiratória.

b. ALTERAÇÃO DE PH – ALCALEMIA

Se diminuir o hidrogênio no sangue irá deixar o sangue mais básico, portanto, diminuir o
hidrogênio significa deixar o pH mais alto, e o pH mais alto no sangue é chamado de alcalemia.
Thaís Molina - CatInuVet

Na alcalemia tem duas possibilidades, para o hidrogênio diminuir o bicarbonato deve aumentar,
portanto, se aumentar bicarbonato o hidrogênio cai porque está do mesmo lado – princípio da
equação.

Bicarbonato alto significa que é alcalose pois, dá alcalemia e se é bicarbonato se chama


metabólito, sendo alcalose metabólica. CO2 baixo irá diminuir hidrogênio, sendo alcalose
respiratória – por ser CO2.

→ Resumindo: Para produzir acidemia pode-se mexer no bicarbonato (diminuindo causando


uma acidose metabólica) ou no CO2 (aumentando causando uma acidose respiratória). E para
produzir alcalemia pode-se mexer no bicarbonato (aumentando causando uma alcalose
metabólica) ou no CO2 (diminuindo causando uma alcalose respiratória).

Metabólica o problema é no bicarbonato, respiratória o problema é no CO2.

QUAL O DESEQUILÍBRIO

1. INTERPRETAÇÃO PRIMARIA

• INTERPRETAR O PH E O DISTÚRBIO PRIMÁRIO

Canino, SRD, 12 anos, traumatizado há 12 horas.

o pH = 7,49; (7,35 – 7,46) – alcalemia


o PaCO2 = 26 mmHg; (30,8 – 42,8 mmHg) – baixo sendo respiratório
o [HCO3-] = 19 mEq/L. (18,8 – 25,6 mEq/L) – normal

O pH está alto, portanto, o paciente está com alcalemia. Para ter alcalemia têm alcalose
metabólica ou respiratória, o bicarbonato está normal, o CO2 está baixo, logo a alteração é uma
alcalose respiratória. Quando deu alcalose respiratória se faz a mesma coisa quando se faz com
qualquer resultado de exame, tendo um diagnóstico diferencial (clínica média, vendo na
anamnese os sintomas).

→ Raciocínio: Por exemplo, creatinina alta é azotemia, leucócito alto é leucocitose. Só que cada
alteração de exame tem seu diagnóstico diferencial como, quando o paciente tem leucocitose
significa que está acontecendo uma inflamação – leucócito não está exclusivamente quando
tem infecção, ao inflamar não tem como falar apenas que o leucócito está alto e tem uma
inflamação, além do que, não ajuda muito no diagnostico, para ajudar no diagnóstico deve fazer
a clínica médica, ou seja, deve ir na anamnese e exames complementares. “Cadela de 6 anos,
teve cio há 1 mês atrás, está com secreção vaginal purulenta e não quer comer”, significa que é
piometra. Apenas leucocitose não ajuda, mas se souber que leucocitose e uma das grandes
probabilidades dele do processo inflamatório pode ser infecção, já ajuda a saber que é piometra
se juntar com a clínica médica.

PRINCIPAIS CAUSAS DE ALCALOSE RESPIRATÓRIA

Quando der alcalose respiratória deve pensar em quais são as causas. Deve fazer uma série de
exames físicos e coleta de dados da anamnese para identificar o problema e a gravidade do
problema.

Devendo ter o seguinte raciocínio, por exemplo no caso de um paciente que chegou agora deve
observar se ele está em ventilação mecânica – se não está pode excluir hiperventilação, ao medir
a temperatura – se não estiver alta não é hipertermia, perguntar se estava em atividade física –
Thaís Molina - CatInuVet

se não estava exclui o exercício, perguntar se ele estava preso ou com falta de oxigênio – se não
estiver já exclui o baixo aporte de oxigênio, perguntar se estava estressado – se não tiver excluir
alterações centrais de estresse, perguntar se estava com algum sintoma de dor – se não estiver
já exclui a dor, então provavelmente ele tem sepse.

No caso de um cão que acabou de ser atropelado e chega com alcalose respiratória e com dor,
deve atribuir no início a dor e tratar. Ao tratar a dor e ele melhora da dor, mas a situação não
melhorar significa que não é só dor e sim tem mais coisa, podendo ter por exemplo, uma
síndrome de resposta inflamatória sistêmica – são os animais poli traumatizados.

Gato muito estressado e taquipnéico, assim como cães muito taquipnéico irá ter uma alcalose
respiratória, porém a FR e o aporte de O2 e aumento do CO2 varia muito de animal para animal.

1. HIPERTERMIA

Após a interpretação não é só para saber o que o animal tem, as vezes quer saber o quanto
grave é aquela situação, como no caso de um paciente chegar muito quente após ser deixado
no sol, ao fazer a hemogasometria não é para saber se está hipertérmico ou não pois, é só medir
a temperatura, nesse caso quer saber o quanto grave é, isso porque, quanto mais alterar o pH
mais grave é o problema. Isso significa que, as vezes faz hemogasometria não porque quer saber
o diagnóstico e sim a gravidade do diagnóstico.

