Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO
ANATOMIA E
ESCULTURA
DENTÁRIA
INTRODUÇÃO
Neste capítulo, descrevemos de uma forma geral aspec-
tos da anatomia humana, necessários para melhor
fixação e entendimento da anatomia da cabeça, articu-
lações, músculos e movimentos mastigatórios.
Esses conhecimentos básicos são importantíssimos para
que o técnico, ao confeccionar as próteses, consiga
visualizar e compreender a dinâmica e o mecanismo
biomecânico da mastigação, pois a substituição de
alguns elementos dentários, ou mesmo de todos, está
inteiramente ligada ao conjunto de todos os órgãos
adjacentes (ossos, músculos, articulação), e deve levar
em conta a importantíssima função de preparar os
alimentos para que possam ser deglutidos e digeridos,
para a absorção dos nutrientes, mantendo a saúde
geral do paciente. Além disso, deve-se levar em conta o
fator psicológico, a autoestima, a estética e a fonação,
que está diretamente relacionada com a posição dos
dentes na articulação das palavras.
O técnico deverá conhecer e identificar as semelhanças
e diferenças de todos os dentes do arco, sua localiza-
ção e sua oclusão.
Técnicas de aprendizagem em escultura dentária são
descritas, com orientações práticas. De início, a escul-
tura regressiva do dente isolado, e em seguida, a escul-
tura progressiva das superfícies oclusais, com noções
de oclusão e uso do articulador.
Nosso objetivo, ao final deste capítulo, é que o iniciante
em prótese dentária e o acadêmico de Odontologia
sejam capazes de identificar e esculpir todos os dentes,
individualmente ou em oclusão, e que para o profissional
sirva como revisão para atualização e aprimoramento de
todos esses detalhes anatômicos, tão indispensáveis para
a confecção e sucesso das próteses dentárias.
88
3.1. ANATOMIA GERAL
3.1.1. DEFINIÇÃO
Ciência que estuda micro ou macroscopicamente a cons-
tituição e o desenvolvimento dos seres organizados.
A anatomia humana estuda o homem. Existem quatro
níveis estruturais básicos no corpo: células, tecidos,
órgãos e sistemas. Essas divisões foram feitas com a
finalidade de facilitar o estudo especifico de determina-
dos constituintes. Exemplo:
• Citologia: Estudo das células.
• Histologia: Estudo da estrutura microscópica dos tecidos.
• Osteologia: Estudo dos ossos.
• Miologia: Estudo dos músculos.
• Artrologia: Estudo das articulações.
• Neurologia: Estudo dos nervos.
89
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA
3.2.1. CRÂNIO
Constituído por oito ossos:
OSSO PARIETAL
OSSO FRONTAL
OSSO ESFENÓIDE
OSSO ETMÓIDE
OSSO NASAL
OSSO LACRIMAL
OSSO TEMPORAL
PROCESSO ZIGOMÁTICO DO
OSSO TEMPORAL
MAXILAR
FOSSA MANDIBULAR
OSSO OCCIPITAL
MANDÍBULA
No osso do crânio, temporal, situa-se um dos detalhes (ou acidentes) anatômicos de maior interesse para a prótese
dentária, que é a fossa mandibular, local onde ocorre a articulação temporomandibular (ATM), de fundamental
importância na confecção dos aparelhos protéticos. É a única articulação móvel entre o crânio e a face.
90
OSSO FRONTAL
OSSO PARIETAL
OSSO NASAL
OSSO ESFENÓIDE
OSSO TEMPORAL
OSSO LACRIMAL
MALAR OU
ZIGOMÁTICO
VÔMER
MAXILAR
MANDÍBULA
91
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA
3.2.2. FACE
Constituída de catorze ossos,
dos quais:
Seis são pares:
• Nasal
• Lacrimal
• Concha nasal inferior
• Palatino
• Malar – zigomático
• Maxilar
Dois são ímpares:
• Vômer
• Mandíbula
3.2.2 – FACE.
