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OBSTETRÍCIA Prof. Marina Ayabe Gomes de Moraes | Sangramento da primeira metade da gestação 2
APRESENTAÇÃO:
PROF. MARINA
AYABE GOMES DE
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MORAES
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Olá, doutor(a),
como você está?
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@dra.marinamoraes
Estratégia
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OBSTETRÍCIA Prof. Marina Ayabe Gomes de Moraes | Sangramento da primeira metade da gestação 3
Agora, peço licença a você, hoje um querido aluno, mas enfrentar as questões de obstetrícia sem a necessidade de
em breve um especialista, para contar um pouco de minha material complementar. Vou aproveitar a oportunidade e deixar
trajetória profissional. Sou formada com muito orgulho e esforço alguns “macetes”, pois, para ser aprovado, não basta apenas
em Medicina pela Faculdade de Medicina de Botucatu, a gloriosa conhecimento teórico, faz-se necessário SABER REALIZAR UMA
UNESP (cada um “puxa a sardinha” e leva no peito o nome PROVA. Mas, além de estar mais preparado, você levará esse
de sua instituição, não é?). Durante meus 5º e 6º anos, estudei conhecimento adquirido para sua vida profissional.
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desesperadamente para passar direto na Residência Médica, já Atenção para algumas dicas de estudo:
que minha meta era deixar de decorar Preventiva e Saúde Pública 1º Não leia este material apenas 1 vez. Faça seus resumos
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(ops, falei!) e focar os meus estudos de uma vez, na minha paixão, e volte a ler para a FIXAÇÃO do conteúdo daqui a alguns dias ou
a ginecologia e obstetrícia. Não contente com o término do curso, meses.
passei direto na Residência Médica na UNESP-Botucatu e na 2º Resolva MUITAS QUESTÕES: método Dr. Joshua de
Universidade Estadual de Londrina (UEL) e optei para a Residência estudo “3Qs”: após a leitura, resolva QUESTÃO, QUESTÃO E
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Médica em minha querida universidade de formação acadêmica, QUESTÃO.
a UNESP-Botucatu. Realizei diversos cursos de aprimoramento 3º Faça RESUMOS da matéria. Não grife tudo, grife o que
na área de ginecologia e obstetrícia, entre eles, a experiência não pode faltar para ser compreendido e decorado (já deixei
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clínico objetivo e estruturado). Há mais de 10 anos, com muito prova: escreva em uma folha e COLE NA PAREDE DO QUARTO
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orgulho e carinho, sou docente de Medicina de uma Universidade OU NO BANHEIRO e olhe todos os dias. Certeza de que uma
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do interior de São Paulo. Já fui paraninfa de turma e professora hora entra na cabeça.
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Hoje minha meta é ajudar você, de uma maneira eficaz, DÚVIDAS e em nossas redes sociais: não vá para a prova com
a alcançar sua aprovação na tão sonhada vaga de Residência dúvidas, sendo que posso ajudá-lo.
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Médica e ser muito feliz. Claro que, além disso, vou fornecer uma 6º NÃO PERCA TEMPO: se seu objetivo é passar, vamos,
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bagagem de conteúdos médicos seguros em obstetrícia para um então, conquistar essa vaga.
raciocínio clínico mais limpo e eficiente. Estudamos, por meio da 7º Não gosta de estudar OBSTETRÍCIA? Estude então
engenharia reversa, a teoria focada na maneira como são cobrados aqui comigo, de ódio mesmo! Eu vou facilitar seu estudo para sua
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os conteúdos. Jamais estou aqui para escrever ou substituir aprovação, para sua especialidade e na instituição que desejar.
livros renomados, mas vou facilitar a você aquela visão para a Conte comigo!
qual eu, quando aluna, não encontrava a lógica do raciocínio. Pronto? Então, separe seus materiais, concentração e
Acredito que, ao término do livro, você estará preparado para vamos começar!
@estrategiamed t.me/estrategiamed
Estratégia
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OBSTETRÍCIA Sangramento da primeira metade da gestação Estratégia
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 6
1.0 ABORTAMENTO 8
1 .1 DEFINIÇÕES 8
1 .2 CLASSIFICAÇÃO 8
1 .3 EPIDEMIOLOGIA 10
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1 .4 ETIOLOGIA 12
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1.4.2 DOENÇAS ENDÓCRINAS 13
1.4.3 INFECÇÕES 14
1.4.7 TRAUMA 18
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1 .5
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1 .7
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1 .8 LISTA DE QUESTÕES 39
2 .2 LOCALIZAÇÃO 41
2 .3 QUADRO CLÍNICO 42
2 .4 FATORES DE RISCO 43
2 .5 DIAGNÓSTICO 43
2 .6 TRATAMENTO 45
m
2.6.4 TRATAMENTO CIRÚRGICO 51
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2 .7 GESTAÇÃO ECTÓPICA DE LOCALIZAÇÃO ATÍPICA 54
2 .8 LISTA DE QUESTÕES 56
3.1.2 PATOGÊNESE 61
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3.1.4 TRATAMENTO 74
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3.2.1 TRATAMENTO 86
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3.2.3 CORIOCARCINOMA 88
3 .3 LISTA DE QUESTÕES 92
INTRODUÇÃO
Pare!
Saiba por que você não deve pular
este tema!
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O sangramento da primeira metade da gestação é um dos principais motivos de procura aos prontos-socorros obstétricos.
Por sua elevada prevalência e importância clínica, é um dos TOP TEMAS e está entre os mais abordados pelas bancas de Residência
de todo o país.
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3%
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7% 4%
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11% 9%
34%
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13% 12%
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25%
15% 12%
20%
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Deu para entender o porquê de eu querer sua atenção neste tema? Eu preciso que você garanta um ponto fundamental da prova.
Ao deparar-se com uma gestante com menos de 20 semanas ou na primeira metade da gestação, com queixa de sangramento vaginal,
fique atento aos três principais diagnósticos:
DOENÇA
GESTAÇÃO
ABORTAMENTO TROFOBLÁSTICA
ECTÓPICA
GESTACIONAL
Em nossa revisão, todos esses 3 temas têm uma participação importante no total de questões. É importante ressaltar que as questões,
na maior parte das vezes, misturam os diagnósticos diferenciais nas alternativas e, por isso, é necessário conhecer bem todas as patologias.
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Para facilitar seu estudo, dividirei a abordagem do tema nesses três grandes tópicos.
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CAPÍTULO
1.0 ABORTAMENTO
Você
precisa 1. A definição de abortamento.
saber: 2. Os fatores de risco para abortamento.
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1. 1 DEFINIÇÕES
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ABORTAMENTO: é a interrupção da gestação antes de que o produto conceptual tenha atingido a viabilidade.
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Definição segundo a OMS:
- expulsão ou extração do feto antes de 20 semanas ou com menos de 500 g.
ABORTAMENTO
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< 20 semanas
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Além disso, o termo "abortamento" refere-se ao processo de eliminação do concepto, enquanto "aborto" se refere ao produto
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conceptual eliminado. Os termos "aborto" e "abortamento" costumam ser empregados como sinônimos pelas provas de Residência e assim
os utilizaremos.
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1. 2 CLASSIFICAÇÃO
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Precoce x Tardio
Os abortamentos com menos de 12 semanas são considerados precoces, sendo responsáveis por mais de 80% de todas as perdas,
enquanto aqueles que ocorrem entre as 13a e a 20a semana de gestação são considerados tardios. E a principal causa de abortamento
precoce são as anomalias cromossômicas, e a do abortamento tardio é a incompetência istmocervical, que ocorre geralmente no segundo
trimestre da gestação.
80% das
perdas
PRECOCE
Menos que
12 semanas
x TARDIO
Entre 12 e 20
semanas
A importância dessa classificação reside no fato de que os abortos têm etiologias e condutas terapêuticas diferentes de acordo com a
idade gestacional.
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#FICAADICA: nos abortos
tardios (> 12 semanas), o feto já
apresenta espículas ósseas! Assim,
seu raciocínio para a conduta
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deve basear-se no MAIOR RISCO
DE PERFURAÇÃO pelas espículas,
evitando-se a curetagem como
método único de tratamento.
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as causas, os riscos e as condutas. de abortamento maior que 12 semanas de gestação e presença de espículas
ósseas.
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Espontâneo x Provocado
O abortamento espontâneo é aquele que ocorre sem nenhuma intervenção externa, podendo ser causado por
condições maternas ou por anormalidade do embrião ou do feto.
Já o aborto provocado é aquele em que há intenção de provocá-lo e em que ocorre uma intervenção externa.
Vale ressaltar que o aborto provocado pode ocorrer dentro da legalidade e das condições sanitárias adequadas ou não.
Se você deseja aprofundar-se e saber detalhes sobre a interrupção legal na gestação, veja o livro digital de
ginecologia Assistência à vítima de violência sexual.
Seguro x Inseguro
A OMS utiliza esses termos em seus documentos internacionais. O aborto seguro é aquele realizado por
médico habilitado, em ambiente adequado e com os meios necessários, a fim de minimizar os riscos para a paciente.
Já o aborto inseguro é um procedimento empregado a fim de interromper uma gestação indesejada, realizado
fora do ambiente hospitalar e/ou por profissional sem habilidades necessárias, implicando elevados riscos para a
paciente, como sangramentos e infecções, podendo levar à morte.
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Esporádico X Repetição
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O abortamento de repetição ou habitual é definido como a ocorrência de três ou mais abortamentos consecutivos.
s.
Em geral, sua etiologia difere dos abortamentos esporádicos, devendo haver uma investigação mais completa nesses casos. Fique
atento, pois muitas questões abordam esse tema e, se você deseja revisar com maior profundidade, não deixe de ler o livro digital Abortamento
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Os abortamentos esporádicos são aqueles que não se encaixam nos critérios acima, geralmente estando associados a anomalias
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Assim, fique atento para as pegadinhas de algumas bancas que podem cobrar esses conceitos. Se questionarem
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sobre o risco de uma gestante que refere história de 1ª gestação: abortamento espontâneo com 5 semanas; 2ª
nã
gestação: abortamento espontâneo após 5 dias do diagnóstico e a 3ª gestação com evolução normal até o termo. Veja
que a gestante não é definida como abortamento habitual ou de repetição porque não ocorreram 3 abortamentos
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consecutivos e ela pode prosseguir para uma nova gestação sem aumento de risco.
Có
Ficou claro esse conceito? Não se sinta sozinho ou angustiado, porque estarei sempre disponível para ajudá-lo. Não se esqueça disso.
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Então, vamos prosseguir para um outro ponto interessante, que é a epidemiologia do abortamento?
1. 3 EPIDEMIOLOGIA
O abortamento é considerado a complicação mais comum da gestação. Aproximadamente uma em cada quatro mulheres apresentará
um aborto espontâneo em sua vida, sendo que 15 a 20% de todas as gestações diagnosticadas clinicamente evoluirão para abortamento.
Muito triste saber disso, não é? Às vezes, a estatística assusta um pouco, mas ela é importante para sabermos lidar com o problema.
Os abortamentos precoces, isto é, aqueles que ocorrem antes de 12 semanas de gestação, representam 80% dos abortamentos.
Veja que é exatamente o que faziam os nossos parentes mais hormonal, que ocasiona um teste de gravidez positivo, porém sem
velhos. Eram orientados a dar uma notícia de gestação somente diagnóstico de qualquer sinal clínico de gestação inicial. Estima-
após o 3º mês, porque sabiam do risco da perda precoce. se que 60% delas evoluam para abortamentos, porém muitas
Além disso, saiba que, diante de um abortamento esporádico, passarão despercebidas, como um atraso menstrual que evoluiu
a principal causa está associada às anomalias cromossômicas. E com uma menstruação mais importante. E você sabe qual é uma
por que você deve entender isso? Porque a família irá questionar situação comum para ocorrência da gestação bioquímica? Após
sobre o medo de nova perda gestacional. E a resposta é que NÃO uma gestação por reprodução assistida. A gestação é identificada
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há aumento de risco de novo abortamento no caso do aborto pelo aumento do beta-hCG, porém sem detecção ao exame de
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Mas e quanto às gestações bioquímicas, professora? Estrategista, vamos ver como a epidemiologia pode aparecer
Essa é uma condição em que ocorre apenas uma elevação em sua prova?
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CAI NA PROVA
(SCMM, 2020) Uma gestante G3 P1 A1, com idade gestacional de 6 semanas, procura o ginecologista para tirar uma dúvida a respeito do risco
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de um novo abortamento. Não apresentou intercorrências nas gestações anteriores e o aborto aconteceu no primeiro trimestre da gestação
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B) o risco de abortamento é muito grande, principalmente porque a gestante não está fazendo profilaxia com progesterona micronizada.
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C)
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COMENTÁRIO
Có
Estrategista, veja que é uma questão de epidemiologia, mas cobrada por meio de uma questão comum na prática clínica. As pacientes
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O risco de abortamento para mulheres com história de um abortamento anterior é baixo, cerca de 15 a
Correta a alternativa D.
20% após a confirmação da gravidez, semelhante a uma primeira gestação.
1. 4 ETIOLOGIA
A ALTERAÇÃO CROMOSSÔMICA é a principal etiologia em 50 a 80% dos abortamentos precoces (antes da 12ª semana de gestação).
As TRISSOMIAS são as alterações mais comuns associadas às perdas precoces, correspondendo a 50% dos abortamentos de
causa genética.
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A trissomia do cromossomo 16 é a mais frequente. Apesar de as causas cromossômicas serem frequentes, elas são decorrentes
de erros ou mutações pontuais. A monossomia do cromossomo X é a segunda maior causa genética de abortamento devido à falta do
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cromossomo paterno e sem correlação com a idade materna.
O risco de alterações cromossômicas é maior com o avançar da idade da gestante, pois as divisões genéticas anômalas são mais
frequentes.
s.
Vamos resolver mais uma questão?
CAI NA PROVA
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B)
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COMENTÁRIO:
Có
Incorreta a alternativa A. Está CORRETO. As trissomias são as anormalidades cromossômicas mais relacionadas ao abortamento, inclusive
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Atenção, que a pergunta é a alternativa INCORRETA. Cerca de 50% a 70% dos abortamentos relacionam-se
Correta a alternativa C.
com anomalias cromossômicas, sendo que os 30% restantes estão associados a malformações uterinas,
infecções, distúrbios endocrinológicos ou imunológicos.
Incorreta a alternativa D. Está CORRETO. As trissomias são as anormalidades cromossômicas mais relacionadas ao abortamento, sendo
que, entre elas, a mais frequente é a do cromossomo 16.
ATENÇÃO DA CORUJA: atualmente, a literatura não demonstra que a deficiência lútea esteja associada
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aos abortamentos nem que a suplementação de progesterona previna abortamentos.
• Diabetes mellitus
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Pacientes com diabetes mellitus pré-gestacional do tipo 1, com descontrole glicêmico, têm uma taxa aumentada de abortamento. Em
s.
geral, recomenda-se manter a hemoglobina glicada inferior a 7,0% para que a paciente engravide, pois diminui-se o risco de perda fetal e
malformações, tornando-se semelhante ao risco da população geral.
Vamos apenas fazer uma breve recordação aqui? Diante de feto com a síndrome de regressão
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caudal, uma malformação congênita lombossacra, você deve associar com o diabetes pré-gestacional e
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maior risco de evolução para abortamentos. Lembrou-se dessa relação? Se foi uma novidade, lembre-se
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• Tireoidopatias
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Há uma incidência maior de abortamentos em pacientes com hipotireoidismo e naquelas com anticorpos antitireoidianos, mesmo na
ausência de doença tireoidiana. Os estudos não demonstraram uma relação causal entre os anticorpos e o abortamento.
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1.4.3 INFECÇÕES
Em teoria, todas as infecções virais ou bacterianas podem ocasionar abortamento por lesões na decídua da placenta, nas membranas
ovulares e no concepto.
Em especial o Treponema pallidum, agente etiológico da sífilis, está envolvido tanto no abortamento tardio como na infecção materna.
Outros agentes que você deve saber que também estão implicados no abortamento espontâneo são: clamídia, gonococo, herpes, CMV,
listeria e estreptococo do grupo B.
m
• Sinéquias uterinas (síndrome de Asherman)
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A síndrome de Asherman ocorre pela formação de aderências uterinas após agressão endometrial principalmente após a curetagem
uterina. Essas aderências podem interferir na implantação do embrião. Acredita-se que 15 a 30% das mulheres com essa patologia apresentem
abortamento de repetição. A lise das aderências pode ser realizada por meio da histeroscopia, e 50% das pacientes conseguem engravidar
após o tratamento.
s.
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• Miomas
Os miomas, além de serem uma causa de infertilidade, também são uma causa de abortamento.
Os miomas mais envolvidos no abortamento são aqueles que distorcem a cavidade uterina, como os SUBMUCOSOS e até os intramurais,
dificultando o processo de implantação do embrião. Além disso, a necrose desses miomas, por falta de fluxo vascular, promove a liberação de
citocinas inflamatórias que promovem contrações uterinas e podem levar ao abortamento.
Logo, é maior o risco para abortamento com um mioma submucoso de 1 cm do que com um mioma
subseroso de 3 cm de diâmetro.
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• Incompetência cervical
A incompetência cervical é uma causa importante de perdas fetais tardias, correspondendo a 10-20% dos abortamentos de repetição.
Esse tema será discutido de maneira detalhada no livro digital sobre Abortamento habitual e insuficiência cervical.
• Malformações uterinas
As malformações uterinas associadas aos defeitos de fusão Entre as malformações, a que apresenta pior prognóstico é
dos ductos de Müller, como útero bicorno, didelfo, septado ou o ÚTERO SEPTADO. No entanto não foi encontrada base biológica
arqueado, estão associadas ao aumento de risco de abortamento. clara para resultados reprodutivos prejudicados nas mulheres
Atenção especial, pois essas anormalidades uterinas não afetadas. Mulheres com útero septado têm risco aumentado de
dificultam a concepção e a implantação. Entretanto podem aborto espontâneo (21 a 44%) e parto prematuro (12 a 33%), e a
provocar complicações obstétricas, como: abortos de repetição, taxa de nascimentos vivos varia de 50 a 72%.
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partos prematuros, restrição de crescimento fetal e distocias no Aproveite para revisar as principais malformações
müllerianas pela figura abaixo.
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parto.
