Você está na página 1de 75

m

co
s.

eo
o
ub
ro

P R O F . C A M I L O R A M O S
id
é
o

P R O C E S S O S D E D E S C E N T R A L I Z AÇÃO
a
dv
pi

E R EG I O N A L I Z AÇÃO D O S U S

me
MEDICINA PREVENTIVA Prof. Camilo Ramos | Processos de Descentralização e Regionalização do SUS 2

APRESENTAÇÃO:

PROF.
CAMILO RAMOS

m
co
Grande Estrategista, futuro especialista, que prazer estar
com você! Já que vamos compartilhar momentos importantes
juntos, como aqueles em que vibramos ao entender um novo
assunto ou resolver uma questão “top” e progredimos na nossa
s.
meta rumo à Residência Médica ou à aprovação no Revalida,
vou inicialmente apresentar-me. Meu nome é Camilo Ferreira
Ramos, sou médico, especialista em Radiologia e Diagnóstico por
Imagem, mestre em Clínica das Doenças Tropicais e professor de

eo

Medicina Preventiva do Estratégia MED. Sei como é sentir que


o
ub

ser um especialista parece uma realidade tão distante, apenas


ro

hipotética... Seu sonho começa aqui, neste livro digital, passo a


passo, focando no que se aprende neste momento, e não “no
id
é

tanto que falta para aprender”.


o

A Medicina Preventiva corresponde a imensos 20% da sua


prova, e nem preciso dizer o potencial que esse percentual tem de


a

moldar a lista de classificação. Não é a área em que se encontra


dv
pi

respostas intuitivamente ou que se deve estudar somente após


outras prioridades. Neste livro, vamos conversar (sim, um bate-


papo) sobre o processo de descentralização do Sistema Único
me

de Saúde (SUS), o que, além de bastante interessante, vai ajudá-


lo a compreender os processos de regulação dentro das redes
de atenção à saúde e outros aspectos práticos que certamente
em algum momento serão valiosos também na sua atuação
profissional.

@camilo.f.ramos Estratégia
MED
MEDICINA PREVENTIVA Prof. Camilo Ramos | Processos de Descentralização e Regionalização do SUS 3

Conheça um pouco da minha história e veja que, com a Esses três anos como concurseiro de Residência Médica e
dedicação necessária, pavimentamos nosso caminho, ainda que sendo aprovado em diversas regiões do Brasil me proporcionaram
não obrigatoriamente seguindo os caminhos “clássicos”. um know-how que quero dividir com você! Na primeira prova,
Sou natural de Belém (Pará), filho de pai ambulante e mãe até o mosquito que voa no seu ouvido parece um concorrente
dona de casa. Ensino fundamental em escola pública, médio como duro. Quando a confiança vem, o dia da prova é um momento de
bolsista e finalmente o vestibular: o sonho da medicina. Passei entusiasmo, por saber que está indo alcançar sua vitória.

m
meus seis anos de graduação na Universidade do Estado do Pará Segui o mundo das seleções, sendo aprovado ainda em
(UEPA) e, conforme avançava, eu ia enfrentando o dilema do concursos públicos para médico nos níveis municipal, estadual

co
caminho a escolher como especialidade no pós-formatura, porém e federal, tal como no mestrado em Doenças Tropicais que
formar-se, por si só, já é um sonho, e como pensar racionalmente cursei na Universidade Federal do Pará. As frustrações por vezes
em dois sonhos ao mesmo tempo?!?! ocorrem, inevitáveis — a diferença é em como lidamos com elas,
Não tive acesso a cursos preparatórios, por questões devendo torná-las um combustível premium aditivado para nossa
s.
de limitação financeira — e isso me deixava desmotivado e motivação.
“esperando o pior” quando viessem os resultados das provas, Então, Estrategista, minha vida sempre encontrou sentido
de modo que estudava pela internet selecionando as principais enfrentando desafios de provas e seleções, e, agora, seu desafio

provas do Brasil e as resolvendo diariamente, com a “fixação é meu desafio! Torço por você!
eo
o

dos 80%” de aproveitamento (era 2012, logo ali, mas o ensino a Conte comigo, mande suas dúvidas (camilo.ramos@
ub

distância ainda engatinhava). Perceba o impacto que o Estratégia estrategiamed.com.br), saiba que você não está só.
ro

MED promove, democratizando o acesso a um material de Com os melhores votos de sucesso,


id

alto nível! Recém-formado, fui aprovado em Clínica Médica e


é

Prof. Camilo Ramos.


Ginecologia e Obstetrícia nas seleções em Belém. Contudo, fui
o

ao serviço militar mantendo a vaga trancada e, durante aquele


ano, optei por mudar de ares: rumo ao centro do Brasil. Prestei
a
dv
pi

novamente provas e fui aprovado na seleção unificada do DF (SES-


DF) e em primeiro lugar no Hospital das Forças Armadas (HFA/


DF), ambos em Clínica Médica e em Brasília. Iniciei a Residência,
porém motivos familiares trouxeram-me para o Norte de volta
me

antes do término, então tive de resgatar o “arquivo das provas


antigas” e lá fui de novo prestar prova. Novo ano de seleção, e
fui aprovado em Radiologia e Diagnóstico por Imagem na Santa
/estrategiamed Estratégia Med
Casa do Pará (onde cursei) e, ainda, em primeiro lugar, também
nessa área, na Universidade Federal do Maranhão. @estrategiamed t.me/estrategiamed

Estratégia
MED
MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

SUMÁRIO

ENGENHARIA REVERSA 6
1.0 INTRODUÇÃO 7
2.0 HISTÓRICO DE NORMATIVAS E LEIS 9
2.1. PRÉ E PÓS-CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 10

2.2. LEI 8.080/1990 12

2.2.1 REGIONALIZAÇÃO 13

m
2.2.1.1 COMISSÕES INTERGESTORES 14

co
2.2.1.2 CONSÓRCIOS DE SAÚDE 15

2.2.2 HIERARQUIZAÇÃO 17

2.3. LEI 8.142/1990 18


s.
2.4. NORMA OPERACIONAL BÁSICA 01/91 (NOB 91) 19

2.5. NORMA OPERACIONAL BÁSICA 01/92 (NOB 92) 21



eo

2.6. NORMA OPERACIONAL BÁSICA 01/93 (NOB 93) 21


o
ub

2.6.1 COMISSÕES INTERGESTORES 22


ro

2.6.1.1 COMISSÃO INTERGESTORES TRIPARTITE (CIT) 22


id

2.6.1.2 COMISSÃO INTERGESTORES BIPARTITE (CIB) 23


é
o

2.6.2 MODALIDADES DE GESTÃO 23


2.6.2.1 GESTÃO MUNICIPAL 24


a
dv

2.6.2.2 GESTÃO ESTADUAL 24


pi

2.6.3 FUNDO DE TRANSFERÊNCIA FUNDO A FUNDO 24

2.7. CRIAÇÃO DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA 26


me

2.8. NORMA OPERACIONAL BÁSICA 01/96 (NOB 96) 27

2.8.1 GESTÃO MUNICIPAL 27

2.8.2 GESTÃO ESTADUAL 28

2.8.3 PISO DA ATENÇÃO BÁSICA 29

2.8.4 PROGRAMAÇÃO PACTUADA INTEGRADA (PPI) 30

2.9. NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE 2001 – NOAS/SUS 2001 32


2.9.1 PLANO DIRETOR DE REGIONALIZAÇÃO 33

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 4


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.9.2 GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA AMPLIADA (GPAB-A) 34

2.9.3 FORTALECIMENTO DA PROGRAMAÇÃO PACTUADA INTEGRADA (PPI) 35

2.10. NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE 2002 – NOAS/SUS 2002 37

2.11. PACTO PELA SAÚDE (2006) 38

2.12. PORTARIA 4.279/2010 41

2.12.1 ATRIBUTOS DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 42

2.12.2 ELEMENTOS DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 43

2.13. DECRETO 7.508/2011 46

m
2.13.1 REGIÃO DE SAÚDE E SEUS SERVIÇOS MÍNIMOS A SEREM OFERECIDOS 46

co
2.13.2 PORTAS DE ENTRADA DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 47

2.13.3 COMISSÃO INTERGESTORES REGIONAL 49

2.13.4 RELAÇÃO NACIONAL DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS (RENAME) E DE AÇÕES E SERVIÇOS DE

SAÚDE (RENASES) 50
s.
2.13.5 REDES ESPECÍFICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE 51

2.13.5.1 REDE CEGONHA 51


2.13.5.2 REDES DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS (RUES) 53


eo
o

2.13.5.3 REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS 56


ub

2.13.5.4 REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 57


ro

2.13.5.5 REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA 59


id
é

3.0 TERRITÓRIO 61
o

4.0 REFORÇANDO CONCEITOS 66


5.0 LISTA DE QUESTÕES 72
a
dv
pi

6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 73


7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 74


me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 5


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

ENGENHARIA REVERSA

Estrategista, a engenharia reversa é a técnica vitoriosa do Grupo Estratégia para ser o maior
aprovador em concursos no Brasil. Partimos das provas, realizando estatísticas do que mais cai (e como
cai) para trazer a você um ensino totalmente direcionado para a prova, para acertar e ser aprovado no
concurso de Residência Médica e Revalida.

Veja o histórico da frequência das questões de Preventiva nas provas recentes de Residência
Médica:

m
3,82%

co
1,64%
s.
5,24%
Epidemiologia

Sistema Único de Saúde



eo

Medicina de Família e Comunidade


o
ub

57,27%
32,01% Ética Médica
ro
id
é

Saúde do Trabalhador
o

a
dv
pi

Nossa técnica detectou que as questões com assuntos relacionados ao processo de descentralização e regionalização do Sistema
me

Único de Saúde (SUS) podem alcançar quase 15% da sua prova de Preventiva, em média, podendo até representar bem mais, a depender
da instituição (uma vez que podem estar “misturadas” a qualquer questão sobre o SUS).

Vamos fazer um estudo completo neste livro digital de modo que você sinta que o tema está dominado!

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 6


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAPÍTULO

1.0 INTRODUÇÃO
Brenda é uma jovem que recentemente passou a sentir (distante 3 mil quilômetros da cidade de Brenda) para agendar o
frequentes dores no hipocôndrio direito, associadas a náuseas. exame.
Sem recursos, procurou o hospital estadual a fim de conseguir Estrategista, melhor nem pensar a dificuldade de fluxo de
atendimento médico; após entrar na fila (literalmente, uma autorizações para fazer a colecistectomia, hein?
grande fila indiana), foi atendida pela recepção depois de aguardar Esse cenário hipotético que descrevi para você poderia ser
algumas horas sob o forte sol de sua cidade litorânea e recebeu a nossa realidade caso a atenção à saúde fosse centralizada, de modo
seguinte informação: “Aguarde até o Ministério da Saúde agendar que a gestão federal assumisse as responsabilidades em organizar e
sua consulta”. Bem, Brenda foi um tanto triste para casa, mas, gerir todas as ações em saúde no Brasil. No entanto, o Sistema Único

m
passadas algumas semanas, finalmente foi consultada e o médico de Saúde (SUS), quando foi criado pela Lei 8.080, em 1990, previu,
generalista elaborou uma hipótese diagnóstica (colelitíase) a qual entre seus princípios, a descentralização política-administrativa,

co
necessitaria de confirmação por meio de um exame complementar pautada na ênfase em execução de serviços a nível municipal e
(ultrassonografia do abdome superior); mais uma vez, a moça com estratégia de regionalização, o que nos faz hoje ter a saúde
necessitaria aguardar autorização do Ministério em Brasília municipalizada e desenvolvida por meio de redes atenção à saúde.
s.

eo
o
ub
ro
id
é
o

a
dv
pi

Figura 1: como Brenda, tantos brasileiros já se sentiram impotentes diante de um modelo de saúde centralizado e hospitalocêntrico.
me

Vamos juntos, neste livro digital, entender como foi a evolução teórica e prática das políticas de descentralização do Sistema Único de
Saúde (SUS). Prometo que será uma leitura agradável e que lhe deixará capaz de responder qualquer questão desse tema na sua prova.
A fim de entendermos a descentralização, é necessário recorrer à engenharia reversa da Corujinha: descentralizar vem da palavra
"centralizar", com a inclusão do prefixo “des” – o qual representa oposição à ideia: ou seja, descentralizar é o oposto de centralizar.
Centralizar relaciona-se a atrair para um ponto central; veja um exemplo legal: a força da gravidade do sol que atrai todos os
planetas. Na saúde, poderíamos entender a centralização como a esfera central de governo (União, Ministério da Saúde), atraindo para si as
responsabilidades de organização, planejamento e execução das políticas de saúde; é como se, desde a unidade básica de saúde até o hospital
de alta complexidade, todos fossem diretamente subordinados ao comando central.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 7


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Perceba que um modelo centralizado nos faz questionar coisas, como:


• Como o gestor em Brasília conhecerá as necessidades da minha comunidade?
• Há como a prestação de serviços ser ágil dessa forma?
Observando as dificuldades da centralização, os legisladores da Constituição Federal em 1988 elencaram a necessidade da gestão
descentralizada das políticas de saúde, veja:

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; [...].

m
Desde então, novas legislações e políticas foram sendo implementadas no Sistema Único de Saúde (SUS) com o objetivo de seguir
avançando na descentralização, de modo a fornecer papel de protagonismo aos municípios (gestão local) na formulação e realização de

co
estratégias de saúde alinhadas com os anseios e as necessidades locais.

