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DOMÍNIO 1

1. Crescimento, Renovação e Diferenciação Celular;

-1.1 – DNA e Síntese Proteica

-1.2 – Ciclo celular


Crescimento, Renovação e Diferenciação Celular

•O trabalho celular é efetuado por diversos organitos que realizam funções


específicas e muito complexas mas organizadas.

•Esta organização resulta da existência de um centro de controlo da


atividade – Núcleo.

•Este centro contém instruções que especificam a estrutura celular,


comandam as suas funções e regulam as suas atividades, e além disso
este centro é responsável pela transmissão destas instruções às
células filhas aquando da divisão celular.

•Estas instruções são no fundo a INFORMAÇÃO GENÉTICA


Crescimento, Renovação e Diferenciação Celular
ONDE SE ENCONTRA ARMAZENADA A INFORMAÇÃO GENÉTICA?
Trabalhos de Griffith(1928)
Crescimento
Crescimento, e Renovação
Renovação CelularCelular
e Diferenciação

1. Formule uma hipótese que


possa estar na base da
realização do
procedimento descrito.
2. Identifique o(s) lote(s) que
pode(m) ser
considerado(s) como
controlo.
3. Interprete os resultados
obtidos no lote 2.
4. Explique a sobrevivência
dos ratos do terceiro lote.
5. Conclua acerca dos
resultados obtidos.
Crescimento, Renovação e Diferenciação Celular

- Proposta de soluções :

1 – O material das bactérias mortas pode transformar as bactérias vivas.

2 – Os lotes 1, 2 e 3.

3 – Os ratos sobrevivem porque as bactérias não são virulentas.

4 – As bactérias do tipo S foram mortas pelo calor, perdendo a capacidade de


provocar pneumonia.

5 – Provavelmente as bactérias mortas do tipo S, transmitem alguma


informação às bactérias do tipo R, de tal forma que estas passam a ser capazes
de produzir uma cápsula, tornando-se, assim, virulentas.

Essa informação deveria ser transmitida por uma substância química que ficou
conhecida por PRINCÍPIO TRANSFORMANTE.
Crescimento, Renovação e Diferenciação Celular

A Identificação do Princípio Transformante: Trabalhos de Avery


e colaboradores
Em 1944, Avery cultivou bactérias lisas(S),
matou-as pelo calor e triturou-as.
Separaram-se os seus constituintes
químicos (glícidos, proteínas, lípidos e
ácidos nucleicos). Adicionando cada um
destes constituintes, separadamente, a
bactérias rugosas não patogénicas e,
seguidamente, injetando-as em ratos,
observou que apenas os ácidos
nucleicos transformavam as bactérias
rugosas em lisas patogénicas.
Estas observações permitiram concluir que
estas biomoléculas eram
responsáveis pela transmissão da
informação genética.
Crescimento, Renovação e Diferenciação Celular

Trabalhos de Avery e colaboradores


Localização do Material Genético

-Procariontes
Localização do Material Genético

- Eucariontes
Ácidos Nucleicos: Composição química

- Existem dois tipos de ácidos nucleicos:

- DNA - RNA
(Ácido Desoxirribonucleico) (Ácido Ribonucleico)
Ácidos Nucleicos: Composição Química

- Os ácidos nucleicos são constituídos por subunidades que se


repetem ordenadamente, os nucleótidos (Grupo fosfato + Pentose
+ Base azotada).

Base azotada

Nucleósido
Grupo fosfato
(Ácido fosfórico)
Pentose
(um glícido com 5 carbonos)

Nucleótido
Ácidos Nucleicos: Composição Química
O Nucleótido:
Grupo Fosfato

Nucleótido

Bases
Adenina (A)
Timina (T)

Pentose

Guanina (G)
Citosina (C)

Ribose

Uracilo (U)
Desoxirribose
Ácidos Nucleicos: Composição Química
As Bases Azotadas

Púricas ou Purinas bases de anel duplo

Pirimídicas ou Pirimidinas bases de anel simples


Ácidos Nucleicos: composição química
As Pentoses
Ácidos Nucleicos: composição química

Constituição do Nucleótido: Resumo

Ácido fosfórico: Confere à molécula características ácidas.

Pentose: Glícido com 5 átomos de carbono.