92
3.2.2.2. Osso mandibular
Osso ímpar, situado na porção inferior da face, consiste Entre o primeiro e o segundo pré-molares, na face
de um corpo horizontal, curvo, que forma o mento externa do corpo, existe o forame mentual, entre a
(queixo), em forma de ferradura, com a concavidade borda inferior e a crista alveolar da mandíbula, que são
voltada para a língua, e dois ramos perpendiculares, que duas aberturas (direita e esquerda) que dão passagem
formam com as porções laterais do corpo, uma curva afi- aos nervos e vasos sanguíneos mentuais.
lada na porção póstero-inferior, denominado ângulo. Na borda superior do corpo da mandíbula está o pro-
Na face externa do corpo, na linha média, está a sínfise cesso alveolar, com as cavidades alveolares, semelhan-
da mandíbula, que é uma linha vertical mediana que tes ao processo de mesmo nome do osso maxilar, onde
representa a fusão dos dois centros embrionários de irão se alojar as raízes dos dentes inferiores.
ossificação do corpo. Logo abaixo existe uma elevação Na linha média, pela face interna do corpo, próximo à
triangular, que é a protuberância mentual. borda inferior, apresenta uma depressão, que é a fossa
digástrica, onde ocorre a inserção do músculo digástrico.
Na região do mento, seguindo em direção ao terceiro
molar, parte a linha milohídea, abaixo da qual existe
uma concavidade no corpo da mandíbula, que é a
fossa submandibular, que aloja a glândula salivar de
mesmo nome. E acima, outra depressão, denominada
fossa sublingual, que aloja a glândula salivar sublingual.
A porção superior do ramo está dividida pela chanfra-
dura, que é uma depressão profunda, denominada inci-
sura da mandíbula, ficando posteriormente ao processo
condilar com as extremidades lisas e convexas (côndi-
los), sobre a borda superior de cada ramo.
Na parte anterior da incisura da mandíbula encontra-
-se o processo coronoide. A região de ligação
do processo coronoide com o ramo é deno-
minada colo.
Ainda no processo coronoide, inicia-se uma
crista que se dirige para baixo e vai até o
último molar, terminando em uma área de
3.2.2.2 – OSSO MANDIBULAR. formato triangular chamada trígono retro-
molar, sobre o qual se encontra a papila
piriforme.
Na porção média do ramo, pelo
lado interno, tem início o canal
dentário inferior, em uma aber-
tura larga chamada forame dentá-
rio inferior ou forame mandibular,
que tem a sua frente uma lâmina óssea:
a espinha de Spix. Nesse canal emergem nervos e
vasos sanguíneos alveolares e destinados a irrigação
e nutrição dos componentes dentários.
93
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA
3.3. MIOLOGIA
É a parte da anatomia que estuda os músculos.
3.3.1. Função
A função dos músculos depende de sua localização. A ação muscular é o resultado da ação das células muscu-
lares individuais. Essas células são especiais, por serem as células do corpo que melhor exibem a propriedade da
“contratilidade”, que lhes permite encurtar e desenvolver tensão. São importantes em atividades como o movi-
mento de várias partes do corpo, alteração do diâmetro dos tubos do corpo, propulsão de materiais através do
corpo e a expulsão de resíduos do corpo. Além disso, a contração dos músculos esqueléticos produz significativas
quantidades de calor, que pode ser usado para a manutenção da temperatura normal do corpo. Devido a suas
numerosas funções, o tecido muscular contribui, de maneira importante, para a manutenção da homeostase.
(Spencer, Alexander P., 1929; Anatomia Humana Básica, 1991. pg. 186).
94
M. Temporal
M. Pterigoideo
lateral
M. Digástrico posterior
M. Masseter
M. Digástrico anterior
M. Milo-hioideo
95
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA
b) Os músculos responsáveis pelo abaixamento da mandíbula, isto é, abertura, protrusão e lateralidades, são:
pterigoideo lateral e supra-hioideos (digástrico, milo-hioideo e geni-hioideo).
O músculo pterigoideo lateral insere-se na região de ligação do processo coronoide com o ramo, logo abaixo do
côndilo. Abre e protrai a mandíbula, fazendo os movimentos de lateralidade.
O músculo digástrico insere-se na fossa digástrica, que é uma depressão da face interna do corpo da mandíbula.
O músculo milo-hioideo insere-se na linha milohidea, que se situa na região do mento, seguindo em direção ao
terceiro molar.
O músculo geni-hoideo insere-se nas espinhas mentuais, que são as saliências existentes na linha média do corpo da
mandíbula, pela face interna, dispostas duas a duas.
Os músculos digástrico, milo-hioideo e geni-hioideo funcionam como um grupo. Elevam o osso hioide durante a
deglutição e abaixam a mandíbula quando o osso hioide está fixado.
Além dos movimentos de abaixamento e levantamento, esses músculos também proporcionam os movimentos de
projeção, retrusão, lateralidade e circundação (todos os movimentos seguidos).
c) Língua: É um órgão musculoso, coberto por membrana mucosa e composta por músculos intrínsecos e extrín-
secos. Os músculos intrínsecos localizam-se integralmente na língua, Suas fibras se comprimem, dobram e enro-
lam a língua quando se contraem. Essas ações são usadas no falar e na movimentação de alimentos na boca. Os
músculos extrínsecos ancoram a língua ao esqueleto por meio dos ossos hioide, mandibular e temporal, contro-
lando a extensão, a retração e os movimentos de lateralidade da língua.
