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Disciplina: Psicologia Jurídica

Acadêmica: Maria Eduarda Nunes Bijari

Ana Beatriz Barbosa Silva em sua obra “Mentes perigosas – O psicopata


mora ao lado” nos faz questionar internamente se o psicopata é somente a pessoa
que mata, que tortura ou até mesmo o serial killer.
Como introdução, a autora cita um exemplo didático em formato de fábula,
“o escorpião e o sapo” onde o escorpião utiliza de seu dom de persuasão para
convencer o sapo a levá-lo até a outra margem do lago, e ao atingir o seu objetivo
sacrifica o pobre sapo com o seu veneno justificando ser “sua natureza”. Em
analogia a tal contexto podemos perceber logo nas primeiras páginas do livro a
correlação entre o comportamento do escorpião com o de um psicopata na
realidade.
Os psicopatas são indivíduos que não apresentam consciência genuína,
diferentemente das pessoas comuns não se abalam ao ver cenas de crianças
sofrendo maus tratos e moradores de rua passando fome, por exemplo. Sendo
100% racionais, não apresentam nenhum tipo de remorso ao utilizar de outras
pessoas como meio para atingir sua satisfação pessoal mesmo que isso cause
sofrimento ao outro, a presença de qualquer sentimento de culpa ou pena é
inexistente.
Outro aspecto comportamental desses seres é que semelhante aos animais
apresentam um instinto predador, utilizando de sua excelente desenvoltura para
fisgar suas presas. Não apresentam autocontrole, a partir do momento que
percebem sua fonte de prazer ameaçada, não medem atitudes e meios para
adquiri- la novamente, famosos “cabeça quente”. Porém, essa desenvoltura
psicopática não se desenvolve ao longo da vida de uma pessoa, o psicopata já é
concebido psicopata, esse fato tendo comprovação científica pelos psicólogos e
psiquiatras.

O livro de Ana Beatriz Barbosa ao mencionar diversas histórias de pessoas


comuns que sofreram nas garras de psicopatas nos instiga a quebrar o senso
comum de que os “monstros” psicopáticos são apenas aqueles criminosos
cumprindo longas penas, ou aquelas figuras de filmes de terror como em
Centopeia Humana. Ele nos ensinando a desconfiar de sujeitos que vendem uma
imagem muito perfeita de si mesmos, sempre injustiçados de suas histórias, mas
que na verdade utilizam da nossa compaixão e comoção pelo seu estado para
nos sugar fisicamente e psicologicamente para suprir seus mais peculiares
prazeres.

Uma atitude dos psicopatas que gera grande impacto no livro Mentes
Perigosas, é a de que eles são capazes de constituir família e até chegar a ter
filhos apenas para gerar uma boa imagem de sua personalidade para a
sociedade. Provando mais uma vez o quão sádico esses seres podem chegar a
ser. Mas, por outro lado nos traz certo conforto saber que apenas 4% da
população mundial é psicopata, 3% sendo homens e 1% mulheres, sendo a
grande maioria psicopatas de nível leve ou baixo, que manipulam, extorquem e
ferem as pessoas de forma mascarada.

A partir da obra “Mentes psicopatas – o psicopata mora ao lado” de Ana


Beatriz Barbosa, a seguir o caso pesquisado “Richard Speck – Marinheiro sem
sentimentos”:

“Em julho de 1966, em Chicago, Richard Franklin Speck é parte de um


grupo de psicopatas egocêntricos que agem violentamente quando explodem,
sem sentir um pingo de remorso por suas vítimas. Após se embebedar em uma
taverna, Richard estuprou uma mulher e se encaminhou para um dormitório de
estudantes. Lá, sequestrou e manteve reféns oito estudantes de enfermagem –
todas mortas por estrangulamento ou facadas. Richard foi condenado à prisão
perpétua e morreu de ataque cardíaco, ainda preso, em 1991.”

No caso de Richard Franklin Speck é explícito um caso de psicopatia pura,


em sua história de vida desde a infância apresentando indícios que o tornavam
suscetível a ser um psicopata de nível grave. Relatava dores de cabeça
frequentes, tirava más notas enquanto frequentava o colegial, sofria agressões
físicas frequentes de seu padrasto, apresentava diversos casos de infração às leis
e era alcoólatra. Apesar de tudo isso casou-se duas vezes, o que comprova seu
instinto sedutor apenas para gerar uma boa imagem à sociedade.

Em julgamento, alegava não se lembrar das barbáries cometidas apesar de


haver uma gravação constatando que se divertiu ao longo dos assassinatos e que
apenas não era “o dia” de suas vítimas.

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