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MODELOS E CARREGAMENTO
h
Para o edifício ao lado, com os pórticos 1 a 4
uniformemente espaçados, essas áreas seriam:
Aextremidade = L1.h/6
Acentral = L1.h/3
Tal metodologia parece adequada, mas ela
confunde carga atuante no edifício com a carga
resistida por cada pórtico ou estrutura de L1
L2
contraventamento.
CARGA EM CADA ESTRUTURA DE CONTRAVENTAMENTO
A diferença entre carga aplicada
e carga resistida pode ser
ilustrada fazendo a analogia do
pavimento do edifício com uma
viga contínua (pensada como
contida no plano horizontal, sob
as cargas horizontais de vento),
onde os apoios são os pórticos e
estruturas de contraventamento
que se opõem ao deslocamento
provocado pelo vento.
Embora a carga aplicada seja
uniforme (como a carga de vento
em situação centrada), as
reações não são uniformes, e
não podem ser adequadamente
descritas pelo conceito de
comprimento de influência
tomado como a metade da
distância entre um apoio e outro.
PAVIMENTOS COMO DIAFRAGMAS RÍGIDOS
Um efeito que pode ser percebido experimentalmente, ou
1
através de simulações computacionais de modelos mais 2
3
completos, é que os pavimentos, formado pelas lajes e vigas, 4
sofrem deformações contidas no plano do pavimento
(horizontais) muito menores que as deformações verticais ou
que os próprios deslocamentos horizontais do pórtico do
edifício. Na comparação com os deslocamentos do pórtico, os
pavimentos podem ser considerados como indeformáveis no
plano horizontal, ou seja, não têm alteração de forma em
planta, podendo ser considerados como diafragmas rígidos.
A consideração de corpo rígido permite dizer que cada
pavimento pode se deslocar horizontalmente ou girar em torno H
de um eixo vertical passando por um centro de rotação, sem
que a forma ou distância relativa dos diversos pontos do h
pavimento, medida no plano do pavimento, se altere.
Se as cargas resistidas por cada pórtico é a estimada pela
respectiva Área de Influência do Nó, os pórticos de extremidade
1 e 4 teriam metade da carga horizontal que os pórticos 2 e 3.
Se todos os pórticos forem iguais, os pórticos 1 e 4 teriam
metade dos deslocamentos horizontais que os pórticos centrais
2 e 3, e os pavimentos estariam com deformações
consideráveis nos seus planos horizontais.
Se os pavimentos se comportam como diafragmas rígidos, e os
pórticos são todos idênticos e uniformemente espaçados, a L1
única solução possível é que a carga resistida é igual entre os L2
diversos pórticos, e os pavimentos sofrem simplesmente um
deslocamento horizontal.
SUBSTITUINDO O PÓRTICO POR UMA MOLA EQUIVALENTE
Se os pavimentos se comportam como diafragmas rígidos,
as cargas a serem resistidas por cada pórtico não podem
ser calculadas a partir de Áreas de Influência do Nó do
Pórtico. d d d
F F
Ao se aplicar uma força F no topo de um dos pórticos
resistentes, o mesmo apresenta um deslocamento
horizontal “d”. Se o pórtico está no regime Elástico Linear
(consideração válida para a análise de estruturas de
concreto armado sob cargas de serviço) o deslocamento K=F/d
horizontal “d” é diretamente proporcional ao da força
horizontal aplicada “F”. Ou seja, para o pavimento superior,
o pórtico pode ser substituído por uma Mola Equivalente
de rigidez K=F/d.
Para cada um dos pavimentos inferiores pode-se
determinar a constante de mola equivalente aplicando-se a
força “F” naquele ponto e calculando-se o deslocamento
resultante (algo que pode ser facilmente feito no Ftool ou
outro programa qualquer de análise estrutural).
Se os diversos pórticos de um edifício forem diferentes
entre si, mas a rigidez relativa das vigas e pilares ao longo
dos diversos andares se altera de forma similar, pode-se
considerar que a substituição dos pórticos por molas feita
para o andar superior é representativa, em termos de
rigidez relativa dos pórticos entre si, para os diversos
outros andares.
CARGA EM CADA ESTRUTURA DE CONTRAVENTAMENTO
Fazendo novamente a analogia, a viga é
modelada como indeformável e os pórticos,
que são os apoios, como deformáveis
(apoios elásticos).
Havendo simetria na estrutura, e molas de
igual rigidez, a estrutura simplesmente
sofre uma translação, permanecendo
paralela à configuração inicial, e as reações
são todas iguais.
Havendo molas com rigidezes diferentes,
mas mantendo a simetria, a deformada
permanece apenas uma translação, mas as
reações são proporcionais ao valor da
rigidez de cada mola.
A situação mais geral é a com molas de
diferentes rigidezes, sem simetria. A
deformada é uma translação e uma
rotação, e as reações nas molas são todas
diferentes entre si, dependentes tanto da
rigidez de cada mola quanto da
configuração deformada final.
PAVIMENTOS COMO DIAFRAGMAS RÍGIDOS E PÓRTICOS COMO MOLAS
Os pórticos resistentes ao vento em uma dada direção não necessariamente são iguais, ou
uniformemente espaçados. Cada um deles é substituído por uma mola equivalente, com sua própria
constante.