Nossa engenharia reversa detectou que a maioria das questões sobre as normas que regem a descentralização e a hierarquização do
s.
SUS se referem a momentos a partir da Norma Operacional Básica 01/1996 (NOB 96) em diante, mas vamos falar do que também veio antes
para que você esteja pronto(a) para o que vier, sempre mantendo nosso foco de mais atenção para o que mais cai!

eo
o
ub
ro
id
é
o

a
dv
pi

me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 8


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAPÍTULO

2.0 HISTÓRICO DE NORMATIVAS E LEIS


As discussões sobre a necessidade de descentralizar a saúde não começaram com a elaboração da Constituição Cidadã ou com a Lei
Orgânica do Sistema Único de Saúde (SUS) que veremos à frente.
Conforme o movimento sanitarista avançou no Brasil, a partir dos anos da década de 1970, a ideia de uma gestão de saúde próxima ao
cidadão fortaleceu-se. Era um momento em que a assistência à saúde no contexto público era segmentada, com predomínio de uma medicina
de estilo curativo e centrada na doença para os trabalhadores formais (saúde e previdência caminhavam juntas) enquanto o Ministério da
Saúde atuava principalmente junto às populações mais pobres, realizando iniciativas de caráter preventivo (foco muito mais nítido em evitar/
reduzir/controlar doenças do que em promover saúde).
Neste livro, conversaremos sobre os principais marcos relacionados à descentralização da saúde. Veja o resumo deles a seguir
(lembrando que você verá os outros aspectos, além da descentralização em detalhes, no livro digital de História do SUS e no de Marcos Legais

m
do SUS):

co
Constituição Federal (1988)
Estabeleceu a diretriz de descentralização das políticas de saúde

Lei 8.080/1990
s.
Descentralização como princípio do sistema Único de Saúde (SUS)

Lei 8.142/1990
Participação da comunidade nas decisões, possibilita consórcios

eo
o

Norma Operacional Básica (NOB) 01/91


ub

Centralização ainda forte, engatinha a descentralização


ro

Norma Operacional Básica (NOB) 01/92


id
é

Ajustes de gestão, organização de procedimentos


o

Norma Operacional Básica (NOB) 01/93


Descentralização efetiva com redistribuição de poder, cria comissões intergestores,
a

transferências fundo a fundo


dv
pi

Programa Saúde da Família (1994)


Reorientação dos serviços de saúde, foco na atenção primária próxima ao usuário

Norma Operacional Básica (NOB) 01/96


me

Gestão plena, cria o Piso da Atenção Básica (PAB)

Normas Operacionais de Assistência à Saúde (2001/2002)


Regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde, cria o
Plano Diretor de Regionalização

Pacto pela Saúde (2006)


Pela Vida, em Defesa do SUS e Gestão.

Portaria 4.279/2010 e Decreto 7.508/2011


Definem as Regiões de Saúde e Redes de Atenção à Saúde

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 9


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.1. PRÉ E PÓS-CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

A Constituição de 1988 foi a sétima do Brasil e a primeira instituída em um ambiente plenamente democrático e com liberdade de
expressão, manifestação e participação das diversas camadas da sociedade. Desse modo, correspondeu a uma resposta às demandas sociais,
buscando aproximar-se da população e acolher especialmente quem mais precisa, o que, na saúde, foi expresso como uma diretriz de
descentralização das ações e atribuindo responsabilidades a cada nível de governo (municipal, estadual e federal).

Constituição Federal de 1988: descentralização das ações e serviços públicos de saúde e cada

m
governo tendo sua direção sobre o sistema (municipal, estadual e federal).

co
Aproximar-se do povo obrigatoriamente passa por “fazer saúde” a nível local, com respeito às diferenças sociais e culturais em cada
estado e em cada município. Por exemplo, não faz sentido um governo central implementar um programa de diagnóstico precoce de malária
s.
em Florianópolis/SC, porém a realidade no interior do Amazonas pode necessitar de uma intervenção assim.
Além das particularidades regionais, outro importante motivo para propor-se a descentralização da saúde foi a gestão. Imagine o
Ministério da Saúde ser responsável por contratar equipes de saúde da família ou responder à falta de insumos em cada estabelecimento de
saúde do Brasil... As prefeituras têm muito mais condições operacionais de realizar esse trabalho, economizando tempo e recursos.

eo

Falar em descentralização e ainda em outros princípios do Sistema Único de Saúde é possível em decorrência da grande novidade que
o

a Constituição de 88 trouxe: o rompimento com o modelo médico previdenciário. Observe, na figura 2, como era o acesso à saúde antes de
ub

1988.
ro

A atenção à saúde pré-Constituição de 1988 era destinada em especial aos segurados da Previdência Social (atendidos no INAMPS –
id
é

Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, órgão extinto em 1993 após o Ministério da Saúde “assumir” a saúde pública),
o

isto é, quem tinha carteira de trabalho assinada e contribuía. Como infelizmente emprego formal sempre foi uma dificuldade em nossa

sociedade, você imagina que a grande massa populacional não tinha acesso. Bem, mas se a pessoa tivesse recursos, poderia ter assistência
a

médica particular ou por meio de planos de saúde, o que também sabemos não representar grande parcela da população nem hoje e nem
dv
pi

no passado do Brasil. E, por fim, se a pessoa não fosse um trabalhador formal e nem pudesse custear a medicina privada, então ficaria

dependente de instituições filantrópicas (como as Santas Casas de Misericórdia – Estrategista, perceba então o porquê do termo misericórdia
— era filantropia mesmo) ou poucos hospitais públicos.
me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 10


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Pessoas desassistidas

Segurados Acesso à medicina


INAMPS Privada

m
co
Figura 2: acesso à saúde no Brasil antes da Constituição de 88: modelo altamente excludente. Fonte: Shutterstock

Retrocedendo um pouquinho a antes da Constituição de 88, ocorreu a famosa VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986, a primeira
que abriu as portas ao público, e note o que o relatório final dela disse:
s.
“O Estado tem como responsabilidades básicas quanto ao direito à saúde:

[...]
eo

- operação descentralizada de serviços de saúde”.


o
ub
ro

Então, percebemos que a Constituição Federal de 1988 foi uma resposta às demandas da sociedade, e logo viriam outras formas de
id
é

normativas para esclarecer como deveriam ser realizados na prática os procedimentos necessários a se alcançar a descentralização, tal como
o

a universalidade, equidade e demais princípios do Sistema Único de Saúde.


Estrategista, vamos ver então como esses conceitos podem aparecer nas questões?
a
dv
pi

CAI NA PROVA
me

(HOSPITAL CASA DE PORTUGAL [RJ] – 2019) Que evento, em 1986, marcou a luta por sistema único de saúde, público e
de qualidade?
A) a) A criação do INAMPS.
B) b) A legitimação da constituição Federal de 1988.
C) c) Implantação do pacto de saúde.
D) d) 8ª Conferência Nacional de Saúde

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 11


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

COMENTÁRIO:
Estrategista, em1986 ocorreu a VIII Conferência Nacional de Saúde, a primeira aberta ao público, e que trouxe em seu relatório aspectos
que seriam a base da saúde universal e gratuita no Brasil após a Constituição Federal de 1988. Vejamos as alternativas:
Incorreta a alternativa A. O INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social) foi criado na década de 1970 e foi
extinto em 1993.
Incorreta a alternativa B. A Constituição ainda nem existia, então não podia ser legitimada (ou seja, confirmada/ratificada).
Incorreta a alternativa C. O Pacto Pela Saúde é de 2006.

Correta a alternativa D, sem ressalvas.

m
2.2. LEI 8.080/1990

co
A Lei 8.080/1990, também chamada de Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde (SUS), foi a responsável pela instituição do SUS. Mas o
que ele é? Um órgão do governo? Veja a definição da lei:
s.
Art. 4º. O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais
e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único
de Saúde (SUS).

eo
o

Após o relatório da VIII Conferência Nacional de Saúde e o texto constitucional, a Lei 8.080/1990 veio regulamentar e normatizar
ub

especificamente os aspectos relacionados à saúde no “novo Brasil” redemocratizado. E veja o quanto a Lei 8.080/1990 se inspirou na
ro

Constituição:
id
é
o

CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988)


Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
a
dv
pi

constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:


I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;


LEI 8.080 (1990)
me

Art. 7O. As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que
integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art.
198 da Constituição Federal, obedecendo ainda os seguintes princípios:
IX - descentralização, com direção única em cada esfera de governo:
ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 12


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Embora as descrições da descentralização sejam idênticas nas normativas, a Lei


8.080/1990 traz a novidade dos conceitos de regionalização e hierarquização. Vamos
explorá-los.

Estrategista, você deve estar achando esses temas familiares. Seu livro digital de “Princípios e Diretrizes do SUS” cita a descentralização,
regionalização e hierarquização e, agora, chegou o momento de aprofundá-los.

m
2.2.1 REGIONALIZAÇÃO

co
A regionalização em saúde pode ser conceituada como a otimização conjunta dos recursos de municípios (ou estados), objetivando
aumento da cobertura assistencial (integralidade) e acesso à saúde.
Regionalizar implica dividir o território em regiões, a fim de organizar os recursos que cada localidade possui e aumentar disponibilidade
s.
de serviços de saúde à população.
A Lei 8.080/1990 traz dois importantes itens relacionados à regionalização:
• Possibilidade de consórcios municipais;
• Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite.

eo
o
ub

Estrategista, você verá que as sucessivas normativas do Sistema Único de Saúde (SUS)
ro

citam “temas novos” e em seguida outras legislações são criadas para normatizar e regulamentar.
id

Por exemplo, a Norma Operacional Básica 01/93, ou simplesmente NOB 93, define e concede
é

atribuições às comissões intergestores e é a normativa “clássica” referente a elas, mas isso não
o

torna a alternativa errada se disser que foram previstas antes, na Lei 8.080/1990.
a
dv
pi

Cantinho da dúvida
me

“Professor, regionalizar juntando municípios não é contra a descentralização?”


Não se preocupe, vamos esclarecer. É uma dúvida comum quando iniciamos o estudo da regionalização
e, se você a teve, meus parabéns! Dúvidas indicam que o aprendizado está se consolidando.
A regionalização é um aprofundamento da descentralização. Quando se fala em descentralizar,
estamos tratando de conferir autonomia aos municípios para gerirem a própria saúde e, na regionalização,
teremos grupos de municípios unidos, sem haver subordinação. Ou seja, regionalizar é a expressão de
autonomia do município em desejar melhorar sua capacidade de assistência com foco no que realmente
precisa, e faz isso com uma “união de forças” com outros municípios — a qual colabora para garantir a
integralidade do cuidado aos usuários.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 13


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Para a melhor compreensão da regionalização, vamos entender como funcionam os aspectos de gestão (comissões intergestores) e
operacionais (consórcios) descritos na Lei 8.080.

2.2.1.1 COMISSÕES INTERGESTORES


As Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT) são descritas como foros de negociação e pactuação entre gestores, e sua
atuação tem três objetivos:

Decidir sobre os aspectos

m
operacionais, financeiros e
administrativos da gestão que

co
compartilham;

Fixar diretrizes sobre as regiões


de saúde (integração das ações e
s.
serviços de saúde entre os
entes federados);

eo

Definir diretrizes sobre as regiões


o

de saúde a respeito da organização


ub

das redes de ações e


ro

serviços de saúde.
id
é
o

A Lei 8.080/1990 não especifica a composição das comissões, quem faz isso é a Norma Operacional Básica 01/93 (NOB 93). Basicamente,

a Lei 8.080 restringe-se aos objetivos das comissões intergestores.


a

Na prática da vida real, as normas do Sistema Único de Saúde são cumulativas e dinâmicas, contudo a prova pode abordar de dois
dv
pi

modos:

me

Pedindo o entendimento dinâmico, ou seja, que você responda com base nas
transformações acumuladas ao longo dos anos e das normativas do SUS;
Pedindo o entendimento estático, ou seja, baseado em uma legislação ou
normativa específica.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 14


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Para “organizar” as ideias, vamos estudar de acordo com cada normativa e vamos vendo questões que integram os conhecimentos.
Vamos realizar questões sobre as comissões intergestores no tópico da NOB 93, para trabalhar uma visão completa das Comissões.

2.2.1.2 CONSÓRCIOS DE SAÚDE


Os consórcios previstos na Lei 8.080/1990 são acordos Por exemplo, quando um município (ou mais raramente
(associações) entre municípios ou entre estados como um estado) não possui determinada especialidade ambulatorial e,
instrumento de resolução de dificuldades comuns a ambos. Não há por meio do consórcio, pode passar a enviar seus habitantes para
relação de subordinação entre os entes*, preservando a autonomia atendimento no outro município do consórcio (podem ser vários
e o poder de decisão de cada governo. municípios, não se restringe a dois) em troca de uma contrapartida.

m
*Ente: uma unidade política — pode ser um município, um Ou seja, um consórcio é a soma de estruturas e esforços a fim de
estado, a União ou mesmo o Distrito Federal. ampliar a cobertura de atendimento (integralidade), contudo não

co
O consórcio em saúde é utilizado quando os municípios deve ser usado como substituição à possibilidade de implementação
se unem para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de de políticas próprias em cada município.
saúde que lhes correspondam.
s.
Juridicamente, consórcios administrativos em saúde são considerados entidades de direito
privado (ou seja, são regidas pelo direito privado — sem que signifique que sejam de propriedade

eo

privada), contudo obedecem a algumas normas do direito público, como a necessidade de licitar e
o
ub

de contratar pessoal utilizando seleção pública.


ro
id
é
o

a
dv
pi

me

Figura 3: os consórcios de saúde objetivam aumentar a integralidade do cuidado, mas não devem motivar os municípios a não criarem seus próprios serviços de saúde.

