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REDAÇÃO PUBLICITÁRIA NAS

MÍDIAS SOCIAIS
AULA 2
Prof. Alexandre Correia dos Santos

CONVERSA INICIAL

Após nos atentarmos aos diferentes conceitos da criação textual e os diferentes formatos da

construção verbal, é importante contextualizar a redação publicitária dentro do cenário digital.

Perceber e compreender como se desenvolvem e funcionam as mídias sociais, conhecer os seus

diferentes tipos e formas, conhecer as principais redes sociais e seus públicos, avaliar e entender os

formatos e atuações dos algoritmos nas mídias e a reconfiguração da experiência do leitor ou dos

usuários que formam o público da redação publicitária digital: tudo isso configura como o nosso
maior desafio.

Vamos conhecer novos conceitos e as principais áreas da redação publicitária digital. Bons

estudos! Divirta-se!

CONTEXTUALIZANDO

As mídias digitais vêm ganhando, anualmente, mais espaço nas criações e planejamentos

publicitários. Basicamente, porque todos nós estamos cada vez mais conectados, utilizando o mobile

em larga escala, demandando às empresas e marcas um investimento cada vez maior nas estratégias

para as mídias digitais.

Uma primeira vantagem em relação a todos os outros meios é o baixo custo de produção e

veiculação. Importante: baixo custo se forem veiculações simples, sem a exigência de grandes

recursos. Como em todas as mídias, caso exijam alta performance, o uso de uma personalidade, trilha

sonora pesquisada, a brincadeira começará a ficar cara.

Outra vantagem é a agilidade e a rapidez na colocação ou substituição de mensagens;

praticamente just in time a mensagem entra no ar. Sua penetração é muito consistente em ambientes
empresariais e comerciais, pela sua agilidade e praticidade de uso.

Hoje, são milhares de aplicativos que estimulam o uso em larga escala do on-line que conta,
ainda, com o constante crescimento de acesso por parte dos usuários (há muito o que crescer ainda).

Anualmente, as grandes marcas promovem lançamentos com o surgimento de novos

dispositivos, cada vez mais poderosos e ao mesmo tempo de prática usabilidade da parte dos

indivíduos.

As redes sociais, por exemplo, permitem uma prática adequação editorial, ou seja, qualquer

empresa – de qualquer segmento – pode estabelecer uma conversação com seu público, seja ela

interno ou externo, facilitando os meios e as formas de comunicação. As redes permitem, ainda, uma

seleção de público-alvo por meio do perfil demográfico, etário, social etc.

Hoje, existem incontáveis redes sociais que versam praticamente sobre todas as discussões

possíveis para o ser humano. Temos do Facebook ao TikTok, passando pelo Instagram e WhatsApp –
entre outras inúmeras opções de interação e possibilidades – possíveis das marcas com seus públicos.

Lembrando: essas são redes sociais, por reunirem diferentes “tribos” e grupos de pessoas. Mídias

sociais são todas as práticas de comunicação digital.

TEMA 1 – O QUE SÃO AS MÍDIAS SOCIAIS?

É indiscutível ou ponto pacífico a importância que a internet ganhou em nossas vidas. Impactou
relações, hábitos, consumos e valores individuais proporcionando, principalmente, novas formas de

interação e sociabilidade. Assim, todas as dimensões da sociedade foram aos poucos criando forma

própria, moldando-se e adaptando-se a essas mudanças.

Por uma questão de conceito precisamos diferenciar as mídias sociais de redes sociais. As redes

sociais são os diferentes grupos de pessoas conectadas e/ou conexões e relações que temos com

outros usuários. As mídias sociais são os recursos tecnológicos e plataformas que garantem essa

conexão e dão suporte para essa interação. É muito comum as pessoas confundirem essas duas

instâncias.

Portanto, as redes sociais são todas as estruturas, aplicativos ou programas que reúnem pessoas

com um fim próprio de relação e/ou interação ou, ainda, que possuem valores comuns. As mídias
sociais (ou digitais) derivam uma multiplicidade de aparatos ou plataformas on-line que servem como
suporte ou canais de criação, distribuição e promoção de conteúdos para sites, blogs, redes sociais,

entre outros. Em breve falaremos especificamente das redes sociais.

