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Origens da Literatura Portuguesa

PANORAMA HISTÓRICO
 Feudalismo
 Suserano e
vassalos

 Teocentrismo
 Deus como
centro do
universo
CRONOLOGIA
TROVADORISMO:
 Período: séculos XII a
XIV (Baixa Idade
Média)
 Início: 1189 (ou 1198?)
 Cantiga da
Ribeirinha, Paio
Soares de Taveirós

 Término: 1418
 Nomeação de
Fernão Lopes como
guarda-mor da Torre
do Tombo
CANTIGA DA RIBEIRINHA

No mundo nom me sei parelha, No mundo ninguém se assemelha a mim


mentre me for' como me vai, enquanto a minha vida continuar como vai
ca ja moiro por vos - e ai porque morro por ti e ai
mia senhor branca e vermelha, minha senhora de pele alva e faces rosadas,
queredes que vos retraia quereis que eu vos descreva (retrate)
quando vos eu vi em saia! quanto eu vos vi sem manto (saia : roupa
Mao dia que me levantei, íntima)
que vos enton nom vi fea! " Maldito dia! me levantei / que não vos vi feia
E, mia senhor, des aquel di' , ai! (ou seja, viu a mais bela).
me foi a mim muin mal, E, minha senhora, desde aquele dia, ai
e vós, filha de don Paai tudo me foi muito mal
Moniz, e ben vos semelha e vós, filha de don Pai
d'aver eu por vós guarvaia, Moniz, e bem vos parece
pois eu, mia senhor, d'alfaia de ter eu por vós guarvaia (guarvaia: roupas
nunca de vós ouve nem ei luxuosas)
valia d'ua correa". pois eu, minha senhora, como mimo (ou prova
de amor) de vós nunca recebi
algo, mesmo que sem valor.
(Paio Soares de Taveirós)
POESIA TROVADORESCA
 Características das cantigas

 Língua: galego-português
 Tradição oral e coletiva
 Poesia cantada e
acompanhada por
instrumentos musicais
 Autores: trovadores
 Gêneros: lírico-amorosas e
satirícas
POESIA TROVADORESCA
 Cantigas Lírico-amorosas
 Cantiga de Amor
 Cantiga de Amigo

 Cantigas Satíricas
 Cantiga de Escárnio
 Cantiga de Maldizer
POESIA TROVADORESCA
 Cantiga de amor

 Origem provençal
 Eu lírico masculino
 Tratamento dado à mulher:
mia senhor
 Expressão da vida da
corte
 Convenções do amor
cortês:
 Idealização da mulher;
 Vassalagem amorosa;
 Expressão da coita.
Cantiga de Amor
(Afonso Fernandes)
Senhora minha, desde que vos vi,
lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.
Quando souberem que por vós sofri
Tamanha pena, pesa-me, senhora,
que diga alguém, vendo-me triste agora,
que por vossa crueza padeci,
eu, que sempre vos quis mais que ninguém,
e nunca me quiseste fazer bem,
nem ao menos saber o que eu sofri.
E quando eu vir, senhora, que o pesar
que me causais me vai levar à morte,
direi, chorando minha triste sorte:
"Senhor, por que me vão assim matar?"
E, vendo-me tão triste e sem prazer,
todos, senhora, irão compreender
que só de vós me vem este pesar.
Já que assim é, eu venho-vos rogar
que queirais pelo menos consentir
que passe a minha vida a vos servir,
e que possa dizer em meu cantar
que esta mulher, que em seu poder me tem,
sois vós, senhora minha, vós, meu bem;
graça maior não ousarei rogar.
POESIA TROVADORESCA
 Cantiga de amigo

 Origem popular
 Eu lírico feminino
 Tratamento dado ao
namorado: amigo
 Expressão da vida
campesina e urbana
 Realismo: fatos
comuns à vida
cotidiana
 Amor realizado ou
possível – sofrimento
amoroso
 Paralelismo e refrão
Cantiga de Amigo

Mia irmã fremosa, treides comigo


a la igreja de Vigo, u é o mar salido:
e miraremo-las ondas.

Mia irmã fremosa, treides de grado


a la igreja de Vigo, u é o mar levado:
e miraremos-las ondas.

A la igreja de Vigo, u é o mar salido,


e verrá i, madre, o meu amigo:
e miraremo-las ondas.

A la igreja de Vigo, u é o mar levado,


e verrá i, madre, o meu amado:
e miraremo-las ondas.

(Martin Codax)
POESIA TROVADORESCA
 Cantiga de escárnio
 Crítica indireta
 Uso da ironia

 Cantiga de Maldizer
 Crítica direta
 Intenção difamatória
 Palavrões e
xingamentos
Cantiga de Escárnio
Cantiga de Maldizer
Ai dona fea! foste-vos queixar Marinha, o teu folgar
porque vos nunca louv’ em meu trobar tenho eu por desacertado,
mais ora quero fazer um cantar
e ando maravilhado
em que vos loarei todavia;
de te não ver rebentar;
e vedes como vos quero loar;
pois tapo com esta minha
dona fea, velha e sandia!
boca, a tua boca, Marinha;
e com este nariz meu,
Ai dona fea! se Deus mi perdom!
tapo eu, Marinha, o teu;
e pois havedes tan gran coraçon
com as mãos tapo as orelhas,
que vos eu loe em esta razon,
os olhos e as sobrancelhas,
vos quero já loar toda via;
e vedes queal será a loaçon:
(...)
dona fea, velha e sandia!
E não rebentas, Marinha?

Dona fea, nunca vos eu loei Afonso Eanes de Coton


em meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já um bom cantar farei
em que vos loarei todavia;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!

João Garcia de Guilhadi


PROSA TROVADORESCA
 Novelas de
cavalaria
 Canções de
gesta

 Ciclos de novelas
 Ciclo Clássico
 Ciclo arturiano ou
bretão
 Ciclo carolíngeo

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