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SANGRAMENTO DA PRIMEIRA
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M E TA D E D A G E S TA Ç Ã O
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P R O F. M A R I N A AYA B E
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MARÇO DE 2022
OBSTETRÍCIA Prof. Marina Ayabe | Sangramento da Primeira Metade da Gestação 2
APRESENTAÇÃO:
PROF. MARINA
AYABE
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INTRODUÇÃO E
s. APRESENTAÇÃO PESSOAL
Olá, doutor,
como você está?
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@prof.alexandremelitto
@estrategiamed t.me/estrategiamed
Estratégia
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OBSTETRÍCIA Prof. Marina Ayabe | Sangramento da Primeira Metade da Gestação 3
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Assim, esta será minha missão: oferecer a você um conteúdo de qualidade para que você consiga a tão sonhada aprovação na Residência
Médica. E ainda quero que se sinta confortável e à vontade para voltar e me avisar que esse sonho aconteceu e que eu o ajudei nessa trajetória.
Vou aproveitar a oportunidade e deixar alguns “macetes”, pois, para ser aprovado, não basta apenas conhecimento teórico,
faz-se necessário SABER REALIZAR UMA PROVA. Mas, além de estar mais preparado, você levará esse conhecimento adquirido para
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sua vida profissional.
Atenção para algumas dicas de estudo:
1º Não leia este material apenas 1 vez. Faça seus resumos e volte a ler para a FIXAÇÃO do conteúdo daqui alguns dias ou meses.
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2º Organize seus RESUMOS da matéria. Não grife tudo, grife o que não pode faltar para ser compreendido e decorado (já deixei
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3º Resolva MUITAS QUESTÕES: método Dr. Joshua de estudo “3 Qs” - após a leitura, resolva QUESTÃO, QUESTÃO E QUESTÃO.
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4º Vai ter que DECORAR, porque a chance de cair na prova é alta: escreva em uma folha, COLE NA PAREDE DO QUARTO OU
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NO BANHEIRO e olhe todos os dias. É certeza que, uma hora, entra na cabeça.
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4º Se necessário, pode me procurar pelo FÓRUM DE DÚVIDAS e em nossas redes sociais: não vá para a prova com dúvidas, pois
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eu posso ajudá-lo.
6º NÃO PERCA TEMPO: se seu objetivo é passar, vamos, então, conquistar esta vaga.
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7º Não gosta de estudar OBSTETRÍCIA? Estude, então, aqui comigo mesmo com ódio! Eu vou facilitar seu estudo para sua
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Estratégia
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OBSTETRÍCIA Prof. Marina Ayabe | Sangramento da Primeira Metade da Gestação 4
INTRODUÇÃO
O tema sangramento da primeira metade da gestação está entre os 3 TOP temas da obstetrícia. Observe, a seguir, o gráfico de
temas que vale ouro para organizar suas prioridades de estudo.
2% 2%
2%
4% 3%
7% 4%
25%
11% 9%
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34%
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13% 12%
25%
15% 12%
20%
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Intercorrências obstétricas Pré-natal Sangramento primeira metade Abortamento de repetição
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Deu para entender por que quero sua atenção nesse tema? Eu preciso que você garanta um ponto fundamental na prova para
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sua aprovação.
Ao deparar-se com uma gestante com menos de 20 semanas ou na primeira metade da gestação e com queixa de sangramento
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DOENÇA
GESTAÇÃO
ABORTAMENTO TROFOBLÁSTICA
ECTÓPICA
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GESTACIONAL
Em nossa revisão, todos esses 3 temas têm uma participação importante no total de questões. É importante ressaltar que as questões,
na maior parte das vezes, misturam os diagnósticos diferenciais nas alternativas, por isso é necessário conhecer bem todas as patologias.
Vamos começar falando de cada uma com mais detalhes.
Estratégia
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OBSTETRÍCIA Sangramento da Primeira Metade da Gestação Estratégia
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SUMÁRIO
1 .2 CLASSIFICAÇÃO 6
1 .3
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EPIDEMIOLOGIA 8
1 .4 ETIOLOGIA 8
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1.4.1 ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS 8
1.4.7 TRAUMA 10
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2 .2 LOCALIZAÇÃO 23
2 .3 QUADRO CLÍNICO 24
2 .4 FATORES DE RISCO 25
2 .5
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DIAGNÓSTICO 25
2 .6 TRATAMENTO 26
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2.6.1 CONDUTA EXPECTANTE 26
2 .7
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3 .1 MOLA HIDATIFORME 32
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3.1.2 PATOGÊNESE 32
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3.1.4 TRATAMENTO 38
3.2.1 ESTADIAMENTO 40
3.2.2 TRATAMENTO 42
4 .2 GESTAÇÃO ECTÓPICA 46
4 .3 ABORTAMENTO 47
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CAPÍTULO
1.0 ABORTAMENTO
1. 1 DEFINIÇÕES
ABORTAMENTO: é a interrupção da gestação antes de que o produto conceptual tenha atingido a viabilidade.
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Definição segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS):
• expulsão ou extração do feto antes de 20 semanas ou com menos de 500 g.
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< 500 gramas
ABORTAMENTO
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< 20 semanas
Fig 1: Definições.
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Além disso, o termo abortamento refere-se ao processo de eliminação do concepto, enquanto aborto se refere ao produto conceptual
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eliminado. Os termos "aborto" e "abortamento" costumam ser empregados como sinônimos pelas provas de Residência e assim utilizaremo-los.
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1. 2 CLASSIFICAÇÃO
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Precoce x tardio
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80% das
enquanto aqueles que ocorrem entre a 13a e a 20a semana perdas
de gestação são considerados tardios. As principais causas de
abortamento precoce são as anomalias cromossômicas, já de
abortamento tardio, é a incompetência istmocervical, que ocorre
geralmente no segundo trimestre da gestação.
PRECOCE
Menos que
12 semanas
x TARDIO
Entre 12 e 20
semanas
A importância dessa classificação reside no fato de que os
abortos têm etiologias e condutas terapêuticas diferentes de acordo
Fig 2: Definição abortamento precoce x tardio.
com a idade gestacional.
#FICAADICA: nos abortos tardios (> 12 semanas), o feto já apresenta espículas ósseas! Assim, seu raciocínio para a
conduta deve basear-se no MAIOR RISCO DE PERFURAÇÃO pelas espículas e em evitar a curetagem como método
único de tratamento.
Eu sei que essa imagem impressionou você de uma forma triste ou gerou aflição. O que eu quero com ela? Preciso que você entenda
o risco de perfuração por curetagem uterina isolada em feto acima de 12 semanas pela presença de espículas ósseas.
Então, vamos prosseguir os estudos entendendo as diferentes definições de abortamento. Isso será importante para você definir
as causas, os riscos e as condutas.
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Espontâneo x provocado
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O abortamento espontâneo é aquele que ocorre sem nenhuma intervenção externa, podendo ser
causado por condições maternas ou por anormalidade do embrião ou do feto.
Já o aborto provocado é aquele em que há intenção de provocá-lo e ocorre uma intervenção externa.
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Vale ressaltar que o aborto provocado pode ocorrer dentro da legalidade e das condições sanitárias
adequadas ou não.
Se você deseja detalhes e se aprofundar sobre a interrupção legal na gestação, veja o livro digital
de ginecologia sobre Assistência à vítima de violência sexual .