Animal hipertérmico, quanto mais alterar o pH mais grave é o problema (qualquer doença que
altere o pH é muito grave), trazendo muito prejuízos para o organismo, piorando o DC, a
capacidade de oxigenação dos tecidos etc.

Depois de estabilizar o paciente, com fluido e diminuir a temperatura, se dosa novamente a


hemogasometria – para ver se o equilibro ácido básico já volto ao normal. As vezes a
temperatura abaixa, mas a hemogasometria piora, provavelmente deixou sequelas nesse
paciente, por exemplo teve áreas que ficaram muito mal perfundidas e está tendo uma
síndrome de reperfusão, ou seja, a situação inicial se resolveu, mas a síndrome de reperfusão
ainda está acontecendo.

• AUMENTO DA DEMANDA DE OXIGÊNIO

o Exercício
o SIRS/Sepse
o Dor

• BAIXO APORTE DE OXIGÊNIO

• ALTERAÇÕES CENTRAIS

o Estresse

• HIPERVENTILAÇÃO
Thaís Molina - CatInuVet

VALORES COMPENSATÓRIOS ESPERADOS

O organismo sempre se defende, pois, mudança de pH sempre é grave, o organismo sempre


tenta desencadear algum mecanismo de defesa que faça o pH voltar o mais próximo possível da
normalidade – sempre tenta minimizar o problema, pois se o pH fica muito fora do normal pode-
se perder enzimas que são essenciais para o metabolismo (podendo parar o ciclo de Krebs, a
função hepática piora, a contratilidade cardíaca piora, a respiração piora, funcionamento
gastrointestinal etc.), ou seja, começa a morrer, então o organismo faz a defesa.

Essa defesa é sempre 100% contrária do que a doença produz, por exemplo, se um animal está
com cetoacidose diabética, significa que ele tem uma acidose metabólica, para se defender ele
faz uma alcalose respiratória, por isso que o animal em cetoacidose diabética fica taquipnéico –
está compensando tentando voltar o pH para a normalidade. Em uma hemorragia pulmonar não
respira direito, CO2 aumenta gerando uma acidose respiratória, com isso o organismo
compensa com uma alcalose metabólica.

→ VALORES CÃES

Valores arterial de cão, entre parênteses é o valor de referência e o que está logo acima dele é
a média do valor de referência 19 + 25/2 = 22.

CASO CLÍNICO 1

O pH está baixo (7,2), evidenciando uma acidemia, o bicarbonato está baixo (10) – acidose
metabólica e o CO2 está baixo 15 – alcalose respiratória.

1. CLASSIFICAR O pH

→ pH: 7,2 – Acidemia

Quando tiver uma acidose e uma alcalose deve olhar o pH pois, é ele que irá dizer quem é o
problema inicial. Esse animal está sem histórico, tendo apenas essas informações, portanto,
para saber o problema desse paciente deve analisar pelo pH – como se tem uma acidemia o
problema é uma acidose metabólica e a alcalose respiratória é a defesa (compensação).

O problema é aquele que está direcionando para o pH, se fosse uma alcalemia o problema seria
uma alcalose.

2. ANALISAR HCO3

→ Bicarbonato: 10 – Acidose Metabólica


Thaís Molina - CatInuVet

3. ANALISAR CO2

→ Gás Carbônico: 15 – Alcalose Respiratória

4. PROBLEMA

→ Analisa pelo pH: Como se tem uma acidemia o problema é uma acidose metabólica.

5. CALCULAR O PROBLEMA

Sabe-se que o problema é acidose, o próximo passo é saber o tamanho do problema, se pega a
média do valor de referência, que é 22 e subtrai 10 (valor do animal), ou seja, caiu 12, então o
problema é -12 bicarbonato – a doença dele trouxe uma queda de 12 do valor de bicarbonato.

6. COMPENSAÇÃO

Como o problema é a acidose metabólica a defesa é a alcalose respiratória.

7. PCO2 ou HCO3 ESPERADO

Sabe-se que está em acidemia, que é uma acidose e que essa acidose é de um tamanho de (-12)
de bicarbonato. Agora se espera que o organismo para se defender faça uma alcalose
respiratória, mas não é qualquer valor de alcalose, tem que ter um valor esperado. Para cada
tamanho de problema, existe uma defesa que se espera do organismo, se o respiratório estiver
saudável.

PCO2 OU HCO3 esperado = média do PCO2 OU HCO3 + (problema) X fator

Nesse caso: 37 – (12 x 0,7) = 37 – 8,4 = 28,6 (primeira multiplicação e depois subtração).