Hoje, quando falamos por conversão, custos por clique, buscas por tags, tempo de permanência

etc., estamos discutindo variáveis de mídias sociais que também fazem parte do intrincado e

complexo plano de comunicação e mídia das empresas.

Os investimentos em internet no Brasil aumentarão em níveis exponenciais nos próximos anos,


pelos resultados que essa forma de comunicação vem trazendo para seus anunciantes, ao mesmo

tempo que estes passam a perceber os retornos do meio e diminuem suas incertezas com o

investimento na rede.

Para o site do CENP-Meios[1], a publicidade digital no Brasil cresceu 5,2% no ano de 2020 em

relação ao de 2019 – movimentando mais de 2 bilhões e 161 milhões de reais apenas entre as 217

maiores agências de comunicação do país.

Neste bolo, todos os meios acabaram perdendo share, até pela mudança no cenário, provocada

pela Covid-19.

Figura 1 – Gráfico todos os meios


Fonte: CENP-Meios | Painel 2020 – Publicado em dezembro de 2020.

As empresas – de forma geral – não podem renegar ou virar as costas para essas mudanças que

atingem os dois lados do balcão. É fundamental adequar-se cada vez mais, buscando novas soluções
comunicacionais, dentre os múltiplos recursos midiáticos que dispomos para criação de um bom

planejamento de comunicação.

Cada vez que as mídias sociais (aqui representada por internet) recebe mais investimentos em
publicidade, as mídias tradicionais perdem importantes fatias de mercado, ficando com um budget

menor e, por consequência, levando o seu setor ou segmento a perder ainda mais audiência. Ano a

ano é notório o índice de declínio dos investimentos nas mídias que não estão se reinventando. Isso

se dá pelo crescimento do digital no qual mais empresas e pessoas têm acesso e permanência nos

meios sociais em detrimento da sua audiência em TV aberta ou fechada, por exemplo.

TEMA 2 – TIPOS DE MÍDIAS SOCIAIS

Se pensarmos apenas na origem da palavra digital, podemos elencar de jogos de videogames a

resultados de exames de saúde, passando pelas mais diferentes aplicações disponíveis em termos de
meios sociais. Porém, ao fazermos um recorte menos amplo, percebemos a mídia social (enquanto
um recurso de marketing), como importante suporte para um planejamento comunicacional.

Ainda que algumas empresas insistam em investir pouco na sua imagem e reputação na rede, os

resultados alcançados com verbas menores que a da televisão e do rádio, por exemplo, têm obrigado

os publicitários e profissionais de marketing a se debruçar em cima de possibilidades digitais, para

criar novas formas de estabelecer maiores pontos de contato e, por consequência, melhor

conversação entre as marcas, produtos e serviços com os seus clientes.

Talvez a fase de maturação na qual as empresas investiam por necessidade e para conhecer

melhor os efeitos do digital esteja passando, fazendo com que os planejamentos cada vez mais

foquem em alternativas de mídias sociais. Como vimos, as mídias sociais são plataformas ou canais de

criação, produção, promoção e distribuição de conteúdo dos clientes na rede e o seu mix de

ferramentas é extenso: de e-books promocionais, posts e impulsões nas redes, banners patrocinados

de diferentes formas e meios, veiculações de anúncios no Google ADS, inbound, outbound, landing
pages, cada vez mais atinge um público selecionado e passa a gerar leads importantes como

resultados.

Destacamos, primeiro, três formas ou formatos de mídias sociais:

a. mídia paga;

b. mídia espontânea;
c. mídia própria.

Vamos conhecer cada uma dessas formas, começando pela mídia paga, pela sua óbvia

semelhança com as formas mais tradicionais de veicular publicidade e propaganda: assim como um

cliente que avalia, escolhe, veicula e checa as veiculações, no digital não é diferente. Profissionais de

mídia avaliam entre milhares de possibilidades de exposição da marca em plataformas como Google
ADS, Google ADSense, facebook ADS e Instagram ADS, entre outras muitas possibilidades.

No Google ADS, por exemplo, por meio de palavras-chave, pagamos mídia para que o site do

cliente seja listado e figure nas primeiras posições de resultados de busca dentro próprio Google.