- A desoxirribose - C5H10O4 (tem este nome porque possui menos um átomo de
oxigénio do que a ribose).
ou
- A Ribose.

-Bases Azotadas:
- Bases Pirimídicas: São bases de anel simples timina, uracilo e
citosina;
- Bases Púricas: São bases de anel duplo: Adenina e Guanina.
Ácidos Nucleicos

Ligações no nucleótido:

-Na formação de cada


nucleótido intervêm reações de
condensação, estabelecendo-se
ligações entre o grupo fosfato e
o carbono 5’ da pentose e entre
o carbono 1’ da pentose e a
base azotada.
Ácidos Nucleicos

Constituição dos ácidos nucleicos: Resumo

DNA RNA

Ácido Fosfórico Grupo fosfato Grupo fosfato

Pentose Desoxirribose Ribose

Adenina; Timina; Adenina; Uracilo;


Bases azotadas Guanina; Citosina Guanina; Citosina

17
Ácidos Nucleicos

Algumas diferenças entre DNA e RNA:

- A pentose presente nos nucleótidos do RNA é a RIBOSE;


- A pentose presente nos nucleótidos do DNA é a DESOXIRRIBOSE.

-As bases azotadas presentes nos nucleótidos do RNA são URACILO, ADENINA,
CITOSINA E GUANINA;
-As bases azotadas presentes nos nucleótidos do DNA são TIMINA, ADENINA,
CITOSINA E GUANINA;
Ácidos Nucleicos

Ligações entre nucleótidos:

-Os nucleótidos podem unir-se,


formando cadeias polinucleotídicas;

- As ligações estabelecem-se entre o


grupo fosfato de um dos nucleótidos e o
carbono 3’ da pentose do nucleótido
anterior: estas ligações designam-se
ligações fosfodiéster;
Ácidos Nucleicos

Ligações entre nucleótidos:


Bases azotadas
Extremidade 5’
O– CH3
5’ H O
O P O CH2

O–
O 1’
N N
Timina (T)
4’ H H H
H H
2´ O

H

O
H H
O P O CH2 N
O N
O– H H N H
H H N
Adenina (A)
N
H
H

O H H

O P O CH2 H N
H
O Citosina (C)
O– H H N N
H H
O
H

O

O P O CH2 H N
O 1´ O
O– H H N

H H
Fosfato 3´ 2´ N
N
H
OH
H Nucleótido de DNA
N
Desoxirribose H
H
Extremidade 3’
Guanina (G)
Estrutura do DNA
Analise com atenção a tabela que se segue e que se refere a análises químicas, realizadas
por Chargaff em diversas espécies de seres vivos:

Organismo % de bases azotadas


Adenina Timina Guanina Citosina
E. coli 26,0 23,9 24,9 25,2

S. pneumoniae 29,3 31,6 20,5 18,0

S. cerevisiae 31,7 32,6 18,3 17,4

Eritrócitos de tartaruga 28,7 27,9 22,0 21,3

Esperma de salmão 29,7 29,1 20,8 20,4

Células hepáticas 30,3 30,3 19,5 19,9


humanas
Eritrócitos de galinha 28,0 28,4 22,0 21,6

O QUE SE PODE CONCLUIR?


Estrutura do DNA

CONCLUSÕES:

 % de adenina = % de timina
 % de citosina = % de guanina
 % de C + G não é necessariamente igual à % de A + T
 A+G/T+C~1

Esta relação de igualdade entre as bases presentes na molécula de


DNA – REGRA DE CHARGAFF -
Estrutura do DNA

Maurice Wilkins e Rosalind Franklin, utilizando a difracção de raios X, bombardearam


amostras de DNA cristalizado e obtiveram padrões que permitiram concluir que a
molécula deveria ter uma estrutura helicoidal.
Estrutura do DNA

Watson e Crick deduziram que o DNA possuía uma estrutura em dupla hélice
através de observações de imagens cristalográficas de raios X
Estrutura do DNA
Modelo da Dupla Hélice de Watson e Crick