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CAI NA PROVA
(IFF-RJ, 2021) Malformações uterinas são importantes causas de abortamento habitual. Elas deformam a cavidade uterina e prejudicam o
desempenho reprodutivo, aumentando o risco de abortamento, parto prematuro, restrição de crescimento fetal, ruptura prematura das
membranas e apresentação anômala. Marque a opção abaixo que configura o tipo de malformação com pior prognóstico obstétrico:
A) útero didelfo;
B) útero arqueado;
C) útero bicorno;
D) útero septado;
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E) útero unicorno.
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COMENTÁRIO
Incorreta a alternativa A: O útero didelfo provoca taxa de aborto espontâneo de 32% e taxas de nascimento prematuro de 28%.
s.
Incorreta a alternativa B. O útero arqueado é considerado uma variação anatômica e não está associado a desfechos obstétricos
desfavoráveis.
Incorreta a alternativa C. Revisões da literatura relataram aborto espontâneo em 36%, parto prematuro em 21 a 23% e sobrevida fetal em
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É mais provável que o útero septado esteja associado a resultados adversos na gravidez do que outras
Correta a alternativa D.
anomalias uterinas. No entanto não foi encontrada base biológica clara para resultados reprodutivos
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Incorreta a alternativa E. Em uma revisão de resultados da gravidez, em mulheres com útero unicorno, observaram-se as seguintes taxas
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de complicações obstétricas: 2,7% de gravidez ectópica, 24,3% de aborto no primeiro trimestre, 9,7% de aborto no segundo trimestre,
20,1% de parto prematuro, 3,8% de morte fetal e 51,5% nascidos vivos.
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As causas imunológicas estão relacionadas ao abortamento de repetição e têm sido amplamente estudadas nos últimos anos. A
síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAAF) é a principal causa autoimune abordada pelas provas. A SAAF e as demais trombofilias adquiridas
envolvidas com o abortamento serão abordadas em detalhes no livro digital sobre trombose e hemostasia.
Os estudos demonstram que mulheres que fumam mais de 10 cigarros por dia apresentam maior risco de abortamento; acredita-se
que a vasoconstrição e os danos placentários estejam envolvidos nesse processo. O uso de álcool também parece contribuir para o aumento
de risco para abortamento, apesar de os estudos serem inconsistentes.
1.4.7 TRAUMA
Em geral, o trauma de menor gravidade e intensidade não ação pela alteração do estado hemodinâmico materno. Os traumas
está associado ao abortamento, pois, no início da gestação, o estão mais associados ao descolamento prematuro de placenta em
m
feto está bem protegido dos traumas abdominais devido a sua gestações mais avançadas.
localização intrapélvica e central. Quando o útero sai da pelve, Deixo abaixo uma figura para ajudá-lo a resumir as principais
co
após a 12ª semana de gestação, ele fica mais exposto ao trauma etiologias:
externo direto. No trauma grave, pode ocorrer trauma direto ou
s.
Doenças Infecções
Alterações endócrinas (Treponema pallidum - sífilis,
cromossômicas (Insuficiência de corpo clamídia, gonococo, herpes,
(Trissomia) lúteo, diabetes mellitus, CMV, listeria, enterococo
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Causas uterinas
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malformações uterinas)
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Fatores
Tabaco, álcool e
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imunológicos Trauma
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outras drogas
(SAAF)
Có
FIQUE ATENTO:
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Vamos lá? Vou detalhar de uma maneira direta e objetiva as
formas clínicas. Depois vou ajudá-lo a raciocinar de
uma maneira prática para simplificar o raciocínio.
s.
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A ameaça de abortamento ou abortamento evitável é a principal entidade clínica que leva à procura de serviços de urgência.
Trata-se de uma complicação frequente, que acomete de 15 a 20% das mulheres. Aproximadamente 40 a 50% das mulheres que
sangram no início da gestação evoluem para perda gestacional. Após ser evidenciada a atividade cardíaca na ultrassonografia, esse
risco reduz para valores entre 4 e 10%.
m
Sempre que houver relato de sangramento vaginal, sem que haja uma ultrassonografia prévia com
gestação tópica, suspeitar também de gestação ectópica. O quadro clínico vai guiá-lo para a principal hipótese,
co
mas a ultrassonografia deve ser realizada sempre que possível.
s.
HEMATOMA Algumas questões de prova de Residência falam sobre
SUBCORIÔNICO
um achado ultrassonográfico específico, que é o hematoma
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subcoriônico.
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O uso de progesterona não tem impacto no desfecho do quadro e a indicação de repouso relativo não tem comprovação
me
científica.
A conduta mais importante, nesses casos, é checar a tipagem sanguínea, assim como em qualquer sangramento durante a
gestação. Caso a paciente seja Rh negativo, deve ser empregada a imunoglobulina anti-D, a fim de prevenir a aloimunização dessa
paciente. Para efeito, nas provas, essa é uma conduta, em geral, obrigatória.
Porém, fique atento, pois, segundo o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG), a aplicação da imunoglobulina
somente deve ser feita em casos com mais de 12 semanas. Mas, no geral, as provas cobram a conduta da imunoglobulina como
obrigatória.
m
Por esse estudo, não há aumento da taxa de nascidos vivos pelo uso de progesterona
co
em mulheres com sangramentos anteriores a 12ª semana de gestação.
CAI NA PROVA
s.
(UEL, 2020) Em relação ao abortamento espontâneo, considere as afirmativas a seguir.
II. Não há redução do risco de abortamento com a suplementação aleatória de progesterona vaginal.
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III. A conduta expectante é uma opção terapêutica para as pacientes com abortamento retido ou incompleto.
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IV. Estão liberadas a engravidar novamente antes de 3 meses decorridos do abortamento anterior.
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COMENTÁRIO
Incorreta a afirmativa I. O repouso no leito não tem benefícios comprovados com a redução de abortamentos nem comprovação científica
de sua recomendação.
Correta a afirmativa II. Não houve redução de abortamentos com uso aleatório de progesterona em pacientes com sangramento de
primeiro trimestre. Mas houve diferença nos casos de abortamento de repetição.
Correta a afirmativa III. A conduta expectante é uma opção terapêutica para as pacientes com abortamento retido, sendo que
aproximadamente 30 a 50% das pacientes com gestações não evolutivas terão um abortamento completo após 15 dias do diagnóstico,
sendo esse período bem tolerado pelas pacientes.
Correta a afirmativa IV. No caso de evolução expectante do abortamento espontâneo, as pacientes podem ser liberadas a nova gestação
antes de 3 meses do abortamento anterior.
Incorretas as alternativas A, B, C e D.
(Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – SCMSP, 2015) Preocupada por estar apresentando sangramento vaginal, uma primigesta com
m
idade gestacional de 7 semanas e 5 dias procurou o pronto-socorro. Ao exame especular, apresentava pequena quantidade de sangue coletado
em fundo de saco posterior e ao toque vaginal colo impérvio. Como praxe, foi solicitada ultrassonografia que revelava saco gestacional regular
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localizado em fundo uterino e contendo no seu interior embrião único e vivo com comprimento crânio-nádega de 15 mm (compatível com
7 semanas e 6 dias) e frequência cardíaca de 172 bpm. Notava-se ainda, no interior do saco gestacional, adjacente ao embrião, pequena
estrutura arredondada e regular de conteúdo anecoico e paredes finas, além de hematoma subcoriônico periférico, ocupando cerca de 50%
s.
da área ovular. Apesar de diagnosticar ameaça de abortamento, o médico responsável pelo atendimento ficou preocupado, pois detectou
achado que sugere mau prognóstico. Tal achado é:
A) Taquicardia embrionária.
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C)
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COMENTÁRIO
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Incorreta a alternativa A. A taquicardia embrionária é um sinal ultrassonográfico normal em gestações iniciais. A frequência cardíaca
Có
embrionária pode estar abaixo de 100 bpm com 5 ou 6 semanas, podendo chegar até 90 bpm ou alcançar uma média de 175 bpm com 9
semanas.
me
A presença de hematoma subcoriônico superior a 40% é sugestivo de mau prognóstico (Zugaib Obstetrícia,
Correta a alternativa B.
2020).
Incorreta a alternativa C. A imagem cística próxima ao embrião é a presença da vesícula vitelínica. É uma estrutura presente após o saco
gestacional, visível no início da 5ª semana de gestação e começa a desaparecer ao redor da 12ª semana de gestação.
Incorreta a alternativa D. O comprimento crânio-nádega (CCN) pode ser incompatível devido a erro da data da última menstruação.
Geralmente é por meio de sua medida a melhor avaliação do cálculo da idade gestacional.
Incorreta a alternativa E. O saco gestacional de localização fúndica uterina é compatível com a melhor localização e evolução de uma
gestação.
A gestação inicial ou incipiente pode gerar confusão por não haver visualização de todos os componentes
necessários para uma gestação viável e evolutiva. Por isso a conduta é repetir a ultrassonografia em 7 a 10 dias
para reavaliação.
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Algumas provas de Residência trazem esse termo em suas questões. Considera-se um abortamento inevitável aquele em
que ainda não houve eliminação do material ovular ou do embrião pelo colo, porém o processo já é irreversível. Em algumas
questões, mesmo com a eliminação de restos, dá-se o nome de abortamento inevitável. A nomenclatura mais correta nesses casos é
de abortamento em curso, porém podem ser empregados como sinônimos (em curso ou inevitável).
s.
Como a paciente se apresenta?
Em geral, a paciente apresenta sangramento em moderada a grande quantidade, associado à dor pélvica. Ao exame
ginecológico, há presença de sangue coletado, podendo haver sangramento ativo. Um ponto importante é que, ao toque vaginal, o
♥
colo uterino geralmente está PÉRVIO, podendo haver herniação da bolsa em gestações mais avançadas. Como já dissemos, as provas
eo
o
podem considerar que um abortamento em curso, com saída de restos no momento da avaliação, seja um abortamento inevitável.
ub
Pode ser visualizado o saco gestacional ou o embrião com batimentos cardíacos ou não, porém há descolamento ovular
id
é
A paciente deve ser internada para estabilização clínica e, sobretudo nos casos em que houver sangramento importante, deve
Có
ser realizada expansão volêmica. Caso não haja resolução espontânea, deve ser realizado o esvaziamento uterino.
CAI NA PROVA
(USP-SP, 2020) Paciente secundigesta, com 9 semanas de gravidez pela data da última menstruação, refere cólica abdominal de forte
intensidade e sangramento vaginal volumoso e espontâneo. Ao exame especular, moderada quantidade de sangue em fundo de saco
posterior, com sangramento ativo. Toque vaginal com colo pérvio para 2 cm.
A) Abortamento retido.
B) Gestação incipiente.
C) Abortamento inevitável.
m
D) Incompetência cervical.
co
COMENTÁRIO
Incorreta a alternativa A. Aborto retido caracteriza-se pela visualização de embrião sem atividade cardíaca e colo uterino impérvio.
s.
Incorreta a alternativa B. Gestação incipiente caracteriza-se por colo uterino impérvio e sinais ultrassonográficos que não permitem
confirmar que se trata de gestação evolutiva, sendo necessário o seguimento ultrassonográfico para observar se será visualizado embrião
com batimentos cardíacos.
♥
eo
o
Correta a alternativa C. Sangramento vaginal ativo e colo uterino pérvio caracterizam o abortamento inevitável.
ub
ro
Incorreta a alternativa D. Incompetência cervical caracteriza-se por dilatação cervical espontânea e perdas gestacionais tardias de
id
repetição.
é
o
nã
Quando ocorre a eliminação completa do produto concepcional, dizemos que houve um abortamento completo. Em gestações
mais iniciais, em geral é um processo comum.
me
Após a eliminação completa, o colo uterino fecha-se e geralmente está impérvio ou fechando-se ao toque vaginal, e o útero
apresenta-se diminuído em relação à idade gestacional.
EE
m
co
s.
Figura 8. Ultrassonografia pós-abortamento completo com medida do endométrio menor que 15 mm.
Diante do diagnóstico de abortamento completo, não há necessidade de condutas terapêuticas de urgência. Caso a paciente se
o
encontre estável hemodinamicamente e sem queixas, deve-se realizar orientação e alta hospitalar com medicamentos sintomáticos.
ub
ro
Vale lembrar que deve ser colhida tipagem sanguínea e, em caso de Rh negativo, realizar imunoglobulina anti-D.
id
Nos casos de abortamento completo, pode haver casos em que não há a possibilidade de enviar material para análise
é
anatomopatológica. Nesses casos, a paciente deve ser orientada a retornar ao serviço em 15 dias para coleta de HCG urinário, a fim
o
nã
O abortamento incompleto ocorre quando há eliminação parcial dos produtos da concepção, sendo mais comum em abortos
mais tardios.
Na maior parte dos casos, a paciente refere um sangramento de moderada a grande quantidade, podendo haver eliminação de
material amorfo. O sangramento persiste em menor volume após esse episódio.
Ao exame físico, o útero encontra-se com volume menor do que o esperado para a idade gestacional e o colo uterino encontra-
se pérvio na maior parte dos casos. Em poucos casos, o colo pode estar fechado. Em alguns casos, como já foi citado anteriormente,
a paciente pode chegar eliminando o material, recebendo o nome de abortamento em curso.
O diagnóstico de certeza, assim como no abortamento completo, deve ser realizado por meio da ultrassonografia. Nesse
caso, espera-se encontrar a presença de material amorfo, com espessura do eco endometrial superior a 15 mm, como pode ser
evidenciado na imagem abaixo:
m
co
s.
Figura 9. Aborto incompleto. Observe a espessura endometrial de 23 mm.
dos restos intrauterinos. Porém existe a possibilidade de tratamento expectante, que deverá ser discutida com a paciente – após
o
ub
Expectante
id
é
Aguardar a expulsão dos restos ovulares. Nos casos de abortamento incompleto, alcança uma taxa de sucesso de 95% em
o
15 dias, sem aumentar a taxa de complicações. Deve-se adotar a conduta expectante, observando alguns cuidados: ausência de
nã
sangramento importante, ausência de sinais de infecção, presença de pouca quantidade de material (em geral com eco endometrial
a
menor que 50 mm) e desejo por parte da paciente, que deve ser bem esclarecida.
dv
pi
Ativa
Có
- Medicamentosa
Consiste na administração do misoprostol, que é um análogo da prostaglandina que promove esvaecimento do colo uterino e
me
contração do útero. Aguarda-se a eliminação dos restos e, após sua ocorrência, realiza-se uma ultrassonografia para confirmar se o
abortamento foi completo (eco endometrial inferior a 15 mm).
- Cirúrgica
Como o colo uterino encontra-se dilatado, na maior parte dos casos, o esvaziamento uterino com curetagem ou aspiração
manual intrauterina (AMIU) são as opções. Lembre-se de que a AMIU é recomendada para gestações iniciais e de pequeno volume.
Sempre deve ser avaliada a tipagem sanguínea e, se a paciente apresentar Rh negativo, deve ser realizada imunoglobulina
anti-D.
O abortamento infectado, em geral, é uma complicação do abortamento retido. Em países em que o aborto não é legalizado,
muitas vezes está associado à prática de abortamento inseguro, fora do ambiente hospitalar.
A flora bacteriana envolvida, assim como em todos os processos do trato genital superior feminino, envolve bactérias Gram-
positivas e negativas, além de anaeróbias. Assim como na doença inflamatória pélvica (veja o livro digital sobre esse assunto), a
doença pode propagar-se do útero para os anexos e para a cavidade pélvica, além de haver disseminação hematogênica, levando a
quadros sépticos.
m
Mioendometrite Salpingooforite Pelviperitonite Sepse
co
O quadro clínico da paciente depende do grau de comprometimento. Nos casos mais leves de mioendometrite, a paciente
s.
apresenta dor abdominal, febre, sangramento vaginal e saída de secreção purulenta pela vagina.
Ao exame físico, a paciente pode encontrar-se febril e taquicárdica por quadro séptico. O útero encontra-se doloroso e o colo
uterino encontra-se geralmente pérvio. Ao exame especular, pode ser evidenciada saída de sangue e de secreção purulenta. Em
♥
casos mais graves, a paciente pode evoluir com choque séptico e com disfunção de múltiplos órgãos.
eo
o
ub
Sempre que você se deparar com um foco infeccioso, raciocine de forma semelhante aos casos de abscesso:
o
nã
conduta ativa para retirar a fonte infecciosa pelo esvaziamento do conteúdo uterino e antibioticoterapia.
a
dv
pi
Có
Antibioticoterapia
+ Esvaziamento
uterino
me
Antibioticoterapia intravenosa
Ele é indicado para abortamento infectado, corioamnionite, infecção puerperal e na doença inflamatória pélvica, isto é, para
ginecologia e obstetrícia.
Então, se não decorou até hoje, coloque entre suas prioridades de estudo. Abaixo, a combinação terapêutica querida da
obstetrícia:
C
CLINDAMICINA
G
GENTAMINICINA
600 mg IV 6/6h
900 mg IV 8/8h
+ 3 A 5 mg/kg
INTRAVENOSO
m
1 VEZ AO DIA
co
Abaixo seguem alguns esquemas alternativos:
ou
s.
CEFTRIAXONE 1 g IV 12/12 h + CLINDAMICINA 600 mg IV 8/8 h.
A antibioticoterapia intravenosa, nos casos de endometrite não complicada, deve ser mantida por 48 horas com a paciente
afebril e assintomática e, após, não há necessidade de manutenção de antibióticos por via oral ou de internação. Nos casos de sepse,
♥
eo
deve ser mantida por mais tempo, o que varia, de acordo com os protocolos, entre 7 e 14 dias.
o
Esvaziamento intrauterino
ub
ro
Nos casos em que haja confirmação da presença de restos ovulares ou de abscesso, deve ser realizado o esvaziamento com
curetagem ou aspiração manual intrauterina.
id
é
Obs. 1: nos casos de sangramento importante, pode ser empregada a metilergometrina intramuscular para controle antes da
abordagem cirúrgica.
a
dv
pi
Obs. 3: nos casos refratários ao tratamento com esvaziamento e antibioticoterapia, pode haver a necessidade de realização de
histerectomia.
me
Obs. 4: nos casos de sepse, deve ser realizado o tratamento adequado direcionado ao quadro com expansão volêmica e
antibioticoterapia. A conduta, nos quadros de sepse, está detalhada no livro digital sobre o assunto.
