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CETEC- Capacitações 2011

Práticas de Laboratório para o Curso


Técnico em Meio Ambiente I

Profa. Coordenadora de Projetos: Denise Moreira dos Santos

Curso de Capacitação em Meio Ambiente

26 de abril de 2011
Agradecimentos

Agradecemos a todos os professores que gentilmente compartilharam


seus experimentos testados em suas unidades, para elaboração deste
trabalho.
Em especial aos professores:

Adriana Ferreira Barbosa ( Etec Amin Jundi)


Clayton Serra (Etec Cubatão)
Erica ( Etec Conselheiro Antonio Prado)
Magali (Etec Júlio de Mesquita)
Marcia ( Etec Getúlio Vargas)

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Normas de Segurança no Laboratório

 O laboratório é um lugar de trabalho, onde a imprudência e desatenção


podem causar acidentes desagradáveis. Por isso, existem algumas normas
básicas para que os alunos trabalhem sempre com atenção, método, calma e,
acima de tudo, segurança:
 Consulte seu Professor cada vez que estiver em dúvida sobre como trabalhar
com um equipamento (vidraria ou aparelhagem) ou notar algo anormal ou
imprevisto;
 Comunique ao Professor qualquer acidente por menor que seja;
 Não coma e nem chupe balas durante a realização de um experimento. Evite
levar as mãos à boca ou ao rosto enquanto estiver trabalhando;
 Não coloque nenhuma substância na boca;
 Não use frascos para beber nenhum líquido, mesmo que você tenha certeza
absoluta de sua limpeza;
 Não cheire substância alguma. Desloque os vapores emitidos com a mão,
para que você possa sentir os odores, sem perigo de intoxicação;
 Evite contato prolongado da pele em qualquer substância. Seja
particularmente cuidadoso quando manusear substâncias corrosivas, como
ácidos ou bases concentrados, evitando derramamento nas mãos, face ou
outras partes do seu corpo ou em suas roupas. Se isto ocorrer, lave a região
atingida com água abundante, especialmente em caso de respingo nos olhos,
casos de queimaduras, cortes, ingestão de líquidos ou qualquer outro
acidente. Chame, imediatamente, o Professor;
 Todos os experimentos que envolvem a liberação de gases e vapores tóxicos
devem ser realizados na câmara de exaustão (capela);
 Não jogue nenhum material sólido ou líquido dentro da pia ou nos ralos.
Pergunte ao professor o destino correto dos mesmos;
 Não deixe vidro quente em lugar que possam pegá-lo inadvertidamente.
Deixe qualquer peça de vidro quente esfriar bastante tempo. Lembre-se de
que vidro quente tem a mesma aparência de vidro frio. Não use vidraria
quebrada ou trincada;
 Tenha cuidado com reagentes inflamáveis, não os manipule em presença de
fogo. Não esqueça líquidos inflamáveis diretamente em uma chama;
 Observe com atenção as técnicas de aquecimento de líquidos. Nunca olhe
diretamente nem aproxime seu rosto em demasia de algum frasco contendo
líquidos em aquecimento;
 Não abra nenhum frasco e nem toque neles sem a devida ordem do
professor;
 Procure solucionar suas dúvidas antes de começar o trabalho, lendo
atentamente o roteiro e organizando os produtos e vidrarias.
 Utilize sempre seu equipamento de proteção individual para sua segurança.

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VIDRARIAS PARA USO EM LABORATÓRIO

VIDRARIAS
ALMOFARIZ COM
PISTILO
Usado na trituração e pulverização de sólidos.

BALÃO DE FUNDO CHATO


Utilizado como recipiente para conter líquidos ou soluções, ou
mesmo, fazer reações com desprendimento de gases. Pode
ser aquecido sobre o TRIPÉ com TELA DE AMIANTO.

BALÃO DE FUNDO REDONDO


Utilizado principalmente em sistemas de refluxo e evaporação
a vácuo, acoplado a ROTAEVAPORADOR.

BALÃO VOLUMÉTRICO

Possui volume definido e é utilizado para o preparo de


soluções em laboratório.

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BECKER
É de uso geral em laboratório. Serve para fazer reações entre
soluções, dissolver substâncias sólidas, efetuar reações de
precipitação e aquecer líquidos. Pode ser aquecido sobre a
TELA DE AMIANTO.

