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REDAÇÃO PUBLICITÁRIA
NAS MÍDIAS SOCIAIS
AULA 6
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CCONVERSA INICIAL
A boa redação é imprescindível para geração de conteúdo. A informação, quando vivenciada,
deve se tornar conhecimento. Assim, a postagem de conteúdos relevantes deve levar em
consideração o teor das mensagens e o alinhamento dessa prática com seus diferentes públicos.
Vamos conhecer, agora, um pouco mais das características da publicação e administração de
mensagens.
CONTEXTUALIZANDO
É mais criação ou mais transpiração? O redator digital que tiver um bom repertório certamente
levará vantagens na construção de textos relevantes para a rede. E isso é um fator de diferenciação
entre os bons conteúdos e os textos rasos que flutuam no ciberespaço.
Em seguida, compreenderemos os espaços que a mídia digital ocupa nas fatias de mercado e
de investimento em comunicação. Ano a ano, essas práticas crescem geometricamente em favor
dos displays e da Internet.
A propagabillidade, o determinismo tecnológico e as práticas de persuasão são pontos
importantes de debate e discussão neste momento.
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O redator digital trabalha em conjunto com criativos e tem habilidades e competências muito
semelhantes, mas complementares: o diretor de arte precisa de um ótimo repertório, de
conhecimento em fotografia, desenho, pintura, design e uma boa prática em aplicativos e
softwares gráficos e visuais. O redator precisa ser ótimo em textos: isso implica conhecer muito a
língua portuguesa, suas regras, seus padrões cultos e informais e, para tanto, muita leitura é a base
da construção de um bom texto.
A questão de repertório (ler de bula de remédio a fórmulas de construção de uma turbina
aérea, por exemplo) também é de suma importância para esse profissional.
Além da criatividade, esses profissionais devem criar conceitos, campanhas e motes
publicitários, pensando em quais os formatos ou meios de comunicação tais materiais serão
veiculados.
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Mote é o motivo, o tema da campanha ou ainda, o fio condutor que norteará uma
campanha publicitária.
É papel destes indivíduos captar aquilo que deve ser transmitido e transformar isto em algo
que chame a atenção, que seja desejável, que exponha o produto, serviço, marca ou empresa,
zelando pela boa escolha dos motivos e temas do trabalho, alinhando aos suportes, plataformas e
mídias sugeridas pelo planejamento e mídia. Assim, percebemos a dependência entre os
departamentos, uma vez que todos são responsáveis pela campanha.
Há quem diga que a criação é uma área fácil, em que a diversão é imperiosa e os integrantes
mais fazem festa do que trabalham. A grande verdade é que é um departamento onde nem sempre
é fácil derivar campanhas na velocidade que determinados projetos exigem. Com prazos exíguos,
com cobranças diárias, a inspiração pode ficar comprometida, dando lugar à transpiração, fazendo
com que seus integrantes trabalhem como máquinas, muitas vezes abrindo mão da criatividade –
de múltiplas opções de soluções – para conclusões mecânicas exclusivamente para o
cumprimento de prazos. Não raro, esses profissionais afirmam trabalhar em regime de pastelaria:
recebe o pedido, sem muito devaneio, cria qualquer coisa, embala e entrega para o cliente como se
fossem receitas prontas.
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Tempestade de ideias: momento em que todos os participantes sugerem ideias, conceitos
aleatórios, que, por mais malucos que sejam, não devem ser descartados. Cria-se um elenco
de ideias e, aos poucos, vão-se excluindo as ideias menos importantes até que se chegue a
um ou vários bons resultados que poderá virar o fio condutor da campanha.
Figura 1 – Brainstorm
Fonte: Rawpixell.com/Shutterstock.
No brainstorm, podem surgir ideias valiosas para a criação do mote de campanha que poderá
ser o start para conceitos ainda melhores.
A verdade é que a propaganda e publicidade é uma arte e não uma ciência exata. Cada caso é
um caso, cada cliente tem uma necessidade distinta, porém, devido à pressa, às demandas, as
campanhas acabam saindo como se fossem receitas prontas. Por isso muitas vezes encontramos
campanhas muito semelhantes sendo veiculadas nas ruas.
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CLUBE DE CRIAÇÃO. Disponível em: <https://www.clubedecriacao.com.br/>. Acesso em:
29 set. 2021.
Os orçamentos (budgets) das empresas estão cada vez mais particionados, divididos entre
ações múltiplas que realmente tragam resultados efetivos para as marcas. Entre incontáveis ações,
podemos citar rapidamente: trabalhos de SEOs, investimentos em mecanismos de buscas, Google
Adwords, Adsense, pushs ou impulsões em plataformas ou redes como Facebook e Instagram,
entre outras muitas ações mercadológicas comunicacionais.
Se avaliarmos o quadro a seguir, percebemos que dentro do escopo da própria mídia digital, há
uma movimentação dos investimentos entre seus próprios compostos de comunicação:
O que percebemos é a diluição dos investimentos únicos em displays para remanejar a verba
para as demais práticas como mídias sociais, buscadores, podcasts (áudio) e plataformas de
streaming de vídeo.