E para encerrar e não ser diferente do restante, checar a tipagem sanguínea e, se o Rh for negativo, deve ser administrada
imunoglobulina anti-D.
m
Figura 10. Imagem de embrião com CCN maior que 7 mm e Figura 11. Gestação anembrionada (Fonte: arquivo pessoal dos professores do EMED).
co
ausência de batimento cardioembrionário (Fonte: arquivo pessoal
dos professores EMED).
s.
Denomina-se aborto retido a ocorrência de morte embrionária ou fetal antes da 20ª semana de gestação,
com retenção do produto conceptual por tempo prolongado (dias a semanas).
Do ponto de vista ultrassonográfico, faz-se o diagnóstico de aborto retido ou óbito embrionário quando
há presença de embrião com comprimento cabeça-nádega maior do que 7 mm e sem atividade cardíaca.
♥
eo
o
Já a gestação anembrionada ou “ovo cego” é a presença de saco gestacional sem embrião em seu
ub
interior, em geral, após 6 semanas de gestação. Isso pode ocorrer por ausência de desenvolvimento ou por
ro
embrião na presença de saco gestacional com diâmetro interno médio maior que 25 mm.
é
o
Em ambas as situações, a paciente, em geral, encontra-se assintomática e acaba realizando o diagnóstico durante uma
a
ultrassonografia. Pode haver desaparecimento dos sintomas associados à gestação, tais como náuseas, vômitos e ingurgitamento
dv
pi
mamário, além de pequenos sangramentos vaginais. Ao exame físico, o útero pode estar menor para a idade gestacional e o colo
Có
encontrar-se impérvio.
Diante do exposto acima, muitas vezes a confirmação de uma gestação anembrionada ou de um aborto retido dependerá da
me
repetição do exame ultrassonográfico, e isso pode ser cobrado pelas provas de Residência.
Existem algumas possibilidades de tratamento para a gestação anembrionada e para o aborto retido. Elas deverão ser discutidas
com a paciente, que, após avaliar os riscos e benefícios, deverá tomar sua decisão.
Expectante:
Aproximadamente 30 a 50% das pacientes com gestações não evolutivas terão um abortamento completo
após 15 dias do diagnóstico, sendo esse período bem tolerado pelas pacientes. Pode-se aguardar até 4 semanas
para a eliminação, pois, após esse período, o risco de coagulação intravascular disseminada e de infecção torna-se
alto. Em geral, não se aguarda mais do que 15 dias, pois a taxa de sucesso, após esse período, é muito baixa.
Ativa:
Medicamentosa
m
Esse esquema pode ser realizado com a paciente internada ou ambulatorialmente. Consiste na administração do misoprostol.
Aguarda-se a eliminação do concepto e, quando ela ocorrer, realiza-se uma ultrassonografia para confirmar se o abortamento foi
co
completo (eco endometrial inferior a 15 mm).
Cirúrgica
Como o colo se encontra impérvio, em geral, administram-se 400 mcg de misoprostol e realiza-se o esvaziamento uterino com
s.
curetagem ou AMIU.
Obs.: é importante lembrar que, em gestações com mais de 12 semanas, há a presença de estruturas ósseas, então recomenda-
se realizar a conduta cirúrgica apenas após a eliminação do concepto.
♥
eo
o
ub
CAI NA PROVA
o
nã
(USP-SP, 2020) Paciente secundigesta com 9 semanas de gravidez pela data da última menstruação, refere cólica abdominal de forte intensidade
a
dv
e sangramento vaginal volumoso e espontâneo. Ao exame especular, moderada quantidade de sangue em fundo de saco posterior, com
pi
A) Abortamento retido.
B) Gestação incipiente.
C) Abortamento inevitável.
D) Incompetência cervical.
COMENTÁRIO
Estrategista, você está diante de uma questão-padrão das bancas que, por meio do caso clínico, questiona qual é a forma clínica.
Incorreta a alternativa A. Aborto retido caracteriza-se pela visualização de embrião sem atividade cardíaca e colo uterino impérvio.
Incorreta a alternativa B. Gestação incipiente caracteriza-se por colo uterino impérvio e sinais ultrassonográficos que não permitem
confirmar que se trata de gestação evolutiva, sendo necessário o seguimento ultrassonográfico para observar se será visualizado embrião
com batimentos cardíacos.
Correta a alternativa C. Sangramento vaginal ativo e colo uterino pérvio caracterizam o abortamento inevitável.
m
Incorreta a alternativa D. Incompetência cervical caracteriza-se por dilatação cervical espontânea e perdas gestacionais tardias de
repetição.
co
(SUS-SP, 2020) Considera-se conduta adequada no aborto retido na 8ª semana de gestação:
A) Orientar a paciente para aguardar a eliminação fisiológica por até 40 dias em uso de antibioticoprofilaxia.
s.
B) Indicar curetagem uterina pelo risco de fenômenos tromboembólicos nos primeiros 7 dias.
C) Orientar a paciente em relação à possibilidade de aguardar a eliminação fisiológica ou esvaziamento uterino com ou sem preparo do colo
uterino.
♥
eo
D) Repetir a ultrassonografia semanalmente para observar absorção fisiológica do feto, por até 40 dias.
o
ub
COMENTÁRIO
o
nã
Incorreta a alternativa A. Quando se opta pela conduta expectante, nos casos de abortamento, não é indicado o uso da antibioticoprofilaxia.
a
dv
pi
Incorreta a alternativa B. O risco de coagulopatia associada ao aborto retido aumenta por volta da 4ª semana.
Có
Diante do diagnóstico de aborto retido, a paciente deve ser orientada sobre os riscos e benefícios de cada
Correta a alternativa C.
uma das condutas para que possa optar pela conduta ativa ou expectante.
me
Incorreta a alternativa D. Quando se opta pela conduta expectante, nos casos de abortamento, não é indicado realizar ultrassonografia
seriada a menos que a paciente apresente sangramento sugestivo de que ocorreu o esvaziamento uterino.
Incorreta a alternativa E. Caso a paciente opte por conduta ativa para esvaziamento uterino, o misoprostol será usado para dilatação do
colo uterino, sem indicação de doses diárias.
(Hospital Alvorada – HA-SP, 2018) Paciente, bastante aflita, procura obstetra referindo gestação de aproximadamente 6 semanas, tendo
realizado o primeiro ultrassom obstétrico, que evidenciou saco gestacional sem embrião visualizado.
B) Informar da perda fetal, referindo que isso é muito comum, e aguardar a resolução espontânea.
C) Informar a paciente que se trata de ovo cego e a melhor conduta é induzir a eliminação do material com misoprostol.
COMENTÁRIO
m
Incorreta a alternativa A. É necessário tranquilizar a gestante, indicando que pode se tratar de gestação incipiente, em que o embrião
co
ainda não foi visualizado devido às limitações próprias da ultrassonografia transvaginal e idade gestacional precoce.
Incorreta a alternativa B. Pela idade gestacional, pode-se estar diante de um erro de cálculo da idade gestacional pela data da última
menstruação e diante de ultrassonografia precoce. Deve-se repetir a ultrassonografia entre 1 a 2 semanas e fazer o diferencial de uma
gestação evolutiva.
s.
Incorreta a alternativa C. Deve-se repetir o exame em uma ou duas semanas para ser possível fazer o diagnóstico diferencial entre uma
gestação evolutiva, situação em que se observará o surgimento do embrião no saco gestacional, ou uma gestação anembrionada, em que
o saco gestacional permanecerá sem embrião em seu interior. O critério diagnóstico de gestação anembrionada é a visualização do saco
♥
eo
gestacional com diâmetro interno médio maior ou igual a 25 mm sem embrião em seu interior.
o
ub
É necessário tranquilizar a gestante, indicando que pode se tratar de gestação incipiente, em que o
Correta a alternativa D.
ro
embrião ainda não foi visualizado devido às limitações próprias da ultrassonografia transvaginal e
idade gestacional precoce. Deve-se repetir o exame em uma ou duas semanas para ser possível fazer o diagnóstico diferencial entre uma
id
é
gestação evolutiva, situação em que se observará o surgimento do embrião no saco gestacional, ou uma gestação anembrionada, em que
o
CLÍNICA
CARACTERÍSTICA DO COLO EXAME DE IMAGEM
(sangramento, cólicas)
Sangramento
AMEAÇA DE Embrião vivo (hematoma
intermitente,em pequena Fechado
ABORTAMENTO subcoriônico-40%)
quantidade
Material amorfo e
m
ABORTAMENTO heterogêneo
Sangramento intermitente Geralmente pérvio
co
INCOMPLETO (espessura endometrial
> 15 mm)
Endométrio fino ou
Fechado (fecha poucas material mínimo
ABORTAMENTO
s.
Diminui de intensidade horas após expulsão
COMPLETO
completa) (espessura endometrial até
15 mm)
≥ 7 mm)
ub
discreto
ro
Retenção prolongada
id
é
febre
dv
pi
Como é uma das etapas que eu mais quero que você grave e fixe sobre abortamento, veja abaixo um fluxograma muito prático que
você pode realizar para classificar as formas clínicas pela ultrassonografia. Faça 3 perguntas principais:
me
FORMAS CLÍNICAS
EE < 15mm
SIM Gestação
CCN > 7mm incipiente?
Batimentos
NÃO Aborto retido
m
cardíacos?
Considerar se
SIM
medidas menores
co
Ameaça de abortamento
Figura13. Fluxograma das principais diferenças das formas clínicas pela ultrassonografia.
s.
Você está firme na diferença das formas clínicas do abortamento e em sua conduta? Se está inseguro, recomendo que você retorne ao
texto e revise. Não tenha pressa. Não saia com a sensação de que leu, mas que daqui a dois dias esquecerá. Como é um tema que é muito
cobrado nas provas, sugiro voltar ou colocar um quadro de resumo na parede até ficar firme.
♥
eo
Se estiver seguro nessa parte dos estudos, prossiga a leitura. Vou continuar a detalhar assuntos interessantes e bastante cobrados em
o
ub
As provas de Residência gostam de cobrar os critérios sugestivos d eque uma gestação não está evoluindo de forma adequada e
apresentando mau prognóstico.
a
dv
pi
Para facilitar seu aprendizado, trago, no quadro abaixo, as principais definições ultrassonográficas para definir gestações não evolutivas:
Có
2. Ausência de embrião na presença de saco gestacional com diâmetro interno médio maior
que 25 mm; alguns autores consideram que se o saco gestacional tem diâmetro maior do
que 20 mm, já deve ser observado embrião.
3. Ausência de embrião com atividade cardíaca após 2 semanas de ultrassonografia que
evidenciou saco gestacional sem vesícula vitelínica.
4. Ausência de embrião com atividade cardíaca 11 dias após USG que evidenciou saco
gestacional com vesícula vitelínica.
Abaixo, vou colocar alguns critérios que sugerem mau prognóstico. Atenção especial aos primeiros 4 critérios, que são os mais cobrados
nas provas:
- Embrião com comprimento cabeça-nádegas (CCN) maior ou igual a 7 mm sem atividade cardíaca (critério mais utilizado).
m
- Desenvolvimento embrionário anormal (CCN < 2 DP para a idade gestacional).
co
- SG de forma irregular, anômala e distorcida.
CAI NA PROVA
o
ub
ro
(HOS, 2021) A.C.O., 30 anos, primigesta, veio à primeira consulta de pré-natal com teste de farmácia positivo e ansiosa para ver a gestação
id
pela ultrassonografia. Porém, relata início de dor pélvica e sangramento vaginal há 1 dia. O critério ultrassonográfico que permite concluir
é
COMENTÁRIO
Incorreta a alternativa A. Quando o saco gestacional está com diâmetro médio de 8 mm ou mais, a vesícula vitelínica (VV) deve ser
visualizada. Usualmente a medida da VV não deve exceder 6 mm de diâmetro até 10 semanas de gestação. Sinal de mau prognóstico
quando a VV passa de valores acima do percentil 95, está com aspecto "hidrópico", encontra-se desproporcional ao tamanho do saco
gestacional ou de aspecto calcificado.
Incorreta a alternativa B. Segundo o UpToDate, deve ser visualizado embrião quando o diâmetro do saco gestacional está de 16 a 24 mm.
Incorreta a alternativa C. É considerado sinal de mau prognóstico o saco gestacional maior que 10 mm e a não visualização da vesícula
vitelínica.
Incorreta a alternativa E. A vesícula vitelínica é a primeira estrutura anatômica a ser encontrada no interior do saco gestacional. Sua
identificação no interior do saco gestacional confirma o diagnóstico de gestação intrauterina inicial. Logo, a VV aparece antes do embrião.
m
O tratamento clássico e mais cobrado pelas provas de Residência nos casos de abortamento é a curetagem uterina. Nos últimos anos,
surgiram novas técnicas de esvaziamento uterino e mais protocolos passaram a adotar as condutas expectantes ou medicamentosas para o
co
tratamento do abortamento. O intuito dessas novas modalidades é reduzir as complicações associadas à curetagem uterina, como perfuração
e formação de sinéquias (síndrome de Asherman).
s.
1.7.1 ASPIRAÇÃO INTRAUTERINA
O esvaziamento uterino por aspiração é considerado atualmente uma opção mais segura e tão eficaz quanto a curetagem. É a técnica
♥
eo
de escolha nas gestações precoces, até 12 semanas. É um instrumento barato, de simples manuseio e com uma técnica de fácil aplicação.
o
A aspiração pode ser realizada através de vácuo elétrico, chamada de aspiração elétrica, ou através de um vácuo manual produzido por uma
ub
A técnica de preparação da paciente é semelhante à da curetagem, com a vantagem de que, em alguns serviços, o procedimento pode
ser realizado sem a necessidade de anestesia geral ou bloqueio de neuroeixo. As complicações, como perfuração e sinéquias, são bem pouco
frequentes, por tratarem-se de um material rombo e que não “raspa” as paredes uterinas. A imagem mostra o dispositivo de AMIU montado.
A curetagem uterina somente deve ser empregada nos abortamentos com menos de 12 semanas na indisponibilidade de material para
aspiração. Já nas gestações com mais de 12 semanas ou com material muito abundante, ela é a primeira opção.
Antes da curetagem em si, pode haver a necessidade de dilatar o orifício do colo uterino para a passagem da cureta. Para esse
procedimento, empregam-se as chamadas velas de dilatação de Hegar, que são introduzidas no colo (imagem abaixo, à esquerda). Após a
m
dilatação, procede-se com a retirada mecânica dos restos ovulares com a cureta (imagem abaixo, à direita).
co
s.
♥
eo
o
ub
ro
id
é
o
nã
a
dv
pi
Có
me
A perfuração uterina é a complicação mais frequente na curetagem. Caso ela ocorra, o procedimento deve ser interrompido, e a paciente
deve ser observada. Caso ela apresente instabilidade hemodinâmica, deve ser realizada laparotomia exploradora devido ao extravasamento
de sangue para a cavidade abdominal, provocado pela perfuração.
Vou aproveitar o “gancho” e relembrá-los de que, após a 12ª semana de gestação, o feto apresenta espículas ósseas e a curetagem
uterina direta provoca risco de perfuração uterina. Você deve primeiro induzir com misoprostol, aguardar a expulsão e, somente após, iniciar
a curetagem.
Ufa!
Terminamos o primeiro tema.
Parabéns!
m
co
s.
♥
eo
o
carinho.
nã
segunda etapa deste livro. Se está cansado, não pare agora! Faça
um intervalo, tome uma água e não deixe de terminar os 3 tópicos
Có
m
Copie o link abaixo e cole no seu navegador
para acessar o site
co
s. https://estr.at/33vE
♥
eo
o
ub
ro
id
é
CAPÍTULO
m
Com o acesso mais precoce da dosagem da fração beta
da gonadotrofina coriônica humana (β-hCG) e também da
co
ultrassonografia transvaginal (USTV), o diagnóstico está cada vez
mais precoce e está sendo realizado em uma fase mais inicial, antes
que ocorra a ruptura tubária.
A gestação ectópica é responsável por 6 a 13% das mortes no período gestacional e a principal causa de mortalidade materna no
s.
primeiro trimestre da gestação.
2. 1 DEFINIÇÃO
♥
eo
o
ub
A gestação ectópica é definida quando a implantação e desenvolvimento do embrião ocorre fora da cavidade corporal uterina.
ro
2. 2 LOCALIZAÇÃO
m
co
s.
♥
eo
o
ub
ro
id
é
o
Figura 18. Gestação ectópica à direita. (Fonte: acervo dos professores do EMED).
2. 3 QUADRO CLÍNICO
A suspeita clínica irá depender da evolução da gestação Na gestação ectópica ÍNTEGRA, a dor geralmente é em
ectópica. O mais comum é a gestação ectópica ser diagnosticada na cólicas e a história clínica pouco esclarecedora. Porém pode cursar
forma ÍNTEGRA ou ROTA. com a tríade clássica de DOR ABDOMINAL, ATRASO MENSTRUAL
No ABORTAMENTO TUBÁRIO, a paciente apresenta clínica e SANGRAMENTO GENITAL. Como os sinais e sintomas são pouco
de sangramento vaginal discreto e queda dos níveis de beta-hCG. A esclarecedores, pode lançar mão de exames subsidiários como o
TRÍADE CLÁSSICA
m
ATRASO
MENSTRUAL
SANGRAMENTO
GENITAL
co DOR
ABDOMINAL
s.
♥
eo
Indo um pouco mais a fundo, um sinal sugestivo de gestação ectópica é o fenômeno ou a reação de Arias-Stella. Essa é uma reação
o
endometrial encontrada na gestação ectópica devido a uma resposta fisiológica da mucosa endometrial à presença de tecido corial. Isto é,
ub
uma reação intrauterina (endometrial) de uma gestação de localização fora da cavidade uterina.
ro
Os sintomas mais intensos estão relacionados à ROTURA TUBÁRIA, então atenção ao quadro clínico da gestante.
id
é
o
nã
Quanto ao estado hipovolêmico da gestação ectópica rota, a gestante apresenta palidez, taquicardia e hipotensão arterial sem perda
Có
sanguínea visível.