A
C
T
Em 1953, James Watson e
T A Francis Crick propuseram o
1 nm

G C
modelo de dupla hélice para o
C G
3.4 nm
DNA;
A T
C G

T A
-Segundo este modelo, a
T A molécula de DNA é composta
A T

A T
por duas cadeias
polinucleotídicas que se
A
G
T
C
0.34 nm dispõem em sentidos inversos:
(a) Estrutura do DNA (b) Modelo 3D antiparalelas.
Estrutura do DNA

CADEIAS
ANTIPARALELAS
27
Estrutura do DNA
H

N N H O CH3

N N H N
pentose N N
O pentose
Adenina (A) Timina (T)
COMPLEMENTARIDADE DE BASES
H

N O H N

N N H N
pentose N N

N H O pentose
H
Guanina (G) Citosina (C)
28
Estrutura do DNA
RESUMO:

- Os nucleótidos ligam-se entre si através de ligações covalentes (do tipo


fosfodiéster), que se estabelecem entre o grupo fosfato e os carbonos 3’ e 5’
das pentoses.

-Cada cadeia de nucleótidos apresenta nas extremidades uma ponta livre, uma
designada 3’ e a outra 5’. Cada cadeia desenvolve-se em sentidos opostos,
inicando-se na extremidade 5’ e terminando na extremidade 3’.
À extremidade 5’ de uma cadeia irá corresponder a extremidade 3’ da outra
cadeia: CADEIAS ANTIPARALELAS.

-Nas zonas mais externas da dupla hélice, encontram-se o grupo fosfato e a


desoxirribose. Na parte interior encontram-se as bases azotadas.

- A ligação entre as duas cadeias faz-se por pontes de hidrogénio, que se


estabelecem entre as bases azotadas.
Estrutura do DNA
RESUMO (continuação):

A molécula de DNA é uma dupla hélice em que as duas cadeias


encontram-se ligadas por pontes de hidrogénio entre as bases
azotadas de cada cadeia.
Ponte de
Hidrogénio
Bases azotadas: A, G, C e T
(adenina, guanina, citosina e timina)

Citosina Guanina

Adenina Timina

Pentose: desoxirribose
Estrutura do DNA
Estrutura do RNA

32
Estrutura do RNA
RESUMO:
A molécula de RNA é uma cadeia simples, de dimensões muito
inferiores às da molécula do DNA.
Ribose
Base
Bases azotadas: A, G, C e U
(adenina, guanina, citosina e uracilo) Ligações
fosfodiéster

Grupo fosfato

Pentose: ribose

NOTA: Em determinadas regiões a molécula de RNA pode dobrar-se devido ao


estabelecimentode pontes de hidrogénio entre bases complementares (A-U e G-C).
Estrutura e funções do RNA
Estrutura do RNA

codificantes de •RNA mensageiro


proteínas (mRNA)

•RNA ribossómico
RNA (rRNA)

•RNA de transferência
não-codificantes (tRNA)
(ncRNA)
Ribozimas

•RNA de interferência
(iRNA)
Estrutura e funções do RNA
Estrutura do RNA

RNA codificantes de proteínas


• RNA mensageiro
(mRNA)
Estrutura e funções do RNA
Estrutura do RNA
RNA não-codificantes (ncRNA)

• RNA ribossómico (rRNA)- mais abundante e conjuntamente com


proteínas constitui os ribossomas.
• RNA de transferência (tRNA)- transportados de a.a. Necessários
para a síntese proteica.
• Ribozimas- RNA com função enzimática
• RNA de interferência (iRNA)- intervém na regulação da expressão
da informação genética.
Aspetos comparativos entre o DNA e o RNA:

Atividades p. 12,13
Replicação do DNA

Replicação – duplicação da
molécula de DNA, em que as
moléculas replicadas são iguais
à molécula original

Permite transmitir as informações de


uma geração à geração seguinte
Modelos para a Replicação do DNA:
1.ª 2.ª
DNA parental replicação replicação

- Hipótese Conservativa: Segundo esta hipótese a


molécula de DNA progenitora mantém-se íntegra,
servindo apenas de molde para a formação da
molécula filha, a qual seria formada por duas novas
cadeias de nucleótidos.

- Hipótese Semiconservativa: cada uma das cadeias


serviria de molde para uma nova cadeia e,
consequentemente, cada uma das novas moléculas
de DNA seria formada por uma cadeia antiga e uma
cadeia nova.

