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3º EDIÇÃO

SUMÁRIO

Capítulo I – INSTRUMENTAL E EQUIPAMENTOS.... 21 1.52. FRESADORA............................................................................... 42


1.53. CÂMARA DE UMIDADE............................................................. 43
INTRODUÇÃO...................................................................................... 22
1.54. ANÉIS DE FUNDIÇÃO................................................................. 43
1.1. GOTEJADOR................................................................................. 22 1.55. CADINHOS.................................................................................. 43
1.2. LE CRON........................................................................................ 22
1.56. DELINEADOR OU PARALELÔMETRO........................................ 43
1.3. HOLLEMBACK.............................................................................. 22
1.57. FORNO PARA PORCELANA....................................................... 44
1.4. ESPÁTULA Nº 7............................................................................ 22
1.58. FUNDIDORA HERACAST iQ....................................................... 44
1.5. ESPÁTULA Nº 31 ......................................................................... 22
1.59. CENTRÍFUGA.............................................................................. 44
1.6. ESPÁTULA DE ROACH................................................................. 22
1.60. FORNO PARA FUNDIÇÃO.......................................................... 45
1.7. ESPÁTULAS Nº 24, 36 E 74.......................................................... 23
1.61. MAÇARICO................................................................................. 45
1.8. ESPÁTULA PARA GESSO.............................................................. 23
1.62. JATOS DE AREIA........................................................................ 45
1.9. ESPÁTULAS PARA RESINA E PORCELANA................................. 23
1.63. VAPORIZADOR........................................................................... 46
1.10. MEDIDOR DE CERÂMICA.......................................................... 23
1.64. BALANÇAS.................................................................................. 46
1.11. PINCÉIS....................................................................................... 23
1.65. INCLUSOR A VÁCUO.................................................................. 46
1.12. TORNINHO DE MÃO.................................................................. 24
1.66. ULTRASSOM............................................................................... 46
1.13. BISTURI....................................................................................... 24
1.67. PLASTIFICADOR......................................................................... 46
1.14. DESCANSO PARA INSTRUMENTAL........................................... 24
1.68. PRÉ-FOTOPOLIMERIZADORA.................................................... 46
1.15. PINÇAS........................................................................................ 25
1.69. FOTOPOLIMERIZADOR.............................................................. 46
1.16. ESPESSÍMETRO........................................................................... 26
1.70. GODÊS........................................................................................ 48
1.17. TESOURAS.................................................................................. 26
1.71. DESCERADOR............................................................................. 48
1.18. FACAS PARA GESSO.................................................................. 26
1.72. COMPRESSOR............................................................................. 48
1.19. ALICATES.................................................................................... 26
1.73. SOLDADORA A LASER............................................................... 49
1.20. MOLDEIRAS DE ESTOQUE......................................................... 27
1.74. DECAPADOR............................................................................... 49
1.21. CUBETAS OU GRAAL................................................................. 27
1.75. SISTEMA CAD/CAM................................................................... 49
1.22. POTES DE DAPPEN..................................................................... 27
1.23. POTE DE VIDRO COM TAMPA.................................................. 27 Capítulo II – MATERIAIS DENTÁRIOS..................... 51
1.24. MEDIDORES................................................................................ 28
INTRODUÇÃO...................................................................................... 52
1.25. LÂMPADA DE HANNAU............................................................ 28
1.26. BICO DE BUNSEN....................................................................... 28 2.1. ESTRUTURA DA MATÉRIA........................................................... 52
1.27. GOTEJADOR ELÉTRICO.............................................................. 29 2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS SÓLIDOS.................................................. 53
1.28. LAMPARINA............................................................................... 29 2.3. PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS..................................... 54
1.29. DOWEL PIN................................................................................. 29 2.4. MATERIAIS DE MOLDAGEM....................................................... 56
1.30. BASE COM GUIA PARA TROQUEL............................................ 30 2.5. GESSOS......................................................................................... 61
1.31. BASES PARA MODELOS............................................................ 30 2.6. REVESTIMENTO............................................................................ 64
1.32. LOCALIZADOR DE TROQUÉIS E RECORTADOR DE PALATO......30 2.7. CERAS........................................................................................... 65
1.33. SECCIONADORES DE TROQUÉIS............................................... 31 2.8. RESINAS ACRÍLICAS..................................................................... 70
1.34. METALIZADOR DE TROQUEL.................................................... 32 2.9. RESINAS FOTOPOLIMERIZÁVEIS................................................ 75
1.35. ASPIRADOR DE BANCADA........................................................ 32 2.10. CERÂMICAS................................................................................ 76
1.36. VIBRADOR.................................................................................. 32 2.11. INSUMOS PARA CAD/CAM....................................................... 77
1.37. RECORTADORES DE MODELOS................................................ 33 2.12. LIGAS METÁLICAS..................................................................... 78
1.38. ARTICULADORES....................................................................... 34 2.13. DENTES ARTIFICIAIS.................................................................. 80
1.39. MOTORES DE BANCADA........................................................... 35 2.14. ISOLANTES................................................................................. 81
1.40. BROCAS E BROQUEIROS........................................................... 36 2.15. AGENTE HIDROFUGANTE.......................................................... 81
1.41. MUFLAS...................................................................................... 37 2.16. FUNDENTES E ANTIFUNDENTES............................................... 81
1.42. PRENSAS..................................................................................... 38 2.17. SOLVENTE DE GESSO................................................................ 82
1.43. POLIMERIZADORAS................................................................... 39 2.18. MATERIAIS PARA POLIMENTO................................................. 82
1.44. POLIDORA QUÍMICA................................................................. 41 2.19. ANTIBOLHA................................................................................ 82
1.45. MOTOR TIPO TORNO E CAIXA PROTETORA............................ 41 2.20. ADESIVOS................................................................................... 82
1.46. MOTOR DE ALTA ROTAÇÃO..................................................... 41 2.21. ÁGUA DESTILADA..................................................................... 82
1.47. ESCOVAS E CONES..................................................................... 41 2.22. PRÉ OPACO................................................................................. 83