BURETA

Aparelho utilizado em análises volumétricas.

CADINHO

Peça geralmente de porcelana cuja utilidade é aquecer


substâncias a seco e com grande intensidade, por isto pode
ser levado diretamente ao BICO DE BUNSEN.

CÁPSULA DE
PORCELANA
Peça de porcelana usada para evaporar líquidos das
soluções.

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CONDENSADOR

Utilizado na destilação, tem como finalidade condensar


vapores gerados pelo aquecimento de líquidos.

DESSECADOR
Usado para guardar substâncias em atmosfera com baixo
índice de umidade.

ERLENMEYER

Utilizado em titulações, aquecimento de líquidos e para


dissolver substâncias e proceder a reações entre soluções

FUNIL DE BUCHNER

Utilizado em filtrações a vácuo. Pode ser usado com a função


de FILTRO em conjunto com o KITASSATO

FUNIL DE SEPARAÇÃO

Utilizado na separação de líquidos não miscíveis e na extração


líquido/líquido.

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FUNIL DE HASTE LONGA

Usado na filtração e para retenção de partículas sólidas. Não


deve ser aquecido.

KITASSATO

Utilizado em conjunto com o FUNIL DE BUCHNER em


FILTRAÇÕES a vácuo.

PIPETA GRADUADA

Utilizada para medir pequenos volumes. Mede volumes


variáveis. Não pode ser aquecida.

PIPETA VOLUMÉTRICA

Usada para medir e transferir volume de líquidos. Não pode ser


aquecida, pois possui grande precisão de medida.

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PROVETA OU CILINDRO
GRADUADO
Serve para medir e transferir volumes de líquidos. Não pode
ser aquecida.

TUBO DE ENSAIO
Empregado para fazer reações em pequena escala,
principalmente em testes de reação em geral. Pode ser
aquecido com movimentos circulares e com cuidado
diretamente sob a chama do BICO DE BÜNSEN.

VIDRO DE RELÓGIO
Peça de Vidro de forma côncava é usada em análises e
evaporações. Não pode ser aquecida diretamente.

OUTROS EQUIPAMENTOS

ANEL OU ARGOLA
Usado como suporte do funil na filtração.

BICO DE BÜNSEN
É a fonte de aquecimento mais utilizada em laboratório. Mas
contemporaneamente tem sido substituído pelas MANTAS E
CHAPAS DE AQUECIMENTO.

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ESTANTE PARA TUBO DE ENSAIO

É usada para suporte de os TUBOS DE ENSAIO.

GARRA DE CONDENSADOR
Usada para prender o condensador à haste do suporte ou
outras peças como balões, erlenmeyers etc.

PINÇA DE MADEIRA
Usada para prender o TUBO DE ENSAIO durante o
aquecimento.

PINÇA METÁLICA

Usada para manipular objetos aquecidos.

PISSETA OU FRASCO
LAVADOR

Usada para lavagens de materiais ou recipientes através de


jatos de água, álcool ou outros solventes.

TELA DE AMIANTO
Suporte para as peças a serem aquecidas. A função do
amianto é distribuir uniformemente o calor recebido pelo BICO
DE BUNSEN.

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SUPORTE UNIVERSAL

Utilizado em operações como: Filtração, Suporte para


Condensador, Bureta, Sistemas de Destilação etc. Serve
também para sustentar peças em geral.

TRIPÉ
Sustentáculo para efetuar aquecimentos de soluções em
vidrarias diversas de laboratório. É utilizado em conjunto com a
TELA DE AMIANTO.

BALANÇA DIGITAL

Para a medida de massa de sólidos e líquidos não voláteis


com grande precisão.

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Aula Prática nº 1: Cristais Artificiais de Sulfato de Cobre – CuSO4
Objetivos

 Verificar que é possível fazer um cristal/mineral e observar a estrutura cristalina.

