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EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
CURSO DE MESTRADO EM CIÊNCIA DOS MATERIAIS
Rio de Janeiro
2002
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Rio de Janeiro
2002
c2002
CDD 620.11292
2
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
_______________________________________________________________
Prof. Carlos Sérgio da Costa Viana – Ph.D. do IME - Presidente
_______________________________________________________________
Prof. Hani Hussein Aly El-Sharawy – D.C. do IME
_______________________________________________________________
Prof. André Luiz Pinto – M.C. do IME
_______________________________________________________________
Profa. Nadja Valéria Vasconcelos de Avila – D.C. da UFF
Rio de Janeiro
2002
3
À minha mãe, pessoa que doou sua vida aos seus filhos,
não medindo esforços e sem conhecer limites para fazer de
nós seres humanos íntegros e capazes contribuir
humildemente na comunidade que vivemos.
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AGRADECIMENTOS
Minha mãe, meus irmãos, Rosana, Pedro e Tuanny, e meu cunhado Marco
Aurélio, que no decorrer de minha vida sempre estiveram ao meu lado para de
alguma forma me estender a mão.
Ao meu Professor Orientador PhD. Carlos Sérgio da Costa Viana, por sua
atenção, principalmente a paciência nos meus momentos de dúvida.
À CSN - Companhia Siderúrgica Nacional, por intermédio de seus funcionários,
Engenheiros Rogério Itaborahy Tavares, Roberto Luiz Silva Germano e Gabriel
Godinho Alves e técnicos do seu Centro de Pesquisas, me ofereceram os subsídios
para realização desta Dissertação de Mestrado.
Ao Engenheiro Maurício Franco Bomfim, funcionário da Brasmetal de Diadema-
São Paulo, pelas informações fornecidas para este trabalho.
A aluna Doutoranda Andréa Machado Lopes e ao Professor M.C. André Luiz
Pinto, do IME, na orientação e suporte no uso do EBSD e uso das ferramentas de
análise de textura, durante a preparação, execução e análise dos dados.
Ao Professor M.C. Júlio Cesar Soares de Oliveira que dispensou seu tempo para
me auxiliar na execução de parte dos meus experimentos no IME.
Ao aluno Doutorando Mario Henrique de Castro Cabral, do IME, e ao Professor
D.C. Hamilton F. G. de Abreu, da UFC, que me ajudaram dispensando parte do seu
tempo para realizar de minhas análises de difração por raio-X no goniômetro da
Universidade Federal do Ceará – Departamento de Engenharia Mecânica.
Aos responsáveis técnicos pelos laboratório do DE/4-IME, Engenheiros Carlos
Gomes, Dagmilson e Leonardo, pela disponibilização de recursos e a orientação
dada quanto a execução das tarefas.
Aos responsáveis técnicos pelas Oficinas do DE/4-IME, Cristovão e Miguel, no
auxílio dado no uso das Oficinas.
Ao aluno Mestrando Leandro José Raniero, que me ajudou disponibilizando
recursos de informática no decorrer do meu segundo ano de mestrado.
Ao Cap. Veltri no auxílio dado no decorrer de minhas atividades quanto
disponibilizam de material e orientação em relação a assuntos burocráticos.
Aos funcionários da secretária do DE/4, especialmente a Eloísa, que neste
período de curso me auxiliaram na solução de problemas burocráticos.
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Aos amigos que conquistei no IME, em particular, Cristiano, Elaine, Itamar, Joel,
Josy, Maria Cecília, Maria de Fátima, Solange e Vivian, tornando meus dias
agradáveis num ambiente de estudo tão exigente e me ajudando nos momentos que
precisei.
Aos companheiros de estudo, alunos de outros departamentos, professores e
funcionários do IME que conquistaram minha simpatia, pela convivência, favores e
troca de experiências que me proporcionaram nestes 2 anos de estudo.
Aos mestres de minha vida que transmitiram parte dos seus conhecimentos para
me preparar na subida da infinita escalada pelo conhecimento.
Agradeço a todas as pessoas, desde a minha infância, que me incentivaram,
apoiaram e possibilitaram a formação de um alicerce na minha atual vida
acadêmica.
Também aqueles que em algum momento de minha vida não acreditaram em
mim, fazendo que eu buscasse um caminho de transposição de obstáculos e assim
tornar-me uma pessoa mais forte.
A Kellen e Fabíola, que neste período de mestrado foram companheiras de
moradia, pelas experiências que passamos e que favoreceram no meu
amadurecimento.
Por último a duas pessoas em particular que estiveram por perto em todos os
momentos, Andréa Machado Lopes e Leandro José Raniero. Que de uma forma
inexplicável tornaram-se mais do que amigos, com certeza marcaram minha vida e
que nunca os esquecerei.
E a Deus, por ter me permitido viver ao redor de pessoas que me querem bem e
assim ter boas lembranças no futuro.
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“Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e
insensatas.
PERDOE-AS ASSIM MESMO!
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta,
interesseiro.
SEJA GENTIL ASSIM MESMO!
Se você é um vencedor, terá falsos amigos e alguns inimigos
verdadeiros.
VENÇA ASSIM MESMO!
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo.
SEJA HONESTO ASSIM MESMO!
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de
uma hora para outra.
CONSTRUA ASSIM MESMO!
Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja.
SEJA FELIZ ASSIM MESMO!
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o
bastante.
DÊ O MELHOR DE VOCÊ ASSIM MESMO!
Veja você que, no final das contas, é entre você e Deus.
NUNCA FOI ENTRE VOCÊ E AS OUTRAS PESSOAS!”
Madre Tereza de Calcutat
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................37
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................39
8
2.8.1 TEXTURAS DEPOIS DO TRABALHO A QUENTE.....................................75
2.8.2 TEXTURAS DE LAMINAÇÃO A FRIO ........................................................78
2.8.3 TEXTURAS DE RECRISTALIZAÇÃO.........................................................80
2.8.4 FATORES TECNOLÓGICOS QUE AFETAM A TEXTURA ........................81
4 RESULTADOS..........................................................................................103
9
4.3.1 AÇO EBC ..................................................................................................132
4.3.2 AÇO IF ......................................................................................................136
5 DISCUSSÃO .............................................................................................141
6 CONCLUSÕES .........................................................................................154
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................156
9 APÊNDICES .............................................................................................160
10 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................167
10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIG. 2.1 - Curvas de segregação e precipitação isotérmicas de boro num aço baixo
carbono contendo 0,0005%B..................................................................42
FIG. 2.3 - Chapa com orientação dos cristais ao acaso (sem textura ou textura
aleatória). ................................................................................................48
FIG. 2.7 - Relações entre a direção de laminação, direção transversal e normal com
os eixos cristalinos, segundo rotações ψ, θ e φ de Euler (propostas por
Roe). .......................................................................................................52
FIG. 2.8 - Definição dos ângulos de Euler (ϕ1, ϕ e ϕ2) conforme notação de Bunge.52
11
FIG. 2.12 - Lugar geométrico de escoamento para tensão plana (σz = 0) de materiais
com simetria rotacional ao redor de z para a generalização do critério de
escoamento, EQ. 2.26. Expoentes mais alto que a = 2 (critério de Hill)
predizem menores efeitos de R sobre a forma do lugar geométrico de
escoamento. ...........................................................................................60
FIG. 2.14 - Possíveis planos de deslizamento para “pencil glide” em um cristal ccc:
{110}, {112}, {123}...................................................................................62
FIG. 2.16 - Variação das intensidades das componentes de textura {111}, {110} e
{100}, ao longo da espessura de uma chapa laminada a frio com redução
de 80% e quatro valores de ∆ diferentes. ...............................................65
12
FIG. 2.23 - Uma comparação de trajetórias de cargas no local de potencial de
fratura, ao redor da ponta do punção e no flange. Os materiais são
isotrópico (R = 1) e anisotrópico com isotropia planar (R>1). .................72
FIG. 2.27 - Textura de um aço baixo carbono laminado 60% a frio; seções de ϕ2 = 0o
a ϕ2 = 85o, em intervalos de 5o................................................................79
FIG. 2.29 - Seções de ϕ2 = 45o das ODFs obtidas por difração de raio X de amostras
de aço UBC totalmente recristalizada após terem sido reduzidas (a) 50%,
(b) 70%, (c) 82% e (d) 90%.....................................................................81
13
FIG. 3.5 - Esquema de um metal sendo laminado. ...................................................88
FIG. 3.8 - Forno BRASIMET modelo K250 utilizado nos recozimentos realizados no
Centro de Pesquisa da CSN. ..................................................................92
14
FIG. 4.4 - Curvas de Fração Recristalizada e Tamanho Médio de Grão versus
Temperatura para o aço IF na Simulação do Recozimento em Caixa na
CSN. .....................................................................................................105
FIG. 4.13 - Microestrutura e ODF do aço EBC laminado a quente. (TG = 7,5 ASTM e
ϕ2 = 45o)................................................................................................111
15
FIG. 4.14 - Microestrutura e ODF do aço IF laminado a quente. (TG = 10,5 ASTM e
ϕ2 = 45o). ................................................................................................111
FIG. 4.15 - Microestruturas aço EBC laminado a frio na Brasmetal. (Reduções de 90,
84 e 80%)..............................................................................................112
FIG. 4.16 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal, obtidas por difração de
raio X. (Reduções de 90, 84 e 80%, ϕ2 = 45o) ......................................113
FIG. 4.17 - Microestruturas aço EBC laminado a frio no IME. (Reduções de 90, 85 e
81%)......................................................................................................113
FIG. 4.19 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal, obtidas por difração de raio
X. (Reduções de 90, 85 e 77%, ϕ2 = 45o) .............................................114
FIG. 4.22 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 90%) e Recozido em
Caixa na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 580oC,
600oC e 820oC, ϕ2 = 45o) ......................................................................116
16
FIG. 4.24 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 84%) e Recozido em
Caixa na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 560oC,
580oC e 820oC, ϕ2 = 45o) ......................................................................116
FIG. 4.26 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 80%) e Recozido em
Caixa na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 560oC,
580oC e 820oC, ϕ2 = 45o) ......................................................................117
FIG. 4.27 - ODF do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 80%) e Recozido em
Caixa na CSN, obtida por difração de raio X. (Temperatura de
tratamento: 580oC, ϕ2 = 45o).................................................................118
17
FIG. 4.32 - Microestruturas do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 77%) e
Recozido em Caixa na CSN. (Temperaturas de tratamento: 640oC (70%
recristalizado), 660oC (TG = 10,8 ASTM) e 820oC (TG = 10,0 ASTM)) 120
FIG. 4.36 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 90%) e tratado via
Recozimento Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de
tratamento: 600oC, 620oC e 820oC, ϕ2 = 45o) .......................................122
FIG. 4.38 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 84%) e tratado via
Recozimento Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de
tratamento: 580oC, 600oC e 820oC, ϕ2 = 45o) .......................................123
FIG. 4.39 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 84%) e tratado via
Recozimento Contínuo na CSN, obtidas por difração de raio X.
(Temperaturas de tratamento: 580oC, 600oC e 820oC, ϕ2 = 45o)..........123
18
FIG. 4.40 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 80%) e
tratado via Recozimento Contínuo na CSN. (Temperaturas de
tratamento: 600oC (90% recristalizado), 620oC (TG = 10,3 ASTM) e
820oC (TG = 9,3 ASTM)).......................................................................124
FIG. 4.41 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 80%) e tratado via
Recozimento Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de
tratamento: 600oC, 620oC e 820oC, ϕ2 = 45o) .......................................124
FIG. 4.42 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio (r = 90%) e tratado via
Recozimento Contínuo no IME. (Temperaturas de tratamento: 560oC
(90% Recristalizada) e 640oC (TG = 11,5 ASTM))................................125
FIG. 4.43 - ODFs do aço EBC laminado a frio (r = 90%) e tratado via Recozimento
Contínuo no IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento:
560oC e 640oC, ϕ2 = 45o) ......................................................................125
FIG. 4.44 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio (r = 85%) e tratado via
Recozimento Contínuo no IME. (Temperaturas de tratamento: 600oC
(TG = 11,1 ASTM) e 640oC (TG = 11,2 ASTM)) ...................................125
FIG. 4.45 - ODFs do aço EBC laminado a frio (r = 85%) e tratado via Recozimento
Contínuo no IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento:
600oC e 640oC, ϕ2 = 45o) ......................................................................126
FIG. 4.46 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio (r = 81%) e tratado via
Recozimento Contínuo no IME. (Temperaturas de tratamento: 580oC
(TG = 11,2 ASTM) e 640oC (TG = 10,9 ASTM)) ...................................126
FIG. 4.47 - ODFs do aço EBC laminado a frio (r = 81%) e tratado via Recozimento
Contínuo no IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento:
580oC e 640oC, ϕ2 = 45o) ......................................................................126
19
FIG. 4.48 - Microestruturas do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 90%) e
tratado via Recozimento Contínuo na CSN. (Temperaturas de
tratamento: 660oC (80% recristalizado), 680oC (TG = 10,6 ASTM) e
820oC (TG = 9,8 ASTM)).......................................................................127
FIG. 4.49 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 90%) e tratado via
Recozimento Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de
tratamento: 660oC, 680oC e 820oC, ϕ2 = 45o) .......................................127
FIG. 4.51 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 85%) e tratado via
Recozimento Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de
tratamento: 660oC, 680oC e 820oC, ϕ2 = 45o) .......................................128
FIG. 4.52 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 85%) e tratado via
Recozimento Contínuo na CSN, obtidas por difração de raio X.