→ PCO2 esperado: Como está em alcalose respiratória, tem a média do CO2, que é 37, soma
esse valor com o problema (-12) vezes o fator (se tem uma tabela, que nesse caso é 0,7), se
tendo então 28,6, tendo então limites de tolerância de – 2 e + 2, onde se tem 26,6 e 30,6, esses
valores indicam que se o organismo está respondendo direito o resultado do CO2 teria que ficar
entre 26,6 e 30,6, sendo um valor fixo. Como o pCO2 está fora pois está 15, não está fazendo a
defesa esperada, ou seja, o animal também tem uma doença respiratória, como é mais baixo
que 26,6 se tem uma interpretação de alcalose respiratória, ou seja, ele tem uma cetoacidose
diabética que deu acidose metabólica, mas a parte respiratória dele não é normal, tendo uma
doença ou alguma alteração que gerou uma alcalose respiratória (como um animal com
cetoacidose diabética com sepse). – PADRÃO MISTO, uma não é compensação da outra. Insulina
+ ATB.

Uma bronquite tem a tendência a aumentar o CO2, não a diminuir, tendo uma acidose
respiratória.
Thaís Molina - CatInuVet

CASO CLÍNICO 2

O pH está baixo (7,1), indicando uma acidemia, o bicarbonato está alto (27) – alcalose
metabólica e o CO2 está alto (60) – acidose respiratória.

1. CLASSIFICAR O pH

→ pH: 7,1 – Acidemia

2. ANALISAR HCO3

→ Bicarbonato: 27 – Alcalose Metabólica

3. ANALISAR CO2

→ Gás Carbônico: 60 – Acidose Respiratória

4. PROBLEMA

→ Analisa pelo pH: Como se tem uma acidemia o problema é uma acidose respiratória.

5. CALCULAR O PROBLEMA

Agora mede o tamanho do problema, o problema é a acidose respiratória, deve pegar a média
do valor de referência, que é 37, e subtrai por 60 (valor do animal), logo, o tamanho do
problema é +23 de CO2 (60 – 37).

6. COMPENSAÇÃO

Como o problema é a acidose respiratória a defesa é a alcalose metabólica.

7. PCO2 ou HCO3 ESPERADO

PCO2 OU HCO3 esperado = média do PCO2 OU HCO3 + (problema) X fator

HCO3 esperado = 22 + 23 x 0,15 = 22 + 3.45 = 25,45 (23.45 – 27.45)

→ HCO3 esperado: Se o problema é respiratório se tem uma defesa metabólica, calculando a


defesa, sendo a média do bicarbonato mais o problema vezes o fator. Sendo a média de HCO3
igual a 22, o problema +23 e o fator nesse caso 0,15 – tendo um bicarbonato esperado de
25,45. Com isso se soma 2 e subtrai 2 para se ter a média, ficando 23,45 a 27,45 (margem de
erro). O animal está com 27, logo está dentro desse valor, significa que ele não tem nenhum
problema metabólico, estando alterado por estar apenas defendendo o equilíbrio. Logo, ele
tem uma única doença.
Thaís Molina - CatInuVet

TABELA DO FATOR

ALTERAÇÕES METABÓLICAS
RESPOSTA COMPENSATÓRIA RESPIRATÓRIA
→ Δ 1 HCO3- = 0,7 PCO2

ALTERAÕES RESPIRATÓRIAS
RESPOSTA COMPENSATÓRIA METABOLICA
→ Acidose Aguda – 3 a 5 dias
Δ 1 PCO2 = 0,15 HCO3-
→ Acidose Crônica – 5 a 30 dias
Δ 1 PCO2 = 0,35 HCO3-
→ Acidose Hipercrônica – > 30 dias
Δ 1 PCO2 = 0,55 HCO3-
→ Alcalose Aguda – 3 a 5 dias
Δ 1 PCO2 = 0,25 HCO3-
→ Alcalose Crônica – > 7 dias
Δ 1 PCO2 = 0,55 HCO3-

Quando se tem alterações metabólicas (sendo acidose ou alcalose) o fator é sempre 0,7. Se a
alteração for respiratória, se for acidose ou alcalose faz diferença, assim como o tempo que o
animal tem os sintomas (olhando pela anamnese).

CASO CLÍNICO 3

Canino, SRD, macho, 12 anos. Traumatizado há 3 dias.

O pH = 7,49 (7,35 – 7,46)


PaCO2 = 27 mmHg (30,8 – 42,8 mmHg) (37)
HCO3 = 19 mEq/L (18,8 – 25,6 mEq/L) (22)

1. CLASSIFICAR O pH

→ pH: 7,49 – Alcalemia

2. ANALISAR HCO3

→ Bicarbonato: Acidose Metabólica

3. ANALISAR CO2

→ Gás Carbônico: Alcalose Respiratória

4. PROBLEMA

→ Analisa pelo pH: O animal está com o pH alto, portanto, está com alcalemia. O distúrbio
primário é alcalose respiratória.