3.4. ARTICULAÇÃO
Articulação é a conexão ou ligação entre os ossos do c) Articulações sinoviais: São denominadas também
esqueleto. Algumas articulações são quase rígidas, per- articulações móveis, caracterizadas por serem livremente
mitindo pouco ou nenhum movimento, mas a maioria móveis, permitindo uma grande extensão de movimentos.
delas permite aos ossos se movimentarem um em rela-
O movimento das articulações sinoviais é limitado somente
ção ao outro.
por ligamentos, músculos, tendões ou ossos adjacentes.
As articulações podem ser classificadas de acordo com Outra característica desse tipo de articulação é a presença
o tecido que as conecta e com o movimento realizado de um líquido preenchendo a cavidade articular.
por elas.
São compostas por cartilagem articular, cápsula articu-
a) Articulações fibrosas: São todas as articulações lar, membrana sinovial e a sinóvia (líquido sinovial).
nas quais os ossos são unidos por tecido conjuntivo
A cartilagem articular é uma fina camada de cartila-
fibroso. Esse tecido fibroso é também conhecido como
gem que cobre a superfície articular lisa dos ossos.
ligamento sutural. Essas articulações permitem uma
pequena ou nenhuma amplitude de movimento, por A cápsula articular é uma membrana dupla que
isso são denominadas articulações imóveis. Exemplo: as envolve e encerra a articulação.
suturas entre os ossos do crânio.
A membrana sinovial é a camada mais interna da cáp-
b) Articulações cartilaginosas: Os ossos são unidos sula articular, cuja função é produzir a sinóvia (líquido
por tecido cartilaginosos (cartilagem), permitindo sinovial), responsável pela nutrição.
pequenas extensões de movimento. Exemplo: articula-
ção das costelas e das vértebras (discos intervertebrais).
Algumas articulações sinoviais apresentam, ainda, em
seu interior, um disco articular, como, por exemplo, as
articulações de mandíbula, joelho, ombro e punho.
96
3.4.1. ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM)
É responsável pela movimentação da mandíbula, osso do esqueleto facial e único que apresenta mobilidade, pro-
porcionando, assim, a mastigação dos alimentos, pois leva os dentes inferiores ao encontro dos dentes superiores,
em busca da oclusão.
A ATM é uma articulação do tipo sinovial, isto é, apresenta liquido em seu interior – a sinóvia –, semelhante à clara do
ovo. Essa articulação fica entre a cabeça do côndilo da mandíbula e a fossa mandibular do osso temporal, situada à
frente do meato acústico externo (conduto auditivo). Entre a cabeça do côndilo e a fossa mandibular existe um disco de
tecido fibrocartilaginoso chamado disco articular, que proporcionará a intimidade entre as duas superfícies articulares.
O líquido sinovial que banha essa região serve para nutrição das cartilagens e lubrificação das superfícies articulares,
nos movimentos mandibulares.
Graças à anatomia dessa articulação são possíveis os movimentos de abertura, fechamento, protrusão, retrusão e
lateralidades da mandíbula.
Durante as fases de erupção da dentição decídua (primeira dentição) e da dentição permanente (segunda dentição)
ocorre uma acomodação gradativa dessa articulação, até que todos os dentes permanentes estejam erupcionados,
Aí, então, ela estará em uma posição própria e característica para cada indivíduo.
Frente às perdas de elementos dentais e de desgastes excessivos dos dentes (bruxismo), começam a surgir altera-
ções que levarão a posições incorretas da articulação, acarretando problemas a essa região do aparelho mastigador,
como, por exemplo, dores musculares e trismos.
Osso temporal
ATM
Fossa mandibular
Disco articular
Cabeça do côndilo
Processo coronóide
97
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA
3.6.1. DENTE
Órgão mineralizado implantado em osso próprio, o O esmalte é o tecido mais duro do organismo humano:
osso alveolar. é formado por 95% de substância inorgânica e 5% de
sustância orgânica, mais água.
Os dentes se dispõem em duas fileiras harmônicas,
superior e inferior, formando a arcada dentária, que b) Colo anatômico: É assim denominada a região
separam a cavidade bucal em duas partes: vestíbulo e onde termina a coroa (esmalte) e começa a raiz
cavidade bucal propriamente dita. (cemento). A junção esmalte-cemento, forma a linha
cervical, que é sinuosa e bem nítida.