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Esporádico X de repetição
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Os abortamentos esporádicos são aqueles que não Porém, atenção para a alteração na definição moderna:
se encaixam como abortamentos habituais. Geralmente, 2 ou + perdas gestacionais documentadas pelo ultrassom ou
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cromossômicas e NÃO acarreta aumento de risco de um novo Sugiro você saber essas duas definições, pois a utilizada
abortamento para a mulher. na prova vai depender do examinador que fará a questão. Fique
O abortamento de repetição ou habitual, pela definição atento, porque muitas questões abordam esse tema e, se você
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clássica, é quando ocorrem 3 ou + perdas gestacionais espontâneas deseja revisar com maior profundidade, não deixe de ler o livro
e consecutivas antes de 20 semanas de gestação. digital sobre abortamento habitual e insuficiência cervical.
1. 3 EPIDEMIOLOGIA
O abortamento é considerado a complicação mais comum da gestação. Aproximadamente, uma em cada quatro mulheres apresentará
um aborto espontâneo em sua vida, sendo que 15 a 20% de todas as gestações diagnosticadas clinicamente evoluirão para abortamento. Muito
triste saber disso, não é? Às vezes, a estatística assusta um pouco, mas ela é importante para sabermos lidar com o problema.
Os abortamentos precoces são aqueles que ocorrem antes de 12 semanas de gestação e representam 80% dos abortamentos.
Além disso, saiba que, diante de um abortamento esporádico, a principal causa está associada às anomalias cromossômicas. E por
que você deve entender isso? Porque a família irá questionar sobre o medo de nova perda gestacional. E a resposta é que NÃO há aumento
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de risco de novo abortamento no caso do aborto esporádico. Ainda bem, não é?
Quanto ao abortamento de repetição, a incidência ocorre em torno de 1 a 2% das gestações e o risco de uma perda aumenta a cada
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episódio, sendo em torno de 10% após a primeira perda, 15 a 30% após a segunda perda e 20 a 35% após o terceiro episódio.
1. 4 ETIOLOGIA
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1.4.1 ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS
A ALTERAÇÃO CROMOSSÔMICA é a principal etiologia em 50 a 80% dos abortamentos precoces (antes da 12ª semana de gestação).
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As TRISSOMIAS são as alterações mais comuns associadas às perdas precoces, correspondendo a 50% dos abortamentos
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de causa genética.
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Dentro das trissomias, a do cromossomo 16 é a mais frequente. Apesar das causas cromossômicas serem frequentes, elas são
decorrentes de erros ou mutações pontuais. A monossomia do cromossomo X é a segunda maior causa genética de abortamento, devido
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TIREOIDOPATIAS
• Insuficiência de corpo lúteo: leva a um endométrio pouco preparado para a recepção do embrião.
ATENÇÃO DA CORUJA: atualmente, a literatura não demonstra que a deficiência lútea esteja associada
aos abortamentos e nem que a suplementação de progesterona previna abortamentos.
• Diabetes mellitus: pacientes com diabetes mellitus pré-gestacional do tipo 1, com descontrole glicêmico, têm uma taxa
aumentada de abortamento. Em geral, recomenda-se manter a hemoglobina glicada inferior a 7,0% para que a paciente
engravide, pois isso diminui o risco de perda fetal e de malformações, que se torna semelhante ao risco da população geral.
• Tireoidopatias: há uma incidência maior de abortamentos em pacientes com hipotireoidismo e naquelas com anticorpos
antitireoidianos, mesmo na ausência de doença tireoidiana.
• Síndrome dos ovários policísticos (SOP): aventa-se que os mecanismos responsáveis pelo abortamento são: maior resistência
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insulínica, com hiperinsulinemia e aumento do LH, obesidade e hiperandrogenismo.
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1.4.3 INFECÇÕES
Em teoria, todas as infecções virais ou bacterianas podem ocasionar abortamento por lesões na decídua da placenta, nas membranas
ovulares e no concepto.
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Em especial o Treponema pallidum, agente etiológico da sífilis, está envolvido tanto no abortamento tardio quanto na infecção
materna. Outros agentes que você deve saber que também estão implicados no abortamento espontâneo são: clamídia, gonococo, herpes,
CMV, Listeria e estreptococo do grupo B.
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• Incompetência cervical: a incompetência cervical é uma causa importante de perdas fetais tardias, correspondendo por 10
a 20% dos abortamentos de repetição. Esse tema será discutido de maneira detalhada no livro digital sobre abortamento
habitual e insuficiência cervical.
• Malformações uterinas: as malformações uterinas associadas aos defeitos de fusão dos ductos de Müller (útero bicorno,
didelfo, septado ou arqueado) estão associadas ao aumento de risco de abortamento. Elas não dificultam a concepção e a
implantação, entretanto podem provocar complicações obstétricas, como abortos de repetição, partos prematuros, restrição
de crescimento fetal e distocias no parto. Entre as malformações, a que apresenta pior prognóstico é o ÚTERO SEPTADO.
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1.4.6 TABACO, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Mulheres que fumam mais de 10 cigarros por dia apresentam maior risco de abortamento; acredita-se que a vasoconstrição e os danos
placentários estejam envolvidos nesse processo. O uso de álcool também parece contribuir para o aumento de risco para abortamento,
apesar de os estudos serem inconsistentes.
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1.4.7 TRAUMA
Quando o útero sai da pelve, após a 12ª semana de gestação, ele fica mais exposto ao trauma externo direto. Porém, o trauma direto
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Doenças Infecções
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Causas uterinas
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Fatores
Tabaco, álcool e Trauma
imunológicos
outras drogas
(SAAF)
FIQUE ATENTO: as diferentes formas de apresentação clínica dos abortamentos e suas condutas específicas são os tópicos
mais abordados em abortamentos pelas provas de Residência.
A ameaça de abortamento ou abortamento evitável é a principal entidade clínica que leva à procura de serviços de urgência.
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Trata-se de uma complicação frequente, que acomete de 15 a 20% das mulheres. Aproximadamente 40 a 50% das mulheres que
sangram no início da gestação evoluem para perda gestacional. Após ser evidenciada a atividade cardíaca na ultrassonografia, esse
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risco se reduz para valores entre 4 e 10%.
Como a paciente se apresenta?
A paciente refere, em geral, um sangramento em pequena quantidade associado à cólica abdominal. No exame ginecológico,
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o útero tem tamanho compatível com a idade gestacional, o colo uterino encontra-se impérvio e, no exame especular, pequena
quantidade de sangue é coletada em fundo de saco posterior.
Como é o achado ultrassonográfico?
A ultrassonografia é compatível com a normalidade para a idade gestacional. É visualizada a presença de saco gestacional
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regular e, a depender da idade gestacional, embrião com batimentos cardíacos fetais presentes.
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Sempre que houver relato de sangramento vaginal sem que haja uma ultrassonografia prévia com gestação
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tópica, deve-se suspeitar também de gestação ectópica. O quadro clínico vai guiá-lo para a principal hipótese, mas a
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HEMATOMA
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SUBCORIÔNICO
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A gestação inicial ou incipiente pode gerar confusão, por não haver visualização de todos os componentes necessários
para uma gestação viável e evolutiva. Por isso, a conduta é repetir a ultrassonografia em 7 a 10 dias para reavaliação.
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1.5.2 ABORTAMENTO INEVITÁVEL
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Algumas provas de Residência trazem esse termo em suas questões. Considera-se um abortamento inevitável aquele em
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que ainda não houve eliminação do material ovular ou do embrião pelo colo, porém o processo já é irreversível. Em algumas
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questões, mesmo com a eliminação de restos, dá-se o nome de abortamento inevitável. A nomenclatura mais correta nesses casos
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é de abortamento em curso, porém os dois termos podem ser empregados como sinônimos (em curso ou inevitável).