5. CALCULAR O PROBLEMA

É -10 (37 – 27) pois, de 37 caiu para 27, portanto, caiu 10.
Thaís Molina - CatInuVet

6. COMPENSAÇÃO

Deve calcular para saber se defendeu direito é o bicarbonato – acidose metabólica, pois, se o
problema é respiratório a defesa é metabólica.

7. PCO2 ou HCO3 ESPERADO

→ Bicarbonato Esperado: 22 + (-10) x 0,25 (fator agudo), dando 19,5 (de 17,5 a 21,5), estando
dentro da média, ou seja, não tem alteração metabólica apenas respiratória, tendo apenas uma
doença.

8. CLASSIFICAR O TIPO DE PADRÃO

Classificação: O 19,5 está dentro do bicarbonato esperado e dentro do valor de referência, no


laudo fica então “alcalose respiratória simples”

CLASSIFICAÇÃO

• DISTÚRBIO SIMPLES

Ao calcular o valor esperado (+2 e –2), é necessário fazer duas comparações que são
importantes, devendo comparar o resultado com o valor calculado, se ele der dentro deve
comparar com o valor da referência em seguida, se deu dentro dos dois valores, se diz que a
nomenclatura para isso é distúrbio simples. Isso significa que a alteração não é tão grave ou
passou tão pouco tempo que o organismo ainda não se defendeu, ou seja, não precisou fazer
ainda nenhuma alteração compensatória – indicando menor gravidade.

1º deve olhar se está dentro do esperado, caso esteja a 2ª coisa que deve ser observada é o
valor de referência, se estiver dentro a alteração vai ser simples. O animal não tem 2 doenças, a
outra parte saudável está fazendo o trabalho não sendo uma alteração tão grave.

Ou não é tão grave ou tão pouco tempo que o organismo ainda não respondeu – baixa
gravidade.

• DISTÚRBIO COM COMPENSAÇÃO

1º deve olhar se está dentro do esperado, caso esteja a 2ª coisa que deve ser observada é o
valor de referência, se estiver fora do valor de referência vai estar com um distúrbio de
compensação. O animal não tem 2 doenças, mas está uma alteração mais grave, precisa dessa
compensação.

Dentro do esperado, mas fora do padrão.


Thaís Molina - CatInuVet

• DISTÚRBIO MISTO

1º deve olhar se está dentro do esperado, se já estiver fora do intervalo não precisa olhar o valor
de referência, indicando que o animal tem um distúrbio misto, ou seja, 2 doenças e não está
compensado. O resultado é do exame, o esperado é a conta, entre parênteses é o valor de
referência.

CASO ClÍNICO 4

Canino, SRD, macho, 12 anos.

pH = 7,1 (7,35 – 7,46)


PaCO2 = 27 mmHg (30,8 – 42,8 mmHg) (37)
HCO3 = 8 mEq/L (18,8 – 25,6 mEq/L) (22)

1. CLASSIFICAR O pH

→ pH: 7,1 – Acidemia

2. ANALISAR HCO3

→ Bicarbonato: Acidose Metabólica

3. ANALISAR CO2

→ Gás Carbônico: Alcalose Respiratória

4. PROBLEMA

→ Analisa pelo pH: O pH está baixo, indicando uma acidemia, acidose metabólica.

5. CALCULAR O PROBLEMA

Bicarbonato: 22 – 8 = - 14.

6. COMPENSAÇÃO

CO2 – Alcalose respiratória

7. PCO2 ou HCO3 ESPERADO

→ Gás Carbônico Esperado: 37 – (14 x 0,7) = 27,2 / ficando entre 25,2 e 29,2, o 27,2 está dentro
do CO2 esperado, mas fora do valor de referência, sendo então compensatório.

8. CLASSIFICAR O TIPO DE PADRÃO

→ Classificação: Acidose metabólica com alcalose respiratória compensatória.


Thaís Molina - CatInuVet

PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDOSE METABÓLICA

Deu acidose metabólica sempre fazer ânion gap.

Quando fala em acidose metabólica, tem mais uma etapa para cumprir pois, existem dois tipos
de acidose metabólica, que é diferenciada através do ânion gap.

Pode ter situações que podem produzir hidrogênio demais ou perder bicarbonato. As causas as
quais a produção de hidrogênio aumenta, pode ser por uma intoxicação por ácido – tomar muito
AS (ácido salicílico), se intoxicar irá dar um aumento de hidrogênio, já que, está tomando ácido.

Portanto, pode ter uma produção de hidrogênio aumentada ou situações em que se perde
bicarbonato, os dois na hemogasometria são idênticos pois, produzindo muito hidrogênio (cai
HCO3) ou perde bicarbonato (aumenta hidrogênio), por isso o resultado é sempre igual, quem
diz se foi produção de ácido ou perda de HCO3 é o ânion gap, com ânion gap aumentado é
aumento de ácido, ânion gap normal é perda de HCO3. É importante saber pois, por mais que
sejam iguais, na hora do tratamento muda tudo.