Materiais
 1 Béquer de 50 mL
 1 Baqueta de vidro
 1 Espátula
 1 Placa de petri
 1 Proveta de 50 mL

Reagentes
 30 mL água destilada
 1 espátula de Sulfato de cobre pentahidratado ( CuSO4. 5H2O)

Procedimento
 Medir a água na proveta e colocar a água no béquer. Dissolver o Sulfato de Cobre
completamente, colocar na placa de petri. Deixar “repousar” por uma semana, até os
cristais se formarem.

O relatório deve conter


 Introdução teórica (sobre formação dos minerais)
 Materiais e Reagentes
 Procedimento
 Resultados e Discussão (Verificar se formou mineral e com qual sistema cristalino se
assemelha)
 Conclusão
 Críticas e Sugestões
 Referências Bibliográficas
 Questões

Questões

1. Qual a diferença entre cristal e vidro?


2. O vidro pode ser produzido naturalmente?
3. Com qual sistema cristalino você acha que se assemelha o cristal de sulfato de cobre?
4. Na natureza, qual é o nome desse mineral e suas características?

Resposta 4:
Nome: Calcantita
Fórmula: CuSO4. 5H2O
Classe Química: Sulfatos
Dureza: 2,5
Sistema Cristalino: Triclínico
Clivagem: Imperfeita
Usos: fungicida, corante

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Fundamentação Teórica

1.1. Minerais

Mineral é um elemento ou composto químico encontrado espontaneamente na


natureza. Substâncias geralmente sólidas, originadas de processos naturais e inorgânicos, os
minerais formam as rochas da crosta da Terra. Cada espécie mineral tem uma determinada
composição química. Substâncias produzidas artificialmente, ou através de atividade orgânica
(de animais e plantas), não são consideradas minerais verdadeiros.
Um mineral verdadeiro precisa se desenvolver sem a intervenção de nenhum ser vivo,
ou seja, por processo inorgânico. O âmbar, por exemplo, não é considerado um mineral, não
só porque suas partículas cristalinas não mantêm a forma quando quebradas, mas também por
ser uma resina fóssil produzida há milhões de anos por árvores coníferas, que são seres
vivos.Eles podem ser:
 Polimorfos: minerais que têm a mesma composição química, mas estruturas cristalinas
diferentes. Ex: Carbono grafite e Carbono diamante.

Figura 1. Arranjo dos átomos de carbono no diamante (a) e no grafite (b).

 Isomorfos: minerais que têm estrutura cristalina semelhante, mas composição química
diferente ou variável. Ex: Calcita (CaCO3) e Magnesita (MgCO3).

1. 2. Estrutura Cristalina - Geometria

A estrutura cristalina é um padrão geométrico dentro do sólido como os átomos,


moléculas ou íons se encontram espacialmente arranjados. Todas as espécies de um mineral
têm a estrutura cristalina idêntica. A estrutura dos minerais/cristais é representada por sete
sistemas cristalinos:

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Ex: Diamante e
Granada.

Ex: Quartzo  e
Berilo.

Ex: Zircão, Rutilo.

Ex: Quartzo  e Turmalina.

Ex: Olivin e Topázio.

Ex: Ortoclásio, e Mica.

Ex: Plagioclásio.

Figura 2. Sistemas Cristalinos

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1.3. Diferença entre Cristal e Vidro

 Cristal: é um sólido no qual as partículas estão organizados num padrão


tridimensional bem definido, que se repete no espaço, formando uma estrutura com
uma geometria específica (mesmo que mineral). Quase não há movimentação das
partículas no retículo cristalino. A estrutura cristalina se forma com o resfriamento
lento do material, dando tempo para as partículas se ordenarem.
 Vidro: é uma estrutura desordenada, não há repetição do arranjo. Existe uma maior
movimentação das partículas, o que caracteriza o estado líquido, por isso o vidro é
considerado líquido. A estrutura vítrea se forma com o resfriamento rápido do
material, não dando tempo das partículas se organizarem.

Figura 3. Diferença entre estrutura cristalina e vítrea.

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Aula Prática nº 2: Da água turva a água clara.

Introdução: as águas captadas nos mananciais se tornam potável passando por processos que
destroem microorganismos potenciais causadores de doenças, retiram sedimentos em
suspensão e controlam o aspecto e o gosto. As principais operações consistem em decantação,
coagulação, floculação, filtração e desinfecção. A ordem das etapas e os reagentes
empregados podem variar, dependendo das características iniciais da água, volume e da
finalidade do tratamento.