A carga de vento em cada andar atua no centróide da Área de Influência do Andar, definindo o
Centro Geométrico do pavimento G onde passa a reta suporte da Força de Arrasto Fa.
O Centro Elástico do pavimento, E, é ponto no qual uma força aplicada provoca apenas translação
do pavimento na direção da força, sem rotação. No caso de molas diferentes ou não igualmente
espaçadas, o centro elástico E não coincide com o centro Geométrico G.
A posição da força de arrasto depende unicamente da geometria das fachadas de barlavento, que
recebem o vento.
O Centro Elástico, por sua vez, depende exclusivamente das
K1 K2 K3 K4 rigidezes relativas dos diversos pórticos e seus afastamentos.
Mesmo que a fachada de barlavento apresente eixos de
simetria (seja retangular, como a do exemplo) , se os pórticos
G
resistentes apresentam rigidezes diferentes (pilares e vigas
E com seções diferentes), a Força de Arrasto não passa pelo
Centro Elástico, e o andar sofrerá, além de translação na
y direção da Força de Arrasto, também rotação em torno do
x
Centro Elástico.
e
Fa
RESULTANTES DO VENTO SOBRE O CENTRO ELÁSTICO
Com o Centro Elástico E não coincidente com o Centro Geométrico G, pode-se
considerar que o pavimento vai se comportar como um corpo rígido (diafragma
rígido) com uma Força de Arrasto Aplicada ao Centro Elástico e um momento,
resultado da excentricidade “e” do Centro Geométrico em relação ao Centro
Elástico, medida na direção perpendicular à direção de atuação da Força de
Arrasto.
K1 K2 K3 K4 K1 K2 K3 K4
M = Fa.e
G G
E E
y y
x x
e
Fa Fa
PAVIMENTO COM FORÇA DE ARRASTO NO CENTRO ELÁSTICO
Com a Força de Arrasto aplicada no Centro Elástico, o efeito sobre o pavimento é apenas uma
translação. Todos os pórticos terão o mesmo deslocamento “d” na direção da Força de Arrasto.
A força em cada mola é calculada como:
G
E Embora o cálculo seja feito para o pavimento superior, pode-
se considerar que as Forças de Arrasto de cada pavimento se
y distribuem entre as diversas molas (pórticos) com as
x
mesmas proporções, se a mudança de rigidez de todos os
Fa pórticos ao longo da altura se dá de forma proporcional.
A POSIÇÃO DO CENTRO ELÁSTICO DO PAVIMENTO
A posição do Centro Elástico E pode ser calculada pensando no equilíbrio de
momentos do pavimento em relação a um ponto qualquer.
Usando a origem do sistema de eixos xy, pode-se escrever:
K1 K2
Onde xE é a coordenada x do Centro Elástico e
K3 K4
xi é a coordenada de cada mola (pórtico).
G
E
x
Fa
ROTAÇÃO DO PAVIMENTO – TORÇÃO DO EDIFÍCIO
O efeito do momento M decorrente da excentricidade da Força de Arrasto, centrada no Centro
Geométrico, em relação ao Centro Elástico, é provocar uma rotação q de todo o pavimento,
sem translação.
Considerando que q é pequeno, ele e sua tangente se confundem, o deslocamento em cada
mola é dado por:
Onde x’i é a distância na direção x de cada mola ao Centro Elástico E. A coordenada x’i pode
assumir valores positivos (molas à direita de E) ou negativos (molas à esquerda).
A força em cada mola é dada por:
y’
A resultante do momento das molas é o momento da
M
q Força de Arrasto:
E x’
ROTAÇÃO DO PAVIMENTO – TORÇÃO DO EDIFÍCIO
O ângulo de rotação q do pavimento é dado por:
onde:
K1 K2 K3 K4
A fim de facilitar o entendimento da formulação
explicitada acima, somente foi considerada a
M = Fa.e
existência de pórticos na direção y.
G
E
Embora os pórticos na direção x não contribuam
y para resistir à parcela de translação, eles
contribuem para a parcela de rotação, de forma
x
Fa que formulação precisa ser modificada.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO 1
Usando uma viga indeformável no Ftool,
é possível exercitar o comportamento
descrito anteriormente.
Há molas de rigidez 100, 150, 250 e
300kN/mm nas posições 0m, 2m, 5m e
9m.
O centro elástico é dado por
O centro elástico é dado por
KT = 100+150+250+300 = 800kN/mm
xE=(100*0+150*2+250*5+300*9)/ KT
xE = 5,3125m
KR = 100*(-5,3125)2 + 150*(-3,3125)2
+ 250*(-0,3125)2 + 300*(3,6875)2
KR = 8571,875 kN.m2/mm
R4 = (300/KT)*Fa
+ 300*(+3,6875)/KR*(-81,25)
R4 = 27,01 kN
OBS.: As reações Ri foram consideradas positivas no sentido contrário ao da
carga de 100 kN que representa a Força de Arrasto Fa.