(Temperaturas de tratamento: 660oC, 680oC e 820oC, ϕ2 = 45o)..........129
FIG. 4.54 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 77%) e tratado via
Recozimento Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de
tratamento: 700oC, 720oC e 820oC, ϕ2 = 45o) .......................................129
20
FIG. 4.56 - ODFs do aço IF laminado a frio (r = 90%) e tratado via Recozimento
Contínuo no IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento:
720oC e 780oC, ϕ2 = 45o) ......................................................................130
FIG. 4.58 - ODFs do aço IF laminado a frio (r = 85%) e tratado via Recozimento
Contínuo no IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento:
720oC e 780oC, ϕ2 = 45o) ......................................................................131
FIG. 4.60 - ODFs do aço IF laminado a frio (r = 80%) e tratado via Recozimento
Contínuo no IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento:
720oC e 780oC, ϕ2 = 45o) ......................................................................132
FIG. 4.61 - Curva de Coeficiente de Anisotropia Plástica (R) e σ/σ(0) do aço EBC
laminada a quente. ...............................................................................133
FIG. 4.62 - Curvas de Coeficiente de Anisotropia Plástica (R) do aço EBC laminado
a frio na Brasmetal (r = 90, 84 e 80%) e recozido em caixa na CSN em
diversas temperaturas...........................................................................133
FIG. 4.63 - Curvas de Coeficiente de Anisotropia Plástica (R) do aço EBC laminado
a frio na Brasmetal (r = 90, 84 e 80%) e tratado via Recozimento
Contínuo na CSN em diversas temperaturas........................................134
FIG. 4.64 - Curvas de Coeficiente de Anisotropia Plástica (R) do aço EBC laminado
a frio (r = 90, 85 e 81%) e tratado via Recozimento Contínuo no IME em
diversas temperaturas...........................................................................135
21
FIG. 4.65 - Curvas de σ/σ(0) do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 90, 84 e
80%) e recozido em caixa na CSN em diversas temperaturas. ............135
FIG. 4.66 - Curvas de σ/σ(0) do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 90, 84 e
80%) e tratado via Recozimento Contínuo na CSN em diversas
temperaturas.........................................................................................136
FIG. 4.67 - Curvas de σ/σ(0) do aço EBC laminado a frio (r = 90, 85 e 81%) e tratado
via Recozimento Contínuo no IME em diversas temperaturas. ............136
FIG. 4.74 - Curvas de σ/σ(0) do aço IF laminado a frio (r = 90, 85 e 80%) e tratado
via Recozimento Contínuo no IME em diversas temperaturas. ............140
22
FIG. 5.1 - Mapa de orientação e ODF do aço EBC laminado a quente, gerados em
uma das varreduras por EBSD. ............................................................144
FIG. 5.2 - Mapa de orientação e ODF do aço IF laminado a quente, gerados em uma
das varreduras por EBSD. ....................................................................145
FIG. 5.3 - Mapa de orientação e ODF do aço EBC laminado a frio na Brasmetal
(r = 84%) e recozido em caixa na CSN a 580oC, gerados em uma das
varreduras por EBSD. ...........................................................................150
FIG. 5.5 - Mapa de orientação e ODF do aço EBC laminado a frio na Brasmetal
(r = 84%) e tratado via recozimento contínuo na CSN a 600oC, gerados
em uma das varreduras por EBSD. ......................................................151
FIG. 5.7 - Mapa de orientação e ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal
(r = 84%) e tratado via Recozimento Contínuo na CSN a 580oC, gerados
em uma das varreduras por EBSD. ......................................................152
23
FIG. 9.2 - Lugar geométrico de escoamento do aço EBC ao B laminado a frio na
Brasmetal (r = 90, 84 e 80%) e tratado via Recozimento em Caixa na
CSN em diversas temperaturas. ...........................................................164
FIG. 9.4 - Lugar geométrico de escoamento do aço EBC ao B laminado a frio (r = 90,
85 e 81%) e tratado via Recozimento Contínuo no IME em diversas
temperaturas.........................................................................................164
24
LISTA DE TABELAS
TAB. 2.3 - Solubilidade relativa das fases contendo boro de ocorrência mais comum
nos aços (X-Solúvel; 0-Insolúvel)............................................................44
TAB. 3.1 - Condições de processamento (como recebido) dos aços EBC e IF.........83
TAB. 3.3 - Propriedades mecânicas dos aços EBC e IF laminados a frio. ................84
TAB. 3.4 - Codificação das amostras analisadas dos aços EBC e IF. ......................84
25
TAB. 3.12 - Sequência de LF da BQ G213C - Aço IF - 80% de redução. .................90
TAB. 4.1 - Quadro comparativo de dureza (HRB) das amostras de aço EBC e IF na
condição laminada a frio na Brasmetal e no IME..................................103
TAB. 4.2 - Coeficientes de Anisotropia do Aço EBC, via simulação numérica. .......134
TAB. 4.3 - Coeficientes de Anisotropia do Aço IF, via simulação numérica. ...........138
TAB. 9.1 - Quadro comparativo das propriedades dos aços EBC e IF....................161
TAB. 9.2 - Quadro comparativo das características de textura dos aços EBC e IF.162
26
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ABREVIATURAS
AL Alongamento
BF Bobina a frio
BQ Bobina a quente
BQs Bobinas a quente
ccc Cúbico de corpo centrado
cfc Cúbico de face centrada
CP Corpo de prova
CPs Corpos de prova
CSL Coincidence Site Lattice (Contornos de grão que possuem átomos
pertencentes a dois grãos adjacentes em intervalos repetitivos da rede)
DL Direção de laminação
DN Direção normal
DT Direção transversal
E eng. Deformação de engenharia
E ver. Deformação verdadeira
EBC Extra-baixo carbono
EEP Estampagem extra profunda
EEP-PC Estampagem extra profunda para peças críticas
EP Estampagem profunda
EQ. Equação
esp. Espessura das chapas de aço EBC ao B e IF ao Ti
FIG. Figura
IF Interstitial free (Livres de intersticiais)
IFS Interstitial free steel (Aço livres de intersticiais)
LE Limite de escoamento a tração
LF Laminação a frio
LI Livres de intersticiais
LQ Laminação a quente
27
LR Limite de resistência a tração
máx. Máximo
nmed Coeficiente de encruamento médio
Obs. Observação(ões)
p. Página
ppm Partes por milhão
RCT Recozimento Contínuo
RCX Recozimento em Caixa
TA Temperatura de acabamento (na laminação a quente)
TAB. Tabela
TB Temperatura de bobinamento (na laminação a quente)
TG Tamanho de grão
TRP Temperatura de reaquecimento das placas
UBC Ultra-baixo carbono
ZEE Zincado de estampagem extra
ZEE-PC Zincado de estampagem extra para peças críticas
SÍMBOLOS
28
Cr Cromo
cSt Centi-poise (unidade de viscosidade)
Cu Cobre
d1 Diâmetro maior das impressões no CP para obtenção da curva CLC
d2 Diâmetro menor das impressões no CP para obtenção da curva CLC
Di Diâmetro do punção
Do Diâmetro do esboço
do Diâmetro interno do copo formado após a estampagem
e1 Maior deformação de engenharia utilizada para traçar a curva CLC
e2 Menor deformação de engenharia utilizada para traçar a curva CLC
ei Deformação de engenharia nas direções de laminação (i = 1),
transversal (i = 2) e normal (i = 3) da chapa
exp Exponencial na base e
F Força aplicada no punção
f(σij) Função do escoamento
F,G,H,L,M,N Constantes as quais caracterizam a anisotropia no Critério de Hill
Fe Ferro
Fe-α Ferro-alfa (ferrita) - fase sólida do metal ferro com estrutura cristalina
ccc
Fe-γ Ferro-gama (austenita) - fase sólida do metal ferro com estrutura
cristalina cfc
g Grama (unidade de massa)
G Tamanho de grão ASTM.
H Hidrogênio
h Espessura média ou diâmetro médio
hfi Espessura da chapa depois de cada passe de laminação
hi Espessura da chapa antes de cada passe de laminação
ho Espessura inicial da chapa
HR30T Dureza Rockwell do Tipo T (dureza superficial para chapas finas), com
carga de 30 kg
HRB Dureza Rockwell do Tipo B
Hz Hertz (unidade de freqüência)
i Unidade do conjunto dos números complexos
29
I(α,β) Intensidade difratada na posição da amostra definida pelos ângulos α e
β
K Potássio (ou valor crítico da tensão cisalhante resolvida)
k Ângulo polar da normal ao plano observado
kg Quilograma (unidade de massa)
kN Quilo-Newton (unidade de força)
kV Quilo-volts
L Largura da micrografia da área de análise, em milímetros. (ou
comprimento de contato entre a ferramenta e o material conformado)
ln Logaritmo na base e (neperiano)
LT Comprimento total da linha (⊥ perpendicular, || transversal)
L3 Comprimento (diâmetro) médio do grão, em milímetros
M Metal qualquer (ou momento de flexão, ou aumento utilizado na
micrografia)
m Metro (unidade de comprimento)
mg Miligrama (unidade de massa)
min Minuto (unidade de tempo)
ml Mililitro (unidade de volume)
mm Milimetro (unidade de comprimento)
Mn Manganês
Mo Molibdênio
MPa Mega Pascal (unidade de pressão)
N Nitrogênio ou (Newton (unidade de força))
N Número de grãos interceptados
NA Número de grãos por milímetros quadrados (1X, tamanho real)
Nb Nióbio
Ngrao Número de grãos por área de análise
Ni Níquel
NL Número de interceptos por comprimento (⊥ perpendicular,
|| transversal)
Nm Newton vezes metro (unidade de torque)
Nvarredura Número de varredura por amostra analisada
30
ηm nanômetro (unidade de comprimento)
O Oxigênio
o
C Graus Celsius
P Fósforo (ou Força aplicada no anti-ruga)
pH unidade para medida de acidez
Plm Funções polinômios de Legendre
Qlm Coeficiente que descrevem a figura de pólo
R Coeficiente de anisotropia plástica (ou Raio do cilindro de laminação)
R Coeficiente de anisotropia normal
r Redução (em percentual ou decimal)
R-1 a R-4 Laminador redutor de espessura (1 a 4) da LTQ-2 da CSN
R45 Coeficiente de anisotropia plástica a 45o da direção de laminação ou
transversal
R90 Coeficiente de anisotropia plástica na direção transversal (DT)
Rmax Coeficiente de anisotropia plástica máximo
Rmin Coeficiente de anisotropia plástica mínimo
Ro Coeficiente de anisotropia plástica na direção de laminação (DL)
S Enxofre
seg Segundos (unidade de tempo)
sen Seno
Si Silício
t Espessura
T Temperatura
Tf Temperatura final de acabamento
Ti Titânio
Tm Altura da micrografia da área de análise, em milímetros
Tnr Temperatura de não-recristalização
V Vanádio ou Volts
VE-1 a VE-4 Laminador vertical redutor de largura (1 a 4) da LTQ-2 da CSN
w(ψ, θ, φ) Harmônicos esféricos generalizados
W lm Coeficientes que descrevem a função de distribuição cristalina (FDOC)
e que são inerentes ao material e seu histórico de tratamento
termomecânico
31
X Tensão de escoamento na direção de laminação da chapa
x, y, z Três eixos ortogonais de anisotropia ou as direções de laminação,
transversal e da espessura da chapa
Y Tensão de escoamento na direção transversal da chapa
y Ângulo azimute da normal ao plano observado
Z Tensão de escoamento na direção normal da chapa
Zlm Polinômio generalizado de Legendre
∆ Parâmetro delta (utilizado para caracterizar a geometria da zona de
deformação)
∆R Coeficiente de anisotropia planar
∆T Variação de temperatura
α Alfa
β Beta
εi Deformação verdadeira nas direções de laminação (i = x), transversal
(i = y) e normal (i = z)
εij Deformação verdadeira cisalhante (para i ou j igual a x - direção de
laminação, y - transversal, z - normal da chapa)
φ Fi
γ Gama
η Eta
η Coeficiente de eficiência que depende da lubrificação, pressão do
prende chapas, espessura da chapa, ângulo da matriz, etc.
ϕ Phi
ϕ1, ϕ, ϕ2 Ângulos de Euler (segundo a notação de Bunge)
µ Mícrons
µA Micro-ampère
π Pi
θ Teta
σ/σ(0) Limite de escoamento normalizado pelo valor na direção de laminação
σf Tensão na parede do copo formado
σij Tensão de escoamento (quando i = j) na direção de laminação (i = x ou
1), transversal (i = y ou 2) ou normal (i = z ou 3) da chapa
32
σns Tensão cisalhante resolvida
σw Tensão que se opõe ao fluxo do material para dentro da matriz
τij Tensão cisalhante (i e j = x, y ou z)
τnp e τnq Componentes da tensão cisalhante resolvida (i = n e j = p ou q)
ψ Psi
ψ, θ, φ Ângulos de Euler (segundo a notação de Roe)
% Percentagem (ou percentual)
∞ Infinito
µm Micro-metro (unidade de comprimento)
εt Deformação na direção da espessura do corpo de prova de tração
εw Deformação na direção da largura do corpo de prova de tração
{hkl} Índices de uma família de planos cristalográficos, também representado
entre parênteses para um plano específico
(hkl) Índice de um plano cristalográfico específico
<uvw> Índices de Miller de uma família de direções cristalográficas, também
representado entre colchetes para uma direção específica
[uvw] Índice de Miller de uma direção cristalográfica específica
{hkl}<uvw> Componentes de textura
33
LISTA DE SIGLAS
34
RESUMO
35
ABSTRACT
In the present work, a detailed study of the microstructure and texture evolution
during the recrystallisation of a boron-added extra-low carbon steel is presented. The
data are compared with those of a titanium-added Interstitial Free steel in the same
processing conditions. The specimens were extracted from the center region of the
material in the following conditions: (i) hot-rolled plate, (ii) cold-rolled sheet with 90%,
85% and 80% reduction, and (iii) box and continuous annealed sheet with 90%, 85%
and 80% reductions.
The specimens were analysed via quantitative metallography and by EBSD
(Electron Backscatter Diffraction) and OIM (Orientation Image Microscopy), except
for the cold-rolled specimens which were analysed by quantitative metallography and
X-ray diffraction only, due to limitations in the electron gun of the EBSD technique.
The boron content in the extra-low carbon steels is less effective than the
titanium addition in the IF steel in retarding recrystallisation and growth of the
recrystallised ferrite grains. Boron affects the ferrite grains by developing irregular
grain boundaries and creating an inhomogeneous grain size distribution. The main
components in the boron-added extra-low carbon steel texture are (001)[1 1 0] and
those located near the α and γ-fibers {hkl}<110> and {111}<uvw>, respectively.
36
1 INTRODUÇÃO
37
Isto foi feito pela observação microestrutural e textural e pela comparação entre
um aço extra-baixo carbono ao boro e um aço ultra-baixo carbono livre de
intersticiais estabilizado ao titânio, nas condições de laminado a quente, a frio e
recozido.
38
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os efeitos da adição de boro aos aços tem sido reconhecidos há muito tempo
como de grande utilidade, principalmente no que diz respeito à temperabilidade dos
aços tratáveis termicamente. No presente trabalho, são avaliados os efeitos das
adições de boro nos aços extra-baixo carbono sobre suas componentes de textura e
sua microestrutura. As principais conseqüências gerais destas adições são as
seguintes (LYRA, 1987):
• O boro aumenta a temperabilidade em aços hipoeutectóides; não tem efeito
em aços eutectóides, e diminui a temperabilidade em aços hipereutectóides.
O aumento na temperabilidade é devido ao retardo na nucleação da ferrita
pró-eutectóide e na transformação bainítica superior.
• Os teores de boro que proporcionam o máximo efeito na temperabilidade
estão na faixa de 0,0005% a 0,003%.
• O efeito do boro torna-se menos pronunciado à medida que se aumenta o
teor de carbono do aço.
• A austenitização a temperaturas relativamente elevadas ocasiona prejuízo no
efeito do boro sobre a temperabilidade.
39
• O efeito do boro na temperabilidade aumenta com a diminuição do tamanho
de grão austenítico.
• O boro não influencia nem a faixa de temperatura nem a taxa de formação da
martensita, bainita inferior, ou perlita.
• Certos tratamentos térmicos em aços contendo adição de boro promovem a
formação de um constituinte especial identificado como Fe23(B,C)6.
Deve-se também ressaltar que pequenas adições de boro melhoram as
características de trabalho a quente dos aços austeníticos e aumentam a resistência
à fluência e a ductilidade tanto de aços austeníticos quanto de ferríticos.
40
2.1.3 ASPECTOS DA OCORRÊNCIA DE BORO NOS AÇOS
41
forma, as lacunas arrastam consigo átomos de boro e quanto mais alta a
temperatura inicial de austenitização, maior a concentração de complexos
boro/lacunas, e, portanto, maior é a segregação nos contornos de grão. Isto explica
porque a austenitização a altas temperaturas (900-1100oC) prejudica o efeito do
boro na temperabilidade, de acordo com GRANGE (1961). Quanto mais intensa for a
segregação de boro, mais prontamente os boro-carbetos se precipitam na austenita
estável ou meta estável, empobrecendo, assim, determinadas regiões no grão onde
o boro seria efetivo do sentido de retardar a nucleação da ferrita.
O grau de segregação e precipitação de boro ao longo dos contornos de grão
austeníticos, durante o resfriamento contínuo desde a temperatura de
austenitização, aumenta, geralmente, para menores taxas de resfriamento e para
maiores quantidades de boro dissolvido, de acordo com UENO (1973). KEOWN
(1977) concluiu nos seus estudos que são necessárias altas taxas de resfriamento
(6000 - 8000oC/min) para impedir a segregação de boro nos contornos de grão.
Finalmente, (UENO, 1973) verificaram que as características tempo-temperatura
da segregação e precipitação de boro seguem a cinética de uma curva em C
(FIG. 2.1).
FIG. 2.1 - Curvas de segregação e precipitação isotérmicas de boro num aço baixo carbono
contendo 0,0005%B.
UENO, 1973
42
(iii) Boretos e boro-carbetos nos aços
Uma classificação simplificada dos boretos de elementos metálicos de possível
ocorrência nos aços é apresentada na TAB. 2.2 em termos de estruturas
estequiométricas.
Embora muitos boretos sejam relacionados na literatura, nem todos ocorrem
usualmente nos aços. De fato, somente 4 boretos ou boro-carbetos foram realmente
detectados nos aços liga (KEOWN, 1977), a saber: Fe2B, M23(B,C)6, M3B2 e
Fe3(B,C).
43
suficientemente desoxidado, entretanto, a quantidade de B2O3 é bastante reduzida
(abaixo de 10 ppm).
TAB. 2.3 - Solubilidade relativa das fases contendo boro de ocorrência mais comum nos aços
(X-Solúvel; 0-Insolúvel).
1
Fase Ácido Sulfúrico Acetato de metil-bromina Álcool metil-bromina Metanol-iodina
B em solução X X X X
BN 0 0 0 0
B2O3 X 0 X X
Fe23(B,C)6 X X X 0
Fe3(B,C) X X X 0
Fe2B 0 X X X
KAPADIA, 1978
1
O teor de boro total é determinado usualmente por análise química com a soma das
quantidades de boro solúvel e insolúvel em ácido.
44
2.1.5 FORMAÇÃO DO BORO-CONSTITUINTE
45
FIG. 2.2 - Representação esquemática da energia disponível para nucleação no contorno de
grão em função da concentração de boro, a uma temperatura de transformação subcrítica.
SIMCOE, 1955
46
estampagem extra - ZEE e zincado de estampagem extra para peças críticas - ZEE-
PC).
São aços produzidos por desgaseificação a vácuo, o que aumenta o seu custo
inicial de fabricação, o que é compensado pelo processo de recozimento contínuo,
menos oneroso que o recozimento em caixa.