Objetivo: Realizar ensaio de floculação e determinar a concentração ideal de reagentes para a


floculação da água em estudo.

Material:

1 retro projetor
1 caneta retro projetor
1 béquer de 1000ml
4 béqueres de 500ml
3 bastões de vidro
1 funil
3 papeis de filtro
1 pipeta de 1ml
1pera
1 béquer de 100ml
1béquer de 50ml
2 colheres para reagentes
água destilada
10 ml de solução sulfato de alumínio
0,9 mol/l ou alúmen de potássio 0,18
mol/l
50 ml de solução de água de cal (0,02
mol de Ca(OH)2)

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Procedimento:

Preparo dos reagentes:


1. Pesar 3,078g de sulfato de alumínio no béquer
2. Adicionar água aos poucos, solubilizando até o volume de 10ml, reservar.
3. Pesar 0,074g de CaO (cal)no béquer de .
4. Adicionar água destilada aos poucos solubilizando, até o volume de 50ml
reservar.
Prepara da água bruta:
1. No béquer de 1 litro adicionar 2 colheres de terra e água até o volume de 1l.
solubilizar
2. Filtrar, dividindo o conteúdo em dois béqueres de 500ml.
3. marcar os béqueres A e B com a caneta retro projetor.
4. colocar os béqueres em cima do retro e acender a luz.
5. adicionar 1ml de solução de sulfato de alumínio
6. agite e em seguida adicione 50ml da solução de água de cal
7. agite brandamente, e deixe em repouso por + ou – 15minutos.
8. filtre os dois sistemas A e B e compare os resultados

* Repita os procedimentos utilizando uma concentração 0,45mol/l de sulfato de


alumínio e 0,01mol/l de Ca(OH)2

Questões:
1. Explique qual a função da etapa de floculação.
2. Qual a função do sulfato de alumínio no processo de floculação?
3. Qual a função da água de cal no processo?
4. Pesquise o que são colóides, e explique onde eles podem ser observados no
processo realizado.
5. No processo convencional de tratamento da água utilizado nas ETAS e também
nesse ensaio, produziu-se um resíduo também denominado popularmente de
“lodo”, segundo as normas ambientais qual é o destino final que esse material
deve ter e por quê?

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Aula Prática nº 3: Água dura?

Objetivo

 Verificar a propriedade de alguns sais insolúveis em provocar dureza na água,


dificultando a ação de detergentes e sabões e a formação de espuma.

Material necessário

• amostra de cloreto de sódio


• amostra de cloreto de cálcio
• amostra de cloreto de magnésio
• amostra de nitrato de potássio
• amostra de sulfato de sódio
• amostra de sulfato de ferro (II)
• amostra de sulfato de magnésio
• água destilada
• solução de sabão ou sabonete, feita com 10 g de sabão comum, de coco ou sabonete,
em 1 litro de água destilada
• tubos de ensaio

Procedimento

1) Colocar em cada um dos tubos de ensaio cerca de 2 ml de água destilada.

2) Numerar os tubos de 1 a 7.

3) Adicionar a cada um deles, separadamente:

• Tubo 1: 20 mg de cloreto de sódio


• Tubo 2: 20 mg de cloreto de magnésio
• Tubo 3: 20 mg de nitrato de potássio
• Tubo 4: 20 mg de sulfato de sódio
• Tubo 5: 20 mg de sulfato de ferro (II)
• Tubo 6: 20 mg de sulfato de magnésio
• Tubo 7: 20 mg de cloreto de cálcio

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4) Agitar cada tubo até dissolver bem as amostras de cada tubo.

5) Adicionar a cada tubo o mesmo volume da solução de água com sabão. Agitar bem.

6) Verificar se há ou não formação permanente de espuma.

7) Determinar quais sais e íons são responsáveis pela não-formação de espuma.

Comentários

A água é conhecida como solvente universal por dissolver com facilidade muitos
compostos, inorgânicos e orgânicos.

A água natural, que chega em nossas torneiras, é uma solução composta de pequenas
quantidades de diversos minerais, dissolvidos durante a sua passagem pelo solo. Essas
substâncias, geralmente sais, não são prejudiciais aos usos domésticos da água.