Já no Google ADSense, pagamos mídia de forma que por meio de ações do Google, um banner

do nosso cliente seja veiculado ou exibido em milhares de páginas parceiras comerciais do Google,

principalmente dentro de redes sociais. Se o trabalho for bem-feito nessas escolhas, como resultados,
teremos o aumento no alcance de perfis, páginas e posts dentro de aplicativos das redes, ainda que

muitas vezes concorram dentro de um mesmo espaço, como no Facebook que também oferece

serviços de veiculação e impulsão de material publicitário.

A grande vantagem dessa forma de comunicação paga é a velocidade com que a marca é
exibida, uma vez que por meio de alguns cliques e verba, já é possível impulsionar e gerar ampla

visibilidade e alcance para a empresa, produto ou serviço.

O maior problema é que pela demanda e oferta, muitas vezes, as marcas entram literalmente em
um grande leilão comercial, como Google ADS, onde quem for mais rápido e tiver maiores

investimentos, certamente terá melhores resultados em relação à concorrência. A competitividade

gerada pelas diferentes estratégias alavanca esse tipo de disputa pela melhor mídia paga.

Por outro lado, o número de pessoas impactadas por essas formas de comunicação é cada vez

maior, justamente promovendo o aumento dos pontos de contato e visualização para as marcas.

Em seguida, vem as mídias espontâneas, nas quais podemos dar um exemplo prático: o mais

importante jornal televisivo da noite tem seu espaço publicitário (comerciais, dentro dos breaks do

programa), classificado com um dos mais caros do Brasil. Isso se dá pela quantidade de audiência que

mesmo após mais de cinquenta anos, essa forma de jornalismo ainda entrega para a mídia. Assim,

uma das três maiores marcas do mundo, a Apple, não raro tem conseguido repercussão e mídia

espontânea durante o jornal (muitas vezes nas falas dos apresentadores), justamente porque ao

lançar novos produtos (pela sua amplitude e números de clientes) é notícia importante e relevante

para esse jornal. Hoje, os grandes meios de comunicação se amparam em pesquisas qualitativas e

sabem com precisão quem são seus públicos. Assim, apoderam-se de notícias relevantes geradas por

assessorias das marcas, veiculando chamadas e matérias sobre essas marcas, porque isso é bom tanto

para o cliente Apple como para o programa – nesse caso, o Jornal Nacional da Rede Globo.

Quando falamos do governo federal, por exemplo, tais veiculações são ainda maiores e mais

efetivas, quando suas assessorias de comunicação emplacam ainda mais notícias que interessam o

veículo e a sua audiência.

Outro exemplo de mídia espontânea recente é o quadro Solidariedade S/A, no qual o Jornal

Nacional divulga empresas que vêm colaborando com verba e doações às instituições que combatem
o coronavírus. Segundo a assessoria do próprio Jornal da Globo, as empresas não pagam por esses
espaços.

É sabido o quanto uma veiculação de notícia como essa pode trazer de patrimônio de

consciência de marca, gerando uma espécie de memória afetiva à audiência desses programas.

A grande diferença entre mídia paga e espontânea reside na boa relação entre as assessorias de

imprensa dos clientes com os veículos de comunicação. Enquanto a mídia paga entrará na pauta ou

nos espaços comerciais obrigatoriamente dos programas, a mídia espontânea depende muito da
relação das assessorias (e do trabalho do redator digital) ao pensar um release que seja muito

atraente para os produtores dos veículos a ponto de serem veiculados em seus programas.

Por fim, a mídia própria ou institucional que engloba todas as formas e meios de comunicação

geridos pela própria empresa ou organização. Nisso contemplamos o site corporativo, blogs, páginas

em redes sociais, e-commerce ou aplicativos exclusivos das marcas que são alimentadas e
administradas pelas assessorias ou departamentos de comunicação das empresas.

A mídia própria, obviamente, pode trabalhar em conjunto com a mídia paga e a mídia

espontânea uma vez que dentro de uma rede social, por exemplo, podemos promover a página da

empresa, ou ainda trabalhar recursos de SEO que ajudem a marca a ganhar boas posições nos

mecanismos de buscas, melhorando os resultados orgânicos das pesquisas.

É fundamental investir no desenvolvimento de ações dentro do escopo de mídia própria porque


ainda que autorizemos a mídia e a veiculação dentro de plataformas já consolidadas e em redes

sociais como o Facebook e Instagram, por exemplo, é sabido que as políticas de veiculação dessas

empresas mudam radicalmente de uma hora para outra, podendo prejudicar a entrega de resultados.