Estes aços comparados aos aços baixo carbono:
• Teor de carbono na faixa de:
• 0,02 a 0,05%C para os de baixo carbono;
• 0,005 a 0,02%C para os de extra-baixo carbono;
• 0,002 a 0,005%C para os de ultra-baixo carbono.
• Menor resistência à deformação plástica (menores limites de escoamento).
• Menor resistência mecânica (menores limites de resistência).
• Maior ductilidade (maiores alongamentos totais até a fratura no ensaio de
tração).
• Muito boa soldabilidade.
• De uso previsto para tratamento térmico (recristalização) via recozimento
contínuo (não temperáveis).
Em geral, tendem a ser suscetíveis ao envelhecimento, principalmente os de
extra-baixo carbono; esse fato faz com que, em geral, esses aços sejam produzidos
com pequenas adições de Ti ou Ti+Nb para produzir o aço livres de intersticiais
(Interstitial Free Steel - IFS). Praticamente todos os aços ultra e extra-baixo carbono
são IF. A adição de pequenas quantidades de boro nesses aços, sem adição de Ti
ou outro elemento fortemente formador de nitreto e carbeto, não permite que sejam
considerados livres de intersticiais, pois o boro irá combinar-se com o nitrogênio que
está em solução e o carbono permanecerá em solução. Sendo assim, o boro será
um minimizador do efeito de envelhecimento.
47
2.3 TEXTURA CRISTALOGRÁFICA
A textura cristalográfica pode ser definida como uma distribuição não aleatória
de planos e direções cristalinas num agregado policristalino. Algumas vezes utiliza-
se a expressão “textura aleatória” para significar ausência de orientação preferencial
(FIG. 2.3). A natureza da textura desenvolvida num material dependerá de sua
composição química, de sua estrutura cristalina e dos parâmetros de
processamento, os quais incluem deformação, taxa de deformação, temperatura,
entre outros, de acordo com HU (1974).
FIG. 2.3 - Chapa com orientação dos cristais ao acaso (sem textura ou textura aleatória).
VIANA, 2001
48
FIG. 2.4 - Textura (ou componente) {001}<110> numa chapa.
VIANA, 2001
49
FIG. 2.5 - Posicionamento e movimento da amostra no goniômetro de textura do aparelho de
raio X, para obtenção da figura de pólo.
50
2.3.2 FIGURAS DE PÓLO INVERSAS
51
FIG. 2.7 - Relações entre a direção de laminação, direção transversal e normal com os eixos
cristalinos, segundo rotações ψ, θ e φ de Euler (propostas por Roe).
Uma outra notação foi dada por Bunge (BUNGE, 1987) cujos os ângulos de
rotação são denominados ϕ1, ϕ e ϕ2 (FIG. 2.8) e se correlacionam com os da
notação segundo as relações: ϕ1 = π/2 - ψ, ϕ = θ e ϕ2 = π/2 - φ.
FIG. 2.8 - Definição dos ângulos de Euler (ϕ1, ϕ e ϕ2) conforme notação de Bunge.
BUNGE, 1969
52
w = cos ψ. sen θ (2.7)
∞ l l
w (ψ, θ, φ ) = ∑ ∑ ∑W lmn Z lmn (cosθ )exp(− imψ)exp(inφ ) (2.9)
l= 0 m = −1n = −1
sendo:
Qlm - coeficiente que descrevem a figura de pólo.
Plm - funções polinômios de Legendre.
W lm - coeficientes que descrevem a função de distribuição cristalina (FDOC) e
que são inerentes ao material e seu histórico de tratamento termomecânico.
Zlm - polinômio generalizado de Legendre.
α, β - ângulos que descrevem as orientações definidas como rotações do plano
da amostra em torno de DN, na obtenção das figuras de pólo.
ψ, θ, φ - ângulos de Euler que descrevem as orientações definidas como
rotações em torno das direções DL, DT e DN nas funções de distribuição de
orientação (FDOC).
l, m, n - índices da série harmônicos esféricos.
i - unidade do conjunto dos números complexos.
53
como é visto no mapa de indexação da FIG. 2.9, o que permite a representação da
textura coincidente com diversas orientações preferenciais ideais (BUNGE, 1982).
Nestas seções da FDOC, para ϕ2 constante, são desenhados os contornos de
mesma probabilidade (curvas de nível) o que torna possível avaliar os planos e
direções de maiores probabilidades de ocorrência, utilizando-se o mapa de
indexação da FIG. 2.9.
Kallend (BRANDÃO, 1984), calculou o parâmetro de severidade de textura
(PST), que é o desvio padrão da FDOC em relação ao da amostra sem textura
(textura aleatória), como sendo dada por:
1/2
∞ l l 2
(PST ) = 4 ⋅ (2)
1/2
π ∑ ∑ ∑ Wlmn
2
(2.11)
l=1 m= −1n= −1
Este parâmetro é utilizado como medida da severidade da textura quando se
compara texturas qualitativamente iguais.
FIG. 2.9 - Representação dos planos e direções paralelos a direção de laminação para
materiais cúbicos, definidos pelos ângulos de Euler, para seções de ϕ2 constante (ϕ2 = 0 e
o
o
45 ).
VIANA, 2001
54
2.4 ANISOTROPIA PLÁSTICA
55
onde R0, R90 e R45 são medidos nas direções de laminação, transversal e a 45o das
duas anteriores, respectivamente.
A anisotropia no plano da chapa é chamada de anisotropia planar e é definida
como:
R 0 − 2R 45 + R 90
∆R = (2.14)
2
A anisotropia planar pode se manifestar, nos processos de estampagem, através
do fenômeno de formação de orelhas na borda de um copo embutido, a partir de um
esboço circular, fenômeno este conhecido como orelhamento.
No caso de operações de estampagem, é desejável uma pequena redução na
56
onde η é um coeficiente de eficiência que depende da lubrificação, pressão do
prende chapas, espessura da chapa, ângulo da matriz, etc. e β é a razão σ w σ f ,
β=
(R + 1) (2.16)
2
Podemos observar então que quanto maior o valor de R maior será a razão
D o D i e conseqüentemente melhores serão as propriedades de estampabilidade do
material.
TAB. 2.4 - Principais componentes de textura observadas em aços baixo e extra-baixo carbono
laminados a frio e recozidos.
Componentes de Textura ∆R
R
{001}<110> 0,4 -0,8
{112}<110> 2,1 -2,7
{111}<110> 2,6 0
{111}<112> 2,6 0,0
{111}<123> 2,4 0,1
{554}<225> 2,6 1,1
{110}<001> 5,1 8,9
DANIEL, 1990
57
2.4.1 TEORIA DA PLASTICIDADE ANISOTRÓPICA DE HILL
Resolvendo simultaneamente,
1 1 1
2F = 2
+ 2 − 2
Y Z X
1 1 1
2G = 2 + 2 − 2 (2.19)
Z X Y
1 1 1
2H = 2 + 2 − 2
X Y Z
58
Infelizmente, para chapas não é conveniente medir Z diretamente. As constantes
L, M e N podem ser estimadas por ensaios de cisalhamento.
As regras de fluxo podem ser desenvolvidas usando,
∂f (σ ij )
dε ij = dλ (2.20)
∂σ ij
Na derivação das regras de fluxo das deformações cisalhantes, dεyz, dεzx e dεxy,
o critério de escoamento, EQ. 2.17, poderia ser reescrito com os termos de tensão
2
cisalhante desta forma L τ yz + τ zy
2
(
+ M τ zx
2
+ τ xz
2
) (
+ N τ xy
2
+ τ yx
2
) (
; por outro lado a )
diferenciação parcial conduziria ao resultado absurdo que dε yz = 2dλdτ yz e dε zy = 0 ,
H
R= (2.22)
G
Similarmente, definindo P = R 90 como a razão de deformação do ensaio de
59
Z 2 (G + H) (1 R ) + 1
= =
X 2 (F + G) 1 R + 1 P
Z = X P(1 + R ) (P + R ) (2.24)
Z = Y R(1 + P ) (P + R )
= (R + 1)Y a
a a a
σx + σy + Rσx − σy (2.26)
FIG. 2.12 - Lugar geométrico de escoamento para tensão plana (σz = 0) de materiais com
simetria rotacional ao redor de z para a generalização do critério de escoamento, EQ. 2.26.
Expoentes mais alto que a = 2 (critério de Hill) predizem menores efeitos de R sobre a forma do
lugar geométrico de escoamento.
HOSFORD, 1983, p. 271
60
de a e R. Nota-se que aumentando os valores de a, o lugar geométrico de
escoamento aproxima-se do local de Tresca. A correspondente regra de fluxo para
σx > σy é
− R(σ x − σ y )
a −1 a −1
dε y σy
= (2.27)
+ R(σ x − σ y )
a −1 a −1
dε x σx
61
FIG. 2.14 - Possíveis planos de deslizamento para “pencil glide” em um cristal ccc: {110},
{112}, {123}.
BACKOFEN, 1972, p. 58
τnp (na direção <110>) e τnq (na direção <112>) podem ser obtidos a partir do
tensão σij aplicado na célula de modo que a expressão acima pode ser calculada
para todos os planos {111}, ou seja, para todas as direções <111> do sistema ccc.
Fazendo isso, resultam:
62
(C − F + G)2 + (A − G + H)2 + (B − H + F)2 = 9K 2 para a direção [111]
(C + F + G)2 + (A − G − H)2 + (B + H − F)2 = 9K 2
[ ]
para a direção 1 1 1
(2.28)
(C + F − G)2 + (A + G + H)2 + (B − H − F)2 = 9K 2
para a direção [1 1 1]
(C − F − G)2 + (A + G − H)2 + (B + H + F)2 = 9K 2
para a direção [1 11]
onde : A = σyy - σzz; B = σzz - σxx; C = σxx - σyy; F = σyz; G = σzx; H = σxy.
2.6.1 O PARÂMETRO ∆
h = (h o + h i )/2 , então:
ho + hi
∆= ⋅ senα (2.30)
ho − hi
63
Para a trefilação assimétrica, o termo h da EQ. 2.30 se refere ao diâmetro
( )
médio, deste modo r = d 2o − d 2f do2 , então:
1+ 1− r
∆ = r
(
senα = senα 1 + 1 − r )2
(2.31)
1− 1− r
onde r = redução (%).
Para a laminação de produtos planos, a avaliação do parâmetro ∆ é muito
∆=
(2 − r ) ho
(2.32)
2 rR
BACKOFEN (1972) define o significado da altura, h, como o comprimento de um
arco, normal ao desenho da ferramenta até o centro da zona de deformação. Suas
expressões para deformação plana, trefilação e extrusão assimétrica são idênticas
às expressões das EQ. 2.30 e 2.31, exceto que o sen α é substituído por α (em
radianos). A menos que α seja grande, α ≅ sen α, desta forma as definições são
semelhantes.
Nas EQ. 2.30 a 2.32 acima, o valor de ∆ aumenta com o decréscimo da redução
(%) e o aumento da ângulo da matriz (ou como no caso da laminação com o
aumento da razão entre a espessura da tira e o raio do cilindro de laminação).
64
de aço laminadas, bem lubrificadas e conformadas a frio em condição de
deformação plana estão mostradas na FIG. 2.16.
FIG. 2.16 - Variação das intensidades das componentes de textura {111}, {110} e {100}, ao
longo da espessura de uma chapa laminada a frio com redução de 80% e quatro valores de ∆
diferentes.
BACKOFEN, 1972, p. 144
65
Nas experiências mostradas na FIG. 2.16, o parâmetro ∆ foi constante em cada
passe de uma série de passes particulares de um processo produtivo, para
diferentes reduções cumulativas, e cada valor de ∆ foi obtido com diferentes
combinação de ângulo α e redução por passe de acordo com a FIG. 2.17.
66
FIG. 2.16. O efeito sobre a componente de textura {111}, é mais pronunciado e de
especial interesse na estampabilidade das chapas de aço por razões descritas
anteriormente. Também existe um interesse prático na dependência do valor ∆ na
redução acumulada no ativamento da máxima intensidade de componente de
textura {111}.
A FIG. 2.18 mostra a variação destas componentes de textura em função da
posição relativa a superfície da chapa. Pequenos gradientes foram encontrados para
∆≅1 e bem maiores que ∆≅2. No centro da chapa (δt/t → 1), entretanto, onde a
deformação é mais ou menos homogênea, a intensidade para ambos valores de ∆
são praticamente iguais.
67
2.7.1 CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS
68
2.7.1.2 ESTADO DE DEFORMAÇÕES
69
estão limitados pela deformação mais do que pelos esforços a serem aplicados,
dedicando-se assim uma maior atenção ao estado de deformações.
A máxima deformação atingida depende da trajetória de deformação.
Uma vez que as peças obtidas por conformação de chapas apresentam
geralmente uma grande área superficial, elas tornam-se particularmente
susceptíveis a defeitos superficiais que prejudicam sua aparência. Denomina-se
“efeito de casca de laranja” a rugosidade superficial excessiva concentrada em
regiões da peça que foram submetidas a grandes deformações plásticas. Este
defeito ocorre principalmente quando a chapa metálica original apresenta tamanho
de grão grosseiro e resulta da tendência dos grãos a se deformar
independentemente uns dos outros e, sendo assim, os grãos aparecem em relevo
na superfície.
A melhor maneira de corrigir o efeito de casca de laranja é através do emprego
de chapas metálicas de tamanho de grão fino de modo que os grãos passem a se
comportar como se fossem aproximadamente um todo e que os grãos individuais
sejam difíceis de se distinguir a olho nu.
Outro defeito superficial importante que é comumente encontrado em chapas de
aço baixo-carbono é a presença de nervuras de distensão. Este defeito se apresenta
na forma de depressões superficiais que se assemelham as labaredas de fogo.
Estas depressões aparecem primeiramente ao longo dos planos de tensão
cisalhante máxima para depois, à medida que a deformação continua, espalharem-
se aleatoriamente, juntando-se entre si para introduzir uma superfície uniformemente
rugosa. A existência de nervuras de distensão está diretamente associada com a
presença de um limite de escoamento descontínuo na curva tensão-deformação do
metal e com a deformação não-uniforme que resulta da alongamento limite de
escoamento descontínuo (deformação de Lüders). A principal dificuldade
relacionada com as nervuras de distenção ocorre nas regiões da peça em que a
deformação é inferior à alongamento do limite de escoamento descontínuo.
A solução usual para este problema é realizar uma pequena redução a frio na
chapa de aço, da ordem de ½ a 2% em espessura. Esta laminação superficial, ou
passe de acabamento, deforma o metal de uma quantidade suficiente para eliminar
o escoamento descontínuo (FIG. 2.21). No entanto, se o aço envelhece durante o
70
período de estampagem, voltam a ocorrer o escoamento descontínuo e dificuldades
com as nervuras de distensão.
Outra solução, a nível de composição química, é a redução do teor de carbono
em ordem de ppm, são os aços extra e ultra-baixo carbono, em conjunto com adição
de elementos formados de carbonetos e nitretos. Impedindo dessa forma que o
carbono e o nitrogênio permaneçam em solução sólida e se ancorem nas
discordância contribuindo para formação do escoamento descontínuo.
FIG. 2.21 - Curvas tensão x deformação de material recozido e após um passe de encruamento
por laminação para eliminação do patamar de escoamento descontínuo.
71
esboço é arrastada dentro da matriz, evitando a formação de rugas nas paredes do
cilindro conformado, e mantendo a sua espessura aproximadamente constante
(FIG. 2.22).
FIG. 2.23 - Uma comparação de trajetórias de cargas no local de potencial de fratura, ao redor
da ponta do punção e no flange. Os materiais são isotrópico (R = 1) e anisotrópico com
isotropia planar (R>1).
BACKOFEN, 1972, p. 237
72
devido à ação do punção. O metal situado na região interna do esboço é deformado
radialmente para o interior em direção à garganta da matriz e, à medida que isto
ocorre, a circunferência externa deve contrair-se continuamente desde a dimensão
do disco original (esboço), πDo, até aquela relativa à peça final, πdo. Isto significa que
o metal está submetido a uma deformação compressiva na direção circunferencial e
a uma deformação trativa na direção radial. No entanto, quando o metal ultrapassa o
raio da matriz, é primeiramente dobrado e depois retificado, ao mesmo tempo que
sofre um esforço de tração. Este dobramento plástico sob tração resulta numa
considerável redução de espessura, que modifica o aumento do mesmo produzido
pela contração circunferencial. O metal nesta região foi submetido apenas a um
carregamento de tração ao longo da operação de estampagem.
Aumentando o atrito entre o punção e a chapa nas parede do cilindro, consegue-
se relações Do/do maiores.