Vestíbulo é o pequeno espaço que separa os lábios e
bochechas dos dentes e gengiva. c) Raiz: Tem como função fixar o dente no osso alve-
olar e suportar o impacto das forças mastigatórias por
Cavidade bucal é o amplo espaço interno aos dentes
meio das fibras do desmodonto. É constituído interna-
onde se encontra a língua.
mente pela dentina e externamente pelo cemento.
O dente se divide em três partes:
O cemento é uma camada de tecido osteóide que
a) Coroa: Exerce as funções mastigatórias graças a reveste a raiz e permite que as fibras conjuntivas se
suas características morfológicas e estruturais. Em seu fixem ao dente.
interior apresenta a câmara pulpar, que é preenchida
No interior da raiz existe um canal, o canal radicular,
pela polpa. A polpa é formada por tecidos nervosos e
que liga o ápice da raiz com a câmara pulpar da coroa.
vasculares, que têm a função da nutrição e da sensibili-
No final de cada canal radicular encontra-se o forame
dade dos tecidos dentários.
apical, pelo qual os vasos sanguíneos e nervos pene-
A coroa é constituída internamente por dentina e tram na cavidade pulpar.
externamente pelo esmalte. A dentina é constituída de
tecido dentário orgânico e encontra-se sob o esmalte
(na porção coronária) e sob o cemento (na porção radi-
cular) do dente.
Esmalte
Dentina COROA
Cavidade pulpar
Gengiva COLO
Ligamentos ou Desmodonto
Cemento
Canal da raiz
RAIZ
Osso Alveolar
Forame apical
99
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA
3.7. DENTIÇÕES
Durante a vida de um indivíduo, ocorrem duas dentições:
Na primeira dentição, ou decídua, também conhecida como dentição de leite, os dentes irrompem a partir do
sexto mês de vida e o processo se completa até os dois anos e meio, com um total de vinte dentes. (fig. 3.7a)
A segunda dentição, ou permanente, surge a partir dos seis anos de idade substituindo todos os dentes decíduos,
até cerca dos dezessete anos. Os terceiros molares (dentes do siso) geralmente irrompem dos dezessete aos vinte
e cinco anos. É muito frequente que esses dentes fiquem inclusos tanto no maxilar quanto na mandíbula. Essa
dentição completa possui um total de trinta e dois dentes (fig. 3.7b).
INCISIVO CENTRAL
INCISIVO LATERAL
CANINO
1º MOLAR
2º MOLAR
INCISIVO CENTRAL
INCISIVO LATERAL
CANINO
1º PRÉ-MOLAR
2º PRÉ-MOLAR
1º MOLAR
2º MOLAR
3º MOLAR
C
O O
V
C
Terço oclusal
D M D Terço médio M D M D M V L
Terço mediano
Terço cervical
Terço mesial
Terço distal
O
C L
C
3.8a 3.8a 3.8a 3.8a 3.8a
I
101
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA
b) Coroa anatômica: Parte do dente recoberta pelo l) Espaço interdental: Espaço triangular que se situa entre
esmalte dentário. Limitada pelo colo anatômico e linha as faces proximais dos dentes, abaixo da área de contato
da junção esmalte-cemento. (terço cervical), e é preenchido pela papila interdental.
c) Coroa clínica: Parte visível do dente, acima do plano m) Fossa: Depressão ampla, que ocorre nas faces lin-
gengival. guais dos dentes incisivos e às vezes nos caninos.
d) Colo anatômico: Porção estrangulada que une a n) Fosseta, fóssula ou fóvea: Pequena depressão de
coroa com a raiz do dente, formando uma linha de jun- forma triangular, mais ou menos profunda. Ocorre nas
ção esmalte-cemento denominada linha cervical. faces oclusais dos pré-molares e molares, resultante do
encontro de dois ou mais sulcos principais, ou na termi-
e) Ameia: Espaço triangular, de base vestibular ou lin-
nação destes.
gual, situado entre as faces de contato de dois dentes
da mesma arcada. o) Sulco principal: Depressão linear localizada na face
oclusal dos dentes posteriores, que separa as cúspides.
f) Ápice: Extremidade de cúspide ou de raiz. Pode ser mesiodistal, vestibulolingual, oclusovestibular
g) Ângulos e arestas: União de duas ou três faces (super- e oclusolingual.
fícies) dentárias. Esses diedros ou triedros são ângulos p) Sulco secundário ou sulco de escape: Pequenas
sempre arredondados, sem cantos vivos. Como os ângulos depressões do esmalte dentário, situadas nas vertentes
diedros são longos, denominam-se bordos ou arestas. triturantes das cúspides (oclusal dos dentes posteriores).