Já no ABDOME, é encontrado descompressão brusca positiva (Blumberg positivo), diminuição de ruídos hidroaéreos intestinais e
me
Para que você possa fixar, relato um momento de experiência pessoal: nunca me esqueço isto que aprendi na Residência Médica,
quando uma gestante chegou carregada no colo pelo marido, desacordada, pálida e quase inconsciente, trazendo o cartão de pré-natal na
mão e beta-hCG positivo. Nesse instante, ouvi meu chefe gritar:
m
Quer saber o final da história? Muito sangue em cavidade e salpingectomia da tuba acometida, mas a paciente sobreviveu e, após 2
anos, retornou grávida com evolução intrauterina normal. Um final feliz que poderia ser catastrófico se ocorresse um atraso diagnóstico.
co
Chega de nostalgia e vamos continuar com os fatores de risco?
2. 4 FATORES DE RISCO
s.
Veja que, nessa etapa, a recorrência da doença é comum e geralmente infecções e patologias que afetam o endométrio e a tuba uterina
podem ser fatores de risco para a gestação ectópica. Veja abaixo os fatores de risco:
♥
eo
o
- Endometriose.
a
- Anticoncepção de emergência.
Có
- Tabagismo.
me
2. 5 DIAGNÓSTICO
O objetivo é diagnosticar o mais precocemente, ainda na gravidez ectópica íntegra, para reduzir o risco de rotura tubária e aumentar o
sucesso da conduta conservadora.
Na vigência de atraso menstrual, dor abdominal e sangramento genital, deve ser levantada a suspeita de gestação ectópica e o
diagnóstico complementado com β-hCG e ultrassonografia transvaginal.
A ultrassonografia transvaginal é o exame de preferência, utilizado para confirmar uma gestação tópica com a visualização de saco
gestacional ou de restos ovulares. Geralmente, a ultrassonografia consegue visualizar o saco gestacional intrauterino na 5ª semana de gestação
e, no ovário, a presença de corpo lúteo.
Na gestação ectópica, o exame consiste em avaliar a massa anexial conforme seu aspecto (hematossalpinge, presença de anel tubário
e de embrião vivo).
No caso de beta-hCG positivo > 2.000 mUI/mL, devemos visualizar uma gestação intrauterina na ultrassonografia transvaginal.
Exceto nos casos de gestações gemelares, que podem aumentar o valor para 3.500 mUI/mL.
Se acaso os valores do beta-hCG forem < 2.000 mUI/mL e USTV não confirmar gestação tópica ou ectópica, devem-se repetir
m
os valores de beta-hCG a cada 48 horas.
co
Cuidado, pois você pode estar diante de uma GESTAÇÃO INICIAL, ainda não visível e tópica. Em uma gestação viável, tópica, os
valores de beta-hCG aumentam de 35% ou mais a cada 48 horas. s.
Para facilitar, deixo abaixo um fluxograma para ajudar no raciocínio diagnóstico da gestação ectópica.
β-hCG
POSITIVO
♥
eo
o
ub
USTV
ro
id
é
GESTAÇÃO TÓPICA
Ausência de massa anexial Massa anexial visível
a
dv
β-hCG β-hCG
< 2.000 mUI/mL ≥ 2.000 mUI/mL GESTAÇÃO
ECTÓPICA
me
Repetir β-hCG
em 48h
Figura 19. Fluxograma da interpretação e associação de resultados do β-hCG e da ultrassonografia (Fonte: Adaptado do livro Zugaib Obstetrícia).
CAI NA PROVA
(AMRIGS, 2018) Primigesta, 30 anos, com data da última menstruação há 5 semanas, traz beta-hCG sérico realizado há 5 dias com resultado
de 2.560 mUI/ml. Hoje, apresentou sangramento vivo de pequena quantidade e dor pélvica tipo cólica. Foi solicitado novo beta-hCG sérico,
cujo resultado foi 1.500 mUI/ml. Analise as hipóteses diagnósticas para o caso em questão:
I. Gravidez viável;
II. Abortamento;
m
III. Gravidez ectópica.
co
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
s.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
♥
eo
COMENTÁRIO
o
ub
ro
Incorreta a afirmativa I. Gravidez viável. Diante de uma gestação viável, o β-hCG geralmente aumenta seu título acima de 35%. No caso,
id
é
Correta a afirmativa II. Abortamento. Devido aos valores do β-hCG estarem diminuindo e não haver imagem ultrassonográfica localizando
nã
Correta a afirmativa III. Gravidez ectópica. Como não há imagem ultrassonográfica confirmando uma gestação tópica, podemos estar
dv
pi
Incorretas as alternativas A, B, C e E.
2. 6 TRATAMENTO
Devido a diagnósticos cada vez mais precoces em pacientes assintomáticas, está-se optando pela utilização de métodos não invasivos.
Consequentemente, são propostas mais opções terapêuticas, como condutas expectantes e medicamentosas com metotrexato (MTX) de
forma sistêmica ou local, guiado por ultrassom; ou o tratamento cirúrgico com salpingectomia ou salpingostomia por via laparotômica ou
laparoscópica.
A conduta expectante não está bem estabelecida e foi inconclusiva por revisão Cochrane. Ela pode ser adotada com evolução para a
cura espontânea, variando de 48 a 100% quando acompanhada por dosagens seriadas em declínio do β-hCG. É uma conduta definida para o
ABORTAMENTO TUBÁRIO.
Abaixo, quero que você decore e entenda os principais critérios para o sucesso da conduta expectante. Veja que são sinais de que a
gestação é inicial e está regredindo espontaneamente.
m
co
Conduta DECLÍNIO DOS TÍTULOS DE β-hCG
EM 48 HORAS
expectante
s.
AUSÊNCIA DE SACO GESTACIONAL
NA ULTRASSONOGRAFIA
♥
eo
Essas pacientes apresentam maior segurança para a conduta expectante, sem a necessidade de uso de quimioterápicos, quando
o
gestação ectópica!
me
A medicação de escolha para o tratamento medicamentoso Efeitos colaterais do MTX: distensão, dor abdominal,
da gestação ectópica é o metotrexato (MTX), um antagonista do sangramento genital, aumento do beta-hCG no 1º e 4º dia após
ácido folínico. Ele age nas células trofoblásticas de divisão rápida e o MTX. Além de náuseas, vômitos, irritação gástrica, estomatite,
impede sua multiplicação. Como há risco de persistência do tecido tontura, neutropenia, pneumonite e alopecia reversível.
trofoblástico com o metotrexato, é imprescindível o controle do Pare agora e fique atento para este quadro, que é minha
nível sérico do beta-hCG. aposta para você decorar, decorar e decorar!
m
CRITÉRIOS PARA INDICAÇÃO DO METOTREXATO
co
s.
ESTABILIDADE
β-hCG MASSA ANEXIAL BCF HEMODINÂMICA PACIENTE
DESEJO DE
< 5.000 mUI/mL < 4 CM AUSENTE ECTÓPICA ÍNTEGRA GRAVIDEZ FUTURA
♥
eo
• Divergências na literatura:
• Parâmetro mais • BCF: batimento Ausência de dor • Termo de
o
Se tem um quadro de gestação ectópica que quero que grave é esse! Não conseguiu decorar? Então transcreva-o e coloque-o na
parede de seu quarto e olhe para ele até passar nas provas.
a
dv
pi
Uma vez indicado o tratamento medicamentoso com metotrexato, é importante avaliar a existência de contraindicações:
Abaixo, descrevo os esquemas terapêuticos recomendados que você deve saber. Geralmente, o mais utilizado é o esquema em DOSE
ÚNICA, já que são necessários menos dias de internação, e ele apresenta poucos efeitos colaterais.
Se ocorrer redução de 15% do valor do β-hCG entre o 4º e o 7º dia, é sinal de bom prognóstico e de que se deve seguir com dosagens
de beta-hCG semanais até negativar. Se redução menor que 15% no 7º dia, deve-se repetir nova dose de MTX. Se não houver queda dos
m
títulos, realizar cirurgia.
O esquema em múltiplas doses é uma opção. Apesar de geralmente não ser a primeira escolha, você pode deparar-se com ela em
co
alguma questão. Geralmente é uma opção terapêutica para casos de critérios para o tratamento medicamentoso mais próximos do limite.
Avaliar a redução de 15%, nesse intervalo, para considerar independentemente da via de administração, varia de 75% a 96%
ro
tratamento adequado. Não se deve dar mais que 4 doses de MTX. (média de 80%). Porém a falha do tratamento é muito preocupante,
id
Outro ciclo de 4 doses poderá ser repetido apenas após 14 dias. pelo risco da rotura tubária.
é
o
É realizado por meio da dosagem semanal do β-hCG até ficar transvaginal seriada para controle de tratamento, pois ela é incapaz
de detectar resposta ou falha do tratamento. Exceção está nos
a
NÃO ESQUEÇA: está recomendada a profilaxia com a imunoglobulina anti-D em TODAS as gestantes Rh negativo com gravidez
ectópica.
Devido à relevância do tópico abordado, vou comentar sobre algumas opções para a indicação da conduta
medicamentosa e outros esquemas terapêuticos.
São consideradas uma alternativa para orientação da conduta as recomendações indicadas pelo NICE (National
Collaborating Centre for Women’s and Children’s Health):
• β-hCG < 1.500 mUI/mL e massa anexial menor que 3,5 cm: MTX.
• β-hCG > 5.000 mUI/mL: indicado cirurgia.
• β-hCG entre 1.500 e 5.000 mUI/mL: indicado MTX ou cirurgia.
Ou, também, foi elaborado o índice de Elito-Camano, que glicose hipertônica utilizada por laparoscopia ou ultrassonografia
utiliza um score para orientar a conduta entre videolaparoscopia transvaginal.
m
ou medicamentosa pelo metotrexato com dose única. Além disso, pode associar a utilização do cloreto de potássio
Quanto às alternativas terapêuticas, estão sendo estudados com o objetivo de provocar assistolia em embriões com BCF
co
outros protocolos com o metotrexato, como o esquema em dose presentes de gestações ectópicas. É uma alternativa para gestações
dupla, esquemas em múltiplas doses, porém esses esquemas de cicatrizes de cesáreas, na gestação cervical ou até nos casos de
apresentaram eficácia semelhante ao esquema em dose única. gestações heterotópicas, como fármaco isolado.
Existem, também, estudos com a associação da MIFEPRISTONA e
s.
Veja abaixo como cai nas provas! Vamos treinar algumas
o GEFITINIBE, diminuindo o tempo para o β-hCG negativar, além questões?
de estudos com outros fármacos, como as prostaglandinas e a
♥
eo
CAI NA PROVA
o
ub
ro
(SUS-SP, 2020) Para tratamento conservador da gravidez ectópica íntegra, é correto afirmar que:
id
é
B) o cloreto de potássio pode ser injetado em massa anexial que for menor que 3 cm.
o misoprostol pode ser empregado por via vaginal nos casos em que a massa anexial é inferior a 3 cm e não há batimentos cardíacos
a
C)
dv
pi
fetais.
Có
D) o metotrexato pode ser usado por via intramuscular se a massa tubária for menor que 3,5 cm e o beta-hCG menor que 5.000 mUI/mL.
E) a exérese do segmento tubário afetado por meio de videolaparoscopia preserva mais adequadamente o futuro reprodutivo.
me
COMENTÁRIO
Incorreta a alternativa A. A embolização das artérias uterinas não é indicada nos casos de gestação anexial.
Incorreta a alternativa B. O cloreto de potássio é uma opção para gestações ectópicas com BCF presentes. Diante de massa anexial menor
do que 3,5 cm e ausência de batimentos cardíacos embrionários, é possível realizar conduta expectante.
Incorreta a alternativa C. Diante de massa anexial menor do que 3,5 cm e ausência de batimentos cardíacos embrionários, é possível
realizar conduta expectante. Vale ressaltar que misoprostol não é utilizado no tratamento da gestação ectópica, uma vez que é indicado
para auxiliar no esvaziamento uterino.
Diante de massa anexial menor do que 3,5 cm e β-HCG menor do que 5.000 mUI/mL, assim como ausência
Correta a alternativa D.
de batimentos cardíacos embrionários e estabilidade hemodinâmica, é possível optar por conduta
conservadora com tratamento com metotrexato.
Incorreta a alternativa E. A salpingectomia do segmento tubário afetado não tem maior benefício em preservar o futuro reprodutivo.
(UNICAMP, 2019) Mulher, 20a, G1P0A0C0, idade gestacional 8 semanas e 3 dias, comparece ao pronto atendimento com queixa de
sangramento vaginal em pequena quantidade e dor em fossa ilíaca esquerda há 1 dia. Traz beta-HCG sérico coletado há dois dias de 1.800
m
mUI/mL.
co
Exame físico: Abdome: pouco doloroso à palpação com descompressão brusca dolorosa negativa; Toque vaginal: útero discretamente
aumentado de volume e anexo esquerdo palpável e doloroso. Ultrassonografia transvaginal: saco gestacional de 3 cm em anexo à esquerda,
sem visualização de batimentos cardiofetais, sem líquido livre na cavidade. β-HCG sérico, colhido hoje, é de 4.000 mUI/mL.
A CONDUTA É:
s.
A) Expectante com retorno em 24 horas para ultrassonografia.
COMENTÁRIO
id
é
o
nã
Separando os dados de importância da questão: gestante com sangramento vaginal pequeno, estável e sem sinais clínicos de rotura
(sem líquido livre na cavidade, beta-hCG de 4.000 mUI/mL (< 5.000 mUI/mL), saco gestacional de 3 cm (< 4 cm), sem BCF. Estamos diante de
a
dv
pi
Incorreta a alternativa A. De acordo com o caso clínico, paciente está estável, com critérios para tratamento medicamentoso com
metotrexato. Não se deve aguardar de forma conservadora, pois o β-hCG está subindo e pode aumentar o risco de rotura da gestação
ectópica.
me
Incorreta a alternativa B. Não se deve realizar a conduta expectante, pois o β-hCG está subindo, e pode ocorrer a rotura da gestação
ectópica. Nesse caso, a paciente apresenta critérios para o tratamento medicamentoso com metotrexato.
Paciente apresenta critérios para o tratamento medicamentoso com metotrexato e, após iniciado o
Correta a alternativa C.
tratamento em dose única, deve-se controlar o β-hCG no 4º e no 7º dia após a aplicação.
Incorreta a alternativa D. Paciente primigesta, sugestivo de gestação ectópica íntegra, apresenta critérios para conduta por tratamento
medicamentoso com objetivo de preservação da tuba uterina acometida.
(SURCE, 2018) Paciente procura emergência referindo atraso menstrual, sangramento transvaginal em pequena quantidade e dor abdominal.
Após propedêutica diagnóstica, evidencia-se beta-hCG quantitativo de 900 mUI/ml em curva decrescente, ultrassonografia transvaginal sem
evidência de imagem sugestiva de gestação intrauterina, massa anexial de 2,8 cm e ausência de líquido livre. Durante toda a avaliação, ela
manteve-se estável hemodinamicamente e sem sinais de peritonite. Qual a melhor conduta a ser adotada?
A) Laparoscopia.
B) Laparotomia.
C) Expectante.
D) Metotrexato.
COMENTÁRIO
m
co
Incorretas as alternativas A e B. Diante de paciente com gestação ectópica estável hemodinamicamente, com curva descrescente de
β-hCG, com valor menor que 1.000 mUI/mL, massa anexial menor que 4 cm, pode ser adotada a conduta conservadora expectante.
Com paciente com estabilidade hemodinâmica, massa anexial menor que 4 cm, β-hCG menor que
Correta a alternativa C.
s.
1.000 mUI/mL em curva decrescente, pode ser optado por conduta expectante por diagnóstico de
abortamento tubário.
Incorreta a alternativa D. Paciente apresenta diagnóstico de abortamento tubário devido a valores decrescentes de β-hCG e estabilidade
hemodinâmica. Como há efeitos colaterais pelo uso do metotrexato, pode-se optar pela conduta expectante.
♥
eo
o
ub
ro
Essa é uma opção de tratamento guiado por ultrassonografia Como o tratamento local tem resultados semelhantes ao
o
nã
transvaginal. Sua principal indicação é para os casos de EMBRIÃO tratamento sistêmico (mais prático, fácil de ministrar, não depende
VIVO e LOCALIZAÇÃO ATÍPICA da gravidez ectópica. de habilidades e não é invasivo), o tratamento sistêmico com o
a
dv
pi
É realizado introduzindo uma sonda vaginal com uma agulha metotrexato ficou como a principal opção entre os tratamentos
Có
na dose de 1 mg/kg.
me
Indicações de laparotomia
Choque hipovolêmico
Múltiplas aderências
m
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s.
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Có
A pergunta seguinte, após a decisão da laparotomia ou laparoscopia, fica entre a opção pela salpingectomia (retirada de toda a tuba
me
• Prole constituída.
• Lesão tubária irreparável ou rota.
• Salpingostomia com sangramento persistente.
• Recidiva de gestação ectópica na mesma tuba.
• β-hCG muito elevados (> 5.000 mUI/mL), com invasão do trofoblasto na serosa.
Agora, entendendo um pouco sobre a SALPINGOSTOMIA, ela está indicada principalmente nos casos em que se pretende preservar a
fertilidade. É realizada uma incisão de 2 cm no ponto de maior abaulamento da borda antimesentérica da tuba e é realizado o esvaziamento.
A incisão não é suturada e é fechada por segunda intenção.
m
co
Figura 21. Salpingostomia por laparoscopia.
Qual é o RISCO da salpingostomia? O maior risco é a persistência do tecido trofoblástico local (3 a 20%). Logo, deve-se acompanhar,
s.
no pós-operatório, o declínio dos títulos do β-hCG. Se ocorrer aumento, está indicado esquema em dose única de metotrexato (50 mg/m2
intramuscular) na tentativa da preservação da tuba uterina.
CAI NA PROVA
♥
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(Hospital Oftalmológico de Sorocaba – HOS, 2021) J.G.A., nulípara, com diagnóstico de prenhez ectópica íntegra a E, com embrião vivo,
ro
apresenta-se como antecedente de salpingectomia D por gestação ectópica há 4 anos e salpingostomia a E por gestação tubária há 8 meses.
id
é
A) Salpingectomia.
a
B) Salpingostomia.
dv
pi
COMENTÁRIO
Como a paciente já teve uma gestação ectópica nessa mesma tuba e foi submetida a uma salpingostomia
Correta a alternativa A.
prévia, a conduta é realizar salpingectomia.