- Hipótese Dispersiva: Segundo esta hipótese, cada


molécula-filha seria formada por porções da
molécula inicial e por regiões sintetizadas de novo,
a partir dos nucleótidos presentes na célula.
39
Replicação do DNA
Atividade da página 14.
EXPERIÊNCIA Meselson e Stahl cultivaram E. coli durante várias gerações num meio contendo um isótopo
pesado de 15N, obrigando as bactérias a incorporam esse azoto no seu DNA. Transferiram depois as
bactérias para um meio só com 14N (leve).
O novo DNA sintetizado deveria ser mais leve que o DNA parental que usava 15N. Posteriormente
distinguiram os DNA’s, com diferentes densidades, por centrifugação.

1 2 Bactérias transferidas para


o meio contendo 14N
Bactérias em
cultura num meio
contendo 15N

RESULTADOS

Menos
4 Amostra de DNA denso
3 Amostra de DNA
centrifugada após 20 min centrifugada
(após a 1.ª replicação) após 40 min
(após a 2.ª
Mais
replicação)
denso

As bandas dos dois tubos de centrífuga representam os resultados da centrifugação das duas amostras de
DNA, uma retirada após 20 minutos e outra após 40 minutos.
Replicação do DNA
Que Hipótese é apoiada pelos resultados obtidos por Meselson e
Stahl?

MODELO CONSERVATIVO

Não é apoiado pelos resultados da experiência, dado que após a


1ª replicação deveriam ter sido observadas moléculas de DNA
com 2 valores de densidade:
- Um correspondente à molécula formada
exclusivamente por cadeias pesadas (DNA parental);
- Um correspondente à molécula formada
exclusivamente por cadeias leves.
Replicação do DNA
Que Hipótese é apoiada pelos resultados obtidos por Meselson e
Stahl (Continuação)?

MODELO DISPERSIVO

-É consistente com os dados obtidos após a 1ª replicação, pois,


segundo este modelo, obtêm-se moléculas de densidade
intermédia.
- Mas não é consistente com os dados obtidos na 2ª replicação
pois, segundo este modelo, na 2ª geração todas as moléculas
deveriam ter ¼ da densidade da molécula original. Em vez disso,
surgem 50% de cadeias leves e 50% com densidade intermédia.
Replicação do DNA
Que Hipótese é apoiada pelos resultados obtidos por Meselson e
Stahl (Continuação)?

MODELO SEMICONSERVATIVO

-Bactérias cultivadas em 15 N, quando introduzidas numa cultura com 14 N,


utilizam esse azoto para produzir novas cadeias de DNA;
Assim, na 1ª geração, cada molécula de DNA apresenta uma cadeia de
nucleótidos com 15 N (que provinha da geração parental) e outra com 14N
(neoformada):Moléculas com densidade intermédia.
- Na 2ª geração, metade das moléculas são formadas por 2 cadeias leves e
a outra metade é formada por uma cadeia leve e uma pesada (densidade
intermédia).
Replicação do DNA
CONCLUSÃO A replicação do DNA segue o modelo semiconservativo.
A 1.ª replicação no meio 14N produz uma banda de DNA híbrido (15N–14N). Esse resultado elimina o
modelo conservativo. A 2.ª replicação produz DNA leve e híbrido, um resultado que elimina o
modelo dispersivo e apoia o modelo semiconservativo.

1.ª replicação 2.ª replicação

Modelo
conservativo

Modelo
semiconservativo

Modelo
dispersivo

44
Replicação do DNA
Processo através do qual se obtêm cópias de DNA
Replicação do DNA
Mecanismo de replicação do DNA

• A replicação é
semiconservativa.

Cada cadeia de DNA parental


serve de molde à formação de
uma nova cadeia, resultando
duas cadeias duplas, cada uma
constituída por uma cadeia
parental e uma cadeia nova
Replicação do DNA
Mecanismo de replicação do DNA

• A replicação inicia-se em sequências


nucleotídicas específicas - origem de
replicação
• Ligam-se proteínas que promovem a
desestabilização da dupla hélice
• As helicases desenrolam e separam a
dupla hélice formando a bolha de
replicação
• A DNA polimerase forma as cadeias
complementares do DNA molde por
adição de nucleótidos seguindo a regra
AT/GC
Replicação do DNA
Mecanismo de replicação do DNA

• A replicação é bidirecional.