FORÇAS DEVIDAS AO VENTO EM Y NOS PÓRTICOS EM x E EM y
Ky1 Ky2 Ky3 Ky4
Kx2
y’
G
E ey
y x’
Kx1
x
ex
Fay
y’
G Fax
E ey
y x’
Kx1
x
ex
KR = 200*(-7,4)2+250*(4,4)2+450(-0,4)2+600*(+4,6)2
+300(-5,0)2+500(+3,0)2 = 40560 kNm2/mm
xE = 7,4m
yE = 5,0m
KR = 40560 kNm2/mm
150
(Sem coerência na distribuiçãos dos espaços, escolha dos pisos ou posicionamento dos pilares.)
25
480
15
355
15
250
25
150
15
Px1 ou Px3 Px2 P3 ou P6
V1 V1 ou V5 V3
25
P1 P2
V9
80
Px1 P3
P1 ou P7 P2 ou P8 P4 P5
L3 L4
260
Parquet Laminado de Madeira
L1
SACADA L2
Rebaixo 10 cm Basalto Polido
380
Forro de Gesso
Piso Cerâmico
Guarda-corpo
V1 ou V5 V3
de alvenaria
15cm
V2 V9
V3 Px2 L5 L6 L7
15
P5 Carpete SACADA
Porcelanato
P4 Rebaixo 10 cm
Piso Cerâmico V1 ou V5 V3
Guarda-corpo
L8
de alvenaria V9
15cm
Tabuão
Forro de Gesso
V10
130
V8
Divisória apoiada diretamente sobre a laje V4
(sem viga de sustentação)
480
150
sobre a laje
Piso Cerâmico L9 DESPENSA
230
Px3
V6
100
V7
V9
P7 V5 P8
25
Os pórticos Px1 e Px3 têm a extremidade direita com um apoio simples, impedindo apenas o
deslocamento vertical, pois a extremidade direita da V1 ou V5 está apoiada na V9.
Os pilares P3 e P6 não formam pórticos, funcionando de maneira isolada para as cargas horizontais.
Sua rigidez é muitas vezes menor que a dos pórticos Px1 a Px3, fazendo com que a parcela da Força
de Arrasto que eles resistem seja tão baixa que muitos projetistas desprezam esses pilares como
elementos de contraventamento.
ESTRUTURAS DE CONTRAVENTAMENTO EM y DE UM PAVIMENTO EXEMPLO
PAVIMENTO DIDÁTICO
150
(Sem coerência na distribuiçãos dos espaços, escolha dos pisos ou posicionamento dos pilares.)
25
480
15
355
15
250
25
150
15
Py1 ou Py2 Py3
V1 V6 ou V7 V9
25
P1 P2
80
P7 ou P8 P4 ou P5 P6 P3
P3 P1ou P2
L3 L4
Py1 Py2
260
Parquet Laminado de Madeira
L1
SACADA L2
Rebaixo 10 cm Basalto Polido
380
Forro de Gesso
Piso Cerâmico
Guarda-corpo
V6 ou V7 V9
de alvenaria V2
15cm
V3
L5 Py3
L6 L7
15
P5 Carpete SACADA
Porcelanato
P4 Rebaixo 10 cm
Piso Cerâmico V6 ou V7 V9
Guarda-corpo
de alvenaria
L8 15cm
Tabuão
Forro de Gesso
V10
130
V8
Divisória apoiada diretamente sobre a laje V4
(sem viga de sustentação)
480
150
sobre a laje
Piso Cerâmico L9 DESPENSA
230
100
V7
V9
P7 V5 P8
25
150
(Sem coerência na distribuiçãos dos espaços, escolha dos pisos ou posicionamento dos pilares.)
25
480
15
355
15
250
25
150
15 Utilizando o modelo de pórticos planos, as
V1
cargas verticais decorrentes das reações das
25
P1 P2
lajes e das paredes sobre as vigas devem ser
80
Px1
L3 L4
P3
aplicadas conjuntamente com as cargas de
Py1 Py2
260
Parquet Laminado de Madeira
vento.
L1
SACADA L2
Rebaixo 10 cm Basalto Polido
380
P5 Carpete SACADA
Porcelanato
P4 Rebaixo 10 cm
Piso Cerâmico
L8
Tabuão
Guarda-corpo
de alvenaria
15cm devem ser compostos a partir dos diagramas
Forro de Gesso
V10
130
V8
Divisória apoiada diretamente sobre a laje V4
(sem viga de sustentação)
480
150
100
V7
V9
P7 V5 P8
25
Segundo a NBR6123:1988, é preciso considerar em cada face da edificação uma excentricidade na Força de Arrasto,
correspondente a 7,5% ou 15% da largura da face em planta, conforme a consideração ou não de efeitos de
vizinhança.
Isso faz com que, em cada face, 3 situações distintas devam ser analisadas: Força de Arrasto centrada, excêntrica
para um lado, e excêntrica para outro.
Como as forças de vento devem ser consideradas atuando em cada uma das direções ortogonais, e cada direção tem
2 sentidos, no total devem ser analisadas 12 situações de vento agindo sobre a edificação para a determinação dos
esforços solicitantes nos diversos componentes estruturais.