1.48. MARTELOS................................................................................. 41 2.23. OPACIFICADOR (pó/lÍquido ou lÍquido).................................. 83
1.49. REVÓLVER DE AR....................................................................... 41 2.24. DUPLICADOR.............................................................................. 84
1.50. DEMUFLADOR PNEUMÁTICO................................................... 41 2.25. SILICONE PARA LABORATÓRIO................................................ 84
1.51. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL......................... 42 2.26. ABRASIVOS................................................................................ 85
Capítulo III – ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA....87 5.12. BASE DE PROVA E PLANO DE ORIENTAÇÃO......................... 201
5.13. RELAÇÃO MAXILOMANDIBULAR DE INTERESSE AO
INTRODUÇÃO...................................................................................... 88
TÉCNICO............................................................................................ 202
3.1. ANATOMIA GERAL...................................................................... 89 5.14. CURVA DE COMPENSAÇÃO INDIVIDUAL – DESGASTE DE
3.2. ANATOMIA DA CABEÇA............................................................. 90 PATTERSON....................................................................................... 203
3.3. MIOLOGIA.................................................................................... 94 5.15. REGISTROS OBTIDOS NO PLANO DE ORIENTAÇÃO............. 204
3.4. ARTICULAÇÃO.............................................................................. 95
5.16. TRANSPORTE DOS MODELOS AO ARTICULADOR................ 206
3.5. APARELHO MASTIGADOR........................................................... 96
5.17. SELEÇÃO DOS DENTES ARTIFICIAIS....................................... 207
3.6. ANATOMIA DENTÁRIA................................................................ 98
5.18. MONTAGEM DOS DENTES ARTIFICIAIS................................. 207
3.7. DENTIÇÕES................................................................................. 100
5.19. CEROPLASTIA E ESCULTURA DA MUCOSA ARTIFICIAL........ 216
3.8. NOMENCLATURA DENTÁRIA.................................................... 101
5.20. INCLUSÃO EM MUFLA............................................................. 219
3.9. FÓRMULA DENTÁRIA................................................................ 103
3.10. NOTAÇÃO DENTÁRIA.............................................................. 103 5.21. PRENSAGEM E ACRILIZAÇÃO COM CARACTERIZAÇÃO DE
GENGIVAS NO SISTEMA TOMAZ GOMES....................................... 220
3.11. MORFOLOGIA DOS DENTES PERMANENTES......................... 105
3.12. ESCULTURA REGRESSIVA........................................................ 128 5.22. DEMUFLAGEM DA PRÓTESE TOTAL....................................... 222
3.13. ENCERAMENTO PROGRESSIVO DAS SUPERFÍCIES OCLUSAIS... 136 5.23. ACABAMENTO E POLIMENTO DA PRÓTESE TOTAL.............. 222
5.24. PRÓTESE TOTAL IMEDIATA.................................................... 222
Capítulo IV – PRÓTESE FIXA.................................. 141 5.25. REEMBASAMENTOS................................................................ 227
INTRODUÇÃO.................................................................................... 142 5.26. CONSERTOS EM PRÓTESE TOTAL........................................... 228
4.1. DEFINIÇÃO................................................................................. 143 5.27. OUTRAS TÉCNICAS NA CONFECÇÃO DA PRÓTESE TOTAL... 229
4.2. OBJETIVO.................................................................................... 143
4.3. INDICAÇÃO................................................................................ 143 Capítulo VI – PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL..... 231
4.4. PRÓTESE PROVISÓRIA (Temporária)........................................ 143 INTRODUÇÃO.................................................................................... 232
4.5. MOLDAGEM – MOLDE – MODELO........................................... 148
6.1. DEFINIÇÃO................................................................................. 232
4.6. CLASSIFICAÇÃO DA PRÓTESE FIXA ......................................... 151
6.2. INDICAÇÃO................................................................................ 233
4.7. CEROPLASTIA E ESCULTURA EM PRÓTESE FIXA..................... 161
6.3. CLASSIFICAÇÃO DAS PRÓTESES PARCIAIS REMOVÍVEIS....... 233
4.8. PREPARO DO PADRÃO DE CERA PARA INCLUSÃO EM ANEL
6.4. CLASSIFICAÇÃO DE KENNEDY.................................................. 234
DE FUNDIÇÃO................................................................................... 162
4.9. COMPENSAÇÃO DA CONTRAÇÃO............................................ 163 6.5. REGRAS DE APPLEGATE (1959)................................................ 235
4.10. FUNDIÇÃO................................................................................ 163 6.6. ELEMENTOS CONSTITUINTES DA PRÓTESE PARCIAL
4.11. TRATAMENTOS TÉRMICOS DAS LIGAS METÁLICAS............. 167 REMOVÍVEL....................................................................................... 235
4.12. DECAPAGEM............................................................................ 167 6.7. CONFECÇÃO DA PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL.................... 244
4.13. USINAGEM E POLIMENTO DAS PEÇAS METÁLICAS............. 167 6.8. MONTAGEM DOS DENTES ARTIFICIAIS E CEROPLASTIA....... 249
4.14. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE SOLDAGEM...................... 168 6.9. PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL PROVISÓRIA.......................... 250
4.15. MATERIAIS ESTÉTICOS............................................................ 170
4.16. PRÓTESE FIXA ADESIVA.......................................................... 175 Capítulo VII – NOÇÕES BÁSICAS DE ORTODONTIA....251
4.17. IMPLANTES DENTÁRIOS: NOVOS CAMINHOS...................... 176
INTRODUÇÃO.................................................................................... 252
4.18. A TECNOLOGIA CAD CAM...................................................... 185
7.1. ORTODONTIA – CONCEITO....................................................... 252
Capítulo V – PRÓTESE TOTAL............................... 189 7.2. FINALIDADE............................................................................... 252
7.3. CLASSIFICAÇÃO DAS MALOCLUSÕES...................................... 253
INTRODUÇÃO.................................................................................... 190
7.4. CLASSIFICAÇÃO DE LISHER ...................................................... 254
5.1. CONCEITO................................................................................... 190
7.5. CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE....................................................... 255
5.2. CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO A SUA CONFECÇÃO .............. 190
7.6. MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA................................................... 256
5.3. REQUISITOS BÁSICOS NA CONFECÇÃO DE UMA PRÓTESE
7.7. TRATAMENTOS EM ORTODONTIA........................................... 257
TOTAL................................................................................................ 191
5.4. EXAME DA CAVIDADE BUCAL PARA CONFECÇÃO DA 7.8. TRATAMENTO CLÍNICO............................................................. 257
PRÓTESE TOTAL................................................................................ 191 7.9. LABORATÓRIO DE PRÓTESE DENTÁRIA.................................. 258
5.5. ACIDENTES ANATÔMICOS DE INTERESSE AO TÉCNICO NA 7.10. EXERCÍCIOS PARA APRENDIZADO......................................... 259
CONFECÇÃO DA PRÓTESE TOTAL................................................... 192 7.11. CONFECÇÃO DE GRAMPOS..................................................... 260
5.6. MOLDAGEM ANATÔMICA........................................................ 193 7.12. MOLAS E ARCO LABIAL.......................................................... 262
5.7. MODELO ANATÔMICO.............................................................. 193 7.13. PARAFUSOS DE EXPANSÃO (Expansor)................................ 265
5.8. MOLDEIRA INDIVIDUAL............................................................ 194
7.14. ACRILIZAÇÃO DOS APARELHOS ORTODÔNTICOS
5.9. MOLDAGEM FUNCIONAL.......................................................... 200 REMOVÍVEIS...................................................................................... 265
5.10. MODELO FUNCIONAL OU DE TRABALHO............................. 200
5.11. ZONAS DE PENDLETON........................................................... 200 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 271
CAPÍTULO 3