Propriedades intrínsecas na estampagem:
• baixa resistência à deformação no flange, α = 1;
• alta resistência a deformação na parede, α = 0;
• baixa resistência ao dobramento para passar do flange à parede;
• boa ductilidade.
73
sido utilizadas. Os valores dados na estricção ou fratura dão a condição de falha,
enquanto deformações nos círculos em um ou mais diâmetros perto de uma falha
são considerados seguros. Sendo assim, os estados de deformações situados
acima da curva ocasionam a ruptura da chapa, ao contrário daqueles abaixo da
curva (FIG. 2.24).
Orientações preferenciais têm sido muito estudadas por causa dos importantes
efeitos sobre as propriedades de produtos comerciais. Um espécime de metal com
granulação e textura aleatória possuirá propriedades idênticas em todas as direções
(contanto que não haja nenhuma inclusão alongada, segregações, ou contornos),
mas um espécime com uma orientação preferencial terá propriedades direcionais,
74
ou anisotrópicas, que podem ser desejáveis ou indesejáveis em função do uso
pretendido para o material (BARRETT, 1966, p. 541).
Um exemplo no qual a anisotropia é freqüentemente indesejável é a chapa de
aço usada para estampagem profunda. Propriedades mecânicas diferentes
causadas por uma textura específica em uma chapa podem causar dificuldades ou
desperdício em certas operações de estampagem profunda. Assim, um copo tirado
de uma chapa pode ter uma borda desigual, ou “orelhas”. Por outro lado, a
anisotropia pode ser uma vantagem se a própria operação de estampagem é
assimétrica e se a chapa pode ser posicionada de modo que o direcionamento a
favoreça.
75
quando ocorre a recristalização convencional (estática). As FIG. 2-25(a), 2-25(b) e 2-
25(c) mostram exemplos deste caso. Em temperaturas mais baixas da laminação a
quente (por exemplo, temperatura de acabamento), dependendo da composição do
aço, a laminação é seguida de recristalização estática (em aços C e semelhantes),
ou, em ausência de recristalização ocorre o empanquecamento dos grãos
austeníticos (como em aços com Nb).
o
FIG. 2.25 - Aços encharcados a 1250 C e laminados 90%; Tf é a temperatura de final de
o
laminação. (a) Aço C temperatura de acabamento de 870 C; (b) Aço Li (ou IF) temperatura de
o o
acabamento de 870 C; (c) Aço Nb temperatura de acabamento de 1020 C. Nota-se em (d) ferrita
o
fortemente texturada, transformada de austenita deformada. Seções de ϕ2 = 45 , coordenadas
de Bunge.
76
desenvolve direcionalidades microestruturais e, portanto, anisotropia nas
propriedades mecânicas da austenita trabalhada a quente. Para se obter uma
textura mais intensa e uma anisotropia mais marcante, é necessário que a
laminação controlada termine na região abaixo da temperatura de não-
recristalização (Tnr) da austenita. A forte textura da ferrita presente na FIG. 2-25(d),
por exemplo, é devida à herança da orientação preferencial presente na austenita,
imediatamente antes da transformação.
Deformar na região γ não recristalizada, acima de Ar3, tem a sua importância,
pois isso aumenta a área superficial dos contornos de grão austeníticos e introduz
uma alta densidade de bandas de cisalhamento na matriz. Assim, é possível à
nucleação da ferrita ocorrer tanto nos contornos de grão como no interior do grão
austenítico, conduzindo a um tamanho de grão mais fino. Como a recristalização é
efetivamente retardada na austenita deformada, nesta região desenvolve-se uma
intensa textura de deformação a qual é repassada à fase α durante a transformação.
As texturas de aços com laminação de acabamento efetuada na região bifásica
(γ + α) incluem contribuições de duas fontes: (i) da herança da textura da austenita e
(ii) do desenvolvimento de uma textura de deformação na ferrita. Durante a
laminação controlada, a deformação dos aços na região (γ + α) é assistida pelos
seguintes fenômenos:
i) Deformação e rotação dos cristais da fase matriz γ;
ii) transformação γ → α;
iii) deformação, rotação e possível recristalização dos cristais da fase α.
A textura final resultante no aço é, portanto, muito complexa e fortemente
influenciada pelas contribuições relativas destes três processos que, por sua vez,
dependem da composição (presença de precipitados), temperatura, da quantidade
de redução em cada passe e, acima de tudo, da temperatura de acabamento.
Em geral, porém, a intensidade da textura e a intensidade relativa das várias
componentes diferem dependendo da composição do aço, da quantidade de
redução na laminação, da temperatura de acabamento, do tamanho de grão inicial
da austenita e da taxa de resfriamento durante a transformação. A caracterização
das texturas de transformação em diferentes aços envolve um entendimento das
variáveis de processo. Sabe-se, por exemplo, que a componente {100}<011> na
ferrita é formada a partir da principal componente de textura de recristalização da
77
austenita, a orientação cubo ou {100}<001>, que não possui boas propriedades
mecânicas. Daí vem a importância de se afastar a austenita da recristalização,
durante a laminação controlada. Pelo mesmo motivo, deve-se evitar a laminação
intensa na região da ferrita, pois isto também conduz ao fortalecimento da
orientação {100}<011>.
o
FIG. 2.26 - Seção de ϕ2 = 45 onde são mostradas as orientações pertencentes às fibras DL e
DN.
78
As fibras DL e DN são mais bem observadas na seção de ϕ2 = 45o, como já
mencionado anteriormente. Esta seção será usada doravante para a análise das
texturas por conter todas as orientações de interesse. A FIG. 2.28 mostra as seções
de ϕ2 = 0o e ϕ2 = 45o da textura de um aço livre de intersticiais (LI ou “IF”) laminado
60% a frio, que podem ser analisadas com os ábacos da FIG. 2.9. Na seção ϕ2 = 0o,
os picos da função correspondem à orientação {001}<110>, que também pode ser
vista em (ϕ1 = 0o, φ = 0o) e (ϕ1 = 90o, φ = 0o), na seção ϕ2 = 45o.
o o
FIG. 2.27 - Textura de um aço baixo carbono laminado 60% a frio; seções de ϕ2 = 0 a ϕ2 = 85 ,
o
em intervalos de 5 .
o o
FIG. 2.28 - Seções de ϕ2 = 0 e ϕ2 = 45 de um aço LI laminado 60% a frio, notação de Bunge.
LOPES, 1998
Observa-se que a fibra DL vai de {001}<1 1 0> até próximo de {110}<1 1 0> e que
a fibra DN envolve orientações que vão de {111}<11 2 > a {111}<1 1 0>, passando
79
por {111}<12 3 >. A orientação {001}<110>, também observada na seção de ϕ2 = 0o
(em φ = 0o, ϕ1 = 45o), é característica da laminação a frio de aços ferríticos e tende a
ser consumida durante a recristalização. Este tipo de comportamento é o esperado
para outros materiais cúbicos de corpo centrado e demais aços ferríticos, aí
incluídos os inoxidáveis.
80
o
FIG. 2.29 - Seções de ϕ2 = 45 das ODFs obtidas por difração de raio X de amostras de aço UBC
totalmente recristalizada após terem sido reduzidas (a) 50%, (b) 70%, (c) 82% e (d) 90%.
SAMAJDAR, 1999
81
laminação a quente, tais como, temperatura de reaquecimento de placas (TRP),
temperatura de acabamento (TA), temperatura de bobinamento (TB), quantidade de
redução da espessura, velocidade de laminação, número de passes e taxa de
resfriamento. O controle destes parâmetros é primordial para obter-se boas
propriedades finais.
A morfologia e distribuição dos precipitados (carbonetos e nitretos de Ti, Nb, Al e
B) e o tamanho de grão na tira laminada a quente têm uma forte influência sobre a
recristalização e, mais importante, sobre as propriedades do produto laminado a frio
e recozido (AVILA, 1998). Precipitados grosseiros e bem dispersos e tamanho de
grão fino na tira laminada a quente ajudam a atingir alta ductilidade e alto R .
Uma variável importante do material ao sair da laminação a quente, e que afeta
a formação da textura de laminação a frio e de recozimento, é o tamanho de grão.
Após a laminação a frio, a tira é recozida, normalmente em linha de recozimento
contínuo, para produzir uma microestrutura recristalizada e desenvolver as
propriedades necessárias para boa conformabilidade. As condições de recozimento
são importantes no controle das propriedades do produto final.
82
3 MATERIAIS E MÉTODOS
TAB. 3.1 - Condições de processamento (como recebido) dos aços EBC e IF.
Aço Condição
Amostras de Aço EBC
o o
G209 a G212 LQ com TA de 910 ~ 950 C e TB de 580 ~ 620 C - esp. 2,57 mm
o o
P817 LF com 90% de redução, LQ com TA de 910 ~ 930 C e TB de 580 ~ 620 C - esp. 3,00 mm
o o
P818 LF com 84% de redução, LQ com TA de 910 ~ 930 C e TB de 580 ~ 620 C - esp. 3,00 mm
o o
P819 LF com 80% de redução, LQ com TA de 910 ~ 930 C e TB de 580 ~ 620 C - esp. 3,00 mm
Amostras de Aço IF
o o
G213 a 216 LQ com TA de 910 ~ 950 C e TB de 640 ~ 680 C - esp. 2,57 mm
o o
P820 LF com 77% de redução, LQ com TA de 910 ~ 930 C e TB de 610 ~ 655 C - esp. 3,00 mm
o o
P821 LF com 85% de redução, LQ com TA de 910 ~ 930 C e TB de 610 ~ 655 C - esp. 3,00 mm
o o
P822 LF com 90% de redução, LQ com TA de 910 ~ 930 C e TB de 610 ~ 655 C - esp. 3,00 mm
83
TAB. 3.3 - Propriedades mecânicas dos aços EBC e IF laminados a frio.
LE LR AL R nmed Estiramento Erichsen Dureza (HRB)
Aço MPa MPa % mm Borda 1 Centro Borda 2
Amostras de Aço EBC
P817 638,3 649,5 0,41 1,00 0,18 3,53 85 82 83
P818 626,8 640,2 0,44 1,00 0,18 5,03 85 85 86
P819 632,4 639,3 0,43 1,00 0,18 3,53 85 82 83
Amostras de Aço IF
P820 638,3 649,5 0,41 1,53 0,21 3,53 85 82 83
P821 638,3 649,5 0,41 1,53 0,21 3,53 85 82 83
P822 638,3 649,5 0,41 1,53 0,21 3,53 85 82 83
As bobinas a frio foram enviadas pela Brasmetal para CSN, com o objetivo de
fazer uma caracterização através de ensaio de tração, embutimento e dureza,
análise microestrutural e química, no Centro de Pesquisa da CSN e posterior
avaliação da textura destes materiais no IME.
TAB. 3.4 - Codificação das amostras analisadas dos aços EBC e IF.
Codificação Condição de Processamento Dimensões
Aço EBC
G209C, G209B1, G209B, Laminada a Quente na CSN - retiradas no
G211C, G211B1 e G211B início da bobina 100 mm de largura (DT)
G210C, G210B1, G210B, Laminada a Quente na CSN - retiradas no 100 mm de comprimento (DL)
G212C, G212B1 e G212B final da bobina
P817C, P817B1 e P817B Laminada a Frio na Brasmetal (r = 90%) 100 mm de largura (DT)
P818C, P818B1 e P818B Laminada a Frio na Brasmetal (r = 84%) 150 mm de comprimento (DL)
P819C, P819B1 e P819B Laminada a Frio na Brasmetal (r = 80%)
G210C90 Laminada a Frio no IME (r = 90%) 50 mm de largura (DT)
G210C85 Laminada a Frio no IME (r = 85%) 100 mm de comprimento (DL)
G211C81 Laminada a Frio no IME (r = 81%) Obs.: DL antes da laminação
Aço IF
G213C, G213B1, G213B, Laminada a Quente pela CSN - retiradas no
G215C, G215B1 e G215B início da bobina 100 mm de largura (DT)
G214C, G214B1, G214B, Laminada a Quente pela CSN - retiradas no 100 mm de comprimento (DL)
G216C, G216B1 e G216B final da bobina
P820C, P820B1 e P820B Laminada a Frio na Brasmetal (r = 77%) 100 mm de largura (DT)
P821C, P821B1 e P821B Laminada a Frio na Brasmetal (r = 85%) 150 mm de comprimento (DL)
P822C, P822B1 e P822B Laminada a Frio na Brasmetal (r = 90%)
G213C90 Laminada a Frio no IME (r = 90%) 50 mm de largura (DT)
G213C85 Laminada a Frio no IME (r = 85%) 100 mm de comprimento (DL)
G213C80 Laminada a Frio no IME (r = 80%) Obs.: DL antes da laminação
84
As amostras recozidas receberam a seguinte estrutura de codificação:
PXXXW/YYYAAA (recozidas na CSN) e GXXXWNN/YYYAAA (recozidas no IME) -
onde “XXX” refere-se à identificação da bobina a frio laminada pela Brasmetal e
IME, “W” refere-se à posição de onde foi extraída a amostra na bobina (C - centro,
B1 - borda direita e B - borda esquerda), “NN” refere-se à redução resultante da
laminação a frio, “YYY” refere-se à temperatura de encharque do recozimento e
“AAA” refere-se ao tipo de recozimento (RCT - recozimento contínuo e RCX -
recozimento em caixa).
3.3 METODOLOGIA
85
3.3.2 LAMINAÇÃO A FRIO
86
O laminador a frio da Brasmetal (fabricante - Mannesmann Demag / tipo de
Máquina - 750/2750/750) possui as seguintes características: tipo - quádruo
reversível, largura máxima da fita - 685 mm, espessura inicial máxima - 8,0 mm,
peso máximo de rolo - 13.000 kg, diâmetro do cilindro de apoio (nominal) - 750 mm,
diâmetro do cilindro de trabalho - 275 mm, largura máxima dos cilindros - 750 mm,
força de Laminação - 6.500 kN (3.250 kN cada lado), sistema de ajustagem dos
cilindros - hidráulico, velocidade de ajustagem - 1,0 a 3,0 mm/seg, ajuste auxiliar -
eletromecânico, velocidade de ajustagem - 0,88 a 1,60 mm/seg, velocidade de
laminação - V1 = 70 a 140 m/min / V2 = 100 a 200 m/min / V3 = 200 a 400 m/min, e
torque total no cilindro de trabalho - V1 = 6860 a 3430 da Nm / V2 = 4790 a 2395 da
Nm / V3 = 2345 a 1195 da Nm.
Na laminação das bobinas a frio, executada pela Brasmetal, foi utilizado
lubrificante do tipo solução solúvel em água com as seguintes especificações:
produto - Yushiro LEN RL-95, concentração - 2,2 a 2,4%, densidade 20/4 graus
(g/cm3) - 0,88 a 0,94, índice de acidez mgKOH/g - 7,0 a 13,0, índice de
saponificação mgKOH/g - 95 a 110, ponto de fulgor (oC) - 170 mínimo, viscosidade
37,8 graus (cSt) - 40 a 55, e pH 3% - 8,0 mínimo.
As seqüências de laminação utilizadas na Brasmetal para os aços EBC e IF são
exibidas nas TAB. 3.5 e 3.9, respectivamente.
As amostras de bobina a quente dos aços EBC e IF foram laminadas a frio
utilizando o laminador Fenn do IME (FIG. 3.4), com reduções de aproximadamente
80, 85 e 90%. Isto foi feito a fim de verificar se o tempo que as bobinas a frio ficaram
armazenadas influenciou sensivelmente em suas propriedades mecânicas e
microestruturais.
As seqüências de laminação a frio, no Laminador Fenn do IME são
apresentadas nos itens a seguir (TAB. 3.6 a 3.8 e 3.10 a 3.12). Foram utilizados
cilindros de laminação com raio de 67 mm. As dimensões das amostras antes da
laminação a frio eram 100 mm de comprimento (DL), 50 mm de largura (DT), 3,58
mm de espessura (DN) e passaram a ter aproximadamente as seguintes
espessuras:
• 80% de redução - 0,72 mm de espessura;
• 85% de redução - 0,54 mm de espessura;
• 90% de redução - 0,36 mm de espessura.
87
Cada passe de laminação a frio foi executado como mostra a FIG. 3.5, onde hi é
espessura inicial antes do passe (i) e hfi é a espessura final após o passe (i). Foi
utilizado um par de cilindros de 67 mm de raio.
Observando os dados referentes ao parâmetro ∆ (EQ. 2.32), para se avaliar a
geometria da zona de deformação, nas TAB. 3.5 a 3.12, verifica-se que em todos os
casos ∆ < 1, conclui-se que houve deformação homogênea.