1. MECANISMO PRINCIPAL

a. ↑ H+ + HCO3- ↔ H2CO3 ↔ H2O + CO2

Aumento de H irá cair o bicarbonato. Portanto, pH baixo com bicarbonato baixo.

b. H+ + ↓ HCO3- ↔ H2CO3 ↔ H2O + CO2

Perda de bicarbonato irá aumentar o H, pH baixo + HCO3 baixo.

Se o problema de acidose for por produção de ácido (excesso de hidrogênio) deve-se evitar ao
máximo dar bicarbonato, dando bicarbonato apenas se o pH for menor do que 7,2 ou se o
bicarbonato for menor que 8 (como em diarreia ou hipoadreno se dá bicarbonato).

Isso porque se o pH está menor que 7,2 ou o bicarbonato menor que 8 significa que o organismo
já entrou em colapso precisando, há uma dificuldade de manter funções vitais, precisando dar
um pouco de bicarbonato até o pH chagar pelo menos em 7,2 – dando acima de 7,2 irá aumentar
a mortalidade. Se o mecanismo de acidose metabólica for perder bicarbonato como em uma
diarreia ou em um hipoadreno, deve normalizar o pH dando bicarbonato. Isso acelera a
recuperação e melhora o prognostico do paciente. – Para sair do risco imediato de óbito.

Portanto, é necessário saber qual dos dois está acontecendo, e para saber se faz uma técnica
chamada de ânion gap, se for normal é perda de bicarbonato, se for aumentando é por excesso
de hidrogênio (pH ácido).
Thaís Molina - CatInuVet

PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDOSE METABÓLICA


ANION GAP AUMENTADO – PRODUÇÃO DE ANION GAP NORMAL – PERDA DE
+
H AUMENTADA OU INTOXICAÇÃO BICARBONATO
Intoxicações por ácido salicílico Diarreia por perda intestinal de bicarbonato,
Intoxicação por ácido glicólico (metabólico Hipoadrenocorticismo
de etilenoglicol)
Cetoacidose diabética Acidose tubular renal
Acidose láctica Inibidores da anidrase carbônica
Acidose urêmica Ingestão de cloreto de amônia
Neoplasias por hiperlactatemia Infusão de aminoácidos catiônicos
Parada cardíaca Acidose metabólica pós hipocapnia
- Diluição plasmática por infusão de cloreto de
sódio
CORREÇÃO
Nesses casos deve-se evitar ao máximo dar Nesses casos deve-se normalizar o pH dando
bicarbonato, só vai dar quando o pH for bicarbonato.
menor que 7.2 ou HCO3 menor do que 8. O
organismo já entrou em colapso com
comprometimento vital.

→ Resumindo: Deve administrar bicarbonato sempre que o ânion gap estiver normal – até o pH
normalizar ou no caso do ânion gap aumentado quando, o pH for menor que 7,2 ou bicarbonato
menor que 8, deve fazer mesmo com o ânion gap aumentado, fazendo bem pouco, não sendo
para normalizar o pH e sim para chegar nesse valor de pH 7,2. Para sair do risco imediato de
óbito. Animal que acabou de ter parada cardíaca, formou um monte de ácido lático, o seja,
produziu ácido, nesse caso o ânion gap estará aumentado. Irá administrar bicarbonato depende
do pH e bicarbonato, se o pH estiver menor que 7,2 sim, caso contrário não. Filhote com giárdia
– diarreia intensa, paciente está mole e fraco, ao fazer hemogasometria deu acidose metabólica
com ânion ao normal, deve administrar bicarbonato até o pH ficar normal.

REPOSIÇÃO DE BICARBONATO NO DIABÉTICO

• Ânion gap aumentado = só repor em casos extremos


• Acidose paradoxal do SNC
• Reversão do desvio da curva de dissociação do oxigênio – hipóxia tecidual
• Alcalose metabólica após o aporte de insulina
• Aumenta a mortalidade em humanos e retarda recuperação

CÁLCULO DO ÂNION GAP

Ânion gap é a soma de sódio com potássio, após somar deve tirar o valor de cloro com o
bicarbonato.

ÂNION GAP = (NA + K) – (CL + HCO3)

Lembrando que, na hemogasometria ao colher com a seringa especial dá para fazer o valor dos
eletrólitos, sendo eles sódio potássio e cloro pelo menos, para poder fazer o ânion gap. Caso de
no valor de normalidade significa que o ânion gap está normal, e se der fora do valor significa
que o ânion gap está aumentado.
Thaís Molina - CatInuVet

1. VALOR DE REFERÊNCIA

o Cães 12 a 24 mEq/l
o Gatos: 13 a 27 mEq/l

Na teoria da conta, se somar tudo que tem de negativo no corpo é igual se somar tudo que tem
de positivo, tendo uma neutralidade – ninguém tem voltagem. Há coisas que se mede sendo os
íons negativos (bicarbonato e cloro), e os que não saem no exame são chamados de ânions não
mensuráveis (sulfato, carbonato, citrato, fluoreto entre outros) – tudo isso são íons negativos
que não estão no exame. A mesma coisa é do lado positivo, onde sódio e potássio mede e os
outros não medem como, cálcio, ferro, cobre, magnésio pois, se fosse medir tudo teria que
medir a tabela periódica inteira – impossível, e a parte que não mensura é chamado de cátions
não mensuráveis.