ANATOMIA E
ESCULTURA
DENTÁRIA
INTRODUÇÃO
Neste capítulo, descrevemos de uma forma geral aspec-
tos da anatomia humana, necessários para melhor
fixação e entendimento da anatomia da cabeça, articu-
lações, músculos e movimentos mastigatórios.
Esses conhecimentos básicos são importantíssimos para
que o técnico, ao confeccionar as próteses, consiga
visualizar e compreender a dinâmica e o mecanismo
biomecânico da mastigação, pois a substituição de
alguns elementos dentários, ou mesmo de todos, está
inteiramente ligada ao conjunto de todos os órgãos
adjacentes (ossos, músculos, articulação), e deve levar
em conta a importantíssima função de preparar os
alimentos para que possam ser deglutidos e digeridos,
para a absorção dos nutrientes, mantendo a saúde
geral do paciente. Além disso, deve-se levar em conta o
fator psicológico, a autoestima, a estética e a fonação,
que está diretamente relacionada com a posição dos
dentes na articulação das palavras.
O técnico deverá conhecer e identificar as semelhanças
e diferenças de todos os dentes do arco, sua localiza-
ção e sua oclusão.
Técnicas de aprendizagem em escultura dentária são
descritas, com orientações práticas. De início, a escul-
tura regressiva do dente isolado, e em seguida, a escul-
tura progressiva das superfícies oclusais, com noções
de oclusão e uso do articulador.
Nosso objetivo, ao final deste capítulo, é que o iniciante
em prótese dentária e o acadêmico de Odontologia
sejam capazes de identificar e esculpir todos os dentes,
individualmente ou em oclusão, e que para o profissional
sirva como revisão para atualização e aprimoramento de
todos esses detalhes anatômicos, tão indispensáveis para
a confecção e sucesso das próteses dentárias.

88
3.1. ANATOMIA GERAL
3.1.1. DEFINIÇÃO
Ciência que estuda micro ou macroscopicamente a cons-
tituição e o desenvolvimento dos seres organizados.
A anatomia humana estuda o homem. Existem quatro
níveis estruturais básicos no corpo: células, tecidos,
órgãos e sistemas. Essas divisões foram feitas com a
finalidade de facilitar o estudo especifico de determina-
dos constituintes. Exemplo:
• Citologia: Estudo das células.
• Histologia: Estudo da estrutura microscópica dos tecidos.
• Osteologia: Estudo dos ossos.
• Miologia: Estudo dos músculos.
• Artrologia: Estudo das articulações.
• Neurologia: Estudo dos nervos.

3.1.2. NOMENCLATURA ANATÔMICA


É o conjunto de termos empregados para descrever e
indicar as partes do organismo.

3.1.3. DIVISÃO DO CORPO HUMANO


• Cabeça: Crânio e face.
• Tronco: Tórax, abdômen e pelve.
• Membros: Superiores e inferiores. 3.1.5. FATORES GERAIS DE VARIAÇÃO
DENTRO DE INDIVÍDUOS DE UMA MESMA
3.1.4. CONSTITUIÇÃO ESPÉCIE
• Tecido epitelial: Recobre a superfície do corpo, Observamos, no caso do homem:
reveste as cavidades internas do corpo e tem a função
de proteção, absorção e secreção. a) Idade: Com o progredir da idade ocorrem modificações
anatômicas.
• Tecido conjuntivo: É o arcabouço básico usado como b) Gênero: Masculino ou feminino – dimorfismo sexual.
suporte e sustentação de outros tecidos.
c) Grupo étnico: Grupos raciais – branco, negro, amarelo.
• Tecido muscular: Tem função contrátil, é o responsável d) Biótipo: Tipo constitucional para cada grupo racial.
pela mobilidade do esqueleto, faz o bombeamento do Exemplo:
sangue, movimenta o alimento através do tubo digestivo.
• Longilíneo: Esguios, magros, altos, membros longos.
• Tecido nervoso: Forma o encéfalo, a medula espinal, os • Brevilíneo: Baixos, pescoço curto etc.
nervos. Sua função é a irritabilidade e a condutibilidade. • Normolíneo: Intermediários.
• Tecido ósseo: Forma o esqueleto. Sua função é a sus- e) Fatores individuais de variação: são as características
tentação dos órgãos do corpo humano. próprias de cada individuo.

89
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA

3.2. ANATOMIA DA CABEÇA


Procuramos mostrar nesta parte, sucintamente, os componentes do crânio e da face, dando maior destaque à
maxila e à mandíbula, pois são os ossos da face que estão diretamente relacionados com a prótese dentária.
A cabeça apresenta duas partes distintas: crânio e face.

3.2.1. CRÂNIO
Constituído por oito ossos:

Quatro são ímpares: Dois são pares:


• Occipital • Parietal
• Frontal • Temporal
• Etmoide
• Esfenoide

OSSO PARIETAL

OSSO FRONTAL

OSSO ESFENÓIDE

OSSO ETMÓIDE

OSSO NASAL

OSSO LACRIMAL

OSSO TEMPORAL

PROCESSO ZIGOMÁTICO DO
OSSO TEMPORAL

OSSO ZIGOMÁTICO (MALAR)

MAXILAR

FOSSA MANDIBULAR

OSSO OCCIPITAL

MANDÍBULA

3.2.1 – VISTA LATERAL DA CABEÇA .

No osso do crânio, temporal, situa-se um dos detalhes (ou acidentes) anatômicos de maior interesse para a prótese
dentária, que é a fossa mandibular, local onde ocorre a articulação temporomandibular (ATM), de fundamental
importância na confecção dos aparelhos protéticos. É a única articulação móvel entre o crânio e a face.

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OSSO FRONTAL

OSSO PARIETAL
OSSO NASAL

OSSO ESFENÓIDE

OSSO TEMPORAL
OSSO LACRIMAL

MALAR OU
ZIGOMÁTICO

VÔMER
MAXILAR

MANDÍBULA

3.2.1 – VISTA FRONTAL DA CABEÇA.