88
3.3.2.1 SEQUÊNCIA DE LAMINAÇÃO DO AÇO EBC
89
3.3.2.2 SEQUÊNCIA DE LAMINAÇÃO DO AÇO IF
90
3.3.3 RECOZIMENTO
As amostras de bobina a frio dos aços EBC e IF foram recristalizadas nos fornos
de tratamento térmico das oficinas do Centro de Pesquisa da CSN, a fim de simular
o recozimento contínuo e em caixa, para obter-se a curva de recristalização de cada
um dos aços. As temperaturas utilizadas variaram de 540 a 860oC de 20 em 20oC,
mantendo o tempo de encharque em 5 minutos no recozimento contínuo e 1 hora no
recozimento em caixa. Foram confeccionados 36 CPs extraídos do centro da chapa
fina de 150 mm de comprimento (DL) x 100 mm de largura (DT), dois para cada
temperatura e tipo de recozimento. Foram utilizados fornos BRASIMET modelo K250
(FIG. 3.8), temperatura máxima 1300oC. Antes dos CPs serem introduzidos nos
fornos, eles foram protegidos em envelopes metálicos. As FIG. 3.6 e 3.7 mostram os
envelopes com CP antes de ser introduzido no forno e após ser retirado,
respectivamente.
91
FIG. 3.8 - Forno BRASIMET modelo K250 utilizado nos recozimentos realizados no Centro de
Pesquisa da CSN.
FIG. 3.9 - Esquema do forno utilizado no IME para realização da simulação do recozimento
contínuo.
92
As amostras laminadas a frio no IME foram recozidas a fim de repetir a
simulação do recozimento contínuo, para comparar com os valores obtidos com as
amostras recozidas na CSN. As dimensões dessas amostras eram de 30 mm de
comprimento (DL) x 25 mm de largura (DT). As temperaturas utilizadas variaram de
540 a 640oC (aço EBC) e 640 a 780oC (aço IF) de 20 em 20oC, mantendo o tempo
de encharque em 5 minutos. Foi utilizado um forno vertical construído no IME, o qual
contém uma resistência metálica (em forma de bobina) envolvida em lã cerâmica e
recoberto por tijolos refratários (conforme a FIG. 3.9). A resistência é ligada a um
retificador de corrente por meio de fios elétricos. O retificador de corrente é ligado a
um variador de tensão (0 a 240V), que finalmente é ligado à rede elétrica com uma
fonte de tensão de 220V. Um termopar foi introduzido no interior do forno e ligado a
um multímetro, a fim de medir a temperatura no centro da bobina que aquecia o
forno.
Antes de dar início aos tratamentos térmicos simulando o recozimento contínuo,
no IME, este forno foi devidamente calibrado. Foram obtidas curvas de calibração
relacionando amperagem (A), voltagem (V) e temperatura (T), apresentadas na
FIG. 3.10. Observando a TAB. 3.13 pode-se notar a que a variação entre as
temperaturas mínima e máxima (∆T) não ultrapassou 7oC, isso assegurou uma
variação para a temperatura média de trabalho inferior a ±5oC.
93
TAB. 3.13 - Dados levantados na calibração do forno vertical do IME.
Voltagem Amperagem Temperatura (T)
o o o o
(V) (A) Mínima ( C) Máxima ( C) Média ( C) ∆T ( C)
10 2,0 72,2 73,0 72,6 0,8
20 3,3 81,7 84,6 83,2 2,9
30 5,0 107,7 110,3 109,0 2,6
40 5,9 127,0 129,4 128,2 2,4
50 7,3 146,4 151,6 149,0 5,2
60 8,6 190,6 193,4 192,0 2,8
70 10,4 219,0 225,0 222,0 6,0
80 12,1 229,0 235,0 232,0 6,0
90 13,3 244,0 250,0 247,0 6,0
100 17,0 303,0 310,0 306,5 7,0
110 18,0 332,0 338,0 335,0 6,0
120 21,0 362,0 367,0 364,5 5,0
130 22,0 399,0 402,0 400,5 3,0
140 24,0 444,0 448,0 446,0 4,0
150 26,0 491,0 492,0 491,5 1,0
160 28,0 534,0 536,0 535,0 2,0
170 29,0 577,0 580,0 578,5 3,0
180 32,0 630,0 633,0 631,5 3,0
190 33,0 674,0 675,0 674,5 1,0
200 34,0 716,0 718,0 717,0 2,0
210 36,0 758,0 761,0 759,5 3,0
220 39,0 800,0 804,0 802,0 4,0
94
Os ensaios de dureza foram realizados, nas máquinas de dureza do IME e CSN,
nas amostras de bobina a quente, a frio e recristalizadas. Foram medidas durezas
Rockwell do Tipo B e do Tipo T (dureza superficial), (FIG. 3.11), fazendo 3 medições
em cada CP e calculada sua média aritmética.
O corte das amostras foi feito com auxílio do disco de corte abrasivo e guilhotina,
tendo o cuidado de identificar a direção de laminação. As amostras de chapa fina
foram embutidas em baquelite para análise da face lateral da direção de laminação
(seção longitudinal).
As amostras que foram analisadas através de metalografia quantitativa, e por
meio de EBSD e MIO, foram primeiramente lixadas nas politrizes do IME e CSN com
lixas d’água de 180, 220, 320, 400, 500, 1000 e 1200 mesh.
Foram utilizados 4 tipos de polimento: polimento mecânico com pasta de
diamante (6, 3, 1 e 0,25µm) e com alumina (0,3µm), polimento químico e eletrolítico.
Os polimentos em pasta de diamante, alumina e polimento químico foram
utilizados apenas para amostras de chapa fina.
O polimento químico consistiu na utilização de uma solução de 95% de peróxido
de hidrogênio de 40 volumes e 5% de ácido fluorídrico. As amostras de chapa fina
após serem lixadas foram imersas nessa solução por 30 segundos e em seguida
lavadas em água corrente, álcool e secadas com ar quente.
O polimento eletrolítico foi feito apenas nas amostras de bobina a quente,
utilizando uma voltagem de 50V por aproximadamente 30 segundos de duração. O
reagente foi preparado com 50 ml de ácido perclórico, 750 ml de etanol e 140 ml de
água destilada.
A microestrutura das amostras foi revelada com Nital 3%, por imersão durante
30 segundos.
95
3.3.6 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS PARA TEXTURA POR RAIO X
Foi preparada uma amostra de cada uma das condições a seguir (codificação de
acordo com a seção 3.2 - Identificação das Amostras):
• laminada a frio - P817C, P818C, P819C, P820C, P821C e P822C;
• recozimento contínuo - P818RCT580, P818RCT600, P818RCT820,
P821RCT660, P821RCT680 e P821RCT820;
• recozimento em caixa - P819RCX580 e P820RCX660;
Essas amostras foram cortadas com auxílio de uma guilhotina com 15 mm na
direção de laminação e 10 mm na direção transversal. Foram lixadas e polidas no
plano normal da chapa fina até o plano médio (centro da espessura). Foram
utilizadas lixas de 100, 180, 220, 320, 400, 500, 1000 e 1200 mesh. Em seguida
estas amostras foram polidas em alumina 0,3µm, pasta de diamante 0,25µm e
imersão por 5 segundos na solução de polimento químico de peróxido de hidrogênio
e ácido fluorídrico, descrita no item anterior.
96
milhares de cristais são iluminados simultaneamente, proporcionando uma medida
volumétrica da quantidade de grãos na condição de Bragg para cada posição do
espaço de orientação da amostra. Esta técnica permite uma análise da textura
global e é também conhecida por macrotextura. Embora esta seja uma ferramenta já
consagrada em Ciência dos Materiais, a sua resolução espacial é muito baixa e, por
conseguinte, incapaz de determinar a orientação de um grão em particular, exceto
no caso de materiais com granulometria extremamente grosseira (PINTO, 2001).
97
no material, em paralelo com a observação microestrutural. Estas orientações são
capturadas através dos padrões de Kikuchi, que consistem de bandas de alta
intensidade obtidas pela difração de elétrons retroespalhados (EBSD). Os elétrons
incidentes na amostra difratam nos planos favorecidos pela Lei de Bragg, sendo o
ângulo entre o feixe de elétrons e a amostra de 70o (FIG. 3.13). Isto resulta no
aparecimento de dois cones de difração de elétrons que são as linhas de Kikuchi.
Cada banda ou par de linhas representa um plano cristalográfico particular. Ou seja,
o padrão de Kikuchi é um mapa de relação angular no cristal. Estes dados vão ser
capturados por uma câmara de vídeo por onde os dados serão transferidos pixel por
pixel para um computador, onde serão analisados e indexados (MIO) (FIG. 3.14).
FIG. 3.13 - Posicionamento da amostra no MEV em relação a tela fósforo e a peça polar para
coleta dos padrões de Kikuchi.
98
O equipamento de EBSD é da TSL, estando instalado num MEV da JEOL,
modelo JSM 5800-LV, com filamento de Tungstênio. Todas as análises foram feitas
com tensão de 20 kV, corrente de 60 µA, “spot size” de 16, distância de trabalho
(WD) entre 20 e 30, inclinação do porta amostra (t) de 70o e aumento entre 3000 e
1000x (devido a espessuras das amostras de chapa fina analisadas) e 400x
(amostras de bobina a quente).
Estas técnicas são de extrema valia para a caracterização dos materiais. A
distribuição de orientações em um policristal é o resultado do processo de
fabricação, e, sendo assim, a textura do material contém informações detalhadas de
sua história.
A análise dos resultados foi feita pela comparação dos dados de ensaios
mecânicos, metalografia quantitativa, textura por difração de raio X, EBSD e MIO,
das amostras de bobina a quente e a frio processadas neste trabalho dos aços EBC
e IF.
Foram utilizados os sistemas de análise de textura: OIM ANALYSES da TSL e
Menu de Texturas (MT), para simulação dos dados obtidos por EBSD.
A quantificação da fração recristalizada foi feita por método visual, que nos dá
um valor aproximado do percentual da área recristalizada na microestrutura. Onde a
fração recristalizada é a razão da área recristalizada existente na micrografia que
representa a microestrutura pela área da micrografia.
A avaliação do tamanho médio de grão (TG) foi feita pelo Método do Intercepto
de Heyn (ou Método Linear). Devido a heterogeneidade na distribuição do tamanho
médio de grão foram feitas 3 medições em cada micrografia analisada e em seguida
calculado o TG ASTM (EQ. 3.1 a 3.3) pela média aritmética das medições.
N
NL = (3.1)
LT M
1
L3 = (3.2)
NL
99
[ ] (
G = − 6,6457 ⋅ log L 3 − 3,298 L 3 , mm ) (3.3)
onde:
NL - número de interceptos por comprimento (⊥ perpendicular, || transversal).
N - número de grãos interceptados.
LT - comprimento total da linha (⊥ perpendicular, || transversal).
M - aumento utilizado na micrografia.
L 3 - comprimento (diâmetro) médio do grão, em milímetros.
Para análise das varreduras parciais de EBSD de cada amostra analisada neste
trabalho no programa OIM Analysis da TSL, tivemos que tomar os seguintes
cuidados preliminares:
1. posicionar a amostra no porta-amostra do MEV de modo que a superfície de
análise fosse a lombada lateral relativa a espessura na direção de laminação
(DL).
2. utilizar aumento adequado para amostras de chapa fina, com intuito de
eliminar os efeitos das bordas (entre 3000x e 1000x, conforme o percentual
de redução a frio) e 400x para amostras de bobina a quente.
3. posicionar no plano médio da espessura e partir escolher as áreas de
análise variando apenas a posição de “x” do MEV, mesma que a direção de
laminação (DL) da amostra.
4. após a captura da área de análise pelo programa OIM Collection, escolher o
“step size” (intervalo de incidência do feixe de elétrons na amostra em µm)
adequado a tamanho médio de grão e caso a distribuição do tamanho médio
de grão for heterogênea com o menor grão existente na área em análise.
Lembrando-se que o feixe de elétrons deve incidir pelo menos em dois grãos
para estudo da macrotextura.
5. analisar um número suficiente de áreas de análise para cada amostra que
some um total em média de aproximadamente 2000 grãos metalúrgicos,
calculadas pelas EQ. 3.1 a 3.7.
( )
N A 1X,mm 2 = 0,8 ⋅ (NL,⊥ NL,|| ) (3.4)
100
(
A mm 2 = ) 1
NA
(3.5)
L ⋅ Tm
N grao = (3.6)
M⋅ A
2000
N varredura = (3.7)
N grao
onde:
NA - número de grãos por milímetros quadrados (1X, tamanho real).
NL - número de interceptos por comprimento (⊥ perpendicular, || transversal),
calculado pela EQ. 3.1.
L - largura da micrografia da área de análise, em milímetros.
Tm - altura da micrografia da área de análise, em milímetros.
Ngrao - número de grãos por área de análise.
Nvarredura - número de varredura por amostra analisada.
M - aumento utilizado na micrografia.
A - área média do grão, em milímetros.
Após a coleta dos dados da varredura pelo programa OIM Collection os mesmos
foram manipulados pelo programa OIM Analysis. Primeiramente, os dados foram ser
rotacionados em 90o em relação a DT e DN e salvos no arquivo de saída com outro
nome. Em seguida, utilizando o novo arquivo com os dados rotacionados, foi feita a
limpeza dos dados em duas etapas: (1) eliminando os dados de CI (coeficiente de
confiabilidade) menor que 0,1 e (2) considerando somente os grãos formandos de
no mínimo 3 pontos, por exemplo, mas para esse segundo ponto foi levada em
conta a distribuição do tamanho médio de grão da área em análise. A partir daí,
gerou-se os mapas de orientação, ODFs e gráficos relativos a área em análise. E
finalmente foram exportados os dados num arquivo de formato ANG.
Com estes arquivos de formato ANG exportado do OIM Analysis, pode-se fazer
a soma das áreas de análise de uma mesma amostra para gerar os dados que
foram processados no programa Menu Textura (MT). A soma desses arquivos foi
feita inserindo os dados de cada uma das áreas de análise dentro de um único
arquivo, mas mantendo-se o cabeçalho do arquivo ANG somado apenas uma vez no
início do mesmo.
101
Antes de processar os dados somados de uma amostras no programa MT,
esses foram convertidos em um arquivo ORI utilizando o programa GRAIN10N. Com
o arquivo de formato ORI pode-se gerar as ODFs, gráficos do perfil do coeficiente de
anisotropia plástica (R), do limite de escoamento normalizado pelo valor na direção
de laminação (σ/σ(0)) e do lugar geométrico de escoamento (seção de σ11-σ22).
102
4 RESULTADOS
TAB. 4.1 - Quadro comparativo de dureza (HRB) das amostras de aço EBC e IF na condição
laminada a frio na Brasmetal e no IME.
Aço EBC Aço IF
Amostra do Centro Dureza (HRB) Amostra do Centro Dureza (HRB)
Laminadas a Frio na Brasmetal
P817C - 90% de redução 82 P822C - 90% de redução 82
P818C - 84% de redução 85 P821C - 85% de redução 82
P817C - 80% de redução 82 P820C - 77% de redução 82
Laminadas a Frio no IME
G210C - 90% de redução 80 G213C - 90% de redução 73
G210C - 85% de redução 77 G213C - 85% de redução 74
G211C - 81% de redução 92 G213C - 80% de redução 76
103
Aço EBC ao B
Recozimento em Caixa (CSN)
100
90
80
Dureza (HRB) 70
60
50
40
30
20
10
0
540 580 620 660 700 740 780 820 860
Temperatura (ºC)
FIG. 4.1 - Curvas de Simulação do Recozimento em Caixa na CSN. Dureza média do aço EBC
antes do recozimento de 83 HRB.
Aço IF ao Ti
Recozimento em Caixa (CSN)
100
90
80
70
Dureza (HRB)
60
50
40
30
20
10
0
540 580 620 660 700 740 780 820 860
Temperatura (ºC)
FIG. 4.2 - Curvas de Simulação do Recozimento em Caixa na CSN. Dureza média do aço IF
antes do recozimento de 82 HRB.
104
Aço EBC ao B
Recozimento Caixa (CSN)
100 15
80 12
60 9
(ASTM)
(%)
40 6
20 3
0 0
540 580 620 660 700 740 780 820 860
Temperatura (ºC)
FIG. 4.3 - Curvas de Fração Recristalizada e Tamanho Médio de Grão versus Temperatura para
o aço EBC na Simulação do Recozimento em Caixa na CSN.
Aço IF ao Ti
Recozimento em Caixa (CSN)
100 15
80 12
60 9
(ASTM)
(%)
40 6
20 3
0 0
540 580 620 660 700 740 780 820 860
Temperatura (ºC)
FIG. 4.4 - Curvas de Fração Recristalizada e Tamanho Médio de Grão versus Temperatura para
o aço IF na Simulação do Recozimento em Caixa na CSN.
