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Marketing Digital
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Marketing Digital

1. Introdução

O marketing tradicional envolve a distribuição de produtos (o “P” de praça ou


ponto de venda) e o “P” de promoção, ou seja, a comunicação sobre a marca e
promoção para a venda de produtos. Tudo isso, tradicionalmente, era feito via
canais tradicionais de distribuição, i.e. lojas físicas, e canais de comunicação
tradicionais, como rádio, revistas, jornais, televisão, outdoors.
Em 1996, tudo começaria a mudar no Brasil: a internet decolou com o
surgimento de portais como o UOL (Universo Online) e AOL (America Online).
Surgia um novo tipo de canal para a promoção e distribuição: a internet. Por esse
canal, empresas, celebridades, varejistas, profissionais poderiam se conectar e
descobrir virtualmente qualquer consumidor conectado a um computador. Mais
de 20 anos depois aqui estamos, e é difícil conceber um mundo no qual a internet
não faça parte da nossa vida, está no celular, na TV, nas coisas (com a famosa
internet das coisas). O que menos associamos à internet, atualmente, é o
computador: conceber o marketing sem internet é impossível. Nessa unidade,
veremos como a internet pode auxiliar os negócios, tendências e desafios.
Vamos lá?

2. Ações de Marketing Digital

Dentro do ambiente digital fazemos tudo que já fazíamos no marketing


analógico ou off-line. Os P’s de marketing continuam valendo: Produto, Preço,
Praça e Promoção. As estratégias de segmentação e posicionamento também.

Posicionamento Segmentação

 É o ato de desenvolver a oferta e a  Dividir seu público-alvo em


imagem da empresa, de forma que grupos (ou segmentos) de forma
ocupem um lugar distinto e a promover e desenvolver
significativo na mente dos produtos específicos para cada
consumidores-alvos. segmento.

Como qualquer plataforma, a internet possui ferramentas e ações


específicas. São elas: marketing de conteúdo, marketing nas mídias sociais, e-
mail marketing, marketing viral, pesquisa on-line, monitoramento de resultados
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e e-commerce (comércio eletrônico). Vamos conhecer detalhadamente cada


uma delas?

2.1 Marketing de conteúdo

O marketing de conteúdo é uma das estratégias mais utilizadas na gestão


de marketing digital. Ele é o equivalente, no “P” de promoção, às atividades de
relações públicas e assessoria de imprensa.
No marketing de conteúdo, os profissionais de marketing geram conteúdo
relevante sobre a empresa, ou em temas relacionados, que sejam interessantes
para o público-alvo. Pode ser feito por meio de blogs, redes sociais, landing
pages, ferramentas de marketing de busca etc.
Por exemplo, a Multilaser é uma empresa de hardware (impressoras,
tablets) e fez a postagem a seguir na sua página do Facebook
(https://www.facebook.com/multilaser/):

Figura 1 – Postagem da Multilaser para o Dia dos Namorados

Fonte: Facebook da Multilaser.

Nesse caso, a Multilaser se vale de uma data comemorativa, o dia dos


namorados, para fazer uma postagem de cunho humorístico, que pode,
inclusive, levar as pessoas a marcarem seus respectivos companheiros a
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comprarem os celulares da marca. Até o dia 15/07/2017, a postagem tinha 53


mil curtidas.
No marketing de conteúdo, o objetivo é gerar engajamento com os
seguidores da página, do blog ou da landing page. Veremos nos capítulos
subsequentes como medir engajamento em cada uma das redes sociais ou do
site/blog.

2.2 Marketing de mídias sociais

O marketing de mídias sociais pode ou não utilizar estratégias de


marketing de conteúdo. A atividade principal de marketing, que é feita por meio
de redes sociais, é a promoção, ou seja, a comunicação com o público-alvo por
meio de postagens. Dentro das redes sociais também pode-se fazer e-
commerce, ou comércio eletrônico, nas páginas do Facebook, por exemplo, é
possível incluir o botão compre agora, que, imediatamente, transfere o potencial
comprador à página da empresa. Como exemplo de redes sociais, temos:

Tabela 1 – Principais Mídias Sociais

Facebook A rede social mais popular entre os usuários jurídicos e físicos, que permite
o compartilhamento de informações, conteúdos e criação de comunidades.
Aplicativo de mensagens instantâneas on-line que permite o usuário inserir
Whatsapp
imagens, vídeos e fazer ligações por meio da internet.
Aplicativo móvel de edição e compartilhamento de imagens e vídeos. As
Instagram
hashtags (#) são utilizadas para ajudar na segmentação de conteúdo.
Site de microblogging em que o usuário publica no máximo 140 caracteres,
Twitter
respondendo a seguinte pergunta: O que está acontecendo?
Rede social que permite o compartilhamento de fotos e vídeos de acordo
Pinterest com a preferência dos usuários. É possível salvar as informações no mural
de compartilhamento.
Rede social de negócios em que os profissionais têm uma lista de conexões
Linkedin
que permitem a visualização de currículos e oportunidades de trabalho.
Website para carregamento e compartilhamento de vídeos. Os usuários
Youtube
podem comentam, enviar e compartilhar vídeos no mundo inteiro.
Website com conteúdo de modo organizado e contam com um canal aberto
Blogs
para comentários dos usuários.
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Disponível somente para usuários do Gmail, o Google + proporciona uma


Google + dinâmica diferenciada em círculos (segmentação de grupos) de informações
e oferece a opção hangouts para realizar conversas e videoconferências.

Fonte: Adaptado de Gunileus (2011).