Incorreta a alternativa B. A paciente já realizou uma salpingostomia prévia na mesma tuba, portanto o procedimento está contraindicado.
Incorreta a alternativa C. Gestações ectópicas que apresentem embrião vivo contraindicam o uso de metotrexato. Além disso, a recidiva
na mesma tuba contraindica essa conduta.
Incorreta a alternativa D. A presença de embrião vivo contraindica a conduta expectante.
Incorreta a alternativa E. Já temos o diagnóstico de gestação ectópica e a única conduta aceitável, nesse caso, é a salpingectomia, não
havendo necessidade de novas dosagens de HCG.
m
de localização Vou deixar abaixo as características
atípica? principais e sua conduta.
co
s.
♥
eo
o
ub
GRAVIDEZ TUBÁRIA INTERSTICIAL OU CORNUAL: é a implantação próxima ao óstio tubário com o útero. Se o embrião estiver vivo, indica-
se tratamento local com cloreto de potássio e MTX. Se dose elevada de β-hCG, estão indicadas múltiplas doses de MTX. A ressecção
cornual ou a histerectomia são indicadas em situações de emergência.
GRAVIDEZ CERVICAL: é a implantação e desenvolvimento da gestação no canal cervical. Devido à intensa vascularização, pode levar
à hemorragia intensa. Os fatores de risco estão ligados a manipulações uterinas (cirurgias de útero e colo uterino, curetagem prévia,
cesáreas, síndrome de Asherman, FIV). O diagnóstico clínico é difícil e geralmente é realizado por meio da avaliação ultrassonográfica.
A necessidade de tratamentos por histerectomia vem diminuindo, e têm aumentado as opções de tratamentos conservadores (balão
intracervical após curetagem, cerclagem, ressecção histeroscópica do tecido trofoblástico, cervicotomia). O tratamento medicamentoso
também pode ser realizado de forma conservadora e efetiva por meio da injeção local com metotrexato (1 mg/kg), com a punção do saco
gestacional guiado por USTV, evitando-se outras intervenções.
GRAVIDEZ ECTÓPICA DE CICATRIZ DE CESÁREA: é a forma mais rara de gravidez ectópica. Tende a ser mais agressiva devido ao risco de
m
ruptura uterina e sangramento no primeiro e segundo trimestre de gestação. Os principais fatores de riscos são o número de cesáreas
anteriores, o intervalo curto entre a cesárea e a gestação e o útero retrovertido. O diagnóstico é realizado pela ultrassonografia. O
co
tratamento pode ser cirúrgico, por meio da curetagem uterina, pela histerectomia ou por meio da embolização das artérias uterinas. Já o
tratamento conservador pode ser realizado pela conduta expectante ou pelo tratamento medicamentoso com metotrexato.
GESTAÇÃO OVARIANA: é a localização mais comum quando fora da cavidade uterina e da tuba uterina. Devido a sua pequena capacidade
de distensão, a rotura é precoce. Existe forte associação entre uso de DIU e essa forma de gestação ectópica. O tratamento pode ser
s.
medicamentoso ou cirúrgico por ooforectomia ou cistectomia por laparoscopia ou laparotomia.
GESTAÇÃO ABDOMINAL: é quando a implantação ocorre livre na cavidade peritoneal (1,5% dos casos de gestação ectópica). A gestação,
na maioria das vezes, não evolui. Porém, no caso de evolução, possui alta mortalidade materna (90 vezes maior que a gestação tópica), a
placenta invade órgãos abdominais e surgem quadros de suboclusão e dor excessiva à movimentação fetal abdominal. Pela ultrassonografia,
♥
eo
observa-se feto livre no abdome e útero vazio. No caso de diagnóstico de gestação precoce, devido ao alto risco de complicação materna,
o
ub
indica-se a interrupção da gravidez por laparotomia. Se o diagnóstico for tardio e o feto estiver vivo, a depender das condições maternas
ro
e dos riscos da prematuridade, realiza-se a laparotomia. Quanto à abordagem da placenta, a princípio, deve ser removida, exceto na
implantação de vasos de grade calibre e estruturas vitais. Diante do risco, a placenta pode ser deixada in situ e sua reabsorção pode ser
id
é
GRAVIDEZ HETEROTÓPICA: quando ocorre simultaneamente uma gestação intrauterina e outra ectópica. Sua incidência pode ser
alta, chegando até 1:100 gestações após a fertilização in vitro. A conduta mais utilizada é a CIRURGIA. Se tuba íntegra, está indicada a
a
dv
laparoscopia. Uma alternativa terapêutica é o uso do cloreto de potássio direto no embrião ectópico ou da glicose hipertônica. É de se
pi
entender que o tratamento com metotrexato está contraindicado, pois existe uma gestação intrauterina viável.
Có
Encerramos mais um dos grandes tópicos do sangramento de primeira metade da gestação. Mas não desista de estudar aqui comigo!
Se você deu uma olhada em provas anteriores, sabe que a doença trofoblástica gestacional está tanto nas alternativas como corresponde a
me
quase em equilíbrio ao número de questões de abortamento e gestação ectópica, dependendo da instituição que você deseja.
Aproveite e já estique o corpo. Se estiver cansado, coloque uma música agitada para acordar, mas não pare
por aqui, please! Mais um pouquinho e concluímos todo o tópico. Pegue uma água, mais um pouco de cafezinho ou
um suco mais gelado e concentração!
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Copie o link abaixo e cole no seu navegador
para acessar o site
co
s. https://estr.at/FTvu
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CAPÍTULO
m
gestações. Porém essa incidência varia entre regiões e países, sendo O termo neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) é dado
maior na América Latina e em países asiáticos. No Brasil, estima- às alterações que possuem potencial maligno, com invasão local
co
se que ocorra entre 1:200–400 gestações, porém isso pode estar e risco de metástases. Ela ocorre geralmente após uma gestação
ligado a dados de locais de centro de referência para o tratamento, molar, mas também pode ocorrer após a evolução de gestação
não traduzindo a verdadeira incidência da população geral. normal, que evoluiu a termo. A NTG divide-se em: mola invasora,
s.
A doença trofoblástica gestacional apresenta a forma coriocarcinoma, tumor trofoblástico do sítio placentário e tumor
benigna (mola hidatiforme – MH) e maligna (neoplasia trofoblástica trofoblástico epitelioide.
gestacional).
♥
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BENIGNA MALIGNA
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nã
NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA
MOLA HIDATIFORME
GESTACIONAL
a
dv
pi
Có
MOLA HIDATIFORME
MOLA HIDATIFORME MOLA INVASORA
INCOMPLETA OU
COMPLETA
PARCIAL
me
CORIOCARCINOMA
TUMOR TROFOBLÁSTICO
DO SÍTIO PLACENTÁRIO
TUMOR TROFOBLÁSTICO
EPITELIOIDE
Figura 23. Fluxograma da forma benigna e maligna da doença trofoblástica gestacional. (Fonte: criado pela autora).
O grande marcador biológico da doença é a gonadotrofina coriônica humana (hCG), produzida principalmente pelo sinciciotrofoblasto.
Se você já começar a imaginar que eu tenho uma proliferação desordenada e acelerada de citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto, começa a
entender que um dos grandes achados são valores elevados do hCG.
Além disso, o maior acesso à ultrassonografia fez com que cerca de 90% dos diagnósticos fossem realizados por esse recurso.
CAI NA PROVA
(AMP-PR, 2021) As doenças trofoblásticas gestacionais (DTGs) constituem grupo heterogêneo de doenças raras originadas da proliferação
atípica do epitélio trofoblástico placentário. Sua patogênese é peculiar, uma vez que as lesões maternas são originárias dos tecidos resultantes
da fertilização e não de tecidos maternos. Sobre essa situação, analise as afirmativas abaixo:
m
I - As molas hidatiformes são normalmente benignas, mas podem adquirir potencial maligno em algumas circunstâncias, como nas molas
invasivas.
co
II - Em termos de gestações molares, estimam-se uma completa e três parciais em cada 1.000 gestações.
III - Pacientes com gestação molar apresentam-se com sangramento a partir do terceiro trimestre da gravidez e a ultrassonografia (US) falha
muitas vezes em detectá-la.
s.
IV - O risco de nova gravidez molar, caso haja anterior, é de 1–2%, subindo para 15–20% se duas previamente.
A) I e IV.
o
I, II e III.
ub
B)
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C) I, II e IV.
id
E)
nã
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COMENTÁRIO
dv
pi
Có
Afirmativa I - CORRETA. A mola hidatiforme tem comportamento benigno, em sua grande maioria, porém pode evoluir para a forma
maligna (neoplasia trofoblástica gestacional), mas é incomum. O seguimento pós-molar adequado com acompanhamento clínico da
me
mulher e da curva de regressão do hCG pode sugerir a remissão e cura da mola hidatiforme ou a suspeita de evolução para a neoplasia
trofoblástica gestacional.
Afirmativa II - CORRETA. Em termos de gestações molares, estimam-se uma completa e três parciais em cada 1.000 gestações. A incidência
mundial da DTG é de 1:1.000 gestações.
Afirmativa III – INCORRETA. A mola hidatiforme é um diagnóstico diferencial nos quadros de sangramento de primeira metade da gestação,
junto com abortamento e gestação ectópica. O sangramento geralmente ocorre entre a 6ª e a 16ª semana de gestação em 80/90% dos
casos. A ultrassonografia tem papel fundamental no diagnóstico molar. Observa-se um padrão vesicular característico com múltiplas áreas
anecogênicas na massa placentária.
Afirmativa IV - CORRETA. O risco de nova gravidez molar, caso haja anterior, é de 1–2%, subindo para 15–20% se duas previamente. O risco
de recorrência molar é maior em pacientes que já apresentaram a doença anteriormente.
Incorretas as alternativas A, B, D e E.
3. 1 MOLA HIDATIFORME
m
co
A mola hidatiforme é a placenta que apresenta aumento
anormal das vilosidades com vilos coriônicos vesiculares
acompanhados por proliferação trofoblástica.
s.
♥
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A idade materna avançada tem risco 10 vezes maior que entre 20 e 40 anos de idade. Já a chance de recorrência está em 1 a 2% de
chance, porém é muito maior após 2 gestações molares anteriores (16 a 18%). Além disso, podem ocorrer pelo estado nutricional, paridade,
consanguinidade, contracepção oral, infecções virais, porém o papel de cada fator é pouco conhecido.
CAI NA PROVA
(AMP–PR, 2021) As doenças trofoblásticas gestacionais (DTGs) constituem grupo heterogêneo de doenças raras originadas da proliferação
atípica do epitélio trofoblástico placentário. Sua patogênese é peculiar, uma vez que as lesões maternas são originárias dos tecidos resultantes
da fertilização, e não de tecidos maternos. Sobre essa situação, analise as afirmativas abaixo:
I - As molas hidatiformes são normalmente benignas, mas podem adquirir potencial maligno em algumas circunstâncias, como nas molas
invasivas.
II - Em termos de gestações molares, estimam-se uma completa e três parciais em cada 1.000 gestações.
III - Pacientes com gestação molar apresentam-se com sangramento a partir do terceiro trimestre da gravidez e a ultrassonografia (US) falha
m
muitas vezes em detectá-la.
IV - O risco de nova gravidez molar, caso haja anterior, é de 1–2%, subindo para 15–20% se duas previamente.
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Estão corretas apenas as afirmativas:
A) I e IV.
s.
B) I, II e III.
C) I, II e IV.
COMENTÁRIO
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Afirmativa I - CORRETA. O seguimento pós-molar adequado com acompanhamento clínico da mulher e da curva de regressão do hCG
o
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pode sugerir a remissão e cura da mola hidatiforme ou a suspeita de evolução para a neoplasia trofoblástica gestacional.
Afirmativa II - CORRETA. Em termos de gestações molares, estimam-se uma completa e três parciais em cada 1.000 gestações. A incidência
a
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Afirmativa III - INCORRETA. O sangramento geralmente ocorre entre a 6ª e a 16ª semana de gestação em 80 e 90% dos casos. A
ultrassonografia tem papel fundamental no diagnóstico molar. Observa-se um padrão vesicular característico com múltiplas áreas
anecogênicas na massa placentária.
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Afirmativa IV - CORRETA. O risco de nova gravidez molar, caso haja anterior, é de 1–2%, subindo para 15–20% se duas previamente. O risco
de recorrência molar é maior em pacientes que já apresentaram a doença anteriormente.
Incorretas as alternativas A, B, D e E.
3.1.2 PATOGÊNESE
Opa!!!
Não pule esta parte do texto!
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Não parece, mas as bancas cobram a genética da mola hidatiforme.
Mas, calma, vou ajudá-lo facilitando esta etapa de sua leitura e memorização.
s.
MOLA COMPLETA
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A característica da mola completa é a proliferação exagerada e anormal do tecido trofoblástico, NÃO desenvolve embrião, membranas
o
e cordão umbilical. Macroscopicamente, a placenta perde aquele aspecto de formato ovalado bem definido e a visualização dos cotilédones.
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O aspecto fica de um material totalmente heterogêneo com múltiplas vesículas pelas vilosidades coriônicas edemaciadas, com dilatação
ro
hidrópica e formação de cisterna central repleta de líquido. Na imagem ultrassonográfica, as múltiplas vesículas são descritas com aspecto
id
A principal característica histológica é a hiperplasia difusa do citotrofoblasto e do sinciciotrofoblasto. Quando é uma mola precoce (no
início do 1º trimestre), o diagnóstico é mais difícil e é possível diferenciar pelo marcador p57.
Na mola completa, o marcador p57KIP2 está ausente, porém está presente na mola hidatiforme parcial (expressão pelo alelo materno).
E, por incrível que pareça, você deve saber a diferença genética da mola hidatiforme completa e parcial. Do ponto de vista genético, a mola
completa origina-se por um ÓVULO “VAZIO” fecundado por espermatozoide 23X. Logo, observe que o material genético é exclusivamente
PATERNO, sendo duplicado e originando uma célula 46XX (90% das vezes). Veja como pode ser formada pelo esquema abaixo.
MNEMÔNICO RÁPIDO:
Mnemônico
m
Mola hidatiforme
CD COMPLETA
co
DIPLOIDE
s.
MOLA HIDATIFORME COMPLETA
♥
eo
Cromossomo
23 X exclusivo paterno
o
ub
ro
ÓVULO
23 X 23 X 23 X 46 XX 90 - 95%
id
“VAZIO”
é
o
nã
COMPLETA
dv
pi
DIPLOIDE
23 X
Cromossomo
me
exclusivo paterno
23 X
ÓVULO 46 XY 5 - 10%
“VAZIO” 23 X
ou Y
Figura 26. Genética da mola hidatiforme completa (Fonte: baseado em livro e modificado pela autora).
Para o raciocínio da mola parcial ou incompleta, pense em “quase” uma gestação normal. Macroscopicamente, existe a proliferação
anormal difusa ou parcial do tecido trofoblástico com formação de múltiplas vesículas e pode ser encontrado embrião com múltiplas
malformações e restrição do crescimento fetal. Na microscopia, existem vilosidades normais com hidrópicas e a inclusão do trofoblasto
dentro do estroma.
m
co
s.
Figura 27. Imagem macroscópica e utrassonográfica da mola hidatiforme parcial.
♥
eo
Uma característica que pode ser cobrada nas provas e que diferencia a mola parcial da mola completa é o
o
ub
marcador p57. Na mola parcial, o marcador p57KIP2 está presente devido a sua expressão pelo alelo materno, e, na
ro
mola completa, está ausente por ser formada apenas pela genética paterna.
id
Em 90% das vezes, a mola parcial origina-se por DISPERMIA, que consiste na fecundação de um ÓVULO
é
NORMAL por 2 espermatozoides, gerando uma célula triploide (69,XXX ou 69,XXY) e 10% tetraploide.
o
nã
a
dv
pi
Có
me
Mnemônico
Mola hidatiforme
PARCIAL
PT TRIPLOIDE / TETRAPLOIDE
m
23 X
ou Y
co
23 X
ou Y TRIPLOIDE
23 X 23 X 69,XXY OU
23 X TETRAPLOIDE
s.
ou Y
23 X origem materna
ou Y MOLA HIDATIFORME
♥
e paterna
eo
PARCIAL
o
ub
Figura 28. Genética da mola hidatiforme parcial (Fonte: baseado em livro e modificado pela autora).
ro
id
é
A mola COMPLETA tem maior chance de progressão para a forma maligna (NTG) em 15 a 20% dos casos.
Já a mola hidatiforme PARCIAL tem menos risco de evolução para neoplasia trofoblástica gestacional (em 5%
a
dv
pi
dos casos).
Có
Abaixo, deixo aquele quadro que ajuda a relembrar as principais diferenças entre a mola hidatiforme completa e a parcial. Preciso que
me
você pense um pouco sobre este quadro, não corra para terminar a leitura sem decorar ou realmente fixar as diferenças. Senão novamente
será aquela leitura em que você só perdeu tempo e em que ficou com a sensação de que não vai adiantar para nada. Mas, sim, este é um
conteúdo que vai fazer a diferença para uma questão que muitos irão errar. Sabe aqueles quadros para os quais de nada adianta olhar e que
não despertam seu interesse? Então está na hora de parar e fixar com calma essas diferenças. Elas costumam estar nas alternativas, o que
gera muita insegurança em sua resposta caso não domine a diferença.
PRESENÇA de concepto
EMBRIÃO Ausente
malformado ou perda precoce
m
hCG ALTOS VALORES de hCG Valores de hCG mais BAIXOS
HISTOLOGIA
co
Hiperplasia trofoblástica difusa Hiperplasia trofoblástica focal
Figura 29. Quadro com as principais diferenças entre a mola hidatiforme completa e parcial.
s.
CAI NA PROVA
♥
eo
(AMRIGS, 2021) Em relação às doenças trofoblásticas gestacionais (DTGs), analise as seguintes assertivas:
o
II. Na mola hidatiforme parcial, é possível encontrar macroscopicamente embrião e membrana amniótica.
ro
III. São consideradas complicações possíveis: pré-eclâmpsia, hipotireoidismo, anemia e hiperêmese gravídica.
id
é
IV. A aspiração a vácuo é o principal método de esvaziamento uterino nas gestações molares.
o
nã
A) Apenas I e II.
dv
pi
C) Apenas I, II e IV.