Certos sais, no entanto, quando dissolvidos à água, evitam a formação de espuma ao se


adicionar o sabão. Essa água é chamada “água dura”, e “dureza”, a sua característica de
não formar espuma (não dissolver o sabão) isto é, não servir adequadamente para a
limpeza.

Neste experimento, podem-se identificar alguns sais que provocam dureza na água.

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Aula Prática nº 4: Contaminação e contaminantes do solo - Efeito do
pH.

Objetivo:

 Observar o efeito do pH sobre a coloração de pétalas de flores.


 Relacionar as ocorrências da contaminação com as carências do solo.
 Definir as conseqüências dos contaminantes.

Material:

Pétalas de flores
Gral com pistilo.
Funil de vidro
Algodão ou papel filtro.
3 tubos de ensaio
Solução de ácido clorídrico 0,1 M
Solução de hidróxido de sódio 0,1M.
Papel indicar de pH

Procedimento:

 Macere as pétalas ( uma única amostra) em água.


 Filtre com funil e algodão (ou papel filtro).
 Coloque o extrato obtido em três diferentes tubos de ensaio.
 Num deles acrescente lentamente gotas do ácido e no outro, hidróxido de sódio,
o terceiro tubo funcionará como controle.
 Observe as alterações da coloração, decorrentes da mudança de pH.
 Faça a leitura dos valores de pH.

Questões:

1. Por que ocorre alteração da coloração em presença das duas substâncias químicas
utilizadas?
2. Como essa reação pode ser observada na natureza?
3. Elabore uma tabela com os resultados das leituras obtidas de pH.
4. O que Pode ser feito para resolver esses problemas de acidez ou alcalinidade do
solo?
5 . Escolha uma cultura e pesquise sobre o pH do solo ideal para a mesa.

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Aula Prática: Uso e Ocupação de Solo
Perfil do solo

Chama-se de perfil do solo a seção vertical que, partindo da superfície, aprofunda-se até
onde chega a ação do intemperismo, mostrando, na maioria das vezes, uma série de
camadas dispostas horizontalmente (horizontes), paralelas à superfície do terreno, num
corte vertical, que possuem propriedades resultantes dos efeitos combinados dos
processos de formação do solo. Estes perfis podem ser notados em locais onde os perfis
estão expostos, como cortes de estrada, trincheiras e outras escavações.

Um perfil completo e bem desenvolvido apresenta basicamente 4 tipos de horizontes,


que são os horizontes principais.

PERFIL HIPOTÉTICO

Resto vegetal
Material orgânico e mineral

A Material orgânico em decomposição


Transição
Transição

B Máxima concentração de
argila
Transição
C
Material
Rocha pouco afetado pelos
organismos

ROCHAS

Símbolo O = horizonte orgânico, onde se encontra a terra vegetal.


Símbolo A = camada mineral, acúmulo de matéria orgânica em decomposição.
Símbolo B = situa-se abaixo do nível A desde que não sujeita a erosão.
Símbolo C = Zona de transição para a rocha, tem características mais próximas ao
material do qual o solo começou a se formar.

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Aula Prática nº 5: Reconhecer os principais componentes do solo

1. Encher um copo com água até metade, colocar 2 ou 3 colheres de amostra de


solo e mexer. Observar através do líquido o feixe de luz de uma lanterna e
comparar com água limpa. Filtrar a mistura através de um pano limpo e analisar
o que ficou retido no pano.

2. Colocar um pouco do solo numa colher ou numa espátula e aquecer. Colocar um


vidro, um espelho ou outra superfície próxima à colher sem encostar. Observe o
que acontece no vidro.

Explicação: Com estes procedimentos podemos identificar a presença de ar através do


desprendimento das bolhas, de partículas sólidas que turvam a água limpa e da água
através da condensação no vidro. Se prosseguirmos com o aquecimento verifica-se a
mudança na cor, indicando a queima da matéria orgânica do solo.