Vamos ver mais à frente que as Regiões de Saúde, estabelecidas a partir da Norma Operacional de Assistência à Saúde de 2001,
possibilitam a integração entre municípios sem que sejam vinculados a consórcios, mas, de qualquer forma, os consórcios seguem sendo uma
opção para os municípios, por exemplo: vários municípios podem reunir-se em um consórcio e esse “grupo” pode adquirir medicamentos e
insumos hospitalares a preços menores por terem mais recursos e maior poder de negociação do que um município isolado.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 15


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Veja a seguir como os consórcios foram cobrados em uma prova super-recente da


UFRGS:

CAI NA PROVA

(UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – 2021) Considerando a Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde, para desenvolver em

m
conjunto as ações e os serviços que lhes correspondam, os Municípios podem constituir
A) a) comissões intermunicipais de saúde.

co
B) b) conselhos gestores regionais.
C) c) consórcios.
D) d) regiões de saúde.
s.
COMENTÁRIO:

Estrategista, a Lei 8.080 instituiu a possibilidade dos consórcios intermunicipais, como aponta a alternativa C. Vamos analisar as demais:

eo

Incorreta a alternativa A. A Lei 8.080 fala de consórcios intermunicipais, e não em “comissões intermunicipais”, sendo este último um
o

termo não utilizado em regionalização.


ub

Incorreta a alternativa B. O conceito de Conselho Gestor Regional (CGR) foi introduzido pelo Pacto pela Gestão (2006).
ro

Correta a alternativa C, sem ressalvas.


id
é

Incorreta a alternativa D. As Regiões de Saúde foram propostas a partir da Norma Operacional Básica de 1996 e detalhadas no Decreto
o

7.508/2011.
a
dv
pi

me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 16


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.2.2 HIERARQUIZAÇÃO
A hierarquização é outro instrumento da descentralização e consiste nos crescentes níveis de complexidade da atenção à saúde pelo
Sistema Único de Saúde (SUS). Simplificando, hierarquizar é o que explica a divisão dos níveis de atenção em:

Atenção Primária em Saúde (ou atenção básica): conjunto de cuidados relacionados à


promoção da saúde, prevenção, tratamento e reabilitação. Utiliza tecnologias de baixa
densidade, porém utiliza técnicas complexas. É a porta de entrada da rede de atenção à
saúde, e objetiva aproximar-se de 80% de resolutividade.

m
Média complexidade: centros de especialidades e diagnósticos (por exemplo: policlínicas

co
especializadas). Prontos-socorros também são considerados de média complexidade
(ou atenção secundária). s.
Alta complexidade: procedimentos de alta tecnologia e alto custo, geralmente
hospitalares (mas podem ser ambulatoriais, como a hemodiálise).
Também chamada de atenção terciária.

eo
o

A hierarquização ordena o acesso aos serviços de que muitos quadros clínicos não seriam daquela especialidade e
ub

saúde em níveis crescentes de complexidade com o objetivo de necessitariam de encaminhamentos.


ro

otimizar os recursos de saúde, porém não define “importâncias Esse modelo recebe críticas por demonstrar uma aparente
id
é

diferenciadas”. “separação” entre os níveis de atenção, atribuindo a cada um


o

Imagine como seria ainda mais difícil o acesso a alta e média características de independência entre si, ou seja, é um modelo de

complexidades se elas fossem acessíveis como porta de entrada: atenção “fragmentado”.


muitos usuários procurariam de início o suposto especialista Veremos mais à frente o modelo das Redes de Atenção à
a
dv
pi

adequado ao seu caso, o que reduziria a resolutividade, uma vez Saúde, o qual busca preencher essa lacuna da fragmentação.

me

Alta complexidade: hospitais, Média complexidade: ambulatórios


hemodiálise, alto custo (ex: especializados, policlínicas, CAPS
cateterismo). (Centro de atenção psicossocial),
serviços de urgência e emergência
(UPA 24 horas, pronto-socorro).

Atenção primária: serviços de baixo custo,


como Unidades Básicas de Saúde,
Saúde da família, NASF e
Acadêmia de Saúde.

Fonte:Shutterstock

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 17


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Vamos praticar para fortalecer nossas sinapses!

CAI NA PROVA

(PROCESSO SELETIVO UNIFICADO DE MG – 2021) Os serviços de saúde são classificados segundo o nível de
complexidade das ações de saúde oferecidas à população. Dentre as alternativas listadas a seguir, assinale
a que MELHOR CARACTERIZA um serviço de atenção à saúde de nível terciário:
E)
A) Central de Regulação de Consultas
B) NASF

m
C) Pronto Socorro

co
D) Serviço de Hemodinâmica

COMENTÁRIO:
Estrategista, classificar um nível de complexidade de um serviço de saúde relaciona-se fundamentalmente à densidade tecnológica
s.
utilizada e ao custo. Vamos analisar as alternativas:
Incorreta a alternativa A. Considerando que a central de regulação de consultas presta um serviço de baixa densidade tecnológica,
podemos considerá-la um exemplo de nível primário de atenção; no entanto, não há consenso sobre o tema, pois, se considerarmos a
regulação como “ferramenta” do nível de atenção ao qual está servindo, poderia também ser secundária. Mas, para nossa questão, não

eo

há como ser terciária, pois esse nível faz contrarreferência, e não regulação aos demais níveis.
o

Incorreta a alternativa B. O Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) é integrante da atenção primária em saúde, pois atua em
ub

harmonia com as Unidades Básicas e Estratégias Saúde da Família, com a finalidade de melhorar a resolutividade delas.
ro

Incorreta a alternativa C. Os prontos-socorros (urgências) são considerados serviços de média complexidade (atenção secundária).
id
é

Serviços de hemodinâmica são de alto custo e de elevada densidade tecnológica, sendo exemplos de
Correta a alternativa D.
o

atenção terciária.

a
dv
pi

Estrategista, aproveitando a ocasião, guarde a lembrança de que “atenção básica” e


“atenção primária à saúde” são termos equivalentes, segundo a Política Nacional de Atenção
Básica (2017).
me

2.3. LEI 8.142/1990

A Lei 8.142/1990, para alguns autores uma continuação da Lei 8.080/1990, é famosa por tratar sobre a participação da comunidade
na gestão do SUS, prevendo os Conselhos e as Conferências de Saúde. No entanto, também pode ser destacada da lei uma breve referência
à descentralização:

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 18


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Art 3., § 3: “Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde, remanejando,
entre si, parcelas de recursos” (do Fundo Nacional de Saúde).

Lembrando que o Fundo Nacional de Saúde é o gestor financeiro dos recursos destinados a financiar as despesas da saúde, ou seja, é
quem transfere os recursos a estados e municípios.

2.4. NORMA OPERACIONAL BÁSICA 01/91 (NOB 91)

m
Temos de começar pela engenharia reversa: questões sobre NOB 91 são raras, porém
frequentemente há perguntas que trazem essa norma entre suas alternativas, então vamos estudar

co
os conceitos fundamentais.

Estrategista, a NOB 91 vai parecer um pouquinho na Confirmando o momento de transição, a NOB 91 foi emitida
contramão do que estamos estudando, mas vamos considerar o ainda pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência
s.
contexto: era um momento de transição de um modelo médico Social (INAMPS) – o qual foi extinto em 1993, mas que em 1991
previdenciário (pré-Constituição) para um novo tempo no qual, estava encarregado dos primeiros passos do novo Sistema Único
além da separação entre cuidados de saúde e Previdência Social, de Saúde.
havia a “novidade” de princípios antes não praticados na saúde A NOB-91 tinha por objetivo “fornecer instruções aos

eo

pública brasileira: universalidade, equidade, integralidade, responsáveis pela implantação e operacionalização do Sistema
o
ub

descentralização etc. Único de Saúde”. Veja as principais características dessa normativa:


ro

NOB 91
id
é
o

a
dv
pi

me

Note que, mesmo com a progressiva descentralização operacional, isto é, descentralização da execução das ações,
a NOB 91 ainda centralizava decisões no INAMPS — um órgão símbolo da “antiga ordem” médica previdenciária.

O Fator de Estímulo à Municipalização consistia em repasse financeiro destinado aos chamados municípios efetivamente
“municipalizados”, isto é, os que atendiam aos requisitos estabelecidos na Lei no 8.142/90, para o repasse regular e automático dos recursos
financeiros federais do SUS.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 19


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

O Fator de Estímulo à Municipalização correspondia a 5% das Unidades de Cobertura


Ambulatorial (UCAs) — um valor que variava de acordo com a população, a capacidade
instalada de recursos de saúde e o desempenho em anos anteriores.

Cantinho da dúvida
“Professor, quais eram os requisitos estabelecidos na Lei nº 8.142/90 para o repasse regular e
automático dos recursos financeiros federais do SUS?”

m
Boa pergunta! A Lei 8.142/90 elenca seis itens como requisitos, os quais entendemos serem
cumulativos (todos necessários), apesar de não serem descritos literalmente. Então, guarde aí:

co
I - Fundo de Saúde;
II - Conselho de Saúde, com composição paritária;
III - Plano de saúde;
s.
IV - Relatórios de gestão;
V - Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois
anos para sua implantação.

eo
o
ub

Ainda sobre a Norma Operacional Básica 01/1991 (NOB 91), de internação hospitalar (AIH).
ro

houve a criação dos Sistemas de Informações Ambulatoriais (SIA) Há críticas a isso, no sentido de que iniciar os Sistemas de
e Hospitalar (SIH), os quais passaram a representar uma fonte de Informação utilizando dados apenas hospitalares seria seguir a
id
é

dados para a gestão central (Ministério) para subsidiar tanto os linha teórica de um modelo de saúde hospitalocêntrico ao invés de
o

repasses (pagamento por produtividade) como o planejamento em dedicar atenção ao nível primário em saúde.

saúde. Para oferecer informações ao SIH, foi definida a autorização


a
dv
pi

Os pagamentos por produtividade determinaram a equiparação dos prestadores públicos e privados, no sentido
de que ambos atuavam como prestadores de serviços do Sistema Único de Saúde.
me

No livro digital de Sistemas de Informação em Saúde, vamos mostrar os detalhes dos sistemas SIA e SIH (e de muitos outros!), mas, para
o entendimento do processo de descentralização, é suficiente entender a criação deles como parte da transição entre os modelos de atenção
à saúde que a NOB 91 representou.
Como lhe falei, quando começamos o estudo da NOB 91, a forma mais comum de ela ser cobrada nas provas de Residência Médica é
como alternativa para que o candidato identifique a normativa relacionada ao enunciado. Veja um exemplo:

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 20


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAI NA PROVA
(UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – UNAERP [SP] – 2016) A Autorização da Internação Hospitalar (AIH) foi instituída pela normativa:
A) NOB 91.
B) NOB 93.
C) NOB 96.
D) NOAS 2001.
E) NOAS 2002.

COMENTÁRIO:

m
Não se preocupe com as Normas que ainda não estudamos, essa aqui é para mostrar a você como a NOB 91 é cobrada (gabarito).
Correta a alternativa A. A NOB 91 estabeleceu a AIH como fonte de dados para o Sistema de Informações Hospitalares (SIH).

co
Incorretas as alternativas B, C e D. Ainda vamos estudar essas normas, mas adianto-lhe que a NOB 93 representa o grande início da
descentralização do SUS. A NOB 96 criou o Piso da Atenção Básica e estabeleceu a Gestão Plena para municípios e estados, enquanto a
NOAS instituiu o Plano Diretor de Regionalização.
s.
2.5. NORMA OPERACIONAL BÁSICA 01/92 (NOB 92)

A NOB 92 foi um documento elaborado para esclarecer procedimentos de administração da gestão em saúde aos municípios e estados,

eo

pois, como a própria norma reconhece, naquele momento de transição para o Sistema Único de Saúde, os gestores estavam passando por
o
ub

“embaralhamento e superposição de papéis das três esferas gestoras” (palavras originais da NOB/92).
ro

Então, lembre dela como uma norma de regulamentação “administrativa”, a qual reforçou a NOB 91.
id
é
o

Estrategista, a NOB 92 é menos “glamorosa” do que as dos outros anos (91,93


e 96) e não costuma ser cobrada. Mas saiba que ela existe, afinal as bancas maldosas
a
dv
pi

não vão lhe pegar, Coruja!


2.6. NORMA OPERACIONAL BÁSICA 01/93 (NOB 93)


me

A NOB 93 já foi bem mais impactante sobre a descentralização do Sistema Único de Saúde (SUS) do que as antecessoras e é considerada
por alguns autores como o início da efetiva descentralização do SUS. Para concordar com essa ideia, observe o nome de um dos documentos
que subsidiaram a NOB 93: "Descentralização das Ações e Serviços de Saúde: a Ousadia de Cumprir e Fazer Cumprir a Lei", elaborado pelo
Conselho Nacional de Saúde.