105
4.1.2 RECOZIMENTO CONTÍNUO
A ç o E B C ao B
R e co zim e n to C o n tín u o (C S N )
100
90
80
70
Dureza (HRB)
60
50
40
30
20
10
0
540 580 620 660 700 740 780 820 860
T em peratura (ºC )
FIG. 4.5 - Curvas de Simulação do Recozimento Contínuo na CSN. Dureza média do aço EBC
antes do recozimento de 83 HRB.
106
Aço IF a o T i
R e cozim e nto C ontínuo (C S N )
100
90
80
70
60
Dureza (HRB)
50
40
30
20
10
0
540 580 620 660 700 740 780 820 860
Tem peratura (ºC )
FIG. 4.6 - Curvas de Simulação do Recozimento Contínuo na CSN. Dureza média do aço IF
antes do recozimento de 82 HRB.
Aço EBC ao B
Recozimento Contínuo (IME)
100
90
80
70
Dureza (HRB)
60
50
40
30
20
10
0
540 560 580 600 620 640
Temperatura (ºC)
FIG. 4.7 - Curvas de Simulação do Recozimento Contínuo no IME. Dureza média do aço EBC
antes do recozimento de 83 HRB.
107
Aço IF ao Ti
Recozimento Contínuo (IME)
100
90
80
70
Dureza (HRB)
60
50
40
30
20
10
0
600 620 640 660 680 700 720 740 760 780
Temperatura (ºC)
FIG. 4.8 - Curvas de Simulação do Recozimento Contínuo no IME. Dureza média do aço IF
antes do recozimento de 82 HRB.
Aço EBC ao B
Recozimento Contínuo (CSN)
100 15
80 12
60 9
(ASTM)
(%)
40 6
20 3
0 0
540 580 620 660 700 740 780 820 860
Temperatura (ºC)
FIG. 4.9 - Curvas de Fração Recristalizada e Tamanho Médio de Grão versus Temperatura para
o aço EBC na Simulação do Recozimento Contínuo na CSN.
108
Aço IF ao Ti
Recozimento Contínuo (CSN)
100 15
80 12
60 9
(ASTM)
(%)
40 6
20 3
0 0
540 580 620 660 700 740 780 820 860
Temperatura (ºC)
FIG. 4.10 - Curvas de Fração Recristalizada e Tamanho Médio de Grão versus Temperatura
para o aço IF no Recozimento Contínuo na CSN.
Aço EBC ao B
Recozimento Contínuo (IME)
100 15
80 12
60 9
(ASTM)
(%)
40 6
20 3
0 0
540 560 580 600 620 640
Temperatura (ºC)
FIG. 4.11 - Curvas de Fração Recristalizada e Tamanho Médio de Grão versus Temperatura
para o aço EBC na Simulação do Recozimento Contínuo no IME.
109
Aço IF ao Ti
Recozimento Contínuo (IME)
100 15
80 12
60 9
(ASTM)
(%)
40 6
20 3
0 0
600 620 640 660 680 700 720 740 760 780
Temperatura (ºC)
FIG. 4.12 - Curvas de Fração Recristalizada e Tamanho Médio de Grão versus Temperatura
para o aço IF na Simulação do Recozimento Contínuo no IME.
110
4.2.1.1 AÇO EBC
o
FIG. 4.13 - Microestrutura e ODF do aço EBC laminado a quente. (TG = 7,5 ASTM e ϕ2 = 45 ).
4.2.1.2 AÇO IF
o
FIG. 4.14 - Microestrutura e ODF do aço IF laminado a quente. (TG = 10,5 ASTM e ϕ2 = 45 ).
111
4.2.2 LAMINADA A FRIO
FIG. 4.15 - Microestruturas aço EBC laminado a frio na Brasmetal. (Reduções de 90, 84 e 80%).
112
FIG. 4.16 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal, obtidas por difração de raio X.
o
(Reduções de 90, 84 e 80%, ϕ2 = 45 )
FIG. 4.17 - Microestruturas aço EBC laminado a frio no IME. (Reduções de 90, 85 e 81%)
4.2.2.2 AÇO IF
113
FIG. 4.18 - Microestruturas aço IF laminado a frio na Brasmetal. (Reduções de 90, 85 e 77%)
FIG. 4.19 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal, obtidas por difração de raio X.
o
(Reduções de 90, 85 e 77%, ϕ2 = 45 )
FIG. 4.20 - Microestruturas aço IF laminado a frio no IME. (Reduções de 90, 85 e 80%)
114
4.2.3 RECOZIMENTO EM CAIXA
FIG. 4.21 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 90%) e Recozido em
o o
Caixa na CSN. (Temperaturas de tratamento: 580 C (95% recristalizado), 600 C (TG = 11,9
o
ASTM) e 820 C (TG = 8,3 ASTM))
115
FIG. 4.22 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 90%) e Recozido em Caixa na
o o o o
CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 580 C, 600 C e 820 C, ϕ2 = 45 )
FIG. 4.23 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 84%) e Recozido em
o o
Caixa na CSN. (Temperaturas de tratamento: 560 C (85% recristalizado), 580 C (TG = 10,6
o
ASTM) e 820 C (TG = 8,1 ASTM))
FIG. 4.24 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 84%) e Recozido em Caixa na
o o o o
CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 560 C, 580 C e 820 C, ϕ2 = 45 )
116
A FIG. 4.25 apresenta as micrografias do aço EBC laminado a frio na
BRASMETAL com reduções de 80% e tratado via recozimento em caixa, aumento
de 500x. As micrografias referem-se ao material parcialmente recristalizado (90%
recristalizado) a 560oC, totalmente recristalizado a 580oC e tamanho médio de grão
de 10,4 ASTM, e totalmente recristalizado a 820oC e tamanho médio de grão de 8,6
ASTM. As ODFs dessas amostras são apresentadas na FIG. 4.26, sendo exibidas
na seguinte ordem: recozida a 560oC (curvas de nível em 1, 2, 4 e 7, onde o máximo
foi de 7,2), recozida a 580oC (curvas de nível em 1, 2 e 4, onde o máximo foi de 4,3)
e recozida a 820oC (curvas de nível em 1, 2 e 4, onde o máximo foi de 4,8).
Na FIG. 4.27 é apresenta a ODF obtida por difração de raio X, tratada via
recozimento em caixa a 580oC com curvas de nível em 1, 2, 3, 4 e 5.
FIG. 4.25 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 80%) e Recozido em
o o
Caixa na CSN. (Temperaturas de tratamento: 560 C (90% recristalizado), 580 C (TG = 10,4
o
ASTM) e 820 C (TG = 8,6 ASTM))
FIG. 4.26 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 80%) e Recozido em Caixa na
o o o o
CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 560 C, 580 C e 820 C, ϕ2 = 45 )
117
FIG. 4.27 - ODF do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 80%) e Recozido em Caixa na
o o
CSN, obtida por difração de raio X. (Temperatura de tratamento: 580 C, ϕ2 = 45 )
4.2.3.2 AÇO IF
118
FIG. 4.29 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 90%) e Recozido em Caixa na CSN,
o o o o
obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 640 C, 660 C e 820 C, ϕ2 = 45 )
FIG. 4.31 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 85%) e Recozido em Caixa na CSN,
o o o o
obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 640 C, 660 C e 820 C, ϕ2 = 45 )
119
A FIG. 4.32 apresenta as micrografias do aço IF laminado a frio na BRASMETAL
com reduções de 77% e tratado via recozimento em caixa, aumento de 500x. As
micrografias referem-se ao material parcialmente recristalizado (70% recristalizado)
a 640oC, totalmente recristalizado a 660oC e tamanho médio de grão de 10,8 ASTM,
e totalmente recristalizado a 820oC e tamanho médio de grão de 10,0 ASTM. As
ODFs dessas amostras são apresentadas na FIG. 4.33, sendo exibidas na seguinte
ordem: recozida a 640oC (curvas de nível em 1, 2, 4 e 7, onde o máximo foi de 6,7),
recozida a 660oC (curvas de nível em 1, 2, 4, 7 e 10, onde o máximo foi de 10,8) e
recozida a 820oC (curvas de nível em 1, 2 e 4, onde o máximo foi de 6,4).
Na FIG. 4.34 é apresenta a ODF obtida por difração de raio X, tratada via
recozimento em caixa a 580oC com curvas de nível em 1, 4, 7, 10 e 15.
FIG. 4.33 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 77%) e Recozido em Caixa na CSN,
o o o o
obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 640 C, 660 C e 820 C, ϕ2 = 45 )
120
FIG. 4.34 - ODF do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 77%) e Recozido em Caixa na CSN,
o o
obtida por difração de raio X. (Temperatura de tratamento: 660 C, ϕ2 = 45 )
121
FIG. 4.35 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 90%) e tratado via
o
Recozimento Contínuo na CSN. (Temperaturas de tratamento: 600 C (90% recristalizado),
o o
620 C (TG = 11,3 ASTM) e 820 C (TG = 9,1 ASTM))
FIG. 4.36 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 90%) e tratado via Recozimento
o o o
Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 600 C, 620 C e 820 C,
o
ϕ2 = 45 )
122
FIG. 4.37 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 84%) e tratado via
o
Recozimento Contínuo na CSN. (Temperaturas de tratamento: 580 C (80% recristalizado),
o o
600 C (TG = 12,0 ASTM) e 820 C (TG = 8,6 ASTM))
FIG. 4.38 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 84%) e tratado via Recozimento
o o o
Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 580 C, 600 C e 820 C,
o
ϕ2 = 45 )
FIG. 4.39 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 84%) e tratado via Recozimento
o o
Contínuo na CSN, obtidas por difração de raio X. (Temperaturas de tratamento: 580 C, 600 C e
o o
820 C, ϕ2 = 45 )
123
máximo foi de 9,9) e recozida a 820oC (curvas de nível em 1, 2, 4, 7, 10, 15 e 20,
onde o máximo foi de 23,3).
FIG. 4.40 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 80%) e tratado via
o
Recozimento Contínuo na CSN. (Temperaturas de tratamento: 600 C (90% recristalizado),
o o
620 C (TG = 10,3 ASTM) e 820 C (TG = 9,3 ASTM))
FIG. 4.41 - ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 80%) e tratado via Recozimento
o o o
Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 600 C, 620 C e 820 C,
o
ϕ2 = 45 )
A FIG. 4.42 apresenta as micrografias do aço EBC laminado a frio no IME com
reduções de 90% e tratado via recozimento contínuo IME, aumento de 500x. As
micrografias referem-se ao material parcialmente recristalizado (90% recristalizado)
a 560oC e totalmente recristalizado a 640oC e tamanho médio de grão de 11,5
ASTM. As ODFs dessas amostras são apresentadas na FIG. 4.43, sendo exibidas
na seguinte ordem: recozida a 560oC (curvas de nível em 1, 2, 4, 7 e 10, onde o
máximo foi de 10,7) e recozida a 640oC (curvas de nível em 1, 2 e 4, onde o máximo
foi de 6,0).
124
FIG. 4.42 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio (r = 90%) e tratado via Recozimento
o o
Contínuo no IME. (Temperaturas de tratamento: 560 C (90% Recristalizada) e 640 C (TG = 11,5
ASTM))
FIG. 4.43 - ODFs do aço EBC laminado a frio (r = 90%) e tratado via Recozimento Contínuo no
o o o
IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 560 C e 640 C, ϕ2 = 45 )
A FIG. 4.44 apresenta as micrografias do aço EBC laminado a frio no IME com
reduções de 85% e tratado via recozimento contínuo IME, aumento de 500x. As
micrografias referem-se ao material totalmente recristalizado a 600oC e tamanho
médio de grão de 11,1 ASTM, e totalmente recristalizado a 640oC e tamanho médio
de grão de 11,2 ASTM. As ODFs dessas amostras são apresentadas na FIG. 4.45,
sendo exibidas na seguinte ordem: recozida a 600oC (curvas de nível em 1 e 2, onde
o máximo foi de 2,9) e recozida a 640oC (curvas de nível em 1, 2 e 4, onde o
máximo foi de 6,9).
FIG. 4.44 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio (r = 85%) e tratado via Recozimento
o o
Contínuo no IME. (Temperaturas de tratamento: 600 C (TG = 11,1 ASTM) e 640 C (TG = 11,2
ASTM))
125
FIG. 4.45 - ODFs do aço EBC laminado a frio (r = 85%) e tratado via Recozimento Contínuo no
o o o
IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 600 C e 640 C, ϕ2 = 45 )
A FIG. 4.46 apresenta as micrografias do aço EBC laminado a frio no IME com
reduções de 80% e tratado via recozimento contínuo IME, aumento de 500x. As
micrografias referem-se ao material totalmente recristalizado a 580oC e tamanho
médio de grão de 11,2 ASTM, e totalmente recristalizado a 640oC e tamanho médio
de grão de 10,9 ASTM. As ODFs dessas amostras são apresentadas na FIG. 4.47,
sendo exibidas na seguinte ordem: recozida a 580oC (curvas de nível em 1, 2 e 4,
onde o máximo foi de 4,1) e recozida a 640oC (curvas de nível em 1, 2, 4, 7 e 10,
onde o máximo foi de 10,8).
FIG. 4.46 - Microestruturas do aço EBC laminado a frio (r = 81%) e tratado via Recozimento
o o
Contínuo no IME. (Temperaturas de tratamento: 580 C (TG = 11,2 ASTM) e 640 C (TG = 10,9
ASTM))
FIG. 4.47 - ODFs do aço EBC laminado a frio (r = 81%) e tratado via Recozimento Contínuo no
o o o
IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 580 C e 640 C, ϕ2 = 45 )
126
4.2.4.2 AÇO IF
FIG. 4.48 - Microestruturas do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 90%) e tratado via
o
Recozimento Contínuo na CSN. (Temperaturas de tratamento: 660 C (80% recristalizado),
o o
680 C (TG = 10,6 ASTM) e 820 C (TG = 9,8 ASTM))
FIG. 4.49 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 90%) e tratado via Recozimento
o o o
Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 660 C, 680 C e 820 C,
o
ϕ2 = 45 )
127
660oC, totalmente recristalizado a 680oC e tamanho médio de grão de 10,3 ASTM, e
totalmente recristalizado a 820oC e tamanho médio de grão de 8,8 ASTM. As ODFs
dessas amostras são apresentadas na FIG. 4.51, sendo exibidas na seguinte ordem:
recozida a 660oC (curvas de nível em 1, 2, 4 e 7, onde o máximo foi de 8,0),
recozida a 680oC (curvas de nível em 1, 2 e 4, onde o máximo foi de 6,2) e recozida
a 820oC (curvas de nível em 1, 2, 4, 7 e 10, onde o máximo foi de 11,0).
Na FIG. 4.52 é apresenta as ODFs obtidas por difração de raio X, tratada via
recozimento em caixa, sendo exibidas na seguinte ordem: recozida a 660oC (curvas
de nível em 1, 4, 7, 10 e 14), recozida a 680oC (curvas de nível em 2, 3, 4, 5 e 7) e
recozida a 820oC (curvas de nível em 1, 4, 7, 10 e 13).
FIG. 4.50 - Microestruturas do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 85%) e tratado via
o o
Recozimento Contínuo na CSN. (Temperaturas de tratamento: 660 C (0% recristalizado), 680 C
o
(TG = 10,3 ASTM) e 820 C (TG = 8,8 ASTM))
FIG. 4.51 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 85%) e tratado via Recozimento
o o o
Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 660 C, 680 C e 820 C,
o
ϕ2 = 45 )
128
FIG. 4.52 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 85%) e tratado via Recozimento
o o
Contínuo na CSN, obtidas por difração de raio X. (Temperaturas de tratamento: 660 C, 680 C e
o o
820 C, ϕ2 = 45 )
FIG. 4.53 - Microestruturas do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 77%) e tratado via
o
Recozimento Contínuo na CSN. (Temperaturas de tratamento: 700 C (75% recristalizado),
o o
720 C (TG = 10,2 ASTM) e 820 C (TG = 9,8 ASTM))
FIG. 4.54 - ODFs do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 77%) e tratado via Recozimento
o o o
Contínuo na CSN, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 700 C, 720 C e 820 C,
o
ϕ2 = 45 )
129
A FIG. 4.55 apresenta as micrografias do aço IF laminado a frio na BRASMETAL
com reduções de 90% e tratado via recozimento contínuo, aumento de 500x. As
micrografias referem-se ao material totalmente recristalizado a 720oC e tamanho
médio de grão de 9,7 ASTM, e totalmente recristalizado a 780oC e tamanho médio
de grão de 9,7 ASTM. As ODFs dessas amostras são apresentadas na FIG. 4.56,
sendo exibidas na seguinte ordem: recozida a 720oC (curvas de nível em 1, 2, 4 e 7,
onde o máximo foi de 8,0) e recozida a 780oC (curvas de nível em 1, 2 e 4, onde o
máximo foi de 4,5).