MORFOLOGIA DO SOLO

COR: É a característica mais notada. Muitos nomes populares são dados em função da
sua respectiva cor. Solos escuros, por exemplo, indicam altos teores de restos orgânicos
decompostos. A cor vermelha está relacionada com solos de altos teores de óxido de
ferro, tons cinza indicam solos que tem excesso de água (baixa capacidade de
drenagem).
TEXTURA: o solo é constituído de pequenas partículas individuais, que em condições
naturais estão ligadas umas às outras. Os tamanhos são variados e classificam-se:
Pedras: Ø > 20 mm
Cascalho 20 mm <=Ø< 2 mm
Areia 2 mm<= Ø < 0,02 mm
Silte 0,02 mm <= Ø < 0,002 mm
Argila Ø<= 0,002 mm
A fração de areia pode ser dividida em areia grossa 2 – 0,2 mm e areia fina 0,2 – 0,02
mm.
O termo textura refere-se à proporção relativa das frações Areia, silte e argila em um
solo. Um horizonte é constituído de uma combinação dessas três frações.

Classificação segundo a ABNT: Areia


Média grossa
argila Silte fina

0,05 0,05 0,42 2 4,8

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Diâmetro dos grãos em mm

Exames Visuais: tamanho e forma dos grãos dos solos de granulação grosseira (areia e
pedregulhos), textura e cor dos solos de granulação fina (argila e silte).
Tacto: o solo úmido é amassado entre os dedos, os solos argilosos apresentam-se
pastosos (plástico).

Consistência

A consistência está relacionada com a influência que as forças de coesão e de adesão


exercem sobre os constituintes do solo, de acordo com suas variáveis estados de
umidade.

A força de coesão se refere à atração entre partículas sólidas, entretanto, a força de


adesão está relacionada à atração entre as partículas sólidas e as moléculas de água.
Assim, um solo pode ser muito duro quando está seco, e pegajoso quando está
molhado.

Porosidade

Refere-se à porção de espaços ocupados pelos líquidos e gases em relação ao espaço


ocupado pela massa de solo (relação entre volume de vazios e volume total de uma
amostra de solo). Divide-se em micro e macro porosidade, sendo que esta variação
deve-se à forma e ao imbricamento dos grãos (como estes se encaixam). A porosidade
está diretamente relacionada com a circulação de água no solo, isto é, as redes de poros
podem estar conectadas permitindo a circulação de água, ou podem estar também
isolados, o que permite que a água fique em seu interior, mas não circule.

Permeabilidade

É a maior ou menor facilidade com que a percolação da água ocorre através de um solo.
A permeabilidade é influenciada pelo tamanho e arranjo das partículas, e pela sua
porosidade. Ainda, deve-se ressaltar a importância da viscosidade e temperatura da
água.

Diante do exposto, é possível considerar que o solo é um material poroso, composto


pelas fases sólida, líquida e gasosa, e que se origina pela intemperização física e
química das rochas situadas em determinado relevo e sujeitas à ação do clima e dos
organismos vivos. Abaixo, estão listadas as substâncias sólidas, líquidas e gasosas que
compõem o solo.

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SUBSTÂNCIAS SÓLIDAS ÁGUA AR

Partículas minerais: originadas É o meio onde os Ocupa o espaço entre as


da desintegração e nutrientes solúveis do partículas permitindo a
decomposição das solo estão respiração dos microrganismos e
rochas. dissolvidos. das raízes das plantas.

Partículas orgânicas: formadas


por restos de seres vivos ou
produtos eliminados por estes.

SÓLIDA LÍQUIDA GASOSA

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Aula Prática nº6: Verificação dos Conceitos

Trazer pás ou colheres de casa, saquinhos de supermercados sem furos e fita crepe.

Observação do solo
1. Observar o solo em diferentes locais e recolher amostras em sacos plásticos, rotulá-
los e levá-los até a classe. Pode ser escolhido o solo do jardim da escola, de um terreno
baldio, de uma horta, enfim, de locais com solos aparentemente bem distintos. Com
auxílio da pá ou da colher, recolher amostras do solo (aproximadamente meio
saquinho). Marcar com a fita crepe o local da coleta. Na classe, cobrir as mesas com
papel; colocar um pouco das amostras num pires, ou vidro. Usar uma lupa pode facilitar
a observação. Orientação: Procure observar e listar semelhanças e diferenças entre
amostras, quanto à cor, textura, consistência e presença de organismos.