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Em geral, a paciente apresenta sangramento em moderada a grande quantidade, associado à dor pélvica. Ao
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exame ginecológico, há presença de sangue coletado, podendo haver sangramento ativo. Um ponto importante é que, ao
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toque vaginal, o colo uterino geralmente está PÉRVIO, podendo haver herniação da bolsa em gestações mais avançadas.
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Como já dissemos, as provas podem considerar que um abortamento em curso, com saída de restos no momento da
avaliação, seja um abortamento inevitável.
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Quando ocorre a eliminação completa do produto concepcional, dizemos que houve um abortamento completo. Em gestações
mais iniciais, em geral, é um processo comum.
Como a paciente se apresenta?
A paciente costuma procurar o pronto-socorro dizendo que apresentou um sangramento em grande quantidade, geralmente
referindo eliminação de um material amorfo, e que, após esse processo, o sangramento diminuiu e as cólicas reduziram a intensidade.
Após a eliminação completa, o colo uterino fecha-se e geralmente está impérvio ou se fechando ao toque vaginal, e o útero
apresenta-se diminuído em relação à idade gestacional.
Como é o achado ultrassonográfico?
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O diagnóstico de certeza somente pode ser obtido por meio da realização de ultrassonografia transvaginal. Apesar de não
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haver consenso na literatura, a maioria das referências considera que a presença de eco endometrial com espessura inferior
a 15 mm no corte longitudinal do útero indica um abortamento completo, sem a necessidade de procedimentos terapêuticos.
A imagem abaixo apresenta uma ultrassonografia transvaginal com o endométrio de 9 mm de espessura, confirmando o
abortamento completo.
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Figura 8. Ultrassonografia pós-abortamento completo com medida do endométrio menor do que 15 mm.
Diante do diagnóstico de abortamento completo, não há necessidade de condutas terapêuticas de urgência. Caso a paciente
encontre-se estável hemodinamicamente e sem queixas, deve-se realizar orientação e alta hospitalar com medicamentos sintomáticos.
Vale lembrar que deve ser colhida tipagem sanguínea e, em caso de Rh negativo, realizar imunoglobulina anti-D.
O abortamento incompleto ocorre quando há eliminação parcial dos produtos da concepção, sendo mais comum em abortos
mais tardios.
Como a paciente se apresenta?
Na maior parte dos casos, a paciente refere um sangramento de moderada a grande quantidade, podendo haver eliminação
de material amorfo. O sangramento persiste em menor volume após esse episódio.
Ao exame físico, o útero encontra-se com volume menor do que o esperado para a idade gestacional e o colo uterino encontra-
se pérvio na maior parte dos casos. Em poucos casos, o colo pode estar fechado. Em alguns casos, como já foi citado anteriormente,
a paciente pode chegar eliminando o material, recebendo o nome de abortamento em curso.
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Como é o achado ultrassonográfico?
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O diagnóstico de certeza, assim como no abortamento completo, deve ser realizado por meio da ultrassonografia.
Nesse caso, espera-se encontrar a presença de material amorfo, com espessura do eco endometrial superior a 15 mm,
como pode ser evidenciado na imagem ao lado:
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A conduta clássica é o esvaziamento uterino. E, em geral, essa é a resposta cobrada pelas bancas com o objetivo de
resolutividade dos restos intrauterinos. Porém, existe a possibilidade de tratamento expectante, que deverá ser discutida com a
paciente, a qual, após avaliar os riscos e benefícios, deverá tomar sua decisão.
Expectante
Aguardar a expulsão dos restos ovulares em casos de abortamento incompleto alcança uma taxa de sucesso de 95% em
15 dias, sem aumentar a taxa de complicações. Deve-se adotar a conduta expectante observando alguns cuidados: ausência de
sangramento importante, ausência de sinais de infecção, presença de pouca quantidade de material (em geral com eco endometrial
menor do que 50 mm) e desejo da paciente, que deve ser bem esclarecida.
Ativa
• Medicamentosa
Consiste na administração do misoprostol, que é um análogo da prostaglandina que promove esvaecimento do colo
uterino e contração do útero. Na ausência de contraindicação, seu uso deve ser considerado como preferencial. Aguarda-se a
eliminação dos restos e, após sua ocorrência, realiza-se uma ultrassonografia para confirmar se o abortamento foi completo
(eco endometrial inferior a 15 mm).
• Cirúrgica
Quando o colo uterino está dilatado, na maior parte dos casos, o esvaziamento uterino com curetagem ou a aspiração
manual intrauterina (AMIU) são as opções. Lembre-se de que a AMIU é recomendada para gestações iniciais e de pequeno volume.
Sempre deve ser avaliada a tipagem sanguínea e, se a paciente apresentar Rh negativo, deve ser realizada imunoglobulina anti-D.
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1.5.5 ABORTAMENTO INFECTADO
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O abortamento infectado, em geral, é uma complicação do abortamento retido. Em países em que o aborto não é legalizado,
muitas vezes, está associado à prática de abortamento inseguro, fora do ambiente hospitalar.
A flora bacteriana, assim como em todos os processos do trato genital superior feminino, envolve bactérias Gram-positivas
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e negativas, além de anaeróbias. Assim como na doença inflamatória pélvica (veja o livro digital), a doença pode propagar-se do
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útero para os anexos e para a cavidade pélvica, além de haver disseminação hematogênica, levando a quadros sépticos.
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O quadro clínico da paciente depende do grau de comprometimento. Em casos mais leves de mioendometrite, a paciente
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apresenta dor abdominal, febre, sangramento vaginal e saída de secreção purulenta pela vagina.
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Ao exame físico, a paciente pode encontrar-se febril e taquicárdica por quadro séptico, o útero encontra-se doloroso e o
colo uterino encontra-se geralmente pérvio. Ao exame especular, pode ser evidenciada saída de sangue e de secreção purulenta.
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Em casos mais graves, a paciente pode evoluir com choque séptico e com disfunção de múltiplos órgãos.
Como tratar a paciente?
Antibioticoterapia
+ Esvaziamento
uterino
Antibioticoterapia intravenosa
Sabe aquele esquema terapêutico que você precisa decorar?
Ele é indicado para abortamento infectado, corioamnionite, infecção puerperal e, em alguns casos, na doença inflamatória
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pélvica, isto é, para a ginecologia e para a obstetrícia.
C
CLINDAMICINA
co G
GENTAMINICINA
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600 mg IV 6/6h
900 mg IV 8/8h
+ 3 A 5 mg/kg
INTRAVENOSO
1 VEZ AO DIA
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A antibioticoterapia intravenosa, em casos de endometrite não complicada, deve ser mantida por 48 horas com a paciente
afebril e assintomática e, após, não há necessidade de manutenção de antibióticos por via oral ou de internação. Em casos de
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sepse deve ser mantida por mais tempo, o que varia de acordo com os protocolos, entre 7 e 14 dias.
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Esvaziamento intrauterino
Em casos em que haja confirmação da presença de restos ovulares ou de abscesso, deve ser realizado o esvaziamento uterino
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Figura 10. Imagem, à esquerda, de embrião com CCN maior do que 7 mm e ausência de batimento cardioembrionário e, à direita, uma gestação anembrionada.
(Fonte: arquivo pessoal dos professores EMED).