FIG. 4.55 - Microestruturas do aço IF laminado a frio (r = 90%) e tratado via Recozimento
o o
Contínuo no IME. (Temperaturas de tratamento: 720 C (TG = 9,7 ASTM) e 780 C (TG = 9,7
ASTM))
FIG. 4.56 - ODFs do aço IF laminado a frio (r = 90%) e tratado via Recozimento Contínuo no
o o o
IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 720 C e 780 C, ϕ2 = 45 )
130
FIG. 4.57 - Microestruturas do aço IF laminado a frio (r = 85%) e tratado via Recozimento
o o
Contínuo no IME. (Temperaturas de tratamento: 720 C (TG = 9,1 ASTM) e 780 C (TG = 8,3
ASTM))
FIG. 4.58 - ODFs do aço IF laminado a frio (r = 85%) e tratado via Recozimento Contínuo no
o o o
IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 720 C e 780 C, ϕ2 = 45 )
FIG. 4.59 - Microestruturas do aço IF laminado a frio (r = 80%) e tratado via Recozimento
o o
Contínuo no IME. (Temperaturas de tratamento: 720 C (TG = 8,8 ASTM) e 780 C (TG = 8,8
ASTM))
131
FIG. 4.60 - ODFs do aço IF laminado a frio (r = 80%) e tratado via Recozimento Contínuo no
o o o
IME, obtidas por EBSD. (Temperaturas de tratamento: 720 C e 780 C, ϕ2 = 45 )
132
FIG. 4.61 - Curva de Coeficiente de Anisotropia Plástica (R) e σ/σ(0) do aço EBC laminada a
quente.
FIG. 4.62 - Curvas de Coeficiente de Anisotropia Plástica (R) do aço EBC laminado a frio na
Brasmetal (r = 90, 84 e 80%) e recozido em caixa na CSN em diversas temperaturas.
133
FIG. 4.63 - Curvas de Coeficiente de Anisotropia Plástica (R) do aço EBC laminado a frio na
Brasmetal (r = 90, 84 e 80%) e tratado via Recozimento Contínuo na CSN em diversas
temperaturas.
134
FIG. 4.64 - Curvas de Coeficiente de Anisotropia Plástica (R) do aço EBC laminado a frio
(r = 90, 85 e 81%) e tratado via Recozimento Contínuo no IME em diversas temperaturas.
As FIG. 4.65, 4.66 e 4.67 exibem o perfil σ/σ(0) do aço EBC tratado via
recozimento em caixa, recozimento contínuo realizado na CSN e no IME,
respectivamente.
FIG. 4.65 - Curvas de σ/σ(0) do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 90, 84 e 80%) e
recozido em caixa na CSN em diversas temperaturas.
135
FIG. 4.66 - Curvas de σ/σ(0) do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 90, 84 e 80%) e
tratado via Recozimento Contínuo na CSN em diversas temperaturas.
FIG. 4.67 - Curvas de σ/σ(0) do aço EBC laminado a frio (r = 90, 85 e 81%) e tratado via
Recozimento Contínuo no IME em diversas temperaturas.
4.3.2 AÇO IF
136
FIG. 4.68 - Curva de Coeficiente de Anisotropia Plástica (R) e σ/σ(0) do aço IF laminada a
quente.
137
FIG. 4.70 - Curvas de Coeficiente de Anisotropia Plástica do aço IF laminado a frio na
Brasmetal (r = 90, 85 e 77%) e tratado via Recozimento Contínuo na CSN em diversas
temperaturas.
138
FIG. 4.71 - Curvas de Coeficiente de Anisotropia Plástica do aço IF laminado a frio (r = 90, 85 e
80%) e tratado via Recozimento Contínuo no IME em diversas temperaturas.
As FIG. 4.72, 4.73 e 4.74 exibem o perfil σ/σ(0) do aço IF tratado via
recozimento em caixa, recozimento contínuo realizado na CSN e no IME,
respectivamente.
FIG. 4.72 - Curvas de σ/σ(0) do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 90, 85 e 77%) e recozido
em caixa na CSN em diversas temperaturas.
139
FIG. 4.73 - Curvas de σ/σ(0) do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 90, 85 e 77%) e tratado
via Recozimento Contínuo na CSN em diversas temperaturas.
FIG. 4.74 - Curvas de σ/σ(0) do aço IF laminado a frio (r = 90, 85 e 80%) e tratado via
Recozimento Contínuo no IME em diversas temperaturas.
140
5 DISCUSSÃO
Com base na TAB. 4.1, podemos comparar os valores de dureza (HRB) medidas
nos CPs extraídos do centro da bobina (DL) na condição laminada a frio, verifica-se
que não houve um decréscimo nos valores de dureza no que diz respeito aos aços
EBC e IF laminados na Brasmetal quando comparados aos CPs laminados no IME,
respectivamente. Com isso pode-se verificar que não ocorreu o fenômeno de
envelhecimento pelo relaxamento de tensões residuais induzidas pelo trabalho a frio.
Mas para comprovar com certeza este fato deveriam ser feitos ensaios de tração
para se verificar a possível existência do patamar de escoamento descontínuo,
característico de aços laminados a frio passíveis de envelhecimento.
Outro ponto a salientar, a partir dos valores apresentados na TAB. 4.1, são os
valores de dureza inferiores dos aços EBC e IF laminados a frio no IME quando
comparados aos laminados na Brasmetal, respectivamente. Na laminação a frio das
bobinas na Brasmetal fez uso de lubrificante (conforme citado no Capítulo 3 -
Materiais e Métodos e seção 3.3.2 - Laminação Frio), que tinha a dupla função de
diminuir os efeitos de atrito na superfície da bobina e evitar o aumento significativa
na temperatura do aço que está sendo laminado devido as energia dissipado na
forma de calor pelo atrito entre a superfície da bobina e o cilindro de trabalho. Já no
que diz respeito a laminação a frio dos CPs no IME não fez uso de lubrificante,
dessa forma houve aquecimento dos CPs devido ao atrito resultante do processo.
Esse aquecimento ocasionou um fenômeno de amolecimento parcial entre os
passes durante a laminação a frio. E outro ponto foi que quanto maior a redução
imposta nos aços em estudo, por conseqüência maior o número de passes utilizados
(TAB. 3.6 a 3.8 e 3.10 a 3.12), menor a dureza (HRB) final do aço. A justificativa
para o valor de dureza (HRB) superior no CP do aço EBC laminado a frio no IME
com 90% de redução comparado ao com 85% de redução, que contraria a
justificativa de amolecimento citada anteriormente, provavelmente deve-se a
141
quantidade de reduções nos últimos passes (9 ao 13o passe), para se alcançar 90%
de redução, inferiores a 6% de redução que não dissipa tanto energia devido ao
atrito para causar amolecimento significativo.
Observando as FIG. 4.1 e 4.2, curvas da simulação de recozimento em caixa
realizado na CSN para os aços em estudo, podemos notar que as amostras de aço
EBC apresentam temperatura de recristalização inferior à do aço IF. Mas devemos
salientar que está diferença de temperatura não ultrapassa 60oC, em nenhum dos
graus de redução analisados, de acordo com FIG. 4.3 e 4.4. Nota-se também que
em ambos os aços houve uma tendência, confirmada pela literatura (FERRY, 1999),
de as amostras com grau de redução mais elevado iniciarem e concluírem a
recristalização a uma temperatura inferior às de menor grau de redução.
Outro ponto a ser levado em consideração é o tamanho médio de grão (FIG. 4.3
e 4.4). Pode-se verificar que não houve um aumento elevado no seu tamanho de
grão com aumento da temperatura de tratamento térmico. O que ocorreu foi uma
crescente homogeneização na distribuição de tamanho de grão, pois, a
temperaturas mais baixas, nas quais o material já se encontrava totalmente
recristalizado, a distribuição de tamanho de grão foi muito heterogênea, quando
comparada a temperaturas mais elevadas. Isto implicou numa maior dureza (HRB)
nas amostras que foram submetidas a um maior grau de redução na laminação a
frio, quando recozidas a uma mesma temperatura. Isto deve-se ao fato de que,
quanto maior o grau de redução maior número de núcleos de grãos recristalizados,
e, por conseqüência, menor o tamanho de grão final e maior a dureza do aço. Mas
devemos salientar que a dureza (HRB) após total recristalização manteve o
comportamento antes deste ponto, exceto em dois pontos: no aço EBC os valores
se igualaram para as reduções de 84 e 80%, mas com 90% a dureza foi superior as
anteriores; e no aço IF os valores tiveram uma leve inversão, onde menores
reduções apresentaram menores durezas. Isto deve-se ao número de núcleos
formados na etapa de recristalização do aço e à mais baixa temperatura de
recristalização, que acarreta uma maior taxa de crescimento dos grãos.
Este comportamento observado acima, quanto à temperatura de recristalização,
se repetiu nas simulações de recozimentos contínuos realizados na CSN e no IME,
apresentados nas FIG. 4.5 a 4.8. Quanto à dureza (HRB), ocorreu o inverso, mas
devemos levar em conta a diferença entre os tratamentos térmicos de recozimento
142
contínuo e em caixa, onde existem taxa de aquecimento, tempo de encharque e taxa
de resfriamento diferentes. Estes fatores influenciam a microestrutura e, por
conseqüência, as propriedades mecânicas dos aços, devido à energia fornecida,
dentro de um espaço de tempo, para ocorrer a recuperação e, se possível,
recristalização e crescimento de grão. Assim, como o recozimento contínuo é um
tratamento térmico mais rápido quando comparado ao em caixa, as propriedades
finais do aço tratado por recozimento contínuo serão diferentes. Isto é elucidado nos
resultados apresentados nas FIG. 4.5 a 4.12, onde a dureza (HRB) manteve-se
superior nas amostras parcialmente e totalmente recristalizadas com menor grau de
redução na laminação a frio. Nas amostras de aço IF houve uma inversão neste
comportamento, nas amostras totalmente recristalizadas, as amostras de menor
grau de redução apresentaram menor dureza. Isto ocorreu devido à maior taxa de
crescimento de grão, apesar do tamanho médio de grão apresentar-se
aproximadamente constante, nos três graus de redução analisados, para diferentes
temperaturas de tratamento.
Outro ponto a salientar é a diferença de dureza entre os aços EBC e IF nos
recozimentos contínuos. De acordo com a literatura (WALKER, 1998), isto deve-se
ao maior teor de carbono no EBC que implica numa maior dureza, apesar da maior
eficiência do Ti (comparado ao B) no retardo da recristalização e controle do
tamanho de grão. Esta diferença de dureza (HRB) flutuou na ordem de 10 a 30
unidades nos dois casos de recozimento contínuo realizados na CSN e no IME.
As diferenças observadas nas FIG. 4.5 a 4.12, a respeito das amostras da
simulação de recozimento contínuo na CSN e no IME, deve-se aos fornos utilizados
que influem também nas propriedades finais do material. Esta diferença reside,
principalmente, na forma de irradiar calor à amostra e ao isolamento térmico do
forno, já que a câmara do forno do IME é muito menor que a do forno da CSN, mas
seu isolamento térmico não é tão eficiente.
Além disso, em ambos os aços, o início da recristalização ocorreu em
temperaturas inferiores, no recozimento em caixa, quando comparado com o
recozimento contínuo.
143
5.2 MICROESTRUTURAS E TEXTURAS
FIG. 5.1 - Mapa de orientação e ODF do aço EBC laminado a quente, gerados em uma das
varreduras por EBSD.
Com base em trabalhos de SAKAI (1999) foram feitas as análises das FIG. 4.13
e 4.14 referentes às microestruturas e ODFs das amostras laminadas a quente dos
aços EBC e IF, respectivamente. Pode-se observar que, apesar de as condições de
processamento desses materiais recristalizados serem aproximadamente idênticas
(Capítulo 3), a microestrutura final apresentou uma distribuição de tamanho de grão
heterogênea, contornos de grão irregulares e tamanhos médios de grão superiores,
nas amostras de aço EBC (FIG. 4.13), comparando-se com as do IF (FIG. 4.14). As
ODFs também exibem diferenças: a fibra-γ está mais bem definida no aço IF (FIG.
4.14) quando comparada ao aço EBC (FIG. 4.13), embora as componentes
144
{111}<112> encontrem-se um pouco deslocadas. Isto pode também ser verificado
comparando as FIG. 5.1 e 5.2, obtidas de uma das varreduras, por EBSD, das
amostras de aço EBC e IF. Aí pode-se comprovar a existência de mais grãos com
orientações próximas a (111)[001], no aço IF, pela análise do mapa de orientação
(ao centro da figura) da microestrutura e da figura de pólo inversa de referência. É
importante observar nas FIG. 5.1 e 5.2 que as linhas pretas mais grossas referem-se
a contornos de grão de alto ângulo (maior ou igual a 15o), as mais finas a contornos
de grão de baixo ângulo (menor que 15o) e as linhas vermelhas referem-se a
contornos CSL (PINTO, 2001).
FIG. 5.2 - Mapa de orientação e ODF do aço IF laminado a quente, gerados em uma das
varreduras por EBSD.
As microestruturas dos aços laminados a frio em estudo (FIG. 4.15, 4.17, 4.18 e
4.20), em diferentes graus de redução (90, 85 e 80%), laminados na BRASMETAL e
no laminador piloto do IME, exibem algumas diferenças. Estas diferenças
correspondem às bandas de deformação formadas que são mais alongadas nas
amostras de maior grau de redução, devido à maior quantidade trabalho a frio
imposto ao material. Isto é comprovado pela observação das ODFs (FIG. 4.16 e
4.19) dos aços EBC e IF, respectivamente, onde as componentes da fibra-α e a
145
(001)[ 1 1 0] são mais intensas e as componentes da fibra-γ menos intensas, nas
amostras de maior grau de redução (DUGGAN, 1999).
Os recozimentos em caixa e contínuo tiveram uma influência significativa nas
microestruturas e nas texturas dos dois aços.
Nos resultados que vêm apresentados nas Figuras abaixo, foram notadas várias
similaridades aos dos trabalhos de vários autores (VANDERSCHUEREN, 1996, p.
1400-1405; HASHIMOTO, 1996; MISHRA, 1983), que estudaram a recristalização
em aços de teor de carbono entre os extra e ultra-baixo carbono:
• FIG. 4.21, 4.23 e 4.25 microestruturas do aço EBC tratado via recozimento
em caixa com reduções de 90, 84 e 80%, respectivamente, e suas
respectivas ODFs nas FIG. 4.22, 4.24, 4.26 (obtidas por EBSD) e 4.27 (80%
de redução, obtida por difração de raio X).
• FIG. 4.28, 4.30 e 4.32 microestruturas do aço IF tratado via recozimento em
caixa com reduções de 90, 85 e 77%, respectivamente, e suas respectivas
ODFs nas FIG. 4.29, 4.31, 4.33 (obtidas por EBSD) e 4.34 (77% de redução,
obtida por difração de raio X).
• FIG. 4.35, 4.37 e 4.40 microestruturas do aço EBC tratado via recozimento
contínuo na CSN com reduções de 90, 84 e 80%, respectivamente, e suas
respectivas ODFs nas FIG. 4.36, 4.38, 4.41 (obtidas por EBSD) e 4.39 (84%
de redução, obtida por difração de raio X).
• FIG. 4.48, 4.50 e 4.53 microestruturas do aço IF tratado via recozimento
contínuo na CSN com reduções de 90, 85 e 77%, respectivamente, e suas
respectivas ODFs nas FIG. 4.49, 4.51, 4.53 (obtidas por EBSD) e 4.52 (85%
de redução, obtida por difração de raio X).
• FIG. 4.42, 4.44 e 4.46 microestruturas do aço EBC tratado via recozimento
contínuo no IME com reduções de 90, 85 e 81%, respectivamente, e suas
respectivas ODFs nas FIG. 4.43, 4.45 e 4.47 (obtidas por EBSD).
• FIG. 4.55, 4.57 e 4.59 microestruturas do aço IF tratado via recozimento
contínuo no IME com reduções de 90, 85 e 80%, respectivamente, e suas
respectivas ODFs nas FIG. 4.56, 4.58, 4.60 (obtidas por EBSD).
146
de grão em ambos os aços é mais heterogênea nos recozimentos contínuos do que
nos em caixa, e, comparando os dois recozimentos contínuos, esta distribuição se
apresenta novamente mais heterogênea no recozimento contínuo realizado no IME.