2.3 E-mail marketing

O e-mail marketing parece uma ferramenta antiquada nesses tempos de


redes sociais, mas ainda é uma ótima forma de entrar em contato com clientes
que não compram há algum tempo, ou ainda a negociar produtos/serviços com
ciclo de decisão longo. No mundo off-line o e-mail marketing era chamado de
marketing direto ou mala-direta e era feito por meio de cartas ou catálogos
enviados pelo correio. O e-mail marketing pode ser mal utilizado por algumas
empresas quando se trata de spam ou, ainda, quando é muito frequente pode
entrar em alguma lista negra (ou blacklist).

2.4 Marketing viral

De todas as ações de marketing digital citadas nesse capítulo, a mais


difícil de se implementar e de se concretizar é a de marketing viral. O termo viral
significa tornar-se popular, conhecido. Muitas ações de marketing digital são
pensadas para se tornarem virais, ou seja, populares, mas poucas se
concretizam. O melhor exemplo de marketing viral foi o desafio do balde de gelo,
uma campanha em prol das pesquisas da ELA (esclerose lateral amiotrófica),
uma doença sem cura. Uma entidade não-governamental promoveu a
campanha na qual qualquer pessoa deveria postar um vídeo tomando um banho
de gelo em um balde e desafiando uma outra pessoa. Quem postava o vídeo
deveria fazer uma doação para a entidade e ainda desafiar outra pessoa a
participar. Em 2014, esse desafio tomou conta das redes sociais, pessoas como
Bill Gates, Mark Zuckerberg, Ivete Sangalo e até o Neymar participaram.

Se quiser saber mais sobre o desafio do balde de gelo leia a


matéria da Exame em:
https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-
noticias/redacao/2014/08/27/doenca-sem-cura-deu-origem-ao-
desafio-do-balde-de-gelo.htm
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2.5 Pesquisa on-line

A pesquisa de mercado, durante muito tempo, foi uma atividade pé-na-


estrada: para chegar aos consumidores era preciso ir à rua e conversar com eles
pessoalmente. Atualmente, muito disso pode e deve ser feito via internet. É
evidente que ainda precisamos de pesquisa de mercado presenciais,
principalmente quando a amostra deve ser representativa da população. Mas,
de forma geral, a internet nos oferece uma boa medida para testarmos novos
produtos, avaliarmos o atendimento ou conhecermos o perfil do consumidor.
Algumas ferramentas on-line facilitam o trabalho de construir questionários:
temos o Google Formulários (https://www.google.com/intl/pt-BR/forms/about/) e
Survey Monkey – até 15 questões (https://pt.surveymonkey.com/). Essas duas
ferramentas são gratuitas. Como ferramentas pagas há diversas empresas de
pesquisa de mercado, brasileiras ou não, que podem auxiliar não só na criação
dos formulários, bem como no acesso a painéis de consumidores segmentados
por interesse da empresa.

Quer conhecer mais ferramentas de pesquisa de mercado


on-line? Leia esta matéria da Exame:
http://exame.abril.com.br/pme/10-ferramentas-de-pesquisa-de-
mercado-para-empreendedores/

2.6 Monitoramento de resultados

Uma das principais vantagens do marketing digital é a possibilidade de se


monitorar resultados em tempo real e com muito mais detalhes do que no
marketing tradicional. No marketing digital, por meio de ferramentas de
monitoramento (veja o quadro saiba mais), o empreendedor ou profissional de
marketing consegue saber a audiência do seu site, o perfil das pessoas que
visitaram sua página, e, inclusive, os locais das páginas que estimularam mais
cliques.
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Algumas ferramentas de monitoramento de resultados:

Google Analytics – https://www.google.com.br/intl/pt-


BR_ALL/analytics/learn/index.html
SEM Rush – https://www.semrush.com/
Facebook for Business –
https://www.facebook.com/ads/manage/powereditor/
Sysomos – https://www.sysomos.com
Scup – https://www.scup.com.br/pt/
Hubspot – https://www.hubspot.com
Salesforce – https://www.salesforce.com/br/

2.7 E-commerce (comércio eletrônico)

O e-commerce, ou comércio eletrônico, possibilitou a existência de lojas


virtuais. Nessa lojas, da mesma forma que nas lojas físicas, o cliente pode olhar
as mercadorias e passear pelos corredores, ou seja, ver as mercadorias,
escolher, e até colocá-las em um carrinho de compras. Parece um
desenvolvimento novo, mas, em um caso engraçado, o primeiro ato de comércio
eletrônico envolveu a distribuição de maconha por meio de um programa
chamado Advanced Research Projects Agency Network (ARPANET), na
Universidade de Stanford (EUA), em 1971 ou 1972. Mais de 40 anos depois, a
Amazon não é só considerada o maior varejista on-line, mas sim o maior varejista
do mundo, tendo ultrapassado o Walmart em receitas no ano de 2015.

Referências

GUNELIUS, S. Marketing nas mídias sociais em 30 minutos: manual prático


para divulgar seus negócios pela internet de modo rápido e gratuito. Tradução
de Drago. 1. ed. São Paulo: Cultrix, 2012. 312 p.

KOTLER, Philip. Administração de marketing/Philip Kotler, Kevin Lane Keller;


tradução Sônia Midori Yamamoto; revisão técnica Edson Crescitelli.–. 2012.
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Muller, N. O começo da internet no Brasil. Oficial da Net, 23/04/2008.


Disponível em:
<https://www.oficinadanet.com.br/artigo/904/o_comeco_da_internet_no_brasil>.
Acesso em: 15 jun. 2017.

TORRES, C. A bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber


sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. São
Paulo: Novatec, 2009. pp. 15-83.

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