Finalmente, como vantagens dessas formas de comunicação (mídias sociais), devemos citar os

seguintes diferenciais: preço, porque as verbas destinadas às mídias digitais (ou sociais) são
metricamente inferiores aos valores destinados a mídias tradicionais, por exemplo, tornando os

investimentos em mídia social cada vez mais flexíveis.

Em segundo lugar – óbvio – pela flexibilidade de veiculações que se bem administradas podem

ser elaboradas de diferentes maneirasse em diversos – múltiplos canais. Em seguida, podemos

destacar a segmentação promovida pelos canais digitais. Assim, concentramos esforços para veicular
em canais cada vez mais acessados e assistidos pela audiência ou pelo nosso público-alvo,

economizando em muito as verbas e os esforços.

Monitoramento e mensuração de resultados são mais algumas das vantagens para escolher esses

canais. As ferramentas de métricas e medições estão cada vez mais precisas, entregando relatórios
imprescindíveis para uma análise dos resultados dos investimentos.

Por fim, podemos citar o relacionamento que as mídias sociais estabelecem com seus diferentes

públicos. Como já citamos, podemos diversificar os investimentos, estabelecendo diferentes formas e


pontos de contato com o nosso público. Essa exposição e alcance certamente contará pontos

positivos para a marca.

TEMA 3 – PRINCIPAIS REDES SOCIAIS

Como vimos anteriormente, as redes sociais são diferentes de mídias sociais.

O Facebook é uma rede social que permite que as pessoas se reúnam em pequenos ou grandes
grupos e que administra conversas e compartilhamento de mensagens, fotos, links e vídeos.

Considerada – hoje – a maior rede social do mundo, abriga mais de 2.7 bilhões de contas ativas,

sendo 130 milhões de contas brasileiras[2] (disponível em: <www.facebook.com>).

Outra rede social que está mudando a forma como as pessoas se comunicam é o WhatsApp, que
não por um acaso também é uma operação do mesmo grupo do Facebook. Equivocadamente, muitos

brasileiros tratam o WhatsApp como se fosse a verdadeira “internet” ora por desconhecimento, ora

por utilizar uma parcela muito pequena de tudo o que a rede pode entregar. A sua principal atividade

é o compartilhamento de informações em conversas pessoais ou em grupo e justamente por isso faz

dele também uma rede social. Uma estimativa recente apontou que apenas no Brasil, o WhatsApp

está dividido em mais de 120 milhões de contas (disponível em: <www.wahtsapp.com>).

O YouTube apesar de ser uma plataforma de streaming de vídeo também pode ser considerada

uma rede social, por permitir a interação de pessoas ou grupos por meio dos chats em mensagens

enviadas no corpo de cada uma das postagens em vídeo. Conta com mais de 2 bilhões de pessoas[3]

(usuários ativos) e mais de 1 bilhão de horas de vídeo visualizados diariamente, colocando em risco a

própria audiência das televisões abertas e fechadas. E esse é um fenômeno sem volta (disponível em:

<www.youtube.com>).
O Instagram – também do grupo Facebook – foi uma das redes que se iniciaram com meios
próprios e que era exclusivamente mediada para acesso via celular, por conta do seu formato,

acessibilidade, navegação e usabilidade. Segundo pesquisa da We are Social[4], o Instagram é a

quarta rede social mais acessada no Brasil, contando com mais de 95 milhões de pessoas gerando
conteúdo e interagindo diariamente (disponível em: <www.instagram.com>).

O TikTok é o verdadeiro novo fenômeno das mídias sociais, que cativou pessoas das mais

diferentes idades (mas principalmente crianças e mais jovens), está em franco crescimento no Brasil.

Seu grande diferencial é o formato do menu “descobrir” que mostra as hashtags mais populares do
mundo e que não raro são protagonizadas por famosos e webcelebridades.

Outro diferencial importante é a possibilidade da criação de desafios constantes criados por

usuários da rede que se multiplicam e disseminam rapidamente devido à sua interface interativa e

simplificada, sem contar a facilidade do compartilhamento do conteúdo da ferramenta (disponível

em: <www.tiktok.com>).