Porém, deve-se salientar que, a partir de temperatura elevadas de tratamento (na
ordem de 760oC), esta distribuição começou a homogenizar-se, como é apresentado
nas micrografias das amostras recozidas a 820oC. Outro ponto a mencionar é sobre
a aparência dos contornos de grão que, no aço EBC, apresentaram-se mais
irregulares (acicularidade), quando comparados ao aço IF, onde são mais lisos.
Esta heterogeneidade na distribuição de tamanho de grão foi um pouco mais
acentuada no aço EBC do que no aço IF, devido, provavelmente, à maior eficiência
do Ti (comparado ao B) no controle da homogeneidade de crescimento de grão.
Um fator que influenciou as varreduras por EBSD foi a pequena espessura das
chapas de aço analisadas (inferior a 1 mm) que exigiu o uso de grandes aumentos
(entre 1000x e 3000x), para evitar os efeitos das bordas da amostra (superfícies
superior e inferior da chapa), já que a região de análise foi o plano central da chapa
(ponto médio da espessura). Isto também implicou no número de varreduras
realizadas em cada uma das amostras, nas diversas condições, já que se pretende
garantir uma média de 2000 grãos metalúrgicos analisados, no total das varreduras.
Nas amostras que foram tratadas em temperaturas mais elevadas e, por
conseqüência, possuíam um maior tamanho médio de grão (caso das amostras
tratadas a 820oC), o número médio de grãos por varredura foi inferior aos das
amostras tratadas em temperaturas mais baixas.
Para os casos de amostras parcialmente recristalizadas, a presença da fibra-α
foi mais intensa nas amostras de aço IF do que nas de EBC.
Quanto às componentes de textura, a fibra-γ apresenta-se mais intensa nas
amostras totalmente recristalizadas de aço IF quando comparada às do EBC. Mas,
comparando com as temperaturas de tratamento para amostras totalmente
recristalizadas, verifica-se que amostras tratadas a 820oC tiveram um decréscimo na
intensidade máxima e também um alargamento na fibra-γ, quando comparadas às
amostras tratadas em temperaturas inferiores. Outro ponto é que as amostras de
aço EBC apresentaram, na maioria dos casos, a fibra-γ mais definida no recozimento
contínuo do que no em caixa, da CSN, o mesmo se repetindo com o aço IF.
147
Na simulação do recozimento contínuo realizada no IME, as componentes da
fibra-γ mostraram-se estar intensas e um pouco deslocadas, estando melhor
definidas nas amostras tratadas a 640oC (EBC) e 780oC (IF).
Um indicador da necessidade de se explorarem outros pontos da curva de
recristalização para estes aços, na condição totalmente recristalizada, são as
quedas de intensidade nas componentes e o alargamento da fibra-γ. Existe, com
certeza, uma faixa de temperatura ideal para recozer o aço EBC e alcançar as
características boas quanto à intensidade e a forma da fibra-γ, tendo o aço IF como
comparação. Isto ficou evidenciado aqui, pelo que foi observado.
Ocorreram casos curiosos, onde não houve a formação da fibra-γ e a fibra-α se
manteve relativamente intensa, em amostras totalmente recristalizadas. Este casos
serão discutidos a seguir, onde se procurará apresentar mapas de orientação e
ODFs que sejam representativos do conjunto de varreduras feitas para uma mesma
amostra, gerados pelo programa OIM Analysis. É importante observar nas FIG. 5.3 e
5.8 que as linhas pretas mais grossas referem-se a contornos de grão de alto ângulo
(maior ou igual a 15o), as mais finas a contornos de grão de baixo ângulo (menor
que 15o) e as linhas vermelhas referem-se a contornos CSL (PINTO, 2001).
Comparando as ODFs relativas às simulações do recozimento em caixa, obtidas
por EBSD, dos aços EBC (temperatura de recozimento entre 580 e 820oC) e IF
(temperatura de recozimento entre 660 e 820oC), verifica-se a presença da fibra-γ,
nas ODFs do aço IF, nos três graus de redução analisados, em relação ao aço EBC,
embora suas componentes {111}<112> estejam um pouco deslocadas. O
alargamento da fibra-γ nas amostras de aço EBC pode ser observado nas FIG. 5.3
(recozida a 580oC, 84% de redução) e 5.4 (recozida a 660oC, 85% de redução),
obtidas de uma das varreduras por EBSD das amostras de aço EBC e IF. Nota-se
menor quantidade de grãos com orientações próximas a (111)[001] quando
comparada ao aço IF. Nas ODFs obtidas por difração de raio X, FIG. 4.27 e 4.34,
dos aços EBC e IF, respectivamente, verifica-se a presença da fibra-γ em ambos os
aços, mas com alargamento da fibra-γ na amostra de aço EBC (recozida a 580oC,
com 80% de redução) em relação à amostra de aço IF (recozida a 660oC, com 77%
de redução). Outro ponto verificado é que, com o decréscimo do grau de redução,
148
houve um estreitamento na fibra-γ, para temperaturas mais baixas, nas condições
onde a microestrutura encontrava-se totalmente recristalizada.
Nas simulações do recozimento contínuo realizadas na CSN e no IME, as ODFs
obtidas por EBSD dos aços EBC e IF exibem as suas componentes com
características próximas às exibidas no recozimento em caixa. Isto é, a presença da
fibra-γ é mais evidente no aço IF nas amostras totalmente recristalizadas. Em alguns
casos, as amostras de aço EBC apresentam, além das componentes {111}<112> da
fibra-γ, as componentes {111}<110> deslocadas. O alargamento da fibra-γ nas
amostras de aço EBC pode ser observado nas FIG. 5.5 (recozida a 600oC, 84% de
redução) e 5.6 (recozida a 680oC, 85% de redução), obtidas de uma das varreduras
por EBSD das amostras de aço EBC e IF, pela menor quantidade de grãos com
orientações próximas a (111)[001], quando comparada ao aço IF. Outro ponto
observado foi a ausência das fibras α e γ em algumas das amostras de aço EBC
parcialmente recristalizadas. Isto é verificado pela observação das FIG. 5.7 (recozida
na CSN a 580oC) e 5.8 (recozida no IME a 640oC), obtidas de uma das varreduras
por EBSD das amostras de aço EBC e IF, pela menor quantidade de grãos com
orientações próximas a (111)[001] e (001)[001] quando comparada ao aço IF. Nas
ODFs obtidas por difração de raio X, FIG. 4.39 e 4.52, dos aços EBC e IF,
respectivamente, verifica-se a presença da fibra-γ em ambos os aços, mas com
alargamento da fibra-γ na amostra de EBC (recozida a 580, 600 e 820oC, com 84%
de redução), em relação à amostra de aço IF (recozida a 660, 680 e 820oC, com
85% de redução). Foi verificada uma tendência contrária do recozimento em caixa.
Com o aumento do grau de redução, houve um estreitamento na fibra-γ para
temperatura mais baixas, nas condições onde a microestrutura encontrava-se
totalmente recristalizada.
Comparando os resultados de ambos os aços, nos recozimentos contínuos da
CSN e do IME, verifica-se que o tempo de encharque utilizado no IME não foi tão
efetivo na obtenção das componentes de textura esperadas como o da CSN. Uma
justificativa para isso são as características dos fornos, onde, provavelmente, os
tratamentos no IME necessitavam de um tempo de encharque superior ao da CSN,
para se igualarem nas propriedades finais dos aços.
149
FIG. 5.3 - Mapa de orientação e ODF do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 84%) e
o
recozido em caixa na CSN a 580 C, gerados em uma das varreduras por EBSD.
FIG. 5.4 - Mapa de orientação e ODF do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 85%) e
o
recozido em caixa na CSN a 660 C, gerados em uma das varreduras por EBSD.
150
FIG. 5.5 - Mapa de orientação e ODF do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 84%) e
o
tratado via recozimento contínuo na CSN a 600 C, gerados em uma das varreduras por EBSD.
FIG. 5.6 - Mapa de orientação e ODF do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 85%) e tratado
o
via Recozimento Contínuo na CSN a 680 C, gerados em uma das varreduras por EBSD.
151
FIG. 5.7 - Mapa de orientação e ODFs do aço EBC laminado a frio na Brasmetal (r = 84%) e
o
tratado via Recozimento Contínuo na CSN a 580 C, gerados em uma das varreduras por EBSD.
FIG. 5.8 - Mapa de orientação e ODF do aço IF laminado a frio na Brasmetal (r = 85%) e tratado
o
via Recozimento na CSN a 660 C, gerados em uma das varreduras por EBSD.
152
5.3 PROPRIEDADES MECÂNICAS
153
6 CONCLUSÕES
154
7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
VI. Verificar quais as orientações cristalinas dos grãos no aço EBC ao B nas
amostras que apresentam distribuição heterogênea de tamanho de grão,
com objetivo de avaliar qual a contribuição desses grãos na textura do
material.
155
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159
9 APÊNDICES
160
9.1 APÊNDICE 1: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS AÇOS EBC E IF
TAB. 9.1 - Quadro comparativo das propriedades dos aços EBC e IF.
Característica Aço EBC Aço IF
Condição Laminada a Quente
Tamanho de Grão 7,5 10,5
(ASTM)
Forma do Grão e Irregular e contornos rasgados Equiaxial e contornos retos
Contorno
Distribuição do TG Heterogênea Homogênea
Dureza (HRB) 49 49
Coeficiente de Rmin - 0,88 / Rmáx - 1,20 Rmin - 1,00 / Rmáx - 1,27
Anisotropia R - 1,01 / ∆R - 0,19 R - 1,14 / ∆R - 0,02
σ/σ(0) Mínimo - 0,98 Mínimo - 0,97
Máximo - 1,00 Máximo - 1,00
Condição Laminada a Frio
Bandas de Tornam-se mais alongadas com aumento da redução.
Deformação
Dureza (HRB) Aumenta com aumento da redução quando existe o uso de solução lubrificante durante
a LF, caso contrário o comportamento é inverso.
Condição Laminada a Frio e Recozida
o o
Temperatura de RCX - < 540 C RCX - 580 a 600 C
o o
Início da RCT - 540 a 560 C RCT - 600 a 660 C
Recristalização
o o
Temperatura de Fim RCX - 580 a 600 C RCX - 660 C
o o
da Recristalização RCT - 600 a 620 C RCT - 680 a 720 C
Tamanho de Grão RCX - entre 12 e 7,5 RCX - entre 11 e 10
(ASTM) RCT - entre 12 e 8 RCT - entre 10,5 e 8
o
Distribuição do TG Heterogênea até aproximadamente 760 C, Mais homogênea que no aço EBC.
sendo essa heterogeneidade mais
acentuada no recozimento contínuo.
Dureza (HRB) Parcialmente recristalizada - máx. 51 Parcialmente recristalizada - máx. 44
(RCX) e máx. 55 (RCT) (RCX) e máx. 47 (RCT)
Totalmente recristalizada - 10 a 51 (RCX) Totalmente recristalizada - 30 a 44 (RCX)
e 30 a 55 (RCT) e 15.5 a 47 (RCT)
Coeficiente de Rmin - 0,37 a 1,12 (RCX) e 0,30 a 1,22 Rmin - 1,11 a 1,61(RCX) e 0,63 a 1,54
Anisotropia (RCT) (RCT)
Rmáx - 0,88 a 2,10 (RCX) e 1,21 a 2,54 Rmáx - 1,73 a 2,73 (RCX) e 1,22 a 2,45
(RCT) (RCT)
R - 0,66 a 1,45 (RCX) e 0,86 a 1,79 (RCT) R - 1,63 a 2,13 (RCX) e 1,03 a 1,81 (RCT)
∆R - -0,45 a +0,60 (RCX) e -0,91 a +1,59 ∆R - -1,02 a +1,00 (RCX) e -0,77 a +0,66
(RCT) (RCT)
Obs.: somente três casos em que ∆R > Obs.: somente 1 caso em que ∆R < -1,00
+1,00
σ/σ(0) Mínimo - 0,96 a 1,00 (RCX) e 0,93 a 1,00 Mínimo - 0,96 a 1,00 (RCX) e 0,94 a 1,00
(RCT) (RCT)
Máximo - 1,01 a 1,04 (RCX) e 1,00 a 1,08 Máximo - 1,00 a 1,03 (RCX) e 1,00 a 1,04
(RCT) (RCT)
Simulação dos Temperatura de recristalização do RCX Temperatura de recristalização do RCX
o
Recozimentos inferior aos outros recozimentos (20 C inferior aos outros recozimentos (20 e
o
para aço EBC). 60 C para aço IF).
Diferenças observadas nas simulações do recozimento contínuo realizadas na CSN e no
IME são devidas aos fornos.
O tempo de encharque não foi tão efetivo quando comparado aos resultados das
simulações do recozimento contínuo realizadas na CSN.
161
TAB. 9.2 - Quadro comparativo das características de textura dos aços EBC e IF.
Observações Aço EBC Aço IF
Condição Laminada a Quente
ODFs Fibra-γ não definida, máximo 4,7. Fibra-γ definida, máximo 2,8, mas as
componentes {111}<112> encontram-se
um pouco deslocadas.
Condição Laminada a Frio
ODFs Fibras-α e γ bem definidas, intensidade da fibra-α e componente (001)[ 1 1 0] aumenta
com aumento da redução, mas com a fibra-γ ocorre o inverso.
Condição Laminada a Frio e Recozida
ODFs Nas amostras parcialmente recristalizadas a presença da fibra-α foi mais intensa no aço
IF.
Nas amostras totalmente recristalizadas as componentes da fibra-γ apresentaram-se
mais intensas no aço IF.
o
Nas amostras tratadas a 820 C verificou um decréscimo na intensidade de máximo e um
alargamento na fibra-γ, comparadas a temperaturas mais baixas.
Observa-se nas amostras totalmente recristalizadas com aumento da temperatura de
tratamento decréscimos na intensidade das componentes e alargamento da fibra-γ.
Indicador que exista uma faixa ideal de temperatura para recozer os aços EBC e IF.
Com decréscimo do grau de redução houve um estreitamento da fibra-γ para
temperaturas mais baixas nas amostras de totalmente recristalizadas.
Verificou-se a presença da fibra-γ nas ODFs do aço IF (recozidas em caixa) nos 3 graus
de redução analisados, mas suas componentes {111}<112> estão um pouco
deslocadas.
Nas ODFS obtidas por difração de raio-X para amostras tratadas via RCT verifica-se a
presença da fibra-γ em ambos os aços, mas com alargamento no aço EBC.
Simulação do Há um estreitamento da fibra-γ para temperaturas mais baixas de tratamento com
Recozimento em aumento do grau de redução, em amostras totalmente recristalizadas.
Caixa na CSN
Simulação do Para ambos os aços a maioria das amostras apresentaram a fibra-γ mais definida no
Recozimento RCT (CSN) do que no RCX.
Contínuo na CSN Nas ODFS obtidas por difração de raio-X para amostras tratadas via RCT verifica-se a
presença da fibra-γ em ambos os aços, mas com alargamento no aço EBC.
Simulação do Nas amostras tratadas por RCT (IME) verificou-se que as componentes da fibra-γ estão
Recozimento menos intensas e um pouco deslocadas, e apresentaram melhor definidas as amostras
o o
Contínuo no IME tratadas a 640 C (EBC) e 780 C (IF).
162
9.2 APÊNDICE 2: LUGAR GEOMÉTRICO DE ESCOAMENTO
163
FIG. 9.2 - Lugar geométrico de escoamento do aço EBC ao B laminado a frio na Brasmetal
(r = 90, 84 e 80%) e tratado via Recozimento em Caixa na CSN em diversas temperaturas.
FIG. 9.3 - Lugar geométrico de escoamento do aço EBC ao B laminado a frio na Brasmetal
(r = 90, 84 e 80%) e tratado via Recozimento Contínuo na CSN em diversas temperaturas.
FIG. 9.4 - Lugar geométrico de escoamento do aço EBC ao B laminado a frio (r = 90, 85 e 81%)
e tratado via Recozimento Contínuo no IME em diversas temperaturas.
164
9.2.2 AÇO IF AO Ti
FIG. 9.6 - Lugar geométrico de escoamento do aço IF ao Ti laminado a frio na Brasmetal (r = 90,
85 e 77%) e tratado via Recozimento em Caixa na CSN em diversas temperaturas.
165
FIG. 9.7 - Lugar geométrico de escoamento do aço IF ao Ti laminado a frio na Brasmetal (r = 90,
85 e 77%) e tratado via Recozimento Contínuo na CSN em diversas temperaturas.
FIG. 9.8 - Lugar geométrico de escoamento do aço IF ao Ti laminado a frio (r = 90, 85 e 80%) e
tratado via Recozimento Contínuo no IME em diversas temperaturas.
166
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