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1. Para cada item, seleciona, com um X, a opção que completa corretamente a frase, de acordo com
o sentido do vídeo.
1.1. A Plataforma de Ação de Pequim foi criada para (3 pontos)
- Pensava eu, ingenuamente, que isto de dividir os brinquedos por secções cor-de-rosa e azul já fazia
- parte do passado. Deparei-me hoje com uma grande loja de brinquedos que ainda o faz, à moda antiga
- (e desinformada).
- A secção cor-de-rosa estava cheia de bonecas, biberons, princesas, sereias, unicórnios, adornos
5 de cabeleireiro e afins. Tudo muito fofinho e apelativo. Apetecia mesmo mergulhar naquele universo
- encantado e brincar desenfreadamente.
- Por outro lado, a secção azul transbordava de piratas, pistas de carros, cavalos, cowboys, armas e
- armaduras. Toda ela remetia para um universo mais escuro e, diria eu, até mesmo agressivo. Os meni-
- nos gritavam que nem loucos enquanto exploravam aqueles brinquedos!
10 Perante esta realidade que, acredito, não seja exclusiva daquela loja em particular, há uma questão
- que se impõe. Até quando vamos continuar a pensar que existem «brinquedos de menina» e «brinque-
- dos de menino»? Até quando vamos continuar a ver as lojas e zonas comerciais divididas por cores, as
- tão estereotipadas1 cor-de-rosa e azul?
- Pior. Até quando vamos censurar2 as meninas que gostam de jogar à bola e brincar com carrinhos e
15 os meninos que gostam de bonecas e princesas?
- Centremo-nos, então, naquilo que é verdadeiramente importante. Qual é a função do brincar?
- Brincar é talvez uma das formas mais importantes de aprender e crescer. Ao longo do desenvolvi-
- mento, é através da atividade lúdica que a criança apreende e aprende, que interage com os outros e
- com o mundo. Representa de forma simbólica aquilo que a rodeia e projeta-se também nessa brinca-
20 deira, transpondo para a mesma tanto de si.
- É através da brincadeira, também, que a criança comunica aquilo que pensa e sente. Que se relacio-
- na com os outros e, ao mesmo tempo, que se organiza dentro de si própria.
- Brincar é uma coisa muito séria. Séria demais para que possa ser levada a brincar. E se brincar é
- assim tão importante, mais importante é que a criança possa diversificar as suas brincadeiras.
25 Que possa brincar com o que quiser, da forma que quiser, quando e como quiser, sem amarras 3 ao
- que a sociedade (tão toscamente) considera adequado.
- Que se sinta livre para escolher as suas brincadeiras de acordo com aquilo que é a sua vontade e
- necessidade, sem receio de comentários jocosos4 ou críticas culpabilizantes.
- Que não tenha que brincar com o que gosta às escondidas, procurando corresponder às expectati-
30 vas que os outros têm de si.
- O meu filho mais novo andou durante muito tempo literalmente agarrado ao peluche da Estrunfina.
- Ou Smurfina, como se diz agora. Em casa e na rua, aquele peluche azul de longos cabelos louros era
- quase um prolongamento de si mesmo. Ouvi comentários absurdos, sim, é verdade. E tão bem que
- soube ignorá-los com um sorriso. O tempo do peluche passou, vieram outros brinquedos e aventuras.
35 E com cada um, seguramente, novas aprendizagens.
- A brincadeira de que eu mais sinto saudades, quando penso na minha própria infância? Das cidades
- de soldadinhos que construía pela casa fora, com a minha irmã, invadindo todas as divisões, numa
- verdadeira batalha de Aljubarrota!
1. Para cada item, seleciona, com um X, a opção que completa corretamente a frase, de acordo com
o sentido do texto.
1.1. No início, a autora manifesta a sua admiração (3 pontos)
(A) pelo facto de haver brinquedos para meninas e brinquedos para meninos.
(B) por encontrar uma loja que ainda separa brinquedos de menina e de menino.
(C) por os brinquedos de menino apelarem à violência e os de menina não.
(D) por ter entrado numa loja de brinquedos.
1.3. Para provar o seu ponto de vista, a autora apresenta um exemplo (3 pontos)
(A) universal.
(B) comum.
(C) geral.
(D) pessoal.
(A) A criança deve brincar de acordo com as regras definidas pela sociedade
(B) A criança deve brincar sem ter medo de ser criticada ou gozada.