COMENTÁRIO
I – CORRETA. A doença trofoblástica gestacional relaciona-se a erros de fertilização, sendo erro diploide no caso das molas completas, e
triploides no caso das parciais.
II – CORRETA. Na mola hidatiforme parcial, é possível identificar a presença de embrião ou feto, além da placenta com presença de
vesículas. Vale ressaltar que, na mola hidatiforme completa, não se desenvolve embrião ou membranas.
III – INCORRETA. Embora a doença trofoblástica gestacional possa relacionar-se à hiperêmese gravídica devido aos níveis elevados de
gonadotrofina coriônica humana (hCG), à doença hipertensiva específica da gestação (DHEG) antes de 20 semanas e à anemia se ocorrerem
sangramentos volumosos, ela relaciona-se ao hipertireoidismo, e não ao hipotireoidismo, devido ao estímulo cruzado dos receptores de
TSH pelo hCG. CUIDADO com a pegadinha!
IV – CORRETA. Aspiração a vácuo é o método de escolha para o esvaziamento da cavidade uterina nos casos de doença trofoblástica
gestacional.
Incorretas as alternativas A, B e D.
m
(Secretaria Municipal da saúde de São Paulo – SMS, 2021) Com relação à doença trofoblástica gestacional, assinale a alternativa correta:
co
A) A presença de cistos tecaluteínicos, na ultrassonografia, está mais comumente associada à mola hidatiforme incompleta.
B) Deve-se avaliar a função tireoidiana, pois o hCG pode ligar-se a receptores de TSH localizados na tireoide, provocando hipotireoidismo.
C) As pacientes que tiveram gestação molar no passado e engravidaram novamente deverão realizar o exame do β-hCG quantitativo quatro
s.
semanas depois do término da gravidez atual, para identificar a ocorrência de neoplasia trofoblástica gestacional.
D) Pacientes com Rh negativo deverão realizar imunoglobulina anti-Rh após a aspiração intrauterina, mesmo quando a suspeita é de mola
hidatiforme completa.
♥
COMENTÁRIO
ro
id
é
Incorreta a alternativa A. Os cistos tecaluteínicos estão mais presentes na mola hidatiforme completa avançada. Esses cistos ovarianos
o
surgem devido à hiperestimulação ovariana pelos altos níveis de hCG. Uma vez a mola esvaziada, os cistos regridem espontaneamente.
nã
Incorreta a alternativa B. Os sinais clínicos de HIPERTIREOIDISMO podem ser encontrados na doença trofoblástica gestacional. Eles
a
dv
incluem: tremores, taquicardia, pele úmida e extremidades quentes. Isso ocorre devido ao fato de os altos níveis de hCG (cadeia alfa)
pi
Incorreta a alternativa C. As pacientes que apresentaram gestação molar no passado possuem maior risco de recorrência da doença.
As pacientes devem manter o seguimento pós-molar com acompanhamento da curva de regressão do hCG semanal ou quinzenal até
me
sua negativação. Ela continua em acompanhamento mensal por 6 meses após a negativação, e, após 6 meses de hCG negativo, ela está
liberada para uma próxima gestação. Se ocorrer uma nova gestação, a paciente necessita de avaliação ultrassonográfica no primeiro
trimestre da gestação subsequente para confirmar o desenvolvimento normal da gestação.
Todas as pacientes Rh negativo, com diagnóstico de doença trofoblástica da gestação (NTG), devem
Correta a alternativa D.
receber a imunoglobulina anti-Rh, independentemente de qual é o tipo de NTG (mola completa ou parcial
ou as variantes mais raras malignas).
Incorreta a alternativa E. No caso de dúvida diagnóstica, o estudo imuno-histoquímico com o marcador p57 pode ser uma opção. Ele está
AUSENTE nos casos de mola completa.
m
co
Outro ponto que as bancas adoram cobrar é a suspeita diagnóstica por meio da descrição do quadro clínico da gestante. Não é difícil,
mas existem sinais e sintomas típicos para você definir a hipótese diagnóstica como gestação molar. O quadro clínico vai depender de se o
s.
diagnóstico ocorreu em idade gestacional precoce ou não. Quanto mais tardio o diagnóstico, maior será a sintomatologia. Vou colocar abaixo
os sinais e sintomas característicos da doença para ajudar a entendê-los.
♥
eo
↑hCG
o
ub
Cistos
Hiperêmese tecaluteínicos
ro
gravídica
id
é
o
nã
Hipertireoidismo
Eliminação
de vesículas
a
dv
pi
Có
DHEG < 20
semanas
Altura uterina >
me
que o esperado
para IG
US Imagem:
Sangramento “cachos de uva”
vaginal
hCG MUITO ELEVADO: a característica principal da doença é a elevação exagerada do título de hCG composta das subunidades alfa e beta.
Valores ACIMA DE 200.000 mUI/mL devem sempre fazer você suspeitar fortemente da doença trofoblástica gestacional. O título pode
chegar a níveis exageradamente altos, de até 1 milhão de mUI/mL, a depender da idade gestacional e evolução da doença. Isso é um ponto
interessante, porque vai ajudá-lo a raciocinar sobre os outros sintomas que serão descritos abaixo.
Como há aumento da subunidade alfa e beta do hCG, os altos valores podem determinar uma reação cruzada levando a outras
manifestações clínicas decorrentes desse estímulo cruzado. Mas, não se esqueça de que valores mais altos de hCG também podem ser
encontrados em gestação múltipla normal, porém não tão elevados quanto na gestação molar.
SANGRAMENTO VAGINAL: é o sintoma mais comum. Ocorre por volta da 4ª a 16ª semana de gestação, é de coloração escura, indolor,
geralmente de pequena quantidade. Pode estar ou não associado à eliminação de vesículas por via vaginal, que é sinal patognomônico da
doença.
HIPERÊMESE GRAVÍDICA: a presença de vômitos geralmente está presente, principalmente nos casos de molas volumosas. É só pensar:
m
se, no início da gestação, algumas pacientes já têm náuseas com pequena elevação do hCG, imagine com títulos muito altos do hCG.
Em algumas pacientes, a náusea e o vômito podem ser tão exuberantes, incoercíveis, chamados de hiperêmese gravídica, que levam a
co
alterações do equilíbrio hidreletrolítico e a emagrecimento e desidratação.
ÚTERO AUMENTADO PARA A IDADE GESTACIONAL: esse sinal é encontrado em 41% dos casos. Como ocorre uma desordenada e intensa
proliferação trofoblástica, o volume uterino aumenta mais rápido do que a altura uterina esperada para a idade gestacional.
s.
CISTOS TECALUTEÍNICOS: são cistos ovarianos BENIGNOS uni ou bilaterais, formados pela hiperestimulação ovariana, decorrentes dos
altos títulos de hCG. Após a resolução e o esvaziamento uterino, os cistos apresentam uma regressão espontânea, o que determina uma
conduta expectante, não sendo necessário sua remoção.
♥
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Có
me
HIPERTIREOIDISMO: os sinais de hipertireoidismo, como taquicardia, tremores finos e extremidades quentes, intolerância ao calor,
fraqueza muscular, sudorese e perda de peso, podem surgir nos casos de gestação molar avançada em 2% dos casos. Isso ocorre devido
à estimulação cruzada do hCG nos receptores do TSH na tireoide. Como há um estímulo intenso da subunidade alfa do hCG direto na
tireoide (“tireolike”), este envia um sinal para a adeno-hipófise, por feedback negativo, para diminuir o estímulo para a tireoide e, então,
observa-se uma diminuição do TSH. Logo, uma das características da gravidez molar é o encontro de níveis diminuídos de TSH.
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO ANTES DE 20 SEMANAS: o aumento pressórico antes da 20ª semana de gestação é
um sinal que ocorre em 10% dos casos e deve chamar a atenção em pacientes previamente normotensas. Um raciocínio prático para
ajudar você a memorizar é pensar que, como há uma proliferação trofoblástica acelerada e desordenada intrauterina, o organismo
materno entende que há necessidade de maior aporte de sangue para nutrir a região. Logo, como resposta, há um aumento pressórico
compensatório para aumentar o fluxo sanguíneo uterino. Esse aumento pressórico pode ser tão pronunciado, que pode levar a quadros de
eclâmpsia/iminência de eclâmpsia e haver a necessidade de controle por meio da utilização de sulfato de magnésio e controle pressórico
com a hidralazina.
ASPECTO ULTRASSONOGRÁFICO: é o exame mais utilizado para o diagnóstico da gestação molar. O padrão ocorre como imagens em
“cachos de uva” ou “flocos de neve”, com múltiplas áreas anecoicas entremeadas com ecos amorfos que correspondem às vesículas.
Na mola hidatiforme parcial, essa imagem pode estar ausente, sendo observada também uma placenta espessada, hiperecoica com
imagens císticas. No caso de formação de embrião, identificam-se múltiplas malformações e restrição de crescimento fetal, tornando-o
incompatível com a vida.
m
Quer decorar e ainda não conseguiu?
co
Criei um MNEMÔNICO para ajudar… Olhe
isso!!! O que um professor não faz para
ajudar seus alunos?!
s.
♥
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o
ub
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é
o
nã
a
dv
pi
Có
me
Mnemônico
HIPER Hiperêmese gravídica
C Cistos tecaluteínicos
m
co
A Altura uterina maior que a esperada
Tl Tireóide (hipertireoidismo)
s.
C Cachos de uva
♥
eo
o
E Eliminar vesículas
ub
ro
MOLA
a
dv
pi
Có
E, para não esquecer, confira a regra do HIPER na mola da professora Marina Ayabe:
- HIPERêmese;
me
- HIPERtireoidismo;
- HIPERtensão arterial (DHEG);
- HIPER-hCG (muito aumentado);
- HIPERcistos ovarianos (tecaluteínicos);
- HIPERaltura uterina;
- HIPERchato de estudar...
Se você errou alguma questão antes, agora, com as loucuras do mnemônico que a professora inventa, espero que isso ajude.
CAI NA PROVA
(Hospital Angelina Caron - HAC-PR, 2021) Assinale a alternativa que não incluiu uma manifestação clínica da doença trofoblástica gestacional:
A) Hiperêmese gravídica.
C) Hipotireoidismo.
m
D) Cistos ovarianos tecaluteínicos.
co
E) Útero aumentado em relação à idade gestacional.
COMENTÁRIO
s.
Incorreta a alternativa A. A hiperêmese gravídica pode ser um sinal clínico característico da mola hidatiforme com grande volume de
material placentário ou quando os níveis de hCG estão muito elevados.
Incorreta a alternativa B. Quando você se deparar com uma paciente previamente normotensa e que, na gestação, apresenta aumento
♥
eo
dos níveis pressóricos antes de 20 semanas, fique atento com a hipótese diagnóstica de gestação molar. Esse aumento do nível pressórico
o
A questão pediu qual NÃO é manifestação clínica. São os sintomas de HIPERTIREOIDISMO que podem
Correta a alternativa C.
surgir na gestação molar, como taquicardia, pele úmida e com extremidades quentes e tremores finos.
id
é
Esses sintomas ocorrem devido ao hCG em altos níveis atuarem como “tireolike”, pela cadeia alfa do hCG, levando aos sinais clínicos de
o
Incorreta a alternativa D. Os cistos ovarianos tecaluteínicos são cistos benignos nas gestações molares e regridem espontaneamente após
a
dv
pi
o esvaziamento molar. Eles formam-se devido à hiperestimulação ovariana pelas altas doses de hCG.
Có
Incorreta a alternativa E. A segunda queixa mais comum percebida pelo exame clínico é a discordância entre a altura uterina e a idade
gestacional pelo atraso menstrual. O tecido trofoblástico prolifera-se exageradamente em alta velocidade levando a um volume uterino
maior do que o esperado para a idade gestacional.
me
(SUS-SP 2021) Com relação à doença trofoblástica gestacional, assinale a alternativa correta:
A) A presença de cistos tecaluteínicos, na ultrassonografia, está mais comumente associada à mola hidatiforme incompleta.
B) Deve-se avaliar a função tireoidiana, pois o hCG pode ligar-se a receptores de TSH localizados na tireoide, provocando hipotireoidismo.
C) As pacientes que tiveram gestação molar no passado e engravidaram novamente deverão realizar o exame do β-hCG quantitativo quatro
semanas depois do término da gravidez atual, para identificar a ocorrência de neoplasia trofoblástica gestacional.
D) Pacientes com Rh negativo deverão realizar imunoglobulina anti-Rh após a aspiração intrauterina, mesmo quando a suspeita é de mola
hidatiforme completa.
m
COMENTÁRIO
co
Incorreta a alternativa A. Os cistos tecaluteínicos estão mais presentes na mola hidatiforme completa avançada. Esses cistos ovarianos
surgem devido à hiperestimulação ovariana pelos altos níveis de hCG. Uma vez a mola esvaziada, os cistos regridem espontaneamente.
Incorreta a alternativa B. Os sinais clínicos de hipertireoidismo podem ser encontrados na doença trofoblástica gestacional. Eles incluem:
tremores, taquicardia, pele úmida e extremidades quentes. Isso ocorre devido ao fato de os altos níveis de hCG (cadeia alfa) levarem à
s.
estimulação cruzada dos receptores do hormônio estimulante da tireoide (TSH).
Incorreta a alternativa C. As pacientes que apresentaram gestação molar no passado possuem maior risco de recorrência da doença.
As pacientes devem manter o seguimento pós-molar com acompanhamento da curva de regressão do hCG semanal ou quinzenalmente
♥
eo
até sua negativação. Ela continua em acompanhamento mensal por 6 meses após o título de hCG se tornar negativo. Se ocorrer uma
o
nova gestação, a paciente necessita de avaliação ultrassonográfica no primeiro trimestre da gestação subsequente para confirmar o
ub
Todas as pacientes Rh negativo, com diagnóstico de doença trofoblástica da gestação (NTG), devem
id
Correta a alternativa D.
é
receber a imunoglobulina anti-Rh, independentemente de qual é o tipo de NTG (mola completa ou parcial
o
Incorreta a alternativa E. No caso de dúvida diagnóstica, o estudo imuno-histoquímico com o marcador p57 pode ser uma opção. Ele está
a
dv
pi
(UFAL, 2019) Em que consiste o tratamento de cistos tecaluteínicos, frequentemente encontrados na vigência de doença trofoblástica
me
gestacional?
COMENTÁRIO
Incorreta a alternativa A. A visualização ultrassonográfica de cistos tecaluteínicos ovarianos é comum nas gestações molares. Isso ocorre
devido à hiperestimulação ovariana provocada pelo grande aumento dos níveis de hCG. São cistos benignos, que regridem espontaneamente
após o esvaziamento molar e não necessitam ser removidos.
Incorretas as alternativas B e C. Os cistos tecaluteínicos decorrentes da hiperestimulação ovariana na gestação molar são cistos benignos,
que regridem espontaneamente após o esvaziamento molar e não necessitam ser removidos.
Incorreta a alternativa E. Os cistos tecaluteínicos em ambos os ovários surgem devido à hiperestimulação ovariana e altas concentrações de
m
hCG. Após o esvaziamento molar, é realizado o controle por avaliação ultrassonográfica e acompanhamento de sua regressão espontânea.
co
s.
A) Útero diminuído de volume para a idade gestacional.
C) Cistos tecaluteínicos.
♥
D) Hipertireoidismo.
eo
o
E) Sinais de pré-eclâmpsia.
ub
ro
COMENTÁRIO:
id
é
o
Como ocorre uma proliferação rápida e desordenada do tecido trofoblástico, a altura uterina é maior do
nã
Incorreta a alternativa A.
que a esperada para a idade gestacional.
a
dv
pi
Corretas as alternativas B, C, D e E. O sangramento vaginal é a queixa mais comum e geralmente é indolor e de coloração escura, além
Có
disso, são sinais sugestivos os cistos ovarianos tecaluteínicos, sinais de hipertireoidismo e aumento dos níveis pressóricos antes da 20ª
semana de gestação.
me
Estão firmes nos sinais e sintomas da gestação molar? Então vamos entender o tratamento e o seguimento pós-molar. Também questão
de prova!!
3.1.4 TRATAMENTO
Deve-se internar a gestante logo ao diagnóstico e programar o esvaziamento molar. Para a programação do esvaziamento molar,
deve-se estabilizar a paciente quanto aos sintomas clínicos, além da solicitação de alguns exames laboratoriais: dosagem sérica do hCG,
hemograma, coagulograma, função tireoidiana, tipagem sanguínea e radiografia de tórax.
No caso de grande quantidade de conteúdo intrauterino, com altura uterina superior à estimada de 14 semanas de gestação,
recomenda-se a reserva de concentrado de hemácias devido ao risco aumentado de sangramento.
A administração de betabloqueadores para controle dos sintomas de hipertireoidismo pode ser necessária para prevenir crise tireotóxica
induzida pela anestesia no esvaziamento molar. O controle pressórico adequado também deve ser outro ponto de atenção, já que algumas
pacientes com gestações molares avançadas podem apresentar pré-eclâmpsia grave ou até eclâmpsia.
m
• ESVAZIAMENTO MOLAR
co
um procedimento de menor risco. Nas molas de menor volume,
pode-se optar pela aspiração manual intrauterina (AMIU) e, para
facilitar a aspiração de conteúdo molar em útero de maior volume,
pode-se optar por aspiradores elétricos. A aspiração a vácuo pode
s.
ser completada por CURETAGEM com cureta romba ou fenestrada
se opção do cirurgião.
Não é aconselhável a utilização de misoprostol devido ao
risco de embolização trofoblástica e hemorragia. A dilatação do
♥
eo
risco de perfuração durante o esvaziamento molar. Figura 31. Aspiração manual intrauterina (AMIU).
id
é
A histerectomia é reservada para mulheres com idade superior a 40 anos e prole constituída. O risco de neoplasia trofoblástica diminui
o
consideravelmente após a histerectomia quando comparado ao esvaziamento molar por aspiração a vácuo. A histerotomia (esvaziamento
nã
uterino por via abdominal) apresenta indicações restritas devido a maiores taxas de neoplasia trofoblástica gestacional pela abertura uterina
a
e manipulação abdominal.
dv
pi
Lembrar que os ovários devem ser preservados, mesmo que na presença de cistos tecaluteínicos volumosos, uma vez que sua regressão
Có
ocorre espontaneamente após o esvaziamento molar e normalização no hCG. Pode-se tornar uma urgência no caso de torção dos ovários,
na presença de cistos volumosos.
me
Além disso, não se esqueça da incompatibilidade Rh, quando é indicada a imunoglobulina anti-D a todas as pacientes RhD
negativo que não foram sensibilizadas.