Além do mais, outra grande novidade dessa Norma é quem a assina: passa a ser o Ministério da Saúde, ao invés do Instituto Nacional
de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) – extinto no mesmo ano de 1993.

Essa normativa atrela o conceito de descentralizar a redistribuir o poder, o que avança em relação à política centralizadora da NOB 91,
e seus principais pontos são:

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 21


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

NOB 93

2.6.1 COMISSÕES INTERGESTORES

m
As Comissões Intergestores representam o gerenciamento do processo de descentralização do Sistema Único de Saúde, como se
fossem instrumentos locais que reconhecem suas necessidades específicas e particularidades operacionais, elaborando, então, metodologias

co
mais adequadas à descentralização para suas realidades.

Vimos na Lei 8.080/90 que ela define atribuições às Comissões Intergestores, mas não as caracteriza. Bem, chegou a hora então. Vamos
revisar os objetivos e em seguida introduzir as composições:
s.
Objetivos das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite:
Decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão que compartilham;
Fixar diretrizes sobre as Regiões de Saúde (integração das ações e dos serviços de saúde entre os entes federados);

eo

Definir diretrizes sobre as Regiões de Saúde a respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde.
o
ub
ro
id
é

2.6.1.1 COMISSÃO INTERGESTORES TRIPARTITE (CIT)


o

Comissão de atuação nacional, envolve as três (tri) esferas de governo (federal, estadual e municipal), composta paritariamente por
representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretarias
a
dv
pi

Municipais de Saúde (CONASEMS).


Sua finalidade é assistir o Ministério da Saúde na elaboração de propostas para a implantação e operacionalização do SUS, sendo
fiscalizada pelo Conselho Nacional de Saúde.
me

A composição paritária indica a mesma proporção de representantes em cada grupo. Então,


quando falamos em composição paritária na CIT, dizemos que há proporcional distribuição dos seus
membros entre os diferentes representantes (Ministério, CONASS e CONSAEMS).

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 22


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.6.1.2 COMISSÃO INTERGESTORES BIPARTITE (CIB)

Comissão de atuação estadual, envolve duas (bi) esferas de governo (estadual e municipal), composta paritariamente por dirigentes da
Secretaria Estadual de Saúde e por órgão de representação das Secretarias Municipais de Saúde.
A CIB recebeu a missão de regulamentar todos os aspectos operacionais relacionados à descentralização da saúde e suas propostas
deverão ser referendadas pelo Conselho Estadual de Saúde. Já que se trata de uma comissão local, ela conhece as particularidades regionais,
então daí a regulamentação dos aspectos práticos (operacionais) das ações.

Comissão Intergestores Tripartite: representantes do Ministério da Saúde, CONASS e CONASEMS.


Comissão Intergestores Bipartite: representantes da Secretaria Estadual de Saúde e dos municípios

m
do estado da Comissão (cada estado tem a sua).

Comissão
Intergestores co Comissão
Intergestores
s.
Tripartite Bipartite

Secretaria Estadual

Ministério da Saúde
eo

de Saúde
o
ub
ro

CONASS Municípios do estado


id
é

da Comissão
o

a

CONASEMS
dv
pi

me

2.6.2 MODALIDADES DE GESTÃO


Para o sucesso na descentralização se alcançado, eram necessárias ações que considerassem e respeitassem os contextos locais e
regionais em suas diferentes necessidades, e a União propôs modalidades de gestão com o objetivo de definir a capacidade administrativa
municipal em gerir seus próprios recursos.
Assim, a NOB 93 apresentou as condições de gestão, as quais representam estruturas que, a partir de critérios relativos a
responsabilidades e prerrogativas administrativas, requisitos e condições de operacionalização definem o tipo de gestão que o ente possui —
o que repercute nos repasses a serem recebidos. Em resumo, a NOB 93 iniciou a descentralização conferindo autonomia de acordo com a
capacidade de gestão de cada ente.
Os tipos de gestão diferem entre estados e municípios. Vamos conhecê-los:

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 23


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.6.2.1 GESTÃO MUNICIPAL

A gestão municipal pode ser: gestão incipiente, gestão parcial e gestão semiplena, com progressivo incremento de atribuições aos
municípios, a fim de tornarem-se cada vez mais capazes de gerir a prestação de serviços locais. As principais características são:

Gestão incipiente Gestão parcial Gestão semiplena


Assume responsabilidades Assume a completa
Responsabilidades
progressivamente, em responsabilidade pela
expandidas,
cronograma acordado gestão da prestação
mas ainda não completas.
com a CIB. de serviços.

m
co
Destaco para você que a capacidade de assumir responsabilidades de cada município, a fim de enquadrar-se em uma forma de gestão,
não poderia levar em conta o “poder” adquirido ao formar consórcios de saúde, isto é, independentemente de consórcios, cada município
teria seu tipo de gestão.
s.
Desde o nível incipiente, o município deveria, por exemplo, possuir Conselho Municipal de Saúde, Fundo Municipal de Saúde e médico
responsável pela autorização das internações hospitalares.

eo
o
ub

Guarde esses três tipos de gestão da NOB 93, pois as questões podem apresentar outros
ro

tipos de gestão posteriormente criados e solicitar que você identifique de qual norma é cada uma.
id
é
o

a
dv
pi

2.6.2.2 GESTÃO ESTADUAL


A gestão estadual difere do nível municipal por reduzir um modo de gestão, sendo apenas a gestão parcial e gestão semiplena,
também com progressivas responsabilidades sobre a prestação de serviços de saúde em sua área de atuação.
me

2.6.3 FUNDO DE TRANSFERÊNCIA FUNDO A FUNDO

Outra novidade na NOB 93 foi a previsão de transferência de recursos no chamado modo “fundo a fundo”. Vou explicar: antes da
NOB 93, a União transferia recursos relacionados aos gastos demonstrados e por meio de convênios com os municípios, então “engessava”
a gestão local em relação a diversificar a oferta de cuidados e, ainda pior, atrelava os recursos notadamente à atenção hospitalocêntrica
(informações de despesas obtidas pelos Sistemas de Informação Ambulatorial e Hospitalar SIA/SIH-SUS); já a partir da NOB 93, os municípios
passaram a receber um montante global e puderam ter a autonomia de aplicação em seu sistema municipal.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 24


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAI NA PROVA
(SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE GOIÁS – 2021) Na Norma Operacional Básica - SUS 01/1993, foram
estabelecidas normas e procedimentos reguladores do processo de descentralização da gestão das ações e
serviços de saúde. Dentre essas normas e procedimentos,
A) foram criadas as comissões intergestoras bipartite e tripartite.
B) foi criado o Programa Saúde da Família.
C) foi elaborado o Plano Diretor de Regionalização.
D) foram criados o Pacto pela Vida e o Pacto de Gestão.

COMENTÁRIO:

m
Como vimos, a NOB 93 definiu a composição das comissões intergestores bipartite e tripartite.

co
Correta a alternativa A, sem ressalvas.
Incorreta a alternativa B. O Programa Saúde da Família foi criado em 1994.
Incorreta a alternativa C. O Plano Diretor de Regionalização foi criado pela Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS 2001).
s.
Incorreta a alternativa D. Os Pactos são de 2006.

(SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE GOIÁS – 2019) No processo de implantação do Sistema Único de Saúde no Brasil, as Comissões

eo

Intergestoras Bipartite e Tripartite foram criadas pela


o
ub

A) NOB 91.
ro

B) NOB 93.
NOB 96.
id

C)
é

D) NOAS 2001/2002.
o

COMENTÁRIO:
a
dv
pi

Alô, Estrategista goiano(a)!! Outra questão recente da SES GO sobre NOB 93. Veja que gostam do tema! Questões de Normas Operacionais

Básicas costumam descrever uma característica no enunciado e pedir a marcação direta da norma associada. Já estudamos as NOB 91 e
93, e as demais alternativas veremos ao longo de nosso estudo neste livro digital, mas já podemos achar o gabarito, certo?
Incorreta a alternativa A. A NOB 91 não criou as comissões intergestores, ela centralizou as decisões no INAMPS, criou o fator de estímulo
me

à municipalização, equiparou prestadores públicos e privados e estabeleceu repasses por meio dos Sistemas de Informação Ambulatorial
e Hospitalar.
Lembra o que lhe falei na Lei 8.080? Ela “cita” os objetivos das comissões intergestores, mas a normativa
Correta a alternativa B.
classicamente associada a elas é a NOB 93.

Incorretas as alternativas C e D. Ainda vamos estudar essas normas, mas adianto-lhe: a NOB 96 criou o Piso da Atenção Básica e estabeleceu
a Gestão Plena para municípios e estados, enquanto a NOAS instituiu o Plano Diretor de Regionalização.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 25


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

(HOSP. ESTADUAL. DR. JAYME DS SANTOS NEVES [ES] – 2019) O nome do fórum de negociação integrado por representantes da Secretaria
Estadual de Saúde e do Conselho de Secretários Municipais de Saúde é:
A) Comissão Intergestores Bipartite;
B) Conselho Estadual de Saúde;
C) Comissão Intergestores Tripartite;
D) Conselho Nacional de Saúde;
E) Comissão Estadual de Gestores;

COMENTÁRIO:
Note que a questão pede que escolhamos o conselho integrado por representantes do estado e municípios, o qual é a Comissão

m
Intergestores Bipartite (CIB). Vejamos as alternativas:
Comissão Intergestores Bipartite é composta paritariamente por dirigentes da Secretaria Estadual de
Correta a alternativa A.
Saúde e por órgão de representação das Secretarias Municipais de Saúde.

co
Incorretas as alternativas B e D. Os Conselhos de Saúde são um dos modos de participação popular descritos na Lei 8.142/1990 e contam
com representantes dos usuários (50%, ou seja, paritariamente às demais categorias), dos prestadores de serviço, dos profissionais e da
gestão.
Incorreta a alternativa C. A Comissão Intergestores Tripartite é composta por representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional
s.
de Secretários de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). Veja que essa comissão é
nacional, ao invés de estadual, como a bipartite.
Incorreta a alternativa E. A CIB é responsável pela negociação integrada entre representantes da Secretaria Estadual de Saúde e do

eo

Conselho de Secretários Municipais de Saúde, enquanto o termo “Comissão Estadual de Gestores” não costuma ser utilizado.
o
ub
ro

2.7. CRIAÇÃO DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA


id
é
o

O Programa Saúde da Família (PSF) foi criado em 1994 como


comunidades e delimitando territórios. Desse modo, a porta de


um elemento central da política de reorganização de orientação entrada da atenção à saúde passou a ser inserida no contexto social
a

dos serviços de saúde no Brasil. Carregando elementos dos do usuário, permitindo a identificação de problemas e elaboração
dv
pi

movimentos sanitaristas dos anos 1970, dos princípios exaltantes da de planos terapêuticos muito mais eficientes.

promoção da saúde da Conferência de Alma-Ata (1978) e inserido


As características do Programa Saúde da Família serão
no novo sistema de saúde que deveria garantir universalidade,
abordadas em outro momento de nosso curso extensivo do
me

integralidade, equidade, descentralização etc., o PSF foi um


Estratégia MED, no livro de Atenção Primária à Saúde; para o
importante fator relacionado à evolução da descentralização no
contexto da descentralização da saúde no Brasil, o importante
Brasil, pois aproximou os serviços de saúde da realidade direta da
é entender que aproximar a saúde do usuário é também uma
população e foi mais fundo, inserindo as unidades de saúde nas
estratégia descentralizadora.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 26


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.8. NORMA OPERACIONAL BÁSICA 01/96 (NOB 96)

A NOB 96 seguiu avançando o processo de descentralização semelhante a nível federal – mediar os relacionamentos entre as
tanto do planejamento quanto da gestão e a execução das ações de gestões estaduais (por meio da Comissão Intergestores Tripartite).
saúde. O ponto central da norma é atribuir aos municípios a plena
Os estados ficaram encarregados ainda de assumir,
responsabilidade de gestor da saúde de seus cidadãos.
transitoriamente, a responsabilidade pela saúde naqueles
Considerando uma gestão plena dos serviços municipais, municípios que ainda não estavam preparados para a gestão.
o papel dos estados seria atuar como mediador entre os
A NOB 96 é a mais extensa Norma Operacional Básica, e
relacionamentos das gestões municipais (por meio da Comissão
outros de seus principais aspectos são:
Intergestores Bipartite) enquanto o papel da União seria

m
NOB 96

co
s.

eo
o
ub
ro
id
é

2.8.1 GESTÃO MUNICIPAL


o

A partir da NOB 96, os municípios passaram a habilitar-se em duas formas de gestão: Gestão Plena da Atenção Básica e Gestão Plena

do Sistema Municipal. Antes de falar de cada uma, é importante ressaltar que a Norma previu que os municípios que não se habilitassem sem
a

uma dessas duas formas ficariam na condição de prestadores de serviços ao Sistema, cabendo ao estado a gestão do SUS naquele território
dv
pi

municipal, enquanto fosse mantida a situação de não habilitado.