(C) A criança deve brincar sem ter necessidade de se sentir envergonhada.
(D) A autora gostava de brincar à batalha de Aljubarrota.
(E) A autora foi criticada pelas escolhas dos brinquedos do filho.
Lê o excerto do texto dramático Vanessa vai à luta. Se necessário, consulta as notas de vocabulário.
- Cena VI
- Noite, Vanessa sozinha, sentada a uma mesa pequenina onde faz os trabalhos da escola, com a
- metralhadora do Rodrigo pousada ao lado dela, finge estar a escrever uma carta.
- Vanessa – Querido ou querida, irmão ou irmã. Isto é um bocado parvo estar a escrever-te
5 uma carta que nem sei para onde hei de mandar. Outro problema é que eu não sei escrever,
- só sei o a, o e, o i, o o e o u e o v de Vanessa e o n e o s, que é assim uma cobra, e também
- sei escrever o nome do Rodrigo e do pai e da mãe e o da professora, que é difícil como o
- caraças, porque ela se chama Frederica e eu já sei escrever um bocado do nome. Mas
- ainda não sei todo. E é só ela começar a dizer as letras e dá-me sono... A mãe diz que
10 ainda estás no céu e que ainda não sabe se és rapaz ou rapariga, também diz que estás
- dentro da barriga dela... (deixa de escrever, fala para cima) e eu queria só dizer que,
- se ainda não escolheste se queres ser rapaz ou rapariga, é melhor vires como rapaz,
- senão estás bem lixada. A primeira coisa que te fazem é pôr-te uns vestidinhos e
- umas meias e tu andas o tempo todo a rapar um frio do caraças. Ainda por cima
15 dizem para estares quieta que é para não sujares a porcaria do vestido. Depois
- penteiam, arrepelam-te o cabelo e dói como o caraças. Depois há uma data
- de coisas que não podes fazer, senão dizem que és uma maria-rapaz e que os
- rapazes não gostam de ti. E por mais que faças, os rapazes não gostam de ti na
- mesma, porque andam lá entretidos nas coisas deles, à pancada e a jogar à
20 bola e coisas assim. E se nós também queremos andar a brincar à pancada,
- porque é bué divertido, não se pode, porque não somos rapazes. Digo-te
- que é uma grande chatice e se puderes escolher e ainda for a tempo, vem
- como rapaz. Depois, quando estás à espera que o Pai Natal te dê um jeep
- porreiro ou um fato de ninja para o Action Man1, apanhas com um aspirador
25 em cima para ajudares a tua mãe a limpar a casa. E ainda levas um espanador2 e um
- serviço de chá para as bonecas. E enquanto o parvalhão do Rodrigo está todo contente a ver o
- TV Shop3, a tua mãe vem-te chamar para limpares a loiça ou fazer uma coisa qualquer... E para
- conseguires uma metralhadora, que nem sequer é a sério, tens que pedir e pedir e pedir e... toda a
- gente te diz que és uma menina.
Luísa Costa Gomes, Vanessa vai à luta, Porto Editora, pp. 85-86.
VOCABULÁRIO:
1
Action Man: brinquedo; super-herói.
2
espanador: espécie de vassoura pequena feita de penas, tiras de pano ou outro material, com que se limpa o pó.
3
TV Shop: programa de televisão de venda de produtos.
b. Personagens presentes
c. Adereços
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3. Apresenta os dois problemas com que Vanessa se depara neste momento. (6 pontos)
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4. Explicita os argumentos usados por Vanessa para que o irmão ou irmã opte por ser rapaz. (6 pontos)
5. Na tua opinião, Vanessa está certa em relação à ideia de o bebé ser menino? (6 pontos)
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Coluna A Coluna B
– Deves vir como rapaz, se ainda for a tempo. – disse Vanessa, dirigindo-se ao futuro irmão ou
irmã.
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“Que (a criança) possa brincar com o que quiser, da forma que quiser, quando e como quiser, sem
amarras ao que a sociedade (tão toscamente) considera adequado.” Rute Agulhas
Elabora um comentário, com 150 a 200 palavras, no qual compares a opinião de Rute Agulhas
com o ponto de vista de Vanessa relativamente aos brinquedos/brincadeiras para menina e para
menino.
Refere os seguintes aspetos:
‒ ponto de vista de Rute Agulhas;
‒ ponto de vista de Vanessa;
‒ comparação entre as duas perspetivas.
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FIM