A diferença dos dois que não mede é o ânion gap, para medir algo que não sabe o valor eles
descobriram que igual se medir o sódio + potássio e diminuir cloro e bicarbonato dá o ânion gap.

ÂNION GAP = (NA + K) – (CL + HCO3)

Sendo necessário saber apenas sódio + potássio e tirar cloro e bicarbonato, se der dentro do
valoro de normalidade deve fazer bicarbonato e se der mais alto que isso a princípio não faz,
exceto se o pH estiver abaixo de 7,2 ou o bicarbonato abaixo de 8,0.

No caso de um diabético com pH 7,3 com ânion gap aumentado, ao fazer bicarbonato irá
aumentar a acidose no cérebro – deprime o paciente, segunda coisa é que irá aumentar a
hipóxia nos tecidos – acelera mortalidade, quando fizer insulina no caso de diabete irá virar
alcalose, no final das contas morre mais e quem fica bom irá demorar mais para ficar bom, ou
seja, não deve fazer bicarbonato em ânion gap aumentado se o pH estiver acima de 7,2 pois, se
não morre mais e demora mais para melhorar.

Reposição de bicarbonato no diabético: NÃO SE DEVE FAZER BICARBONATO SEM CALCULAR O


ÂNION GAP. Deu acidose metabólica, deve calcular o ânion gap para saber se vai administrar
bicarbonato ou não.

o Ânion gap aumentado = só repor em casos extremos


o Ácido paradoxal do SNC
o Aumenta hipóxia tecidual
o Alcalose metabólica após o aporte de insulina
o Aumenta a mortalidade em humanos e retarda a recuperação

Sempre que der acidose metabólica é para calar ânion gap. Se o pH está acima de 7,2 só irá fazer
bicarbonato se o ânion gap der normal, se der aumentado não faz HCO3. Se o pH está abaixo de
7,2 irá fazer bicarbonato de qualquer jeito, mas o quanto de HCO3 que irá fazer que muda pois,
se o ânion gap (12 – 24) estiver normal é para fazer bicarbonato até normalizar o pH.

Se o pH está abaixo de 7,2 e o ânion gap der aumentado, deve fazer bicarbonato até o pH chegar
a 7,2. Não normaliza o pH com bicarbonato, apenas faz chegar em 7,2. O ânion gap quando está
normal, mas não significa que está tudo bem. O ânion gap quando está normal significa que ele
perdeu bicarbonato, então pode dar bicarbonato a vontade até ele voltar ao pH normal.

Se o ânion gap desse 30 por exemplo, significaria que ele produziu hidrogênio, e quando produz
hidrogênio não deve dar bicarbonato – pelo menos não muito, então só dá se o pH estiver abaixo
Thaís Molina - CatInuVet

de 7,2 ou bicarbonato abaixo de 8,0 até chegar nesses valores. O restante do pH quem irá corrigir
é o tratamento da doença. O ânion gap baixo não dá em acidose e só em alcalose, não daria
bicarbonato de forma alguma.

CASO CLÍNICO COMPLETO 1

Canino, SRD, macho, 8 anos – há 4 dias.

o pH: 7,2 (7,35 – 7,46)


o PaCO2: 80 mmHg (30,8 – 42,8 mmHg) (37)
o [HCO3-]: 22 mEq/L. (18,8 – 25,6 mEq/L) (22)

O pH está baixo, indicando acidose (aumento de H) – acidemia, o CO2 está alto e o HCO3 normal,
indicando que o animal está com uma acidose respiratória.

Distúrbio primário: Acidose respiratória. Problema: 80 – 37 = + 43

Defesa: alcalose metabólica

HCO3 esperado: Bicarbonato, sendo a média do HCO3 + problema x fator, portanto, 22 + (43 x
0,15) = 28,45 – acidose respiratória aguda. O HCO3 esperado é 26,74 (-2) e 30,45 (+2).

Classificação: Acidose respiratória e acidose metabólica padrão misto. Isso porque deve
comparar com 22 com o valor esperado (calculado), o 22 (bicarbonato) está fora do esperado –
baixo indicando uma acidose, sendo assim já classificado como misto não precisa nem olhar o
valor de referência. É acidose metabólica pois, o 22 está baixo do esperado, portanto, o
bicarbonato está mais baixo que o esperando, indicando uma acidose metabólica (HCO3).