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Denomina-se aborto retido a ocorrência de morte embrionária ou fetal antes da 20ª semana de gestação, com retenção do
produto conceptual por tempo prolongado (dias a semanas).
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Do ponto de vista ultrassonográfico, faz-se o diagnóstico de aborto retido ou óbito embrionário quando há presença de
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Já a gestação anembrionada, ou “ovo cego”, é a presença de saco gestacional sem embrião em seu interior, em geral, após
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6 semanas de gestação. Isso pode ocorrer por ausência de desenvolvimento ou por reabsorção do embrião. O principal critério
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ultrassonográfico para definição diagnóstica é a ausência de embrião na presença de saco gestacional com diâmetro interno
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Em ambas as situações, a paciente, em geral, encontra-se assintomática e acaba realizando o diagnóstico durante uma
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ultrassonografia. Pode haver desaparecimento dos sintomas associados à gestação, tais como náuseas, vômitos e ingurgitamento
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mamário, além de pequenos sangramentos vaginais. Ao exame físico, o útero pode estar menor para a idade gestacional e o colo
encontra-se impérvio.
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Aproximadamente 30 a 50% das pacientes com gestações não evolutivas terão um abortamento completo após
15 dias do diagnóstico, sendo esse período bem tolerado pelas pacientes. Pode-se aguardar até 4 semanas para a
eliminação, pois, após esse período, o risco de coagulação intravascular disseminada e de infecção torna-se alto. Em
geral, não se aguarda mais do que 15 dias, pois a taxa de sucesso após esse período é muito baixa.
– Ativa:
Medicamentosa
Esse esquema pode ser realizado com a paciente internada ou ambulatorialmente. Consiste na administração do misoprostol.
Aguarda-se a eliminação do concepto e, quando ela ocorrer, realiza-se uma ultrassonografia para confirmar se o abortamento foi
completo (eco endometrial inferior a 15 mm).
Cirúrgica
Como o colo se encontra impérvio, em geral, administra-se 400 μg de misoprostol e realiza-se o esvaziamento uterino com
curetagem ou AMIU.
OBS.: é importante lembrar que, em gestações com mais de 12 semanas, há a presença de estruturas ósseas, então
recomenda-se realizar a conduta cirúrgica apenas após a eliminação do concepto.
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E, para encerrar, deixo aquele quadro TOP para revisar as principais diferenças entre as formas clínicas de abortamento.
incompleto
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Endométrio fino ou
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Abortamento
Diminui de intensidade material mínimo
após expulsão completa)
Có
completo
(espessura endometrial até 15 mm)
Fechado
retido gestação, sangramento discreto em embrião ≥ 7 mm)
Retenção prolongada
Abortamento (> 4 semanas) Geralmente pérvio e Restos ovulares
infectado Pode ocorrer sangramento doloroso à mobilização Endométrio irregular
discreto, purulento ou não, febre
E, a seguir, aquele fluxograma que vai auxiliá-lo a memorizar a avaliação ultrassonográfica e clínica dos abortamentos. Faça 3 perguntas
principais: apresenta saco gestacional visível intrauterino? Tem embrião? O BCF está presente?
FORMAS CLÍNICAS
EE < 15mm
SIM Gestação
CCN > 7mm incipiente?
Batimentos
NÃO Aborto retido
cardíacos?
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Considerar se
SIM
medidas menores
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Ameaça de abortamento
Figura 12. Fluxograma das principais diferenças das formas clínicas pela ultrassonografia.
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Você está firme na diferença das formas clínicas do abortamento e suas respectivas condutas? Se está inseguro, recomendo que
você retorne ao texto e revise. Não tenha pressa.
Se estiver seguro nessa parte dos estudos, prossiga na leitura. Vou continuar a detalhar pontos importantes cobrados nas provas,
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As bancas de Residência gostam de cobrar os critérios sugestivos de que uma gestação não está evoluindo de forma adequada e apresenta
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mau prognóstico. A seguir, vou colocar alguns critérios que sugerem mau prognóstico. Atenção especial aos primeiros 5 critérios mais cobrados:
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• Embrião com comprimento cabeça-nádegas (CCN) maior ou igual a 7 mm sem atividade cardíaca
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• Saco gestacional:
– maior ou igual a 25 mm e sem embrião (gestação anembrionada);
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técnica de escolha em gestações precoces, até 12 semanas. É um instrumento barato, de simples manuseio e com uma técnica de fácil
aplicação. A aspiração pode ser realizada por meio de vácuo elétrico, chamada de aspiração elétrica, ou por meio de um vácuo manual
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produzido por uma seringa, chamado de AMIU. As complicações, como perfuração e sinéquias, são pouco frequentes por tratar-se de um
material rombo e que não “raspa” as paredes uterinas.
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A curetagem uterina somente deve ser empregada em abortamentos com menos de 12 semanas na indisponibilidade de material
para aspiração. Já em gestações com mais de 12 semanas ou com material muito abundante, ela é a primeira opção.
Antes da curetagem em si, pode haver a necessidade de dilatar o orifício do colo uterino para a passagem da cureta. Para esse
procedimento, emprega-se as chamadas velas de dilatação de Hegar, que são introduzidas no colo (imagem a seguir à esquerda). Após a
dilatação, procede-se com a retirada mecânica dos restos ovulares com a cureta (imagem a seguir à direita).
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Figura 14. Figura à esquerda: velas de dilatação do colo uterino (velas de Hegar). Figura à direita: curetas fenestrada e romba em colher.
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A perfuração uterina é a complicação mais frequente na curetagem. Caso ela ocorra, o procedimento deve ser interrompido e
a paciente deve ser observada. Caso ela apresente instabilidade hemodinâmica, deve ser realizada laparotomia exploradora devido ao
extravazamento de sangue para a cavidade abdominal provocado pela perfuração.
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Sei que estou detalhando um tema triste da obstetrícia, porém muito cobrado pelas bancas. Mas, dê um voto de confiança para o
útero. Acredite no potencial de uma gestação saudável.
CAPÍTULO
m
co
s.
♥
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o
ub
A gestação ectópica continua sendo uma patologia com elevada morbimortalidade materna, sendo a principal causa de mortalidade
id
é
(USTV), o diagnóstico está cada vez mais precoce e está sendo realizado em uma fase mais inicial, antes que ocorra a ruptura tubária.
A gestação ectópica é responsável por 6 a 13% das mortes no período gestacional e a principal causa de mortalidade materna no
a
dv
pi
2. 1 DEFINIÇÃO
me
A gestação ectópica é definida quando a implantação e o desenvolvimento do embrião ocorrem fora da cavidade corporal uterina.
A gestação ectópica pode ser diagnosticada na forma ÍNTEGRA ou ROTA, o que vai diferenciar principalmente a clínica e a conduta.
Além disso, o termo "ABORTAMENTO TUBÁRIO" é dado para as gestações ectópicas que evoluíram naturalmente para a eliminação
espontânea em uma conduta expectante.
GRAVIDEZ HETEROTÓPICA: é definida quando ocorre uma gestação intrauterina combinada com uma extrauterina. Houve um
aumento da incidência dos casos com as técnicas de reprodução assistida, elevando para 1% dos casos de gestações ectópicas pós-FIV.
m
co
Figura 16. Gestação heterotópica.
2. 2 LOCALIZAÇÃO
s.
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ub
ro
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nã
a
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pi
Có
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A gestação ectópica TUBÁRIA ocorre entre 90 e 95% dos casos, sendo que a porção AMPULAR da tuba uterina é a localização mais comum.