Ocorre para ambos os lados da


origem da replicação; as
cadeias complementares são
sintetizadas em direção
antiparalela da cadeia molde,
no sentido 5’-3’
Replicação do DNA
As DNA polimerases não iniciam a síntese de DNA a partir de uma cadeia simples, pelo que necessitam de
ter uma extremidade 3’ à qual possam adicionar nucleótidos de acordo com as regras da complementaridade
de bases A-T e G-C. Antes de atuarem, forma-se um fragmento de RNA, denominado de oligonucleótido de
iniciação ou primer. Como as cadeias do DNA são antiparalelas e as DNA polimerases apenas constroem
novas cadeias de DNA no sentido 5’-3’, uma das novas cadeias é sintetizada continuamente ( cadeia leading)
e a outra descontinuamente por meio de segmentos denominados fragmentos de Okazaki, que se formam à
medida que o garfo da replicação avança (cadeia lagging) – replicação semidescontínua . Os
fragmentos de Okazaki são ligados pela enzima DNA ligase.
Replicação do DNA
Mecanismo de replicação do DNA
Replicação do DNA
Mecanismo de replicação do DNA

• Semiconservativa
• Bidirecional
• Semidescontínua

Exercícios p.19
Síntese Proteica
Como é que a informação(as instruções) presente no DNA se
expressa, tornando-se efetiva?

-A Célula utiliza uma parte da informação presente no DNA para sintetizar


proteínas.

-Cada proteína tem uma determinada função biológica;


- É a sequência de aminoácidos que define a proteína (estrutura) e
consequentemente a sua função biológica.
Localização do Material Genético

-Procariontes - Eucariontes

Este fluxo unidireccional de informação entre os ácidos nucleicos e as


proteínas – Dogma Central da Biologia Molecular -
Gene

Gene: Segmento de DNA que contém informação para sintetizar uma


determinada proteína.

Genoma: Totalidade da informação genética presente num ser vivo.


Síntese Proteica
Visão Global da síntese proteica em eucariontes
Síntese Proteica
Visão Global da síntese proteica:
-Na passagem da linguagem polinucleotídica do DNA (genes) para a linguagem
polipeptídica (proteínas) consideram-se 2 fases:

- TRANSCRIÇÃO: Segmentos de DNA codificam a produção de


RNA;

- TRADUÇÃO: mRNA codifica a produção de proteínas com


intervenção do tRNA e dos ribossomas.

DNA mRNA Proteínas


Transcrição Tradução

NOTA: Entre a transcrição e a tradução, nos seres eucariontes, ocorre uma etapa importante – o
processamento do RNA.
Transcrição: Visão global
A informação genética contida na molécula de DNA é copiada para
uma molécula de RNA: Transcrição

-Esta molécula forma-se por complementaridade com a molécula de DNA.

-Exemplo:
3’ ATCCCAATGTG 5’ – DNA
Transcrição
5’ UAGGGUUACAC 3’ - mRNA
Tradução: Visão global
A informação do mRNA é utilizada para sintetizar proteínas:
TRADUÇÃO (com intervenção do tRNA e dos ribossomas).

RNA (linguagem nucleotídica)

Tradução

Proteínas (linguagem peptídica)


Síntese Proteica em Procariontes

A transcrição e a tradução ocorrem em conjunto.

DNA
TRANSCRIÇÃO

mRNA
Ribossoma

TRADUÇÃO

Polipéptido
Síntese Proteica em Eucariontes

Membrana
nuclear

- A transcrição ocorre no
núcleo e a TRANSCRIÇÃO DNA

tradução ocorre no PROCESSAMENTO


Pré-mRNA

citoplasma.
mRNA
- O RNA transcrito é
modificado antes de se
Ribossoma
tornar mRNA funcional TRADUÇÃO

(processamento). Polipéptido
Síntese Proteica
Sabendo que...
Os Monómeros dos Ácidos Os Monómeros das
Nucleicos são os Proteínas são os
nucleótidos aminoácidos

Existem quatro nucleótidos Existem 20 aminoácidos


diferentes diferentes

Como é que a partir de 4 nucleótidos diferentes é possível codificar


20 a.a. distintos?Que código seria usado pelos genes?