Ainda de acordo com o report da WAS, o que eles chamam de “estado digital”, em outubro de

2020, acumulava os seguintes números de usuários no mundo:

a. Total de pessoas: 7.81 bilhões;

b. Número de pessoas usando dispositivos móveis: 5.20 bilhões;

c. Número de usuários de internet: 4.66 bilhões;


d. Número de usuários de mídias sociais: 4.14 bilhões.

São números globais que não podem e nem devem ser ignorados por ninguém que trabalhe

com marketing e comunicação. São pessoas (ou usuários), na sua maioria, sedentos por novidades e

que certamente em um futuro muito próximo deixará de interagir com pessoas ou empresas que

ficarem a margem desses movimentos.

Com a entrada em cena e agora com o protagonismo da rede, pensar o digital passa a ser a
nossa tarefa diária, conhecendo e abarcando múltiplas formas de interação e buscando diferentes

níveis de conhecimento não apenas enquanto recursos tecnológicos. Castells (2010 p. 287) definiu a

internet como uma rede que faz processar a virtualidade e transformá-la em nossa realidade,

constituindo a sociedade em rede, que é a sociedade em que vivemos. E, mais uma vez, reforçamos a

necessidade do conhecimento dessas diferentes formas de força e meio de comunicação.


Abrir mão de conhecer e se aprofundar na denominada sociedade de rede fará com que as

empresas percam importante espaço de contato com seus públicos, diminuindo a exposição e a

lembrança de marca das organizações, estratégia crucial em tempos de múltiplas interações entre os
clientes e as marcas.

TEMA 4 – ALGORITMOS

Também é papel de quem escreve e gera conteúdo on-line conhecer a fundo os algoritmos das

redes, que são os verdadeiros responsáveis pelos avanços tecnológicos da área.

Cada vez mais desenvolvidos e complexos, têm como função principal compreender os hábitos,

culturas e comportamentos dos indivíduos na rede. Embora pareçam de difícil compreensão, os

algoritmos são fáceis de entender pela sua estrutura que nada mais é do que uma sequência lógica

de raciocínios, operações e instruções geradas com objetivos claros de resultados ao seu final.

Vamos a exemplos para que fique mais claro: quando compramos um jogo de montar, por

exemplo, precisamos primeiro compreender o que – de fato – iremos montar ao final do uso de todas
as peças e sequências de montagem. Isso feito, iniciamos a separação das peças (dados de entrada),

para, em seguida, iniciar a construção do objeto seguindo um manual passo a passo para começar a

gerar o objeto (processamento ou instruções lógicas), com o fim de atingir uma meta ou objetivo (o

objeto completamente finalizado). Ficou claro? Vamos a uma segunda explicação: qualquer receita de
comida precisa dos ingredientes certos para que o prato fique perfeito; então, separamos os melhores

ingredientes (dados de entrada), iniciamos o preparo e a mistura dos ingredientes, sempre seguindo a

paripassu a receita (processamento ou instruções lógicas) para, ao final, se tudo correu bem termos

um prato delicioso (objetivo da receita).

Uma vez isso compreendido, fica claro que o algoritmo tem como característica própria, entradas

(input) e saídas (output) de informações importantes que são explicadas e/ou mediadas pelas

instruções.

Assim como em uma fórmula simples de planejamento, todo algoritmo precisa de um objetivo a

ser alcançado ou uma meta. Dessa maneira, uma sequência simples de informações pode se tornar

extremamente complexa, segundo aquilo que desejamos alcançar. Quando uma receita ou montagem
de um objeto dá errada, foi porque receberam informações que não estavam preparados para
processar.

Por isso mesmo que devemos seguir uma sequência lógica (lendo minuciosamente linha por

linha) até o atingimento do objetivo. Se, porventura, eu pular ou trocar (a gosto) qualquer uma dessas
sequências, certamente não alcançarei o objetivo desejado. Pelo menos, não igual ao que eu buscava

no início da minha construção.

Assim, com os algoritmos acontecem os mesmos fenômenos. Se pular algum passo, ou modificar
algum comando, o resultado pode ser desastroso. Todo algoritmo tem uma sequência de estruturas:

a. as variáveis – são todas as informações carregadas no sistema, que informam justamente aonde

se quer chegar ou quais os resultados que almejados. Assim, as variáveis mais comuns são:

inteiro, real, lógico e texto;

b. os comandos de repetição – quando lançamos mão de comandos como “se” e “enquanto” para
que o algoritmo saiba como processar quando determinados processos iniciarem e ao mesmo

tempo ensine aos algoritmos o que fazer se eles mudarem.