As partículas do solo estão em contato umas com as outras, ou seja, aderidas, mesmo
havendo ar entre elas. Entretanto, a proporção entre os grãos que compõem as partículas
varia de solo para solo. Por exemplo, quando dizemos solo arenoso, não quer dizer que
só tem areia, mas que a quantidade de grãos de areia é maior que a de outros grãos, já
no solo argiloso há predominância de partículas de argila em relação às demais.

Em solos arenosos, onde as partículas são maiores, a permeabilidade é maior, uma vez
que os espaços existentes entre grãos de areia também são mais pronunciados. Já em
solos argilosos, como as partículas são menores, estas podem “se encaixar”, deixando
menores espaços entre si e, portanto diminuindo a permeabilidade.

Por que alguns solos brasileiros apesar de argilosos são permeáveis?

O que pode ocorrer, principalmente em regiões de clima tropical, é a grande intensidade


do intemperismo químico, isto é, as partículas intemperizadas se aglomeram formando
estruturas maiores, e assim, os espaços entre os “grãos maiores” permitem maior
permeabilidade. O latossolo brasileiro, por exemplo, é bastante argiloso e, no entanto, a
água percola com facilidade em suas estruturas consolidadas.

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Aula Prática nº7: Permeabilidade

O objetivo desta atividade é comparar a permeabilidade de diferentes amostras de solo.

Para tanto, serão utilizados os seguintes materiais:

Copinhos, funis e suportes para funis, uma espátula, amostras de solo, água, relógio ou
cronômetro.

O procedimento consiste em colocar um funil sobre cada suporte e um copinho embaixo


do funil. Separar uma amostra de solo e desfazer os torrões. Usando a espátula, encher
cada funil até a metade com cada amostra de solo. Molhar vagarosamente cada amostra
com a mesma quantidade de água, de forma que fique completamente umedecida.
Encher os copinhos de água e despejar vagarosamente e ao mesmo tempo nos funis.
Anotar o tempo que demorou para a água passar pela amostra de solo.

Questões a serem respondidas depois da atividade:

1)Qual o volume aproximado que cada solo reteve?

2)Em que amostra a água passou com maior dificuldade?

3)Qual a amostra que apresenta maior permeabilidade?

As diferentes características dos solos permitem compará-los e classificá-los.

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Atividade de campo nº 1 – Análise Físico Química da água e Efluentes

Estudo preliminar simplificado dos impactos ambientais produzidos pelo


lançamento de efluentes urbanos. (Sugestão: Córrego da sua região)

Introdução

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986

Publicado no D. O. U de 17 /2/86.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - IBAMA, no uso das atribuições


que lhe confere o artigo 48 do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, para efetivo
exercício das responsabilidades que lhe são atribuídas pelo artigo 18 do mesmo decreto,
e Considerando a necessidade de se estabelecerem as definições, as responsabilidades,
os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de
Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente,

RESOLVE:

Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer


alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais.

Objetivo: Identificar os principais impactos ambientais provocados pelo lançamento de


efluentes urbanos no Córrego da região determinada”.

Materiais:
Caderno de anotações
Mapa da área
Máquina fotográfica
Papel indicador de pH
Medidor de turbidez
Medidor de coliformes fecais
Termômetro
Garrafa de água mineral vazia
Água potável

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Procedimento:

1. Divididos em grupos, percorrer o trajeto descrito no mapa.

2. Observar, anotar e fotografar todos os fatos possíveis der serem causadores de


impactos ambientais, (lixo, esgoto, vazamentos, bueiros entupidos, etc.)

3. Observar, anotar e fotografar, as condições físicas do córrego (erosão mata


ciliar, assoreamento, poluição, etc.)

4. Escolher um ponto e após efetuar a tríplice lavagem da garrafa coletar água, para
as análises preliminares.

5. Verificar a turbidez, pH, temperatura, coliformes,

6. Verificar de acordo com os valores obtidos em que tipo de classe de águas se


enquadra esse córrego.

7. Elaborar Relatório

Elaborar o trajeto realizado das Etecs até o córrego (distância e tempo).