CAI NA PROVA
(PSU-MG, 2019) Paciente com 15 anos, hígida, G1P0A0, idade gestacional nove semanas e dois dias, comparece à segunda consulta de pré-
natal na Unidade Básica de Saúde com queixa de sangramento genital. Ultrassonografia transvaginal realizada hoje revelou cavidade uterina
distendida, com a presença de múltiplas vesículas em forma de "flocos de neve", embrião não identificado e ovários aumentados de volume,
repletos de cistos com diâmetro médio de 2,0 cm.
m
C) Repetir a ultrassonografia obstétrica em aproximadamente 15 dias para confirmação diagnóstica.
co
D) Solicitar semanalmente exame de beta-hCG quantitativo para acompanhamento da evolução da gestação.
COMENTÁRIO
s.
A presença de múltiplas vesículas na cavidade uterina à ultrassonografia pélvica caracteriza o diagnóstico
Correta a alternativa A.
de doença trofoblástica gestacional. A paciente deve ser encaminhada à maternidade para realização do
esvaziamento uterino por vácuo-aspiração pelo menor risco de perfuração uterina.
♥
eo
Incorreta a alternativa B. A presença de múltiplas vesículas na cavidade uterina à ultrassonografia pélvica caracteriza o diagnóstico de doença
o
ub
trofoblástica gestacional. A paciente deve ser encaminhada à maternidade para realização do esvaziamento uterino por vacuoaspiração
ro
pelo menor risco de perfuração uterina. Após, a paciente deverá ser encaminhada ao serviço especializado para o seguimento adequado.
Incorreta a alternativa C. A presença de múltiplas vesículas na cavidade uterina à ultrassonografia pélvica caracteriza o diagnóstico
id
é
de doença trofoblástica gestacional. A paciente deve ser encaminhada à maternidade para realização do esvaziamento uterino por
o
nã
vacuoaspiração pelo menor risco de perfuração uterina. Não é necessário repetir ultrassonografia para confirmação diagnóstica.
Incorreta a alternativa D. A presença de múltiplas vesículas na cavidade uterina à ultrassonografia pélvica caracteriza o diagnóstico de doença
a
dv
pi
trofoblástica gestacional. A paciente deve ser encaminhada à maternidade para realização do esvaziamento uterino por vacuoaspiração
pelo menor risco de perfuração uterina. Após, a paciente deverá ser encaminhada ao serviço especializado para seguimento adequado
Có
(Universidade Federal de Alagoas-UFAL, 2018) M.S.P.,16 anos, vem à Unidade de Emergência da Maternidade do HUPAA/UFAL por apresentar
sangramento transvaginal volumoso, há cerca de 2 horas. Relata início de atividade sexual, há cerca de 6 meses, sem uso de métodos
contraceptivos, além de amenorreia há cerca de 12 semanas. Traz exame de β-HCG sérico qualitativo com resultado positivo realizado 1
semana antes desse atendimento, porém nega ter iniciado pré-natal ou realizado quaisquer outros exames complementares. Ao exame
físico: estado geral regular, hipocorada (2+/4+); pressão arterial de 90/40 mmHg, frequência cardíaca de 105 bpm, ausculta cardiovascular
e pulmonar sem alterações; abdome flácido, levemente doloroso à palpação em hipogástrio e com identificação de massa pélvica a 2 cm
abaixo da cicatriz umbilical. Exame especular: colo uterino aberto, sangramento vaginal moderado com eliminação de vesículas. Assinale a
alternativa que afirma corretamente a hipótese mais provável e a primeira conduta para o caso descrito:
B) Abortamento em curso; estabilização clínica com reposição volêmica e esvaziamento de cavidade uterina.
m
C) Abortamento molar; estabilização clínica com reposição volêmica e esvaziamento de cavidade uterina.
D) Abortamento molar; estabilização clínica com reposição volêmica e realização de ultrassonografia pélvica.
co
E) Abortamento em curso; estabilização clínica com reposição volêmica e realização de ultrassonografia pélvica.
COMENTÁRIO
s.
Incorreta a alternativa A. A eliminação de vesículas espontaneamente não é muito frequente, mas patognomônica de doença trofoblástica
gestacional, também chamada de mola hidatiforme, e não de gestação ectópica. Embora a laparotomia exploradora fosse a conduta
♥
adequada diante de hipótese diagnóstica de gestação ectópica rota, a conduta diante do quadro apresentado no enunciado deve ser
eo
o
Incorreta a alternativa B. Embora esteja correto que a conduta diante do quadro apresentado no enunciado deve ser reposição volêmica
ro
para estabilização hemodinâmica materna e esvaziamento da cavidade uterina, a eliminação de vesículas espontaneamente não é muito
id
frequente, mas patognomônica de doença trofoblástica gestacional, também chamada de mola hidatiforme, e não de abortamento em
é
curso.
o
nã
em relação ao esperado para idade gestacional do caso descrito no enunciado. A conduta diante desse quadro deve ser reposição volêmica
Có
Incorreta a alternativa D. No caso descrito no enunciado, deve-se realizar o esvaziamento da cavidade uterina para controle do
me
sangramento, sem necessidade de ultrassonografia pélvica para elucidação diagnóstica, embora esteja correto que o diagnóstico é de
doença trofoblástica gestacional, também chamada de mola hidatiforme. A eliminação de vesículas espontaneamente não é muito
frequente, mas patognomônica de doença trofoblástica gestacional. Além disso, observa-se útero aumentado em relação ao esperado
para idade gestacional do caso descrito no enunciado. A conduta diante desse quadro deve ser reposição volêmica para estabilização
hemodinâmica materna e esvaziamento da cavidade uterina.
Incorreta a alternativa E. Embora esteja correto que a conduta diante do quadro apresentado no enunciado deve ser reposição volêmica
para estabilização hemodinâmica materna, a eliminação de vesículas espontaneamente não é muito frequente, mas patognomônica de
doença trofoblástica gestacional, também chamada de mola hidatiforme, e não de abortamento em curso. Além disso, deve-se realizar o
esvaziamento da cavidade uterina para controle do sangramento, sem necessidade de ultrassonografia pélvica para elucidação diagnóstica.
(UNIFESP. 2017) Paciente com 19 anos de idade refere que estava grávida de 10 semanas, quando teve, há 30 dias, sangramento abundante
interpretado como abortamento espontâneo, sem necessidade de curetagem uterina. Continuou apresentando sangramento vaginal, sendo
submetida à ultrassonografia pélvica por via transvaginal, que mostrou a seguinte imagem em cavidade uterina (VER IMAGEM):
m
misoprostol.
co
D) Mola hidatiforme completa / Esvaziamento uterino por
vacuoaspiração.
Incorreta a alternativa A. Na imagem ultrassonográfica, identificam-se imagens císticas na cavidade uterina, típicas da mola hidatiforme
o
completa. O tratamento indicado é o esvaziamento uterino por vacuoaspiração, pelo menor risco de perfuração uterina. Vale ressaltar
ub
que, no abortamento incompleto, seria visualizado apenas o eco endometrial, sem imagens anecoicas, com mais de 15 mm.
ro
Incorreta a alternativa B. Na imagem ultrassonográfica, identificam-se imagens císticas na cavidade uterina, típicas da mola hidatiforme
id
é
completa. O tratamento indicado é o esvaziamento uterino por vacuoaspiração, pelo menor risco de perfuração uterina. Vale ressaltar
o
que o diagnóstico de mola hidatiforme invasora relaciona-se a níveis persistentemente altos de beta-hCG após o esvaziamento uterino.
nã
Incorreta a alternativa C. Na imagem ultrassonográfica, identificam-se imagens císticas na cavidade uterina, típicas da mola hidatiforme
a
completa. O tratamento indicado é o esvaziamento uterino por vacuoaspiração, pelo menor risco de perfuração uterina. Vale ressaltar que
dv
pi
a mola hidatiforme parcial caracteriza-se por imagens císticas associadas à presença de embrião.
Có
Incorreta a alternativa E. Na imagem ultrassonográfica, identificam-se imagens císticas na cavidade uterina, típicas da mola hidatiforme
completa. O tratamento indicado é o esvaziamento uterino por vacuoaspiração, pelo menor risco de perfuração uterina. Vale ressaltar
que, no abortamento retido, seria visualizado embrião com mais de 7 mm sem atividade cardíaca.
m
co
Este é um ponto também muito cobrado nas provas, já que existe o risco de evolução maligna após
uma gestação molar.
s.
♥
eo
Veja que o seguimento pós-molar se baseia em dois pilares que você deve saber:
ro
id
Seguimento pós-molar
é
o
nã
+
a
Oral Injetável
dv
pi
Dá-se preferência para métodos hormonais (orais, vaginal, transdérmica, injetável ou implantes) combinados ou não com métodos de
barreira.
O dispositivo intrauterino (DIU) ou o sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU) está contraindicado até a remissão
da doença devido ao aumento do risco de perfuração, infecção e hemorragia.
CAI NA PROVA
(SCM-SP, 2019) Uma paciente de trinta anos de idade, em tratamento de mola invasora, com persistência de valores elevados de β-hCG,
m
solicitou aconselhamento de contracepção. Considerando essa situação hipotética, assinale a alternativa correta quanto às opções e
co
contraindicações para a paciente:
A) A melhor opção seria o uso do dispositivo intrauterino medicado com cobre, visto que não apresenta hormônios.
B) O sistema intrauterino medicado com levonorgestrel seria a melhor opção, pois auxilia no controle do sangramento uterino.
s.
C) Apenas métodos de barreira estão indicados, sendo os hormonais contraindicados.
COMENTÁRIO:
ub
ro
Incorretas as alternativas A, B, C e D. Todos os métodos hormonais e os de barreira estão indicados, exceto o dispositivo intrauterino (DIU)
id
é
Podem ser utilizadas pílulas orais combinadas ou qualquer outro método, exceto o DIU ou SIU, devido ao
Correta a alternativa E.
risco de perfuração, infecção e sangramento.
a
dv
pi
Có
Uma vez em seguimento do título do hCG, muitas questões cobram o que levariam à suspeita de evolução para NTG:
me
- Curva do hCG em platô (oscilação < 10% no título do hCG) por 3 semanas, em 4 valores (1, 7, 14 e 21 dias).
- Elevação do hCG em pelo menos 10% por 2 semanas, em 3 valores (1, 7, 14 dias).
- Aparecimento de metástases.
Suspeita
de NTG
DIAGNÓSTICO
CURVA hCG
HISTOLÓGICO
EM
DE NTG
PLATÔ
CURVA hCG
PRESENÇA
EM
m
DE
ASCENSÃO
METÁSTASES
(>10%)
co
s.
Figura 32. Suspeita de evolução para a Neoplasia trofoblástica gestacional (NTG).
CAI NA PROVA
♥
eo
o
ub
(UFRJ, 2020) No terceiro mês de seguimento pós-esvaziamento uterino por mola hidatiforme, a paciente, em seguimento clínico regular, em
ro
Centro de Referência, evolui com os seguintes valores consecutivos de beta-hCG: 129 UI/L; 64 UI/L; 1,9UI/L. A interpretação correta desses
resultados indicam:
id
é
o
A) remissão espontânea
nã
COMENTÁRIO
Os níveis de beta-hCG em declínio, após o esvaziamento uterino, sugerem remissão espontânea da mola
Correta a alternativa A.
hidatiforme.
Incorreta a alternativa B. Os níveis de beta-hCG em declínio, após o esvaziamento uterino, sugerem remissão espontânea da mola
hidatiforme. A mola parcial persistente caracteriza-se por níveis persistentemente altos de beta-hCG.
Incorreta a alternativa C. Os níveis de beta-hCG em declínio, após o esvaziamento uterino, sugerem remissão espontânea da mola
hidatiforme. A neoplasia trofoblástica gestacional de baixo risco caracteriza-se por níveis persistentemente altos de beta-hCG.
Incorreta a alternativa D. Os níveis de beta-hCG em declínio, após o esvaziamento uterino, sugerem remissão espontânea da mola
hidatiforme. A neoplasia trofoblástica gestacional de alto risco caracteriza-se por níveis persistentemente altos de beta-hCG.
(HIAE, 2018) Faz-se diagnóstico de neoplasia trofoblástica gestacional quando, após esvaziamento uterino por mola hidatiforme, ocorre:
A) Elevação aguda do beta-hCG no 10º mês, após estar negativo desde o 6º mês.
m
D) beta-hCG em títulos maiores que 1.000 mUI/ml na primeira semana.
co
E) Manutenção de beta-hCG por três semanas consecutivas (quatro valores).
COMENTÁRIO
s.
Incorreta a alternativa A. O diagnóstico da neoplasia trofoblástica gestacional caracteriza-se quando os níveis de beta-hCG se mantêm
estáveis ou elevam-se em quatro dosagens por três semanas consecutivas após o esvaziamento uterino por mola hidatiforme.
Incorreta a alternativa B. O diagnóstico da neoplasia trofoblástica gestacional caracteriza-se quando os níveis de beta-hCG se mantêm
♥
eo
estáveis ou elevam-se em quatro dosagens por três semanas consecutivas após o esvaziamento uterino por mola hidatiforme.
o
ub
Incorreta a alternativa C. O diagnóstico da neoplasia trofoblástica gestacional caracteriza-se quando os níveis de beta-hCG se mantêm
estáveis ou elevam-se em quatro dosagens por três semanas consecutivas após o esvaziamento uterino por mola hidatiforme.
ro
Incorreta a alternativa D. O diagnóstico da neoplasia trofoblástica gestacional caracteriza-se quando os níveis de beta-hCG se mantêm
id
é
estáveis ou elevam-se em quatro dosagens por três semanas consecutivas após o esvaziamento uterino por mola hidatiforme.
o
nã
(UNIFESP, 2016) Primigesta foi submetida à aspiração manual intrauterina em 07/05/2015 e anatomopatológico do material aspirado
compatível com mola hidatiforme completa. Apresentou esta curva de hCG, e ultrassonografia pélvica em 29/05/15 evidenciou lesão expansiva
e heterogênea na cavidade uterina sem plano de clivagem nítido com o miométrio. Qual o diagnóstico mais provável? (VER IMAGEM)
m
E) Neoplasia germinativa primária.
COMENTÁRIO
co
s.
Incorretas as alternativas A, B, C e E. Diante da estabilização e aumento dos níveis de beta-hCG, faz-se o diagnóstico de neoplasia
trofoblástica gestacional.
♥
eo
Diante da estabilização e aumento dos níveis de beta-hCG, faz-se o diagnóstico de neoplasia trofoblástica
Correta a alternativa D.
o
gestacional.
ub
ro
id
é
(SANTA CASA DE LIMEIRA–SCML, 2016) Após realização de curetagem uterina por suposto abortamento, o médico verifica o resultado
o
anatomopatológico, que confirma o diagnóstico de mola hidatiforme completa. Imediatamente está recomendado(a):
nã
A) Nova curetagem uterina para eliminar eventuais focos de neoplasia trofoblástica gestacional.
a
dv
COMENTÁRIO
Incorreta a alternativa A. Não é necessária nova curetagem. O seguimento pós-molar é realizado principalmente com reavaliação semanal
da paciente e com controle da curva de regressão do hCG.
Incorreta a alternativa B. O metotrexato está indicado no caso de confirmação diagnóstica durante o seguimento pós-molar de neoplasia
trofoblástica gestacional de baixo risco como terapia com agente único após estadiamento.
Uma vez que já foi realizado o esvaziamento uterino, deve-se fazer o seguimento pós-molar com novas
Correta a alternativa C.
dosagens de beta-hCG semanais. Os níveis devem estar em queda, caso contrário, deve-se aventar a
hipótese de malignização da doença.
Incorreta a alternativa D. Após o esvaziamento molar, está indicado o seguimento pós-molar com controle do hCG semanal, e não nova
histeroscopia.
O antecedente pessoal de mola hidatiforme na gestação anterior é o principal fator de risco para uma nova gestação molar. Isso se
deve ao fato de que algumas pacientes apresentam a mola hidatiforme recorrente familiar. Observa-se a ocorrência de mutações nos genes
m
NLRP7 e KHDC3L. Porém seu risco não se encontra aumentado de evolução para a NTG.
co
CAI NA PROVA
(Hospital oftalmológico de Sorocaba – HOS, 2021) B.M.V., 20 anos, deu entrada no PSGO com quadro de sangramento vaginal, náuseas e
s.
vômitos, emagrecimento e cefaleia occipital. Apresentou beta-hCG qualitativo positivo. Ao EF: volume abdominal aumentado, PA 170 x 110
mmHg, FC: 90 bpm e obnubilação de consciência. A ultrassonografia pélvica achou o ilustrado na figura a seguir. Diante da suspeita referida,
indique a primeira conduta para a paciente do caso clínico, a melhor técnica cirúrgica para a resolução do caso e a orientação correta para o
♥
de NTG.
Có
COMENTÁRIO
Incorreta a alternativa A. Paciente com diagnóstico de doença trofoblástica deve ser internada para o esvaziamento molar por aspiração
associada à curetagem. O seguimento pós-molar semanalmente com anticoncepção rigorosa é indicado desde a alta hospitalar.
Incorreta a alternativa B. A conduta após a internação da paciente é o esvaziamento molar por meio de aspiração pela AMIU ou por aspirador
elétrico associado ou não à curetagem uterina. Não é indicada a indução com misoprostol, pelo risco de embolização trofoblástica. E, após
o esvaziamento, deve ser mantido o seguimento pós-molar com contracepção rigorosa e seguimento semanal da curva de regressão do
hCG.
Incorreta a alternativa C. Não está indicado o uso de metildopa para o controle pressórico, já que a regressão dos sintomas da doença
ocorre após o esvaziamento molar. Como a paciente apresenta pico hipertensivo (PA > ou igual a 160 x 110 mmHg) e queixas de eclâmpsia
iminente, a pressão arterial pode ser prontamente controlada com hidralazina e o uso de sulfato de magnésio para prevenção da eclâmpsia.