91
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA

3.2.2. FACE
Constituída de catorze ossos,
dos quais:
Seis são pares:
• Nasal
• Lacrimal
• Concha nasal inferior
• Palatino
• Malar – zigomático
• Maxilar
Dois são ímpares:
• Vômer
• Mandíbula

3.2.2 – FACE.

3.2.2.1. Osso maxilar


Osso par, de formato quadrilátero, assemelha-se a O espaço contido entre essas duas lâminas ósseas é
uma pirâmide quadrangular de base voltada para o dividido por lamínulas ósseas que formam os alvéolos
lado da cavidade nasal. Tem seu interior escavado, dentários, que constituem os nichos onde se alojam as
formando uma grande cavidade revestida por mem- raízes dentárias. Quando as duas maxilas estão articula-
brana mucosa, denominada seio maxilar, o que o das entre si, seus processos alveolares, juntos, formam o
torna osso pneumático. arco alveolar.
Na porção lateral da face anterior, logo abaixo da Do corpo do osso maxilar parte outro processo deno-
margem da órbita, aparece uma abertura, denomi- minado palatino, que é uma lâmina óssea horizontal
nada forame infraorbital, por onde transitam vasos que irá se articular com o processo de mesmo nome do
sanguíneos e nervos. outro osso maxilar, para formarem a parte esquelética
do palato duro.
No osso palatino, logo atrás dos dentes incisivos, apa-
rece uma depressão bem côncava denominada forâme
ou fossa incisiva – passagem para o nervo nasopalatino
e vasos sanguíneos septais descendentes.
A superfície inferior do corpo do osso maxilar é apre-
sentada pelo processo alveolar, formado por duas
lâminas ósseas paralelas que vão se unir atrás do
último molar.

3.2.2.1 – OSSO MAXILAR.

92
3.2.2.2. Osso mandibular
Osso ímpar, situado na porção inferior da face, consiste Entre o primeiro e o segundo pré-molares, na face
de um corpo horizontal, curvo, que forma o mento externa do corpo, existe o forame mentual, entre a
(queixo), em forma de ferradura, com a concavidade borda inferior e a crista alveolar da mandíbula, que são
voltada para a língua, e dois ramos perpendiculares, que duas aberturas (direita e esquerda) que dão passagem
formam com as porções laterais do corpo, uma curva afi- aos nervos e vasos sanguíneos mentuais.
lada na porção póstero-inferior, denominado ângulo. Na borda superior do corpo da mandíbula está o pro-
Na face externa do corpo, na linha média, está a sínfise cesso alveolar, com as cavidades alveolares, semelhan-
da mandíbula, que é uma linha vertical mediana que tes ao processo de mesmo nome do osso maxilar, onde
representa a fusão dos dois centros embrionários de irão se alojar as raízes dos dentes inferiores.
ossificação do corpo. Logo abaixo existe uma elevação Na linha média, pela face interna do corpo, próximo à
triangular, que é a protuberância mentual. borda inferior, apresenta uma depressão, que é a fossa
digástrica, onde ocorre a inserção do músculo digástrico.
Na região do mento, seguindo em direção ao terceiro
molar, parte a linha milohídea, abaixo da qual existe
uma concavidade no corpo da mandíbula, que é a
fossa submandibular, que aloja a glândula salivar de
mesmo nome. E acima, outra depressão, denominada
fossa sublingual, que aloja a glândula salivar sublingual.
A porção superior do ramo está dividida pela chanfra-
dura, que é uma depressão profunda, denominada inci-
sura da mandíbula, ficando posteriormente ao processo
condilar com as extremidades lisas e convexas (côndi-
los), sobre a borda superior de cada ramo.
Na parte anterior da incisura da mandíbula encontra-
-se o processo coronoide. A região de ligação
do processo coronoide com o ramo é deno-
minada colo.
Ainda no processo coronoide, inicia-se uma
crista que se dirige para baixo e vai até o
último molar, terminando em uma área de
3.2.2.2 – OSSO MANDIBULAR. formato triangular chamada trígono retro-
molar, sobre o qual se encontra a papila
piriforme.
Na porção média do ramo, pelo
lado interno, tem início o canal
dentário inferior, em uma aber-
tura larga chamada forame dentá-
rio inferior ou forame mandibular,
que tem a sua frente uma lâmina óssea:
a espinha de Spix. Nesse canal emergem nervos e
vasos sanguíneos alveolares e destinados a irrigação
e nutrição dos componentes dentários.

93
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA

3.3. MIOLOGIA
É a parte da anatomia que estuda os músculos.

3.3.1. Função
A função dos músculos depende de sua localização. A ação muscular é o resultado da ação das células muscu-
lares individuais. Essas células são especiais, por serem as células do corpo que melhor exibem a propriedade da
“contratilidade”, que lhes permite encurtar e desenvolver tensão. São importantes em atividades como o movi-
mento de várias partes do corpo, alteração do diâmetro dos tubos do corpo, propulsão de materiais através do
corpo e a expulsão de resíduos do corpo. Além disso, a contração dos músculos esqueléticos produz significativas
quantidades de calor, que pode ser usado para a manutenção da temperatura normal do corpo. Devido a suas
numerosas funções, o tecido muscular contribui, de maneira importante, para a manutenção da homeostase.
(Spencer, Alexander P., 1929; Anatomia Humana Básica, 1991. pg. 186).