A Gestão Plena da Atenção Básica (GPAB) correspondia a um passo antes de se alcançar a Gestão Plena do Sistema Municipal (GPSM).
Veja a seguir que uma característica distinta importante é que, na GPSM, o município possui a própria rede especializada ambulatorial e
me

hospitalar, e não apenas a gere como também a inclui em pactuações regionais:

Gestão Plena da Gestão Plena do


Atenção Básica Sistema Municipal
Propõe referência
Elabora a referência
ambulatorial especializada
ambulatorial especializada
e hospitalar
e hospitalar própria.
para seus munícipes.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 27


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

No contexto da NOB 96, os municípios teoricamente haviam habilitado-se desde as condições de gestão da NOB 93, então já possuíam
uma certa estrutura gestora, como possuir Conselho Municipal de Saúde em funcionamento e conta ativa de Fundo Municipal de Saúde.
Agora, na NOB 96, até a forma mais “simples” − a Gestão Plena da Atenção Básica (GPAB) − trazia ao município grandes responsabilidades.

Como exemplos de requisitos aos municípios que desejassem se habilitar na GPSM, citamos: capacidade de execução de ações de
média e alta complexidade em vigilância sanitária, comprovação do componente municipal do Sistema Nacional de Auditoria, assegurar a
oferta, em seu território, de todo o elenco de procedimentos cobertos pelo Piso da Atenção Básica (vamos já falar dele) e, adicionalmente, de
serviços de apoio diagnóstico em patologia clínica e radiologia básica etc.

2.8.2 GESTÃO ESTADUAL

m
A gestão estadual também mudou com a NOB 96, passando gestão da nova NOB 96:
os estados a habilitarem-se como Gestão Plena do Sistema Estadual • Gestão Plena do Sistema Estadual: 60% dos municípios
habilitados ou 40% deles, desde que lá residam 60% da

co
e Gestão Avançada do Sistema Estadual, os quais indicam diferentes
população.
níveis de responsabilidade para o gestor.
• Gestão Avançada do Sistema Estadual: 80% dos municípios
A normativa define vários requisitos comuns a ambos os
habilitados ou 50% deles, desde que lá residam 80% da
tipos de gestão que os estados devem apresentar (como comprovar
população.
s.
funcionamento do Conselho Estadual de Saúde e da Comissão
Observe que o papel dos estados não era alheio ou
Intergestores Bipartite), mas uma condição de destaque que
independente ao dos municípios, mas sim integrado e pactuado,
diferencia os requisitos para se habilitar em um ou outro tipo de
cumprindo o processo da descentralização.
gestão é a proporção de municípios habilitados nas condições de

eo
o
ub
ro

Perceba a diferença de abordagem entre municípios não habilitados e estados não


habilitados nas novas formas de gestão da NOB 96:
id
é
o

• Municípios: permanecem na condição de prestadores de serviços ao Sistema,


cabendo ao estado a gestão do SUS naquele território municipal.
a
dv
pi

• Estados: permanecem na condição de gestão convencional, desempenhando as


funções anteriormente assumidas ao longo do processo de implantação do SUS,


não fazendo jus a algumas novas prerrogativas introduzidas pela NOB 96.
me

Vamos treinar com uma questão sobre as modalidades de gestão da NOB 96!

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 28


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAI NA PROVA
(PROCESSO SELETIVO UNIFICADO DE ALAGOAS – 2018) Qual das seguintes ações NÃO caracteriza a gestão plena da atenção básica à saúde
de um município:
A) Ações básicas de vigilância sanitária
B) Ações educativas em saúde
C) Assistência hospitalar de alta complexidade
D) Imunizações

COMENTÁRIO:

m
Estrategista, a gestão plena da atenção básica “resolve tudo” da atenção básica, mas precisa referenciar os demais níveis de complexidade.
Vamos analisar as alternativas:

co
Corretas as alternativas A, B e D. A vigilância em saúde, as ações educativas e as imunizações fazem parte das atribuições da Gestão Plena
da Atenção Básica.
A assistência hospitalar não era integrante obrigatória para municípios enquadrados na Gestão Plena da
Incorreta a alternativa C.
Atenção Básica, com os estados e o Ministério da Saúde assumindo a responsabilidade.
s.

eo

2.8.3 PISO DA ATENÇÃO BÁSICA


o
ub

O Piso da Atenção Básica ou Piso Assistencial Básico (PAB) consistia em um valor destinado ao custeio de procedimentos e ações
ro

da atenção básica, executados sob responsabilidade do município. O PAB, inicialmente, referia-se a um valor a ser transferido da União ao
município de acordo com a população de cada cidade, e então foi chamado de PAB fixo.
id
é
o

O Piso da Atenção Básica fixo (PAB fixo) era um valor que se relacionava à população de cada município.
a
dv
pi

Além do valor referente ao PAB fixo, o município poderia receber outros valores variáveis destinados à atenção básica, os quais tinham
por base ações estratégicas desenvolvidas no contexto da atenção primária, e isso caracterizava o PAB variável:
me

• Incentivo ao Programa de Saúde da Família (PSF);


• Incentivo ao Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
Esses incentivos representavam um acréscimo percentual ao PAB, sendo limitados em até 30% do PAB do município:

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 29


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

PAB fixo PAB variável


- Valor por habitante - Valor relacionado à
implementação de ações,
para os municípios que
implementarem

Um estado também poderia receber o PAB, nos casos em que os municípios não estivessem habilitados como Gestão Plena da Atenção
Básica ou Gestão Plena do Sistema Municipal. Assim, o estado ficava responsável por implementar as medidas da atenção básica em seus

m
municípios não habilitados.

co
Perceba que, se uma questão disser que os estados também poderiam
receber o PAB, está correto, pois era o que ocorria quando um de seus
municípios não era habilitado.
s.

eo

Nós veremos outros conceitos mais específicos sobre o PAB no livro digital de Financiamento em Saúde. Para a
o
ub

descentralização, o importante é o conceito que o Piso da Atenção Básica forneceu mais independência aos municípios
ro

sobre como investir os valores na atenção básica a depender das necessidades.


id
é
o

a
dv
pi

2.8.4 PROGRAMAÇÃO PACTUADA INTEGRADA (PPI)


A criação da PPI consistiu em um instrumento da regionalização em que era pactuado por município, estado e União (tripartite)
como seria realizada a gestão e investidos os recursos nas atividades de assistência ambulatorial e hospitalar, de vigilância sanitária e de
me

epidemiologia e o controle de doenças.

Essa programação representava as responsabilidades de cada município com a garantia de acesso da população aos cuidados de saúde,
integralmente, ainda que os recursos de saúde fossem do próprio município ou encaminhados a outro.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 30


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

A elaboração da Programação Pactuada Integrada deveria ocorrer em um modo ascendente:

Município: Estado: União define


elaboração harmoniza as normas e prazos,
da sua programações aprovando a
programação dos seus programação de
municípios ações sob seu
controle

m
CAI NA PROVA

co
(FACULDADE MULTIVIX VITÓRIA [ES] – 2020) A regulamentação da Lei Orgânica da Saúde tem sido efetuada através das chamadas Normas
Operacionais do SUS. Já foram efetuadas 5 delas desde 1991. São elas: NOB 91, NOB 92, NOB 93, NOB 96 e NOAS 01/02. Sobre a NOB 96 é
s.
correto afirmar:
A) Transferiu para os municípios a função de gestores da saúde
B) Regulamentou a participação popular e as estratégias de financiamento do SUS
C) Criou as comissões intergestoras (bipartite e tripartite)

eo

D) Acrescentou a saúde bucal às atribuições da Estratégia de Saúde da Família


o
ub
ro

COMENTÁRIO:
id
é

Estrategista, a NOB 96 avançou o processo de descentralização do Sistema Único de Saúde, com o objetivo de que os municípios tivessem
o

autonomia sobre a decisão de suas prioridades em saúde. Vamos analisar as alternativas:


Correta a alternativa A. A Gestão Plena dos municípios passou aos gestores locais atribuições
a

de planejamento e execução das ações e serviços de saúde.


dv
pi

Incorreta a alternativa B. A participação popular no SUS foi especialmente orientada pela Lei 8.142/1990.

Incorreta a alternativa C. As Comissões Intergestores são consideradas “criadas” pela NOB 93.
Incorreta a alternativa D. A saúde bucal foi incluída na Estratégia Saúde da Família no ano 2000.
me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 31


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

(HOSPITAL ORTOPÉDICO DE GOIÂNIA [GO] – 2020) Em relação ao Piso de Atenção Básica (PAB), julgue os itens seguintes.
I. O PAB fixo é calculado per capita.
II. O PAB variável, assim como o PAB fixo, é oferecido a todos os municípios brasileiros.
III. O PAB fixo poderá ser suspenso em caso de não alimentação dos dados do Sistema de Notificação de Agravos (SINAN).
Pode-se afirmar que:
A) apenas os itens I e II estão corretos.
B) apenas os itens I e III estão corretos.
C) apenas os itens II e III são corretos.
D) apenas o item I está correto.
E) todos os itens estão corretos

m
COMENTÁRIO:

co
Vamos analisar as assertivas:
• I- Correta. Estrategista, o PAB possuía duas porções: o PAB fixo e o PAB variável; o fixo era relativo à população do município,
variando entre R$ 23-28 (a depender do perfil da cidade − demografia, vulnerabilidade etc.), ou seja, o PAB fixo era per capita (por
pessoa).
s.
• II- Incorreta. O recebimento do PAB variável “variava” a depender da implantação de determinadas estratégias, como a Saúde da
Família e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde; assim, o município que não implantasse nada não teria PAB variável.
• III- Correta. Havia alguns critérios (raríssimos em provas) que motivavam a suspensão da transferência do PAB. Acompanhe os
principais:

1. Alimentação irregular dos sistemas de informação em saúde (como o SINAN);


eo

2. Ausência de envio de informações municipais;


o
ub

3. Desvio de finalidade do uso do recurso.


ro

Incorretas as alternativas A C, D e E. Apenas I e III estão corretas.

Correta a alternativa B,
id
é

sem ressalvas.
o

2.9. NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE 2001 – NOAS/SUS 2001


a
dv
pi

Conforme a descentralização da gestão da saúde avançava no Brasil, novas necessidades surgiam e representavam um constante desafio

de aperfeiçoamento para regulamentar cada nova responsabilidade do município. No ano 2000, mais de 99% dos municípios brasileiros
estavam habilitados pelos modelos de gestão plena previstos pela NOB 96 – o que demonstra a importância que os municípios viam em se
me

tornar gestores dos seus próprios sistemas de saúde, com autonomia de gestão e aplicação de recursos.
Assim, entendendo a expansão da regionalização no processo de descentralização e as necessidades de atualização de aspectos práticos
da gestão, a NOAS 2001 trouxe como destaques:

NOAS

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 32


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.9.1 PLANO DIRETOR DE REGIONALIZAÇÃO


O Plano Diretor de Regionalização (PDR) consistia em uma ferramenta para organizar o processo de regionalização em cada estado.
Perceba que a municipalização progressiva que estava ocorrendo no Brasil era uma novidade e, mesmo após mais de uma década desde a
Constituição de 1988 e a Lei 8.080/1990 indicarem o caminho da descentralização e regionalização, o modo de fazer isso na prática era um
desafio aos gestores locais. Nesse sentido, o PDR veio “organizar as ideias”.

A responsabilidade de elaborar o Plano Diretor de Regionalização (PDR) era das Secretarias


Estaduais de Saúde (e do Distrito Federal). No entanto, a aprovação do PDR era feita pela Comissão
Intergestores Bipartite e o Conselho Estadual de Saúde, além de deliberação e homologação pela

m
Comissão Intergestores Tripartite.

co
O Plano Diretor de Regionalização (PDR) deveria garantir aos cidadãos acesso à saúde para resolver seus problemas em qualquer nível
de assistência e ainda oferecer um conjunto com no mínimo os seguintes componentes:
s.
Acompanhamento Cobertura
Assistência Ações de
do universal do
pré-natal, promoção e
crescimento Programa
parto e prevenção
e desenvolvimento Nacional de
puerpério
infantil Imunizações

eo
o
ub

Tratamento das Acompanhamento Tratamento de


Atendimento
de pessoas com
ro

doenças mais das doenças pequenas


comuns da doenças crônicas urgências
agudas mais
de alta
id

infância comuns ambulatoriais


é

prevalência
o

Tratamento dos Dispensação dos


Controle das
distúrbios mentais medicamentos
a

doenças bucais
dv

mais da farmácia
pi

mais comuns
comuns básica

A NOAS 2001 definiu ainda importantes conceitos que seriam utilizados no contexto do PDR:
me

• Região de Saúde: área que seria considerada como a base territorial do Plano Diretor de Regionalização, não precisando coincidir
com a divisão dos municípios. Um estado poderia ser dividido em regiões ou microrregiões de Saúde.
• Módulo assistencial: área que teria resolutividade que alcançasse pelo menos a média complexidade, composta por um conjunto
de municípios, havendo um “município-sede” que deveria ser o primeiro nível de referência e possuir gestão plena do sistema
municipal, além de ser capaz de atender toda a própria demanda e dos outros municípios.
• Município-polo: município que deveria ser a referência regional em qualquer nível de atenção (diferentemente do município-sede,
que deveria ter no mínimo a média complexidade).

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 33


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

m
co
s.
Figura 4: esquema de uma Região de Saúde de acordo com a NOAS. Observe as subdivisões entre módulos assistenciais e a representação do município-sede.