Cada face dentária é separada de sua vizinha por qua- q) Junção cemento-esmalte: Pequeno estrangulamento
tro bordos, por exemplo: face vestibular: vestíbulo-oclu- entre a coroa anatômica e a raiz. Linha sinuosa onde o
sal, vestibulomesial, vestibulodistal, vestibulocervical. esmalte coronário se encontra com o cemento radicular.
h) Cíngulo: Também chamando esporão. Saliência na r) Lóbulo ou lobo: Segmento arredondado da face
face lingual dos dentes anteriores, junto ao colo (no vestibular dos dentes incisivos e caninos, separados por
terço cervical). Representa vestígio de cúspide lingual. sulcos de desenvolvimento que caracterizam os dentes
i) Cristas marginais: Elevação linear de esmalte den- jovens ou recém irrompidos.
tário, que une cúspides ou delimita faces dentárias. s) Ponto ou área de contato: Local onde se tocam as
Exemplo: em pré-molares e molares, as cristas marginais faces proximais ou de contato, na posição normal das
mesiais e distais delimitam a face oclusal e unem as cús- arcadas dentárias. Forma o limite superior do espaço
pides vestibulares com as linguais. Nos dentes anteriores, intermediário (ou interdental). Com a função mastiga-
delimitam as faces linguais, contornando a fossa lingual. tória, transforma-se em faceta de contato. Tem como
Quando a crista interrompe um sulco dentário obliqua- função evitar a impactação dos alimentos entre os den-
mente, denomina-se crista oblíqua ou ponte de esmalte. tes. A falta do adequado contato entre os dentes vizi-
j) Cúspide: Elevação piramidal situada nas faces oclusais nhos do mesmo arco poderá provocar traumas, como a
dos pré-molares e molares. Assemelha-se a uma pirâmide reabsorção óssea horizontal da crista alveolar.
de base quadrangular. Apresenta quatro faces ou planos t) Tubérculo: Elevação de esmalte dentário, arredon-
inclinados, denominadas vertentes. Duas são lisas e se dada, encontrada em algumas faces dentárias. Por
localizam na face vestibular ou lingual dos dentes, e duas exemplo, a elevação mesiolingual do primeiro molar
são triturantes, localizadas nas faces oclusais dos dentes. superior, que se denomina tubérculo de Carabelli, e os
O número de cúspides de um dente também serve para tubérculos resultantes dos prolongamentos dos cíngu-
classificação: uni, bi, tri, tetra e pentacuspidados. los dos incisivos e caninos.
k) Desmodonto: Conjunto de ligamentos (fibras con- u) Tuberosidade ou bossa: Elevação vestibular,
juntivas) que unem a raiz do dente ao alvéolo, respon- lingual e proximal, que sobressai nessas faces e cor-
sável pela fixação, nutrição e estimulação da formação responde ao ponto de maior espessura do esmalte,
de cemento e osso alveolar. É muito evidente nas faces vestibulares de todos os
dentes, próximo ao colo dentário. São mais discretas
nas faces linguais dos pré-molares e molares. Nas faces
proximais, são discretas e localizadas próximo às faces
oclusais, na região da área de contato. Tem como fun-
ção proteger as partes marginais gengivais, desviando
os alimentos da gengiva durante a mastigação.
v) Acidentes anatômicos: É como se denominam os
detalhes das peças anatômicas. Por exemplo, na coroa
dos dentes temos ponto de contato, bossas, cúspides,
fossetas, sulcos etc.
3.8j – CÚSPIDE.
102
3.9. FÓRMULA DENTÁRIA
É a maneira simplificada de especificar a quantidade de dentes em cada hemiarco. Cada dente é representado
pela letra inicial. Na dentição decídua não existem dentes pré-molares.
Dentição decídua: representado por letras minúsculas
2 1 2
i c m
2 1 2
Dentição permanente: representado por letras maiúsculas
2 1 2 3
I C PM M
2 1 2 3
a) Dentição permanente:
Superiores
LM
superior LM
8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8
D E
D E 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8
inferior
Inferiores
b) Dentição decídua:
Superiores
LM
superior LM
V IV III II I I II III IV V
D E
V IV III II I I II III IV V
D E inferior
Inferiores
103
CAP.3 ANATOMIA E ESCULTURA DENTÁRIA
LM
1 2
D E
4 3
2 1
E D
3 4