Uma das vantagens desse processo é a capacidade de otimização ou customização que estas
redes ou plataformas provém para as marcas. A possibilidade de padronização de promoções ou
veiculações são atrativas para as organizações. Múltiplas formas de patrocínios, em fanpages e
perfis pessoais, portais, chat, fóruns, são recursos valiosos para a comunicação da marca.
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Até hoje, existem vários estudos que ainda visam compreender os princípios da persuasão
dentro do contexto das comunicações de massa. Existe o emprego premeditado em forma e texto
para convencer imperativamente as pessoas como audiências:
a. Votem em tal candidato político;
b. Comprem já determinado produto;
c. Assistam agora a tal filme;
d. Doem para aquela instituição.
Assim, entendemos que também existem diferentes formas de comportamento que são
capazes de sucumbir a esses apelos imperativos e urgentes.
Depende tão somente da forma que a comunicação, pretende atingir o seu intento e incitar,
persuadir, convencer o seu público-alvo. Porém, outras formas mais sutis de persuasão também
são sentenças aplicáveis e válidas: mudanças que exijam troca de crenças, opiniões ou atitudes
subjetivas são suposições que merecem igual estudo e respeito.
O comportamento ostensivo da mídia com critério de persuasão também é válido.
Campanhas políticas, propagandas institucionais, matérias tendenciosas, muitas vezes lançam
mão de artifícios persuasivos com o único intento de convencer determinados grupos, culturas ou
sociedades a participar ativamente e partilhar de suas convicções.
A verdade é que algumas dessas ações conseguem resultados inimagináveis, enquanto outras
falham no seu desenvolvimento, pois a persuasão pode ser considerada uma arte, praticada há
séculos e que a ciência ainda procura entender em teorias apoiadas em bases científicas, mas
também em puro achismo.
Há quem diga que a persuasão, academicamente, é um estudo inacabado, ou até mesmo um
beco sem saída.
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Para vários autores, os dispositivos móveis (como o celular) não promovem um afastamento;
“se consideramos que o dispositivo móvel (ou aparato tecnológico) afastam as pessoas, estaremos
incorrendo em um erro de determinismo tecnológico” (Marquioni, 2017). Justamente por isso,
algumas análises relacionadas, como o determinismo tecnológico, são superficiais, genéricas e
incompletas, o que na prática simplifica conceitos complexos. Assim, fica claro que o que – de fato
– influi na maneira das pessoas em sociedade agirem ou pensarem não são os aparatos
tecnológicos ou gadgets, mas sim o seu uso. Marquioni (2017) sugere uma experiência prática:
ao ler este material, simultaneamente coloque seu aparelho telefônico móvel pessoal sobre a
mesa e deixe-o ali, imóvel, por cinco minutos. Permaneça olhando para o aparelho e para o
mundo a sua volta e, decorridos os cinco minutos, responda: “O aparelho mudou algo no
mundo?” O autor ainda responde: “A resposta certamente deverá ser não (a menos que algo
inusitado tenha acontecido, como a explosão do dispositivo)”. E vai ainda mais longe: “Pegue
seu aparelho e acesse um aplicativo qualquer (por exemplo, um site de previsão do tempo): A
partir de agora (se você realizou o experimento), você está atualizado em relação ao tempo”.
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Gadget deriva de Inspector Gadget. Assim, podemos associar o termo gadget como
bugiganga, geringonça, enfim, uma espécie de apetrecho tecnológico.
Assim, pela notável diferença tecnológica entre os meios de comunicação, pode-se, ainda que
subjetiva ou abstratamente, se estimar ou prever certos fenômenos que poderão surgir com o
desenvolvimento das novas tecnologias.
O próprio surgimento da internet, no formato agora de muitos para muitos, aprofunda o
conceito em uma primeira análise, de não se ter uma distribuição fixa ou definida, misturando os
papéis de atores produtores e receptores de uma mensagem. Afinal, cada usuário ou internauta
define qual a informação deseja acessar e quando deve utilizá-la, porque não está submetido, por
exemplo, aos horários fixos e predeterminados de um canal de televisão aberto.
A internet ou o ciberespaço, ainda como exemplo de recurso ou meio tecnológico, pode prover
ou promover uma interação entre um e um, entre muitos e muitos, entre um e muitos, muitos e um,
entre outras formas, fazendo com que os pesquisadores sociais e comunicacionais precisem rever
todos os seus conceitos e preconceitos por ter que reanalisar determinações como um meio
interativo, porque o problema passa a ser qual o sentido de interatividade e suas implicações em
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uma sociedade. Como provocação, qual o sentido de interatividade? Pesquise e procure encontrar
a definição que você acredite ser a mais válida para o conceito.
Diferenças na conceituação de termos de múltiplos sentidos nos fazem ficar orientados para
pesquisas distintas acerca da comunicação. É nesse ambiente de falta de concordância que os
pesquisadores acertadamente recorrem a diferentes percepções e análises, porque um debate
complexo como a influência e os efeitos da internet em uma sociedade rapidamente recai e se
endereça para aqueles que sugerem as diferentes mudanças.