Código genético – sequência de nucleótidos que tem


correspondência com a sequência de aminoácidos.
Código Genético
Quantos nucleótidos seriam necessários para codificar um aminoácido?

O código genético
assenta numa
sequência de três
nucleótidos
consecutivos, os quais
formam um tripleto.
Código Genético

Código Genético (conclusões):

- Diferentes combinações de tripletos são responsáveis pela codificação de


diferentes aminoácidos;

- A sequência de 3 nucleótidos do mRNA designa-se CODÃO;

- Cada codão resulta, por complementaridade, de um tripleto de nucleótidos do


DNA – CODOGENE.
Gene 2
DNA

Gene 1

Gene 3

Cadeia de DNA 3’
5’
(molde) A C C T
A A A C C G A G

TRANSCRIÇÃO Codogene

U G G U U U G G C U C A
mRNA 5’ 3’

Codão
TRADUÇÃO

Trp Fen Gli Ser


Proteína

Aminoácido
64
• Um codão é um tripleto de mRNA que codifica um aminoácido
ou um sinal de iniciação ou de finalização.

2.ª BASE do mRNA


U C A G
UUU UCU UAU UGU U
Fen Tir Cis
UUC UCC UAC UGC C
U Ser
UUA UCA UAA Stop UGA Stop A
1.ª BASE do mRNA (extremidade 5’)

3.ª BASE do mRNA (extremidade 3’)


Leu
UUG UCG UAG Stop UGG Trp G
CUU CCU CAU CGU U
His
CUC CCC CAC CGC C
C Leu Pro Arg
CUA CCA CAA CGA A
Gln
CUG CCG CAG CGG G
AUU ACU AAU AGU U
Asn Ser
AUC lle ACC AAC AGC C
A Tre
AUA ACA AAA AGA A
Met ou Lis Arg
AUG ACG AAG AGG G
início
GUU GCU GAU GGU U
Asp C
GUC GCC GAC GGC
G Val Ala Gli
GUA GCA GAA GGA A
65 Glu
GUG GCG GAG GGG G
Características do Código Genético
• É universal
– É comum à grande maioria dos organismos;
• Não é ambíguo
– A um codão corresponde um só aminoácido;
• É redundante (Degenerescência do código genético)
– Vários codões podem codificar o mesmo a.a;
• O codão AUG é de iniciação e codifica metionina (tem dupla
função);
• Os codões UAA, UAG e UGA são só codões STOP ou de
finalização;
• O 3.º nucleótido de um codão é menos específico que os dois
primeiros.
Mecanismos da Síntese de Proteínas
Transcrição
- Síntese de RNA a partir de uma
cadeia de DNA.

- Esta síntese faz-se na presença de um


complexo enzimático: RNA-polimerase:
- reconhece no DNA o tripleto de iniciação e de
finalização da transcrição
- Desliza ao longo do DNA provocando a sua
abertura
- polimeriza os ribonucleótidos seguindo as
regras da complementaridade de bases, à
exceção da timina que é substituída pelo
uracilo.
- Após a sua passagem a molécula de DNA
reconstitui-se
Transcrição
Ribonucleótidos

RNA
polimerase

T C C A A
A
3’
3’
U
A U C C A
5’
T A G G T T

5’ Direcção da transcrição
Cadeia de
DNA molde

Cadeia de RNA
formada 69
Transcrição (continuação):

- A transcrição realiza-se no núcleo, ocorrendo a polimerização de


ribonucleótidos segundo a regra da complementaridade de bases;

- Só uma das cadeias de DNA serve de molde para a síntese de mRNA;

- O complexo enzimático RNA-polimerase fixa-se sobre uma certa sequência de


DNA, desliza ao longo dela, provocando a sua abertura, e inicia-se a transcrição
da informação;

- A síntese de RNA a partir de nucleótidos livres faz-se no sentido 5’→ 3’;

- Após a passagem da RNA-polimerase, a molécula de DNA reconstitui-se pelo


estabelecimento de ligações hidrogénio entre as bases complementares;
Transcrição (continuação):
O processo de transcrição permite não só a síntese de mRNA, mas também de
outros tipos de RNA: RNA ribossómico (rRNA) e RNA de transferência (tRNA) .
Transcrição: Intervenientes

Atividade p. 21 e 22
Processamento do mRNA nos eucariontes:

Nos seres eucariontes, o RNA sintetizado sofre um


processamento ou maturação antes de abandonar o
núcleo.