As regiões/microrregiões deveriam possuir estrutura em seus módulos assistenciais que



eo

apresentassem serviços de no mínimo média complexidade, e isso explica porque a Norma


o
ub

Operacional da Assistência à Saúde de 2001 (NOAS 2001) colocou a atenção de alta complexidade
como responsabilidade entre os estados e o Ministério da Saúde. No entanto, municípios que
ro

possuíssem alta complexidade quando se habilitassem na Gestão Plena do Sistema Municipal


id
é

deveriam organizar esses serviços em seu território.


o

a
dv
pi

2.9.2 GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA AMPLIADA (GPAB-A)


O acréscimo dessa nova forma de gestão plena tinha como objetivo expandir a atuação estratégica da atenção básica nos municípios,
e aquelas cidades já habilitadas nas formas de gestão da NOB 96 (vimos que eram mais de 99%) automaticamente seriam consideradas como
me

de Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada.

Os municípios passariam a receber mais recursos financeiros, além do Piso da Atenção Básica previsto na NOB 96 (PAB pela população,
ou “PAB fixo”), e esse recurso seria Piso da Atenção Básica Ampliada, o “PAB-Ampliado”.

Contudo, para receber o PAB-Ampliado, os municípios deveriam consequentemente aumentar sua oferta de serviços a ações de saúde,
como veremos na arte a seguir:

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 34


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Controle da tuberculose

Eliminação da hanseníase
Áreas de atuação
estratégicas
Controle da hipertensão
mínimas para
habilitação na
condição de Gestão Controle do diabetes
Plena da
Atenção Básica Saúde da mulher
Ampliado
Saúde da criança

m
co
Saúde bucal

O PAB-Ampliado representou mais um importante passo no processo de descentralização, já que trouxe ainda mais recursos para o
gestor local garantir a integralidade e a resolutividade do cuidado no seu município.
s.
2.9.3 FORTALECIMENTO DA PROGRAMAÇÃO PACTUADA INTEGRADA (PPI)

É importante salientar a importância da PPI no contexto da regionalização, já que ela representa o “acordo” entre os envolvidos na
eo

regionalização (municípios, com estado coordenando e União dando aval).


o
ub

Por exemplo, a partir do registrado na PPI, definiam-se duas parcelas de recursos separadas que um município recebia: o referente ao
ro

cuidado de sua própria população e o montante relacionado à atenção às populações referenciadas.


id

Dessa forma, a Programação Pactuada Integrada organizava a regionalização e delimitava os papéis conforme os acordos definidos,
é

inclusive a partir dela sendo gerado o documento assinado pelos gestores, chamado Termo de Compromisso de Garantia de Acesso.
o

CAI NA PROVA
a
dv
pi

(HOSPITAL ESTADUAL DR. JAYME S. NEVES [ES] – 2019) Com relação à NOAS – SUS 01/2001:
I – aumenta as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica;
II – define o processo de regionalização da assistência;
me

III – cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do sistema Único de Saúde;
IV – procede à atualização dos critérios de habilitação de estados e municípios.
As afirmativas corretas, são:

A) Apenas I e II;
B) Apenas III e IV;
C) Apenas I, II e III;
D) Apenas II, III e IV;
E) I, II, III e IV.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 35


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

COMENTÁRIO:
Vamos analisar as assertivas:
I: Correta, pois o aprofundamento da regionalização relaciona-se diretamente ao aumento de responsabilidade dos municípios, ou seja,
da gestão local.
II: Correta, foi o Plano Diretor de Regionalização.
III: Correta, tanto por meio da Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada como pelo fortalecimento da Programação Pactuada Integrada.
IV: Correta, isso ocorreu com a modalidade Gestão Plena da Atenção Básica.
Todas sendo corretas, vamos procurar nosso gabarito:
Incorretas as alternativas A, B, C e D. Todas as assertivas estão adequadas.
Correta a alternativa E. Todos os itens são verdadeiros.

m
co
(HOSPITAL ESTADUAL DR. JAYME S. NEVES [ES] – 2019) De acordo com a Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS- 2001),
denomina-se o município “capaz de ofertar a totalidade dos serviços [...]correspondentes ao primeiro nível de referência intermunicipal,
com suficiência para a sua população e para a população de outros municípios a ele adscritos” de município:
A) Sede;
s.
B) Polo;
C) Básico;
D) Principal;
E) Núcleo;

eo
o
ub

COMENTÁRIO:
ro

Estrategista, perceba inicialmente que se trata de mais uma questão de NOAS da prova de 2019 do Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves
id
é

(Serra, ES). Sugiro uma atenção ainda mais especial se você for prestar prova em terras capixabas! Falando agora do nosso gabarito, vamos
o

revisar os conceitos das alternativas, presentes na NOAS 2001:



a
dv
pi

MUNICÍPIO-SEDE: município de um módulo assistencial


que apresente a capacidade de ofertar média


complexidade, correspondente ao primeiro nível de
referência intermunicipal para sua população e para
me

outros municípios a ele adscritos.

MUNICÍPIO-POLO: município que apresente papel de


referência para outros municípios,
em qualquer nível de atenção.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 36


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Não há conceitos relacionados a “município-núcleo”, “município-principal” ou “município-básico” na NOAS 2001. Vamos encontrar
a resposta correta:
Correta a alternativa A. Descrição correta do município-sede do módulo-assistencial.
Incorreta a alternativa B. O município-polo é referência em qualquer nível de atenção, não apenas até média complexidade, como o
município-sede do módulo assistencial.
Incorretas as alternativas C, D e E.

2.10. NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE 2002 – NOAS/SUS 2002

Essa norma veio reforçar os avanços trazidos pela NOAS anterior (2001) e ajustar mecanismos operacionais (práticos) da implementação

m
dos mecanismos de regionalização. Não houve mudanças radicais em conceitos gerais comparativamente à NOAS 2001, de modo que elas
são complementares.

co
Em termos de legislação, a NOAS 2002 substituiu a NOAS 2001 (a qual perdeu valor). Por isso, ambas têm extensas partes semelhantes
entre si, como se o texto de 2001 fosse “copiado e adaptado” em 2002. Assim, se você ler algum dos conceitos que apresentamos na NOAS
2001 como sendo na NOAS 2002, em geral, considere adequado.
s.
Apesar das similaridades, a NOAS 2002 também traz novidades em relação à NOAS 2001,
como a inclusão da regionalização em macrorregiões no estado, na anterior sendo previstas apenas

eo

as regiões e microrregiões de saúde.


o
ub
ro
id
é
o

Outra novidade da NOAS 2002 foi definir que o município-sede do módulo assistencial

poderia ser de Gestão Plena da Atenção Básica ampliada (GPAB) ao invés de apenas Gestor
a
dv

Pleno no Sistema Municipal como trouxe a NOAS 2001.


pi

me

Destaco para você, Estrategista, a intenção da NOAS 2002 em fortalecer a Programação Pactuada Integrada como um processo
coordenado pelo gestor estadual, utilizando a PPI como o principal instrumento para garantia de acesso da população aos serviços de média
complexidade, ou seja, o estado é o gestor que auxilia e debate com os municípios a elaboração de planos de referência e delimitação das
regiões e microrregiões de saúde.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 37


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.11. PACTO PELA SAÚDE (2006)

O Pacto pela Saúde representou um esforço conjunto de gestores em todos os níveis (municipal, estadual e federal) em assumir
compromissos pela consolidação do Sistema Único de Saúde. O Pacto reconheceu que a formulação de normas gerais para a orientação
dos procedimentos em saúde teria limitações no contexto de desigualdades regionais de um grande país, como o Brasil, e que deveriam ser
valorizadas a descentralização e as necessidades locais, de acordo com a realidade de cada território.
O Pacto pela Saúde teve três componentes:
• Pacto pela Vida;
• Pacto em Defesa do SUS;
Pacto de Gestão.
Considerando que estamos conversando neste livro digital sobre a descentralização, abordaremos os aspectos a ela relacionados,

m
especialmente contidos no Pacto de Gestão.
O Pacto de Gestão objetiva delimitar com clareza quais funções pertencem a cada uma das esferas de governo, a fim de reduzir as

co
tarefas que cabiam a mais de um gestor e, consequentemente, “um esperava pelo outro”.
Nas palavras do próprio Pacto, ele “radicaliza a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde para os estados e para os
municípios”, reforçando a territorialização da saúde como base para organização dos sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo
s.
colegiados de gestão regional”.

eo
o

Estrategista, “Territorialização” e “Território” são temas extremamente importantes quando


ub

se fala em descentralização. Dedicaremos um capítulo deste livro digital para detalhá-los, após as
ro

normativas e leis.
id
é
o

a

Prioridades do Pacto de Gestão (2006)


dv
pi

1) Definir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada esfera de governo;


2) Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase na descentralização, regionalização,


financiamento, Programação Pactuada e Integrada (PPI), Regulação, Participação e Controle Social,
me

Planejamento, Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.

O Pacto de Gestão fortalece cada vez mais as comissões intergestores como palco para as discussões e construções de políticas
regionais, permitindo aos gestores locais interagirem entre si e com a participação do estado com a finalidade de construir mecanismos de
referências que pudessem garantir a integralidade do cuidado em todos os níveis de atenção.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 38


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

A regionalização enfatizada no Pacto de Gestão trouxe uma importante novidade em relação às NOAS
2001/2002: a partir de agora, não haveria mais as divisões em microrregiões e macrorregiões de saúde, apenas as
REGIÕES DE SAÚDE.

As Regiões de Saúde são áreas territoriais contínuas, mas e integralidade do cuidado, havendo pactuação entre os gestores
não se restringem obrigatoriamente por divisões em municípios. envolvidos.
Devem ter identidades culturais, econômicas e sociais, de redes Uma Região de Saúde tem de garantir pelo menos atenção
de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados básica e de média complexidade naquele território, e o estado e a
do território, ou seja, deve ser uma área de características União auxiliam os municípios a montar uma estrutura de cuidados
semelhantes dentro de suas localidades. Elas devem organizar a resolutivos para os cidadãos.

m
rede de ações e serviços de saúde para garantir o cumprimento dos Veja como pode ser uma Região de Saúde:
princípios constitucionais de universalidade do acesso, equidade

Região de Saúde intramunicipal co


s.
Região de Saúde intraestadual

eo
o
ub

Região de Saúde interestadual


ro
id
é

Região de Saúde fronteiriça


o

a
dv
pi

Regiões de Saúde intramunicipais: utilizadas em municípios de grande população e extensão territorial, são formadas por


divisões em regiões dentro de um mesmo município;
• Regiões de Saúde intraestaduais: formadas por municípios que fazem fronteira dentro do mesmo estado;
me

• Regiões de Saúde interestaduais: formadas por municípios que fazem fronteira entre estados vizinhos;
• Regiões de Saúde fronteiriças: formadas por municípios que fazem fronteira com países vizinhos ao Brasil. Nesses municípios,
o Ministério da Saúde deveria atuar a fim de promover a articulação entre os países com vistas a organizar e implementar a
regionalização.

Diferente dos consórcios em saúde, os quais podem ser formados por municípios que não fazem
fronteira entre si, as regiões de saúde obrigatoriamente necessitam que os municípios sejam vizinhos.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 39


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Os gestores de cada município que integra a Região de Saúde devem integrar um Colegiado de Gestão Regional (CGR), o qual
representa um espaço permanente de pactuação e gestão comum.
Perceba a diferença entre o Colegiado de Gestão Regional e a Comissão Intergestores Bipartite. Enquanto o Colegiado é formado
por representantes dos gestores dos municípios envolvidos em uma pactuação e do governo estadual, a Comissão Intergestores Bipartite tem
membros que representam os municípios do estado como um todo e da secretaria estadual.
Outros aspectos do Pacto de Gestão
1. Definir o Piso da Atenção Básica variável (PAB variável)
Criado na NOB 96 e fortalecido em 1998, a porção variável do PAB relaciona-se às seguintes estratégias (segundo o Pacto):
• Saúde da família;
• Agentes comunitários de saúde;
• Saúde bucal;
Compensação de especificidades regionais;

m

• Fator de incentivo da atenção básica aos povos indígenas;
• Incentivo à saúde no sistema penitenciário.

2.
• Atenção básica;
Atenção de média e alta complexidade; co
Estabelecer blocos de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS)
s.

• Vigilância em saúde;
• Assistência farmacêutica;
• Gestão do SUS.

eo

Corujinha, venha comigo ver uma interessante questão de 2021 sobre o Pacto de Gestão e, utilizando-a como recurso, vamos conhecer
o

mais alguns conceitos desse pacto:


ub
ro

CAI NA PROVA
id
é
o

(UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – UNAERP [SP] – 2021) De acordo com a Lei nº 8.080/1990 e o Pacto pela
Saúde, é atribuição exclusiva dos municípios:
a
dv
pi

A) execução de ações de vigilância em saúde.


B) identificação das necessidades sanitárias da população.


C) elaboração da Programação e Pactuação Integrada (PPI) da saúde.
D) gerência dos serviços da Atenção Básica.
me

E) gestão dos serviços de urgência e emergência.

COMENTÁRIO:
O Pacto pela Saúde (2006) tem três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão, e nesse da Gestão, estão
indicadas as funções dos municípios. Vejamos as opções:

Incorreta a alternativa A. Todas as esferas devem participar da vigilância: municípios executam ações localmente; estados coordenam e
podem assumir as ações municipais transitoriamente além de terem funções próprias de execução de ações; a União também coordena
e, assim como estados, pode assumir a função de estados e municípios.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 40


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Incorreta a alternativa B. É função municipal, mas com apoio dos estados.