3.3.2. TIPOS DE MÚSCULOS 3.3.3. MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO


São três os tipos de músculos: músculos esqueléticos, São músculos pares que estão envolvidos na mordida e
músculos lisos e músculo cardíaco. Os músculos também na mastigação.
podem ser classificados como voluntários e involuntários.
a) Os músculos responsáveis pela elevação da mandí-
Os músculos esqueléticos estão fixados aos ossos do bula, fechando os maxilares (retraindo a mandíbula)
esqueleto. As contrações desses músculos exercem força são: masseter, temporal e pterigoideo medial.
nos ossos e eles se movem. Consequentemente, são res-
O músculo temporal tem a forma de leque e nasce na
ponsáveis por atividades como andar e manipular obje-
fossa do osso temporal, indo se inserir na apófise coro-
tos no meio exterior. São músculos voluntários e suas
noidea e no ramo da mandíbula: eleva a mandíbula
células apresentam bandas transversas alternadamente
pela contração das fibras anteriores e a projeta para
claras e escuras, dando-lhe um aspecto estriado, motivo
trás pela contração das fibras posteriores.
pelo qual são referidos como músculos estriados.
O músculo masseter é formado por dois feixes de fibras:
As células dos músculos lisos não apresentam estrias, e
são também chamados de músculos viscerais, pois são Superficial: Que se insere em cima no malar e na
encontrados nas paredes dos órgãos ocos e tubulares, arcada zigomática e embaixo, no ângulo da mandíbula
como estômago, intestinos e nos vasos sanguíneos. e na face ascendente do ramo.
São músculos involuntários governados pelo Sistema
Profundo: Insere-se em cima na arcada zigomática e
Nervoso Autônomo.
embaixo, na face externa do ramo ascendente da man-
O músculo cardíaco é um músculo especializado, que forma díbula, atingindo a base da apófise coronoidea. Mús-
a parede do coração. É um músculo involuntário como o culo muito poderoso. Normalmente, quando ocluímos,
músculo liso, e estriado como o músculo esquelético. sua saliência externa se torna visível.
Descrevemos, a seguir, apenas os músculos que exer- Na região chamada ângulo da mandíbula, entre o
cem função no círculo mastigatório, pois são de fun- corpo e o ramo, o osso apresenta concavidades e rugo-
damental importância para o conhecimento do técnico sidades irregulares, onde ocorre a inserção do músculo
em prótese dentária. masseter pelo lado externo.
Pelo lado interno do ângulo da mandíbula ocorre a
inserção do músculo pterigoideo medial. Sua função,
fechar os maxilares, juntamente com o músculo pteri-
goideo lateral, ajuda nos movimentos de lateralidade
da mandíbula.

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M. Temporal

M. Pterigoideo
lateral

M. Digástrico posterior

M. Masseter

3.3.3 – MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO.

M. Digástrico anterior

M. Milo-hioideo

95
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA

b) Os músculos responsáveis pelo abaixamento da mandíbula, isto é, abertura, protrusão e lateralidades, são:
pterigoideo lateral e supra-hioideos (digástrico, milo-hioideo e geni-hioideo).
O músculo pterigoideo lateral insere-se na região de ligação do processo coronoide com o ramo, logo abaixo do
côndilo. Abre e protrai a mandíbula, fazendo os movimentos de lateralidade.
O músculo digástrico insere-se na fossa digástrica, que é uma depressão da face interna do corpo da mandíbula.
O músculo milo-hioideo insere-se na linha milohidea, que se situa na região do mento, seguindo em direção ao
terceiro molar.
O músculo geni-hoideo insere-se nas espinhas mentuais, que são as saliências existentes na linha média do corpo da
mandíbula, pela face interna, dispostas duas a duas.
Os músculos digástrico, milo-hioideo e geni-hioideo funcionam como um grupo. Elevam o osso hioide durante a
deglutição e abaixam a mandíbula quando o osso hioide está fixado.
Além dos movimentos de abaixamento e levantamento, esses músculos também proporcionam os movimentos de
projeção, retrusão, lateralidade e circundação (todos os movimentos seguidos).
c) Língua: É um órgão musculoso, coberto por membrana mucosa e composta por músculos intrínsecos e extrín-
secos. Os músculos intrínsecos localizam-se integralmente na língua, Suas fibras se comprimem, dobram e enro-
lam a língua quando se contraem. Essas ações são usadas no falar e na movimentação de alimentos na boca. Os
músculos extrínsecos ancoram a língua ao esqueleto por meio dos ossos hioide, mandibular e temporal, contro-
lando a extensão, a retração e os movimentos de lateralidade da língua.

3.4. ARTICULAÇÃO
Articulação é a conexão ou ligação entre os ossos do c) Articulações sinoviais: São denominadas também
esqueleto. Algumas articulações são quase rígidas, per- articulações móveis, caracterizadas por serem livremente
mitindo pouco ou nenhum movimento, mas a maioria móveis, permitindo uma grande extensão de movimentos.
delas permite aos ossos se movimentarem um em rela-
O movimento das articulações sinoviais é limitado somente
ção ao outro.
por ligamentos, músculos, tendões ou ossos adjacentes.
As articulações podem ser classificadas de acordo com Outra característica desse tipo de articulação é a presença
o tecido que as conecta e com o movimento realizado de um líquido preenchendo a cavidade articular.
por elas.
São compostas por cartilagem articular, cápsula articu-
a) Articulações fibrosas: São todas as articulações lar, membrana sinovial e a sinóvia (líquido sinovial).
nas quais os ossos são unidos por tecido conjuntivo
A cartilagem articular é uma fina camada de cartila-
fibroso. Esse tecido fibroso é também conhecido como
gem que cobre a superfície articular lisa dos ossos.
ligamento sutural. Essas articulações permitem uma
pequena ou nenhuma amplitude de movimento, por A cápsula articular é uma membrana dupla que
isso são denominadas articulações imóveis. Exemplo: as envolve e encerra a articulação.
suturas entre os ossos do crânio.
A membrana sinovial é a camada mais interna da cáp-
b) Articulações cartilaginosas: Os ossos são unidos sula articular, cuja função é produzir a sinóvia (líquido
por tecido cartilaginosos (cartilagem), permitindo sinovial), responsável pela nutrição.
pequenas extensões de movimento. Exemplo: articula-
ção das costelas e das vértebras (discos intervertebrais).
Algumas articulações sinoviais apresentam, ainda, em
seu interior, um disco articular, como, por exemplo, as
articulações de mandíbula, joelho, ombro e punho.

96
3.4.1. ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM)
É responsável pela movimentação da mandíbula, osso do esqueleto facial e único que apresenta mobilidade, pro-
porcionando, assim, a mastigação dos alimentos, pois leva os dentes inferiores ao encontro dos dentes superiores,
em busca da oclusão.
A ATM é uma articulação do tipo sinovial, isto é, apresenta liquido em seu interior – a sinóvia –, semelhante à clara do
ovo. Essa articulação fica entre a cabeça do côndilo da mandíbula e a fossa mandibular do osso temporal, situada à
frente do meato acústico externo (conduto auditivo). Entre a cabeça do côndilo e a fossa mandibular existe um disco de
tecido fibrocartilaginoso chamado disco articular, que proporcionará a intimidade entre as duas superfícies articulares.
O líquido sinovial que banha essa região serve para nutrição das cartilagens e lubrificação das superfícies articulares,
nos movimentos mandibulares.
Graças à anatomia dessa articulação são possíveis os movimentos de abertura, fechamento, protrusão, retrusão e
lateralidades da mandíbula.
Durante as fases de erupção da dentição decídua (primeira dentição) e da dentição permanente (segunda dentição)
ocorre uma acomodação gradativa dessa articulação, até que todos os dentes permanentes estejam erupcionados,
Aí, então, ela estará em uma posição própria e característica para cada indivíduo.
Frente às perdas de elementos dentais e de desgastes excessivos dos dentes (bruxismo), começam a surgir altera-
ções que levarão a posições incorretas da articulação, acarretando problemas a essa região do aparelho mastigador,
como, por exemplo, dores musculares e trismos.