CASO CLÍNICO COMPLETO 2

Canino, SRD, macho, 12 anos – há 5 dias.

o pH: 7,52 (7,35 – 7,46)


o PaCO2: 26 mmHg (30,8 – 42,8 mmHg) (37)
o [HCO3-]: 21 mEq/L. (18,8 – 25,6 mEq/L) (22)

O pH está alto está alto, indicando uma alcalemia, o CO2 está baixo indicando que é respiratório
e o bicarbonato está normal, portanto, é uma alcalose respiratória.

Distúrbio primário: Alcalose respiratória

Problema: 37 – 26 = - 11. Isso porque, de 37 caiu para 26. Defesa: Acidose metabólica

HCO3 esperado: Bicarbonato, sendo a média do HCO3 + problema + fator, portanto, 22 + ( -11 x
0,25) = 22 – 2,75 = 19,25. O HCO3 esperado é 17,25 (-2) e 21,25 (+2).

Classificação: Alcalose respiratória simples. Isso porque, o 21 quando comparado com o valor
esperado (17,2 – 21,25) está dentro do valor esperado e o 21 está dentro do valor de referência.

CASO CLÍNICO COMPLETO 3

Canino, SRD, macho, 6 meses, com vomito agudo.

o pH: 7,47 (7,35 – 7,46)


o PaCO2: 40 mmHg (30,8 – 42,8 mmHg) (37)
o [HCO3-]: 27 mEq/L. (18,8 – 25,6 mEq/L) (22)
Thaís Molina - CatInuVet

O pH está alto, indicando uma alcalemia. O CO2 está normal e o HCO3 está alto, indicando que
é um problema metabólico, portanto, alcalose metabólica.

Distúrbio primário: Alcalose metabólica

Problema: 27 – 22 = +5. Isso porque, de 22 foi para 27. Defesa: Acidose respiratória

PaCO2 esperado: Gás carbônico, sendo a média do CO2 + problema x fator, portanto, 37 + (5 x
0,7) = 37 + 3,5 = 40,5. O valor de PaCO2 esperado é 38,5 (-2) e 42,5 (+2).

Classificação: Alcalose metabólica simples. Isso porque, ao comparar o 40 (gás carbônico) está
dentro do esperado e o está dento do valor de referência, portanto, é simples.

CASO CLÍNICO COMPLETO 4

Canino, Rottweiller, fêmea, 13 anos, 15 dias.

o pH: 7,2 (7,35 – 7,46)


o PaCO2: 20 mmHg (30,8 – 42,8 mmHg) (37)
o [HCO3-]: 5 mEq/L. (18,8 – 25,6 mEq/L) (22)

O pH está baixo, indicando uma acidose. O CO2 está baixo, indicando um problema respiratório
e o bicarbonato está baixo, indicando um problema metabólico. Portanto, pH (acidose), CO2
(alcalose respiratória) e HCO3 (acidose metabólica).

Distúrbio primário: Acidose metabólica pois, deve olhar o pH e como o pH está baixo, significa
uma acidose.

Problema: 22 – 5 = - 17. Isso porque de 22 caiu para 5.

Defesa: Alcalose respiratória.

PaCO2 esperado: Gás carbônico, sendo a média do CO2 + problema x fator, portanto, 37 + (-17
x 0,7) = 37 – 11,9 = 25,1. O valor de PaCO2 esperado é 23,1 (-2) e 27,1 (+2).

Classificação: Padrão misto de acidose metabólica e alcalose respiratória. Isso porque ao


comparar o CO2 (20) com o valor esperado (23,1 – 27,1), o valor está abaixo do esperando e não
está no valor de referência.

CASO CLÍNICO COMPLETO 5

Canina, Spitz, macho, 13 anos.

o pH: 7,29 (7,35 – 7,44)


o PaCO2: 42,4 mmHg (33,6 – 41,2 mmHg) (37) – o “a” é de arterial
o [HCO3-]: 20,4 mEq/L. (20,8 – 24,2 mEq/L) (22)

O pH está baixo, indicando uma acidose. O CO2 está alto, indicando um problema respiratório e
o bicarbonato está baixo. Portanto, pH (acidose), CO2 (acidose respiratória) e HCO3 (acidose
metabólica). Como deu duas acidoses não precisa fazer a conta – nem quando der duas
alcaloses.

Classificação: Padrão misto de acidose respiratória e acidose metabólica.


Thaís Molina - CatInuVet

Isso acontece quando por exemplo, um paciente teve ruptura diafragmática e está com
hemorragia, ou está teve um pneumotórax e está com hemorragia, a hora que diminuir a
perfusão e aumentar o lactato irá dar acidose metabólica e como ele não respira direito por
causa do problema de contusão pulmonar irá aumentar o CO2, tendo um trauma pulmonar e
um quadro de hemorragia, se não resolver logo o problema dele ele irá morrer.

CASO CLÍNICO COMPLETO 6

Canina, Spitz, macho, 6 anos.