Nos seres procariontes, não ocorre processamento do


RNA e a molécula transcrita é a molécula de RNA que é
traduzida.
Processamento do mRNA nos eucariontes:
-Diversas secções do RNA, inicialmente transcritas, são removidas: Os intrões
(sequências que não codificam informação);

- As porções não removidas designam-


se exões (sequências codificantes) e
ligam-se entre si formando o mRNA
maturado ou funcional.

- O mRNA funcional migra do núcleo


para o citoplasma, fixando-se nos
ribossomas, onde ocorrerá a tradução.
PROCESSAMENTO E EXPORTAÇÃO DA INFORMAÇÃO GENÉTICA
Processamento do mRNA nos eucariontes:
Processamento alternativo do pré-mRNA

O processamento alternativo do pré-mRNA permite,


a partir do mesmo gene, produzir diferentes proteínas.
Tradução:

Neste processo há a transformação da mensagem contida no mRNA na


sequência de aminoácidos que constituem a cadeia polipeptídica.
Tradução - intervenientes
Ribossoma: Organito onde se dá a síntese proteica (Facilita a ligação do
anticodão do tRNA com o codão do mRNA).

- Podem encontrar-se livres


no hialoplasma ou
associados às membranas
do retículo
endoplasmático.

- Formam-se ao nível dos


nucléolos, tendo na sua
constituição rRNA e
proteínas;

- Cada ribossoma possui 2


subunidades de tamanhos P-peptidil
diferentes e podem
A-aminoacil
encontrar-se unidas ou
separadas. E- libertação
Tradução - intervenientes
RNA de Transferência (tRNA):

- O tRNA funciona como A


3’
Local de fixação
intérprete entre a do aminoácido
C
C
linguagem do mRNA e a A 5’
C G
G C
linguagem das proteínas; C G
U G
U A
A U
U C A U
- Apresenta cadeias de 75 a G
* C A C AG UA
* C U C
A G *
U G U *
80 ribonucleótidos; C
* *
G
U C
* C G A G
A G G
G
*
* G AG C
G C Ligações de
U A hidrogénio
* G
- Cadeia dobrada em forma A*
A
C
de “folha de trevo”, em *
A G
U
A
resultado de pontes de
Anticodão
hidrogénio que se
estabelecem entre bases
complementares.
Tradução - intervenientes
Relação entre um codão específico do mRNA e o anticodão do tRNA

79
Tradução - intervenientes
Maturação do
tRNA
Tradução - intervenientes
Tradução - intervenientes
Tradução - intervenientes
Tradução - intervenientes
Cada molécula de RNA de Transferência (tRNA) apresenta:

- Uma região que lhe permite fixar um aminoácido específico,


designado local aminoacil. Esta região localiza-se na extremidade
3´da molécula;

- Uma sequência de três nucleótidos, complementar do codão do


mRNA, designado anticodão. O anticodão reconhece o codão,
ligando-se a ele;

- Locais para a ligação ao ribossoma;

- Locais para a ligação às enzimas intervenientes na formação dos


péptidos.
Etapas da Tradução:

• Pode-se dividir a tradução em 3 etapas:

– Iniciação

– Alongamento

– Finalização
Etapas da Tradução: iniciação
Subunidade
maior do
Guanosina ribossoma
3’ 5’
UA C trifosfato
5’ A U G 3’

tRNA iniciador
GDP
GTP

mRNA

5’ 3’ 5’ 3’
Codão de iniciação

Subunidade
Local de ligação do mRNA
menor do
ribossoma

86
Etapas da Tradução: iniciação

GTP
Guanina

fosfatos Ribose
Etapas da Tradução: iniciação
INICIAÇÃO:

- A subunidade menor do ribossoma liga-se à extremidade 5’ do mRNA;

- A subunidade menor do ribossoma desliza ao longo da molécula de mRNA até


encontrar o codão de iniciação (AUG);

- O tRNA que transporta o aminoácido metionina liga-se por complementaridade


ao codão de iniciação;

- A subunidade maior liga-se à subunidade menor do ribossoma.