Osso temporal
ATM
Fossa mandibular
Disco articular
Cabeça do côndilo
Processo coronóide

3.4.1 – ARTICULAÇÃO TEMPORO


MANDIBULAR.

3.5. APARELHO MASTIGADOR


Constituinte do corpo humano cuja finalidade é preparar os alimentos para serem aproveitados pelo tubo diges-
tivo. É composto por:
• Órgão dentário: Dente e periodonto (gengiva, cemento, osso alveolar, desmodonto).
• Ossos suporte: Maxilar e mandíbula.
• ATM: Relação com a articulação dentária.
• Músculos: Mastigadores, cutâneos dos lábios e supra-hioideos.
• Boca: Vestíbulo bucal (região anterior delimitada pelos lábios e dentes incisivos), cavidade bucal, músculo buci-
nador (paredes), língua, glândulas salivares (parótidas, submandibulares e sublinguais).
• Vasos: Carótida externa e seus ramos (linfáticos e veia jugular interna e externa).
• Nervos: Facial, glossofaríngeo, hipoglosso e trigêmeo.

97
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA

3.6. ANATOMIA DENTÁRIA


É a parte da anatomia humana que estuda o órgão dentário (dente e periodonto), que, por sua vez, faz parte do
aparelho mastigador:

3.6.1. DENTE
Órgão mineralizado implantado em osso próprio, o O esmalte é o tecido mais duro do organismo humano:
osso alveolar. é formado por 95% de substância inorgânica e 5% de
sustância orgânica, mais água.
Os dentes se dispõem em duas fileiras harmônicas,
superior e inferior, formando a arcada dentária, que b) Colo anatômico: É assim denominada a região
separam a cavidade bucal em duas partes: vestíbulo e onde termina a coroa (esmalte) e começa a raiz
cavidade bucal propriamente dita. (cemento). A junção esmalte-cemento, forma a linha
cervical, que é sinuosa e bem nítida.
Vestíbulo é o pequeno espaço que separa os lábios e
bochechas dos dentes e gengiva. c) Raiz: Tem como função fixar o dente no osso alve-
olar e suportar o impacto das forças mastigatórias por
Cavidade bucal é o amplo espaço interno aos dentes
meio das fibras do desmodonto. É constituído interna-
onde se encontra a língua.
mente pela dentina e externamente pelo cemento.
O dente se divide em três partes:
O cemento é uma camada de tecido osteóide que
a) Coroa: Exerce as funções mastigatórias graças a reveste a raiz e permite que as fibras conjuntivas se
suas características morfológicas e estruturais. Em seu fixem ao dente.
interior apresenta a câmara pulpar, que é preenchida
No interior da raiz existe um canal, o canal radicular,
pela polpa. A polpa é formada por tecidos nervosos e
que liga o ápice da raiz com a câmara pulpar da coroa.
vasculares, que têm a função da nutrição e da sensibili-
No final de cada canal radicular encontra-se o forame
dade dos tecidos dentários.
apical, pelo qual os vasos sanguíneos e nervos pene-
A coroa é constituída internamente por dentina e tram na cavidade pulpar.
externamente pelo esmalte. A dentina é constituída de
tecido dentário orgânico e encontra-se sob o esmalte
(na porção coronária) e sob o cemento (na porção radi-
cular) do dente.

Esmalte

Dentina COROA

Cavidade pulpar

Gengiva COLO

Ligamentos ou Desmodonto

Cemento

Canal da raiz
RAIZ
Osso Alveolar

Vasos sanguíneos e nervos

Forame apical

3.6.1 – ÓRGÃO DENTÁRIO.


98
3.6.2. PERIODONTO
É formado por elementos que envolvem o dente e que • Desmodonto: É constituído de fibras conjuntivas,
estão diretamente relacionados com sua implantação vasos sanguíneos e linfáticos, células do tecido conjun-
na arcada dentária. É constituído por: tivo e nervos. Sua finalidade principal é unir o cemento
radicular ao osso alveolar por meio de suas fibras. Essas
• Osso alveolar: Porção óssea da maxila e da mandí-
fibras podem ser divididas, de acordo com sua fixação
bula que envolve as raízes dentárias com a finalidade
e localização, em: fibras gengivais, fibras interdentais e
de suportar ou estabilizar os dentes. É chamado de
fibras alveolodentais.
periodonto de sustentação.
Esse osso existe única e exclusivamente enquanto
existem dentes. Quando ocorre uma perda dentária, o
3.6.2.1. Funções do desmodonto
organismo inicia um processo de reabsorção óssea na a) Mecânica:
região afetada.
• Absorver parte das cargas transmitidas durante o ato
• Alvéolos: São assim denominados os nichos ou cavida- de mastigação (pequeno movimento do dente para o
des do osso alveolar que alojam as raízes. O número e a interior do alvéolo).
forma dos alvéolos estão diretamente relacionados com o
número e a forma das raízes. O alvéolo oferece resistência • Transformar as forças de pressão da porção coroná-
às forças transmitidas pelo dente durante a mastigação. ria em forças de tração sobre o cemento e a parede
alveolar. Funciona como um amortecedor, pois não
• Gengiva: Também denominada periodonto de prote- pode existir um contato direto de osso para osso, o que
ção, é formada por uma membrana mucosa que reveste acarretaria traumas ósseos.
os ossos alveolares e envolve os colos dentários. Na região
dos ossos alveolares a mucosa é de coloração vermelha, • Sustentar o dente no alvéolo, proporcionando maior
sendo denominada mucosa alveolar, e à medida que estabilidade mastigadora.
se aproxima da região do colo do dente torna-se mais
b) Biológica:
espessa, mais aderente e esbranquiçada, denominando-se
mucosa gengival ou gengiva propriamente dita. A mucosa • A nutrição do dente é feita por meio dos sistemas
gengival sofre frequentemente forças de atrito e de pres- sanguíneo e linfático do desmodonto.
são durante o ato mastigatório. Ela é muito importante
• Em casos de doenças que afetam o periodonto e que
para a manutenção dos dentes na arcada.
produzem lesões graves, pode haver comprometimento
• Cemento: é uma fina camada do tecido osteoide que da estabilidade do dente no interior do alvéolo.
reveste a dentina na porção radicular. Sua superfície exte-
c) Formadora: O desmodonto estimula a formação do
rior corresponde ao desmodonto, cujas fibras penetram
cemento e do osso alveolar por meio dos cementoblas-
no cemento, fixando o dente no alvéolo, estabelecendo,
tos e osteoblastos.
assim, a união conhecida como articulação alveolodental.
d) Sensitiva ou tátil: Um leve toque na superfície da
O cemento e o alvéolo contribuem para manter a lar-
coroa e do dente é registrado de imediato (exame de
gura do espaço periodontal; permitir a erupção vertical
percussão).
e o deslocamento mesial dos dentes; possibilitar o con-
tínuo e renovado arranjo das fibras do desmodonto.