Com o uso dessas duas estruturas, o algoritmo é capaz de se tornar completo e de englobar

múltiplas situações que permitem com que o resultado seja obtido a contento. Entre os principais

benefícios dos algoritmos, estão a mediação, a automação e a sua evolução.

TEMA 5 – A RECONFIGURAÇÃO DA EXPERIÊNCIA

No início, poderíamos conceituar as mídias como estruturas fechadas em si, mas o que

experimentamos (e vivenciamos hoje) é que esses meios têm claras aplicações técnicas para, segundo

seus usos, para se transformarem em infinitas possibilidades de interação social, modificando

inclusive relações largamente estudadas e compreendidas como espaço e temporalidade.

Dentro desse escopo, devemos pensar a internet como exemplo de mídia de convergência

estritamente técnica (que alia texto, som e imagem) e que conta com diferentes possibilidades de

interação (cuidado com o determinismo do conceito), transformando-se também em uma ambiência

que transforma seus conteúdos e informações em verdadeiras experiências sociológicas.


Quando falamos para cuidar com determinismo, é para não incorrer na falha da conceituação

rasa: interação tem múltiplos sentidos e formas para diferentes áreas do conhecimento. Para a

psicologia interação assume uma forma; para a análise de sistemas – outra – completamente diferente
e para a comunicação enquanto formas e processos comunicacionais.

Braga (2011, p. 31) justifica que a comunicação conta com dispositivos interacionais: matrizes

elaboradas na prática social justificam (e viabilizam) episódios interacionais e são tensionados por

estes.

Além disso, a rede (internet) serve ainda como norte ou parâmetro para diferentes meios, uma

vez que suas aplicações vêm servindo como indicadores para os antigos meios de comunicação de

massa se reestruturarem, buscarem novos caminhos, ajustarem suas condutas, formas e meios de

comunicar.

Os próprios conceitos comunicacionais – como já visto anteriormente – estão sofrendo


modificações e atualizações constantes pelas novas possibilidades e perspectivas de relações

identitárias entre os sujeitos.

Sodré (2002, p. 37) infere sobre as novas tecnologias como modos que transformam a pauta

normal, costumeira em direção a uma qualificação virtualizante da vida. O autor ainda conceitua

como Revolução da Informação contemporânea a capacidade que temos em acumular dados,

transmiti-los e fazê-los circularem, Sodré (2002). É exatamente esse processo de produção, acúmulo,

transmissão e compartilhamento que propicia o que chamamos de Cultura da Midiatização. Assim,

podemos desenvolver novas formas de saber e pensar.

O que percebemos é uma afetação da ordem social, segundo os aspectos mercadológicos e

tecnológicos.

Podemos verificar, assim, que há, hoje, uma forte tendência de mistura entre as velhas e boas
mídias tradicionais ou analógicas com os suportes digitais.

Dispositivos já usados em larga escala como o GPS, como as smartTVs, como os celulares, por

exemplo, que misturam diferentes tecnologias para servir aos intentos do usuário, deixando claro que

a mídia (e a comunicação) estão disponíveis e explicitadas em todas as áreas.


Com a disponibilidade da comunicação, os meios mais tradicionais são alcançados, fazendo com
que antigas práticas como assistir TV (que originalmente e até hoje ainda são dependentes de uma

fixação e energia elétrica (na maioria dos casos), também pode ser veiculada em totens, em celulares,
em tablets, veículos automotores etc.

A experiência, nesse caso, acaba de ser reconfigurada. Na televisão aberta, por exemplo,

podemos assistir programas produzidos por canais ou grupos de comunicação e na internet,

podemos além de também assistir a esses canais, receber demandas de vídeos produzidos por
indivíduos. Fato é que a atual audiência assiste a TV, simultaneamente conectada com dispositivos

móveis, talvez para complementar aquilo que assistem, interagindo com o mesmo programa em

redes sociais, mudando completamente os antigos modelos de experiência. Sodré (2002) afirma que

na mídia tradicional ou linear, prevalece uma realidade construída, sob efeito irradiativo do sujeito

que construiu e produziu a informação. No digital, o usuário adentra a mídia, em que o tradicional é

suprimido pela vivência apresentativa do virtual.