A dosagem de hCG no seguimento pós-molar deve ser realizada semanal ou quinzenalmente para acompanhar a curva de regressão do
hCG até sua negativação.
À presença de sintomas de iminência de eclâmpsia devido à gestação molar, deve ser prescrito sulfato de
Correta a alternativa D.
magnésio e hidralazina pelo pico hipertensivo apresentado pela paciente. No seguimento pós-molar, é
m
importante a contracepção rigorosa para que não ocorra nova gestação e avaliação da curva de regressão do hCG semanal até sua
negativação. Após sua negativação, seguir mensalmente por 6 meses.
co
Incorreta a alternativa E. A indução com dinoprostona (pessário vaginal) não é indicada para expulsão de conteúdo molar. A dilatação
cervical deve ser realizada por meio das velas de Hegar.
s.
3. 2 NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL
A neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) é a forma maligna da doença trofoblástica gestacional. A detecção precoce da forma
♥
maligna, com o tratamento adequado, leva à cura de quase todas as pacientes, com retorno até de sua capacidade reprodutiva.
eo
o
Antes de iniciar o tratamento da NTG, é necessário ESTADIAR a paciente para orientar o tratamento mais adequado por meio da
ub
quimioterapia por agente único ou pela poliquimioterapia. A Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) 2000 determinou,
ro
em uma tabela, os grupos prognósticos de baixo ou alto risco para a resistência à quimioterapia com agente único.
id
é
o
nã
O score ≤ 6 indica BAIXO RISCO, e a paciente é tratada com quimioterapia por agente único. Já o
a
score de risco > 6 significa ALTO RISCO e grande risco de quimiorresistência. Nesse caso, está indicado
dv
pi
Veja, na tabela abaixo, como é realizado o estadiamento por meio da pontuação pela FIGO 2000.
Estádio II Doença estendendo-se para os anexos ou vagina, mas limitando-se a estruturas genitais
Estádio III NTG com extensão para os pulmões, com ou sem envolvimento genital
Escore 0 1 2 4
Intervalo entre
gestação e neoplasia <4 4a<7 7–12 ≥ 13
(meses)
m
Maior tumor,
<3 3a4 ≥5
incluindo útero (cm)
co
Local das metástases Pulmão Baço e rim Gastrointestinal Fígado e cérebro
Número das
- 1–4 5–8 >8
metástases
s.
Falha em
- - Agente único 2 ou mais agentes
quimioterapia prévia
♥
- Pulmonar: radiografia de tórax detecta 40% das metástases ou por meio da TC de tórax.
Có
- Hepática: avaliação por ultrassonografia de abdome. Se visualizada imagem metastática, deve ser avaliada por TC ou RNM de
me
abdome.
3.2.1 TRATAMENTO
Para o início do tratamento, não é necessário realizar a para as pacientes com idade avançada (superior a 40 anos) e prole
biópsia do tumor. É necessário iniciar o estadiamento pela FIGO definida.
2000 para orientar o tratamento quimioterápico com agente único Tratamento da NTG de ALTO RISCO: está indicado o
ou com poliquimioterapia. tratamento com poliquimioterapia. O esquema de primeira linha
A quimioterapia apresenta índices de cura elevados com é o chamado EMA-CO (etoposide, metotrexato, actinomicina D,
taxas de recorrência baixa, inferiores a 5%. ciclofosfamida e vincristina). As pacientes de alto risco tratadas com
Tratamento da NTG de BAIXO RISCO: é indicado o tratamento poliquimioterapia apresentaram taxa de sobrevida de 80%, e 30%
por agente único, e a escolha é o METOTREXATO (MTX) ou apresentam resistência ou recidiva. Outros especialistas preferem o
protocolo EP/EMA modificado (etoposídeo, cisplatina e etoposídeo,
m
também a opção do uso da actinomicina D (ACTD). Geralmente os
protocolos com MTX são preferidos para o tratamento de primeira metotrexato e actinomicina D) ou utilizado também como segunda
linha.
co
linha na NTG de BAIXO RISCO por terem eficácia, menor toxicidade
e baixo custo. Em geral, a ACTD é escolha na contraindicação para o Devido à elevada chance de cura pelo tratamento
uso do MTX. Após o hCG tornar-se negativo, devem-se repetir mais quimioterápico, a histerectomia tem sido indicada em poucos casos.
2 ciclos de quimioterapia para consolidação e diminuição das taxas Está indicada nos casos de perfuração uterina, hemorragia uterina
s.
de recidivas da doença. grave, quimiorresistência, tumor trofoblástico do sítio placentário e
O tumor trofoblástico do sítio placentário e o tumor trofoblástico epitelioide são POUCO RESPONSIVOS
ro
À QUIMIOTERAPIA. Assim, o estadiamento classificado pela OMS e pela FIGO não é utilizado para escolha
id
terapêutica e para predizer o prognóstico. O melhor tratamento indicado, nesse caso, é a HISTERECTOMIA.
é
o
nã
a
dv
pi
CAI NA PROVA
Có
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS–UFAL, 2017) Após três meses de seguimento de Mola Hidatiforme Completa, aumentam os níveis
me
séricos de beta-hCG.
D) Poliquimioterapia (EMA-CO).
E) Poliquimioterapia (EP-EMA).
COMENTÁRIO
Incorreta a alternativa A. Diante do aumento dos níveis de beta-hCG durante o seguimento pós-molar, é realizado o diagnóstico da
neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). Deve ser, então, iniciado o estadiamento pela FIGO 2000 para orientar o tratamento com
quimioterapia por agente único na NTG de baixo risco ou poliquimioterapia para NTG de alto risco.
Diante do aumento dos níveis de beta-hCG, após o esvaziamento uterino por doença trofoblástica
Correta a alternativa B.
gestacional, também chamada mola hidatiforme, faz-se o diagnóstico de neoplasia trofoblástica
gestacional, ou mola invasora, e o tratamento deve ser quimioterápico, com metotrexato, e rastreamento de metástases. Vale ressaltar que
a quimioterapia deve ser iniciada sem resultado histopatológico, uma vez que a biópsia é desaconselhada pelo alto risco de sangramento.
Incorreta a alternativa C. O rastreamento já é realizado por meio do beta-hCG e sua elevação indica diagnóstico e avaliação do tratamento
m
por meio do estadiamento pela FIGO 2000 em baixo risco e indicação de monoquimioterapia, ou alto risco por meio da poliquimioterapia.
co
Incorretas as alternativas D e E. A poliquimioterapia está indicada para pacientes com NTG de alto risco por meio do estadiamento pela
FIGO 2000. s.
NÃO DESISTA…
E, para encerrar, vou detalhar as principais características das formas histológicas da NTG: mola invasora, coriocarcinoma, tumor
trofoblástico do sítio placentário e tumor trofoblástico epitelioide. Essas hipóteses costumam estar nas alternativas e podem gerar certa
confusão. Vou descrever abaixo as características principais de cada uma:
♥
eo
o
ub
3.2.3 CORIOCARCINOMA
É a forma maligna MAIS AGRESSIVA e corresponde a 2–5% com aspecto hemorrágico e necrótico com invasão miometrial e
das gestações molares. A maioria dos casos ocorre após a mola atingindo até o peritônio. Não há evidências de vilosidade coriônica
hidatiforme completa (50% dos casos), porém pode originar-se como na mola invasora.
após uma gestação normal (25%), gestação ectópica e abortamentos Característica ultrassonográfica: ecogenicidade variável,
(25%). áreas de necrose, de hemorragia e císticas mescladas.
Cursa com rápida disseminação hematogênica e envia O tratamento é realizado principalmente pela quimioterapia,
METÁSTASES principalmente para pulmões, vagina, fígado, cérebro. e seu controle é realizado por meio da ultrassonografia com o
Característica histológica: massa tumoral vermelha escura, seguimento da remissão das metástases.
m
co
3.2.4 TUMOR TROFOBLÁSTICO DO SÍTIO PLACENTÁRIO (TTSP)
É uma forma tumoral mais RARA e derivada da proliferação gestação molar. A maioria apresenta a doença confinada ao útero e
do TROFOBLASTO INTERMEDIÁRIO e ausência de vilosidades as metástases são infrequentes.
s.
coriônicas. Além disso, apresenta BAIXOS NÍVEIS DE beta-hCG, há níveis
Apresenta-se como MASSA SÓLIDA CIRCUNSCRITA NO mais altos do lactogênio placentário humano por suas características
MIOMÉTRIO de padrão interdigitante ou até polipoide, podendo celulares, ausência de p63 e alto índice de proliferação (Ki-67 >
projetar-se para dentro da cavidade uterina. Em 75%, vem 10%).
♥
eo
É um tipo de tumor trofoblástico raro. Ocorre por histórico de gestação pregressa (recente ou remota) associada a ELEVADOS NÍVEIS
nã
Sua característica é a presença de trofoblastos intermediários agrupados, formando ninhos e massas sólidas de células neoplásicas,
pi
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica e adiciona mais dois tumores trofoblásticos diversos:
me
- Sítio placentário exagerado: é uma lesão benigna, sem risco de evoluir para NTG, com infiltração do trofoblasto
intermediário no miométrio. Geralmente se resolve espontaneamente após o parto ou curetagem pós-aborto.
- Nódulo do sítio placentário: também é uma lesão benigna encontrada por um achado incidental de curetagens
uterinas, biópsias de colo uterino e histerectomias. Pode representar sítios não involuídos de áreas placentárias de gravidez
remota.
CAI NA PROVA
(QUESTÃO FUNDAÇÃO HOSPITAL DO ACRE – FUNDHACRE, 2020) Mulher com 20 anos de idade desenvolveu quadro de doença trofoblástica
gestacional em sua primeira gestação. Foi submetida a esvaziamento uterino por vacuoaspiração e iniciou o seguimento pós-molar. Após quatro
semanas de acompanhamento, apresentou vários episódios de sangramento vaginal moderado, com três níveis ascendentes das dosagens
de gonadotrofina coriônica humana. Procurou a Emergência Obstétrica, onde foi prontamente atendida, após episódio de sangramento
vaginal intenso. Na ocasião, ao exame pélvico, não foi evidenciada lesão genital. Radiografia simples do tórax foi normal. Ultrassonografia
transvaginal mostrou cavidade endometrial distendida por material amorfo sugestivo de coágulos sanguíneos e miométrio heterogêneo, com
vascularização exuberante à dopplerfluxometria. Assinale a alternativa que contém diagnóstico e conduta indicados para esse caso:
A) Mola hidatiforme parcial; indicar cirurgia conservadora (endometrectomia por via histeroscópica) a fim de retirar a área de lesão tumoral.
m
B) Mola hidatiforme completa; realizar novo esvaziamento uterino a fim de retirar o material molar residual intrauterino.
co
C) Tumor trofoblástico do sítio placentário; indicar histerectomia.
Incorreta a alternativa A. A mola hidatiforme parcial ou incompleta é uma triploidia em que se observam imagens císticas associadas a
tecido trofoblástico normal, e pode ser encontrada a presença de embrião ao exame ultrassonográfico. Deve ser tratada com esvaziamento
♥
eo
uterino, por curetagem ou aspiração manual intrauterina (AMIU) e seguida com a realização de beta-hCG, como citado no enunciado.
o
ub
Vale ressaltar que o aumento dos níveis de beta-hCG, após o esvaziamento uterino por mola, faz o diagnóstico de neoplasia trofoblástica
ro
gestacional.
Incorreta a alternativa B. A mola hidatiforme completa é a forma mais comum de doença trofoblástica gestacional, caracterizada por
id
é
imagens císticas semelhantes a “cachos de uva” ao exame ultrassonográfico, ausência de embrião e níveis de beta-hCG muito elevados,
o
chegando acima de 200.000 mUI/mL. Deve ser tratada com esvaziamento uterino, por curetagem ou aspiração manual intrauterina (AMIU)
nã
Incorreta a alternativa C. O tumor trofoblástico de sítio placentário é um tipo de neoplasia trofoblástica gestacional que se relaciona
pi
com níveis baixos de hCG e, em geral, apresenta-se como massas miometriais bem delimitadas, enquanto, no enunciado, o exame
Có
Após o esvaziamento uterino por mola hidatiforme, faz-se o diagnóstico de neoplasia trofoblástica
me
Correta a alternativa D.
gestacional devido ao aumento do título do hCG no seguimento pós-molar e a descrição ultrassonográfica
com cavidade endometrial distendida por material amorfo sugestivo de coágulos sanguíneos e miométrio heterogêneo, com vascularização
exuberante à Dopplerfluxometria. Faz-se descrição de doença local, sem metástases, sugestiva de mola invasora, e o tratamento indicado
deve ser quimioterápico. Vale ressaltar que a quimioterapia deve ser iniciada sem resultado histopatológico, uma vez que a biópsia é
desaconselhada pelo alto risco de sangramento.
A) Representa diagnóstico diferencial com prevalência rara dos sangramentos de primeiro trimestre gestacional.
B) A eliminação via vaginal de vesículas em meio a sangramento constitui forte indício da presença de gestação molar.
D) Coriocarcinoma é precedido em 50% dos casos por uma gestação molar e em 50% de uma gestação não molar.
COMENTÁRIO
Correta a alternativa A. A doença trofoblástica gestacional é de ocorrência rara, na prevalência de 1:1.000-2.000 gravidezes em países
m
desenvolvidos e em 1:200-400 gravidezes no Brasil.
Correta a alternativa B. A eliminação espontânea de vesículas pela vagina, em meio ao sangramento, é de ocorrência mais rara atualmente
co
pelo diagnóstico da doença cada vez mais precoce, pela ultrassonografia, porém sua visualização é patognomônica da doença.
Na mola hidatiforme parcial ou incompleta, pode ser encontrado o embrião geralmente com múltiplas
Incorreta a alternativa C.
malformações e com restrição de crescimento.
s.
Correta a alternativa D. O coriocarcinoma geralmente é precedido por uma gestação molar em 50% das vezes, de uma gestação normal
em 25% das vezes e de um abortamento ou de uma gestação ectópica em 25%.
♥
eo
(Hospital de Olhos de Brasília HOB, 2016) O coriocarcinoma desenvolve-se mais comumente após:
o
ub
COMENTÁRIO
me
Incorreta a alternativa A. O coriocarcinoma desenvolve-se mais comumente em gestação molar prévia. Vale ressaltar que a gestação
molar completa tende a evoluir com mais frequência para neoplasia trofoblástica gestacional do que a molar parcial.
O coriocarcinoma desenvolve-se mais comumente em gestação molar prévia. Vale ressaltar que a gestação
Correta a alternativa B.
molar completa tende a evoluir com mais frequência para neoplasia trofoblástica gestacional do que a
molar parcial.
Incorreta a alternativa C. Embora o coriocarcinoma possa se desenvolver após gestação normal, relaciona-se com mais frequência à
gestação molar prévia.
Incorreta a alternativa D. Embora o coriocarcinoma possa se desenvolver após aborto geneticamente normal, relaciona-se com mais
frequência à gestação molar prévia.
Incorreta a alternativa E. Embora o coriocarcinoma possa se desenvolver após gestação ectópica, relaciona-se com mais frequência à
gestação molar prévia.
Após hCG tornar-se negativo nas pacientes classificadas como baixo risco, deve-se seguir dosagem a cada 2 semanas por 3 meses e,
após, mensalmente após completar 1 ano. Geralmente após 1 ano, o risco de recidiva é menor que 1%.
Se pacientes forem de alto risco, deve ser indicado seguimento por 18 meses e, se de ultra-alto risco, por 5 anos após hCG negativo.
m
Nesse período, é fundamental a orientação da ANTICONCEPÇÃO para o controle da remissão do hCG.
co
CAI NA PROVA
B) Na mola hidatiforme parcial, observa-se placenta espessada com saco gestacional e, em seu interior, embrião com ou sem batimentos
♥
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cardíacos.
o
C) A mola hidatiforme completa é observada na ultrassonografia como pequenas áreas hiperecogênicas que lembram cacho de uva.
ub
D) O metotrexato cura 50% dos casos com neoplasia trofoblástica de baixo risco.
ro
E) Deve-se aguardar 5 anos para uma nova gestação após uma gestação molar, pois antes o risco é muito alto de repetir-se o quadro.
id
é
o
nã
COMENTÁRIO
a
dv
pi
Incorreta a alternativa A. A incidência da mola mundial é de 1:1.000 a 2.000 gestações, mas, no Brasil é de 1:200-400 gestações. Essa
Có
diferença dá-se provavelmente devido à estatística ser baseada em centros de referência de tratamentos de doença trofoblástica.
A mola parcial é uma triploidia em que se observam imagens císticas associadas a tecido trofoblástico
Correta a alternativa B.
me
Incorreta a alternativa C. As imagens observadas na mola hidatiforme, que lembram cachos de uva, são anecogênicas (preto) e não
hiperecogênicas. CUIDADO com essa pegadinha!
Incorreta a alternativa D. O índice de cura dos casos de neoplasia trofoblástica de baixo risco com metotrexato é alto, 95%.
Incorreta a alternativa E. O seguimento pós-molar é feito pela titulação do hCG semanalmente até negativar. Mantendo 3 valores negativos,
realizar o seguimento mensal por 6 meses e então liberar para nova gestação.
m
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para acessar o site
co
s. https://estr.at/62Hh
♥
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o
ub
ro
id
é
CAPÍTULO
3. BELFORT, P.; MADI, J.M.; GRILLO, B.; VIGGIANO M. Neoplasia trofoblástica gestacional: CONTROVÉRSIAS. Rio de Janeiro: Rubio; 2007.
4. LAUFER, MARC R., ALAN H. DECHERNEY, AND DEBORAH LEVINE. "Congenital uterine anomalies: Clinical manifestations and diagnosis.".
UptoDate; mar, 2021.
m
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s.
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a
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pi
Có
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CAPÍTULO
Aguardo seu comentário ou suas dúvidas. Estou disponível tanto no fórum de dúvidas do Estratégia MED quanto nas redes sociais. Não
vá para a prova com dúvidas sobre sangramento de primeira metade, pois a chance é altíssima de esse tema estar em sua prova.
Faça agora sua organização de resumos e resolva o máximo de questões sobre o tema que você conseguir. Entender como ele é
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cobrado e a profundidade de detalhes pode ajudar no detalhamento e fixação.
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Conte comigo!
Estou na torcida por você!
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♥ Um abraço!
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