DEVE REPOR BICARBONATO?

o pH: 7,29 (7,35 – 7,44)


o PvCO2: 42,4 mmHg (33,6 – 41,2 mmHg) (37) – o V é de venoso
o [HCO3-]: 20,4 mEq/L. (20,8 – 24,2 mEq/L) (22)

O pH está baixo, indicando uma acidose – acidemia. O CO2 está alto, indicando um problema
respiratório e o bicarbonato está baixo, indicando um problema metabólico. Portanto, pH
(acidose), CO2 (acidose respiratória) e HCO3 (acidose metabólica). Não precisa fazer conta.

Classificação: Padrão misto de acidose respiratória e acidose metabólica.

Quando o pH está acima de 7,2 sem o ânion gap não dá para saber se é para dar HCO3.

Ânion gap: (Na + K) – (Cl + HCO3

Ânion gap: (125 + 6,5) – (97 + 20,4) = 131,5 – 117,4 = 14,1 (12 – 24 é o normal para cão).

Como tratamento deve-se repor o bicarbonato ficar normal o pH.

Sempre que der acidose metabólica é para calar ânion gap. Se o pH está acima de 7,2 só irá fazer
bicarbonato se o ânion gap der normal, se der aumentado não faz HCO3. Se o pH está abaixo de
7,2 irá fazer bicarbonato de qualquer jeito, mas o quanto de HCO3 que irá fazer que muda pois,
se o ânion gap (12 – 24) estiver normal é para fazer bicarbonato até normalizar o pH.

Se o pH está abaixo de 7,2 e o ânion gap der aumentado, deve fazer bicarbonato até o pH chegar
a 7,2. Não normaliza o pH com bicarbonato, apenas faz chegar em 7,2.
Thaís Molina - CatInuVet

O ânion gap quando está normal, mas não significa que está tudo bem. O ânion gap quando está
normal significa que ele perdeu bicarbonato, então pode dar bicarbonato a vontade até ele
voltar ao pH normal.

Se o ânion gap desse 30 por exemplo, significaria que ele produziu hidrogênio, e quando produz
hidrogênio não deve dar bicarbonato – pelo menos não muito, então só dá se o pH estiver abaixo
de 7,2 ou bicarbonato abaixo de 8,0 até chegar nesses valores. O restante do pH quem irá corrigir
é o tratamento da doença.

O ânion gap baixo não dá em acidose e só em alcalose, não daria bicarbonato de forma alguma.

CASO CLÍNICO COMPLETO 7

Canina, Yorkshire, macho, 1 ano, 0,8 kg.

o pH: 6,933 (7,35 – 7,44)


o PvCO2: 54,6 mmHg (33,6 – 41,2 mmHg) (37)
o [HCO3-]: 11,6 mEq/L. (20,8 – 24,2 mEq/L) (22)

O pH está baixo, indicando uma acidose – acidemia. O CO2 está alto, indicando um problema
respiratório e o bicarbonato está baixo, indicando um problema metabólico. Portanto, pH
(acidose), CO2 (acidose respiratória) e HCO3 (acidose metabólica). Não precisa fazer conta.

Classificação: Padrão misto de acidose respiratória e acidose metabólica.

Como deu acidose menor que 7,2 (6,9) deve fazer bicarbonato, o ânion gap é apenas para saber
quanto nesse caso (se é até o pH chegar até 7,2 ou se faz até normalizar o pH, se o ânion gap
der normal é até normalizar o pH, se o ânion é gap der aumentado é até chegar o 7,2.

Ânion gap: (Na + K) – (Cl + HCO3)

Ânion gap: (137 + 5,8) – (119 + 11,6) = 12,2 – o normal é de 12 – 24.

Como tratamento deve-se repor o bicarbonato para normalizar o pH.


Thaís Molina - CatInuVet

CAUSAS DE ALCALOSE RESPIRATÓRIA

o Series de exames físicos e anamnese


o Hipertermia
o Aumento da demanda de oxigênio: exercício, SIRS/Sepse, DOR
o Baixo aporte de oxigênio
o Alterações centrais: Estresse
o Hiperventilação

PARAMETROS IMPORTANTES

HEMOGASOMETRIA
HEMOGASOMETRIA
CÃES GATOS
ARTERIAL
pH 7,35 – 7,46 7,31 – 7,46
PaO2 (mmHg) 80,9 – 103,3 95,4 – 118,2
PaCO2 (mmHg) 30,8 – 42,8 25,2 – 36,8
HCO3- (mEq/L) 18,8 – 25,6 14,4 – 21,6
HEMOGASOMETRIA
CÃES GATOS
VENOSA
pH 7,35 – 7,44 7,28 – 7,41
PaO2 (mmHg) 47,9 – 56,3 36,9 – 41,3
PaCO2 (mmHg) 33,6 – 41,2 32,7 – 44,7
HCO3- (mEq/L) 20,8 – 24,2 18 – 23,2

Você também pode gostar