Porém, outras localizações também podem ocorrer e são localizações atípicas em 10% dos casos: porção intersticial da tuba, ovário,
cérvix, cicatriz da cesárea ou na cavidade abdominal.
Figura 18. Imagem ultrassonográfica de gestação ectópica à direita (Fonte: acervo dos professores do EMED).
m
co
2. 3 QUADRO CLÍNICO
A suspeita clínica dependerá da evolução da gestação Os sintomas mais intensos estão relacionados à ROTURA
ectópica. O mais comum é a gestação ectópica ser diagnosticada TUBÁRIA, então atenção ao quadro clínico da gestante. A
s.
na forma ÍNTEGRA ou ROTA. característica da dor na gestação ectópica ROTA é SINCOPAL e
No ABORTAMENTO TUBÁRIO, a paciente apresenta clínica LANCINANTE. Já quanto ao estado hipovolêmico da gestação
de sangramento vaginal discreto e queda dos níveis de beta-hCG. ectópica rota, a gestante apresenta palidez, taquicardia e hipotensão
A resolução da gestação é espontânea e a conduta, expectante. arterial sem perda sanguínea visível.
♥
eo
Na gestação ectópica ÍNTEGRA, a dor geralmente é em cólicas e No exame abdominal, geralmente são encontrados a
o
ub
a história clínica, pouco esclarecedora. Porém, pode cursar com a tríade descompressão brusca positiva (Blumberg positivo), a diminuição de
ro
clássica de DOR ABDOMINAL, ATRASO MENSTRUAL e SANGRAMENTO ruídos hidroaéreos intestinais e o HEMOPERITÔNIO. E, neste ponto,
vamos relembrar os sinais clínicos encontrados no hemoperitônio:
id
TRÍADE CLÁSSICA
diafragmática pelo hemoperitônio.
a
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pi
Sinais de choque hipovolêmico em uma gestante no primeiro trimestre é igual a LAPAROTOMIA EXPLORADORA DE EMERGÊNCIA.
Quer saber o final da história? Muito sangue em cavidade, salpingectomia da tuba acometida, paciente viva e retornou grávida após
2 anos com evolução intrauterina normal. Um final feliz que poderia ser catastrófico no atraso diagnóstico.
Chega de nostalgia, vamos continuar com os fatores de risco?
2. 4 FATORES DE RISCO
Veja que, nessa etapa, a recorrência da doença é comum e, geralmente, infecções e patologias que afetam o endométrio e a tuba
uterina podem ser fatores de risco para a gestação ectópica. Veja abaixo os fatores de risco:
m
co
• Gestação ectópica prévia (recorrência de 15%).
• Cirurgia tubária prévia (laqueadura tubária, reanastomose tubária).
• Infertilidade (técnicas de fertilização assistida).
• Doença inflamatória pélvica (principalmente a infecção por Chlamydia).
s.
• Endometriose.
• Usuárias de dispositivo intrauterinos (DIU).
• Anticoncepção de emergência.
• Tabagismo.
♥
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ub
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2. 5 DIAGNÓSTICO
id
é
ainda na gravidez ectópica íntegra, para reduzir o risco de rotura Em caso de beta-hCG positivo > 2.000 mUI/mL,
tubária e aumentar o sucesso da conduta conservadora. devemos visualizar uma gestação intrauterina
a
dv
pi
Na vigência de atraso menstrual, dor abdominal e sangramento na ultrassonografia transvaginal. Isso exceto
Có
genital, deve ser levantada a suspeita de gestação ectópica e em casos de gestações gemelares, que podem
o diagnóstico, complementado com β-hCG e ultrassonografia aumentar o valor para 3.500 mUI/mL.
transvaginal. Se o valor do beta-hCG for < 2.000 mUI/mL
me
Para facilitar, a seguir, um fluxograma para ajudá-lo no raciocínio diagnóstico da gestação ectópica.
β-hCG
POSITIVO
USTV
GESTAÇÃO TÓPICA
Ausência de massa anexial Massa anexial visível
(embrião vivo, anel tubário, hematossalpinge)
m
β-hCG β-hCG
< 2.000 mUI/mL ≥ 2.000 mUI/mL GESTAÇÃO
co
ECTÓPICA
Repetir β-hCG
em 48h
s.
↑ ≥ 35% em 48h ↑ < 35% em 48h
ou ECTÓPICA
2. 6 TRATAMENTO
id
é
Devido a diagnósticos cada vez mais precoces em pacientes assintomáticas, está optando-se pela utilização de métodos não invasivos.
o
nã
Consequentemente, são propostas mais opções terapêuticas, como conduta expectante e medicamentosa com metotrexato (MTX) de forma
sistêmica ou local, guiada por ultrassom; ou o tratamento cirúrgico com salpingectomia ou salpingostomia por via laparotômica ou laparoscópica.
a
dv
pi
Có
m
ESTABILIDADE
β-hCG MASSA ANEXIAL BCF HEMODINÂMICA PACIENTE
co
DESEJO DE
< 5.000 mUI/mL < 4 CM AUSENTE ECTÓPICA ÍNTEGRA GRAVIDEZ FUTURA
• Divergências na literatura:
• Parâmetro mais • BCF: batimento Ausência de dor • Termo de
• Zugaib Obstetrícia: < 4cm
importante cardíaco fetal abdominal consentimento assinado
• Tratado FEBRASGO: < 3,5cm
s.
* Zugaib Obstetrícia, 2020, Tratado de Obstetrícia da FEBRASGO, 2021.
Se tem um quadro de gestação ectópica que quero que Se ocorrer redução de 15% do valor do β-hCG entre o 4º e o
eo
o
grave, é esse! Não conseguiu decorar? Então, transcreva, coloque 7º dia, é sinal de bom prognóstico e deve-se seguir com dosagens
ub
na parede de seu quarto e olhe para ele até passar nas provas. de beta-hCG semanais até negativar. Se redução menor do que
ro
Agora, sim, vamos prosseguir. 15% no 7º dia, deve-se repetir nova dose de MTX. Se não houver
id
Uma vez indicado o tratamento medicamentoso com queda dos títulos, realizar cirurgia.
é
metotrexato, é importante avaliar a existência de contraindicações: O esquema em múltiplas doses é uma opção, mas geralmente
o
nã
gravidez intrauterina concomitante (heterotópica), recidiva de não é a primeira escolha, porém você pode deparar-se com
gravidez ectópica na mesma tuba, declínio de títulos de β-hCG ela em alguma questão. Geralmente, é uma opção terapêutica
a
dv
pi
antes do tratamento, amamentação, anemia, leucopenia (leucócitos para casos de critérios para o tratamento medicamentoso mais
Có
que você deve saber. Geralmente, o mais utilizado é o esquema em METOTREXATO 1 mg/kg (nos dias 1,3,5 e 7) +
DOSE ÚNICA, já que são necessários menos dias de internação e LEUCOVIRINA (ácido folínico) 0,1 mg/kg (nos dias
apresenta poucos efeitos colaterais. alternados 2,4,6 e 8).
* Controle com dosagem do β-hCG no primeiro dia da aplicação e
ESQUEMA DOSE ÚNICA: antes de aplicar nova dose.
METOTREXATO: 50 mg/m2 por via intramuscular
em dose única*. Avaliar a redução de 15% nesse intervalo para considerar
tratamento adequado. Não se deve dar mais do que 4 doses de MTX.
*Controlar com dosagem do β-hCG no 4º e 7º dias após a dose.