Incorreta a alternativa C. Se é pactuação, tem de ser feita entre mais de um ente, certo? No caso da PPI, os três níveis de gestão participam.
Correta a alternativa D. Os municípios e o Distrito Federal devem assumir a gerência de toda sua atenção básica.
Incorreta a alternativa E. Atribuição municipal e estadual.

2.12. PORTARIA 4.279/2010

Estrategista, continuando na nossa linha do tempo, chegamos nessa importante normativa que estruturou as Redes de Atenção à
Saúde (RAS).
As RAS representaram mais uma forma de aperfeiçoar o funcionamento do Sistema Único de Saúde, e essa portaria representou uma

m
proposta para superar a fragmentação da atenção e da gestão nas Regiões de Saúde. Embora prevendo cada vez mais descentralização e
organização dos sistemas regionalizados, mesmo após o Pacto de Gestão, a atenção à saúde seguia ainda com foco excessivamente curativo

co
e era fragmentada na relação entre os níveis de atenção, ou seja, como se fora dos serviços prestados na referência regional fosse o “outro
mundo” da alta complexidade, o que era acentuado pelas disparidades regionais.
s.
Uma Rede de Atenção à Saúde (RAS) consiste em uma organização de serviços e ações em saúde, de diferentes
níveis tecnológicos, que busca garantir a integralidade do cuidado, com apoio técnico, logístico e de gestão, compreendida
em uma região de saúde ou mais de uma.

eo

Compare a seguir a diferença entre uma organização piramidal por níveis de atenção e outra em redes de atenção interligadas:
o
ub
ro
id
é

Alta Atenção
o

complexidade primária

a
dv
pi

Média

complexidade

Demais pontos Redes


me

da rede temáticas
Atenção primária em saúde

As Comissões Intergestores ficam responsáveis por pactuar a organização e o funcionamento das ações e os serviços de saúde
integrados em Redes de Atenção à Saúde, participando as Comissões Bipartite, Tripartite e uma Comissão Intergestores Regional (CIR), cada
uma cuidando de aspectos administrativos e operacionais, de acordo com sua esfera.

Diferentemente de modelos anteriores, as Redes caracterizaram-se por formar relações horizontais entre os pontos de atenção
(“pontos” ao invés de “níveis”), sendo a Atenção Primária em Saúde (APS) o centro da comunicação entre eles.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 41


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Um ponto de atenção foi um conceito criado como um espaço onde se oferta um serviço de saúde, e poderia ser a própria residência
do paciente, as unidades básicas de saúde, os centros de apoio psicossocial etc. Um hospital poderia representar distintos pontos de atenção, a
depender de que serviço era oferecido em determinando setor da instituição. Importante ressaltar que não havia hierarquia de importância
entre os pontos de atenção à saúde.

m
co
Figura 5: veja essa montanhista. Para ela, a primeira pedra ou a mais perto do topo tem importância igual: se falhar em uma, não alcança o objetivo. As Redes de Atenção
em Saúde têm uma lógica similar: todos os pontos de atenção têm a mesma importância (horizontalizados), afinal qualquer ponto falho não permite o objetivo da rede:
s.
a integralidade.Fonte: Shutterstock.

2.12.1 ATRIBUTOS DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE



eo
o

Ciente de que não haveria como descrever um único modo de organizar uma rede, a Portaria 4.279 trouxe uma série de atributos que
ub

seriam essenciais ao funcionamento:


ro
id
é

Mecanismos
o

Extensa gama

Atenção de coordenação, Prestação de


População e de estabelecimentos,
primária continuidade serviços
território alcançando
como porta do cuidado e especializados em
a

definidos todos os
dv

de entrada integração lugar adequado


pi

níveis de cuidados
assistencial

Atenção Sistema de Participação Gestão


Recursos
centrada governança social integrada
humanos
me

no indivíduo único em toda clínica-administração


ampla suficientes
rede logística

Sistemas de Ação intersetorial,


Financiamento abordando os Gestão baseada
informação
tripartite determinantes em resultados
integrados
em saúde

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 42


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.12.2 ELEMENTOS DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

Para que uma organização horizontal como uma RAS funcione, era necessário o estabelecimento de uma estrutura de operação e
um sistema lógico que permitisse o acesso ao cuidado pela população/região de saúde definida. As Redes de Atenção à Saúde seguiriam
utilizando as Regiões de Saúde como área bem delimitada sob sua responsabilidade (lembrando: área organizada “a partir de identidades
culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados do território”, de acordo com a
Portaria 4.279/2010).

Os componentes que estruturam as Redes de Atenção à Saúde (RAS) são:

• Atenção Primária à Saúde (APS): nível fundamental do sistema, constituindo o primeiro contato
das pessoas com a rede e sendo responsável pela coordenação do cuidado;

m
• Pontos de atenção secundária e terciária;
• Sistemas de apoio: lugares institucionais da rede, em que se prestam serviços comuns a todos

co
os pontos de atenção à saúde, como unidades de diagnóstico por imagem e patologia clínica e
atenção farmacêutica, sistemas de informação à saúde etc.;
• Sistema logístico: sistema eficaz em referência e contrarreferência;
s.
• Sistema de governança: o papel de negociação entre os gestores envolvidos, notadamente por
meio do Colegiado de Gestão Regional.

eo

Atributos da Atenção Primária em Saúde


o

A Portaria 4.279/2010 traz também a lista dos atributos da atenção primária em saúde, como primeiro contato, longitudinalidade,
ub

integralidade, coordenação do cuidado, centralização na família, abordagem familiar e orientação comunitária, os quais você vai encontrar
ro

em detalhes no livro digital de Princípios e Diretrizes do SUS.


id
é

Resumindo a Portaria 4.279: houve uma reorientação do modo de oferecer cuidado integral – as Redes de Atenção à Saúde e a
o

Atenção Primária em Saúde foram fortalecidas para organizar essa rede de atenção.

Veja como as Redes de Atenção à Saúde têm sido bastante cobradas nas provas:
a
dv
pi

CAI NA PROVA
me

(HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DE SOROCABA – 2021) As Redes de Atenção à Saúde


A) devem estar compreendidas obrigatoriamente no âmbito de uma Região de Saúde.
B) devem estar em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores.
C) devem ser instituídas de acordo com o cronograma estabelecido pelo Ministério da Saúde.
D) têm a finalidade principal de garantir a universalidade da atenção à saúde do SUS.
E) são acessadas por meio dos serviços de ambulatórios de especialidades.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 43


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

COMENTÁRIO:
Redes de Atenção à Saúde despencam nas provas. Vamos analisar as alternativas:
Incorreta a alternativa A. O importante é garantir a integralidade do cuidado, então uma rede de atenção à saúde pode, sim, estar
compreendida em mais de uma região de saúde.
Correta a alternativa B. As comissões intergestores devem organizar a implantação das Redes de Atenção à Saúde.
Incorreta a alternativa C. O cronograma relaciona-se aos aspectos locais da organização da rede, então deve ser elaborado localmente
pelas comissões intergestores, e não ao nível do Ministério.
Incorreta a alternativa D. A finalidade principal relaciona-se à integralidade, isto é, fornecer aos usuários os cuidados para todas as
necessidades o mais perto possível de casa.
Incorreta a alternativa E. Redes de Atenção à Saúde têm portas de entrada, e os serviços especializados correspondem a outros pontos

m
de atenção.

co
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – 2021) No movimento de desenvolvimento e implantação das Redes de Atenção à Saúde (RAS),
no Sistema Único de Saúde (SUS), admite-se CORRETAMENTE como objetivo das RAS
s.
A) Prestar uma atenção integral, de qualidade, resolutiva, de forma regionalizada, com integração entre os diversos pontos de atenção que,
de fato, atenda às necessidades da população adscrita.

B) Identificar e divulgar as principais causas de mortalidade e morbidade da população adscrita.



eo

C) Prestar uma atenção integral, de qualidade, resolutiva, de forma universalista, com integração entre os diversos pontos de atenção, que,
o

de fato, atenda às necessidades da população.


ub
ro

D) Promover políticas de recuperação da saúde de forma universal.


id
é

COMENTÁRIO:
o

a

Redes de Atenção à Saúde (RAS) são criadas para promover a integralidade do cuidado para a população de uma abrangência determinada,
dv
pi

e é esse o tema das alternativas. Vejamos:


A população adscrita é aquela que mora na área entre os municípios regionalizados que formam a Rede,
Correta a alternativa A.
e para eles são os cuidados integrais a serem providos pela Rede.
me

Incorreta a alternativa B A identificação e a divulgação de dados epidemiológicos são fundamentalmente relacionadas aos Sistemas de
Informação, e não às Redes de Atenção à Saúde. Não confunda: identificar dados da comunidade é necessário e obrigatório às RAS para o
planejamento das ações, mas é um “meio” para que se alcance resultados, não o objetivo como pede a questão.
Incorreta a alternativa C. O erro está em afirmar de forma universalista (não é universal, mas restrito à população adscrita).
Incorreta a alternativa D. Tal como na alternativa C, faltou limitar a população (não sendo universal).

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 44


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – 2020) Para promover a equidade e garantir a integralidade da assistência à saúde da população
no Sistema Único de Saúde (SUS), torna-se necessário conformar a Rede de Atenção à Saúde, a qual deve ser organizada:
A) descentralizadamente em cada município para facilitar o acesso da população aos serviços.
B) de forma independente por cada ente federado devido às suas autonomias.
C) regionalmente para que possa garantir maior eficácia e efetividade.
D) como responsabilidade exclusiva do âmbito federal devido ao financiamento.
E) como responsabilidade exclusiva do âmbito estadual para ampliar o acesso hospitalar.

COMENTÁRIO:

Redes de Atenção à Saúde (RAS) objetivam garantir o cuidado integral para todas as necessidades dos cidadãos cobertos pela Rede, então

m
não há limitação em ser exclusivamente em um município. Não confunda com a descentralização do Sistema Único de Saúde, que visa a
saúde a nível municipal: a regionalização é uma expressão da autonomia dos municípios.

co
Incorreta a alternativa A. A Rede de Atenção à Saúde não necessita obedecer aos limites geográficos de municípios.
Incorreta a alternativa B. É justamente a autonomia do município em reconhecer suas necessidades que permite sua integração em redes
que possam fornecer a integralidade do cuidado.
Correta a alternativa C. A Rede de Atenção à Saúde sendo regionalizada aumenta a capacidade de atendimento integral e
s.
resolutivo aos usuários, além de propiciar otimização dos recursos.
Incorretas as alternativas D e E. Todas as esferas (municipal, estadual e União) têm responsabilidades com as Redes de Atenção à Saúde,
conforme definido na Programação Pactuada Integrada.

eo
o
ub

(SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DE SÃO PAULO – 2019) Na organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde
A) o Ponto de Atenção à saúde com menor densidade tecnológica é o de menor importância.
ro

B) apenas os Pontos de Atenção secundária e terciária compõe a Rede de Atenção à Saúde


id
é

C) os hospitais são os únicos locais considerados como Pontos de Atenção à saúde.


o

D) um hospital é considerado, somente, um único Ponto de Atenção à saúde.


E) um Ponto de Atenção à saúde pode ser o domicílio do paciente.


a
dv
pi

COMENTÁRIO:

Os pontos de atenção podem ser entendidos como locais onde se ofertam determinados serviços de saúde, como uma unidade básica, um
domicílio ou um setor de um hospital. Todos os pontos de atenção à saúde são igualmente importantes e diferenciam-se somente pelas
me

diferentes densidades tecnológicas que os caracterizam.


Vamos analisar as alternativas:
Incorreta a alternativa A. Todos os pontos de atenção são importantes.
Incorretas as alternativas B e C. Qualquer ponto de atenção faz parte da Rede de Atenção à Saúde, até mesmo a casa (domicílio) do
usuário.
Incorreta a alternativa D. Dentro de um hospital, pode haver diferentes pontos de atenção, a depender do serviço oferecido.
Correta a alternativa E. A casa do paciente pode ser um ponto de atenção.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 45


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.13. DECRETO 7.508/2011

Estrategista, estamos quase chegando ao final das principais regulamentações que estimularam e regulamentaram a descentralização
dos serviços de saúde em nosso país. Procure olhar para todas essas normas como um processo contínuo, uma linha do tempo; na maioria
dos casos, uma nova regulamentação não vinha “destruir tudo” da anterior e recomeçar do zero, mas sim foi um processo de aprimoramento,
em que os pontos positivos de cada estratégia iam permanecendo e os demais aperfeiçoados.

Decreto 7.508/2011: principais aspectos

Define os serviços mínimos a serem oferecidos por uma Região de Saúde

m
Define as portas de entrada em uma Rede de Atenção à Saúde

co
Traz o conceito de Comissão Intergestores Regional (CIR)
s.
Cria a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e a Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde
(RENASES)

Redes específicas de atenção à saúde



eo
o
ub
ro
id

Estrategista, dediquei para você tópicos especialmente bem explicados sobre os


é

conceitos de Regiões de Saúde e Redes de Atenção à Saúde, porque andam despencando


o

nas provas.
a
dv
pi

2.13.1 REGIÃO DE SAÚDE E SEUS SERVIÇOS MÍNIMOS A SEREM OFERECIDOS


me

Uma Região de Saúde é conceituada pelo decreto como “espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de municípios
limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes
compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.” São instituídas pelos
estados, em parceria com os municípios que a comporão e observando as diretrizes da Comissão Intergestores Tripartite.
Como já previsto desde o Pacto pela Saúde, Regiões de Saúde não ficam restritas ao mesmo estado, podendo diferentes estados
pactuem sua implantação interestadual.
E, para funcionar, deve haver os seguintes elementos mínimos:

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 46


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

SERVIÇOS MÍNIMOS DE UMA REGIÃO DE SAÚDE


1. Atenção primária;
2. Urgência e emergência;
3. Atenção psicossocial;
4. Atenção ambulatorial especializada;
5. Vigilância em saúde.