3.6.3. MECÂNICA DENTÁRIA


Os dentes apresentam uma mobilidade fisiológica, sendo as mais comuns a intrusão e a extrusão.
• Intrusão: É um aprofundamento do dente em seu alvéolo frente às forças que coincidem com seu eixo longitu-
dinal. Porém, esse movimento é pequeno, devido às fibras do desmodonto, que o detêm.
• Extrusão: É a volta à posição primitiva. Sua direção vai do ápice radicular para oclusal, e ocorre assim que ces-
sam as forças que propiciam a intrusão.
Os dois movimentos associados (intrusão seguido da extrusão) são semelhantes ao movimento de um pistão. São
fisiológicos.
Outros movimentos ocorrem em certas ocasiões e são denominados:
• Versão: O dente, frente às forças oblíquas ou transversais em sua coroa, sofre uma inclinação. De acordo com
o lado será denominado mesioversão, distoversão, vestibuloversão, linguoversão, intraversão, extraversão.
• Rotação: Realizada em torno a um eixo vertical coincidente com o próprio dente (giroversão).

99
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA

3.7. DENTIÇÕES
Durante a vida de um indivíduo, ocorrem duas dentições:
Na primeira dentição, ou decídua, também conhecida como dentição de leite, os dentes irrompem a partir do
sexto mês de vida e o processo se completa até os dois anos e meio, com um total de vinte dentes. (fig. 3.7a)
A segunda dentição, ou permanente, surge a partir dos seis anos de idade substituindo todos os dentes decíduos,
até cerca dos dezessete anos. Os terceiros molares (dentes do siso) geralmente irrompem dos dezessete aos vinte
e cinco anos. É muito frequente que esses dentes fiquem inclusos tanto no maxilar quanto na mandíbula. Essa
dentição completa possui um total de trinta e dois dentes (fig. 3.7b).

INCISIVO CENTRAL

INCISIVO LATERAL

CANINO

1º MOLAR

2º MOLAR

3.7a – 1ª DENTIÇÃO OU DECÍDUA.

INCISIVO CENTRAL

INCISIVO LATERAL

CANINO

1º PRÉ-MOLAR

2º PRÉ-MOLAR

1º MOLAR

2º MOLAR

3º MOLAR

3.7b – 2ª DENTIÇÃO OU PERMANENTE.


100
3.7.1. CLASSIFICAÇÃO E FUNÇÃO DOS DENTES
Os dezesseis dentes permanentes de cada arcada estão dispostos em grupos morfofuncionalmente diferentes.
• Primeiro grupo: É constituído pelos dentes incisivos (cortados em bisel), que são divididos em incisivos centrais (os
dentes mais próximos à linha mediana) e os dois incisivos laterais. Esse grupo tem como função a preensão e a incisão
(corte) dos alimentos. As superfícies, vestibular e lingual, são mais ou menos lisas, permitindo o fácil deslizamento dos
dentes. O bordo incisal é extenso, formando em conjunto uma lâmina de faca, contínuo e curvo, devido à curvatura do
arco. Tem também importante participação na fonação (articulação das palavras). São quatro dentes por arcada.
• Segundo grupo: É constituído pelos dentes caninos (cônicos), situados ao lado dos incisivos. São em número de
dois (um em cada hemiarco). Têm como função a dilaceração (rasgar, perfurar) dos alimentos. São dentes bastante
robustos e reforçados, e apresentam formato de lança, capazes de perfurar com facilidade os alimentos mais duros.

LM • Terceiro grupo: É constituído pelos dentes pré-mola-


res (dois em cada hemiarco) e pelos dentes molares (três
em cada hemiarco). Os primeiros têm como função a
redução dos alimentos a fragmentos. Os segundos pos-
suem coroas largas com cúspides arredondadas. Esses
dentes têm como função a trituração dos alimentos,
pois as cúspides deslizam umas sobre as outras, dando
pouca possibilidade ao alimento de escapar.
A função primordial dos dentes é a redução e tritu-
ração dos alimentos em partículas capazes de serem
deglutidas. Além disso, durante a dinâmica da mastiga-
ção, propiciam adequado grau de proteção às estrutu-
Incisivos Canino Pré-molares Molares ras que os suportam: o periodonto propriamente dito.
3.7.1

3.8. NOMENCLATURA DENTÁRIA


a) Faces da coroa
• V – vestibular: É a face do dente voltada para o vestíbulo.
• L ou P – lingual ou palatina: É a face do dente voltada para a língua (cavidade bucal). Nos dentes superiores,
pode ser considerada face palatina, pela proximidade com o palato.
• M – mesial: É a face de contato ou proximal, voltada para a linha mediana.
• D – distal: É a face de contato ou proximal, mais distante da linha mediana.
• O ou I – oclusal ou incisal: Nos dentes posteriores, é a superfície que entra em contato com as mesmas faces
do dentes antagônicos. Nos dentes anteriores (incisivos e caninos), as faces vestibular e lingual encontram-se for-
mando o bordo incisal.
Para facilitar a identificação ou localização exata de acidentes anatômicos ou fatores patogênicos, as faces dentá-
rias foram divididas em terços:
• Verticais: Terço mesial, terço médio ou mediano e terço distal.
• Horizontais: Terço incisal ou oclusal, terço médio ou mediano e terço cervical.