Outro ciclo de 4 doses poderá ser repetido apenas após 14 dias.
ACOMPANHAMENTO
É realizado por meio da dosagem semanal do β-hCG até Quanto às alternativas terapêuticas, estão sendo estudados
ficar NEGATIVA. Em geral, fica negativa em torno de 4 a 6 semanas. outros protocolos com o metotrexato, como o esquema em dose dupla,
Lembre-se de que NÃO está recomendada a ultrassonografia esquemas em múltiplas doses, porém esses esquemas apresentaram
transvaginal seriada para controle de tratamento, pois ela é incapaz eficácia semelhante ao esquema em dose única. Existem, também,
de detectar resposta ou falha do tratamento. A exceção está em estudos com a associação da MIFEPRISTONA com o GEFITINIBE,
casos de suspeita de rotura tubária. diminuindo o tempo para o β-hCG negativar, além de estudos com
outros fármacos, como as prostaglandinas e a glicose hipertônica
utilizada por laparoscopia ou ultrassonografia transvaginal.
NÃO ESQUEÇA: está recomendada a profilaxia com a
Além disso, pode-se associar a utilização do cloreto de
imunoglobulina anti-D em TODAS as gestantes Rh negativo
m
potássio com o objetivo de provocar assistolia em embriões com BCF
com gravidez ectópica.
presente de gestações ectópicas. É uma alternativa para gestações
co
de cicatriz de cesárea, em gestação cervical ou até em casos de
gestações heterotópicas como fármaco isolado.
dose de 1 mg/kg.
o
Como o tratamento local tem resultados semelhantes ao tratamento sistêmico (mais prático, fácil de ministrar, não depende de
ub
habilidades e não é invasivo), o tratamento sistêmico com o metotrexato ficou como a principal opção entre os tratamentos conservadores.
ro
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é
instabilidade hemodinâmica.
Có
Indicações de laparotomia
Choque hipovolêmico
Múltiplas aderências
m
A pergunta seguinte, após a decisão da laparotomia ou laparoscopia, fica entre salpingectomia (retirada de toda a tuba uterina) ou
salpingostomia (preservação da tuba uterina).
co
Veja, a seguir, quando devemos decidir pela SALPINGECTOMIA:
• Prole constituída
• Lesão tubária irreparável ou rota
• Salpingostomia com sangramento persistente
s.
• Recidiva de gestação ectópica na mesma tuba
• β-hCG muito elevados (> 5.000 mUI/mL)
• Há invasão de trofoblasto na serosa
Agora, entendendo um pouco sobre a SALPINGOSTOMIA, ela está indicada principalmente em casos em que se pretende
♥
eo
preservar a fertilidade. É realizada uma incisão de 2 cm no ponto de maior abaulamento da borda antimesentérica da tuba e é realizado
o
m
co
Figura 22. Localizações das gestações ectópicas.
Como é um tópico pouco abordado, mas pode estar nas alternativas das questões, deixo, a seguir, aquela tabela de resumo que você
s.
pode adicionar em seus estudos.
Característica Conduta
tubária
Cirúrgico com ressecção cornual ou até histerectomia
ub
ro
cervical
histerectomia.
o
nã
Gestação Expectante
Forme mais rara de gravidez ectópica Medicamentos com metotrexato
a
cicatriz
dv
pi
laparotomia.
CAPÍTULO
m
entre 1:200-400 gestações, porém isso pode estar ligado a dados de O termo neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) é dado as
locais de centros de referência para o tratamento, não traduzindo a alterações que possuem potencial maligno, com invasão local e risco
co
verdadeira incidência da população geral. de metástases. Ela ocorre geralmente após uma gestação molar, mas
A doença trofoblástica gestacional apresenta a forma também pode ocorrer após a evolução de gestação normal. A NTG
benigna (mola hidatiforme – MH) e a maligna (neoplasia divide-se em: mola invasora, coriocarcinoma, tumor trofoblástico do
trofoblástica gestacional). sítio placentário e tumor trofoblástico epitelioide.
s.
DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL
♥
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ub
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BENIGNA MALIGNA
id
é
NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA
o
MOLA HIDATIFORME
nã
GESTACIONAL
a
dv
pi
Có
MOLA HIDATIFORME
MOLA HIDATIFORME MOLA INVASORA
INCOMPLETA OU
COMPLETA
PARCIAL
me
CORIOCARCINOMA
TUMOR TROFOBLÁSTICO
DO SÍTIO PLACENTÁRIO
TUMOR TROFOBLÁSTICO
EPITELIOIDE
Figura 23. Fluxograma das formas benigna e maligna da doença trofoblástica gestacional.
3. 1 MOLA HIDATIFORME
A mola hidatiforme é a forma benigna da doença trofoblástica gestacional. A placenta apresenta aumento anormal das vilosidades,
com vilos coriônicos vesiculares acompanhados por proliferação trofoblástica. O risco de evolução para a forma maligna vai depender se
estamos diante da mola hidatiforme completa ou parcial, que serão detalhadas mais adiante.
m
a 18%). Além disso, pode ocorrer pelo estado nutricional, paridade,
• Extremos de vida reprodutiva (adolescentes
consanguinidade, contracepção oral e infecções virais, porém o
ou acima de 40 anos).
co
papel de cada fator é pouco conhecido.
s.
3.1.2 PATOGÊNESE
Não parece, mas as bancas cobram demais a genética da mola hidatiforme. Não deixe de ler e até, talvez, decorar
esta parte da aula! Mas, calma, vou ajudá-lo facilitando essa etapa de sua leitura e memorização.
♥
eo
o
ub
ro
MOLA COMPLETA
id
A característica da mola completa é a proliferação exagerada e anormal do tecido trofoblástico, NÃO desenvolvendo embrião, membranas
é
e cordão umbilical. O aspecto fica de um material placentário totalmente heterogêneo com múltiplas vesículas pelas vilosidades coriônicas
o
nã
edemaciadas, com dilatação hidrópica e formação de cisterna central repleta de líquido. Na imagem ultrassonográfica, as múltiplas vesículas são
descritas com aspecto em “cachos de uva” ou “flocos de neve”. Atenção especial às imagens que as bancas adoram colocar nas provas.
a
dv
pi
Có
me
E, por incrível que pareça, você deve saber a diferença genética da mola hidatiforme completa e da parcial. Do ponto de vista genético,
a mola completa origina-se por um ÓVULO “VAZIO” fecundado por espermatozoide 23X. Logo, observe que o material genético é exclusivo
PATERNO, sendo duplicado (DIPLOIDE) e originando uma célula 46 XX (90% das vezes).
AJUDA DA CORUJA:
Mnemônico
Mola hidatiforme
CD COMPLETA
DIPLOIDE
m
MOLA HIDATIFORME COMPLETA
co
Cromossomo
23 X exclusivo paterno
s.
ÓVULO
23 X 23 X 23 X 46 XX 90 - 95%
“VAZIO”
Perda de
♥
DIPLOIDE
id
23 X
é
Cromossomo
exclusivo paterno
o
nã
23 X
ÓVULO 46 XY 5 - 10%
“VAZIO”
a
23 X
dv
pi
ou Y
Có
m
Figura 26. Imagem macroscópica e ultrassonográfica da mola hidatiforme parcial.
co
Uma característica que também pode ser cobrada é a diferença entre mola parcial e mola completa pelo marcador p57. Na mola
parcial, o marcador p57KIP2 está presente devido a sua expressão pelo alelo materno, e, na mola completa, está ausente por ela ser
formada exclusivamente pelo alelo paterno.