Com tudo isso, não devemos incorrer no antigo discurso de que uma nova tecnologia
comunicacional por si só é a única responsável pelo progresso e avanço das civilizações.
Intelectuais sempre criticaram a edição nos meios de comunicação de massa tradicionais. Hoje,
criticam severamente a falta de edição nos novos meios. Em síntese, devemos entender o
determinismo tecnológico por meio de estudos mais aprofundados na relação de causalidade entre
a tecnologia e a cultura.
Se ainda levarmos em consideração o exemplo do aparelho celular, devemos entender o
determinismo tecnológico como um processo de forma de uso, de prática e processo individual,
marcado não pelo seu conceito de instrumento ou aparato tecnológico, mas sim como tal recurso é
utilizado como forma de comunicação, afinal podemos jogar, estabelecer conversações, enviar
mensagens de texto, recepcionar imagens e sons, ressaltando a ideia equivocada de que – por si
só – o instrumento pode influenciar a convivência em sociedade, por exemplo, afinal são atitudes
como essa que desconstroem e irrefletem a relação de causalidade entre tecnologia e cultura.
interacionais.
Talvez a tecnologia do compartilhamento no início não tivesse como objetivo esse tipo de
função, mas teve como resultado o fato de o ser humano sentir-se esse importante e ativo
participante da informação.
A propagabilidade ou o nível de retransmissão de um conteúdo está diretamente ligado à sua
propriedade de gerar audiência e resultar em monetização, ou geração de renda, dentro de um
mundo em constante mudança onde os textos gerados pela própria mídia são autorreproduzidos
por meio do fenômeno, do compartilhamento.
Em pesquisas recentes, as pessoas afirmam se sentir bem-informadas por notícias que são
compartilhadas ou reproduzidas pelos seus pares, ou pessoas mais próximas. A principal
dificuldade que os administradores midiáticos encontram é justamente a incapacidade das grandes
indústrias de mídia em gerir ou administrar os diferentes modelos de propagação de conteúdo;
aliás, entenda-se aqui conteúdo relevante ou que possui grande poder de leitura.
A propagabilidade de notícias ruins também tem sido objeto de preocupação por parte das
empresas e das pessoas que administram os conteúdos. Gerir uma crise, por exemplo, advinda da
propagação de uma notícia mal formulada ou equivocada é um grande desafio para as plataformas
e agentes midiáticos.
Vale lembrar que, em tempos de propagabilidade, o poder de viralização de uma má notícia é
gigantesco e, por vezes, incontrolável. Além disso, alinhar os diferentes interesses das empresas
com o dos consumidores, por exemplo, é um desafio gigantesco para os estudos dessa relação,
até porque podem ser completamente antagônicos, opostos.
Este – por muitas vezes – desentendimento, pode ser tratado como conflito econômico entre
esses dois agentes, mas também pode ser visto como uma apropriação indevida do trabalho e
esforço de outrem. São inúmeros os casos também de contribuições públicas para fins privados
que não recebem nem reconhecimento, nem retorno de origem financeira. Hoje uma das maiores
discussões é justamente a “exploração do público cliente” dentro dessa economia que pode ser
tratada como uma economia à parte ou economia digital, pois as organizações apropriam-se dos
comentários ou criações de seus públicos/stakeholders, sem bonificar suas contribuições.
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TROCANDO IDEIAS
O mais gostoso da prática comunicacional é perceber os movimentos que os meios e marcas
fazem para estabelecer uma boa comunicação com seus mais diversos públicos. Perceba todas
essas intenções e avalie se são realmente efetivas ou se são ações paliativas, que foram
construídas apenas com o objetivo de resolver problemas pontuais.
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NA PRÁTICA
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Procure uma única marca que realmente lance mão de tudo o que falamos até aqui e que
pratique uma boa comunicação, com boas estratégias de conteúdo e que tenha uma ótima relação
com seus públicos.
Procure elencar quais são as ações de conversação utilizadas pela empresa e verifique duas
dessas estratégias, procurando conceituar suas práticas.
FINALIZANDO
Nestas aulas, ainda que tenhamos conhecido as bases, os fundamentos da redação digital,
esperamos que você tenha compreendido tudo o que tentamos aqui mostrar. Busque mais
informações, faça leituras técnicas, questione, leia, tencione, produza, procure as ferramentas aqui
mostradas. Só aliando teoria e prática que você vai se aprofundar e desenvolver novos
conhecimentos.
REFERÊNCIAS
BONA, N. Publicidade e propaganda, da agência à campanha. Curitiba: InterSaberes, 2012.
CENP – Conselho Executivo das Normas Padrão. Disponível em: <https://cenp.com.br/cenp-
meios-apresentacao>. Acesso em: 29 set. 2021.
CLUBE DE CRIAÇÃO. Disponível em: <https://www.clubedecriacao.com.br/>. Acesso em: 29
set. 2021.
JENKINS, H. A cultura da convergência, São Paulo: Aleph,2008.
MARQUIONI, C. E. Teorias contemporâneas da comunicação. Curitiba: InterSaberes, 2017.
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