C
O O
V
C
Terço oclusal

D M D Terço médio M D M D M V L
Terço mediano

Terço cervical
Terço mesial
Terço distal

O
C L
C
3.8a 3.8a 3.8a 3.8a 3.8a
I

101
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA

b) Coroa anatômica: Parte do dente recoberta pelo l) Espaço interdental: Espaço triangular que se situa entre
esmalte dentário. Limitada pelo colo anatômico e linha as faces proximais dos dentes, abaixo da área de contato
da junção esmalte-cemento. (terço cervical), e é preenchido pela papila interdental.
c) Coroa clínica: Parte visível do dente, acima do plano m) Fossa: Depressão ampla, que ocorre nas faces lin-
gengival. guais dos dentes incisivos e às vezes nos caninos.
d) Colo anatômico: Porção estrangulada que une a n) Fosseta, fóssula ou fóvea: Pequena depressão de
coroa com a raiz do dente, formando uma linha de jun- forma triangular, mais ou menos profunda. Ocorre nas
ção esmalte-cemento denominada linha cervical. faces oclusais dos pré-molares e molares, resultante do
encontro de dois ou mais sulcos principais, ou na termi-
e) Ameia: Espaço triangular, de base vestibular ou lin-
nação destes.
gual, situado entre as faces de contato de dois dentes
da mesma arcada. o) Sulco principal: Depressão linear localizada na face
oclusal dos dentes posteriores, que separa as cúspides.
f) Ápice: Extremidade de cúspide ou de raiz. Pode ser mesiodistal, vestibulolingual, oclusovestibular
g) Ângulos e arestas: União de duas ou três faces (super- e oclusolingual.
fícies) dentárias. Esses diedros ou triedros são ângulos p) Sulco secundário ou sulco de escape: Pequenas
sempre arredondados, sem cantos vivos. Como os ângulos depressões do esmalte dentário, situadas nas vertentes
diedros são longos, denominam-se bordos ou arestas. triturantes das cúspides (oclusal dos dentes posteriores).
Cada face dentária é separada de sua vizinha por qua- q) Junção cemento-esmalte: Pequeno estrangulamento
tro bordos, por exemplo: face vestibular: vestíbulo-oclu- entre a coroa anatômica e a raiz. Linha sinuosa onde o
sal, vestibulomesial, vestibulodistal, vestibulocervical. esmalte coronário se encontra com o cemento radicular.
h) Cíngulo: Também chamando esporão. Saliência na r) Lóbulo ou lobo: Segmento arredondado da face
face lingual dos dentes anteriores, junto ao colo (no vestibular dos dentes incisivos e caninos, separados por
terço cervical). Representa vestígio de cúspide lingual. sulcos de desenvolvimento que caracterizam os dentes
i) Cristas marginais: Elevação linear de esmalte den- jovens ou recém irrompidos.
tário, que une cúspides ou delimita faces dentárias. s) Ponto ou área de contato: Local onde se tocam as
Exemplo: em pré-molares e molares, as cristas marginais faces proximais ou de contato, na posição normal das
mesiais e distais delimitam a face oclusal e unem as cús- arcadas dentárias. Forma o limite superior do espaço
pides vestibulares com as linguais. Nos dentes anteriores, intermediário (ou interdental). Com a função mastiga-
delimitam as faces linguais, contornando a fossa lingual. tória, transforma-se em faceta de contato. Tem como
Quando a crista interrompe um sulco dentário obliqua- função evitar a impactação dos alimentos entre os den-
mente, denomina-se crista oblíqua ou ponte de esmalte. tes. A falta do adequado contato entre os dentes vizi-
j) Cúspide: Elevação piramidal situada nas faces oclusais nhos do mesmo arco poderá provocar traumas, como a
dos pré-molares e molares. Assemelha-se a uma pirâmide reabsorção óssea horizontal da crista alveolar.
de base quadrangular. Apresenta quatro faces ou planos t) Tubérculo: Elevação de esmalte dentário, arredon-
inclinados, denominadas vertentes. Duas são lisas e se dada, encontrada em algumas faces dentárias. Por
localizam na face vestibular ou lingual dos dentes, e duas exemplo, a elevação mesiolingual do primeiro molar
são triturantes, localizadas nas faces oclusais dos dentes. superior, que se denomina tubérculo de Carabelli, e os
O número de cúspides de um dente também serve para tubérculos resultantes dos prolongamentos dos cíngu-
classificação: uni, bi, tri, tetra e pentacuspidados. los dos incisivos e caninos.
k) Desmodonto: Conjunto de ligamentos (fibras con- u) Tuberosidade ou bossa: Elevação vestibular,
juntivas) que unem a raiz do dente ao alvéolo, respon- lingual e proximal, que sobressai nessas faces e cor-
sável pela fixação, nutrição e estimulação da formação responde ao ponto de maior espessura do esmalte,
de cemento e osso alveolar. É muito evidente nas faces vestibulares de todos os
dentes, próximo ao colo dentário. São mais discretas
nas faces linguais dos pré-molares e molares. Nas faces
proximais, são discretas e localizadas próximo às faces
oclusais, na região da área de contato. Tem como fun-
ção proteger as partes marginais gengivais, desviando
os alimentos da gengiva durante a mastigação.
v) Acidentes anatômicos: É como se denominam os
detalhes das peças anatômicas. Por exemplo, na coroa
dos dentes temos ponto de contato, bossas, cúspides,
fossetas, sulcos etc.
3.8j – CÚSPIDE.

102
3.9. FÓRMULA DENTÁRIA
É a maneira simplificada de especificar a quantidade de dentes em cada hemiarco. Cada dente é representado
pela letra inicial. Na dentição decídua não existem dentes pré-molares.
Dentição decídua: representado por letras minúsculas
2 1 2
i c m
2 1 2
Dentição permanente: representado por letras maiúsculas

2 1 2 3
I C PM M
2 1 2 3

3.10. NOTAÇÃO DENTÁRIA


É a indicação prática (representação ou registro) do dente e sua localização no arco dentário. Pode ser feita de
duas maneiras:

3.10.1. Forma convencional


Os dentes também foram representados por números de 1 a 8 para dentes permanentes: 1: incisivo central; 2:
incisivo lateral; 3: canino; 4: primeiro pré-molar; 5: segundo pré-molar; 6: primeiro molar; 7: segundo molar; e 8:
terceiro molar. Na dentição decídua, usam-se algarismos romanos, de I a V – I: incisivo central; II: incisivo lateral;
III: canino; IV: primeiro molar e V: segundo molar.

a) Dentição permanente:
Superiores

LM

superior LM

8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8
D E
D E 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8
inferior

Ex: 3 – canino superior esquerdo; 5 – segundo pré-molar inferior direito.

Inferiores

b) Dentição decídua:
Superiores

LM
superior LM

V IV III II I I II III IV V
D E
V IV III II I I II III IV V
D E inferior

Ex: II – incisivo lateral inferior direito; V – segundo molar superior esquerdo.

Inferiores
103
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA

LM

1 2

D E

4 3

2 1

E D

3 4

3.10 – NOTAÇÃO DENTÁRIA.


104
ISBN 978-85-60842-66-7

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