O que experimentamos é – sem dúvida – uma espécie de nova figura que se liberta dos

territórios, autorizando e reforçando identidades e laços por meio de redes globalizadas. Enquanto

isso, os suportes, redes e computadores “ampliam a acessibilidade no tempo e no espaço enquanto

dão aos usuários maior flexibilidade e maior controle sobre as condições de seu uso”.

Quando falamos dessa importante relação de tempo e espaço, podemos usar como exemplo as

novas gerações de usuários que já não têm mais tempo, nem paciência de esperar uma simples

resposta via e-mail, por exemplo: há muito pouco tempo era muito comum usarmos o correio para o

envio de Curriculum Vitae. Era necessário no final de semana comprarmos o melhor jornal da cidade

ou do Estado e ao acompanhar com atenção os cadernos de empregos, formular currículos

adaptados àquela oferta de vaga.

Depois, era necessário envelopar e enviar via correio a carta para que o próprio jornal distribuísse
em “caixas postais” destinadas a cada um dos clientes que ofereciam a vaga. Era comum levar

pessoalmente tais documentos à Editora para a distribuição nas caixas, para garantir a sua entrega.

Depois, aguardava-se que um mensageiro da Empresa recolhesse as cartas para levar ao RH da

organização, para só então, passados mais alguns dias, receber algum retorno da Empresa que

ofertava a vaga. Detalhe: uma das formas desse contato das empresas (ou o feedback) já era via e-

mail, (aquela ferramenta que hoje, já não usamos mais com tanta frequência). Vire-se a página: hoje,
os mais jovens ao enviar um e-mail ou mensagem, por exemplo, ficam aguardando ansiosamente
pela resposta, dando F5 constantemente para que as páginas atualizem as informações em busca de

uma virtual resposta, como se isso fosse automático.

Essas mudanças influenciam sobremaneira a forma de como agimos em sociedade. Vários


aspectos individuais e sociais são influenciados pela mudança dessa relação tempo/espaço. Os modos

de sociabilidade, de convivência, de pertencimento do indivíduo, de gestão das organizações, nas

relações de troca, além – obviamente – da forma com que administramos e estocamos esse grande
volume de dados e que influenciam as formas de transmissão e recepção instantânea que se

tornaram grandes preocupações dos usuários, especialmente das novas gerações.

Nesse novo formato, ou como alguns pesquisadores denominam de bios, a mídia ganha um

poder quase simultâneo, instantâneo e global manifestado por diferentes e múltiplas tecnologias da

informação, alterando completamente as formas como administramos e acolhemos os fatos do

mundo, cada vez mais conectados. A rápida fluidez das informações e os processos de comunicação e
interatividade (como a internet, por exemplo) desafiam não somente os agentes organizacionais ou

empresas, como também o indivíduo, resgatando a urgência de interpretações e compreensão nos

estudos da Comunicação Social, afinal, os processos de emissão e recepção estão ganhando novos

status, e constantes atualizações.

Outro importante aspecto é a visão e a consideração de um tempo móvel, resultado dessa

midiatização cada vez mais emergente que submete todas as audiências a uma espécie de sensações

sem projeção temporal, o que distancia cada vez mais o indivíduo de uma experiência mais concreta.

Hoje, a impressão que temos é que acompanhar uma novela, um documentário ou um telejornal,

parece ter o mesmo valor, uma vez que a internet catalisa tais sensações promovendo a interação dos

indivíduos fazendo com que “programas” tão distintos na sua forma de produção e geração se

pareçam muito, ressaltando suas poucas diferenças em termos de tempo e espaço. Basta notarmos
que nesses exemplos, a novela, o telejornal e os documentários possuem marcos temporais

completamente distintos.

Os mapas das mediações proposto por Martín-Barbero (2001, p. 20), no seu contínuo esforço de

analisar as relações constitutivas entre comunicação, cultura e política, ajudam a refletir sobre “novos

sentidos do social e novos usos sociais dos meios” – alterando também as formas de produção e

distribuição de bens e serviços. Assim, o que experimentamos é uma nova forma de produzir
“confusamente associada a um novo modelo de comunicar, transformando o conhecimento em força
produtiva direta” (Martín-Barbero, 2001, p. 20).

