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Ciências Naturais
8.º Ano de Escolaridade
Duração do Teste: 90 minutos |
Grupo I
Os morcegos são os únicos mamíferos com capacidade de voo, podendo atingir velocidades de 50
km/h. Apresentam o corpo coberto de pelos e são endotérmicos. Evitam a luz, tendo assim hábitos
noturnos, eventual consequência de uma fuga à predação. As suas asas funcionam como regulador
térmico, ao isolar o morcego do ambiente exterior, quando o animal se encontra em repouso, e
permitem diminuir a temperatura durante o voo, arrefecendo o sangue que circula pelos capilares
das asas.
Uma doença conhecida como síndroma do nariz branco já matou cerca de um milhão de morcegos-
-castanhos (Myotis lucifugus), na América do Norte. Um fungo associado à doença terá sido trazido
pelo ser humano para o interior das cavernas onde os morcegos hibernam. O fungo Geomyces
destructans parece desenvolver-se excecionalmente bem nestas cavernas, onde cresce sobre o nariz,
asas e orelhas dos morcegos. A infeção torna os morcegos inquietos durante o inverno, levando-os a
ter atividade quando deviam estar em hibernação, gastando as suas reservas de gorduras. Uma vez
instalada a infeção numa colónia em hibernação, mata em média 73% dos animais. Um morcego
numa caverna hiberna durante cerca de 200 dias, desde final de setembro até ao início de maio,
baixando a sua temperatura corporal para valores entre os 2 e os 8 ˚C (durante o seu período de
atividade, a temperatura é de cerca de 36 ˚C) e abrandando a sua taxa metabólica (os batimentos
cardíacos caem para 25 por minuto; em voo, o coração do morcego chega a bater 1000 vezes por
minuto). No entanto, o animal agita-se a cada 30 dias durante algumas horas de cada vez,
aumentando a temperatura corporal e o metabolismo. O aumento do número de despertares da
hibernação pode levar ao desaparecimento das reservas de gordura, uma vez que cada despertar do
torpor de Myotis lucifugus, a hibernar a 5 ˚C, consome a mesma quantidade de energia de 67 dias no
estado de torpor.
Os morcegos contribuem substancialmente para a estrutura e dinâmica dos ecossistemas, ao
atuarem como polinizadores, dispersores de sementes (um único morcego pode transportar mais de
quinhentas pequenas sementes por noite) e predadores de insetos (podendo consumir, numa única
noite, mais de metade do seu peso em insetos).
Tabela I. Respostas dos morcegos durante a hibernação sem e com infeção por fungo.
(Baseado em T.Lilley et al. White-nose syndrome survivors do not exhibit frequent arousals associated with
Pseudogymnoascus destructans infection. Frontiers in Zoology, 2016)
Na resposta a cada um dos itens de 1. a 7., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação
correta.
8. Explica, de acordo com os dados fornecidos, como é que a infeção pelo fungo leva à morte dos
morcegos.
9. Explica porque é que a presença do fungo pode provocar danos na agricultura dessa região.
Grupo II
Documento 1
A fonte de energia primária para os seres vivos é o Sol. As plantas são capazes de captar a energia do
Sol e de usá-la para converterem o dióxido de carbono e a água em energia química na forma de
açúcares. As plantas conseguem produzir o seu próprio alimento, enquanto todos os animais
dependem direta ou indiretamente das plantas.
A Phytomyza ilicis é uma pequena mosca que deposita os seus ovos nas folhas de azevinho (Ilex
aquifolium), onde a larva forma galerias para se alimentar da parte central da folha, formando umas
manchas descoloradas. As larvas e as pupas da mosca são predadas por aves como o chapim-azul
(Cyanistes caeruleus) e são parasitadas por pequenas vespas, a Chrysocharis gemma.
Figura 2 – Cadeia alimentar. (Baseado em M. Glackin. What happened to the hollyleaf miner?
Studying real food chains. School Science Review, 2006)
Na resposta a cada um dos itens de 1. a 5., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação
correta.
1. Na cadeia representada
(A) o chapim-azul e o gavião partilham o mesmo nicho ecológico.
(B) as larvas de mosca pertencem ao primeiro nível trófico.
(C) a população de azevinhos é produtora de biomassa.
(D) as larvas da mosca transformam matéria inorgânica em matéria orgânica.
6.1. Se a população do parasita Chrysocharis gemma diminuir devido a uma alteração ambiental, que
alterações é que se observarão:
a) no número de moscas Phytomyza ilicis?
b) no número de chapins-azuis?
6.2. Se mais gaviões forem introduzidos no ecossistema pelo ser humano, que efeitos é que se
verificarão na cadeia alimentar?
Figura 3
7.1. Indica as curvas do gráfico que correspondem aos produtores e consumidores de 1.a ordem.
Gráfico III. Espécies C e D cultivadas juntas. Gráfico IV. Espécies A e C cultivadas juntas.
Na resposta a cada um dos itens 8. e 9., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação
correta.
8. Relativamente à relação evidenciada pelo gráfico II, entre as espécies A e B, podemos concluir que
é de
(A) mutualismo e pode ser caracterizada por (+;+).
(B) mutualismo e pode ser caracterizada por (-;-).
(C) competição e pode ser caracterizada por (+;+).
(D) competição e pode ser caracterizada por (-;-).
10. Refere que correlação existe entre os nichos ecológicos das espécies:
a) A e B. b) A e C.
11. Explica, tendo em conta as relações bióticas, a importância da exploração diferenciada dos
recursos das espécies que vivem no mesmo habitat para a biodiversidade.