Em 90% das vezes, a mola parcial origina-se por dispermia, que consiste na fecundação de um ÓVULO NORMAL por 2 espermatozoides,
s.
gerando uma célula TRIPLOIDE (69, XXX ou 69, XXY) e 10% tetraploide.
AJUDA DA CORUJA:
Mnemônico
♥
eo
o
Mola hidatiforme
ub
PARCIAL
ro
PT TRIPLOIDE / TETRAPLOIDE
id
é
o
23 X
a
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ou Y
pi
Có
23 X
ou Y TRIPLOIDE
23 X 23 X 69,XXY OU
23 X TETRAPLOIDE
me
ou Y
23 X origem materna
ou Y MOLA HIDATIFORME
e paterna PARCIAL
Figura 27. Genética da mola hidatiforme parcial.
A seguir, aquele quadrinho que resume as principais diferenças entre mola hidatiforme completa e parcial.
m
GENÉTICA DIPLOIDE TRIPLOIDE OU TETRAPLOIDE
co
PRESENÇA de concepto
EMBRIÃO Ausente
malformado ou perda precoce
s.
RISCO DE NEOPLASIA Maior (15-20%) Raro (5%)
Figura 28. Quadro com as principais diferenças entre a mola hidatiforme completa e a parcial.
nã
a
dv
pi
Có
me
O quadro clínico depende de o diagnóstico ter ocorrido em idade gestacional precoce ou não.
↑hCG
Cistos
Hiperêmese tecaluteínicos
gravídica
m
Hipertireoidismo
Eliminação
co
de vesículas
DHEG < 20
s.
semanas
Altura uterina >
que o esperado
para IG
♥
eo
o
US Imagem:
ub
hCG MUITO ELEVADO: a característica principal da doença ÚTERO AUMENTADO PARA A IDADE GESTACIONAL:
a
dv
pi
é a elevação exagerada do título de hCG, composta tanto das esse sinal é encontrado em 41% dos casos. Como ocorre uma
Có
subunidades alfa e quanto das beta. Valores ACIMA DE 200.000 desordenada e intensa proliferação trofoblástica, o volume uterino
mUI/mL devem sempre fazer você suspeitar fortemente da doença aumenta mais rápido do que a altura uterina esperada para a
trofoblástica gestacional. idade gestacional.
me
SANGRAMENTO VAGINAL: é o sintoma mais comum. Ocorre CISTOS TECALUTEÍNICOS: são cistos ovarianos BENIGNOS
por volta da 4ª a 16ª semana de gestação, é de coloração escura, uni ou bilaterais, formados pela hiperestimulação ovariana,
indolor, geralmente de pequena quantidade. Pode estar ou não decorrentes dos altos títulos de hCG. Após a resolução e o
associado à eliminação de vesículas por via vaginal, que é sinal esvaziamento uterino, os cistos apresentam uma regressão
patognomônico da doença. espontânea, o que determina uma conduta expectante, não
HIPERÊMESE GRAVÍDICA: se, no início da gestação, algumas sendo necessária sua remoção.
pacientes já têm náuseas e vômitos com pequena elevação do hCG,
imagine com títulos extremamente altos do hCG, característicos
da doença?
m
HIPERTIREOIDISMO: ocorre devido à estimulação cruzada do hCG nos receptores do TSH na tireoide (“tireolike”). Logo, uma das
características da gravidez molar é o encontro de níveis diminuídos de TSH e sinais e sintomas de HIPERTIREOIDISMO.
co
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO ANTES DE 20 SEMANAS: um raciocínio prático para ajudá-lo a memorizar: como
há uma proliferação trofoblástica acelerada e desordenada intrauterina, o organismo materno entende que há necessidade de maior aporte
de sangue para nutrir a região. Logo, como resposta, há um aumento pressórico compensatório para aumentar o fluxo sanguíneo uterino.
Esse aumento pressórico pode ser tão pronunciado que pode levar a quadros de eclâmpsia/iminência de eclâmpsia e haver a necessidade
s.
de controle por meio da utilização de sulfato de magnésio e controle pressórico com a hidralazina.
ASPECTO ULTRASSONOGRÁFICO: é o exame mais utilizado para o diagnóstico da gestação molar. O padrão ocorre como imagens
em “cachos de uva” ou “flocos de neve”, com múltiplas áreas anecoicas entremeadas com ecos amorfos, que correspondem às vesículas.
♥
eo
Precisa daquela ajuda EXTRA pelo pânico de tantos detalhes? Quer decorar e ainda não conseguiu?
o
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ro
E, para não esquecer, confira a regra do HIPER na mola da professora Marina Ayabe:
- HIPERêmese;
id
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- HIPERtireoidismo;
o
- HIPERaltura uterina;
Có
- HIPERchato de estudar...
me
Mnemônico
HIPER Hiperêmese gravídica
C Cistos tecaluteínicos
m
Tl Tireoide (hipertireoidismo)
co
C Cachos de uva
s.
E Eliminar vesículas
MOLA
ub
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Se você errou alguma questão antes, agora, com as loucuras do mnemônico que a professora inventa, espero que o ajudem a não
id
é
3.1.4 TRATAMENTO
a
dv
pi
ESVAZIAMENTO MOLAR
A ASPIRAÇÃO A VÁCUO é o tratamento de eleição por ser um
procedimento de menor risco. Em molas de menor volume, pode-se
optar pela aspiração manual intrauterina (AMIU) e, para facilitar a
aspiração de conteúdo molar em útero de maior volume, pode-se optar
Figura 30. Aspiração manual intrauterina (AMIU).
por aspiradores elétricos. A aspiração a vácuo pode ser completada por
CURETAGEM com cureta romba ou fenestrada, se opção do cirurgião.
Prof. Marina Ayabe | Resumo Estratégico | Março 2022 40
OBSTETRÍCIA Sangramento da Primeira Metade da Gestação Estratégia
MED
A histerectomia é reservada para mulheres com idade Lembre-se de que os ovários devem ser preservados, mesmo
superior a 40 anos e prole constituída. O risco de neoplasia na presença de cistos tecaluteínicos volumosos, uma vez que sua
trofoblástica diminui consideravelmente após a histerectomia regressão ocorre espontaneamente após o esvaziamento molar e
quando comparado ao esvaziamento molar por aspiração à normalização do hCG.
vácuo. A histerotomia (esvaziamento uterino por via abdominal)
apresenta indicações restritas, devido a maiores taxas de Além disso, não se esquecer da incompatibilidade Rh,
neoplasia trofoblástica gestacional pela abertura uterina e sendo indicada a imunoglobulina anti-D a todas as pacientes
manipulação abdominal. RhD negativo que não foram sensibilizadas.
m
3.1.5 SEGUIMENTO PÓS-MOLAR
Veja que o seguimento pós-molar se baseia em dois pilares que você deve saber:
co
Seguimento pós-molar
+
s.
Oral Injetável
SEMANAL até se tornar negativo. Transdérmico
Adesivo Implante
Após negativo, mensal por mais 6 meses.
*Exceto: DIU ou SIU (risco)
♥
eo
dias, até se tornar indetectável (< que 5 mUI/mL). Após Quando suspeitar de NTG?
o
mensalmente por mais 6 meses para garantir a cura Uma vez em seguimento do título do hCG, os critérios
a
da mola hidatiforme.
dv
Qual é o objetivo da anticoncepção? • Curva do hCG em platô (oscilação < 10% no título do
Có
Suspeita
de NTG
DIAGNÓSTICO
CURVA hCG
HISTOLÓGICO
EM
DE NTG
PLATÔ
CURVA hCG
PRESENÇA
EM
m
DE
ASCENSÃO
METÁSTASES
(>10%)
co
s.