É preciso entender e encarar que a globalização e as transformações midiáticas estão unidas,

conectadas, imbricadas. Essa capacidade de realização virtual – característica mais forte – da


midiatização, reconfigura as identidades e as formas ou práticas do fazer comunicacional. Assim,

deixamos de viver experiencialmente um tempo linear e sim um tempo circular, no qual nosso

conhecimento é construído com base na negociação do reconhecimento com outros.

Esse novo compreender do subjetivo ou das culturas é cada vez mais presente e mais forte nos

meios de comunicação. Ao passo que a sociedade valida novas práticas, também se desfaz de outras,

uma vez que os processos midiáticos reconfiguram decisivamente os modos e práticas atuais.

Novos sentidos sociais para o espaço e para o tempo, reorganiza as culturas, nessa nova

ambiência comunicacional, seja para o trabalho, para a diversão ou para a convivência em grupo,
sujeitando o indivíduo a novas experiências, tramas e formas de perceber e reagir aos processos do

real.

TROCANDO IDEIAS

Como vimos, a profissão exige do estudante diferentes tipos de habilidades e competências,

dentro da carreira do redator, mas, sobretudo, é necessário conhecer os formatos e plataformas

disponíveis para produção textual. Cabe a você procurar qual das áreas mais se enquadram nas suas
intenções e sonhos de publicitário(a), dentro dessa função. Deve criar e desenvolver novas

campanhas? Deve escrever roteiros on-line? Deve produzir, curar ou mediar conteúdos importantes

para os meus clientes? Essa é uma agradável escolha para quem está começando agora e vai acabar

se apaixonando por todas essas práticas redacionais.

NA PRÁTICA

Quais habilidades e competências você pode desenvolver? Do que você mais gosta? Ler? Criar?

Escrever? Procure realizar alguns testes vocacionais (físicos ou on-line) para, minimamente, ter um

norte para suas escolhas. Não omita, nem aumente a alimentação dos dados. Também não leve a
ferro e fogo o resultado, porque ele não é final. É apenas o seu começo. E se desejar realizar todas

essas tarefas, mergulhe de cabeça na redação publicitária.

FINALIZANDO

Mais uma vez afirmamos que se existe um caminho ou uma “chave” para o sucesso,
independentemente do que você entenda por sucesso, é fazer ou trabalhar naquilo que lhe dá prazer.

Pergunte para as pessoas a sua volta se são felizes com aquilo que trabalham no dia a dia. Você se

surpreenderá com as respostas e perceberá que nem todos(as) são felizes dentro de suas áreas de

atuação.

Reafirmamos também que a busca pela área da redação não necessariamente cessará as escolhas

futuras por outras áreas. Pode ser que você ame escrever, mas prefira ser um diretor de arte e

trabalhar com as imagens, com a construção de layouts. A dica aqui é você conhecer todas as áreas,

buscar mais informações, conversar com diferentes profissionais desses setores. Ouça seu coração,

mas não esqueça de ouvir as suas diferentes razões.

E não tenha pressa. Busque se especializar. Quer redação? Vá a museus, leia muito, compreenda

os significados dos textos e palavras, estude linguística, entenda de redação e seus diferentes estilos.

Aos poucos, você está moldando (divertidamente) um profissional apto ao mercado e preparado para

qualquer desafio na área da construção textual. Bons estudos!

REFERÊNCIAS

CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

BRAGA, J. L. Circuitos versus Campos Sociais. In: MATTOS, M. Â.; MARTIN-BARBERO, J. Dos meios

às mediações. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2001.

SODRÉ, M. Sociedade, Mídia e Violência. Rio de Janeiro: Livraria Botafogo, 2002.

[1] Disponível em: <https://cenp.com.br/cenp-meios?id="17">. Acesso em: 19 ago. 2021.


[2] Dados da resultados digitais 2020. Disponível em:

<https://resultadosdigitais.com.br/blog/redes-sociais-mais-usadas-no-brasil/>. Acesso em: 19 ago.


2021.

[3] Disponível em: <https://www.youtube.com/intl/en-gb/about/press/>. Acesso em: 19 ago.

2021.

[4] Disponível em: <https://wearesocial.com/blog/2020/10/social-media-users-pass-the-4-billion-

mark-as-global-adoption-soars>. Acesso em: 19 ago. 2021.

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