Etapas da Tradução: alongamento

E
mRNA 3’
Ribossoma pronto para P A
o próximo aminoacil tRNA 5’
2 GTP
2 GDP

E E

P A P A

GDP
GTP

89 P A
Etapas da Tradução: alongamento
Alongamento:

- Um segundo tRNA transporta um aminoácido específico, ligando-se ao codão;

- Estabelece-se uma ligação peptídica entre o aminoácido recém-ligado e a


metionina;

- O ribossoma avança três bases ao longo do mRNA no sentido 5’→ 3’;

- O processo repete-se ao longo da cadeia de mRNA;

- Os tRNA, que se tinham ligado inicialmente, vão-se desprendendo


sucessivamente.
Etapas da Tradução: finalização

Cadeia polipeptídica

5’

3’ 3’
3’
5’ 5’

Codão Stop
(UAG, UAA, ou UGA)

91
Etapas da Tradução: finalização
Finalização:

- O ribossoma encontra um codão de finalização (UAA, UAG ou UGA) e o


alongamento termina porque a estes codões não corresponde nenhum
aminoácido;

- O último tRNA abandona o ribossoma;

- As subunidades do ribossoma separam-se, podendo ser recicladas;

- O péptido é libertado.
Visão geral da tradução:

TRANSCRIÇÃO DNA

mRNA
Ribossoma
TRADUÇÃO
Polipéptido

Aminoácidos
Polipéptido

tRNA com um
aminoácido
Ribossoma

Gli

tRNA

Anticodão
A A A
U G G U U U G G C

5’ Codões 3’
mRNA
Características da Síntese Proteica
Cadeias
polipeptídicas

- A mesma zona do DNA pode


ser transcrita várias vezes
Início do Final do
mRNA mRNA
(5’) (3’)

•Complexo
•Rápido
Ribossomas •Amplificado
mRNA
(Económico)

0.1 µm

-A cada molécula de mRNA podem ligar-se diversos ribossomas, formando um


polirribossoma ou polissoma.
- Assim, diversas cópias da mesma proteína podem ser feitas a partir da mesma
molécula de mRNA.

Atividade p. 28
Alterações Pós-traducionais:
Alguns polipéptidos têm que sofrer alterações até se tornarem
funcionais: Alterações pós-traducionais.

Ribossoma

mRNA

Membrana do RE

Partícula de Proteína
reconhecimento

CITOSOL

LÚMEN
do RE
Alterações do material genético: Mutações
Alterações do material genético: Mutações
EFEITOS DAS MUTAÇÕES NA SÍNTESE PROTEICA

Mutação
génica é
uma alteração
na sequência
de nucleótidos
do DNA.
Alterações do material genético: Mutações

- As mutações génicas podem ou não conduzir à


produção de proteínas diferentes das normais;
- As mutações no DNA são raras (1 em 100 milhões
de divisões celulares).
EFEITOS DAS MUTAÇÕES NA SÍNTESE PROTEICA
Alterações do material genético: Mutações

Mutação
Somática Germinativa
Afeta células
Afeta células somáticas
reprodutoras
Não é hereditária É hereditária
Sem efeitos evolutivos Com efeitos evolutivos
Alterações do material genético: Mutações
Alterações do material genético: Mutações
Exemplos:
mRNA A U G A A G U U U G G C U A A
5’ 3’
Proteína Met Lis Fen Gli
Stop

Sem efeitos na sequência de aminoácidos


substituição de C por U

A U G A A G U U U G G U U A A

Met Lis Fen Gli


Stop

Sequência de aminoácidos alterada


substituição de G por A

A U G A A G U U U A G U U A A

Met Lis Fen Ser Stop

Sem sentido
substituição de A por U

A U G U A G U U U G G C U A A

Met
Stop
Alterações do material genético: Mutações

102
Alterações do material genético: Mutações
• A mudança de um nucleótido do DNA conduz à produção de
uma proteína anormal.
DNA DNA mutante
3’ 5’ 3’ 5’
C T T C A T

mRNA mRNA
G A A G U A
5’ 3’ 5’ 3’

Hemoglobina normal Hemoglobina anormal


Glu Val

Atividade p. 30,31,32,33, 38-41

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