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Adriano Jayme de Oliveira Muniz

Título:
Estudo de caso da Política de Regularização Fundiária do Distrito Federal e as
alternativas disponíveis para os ocupantes.

1) Estabelecer um sumário provisório em tópicos;


2) Organizar o projeto final com objetivo final e o problema de pesquisa;
3) Referencias (já organizar no texto)/Base de dados;
4) 20 de outubro de 2023 para deposito do trabalho para defesa do trabalho;
5) Abrir um arquivo para cada capitulo;
6) O que eu quero responder com meu trabalho?

Introdução:
O Distrito Federal, a mais jovem unidade da federação, que sedia a capital do
país, foi formada sob o argumento de uma cidade planejada, mas que em dias atuais
conta com quase 9% do seu território público sem a propriedade exclusiva, sem
qualquer memorial descritivo da área e com assentamentos com ocupações históricas
(Agência Brasília, 2022). A Terracap, empresa pública responsável pelo território
distrital afirma que a atual conjuntura fundiária, se deu em razão de durante o processo
de formação do Distrito Federal, a mais de seis décadas, as fazendas que foram
desapropriadas para serem incorporadas a nova unidade da federação, não tiveram
definição precisa de quais eram parcelas públicas ou particulares, havendo, portanto,
uma verdadeira desapropriação parcial sem documentação (Terracap, 2019). Por essas
razões, em Brasília vem ocorrendo o parcelamento e a regularização de ocupações
consolidadas onde é reconhecida a propriedade exclusiva da empresa pública, mediante
o pagamento de indenização pelos ocupantes ao erário distrital (Terracap, 2019). Assim,
para entender o processo de construção da política pública de regularização fundiária do
Distrito Federal, a metodologia de base documental apresentou-se como a mais
adequada, pois permitiu avaliar dados, legislações e documentos históricos referentes ao
tema. Identificou-se que, no caso de Brasília, se privilegia a regularização fundiária a
qualquer outra forma de política de reforma agrária, mas que nos casos de áreas onde a
Terracap não dispõe da correta titularização do imóvel, uma nova alternativa a
regularização fundiária tem surgido, sendo chamada de divisão amigável.

Palavras-chave:
Regularização fundiária. Reforma agrária. Brasília.

Evento focalizador:
Ausência da correta titulação da área desapropriada para a formação do Distrito
Federal.

Referencial Teórico:
A propriedade e a posse, há muito, são temas de reflexão no âmbito da doutrina
político-jurídica Brasileira, visto que, a normatização da extensão da titularidade e do
exercício da propriedade ou da posse, são problemas vividos desde a colonização de
Portugal.
A função social da propriedade surge como teoria no campo patrimonial com as
lições de Leon Deguit, no início do século XX, onde sustenta que que a propriedade não
tem mais um caráter absoluto e intangível e que o proprietário, pelo fato de possuir uma
riqueza (propriedade), deve cumprir uma função social. Seus direitos de proprietário só
estarão protegidos se ele cultivar a terra ou se não permitir a ruína de sua casa, caso
contrário será legítima a intervenção do Estado no sentido de obrigar o cumprimento de
sua função social.
O direito de propriedade e a função social das propriedades, foram uma clara
conquista social, que passou a ser tutelada pelo estado os poucos, tendo sua primeira
aparição na Constituição Federal de 1934 (artigo 113), durante o governo Getúlio
Vargas, como uma forma de ruptura com a legislação que existia até então e com as
elites tradicionais e latifundiárias.
A função social consiste na utilização da propriedade, urbana ou rural, em
consonância com os objetivos sociais de uma determinada cidade (GOMES e
MORAES, 2019). A função social impõe limites ao direito de propriedade, para garantir
que o exercício deste direito não seja prejudicial ao bem coletivo. Isto significa que uma
propriedade rural ou urbana não deve atender apenas aos interesses de seu proprietário,
mas também ao interesse da sociedade. A partir de então, o direito de propriedade
deixou de ser entendido como um direito absoluto, e passou a ser condicionado ao bem
da coletividade.
Na constituição atualmente vigente (1988, artigo 5º, inciso XXII), para as
propriedades urbanas, o exercício da função social, ocorre quando atendem às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, enquanto
para as propriedades rurais, o exercício da função social, ocorre quando atendem a
adequada utilização dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente
(Código Civil, Artigo 1.228, § 1º).
Ademais, existe proteção constitucional para que seja feita a chamada justiça
social, por meio da função social da propriedade, a fim de assegurar a todos uma
existência digna.
Desta forma, a Constituição demonstra um entendimento de que a justiça social
deve reger a ordem econômica, logo o direito de propriedade deve estar condicionado
ao respeito pelo bem coletivo.
Entretanto, o rompimento e a introdução de novas políticas agrárias não foram
céleres, e talvez por esses motivos que a cidade de Brasília, que alçada ao jargão de
cidade planejada, hoje sexagenária, vive de forma intensa diversos litígios de
regularização fundiária.
Para se entender o porquê dos litígios na cidade planeja, tem-se a necessidade
de relacionar e examinar o os processos de natureza social, política e jurídica atinentes a
criação e organização territorial do Distrito Federal desde sua concepção de forma
exaustiva.
Os mecanismos causais que resultaram nos litígios fundiários da cidade de
Brasília, via de regras são devidos a ausência da devida documentação de titulação da
propriedade pelo ente público distrital.
Nesse sentido, é importante justificar que a alteração do quadrilátero definido
na missão Cruls pelo Congresso Nacional em 1949, foi talvez o principal fator para que
existam hoje os litígios agrários que se tem notícia no Distrito Federal.
Nesse sentido, a forma de condução da análise de evidências será feita por
meio da coleta de dados documentais, tecnológicas e a observação de fatores temporais
e geográficos.
A classificação do presente estudo amoldasse mais a perspectiva da
intensidade, visto que se configura pela análise densa, holística e com foco nos
processos ou conjunções de processos internos ao caso, com ganhos em intensidade e
conhecimento dos mecanismos de funcionamento do caso, quase sempre realizado de
forma aprofundada, compreensiva e densa.
Portanto, o presente trabalho, busca assumir uma postura explicativa, na
comprovação da teoria institucional das políticas públicas (função social da
propriedade), sob o viés dedutivo, a partir de um único caso, por meio da análise
retrospectiva e mudança institucional.
Assim, para que se proceda a investigação do tema proposto, é necessário
primeiro compreender como se deu o processo histórico de titulação das propriedades
brasileiras e como isso fui crucial no surgimento do distrito federal por meio da
desapropriação de terras.

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