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Aula Prática nº 8: Determinação da Acidez

Acidez total representa o teor de dióxido de carbono livre, de ácidos minerais, de ácidos
orgânicos e sais de ácidos fortes, os quais na hidrólise produzem íons de hidrogênio
para a solução.
As águas naturais, em geral, têm uma reação alcalina, porém, acidez não é
necessariamente indesejável. A importância brusca pode caracterizar o lançamento de
algum resíduo industrial (ANDRADE e MACÊDO, 1996).
Como já citado, a maioria das águas é considerada alcalina, embora possa conter gás
carbônico, ou seja, a água pode apresentar ao mesmo tempo, acidez e alcalinidade.
O gás carbônico será responsável pela acidez das águas naturais. Já a acidez mineral e
acidez orgânica são resultantes de resíduos industriais. A acidez apresenta como
inconveniente a corrosividade, em função deste fato, ressalta-se que uma água utilizada
na indústria deva apresentar um pH acima 8, 3, pois acima deste pH não existe mais gás
carbônico, reduzindo sua agressividade.

H2CO3 HCO3- + H+

pH=4,6 pH=8,3

MATERIAL

02 erlenmeyer 250ml
02 provetas graduadas de 100ml
02 béqueres de 50ml
01 pisseta
01 suporte de bureta
01 funil

REAGENTES:

Hidróxido de sódio 0,01 N SV


Fenolftaleína SI

PROCEDIMENTO:

1)Colocar no erlenmeyer (de 250ml) 100ml da amostra de água, medidos em uma


proveta.
2)Juntar 3 a 4 gotas de Fenolftaleína.
3)Titular com hidróxido de sódio 0,01 N até viragem ao róseo, permanente por 30
segundos no mínimo.
Se a água ficar rósea ao adicionar a Fenolftaleína sua acidez nula.

CÁLCULOS X (ppm de acidez = NB.V(ml).Fc.Eq-Ga.1000


em CO2) V amostra

X (mg de CO2/L) = 0,01.V (ml).fc. 44.1000


100

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(Mg de CO2/l) = 4,4 x V (ml) x fc

X(ppm de acidez = NB.V(ml). fc. Eq GA. 1000).


em CaCO3) V amostra

X(ppm de acidez em CaCO3) = acidez total

X(mg de CaCO3/L) = 0,01.V)ml).fc. 50.1000


100

Mg de CaCO3/L (acidez total) = 5,0 x V(ml) x fc

PREPARO DAS SOLUÇÕES

1) Solução indicadora alcoólica de Fenolftaleína 1%

Dissolva 1g de Fenolftaleína em 100ml de álcool etílico 95%.


Homogeneíze. Filtre se houver formação de precipitado.

2) Solução de estoque de NaOH 0,1N (4,2g/L ou 0,42% p/v)


Pese 4,2g de NaOH (lentilhas ou micropérolas) para um béquer de 400ml, dissolva em
água destilada. Com lavagens sucessivas, quantitativamente, transfira a solução para
balão volumétrico de 1000ml, complete o volume com água destilada. Afira utilizando
o hidrogenoftalato de potássio. Faça diluição desta solução estoque para obter a solução
0,01 N.
V ▪ N = V’▪ N’
V.0,1 = 250.0,01
V =2,5/0,1
V =25ml
Em balão volumétrico de 250ml, coloque 25ml da solução estoque 0,1N, complete o
volume com água destilada, homogeneíze, afira a solução 0,01N com hidrogenoftalato
de potássio.

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Bibliografia

 VOGEL. Análises Químicas Quantitativa. São Paulo: Guanabara.

 MORITA, Tókio. Manual de Soluções, Reagentes e Solventes. Editora: Edgard


Blucher.

 MACEDO, Jorge Antonio Barros. Métodos de Laboratório de Análises Físico-


Química& Microbiológicos. São Paulo: ABES.

 DANA, James D. Manual de mineralogia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e


Científicos, 1978.

 SHRIVER, D.F.et.al. Inorganic chemistry. 2 ed. Oxford: Oxford Universit Press,


1994.

 TEIXEIRA, W.; de TOLEDO, M.C.M.; FAIRCHILD, T.R. & TAIOLI, F. (org.)


2000. Decifrando a Terra. Oficina de Textos, São Paulo. 568 p.

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