Figura 31. Suspeita de evolução para a NTG.
A neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) é a forma maligna da doença trofoblástica gestacional. A detecção precoce da forma
o
ub
maligna, com o tratamento adequado, leva à cura de quase todas as pacientes, com retorno até de sua capacidade reprodutiva.
ro
id
é
o
nã
3.2.1 ESTADIAMENTO
a
dv
pi
ESTADIAR a paciente para orientar o tratamento mais adequado por O escore ≤ 6 indica BAIXO RISCO, e a paciente
meio da quimioterapia por agente único ou pela poliquimioterapia. é tratada com quimioterapia por agente
A Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO, 2000) único. Já o score de risco > 6 significa ALTO
me
determinou, em uma tabela, os grupos prognósticos de baixo ou RISCO e grande risco de quimiorresistência.
alto risco para a resistência à quimioterapia com agente único. Nesse caso, está indicado tratamento com
múltiplos agentes antineoplásicos.
Veja, na tabela a seguir, como é realizado o estadiamento por meio da pontuação pela FIGO 2000.
Estadio II Doença estendendo-se para os anexos ou vagina, mas limitando-se a estruturas genitais
Estadio III Doença estendendo-se para os anexos ou vagina, mas limitando-se a estruturas genitais
m
co
Escore 0 1 2 4
Intervalo entre
gestação e neoplasia <4 4a<7 7-12 ≥ 13
♥
eo
(meses)
o
ub
Maior tumor,
o
<3 3a4 ≥5
nã
Número das
- 1-4 5–8 >8
metástases
Falha em
- - Agente único 2 ou mais agentes
quimioterapia prévia
3.2.2 TRATAMENTO
m
É importante saber, e isso pode ser cobrado, que, para A histerectomia é uma alternativa como tratamento inicial
o início do tratamento, não é necessário realizar a biópsia do para as pacientes com idade avançada (superior a 40 anos) e
co
tumor. É necessário iniciar o estadiamento pela FIGO 2000 para prole definida. Devido à elevada chance de cura pelo tratamento
orientar o tratamento quimioterápico com agente único ou com quimioterápico, a histerectomia tem sido indicada em poucos casos.
poliquimioterapia. A QUIMIOTERAPIA apresenta índices de cura Está indicada em casos de perfuração uterina, hemorragia uterina
s.
elevados, com taxas de recorrência baixas, inferiores a 5%. grave, quimiorresistência, tumor trofoblástico do sítio placentário
Tratamento da NTG de BAIXO RISCO: é indicado o tratamento e tumor trofoblástico epitelioide.
por agente único e a escolha é o METOTREXATO (MTX) ou, também,
a opção do uso da actinomicina D (ACTD). O tumor trofoblástico do sítio placentário
♥
eo
Tratamento da NTG de ALTO RISCO: está indicado o e o tumor trofoblástico epitelioide são
o
e 30% apresentam resistência ou recidiva. Outros especialistas melhor tratamento indicado, nesse caso, é
nã
E, para encerrar, vou detalhar as principais características das como na mola invasora e na mola hidatiforme e apresenta focos
formas histológicas da NTG: mola invasora, coriocarcinoma, tumor hemorrágicos e de necrose.
trofoblástico do sítio placentário e tumor trofoblástico epitelioide.
De um modo geral, a MOLA INVASORA é a MAIS COMUM e tem
SEMELHANÇAS da mola invasora e coriocarcinoma:
como característica principal a proliferação trofoblástica ser restrita à
originam-se do CITOTROFOBL ASTO e do
parede do útero e raramente emitir metástases. Sua diferença com
SINCICIOTROFOBL ASTO, logo apresentam
a gestação molar completa é a característica de invadir a parede do
ELEVADOS níveis de hCG dependendo do tamanho
miométrio em suas camadas mais profundas por vilosidades molares.
e invasão em que são encontrados. Além disso,
Geralmente, ocorre após a mola hidatiforme completa.
geralmente ocorrem após uma gestação molar
m
completa.
co
Quanto ao TUMOR TROFOBLÁSTICO DO SÍTIO PLACENTÁRIO
e ao TUMOR TROFOBLÁSTICO EPITELIÓIDE, eles apresentam
características mais parecidas e poucas diferenças, sendo sua
s.
distinção geralmente realizada pela avaliação histopatológica. Eles
frequentemente originam-se após uma gestação NORMAL a termo,
ambos são formados por células trofoblásticas intermediárias,
diferentemente da mola invasora e do coriocarcinoma, que se
♥
eo
Claro que não vou deixar você na mão e vou finalizar com
coriocarcinoma já apresenta característica de uma massa tumoral
uma tabela de resumo das principais diferenças.
sólida vermelho-escura, não apresenta vilosidades coriônicas
m
abortamentos
co
MASSA TUMORAL Proliferação de trofoblastos INTERMEDIÁRIOS
RESTRITO AO ÚTERO aspecto
(Invasão da parede HEMORRÁGICO e ↓ níveis de hCG e ↓
Característica do miométrio e NECRÓTICO do horm. lactogênio
s.
↓ níveis de hCG e ↑
do tumor extensa proliferação (não tem vilosidade placentário
do horm. lactogênio
trofoblástica) coriônica como a mola (Acomete qualquer
placentário
↑ níveis de hCG invasora) área do útero,
↑ níveis de hCG
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inculindo colo)
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Metástases INFREQUENTES
PULMONAR, vaginal, metástases ao metástases
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pulmonares)
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Histopatológico
nã
invasão miometrial)
Có
HISTERECTOMIA) HISTERECTOMIA)
Após o hCG se tornar negativo nas pacientes classificadas como baixo risco, deve-se seguir dosagem a cada 2 semanas por 3 meses,
e mensalmente após completar 1 ano. Geralmente, após 1 ano, o risco de recidiva é menor do que 1%.
Se as pacientes forem de alto risco, deve ser indicado seguimento por 18 meses, e para ultra alto risco, por 5 anos após hCG negativo.
Nesse período, é fundamental a orientação da ANTICONCEPÇÃO para o controle da remissão do hCG.
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para acessar o site
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s. https://estr.at/33vE
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para acessar o site
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s. https://estr.at/FTvu
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para acessar o site
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s. https://estr.at/62Hh
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CAPÍTULO
CAPÍTULO
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Caro aluno! Para garantir que o curso esteja atualizado, sempre que alguma mudança no conteúdo for necessária, uma nova
versão da aula será disponibilizada.
s.
CAPÍTULO
Ufa, terminamos um capítulo cheio de detalhes e um tema obstétrico mais denso e triste, porém que pode garantir aquele ponto
ub
fundamental para sua aprovação e também ajudar, e muito, nas condutas de plantões em pronto atendimento. Eu espero que você
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tenha gostado da leitura e que eu tenha o ajudado. Esteja preparado para esses 3 temas, que são cobrados de forma muito semelhante
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Faça, agora, sua organização de resumos e resolva o máximo de questões sobre o tema que você conseguir. Entender como ele é
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cobrado e a profundidade de detalhes pode ajudar no detalhamento, fixação e a não cair em pegadinhas de prova.
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dv
pi
Conte comigo!
Estou na torcida por você!
Um abraço!
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co
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Có
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