2.13.2 PORTAS DE ENTRADA DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

m
Vamos conhecer quais serviços de saúde podem funcionar como portas de entrada:

co
• Atenção primária;
• Atenção de urgência e emergência;
• Atenção psicossocial;
• Serviços especiais de acesso aberto.
s.
Destacamos o conceito de “serviços especiais de acesso aberto”, os quais são conceituados pelo decreto como
“serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita

de atendimento especial”.
eo
o

Podemos citar, como exemplos, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) e os Centros de
ub

Testagem e Aconselhamento (CTA).


ro
id

O acesso a outros pontos da rede de atenção (referências), como serviços hospitalares e ambulatoriais, necessariamente deve ocorrer
é

por meio dessas portas de entrada, garantindo ao usuário a continuidade do cuidado.


o

Organizar as Redes de Atenção à Saúde dentro das Regiões de Saúde busca fundamentalmente promover o acesso universal e integral
da população ao Sistema Único de Saúde. Veja como o próprio Decreto 7.508/2011 trata da integralidade:
a
dv
pi

Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante
referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Intergestores.
me

Vamos praticar sobre Regiões de Saúde.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 47


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAI NA PROVA
(SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO – 2021) Considerando a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), no que tange
ao planejamento da saúde, à assistência à saúde e à articulação interfederativa, conforme disposto no Decreto no 7.508/2011, assinale a
alternativa correta.
A) O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde visa à fixação de médicos para atuação na atenção primária, em municípios com
elevado índice de vulnerabilidade social.
B) O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde regulamenta a contratação de médicos em caráter emergencial.
C) Para ser instituída, uma região de saúde requer, no mínimo, a comprovação da ausência de cobertura de serviços de atenção primária
superior a 50% da população.

m
D) Para ser instituída, uma região de saúde requer, no mínimo, ações e serviços de atenção primária; urgência e emergência; atenção
psicossocial; atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e vigilância em saúde.

co
E) Os serviços de atenção psicossocial não são considerados Serviços Portas de Entrada nas Redes de Atenção à Saúde.

COMENTÁRIO:
s.
Estrategista, o Decreto 7.508/2011 aprofundou as diretrizes da regionalização dos serviços e as ações de saúde. Sobre ele, vamos analisar
as alternativas:
Incorreta a alternativa A. O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde é o acordo entre os entes (municípios e estados) a fim de
organizar e integrar as ações e dos serviços de saúde em uma Região de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência

eo

aos usuários.
o

Incorreta a alternativa B. A regulamentação do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde não é direcionada à contratação
ub

emergencial de profissionais.
ro

Incorreta a alternativa C. A instituição de uma Rede de Atenção à Saúde necessita de, no mínimo: atenção primária, urgência e emergência,
id
é

atenção psicossocial, atenção ambulatorial especializada e hospitalar e vigilância em saúde.


Correta a alternativa D. Alternativa literal do Decreto 7.508/2011.
o

Incorreta a alternativa E. Os serviços de atenção psicossocial são considerados portas de entrada nas Redes de Atenção à Saúde, tal como
também são a atenção primária em saúde, as urgências e as emergências e os especiais de acesso aberto (como os Centros de Testagem
a
dv
pi

e Aconselhamento – CTA e os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador – CEREST).


(UNIVERSIDADE FEDERAL DE GRANDE DOURADOS – 2020) Região de Saúde é o espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos
me

de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura
de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.
BRASIL. Decreto 7.508 de 28 de junho de 2011 que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e dispõe sobre a organização
do Sistema Único de Saúde-SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências.
Brasília, DF, 2011.
Tendo também como referência a definição dada, analise as afirmações a seguir, assinalando V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Município, em articulação direta com a União, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na
Comissão Intergestores Regional (CIR).

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 48


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

( ) É vedada a instituição de Regiões de Saúde interestaduais, ainda que compostas por municípios limítrofes, dada a supremacia dos
critérios geográficos e de gestão.
( ) As ações e os serviços de atenção primária, urgência e emergência, atenção ambulatorial especializada e hospitalar são suficientes para
a instituição de uma Região de Saúde.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
A) V-V-V
B) V-F-F
C) F-V-F
D) F-F-F
E) F-F-V

COMENTÁRIO:

m
Vamos analisar as assertivas:

co
“As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Município, em articulação direta com a União, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na
Comissão Intergestores Regional (CIR)” = FALSA, pois a instituição das Regiões de Saúde é realizada pelos estados em articulação com os
municípios.
“É vedada a instituição de Regiões de Saúde interestaduais, ainda que compostas por municípios limítrofes, dada a supremacia dos critérios
s.
geográficos e de gestão.” = FALSA, há, sim, essa previsão, devendo os diferentes estados interessados pactuarem entre si em articulação
com os municípios.
“As ações e os serviços de atenção primária, urgência e emergência, atenção ambulatorial especializada e hospitalar são suficientes para

a instituição de uma Região de Saúde.” = FALSA, uma vez que os serviços mínimos de uma Região de Saúde devem ser: atenção primária,
eo

urgência e emergência, vigilância em saúde, atenção psicossocial e atenção ambulatorial especializada e hospitalar.
o
ub

Assim, Estrategista, todos os itens são falsos. Vejamos as alternativas:


ro

Incorretas as alternativas A, B, C e E, já que todos os itens são falsos.


id

Correta a alternativa D. Todas as proposições são falsas.


é
o

a

2.13.3 COMISSÃO INTERGESTORES REGIONAL


dv
pi

O Decreto 7.508/2011 esclarece o conceito da Comissão Intergestores Regional (CIR) como uma comissão no âmbito regional,

vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais, devendo observar as diretrizes da Comissão Intergestores
Bipartite. É formada por representantes da Secretaria Estadual e dos municípios envolvidos de uma determinada Região de Saúde.
me

É importante destacar essa Comissão para que não a confundamos com as demais
(bipartite e tripartite, plenamente estabelecidas na NOB 93) e nem com o Colegiado de Gestão
Regional – o qual foi previsto no Pacto Pela Saúde (2006) e teve seu conceito continuado com a CIR.
No Decreto 7.508/2011, não se usa mais o termo “Colegiado de Gestão Regional”, mas somente
“Comissão Intergestores Regional”.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 49


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.13.4 RELAÇÃO NACIONAL DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS (RENAME) E DE AÇÕES E SERVIÇOS


DE SAÚDE (RENASES)

Aprofundando na integralidade, o decreto apresentou dois importantes componentes da assistência à saúde: a RENAME e a RENASES.

RENAME E RENASES
RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais)
Constitui uma seleção padronizada dos medicamentos
disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), com previsão de
atualização a cada dois anos pelo Ministério da Saúde.

É interessante notar que os estados e municípios podem

m
acrescentar medicamentos à sua relação local, desde que justificado
por questões de saúde pública e os produtos tenham registro na

co
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Imagem Brasil: RENASES (Relação Nacional de Ações e
Serviços de Saúde)
Relação de todos os serviços e ações de saúde que o Sistema Fonte: Shutterstock.
s.
Único de Saúde (SUS) oferece aos usuários com objetivo de garantir
a integralidade do cuidado, também com previsão de atualização a
cada dois anos pelo Ministério da Saúde.

eo

Veja como a RENASES foi cobrada recentemente em prova:


o
ub
ro

CAI NA PROVA
id
é
o

(SANTA CASA DE RIBEIRÃO PRETO – 2021) A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde – RENASES

A) é definida pelo Ministério da Saúde que a publica anualmente após ouvir uma comissão especializada.
a

deve ser atualizada a cada 4 anos.


dv

B)
pi

C) compreende só as ações e serviços de especialidades que o SUS oferece ao usuário.


D) deve estar em consonância com as diretrizes pactuadas pela Comissão Intergestores Tripartite.
E) tem a finalidade de garantir a universalidade da atenção à saúde no SUS.
me

COMENTÁRIO:
Questões sobre RENASES E RENAME costumam cobrar os conceitos fundamentais que apresentei a você, Estrategista. Vamos analisar:
Incorreta a alternativa A. É publicada a cada dois anos, sendo observadas as diretrizes pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite.
Incorreta a alternativa B. Sua atualização é a cada dois anos.
Incorreta a alternativa C. A RENASES compreende todos os serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde, não apenas as ações
especializadas.

Correta a alternativa D. O Decreto 7.508/2011 deixa claro que devem ser observadas as diretrizes pactuadas na Comissão
Intergestores Tripartite.
Incorreta a alternativa E. O foco da RENASES é a integralidade, e não a universalidade.
Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 50
MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.13.5 REDES ESPECÍFICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE


A partir das características de Redes de Atenção à Saúde previstas tanto no Decreto 7.508/2011 quanto na Portaria 4.279/2010,
foram surgindo redes de atenção à saúde específicas a diversas necessidades, e elas foram consolidadas (reunidas) na Portaria nº 3, de 2017.
Não são frequentes pela nossa engenharia reversa questões sobre essas redes especiais e, quando aparecem, costumam ser perguntas não
tão aprofundadas sobre o tema. Vou apresentar para você as redes temáticas e ao mesmo tempo veremos como já apareceram nas provas.

Redes
temáticas

Cegonha

m
Atenção às

co
urgências e
emergências
Atenção à saúde das
pessoas com doenças
s.
crônicas

Atenção psicossocial

eo

Cuidados à pessoa
o
ub

com deficiência
ro
id
é

2.13.5.1 REDE CEGONHA


o

A Rede Cegonha consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção
a

humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento
dv
pi

saudáveis, de acordo com o Ministério da Saúde.


Com princípios que se relacionam ao respeito aos direitos humanos, à diversidade, à equidade e ao enfoque de gênero, a Rede visa
proteger a saúde materno-infantil com atenção que vai até os 24 (vinte e quatro) meses de vida criança.
me

A Rede Cegonha terá implementação gradual no país, seguindo critérios, como mortalidade infantil, razão de
mortalidade materna e densidade populacional.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 51


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

São quatro os componentes da Rede Cegonha (e já caíram em prova!). Veja:


• Pré-natal: realizado na unidade básica de saúde, com captação precoce da gestante, e acesso ao pré-natal de alto risco em
momento oportuno, além de apoio às gestantes nos deslocamentos para consultas e local onde será realizado o parto;
• Parto e nascimento: suficiência de leitos e direito a acompanhante durante acolhimento, pré-parto, trabalho de parto e pós-parto;
• Puerpério e atenção integral à saúde da criança: acompanhamento da puérpera e da criança na atenção básica, com visita
domiciliar na primeira semana após a realização do parto e nascimento, além de promoção do aleitamento;
• Sistema logístico: transporte sanitário e regulação: transporte seguro para as gestantes e puérperas de alto risco por meio do
SAMU Cegonha (Sistema de Atendimento Móvel de Urgência da Rede Cegonha), ambulâncias de suporte avançado com incubadora e
ventilador neonatal; Modelo “Vaga Sempre”, uma vinculação da gestante ao local do parto.

Pré-natal Parto e nascimento

m
co
Rede Cegonha
s.
Puerpério e criança Sistema logístico

eo
o
ub
ro

CAI NA PROVA
id
é
o

(UNIFESP – 2021) No âmbito do SUS, a Rede Cegonha, estabelecida pela Portaria 1459 do Ministério da Saúde (24/junho/2011), é:

A) o conjunto de maternidades próprias do SUS que visam à redução do número de cesáreas no Brasil.
a atuação da atenção básica para promover saúde materno-infantil e evitar mortalidade deste grupo.
a

B)
dv
pi

C) composta por comitês de mortalidade materno-infantil e linha de cuidado da criança, no primeiro ano de vida.

D) composta por pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança, transporte sanitário e regulação.

COMENTÁRIO:
me

A Rede Cegonha foi criada em 2011 pelo Ministério da Saúde e consiste em uma “rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito
ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento
seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis”. Analisemos as opções:
Incorreta a alternativa A. A Rede Cegonha não tem o conceito apresentado na alternativa e não prevê instituição de maternidades próprias
do Sistema Único de Saúde para reduzir a proporção de cesáreas, ainda que de fato a normativa apresente políticas que colaborarão para
aumentar a proporção de partos normais.
Incorreta a alternativa B. A proposta da Rede Cegonha relaciona-se à integralidade da atenção materno-infantil, por isso não se restringe
à atenção básica (prevê acesso ao pré-natal de alto risco em momento oportuno).

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 52


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Incorreta a alternativa C. As diretrizes da Rede Cegonha preveem garantia da atenção à saúde das crianças de zero a vinte e quatro meses
com qualidade e resolutividade, e não até um ano, como diz a alternativa.
Correta a alternativa D. A Rede Cegonha organiza-se a partir de quatro componentes, os quais foram corretamente descritos na
alternativa:
- Pré-natal;
- Parto e nascimento;
- Puerpério e atenção integral à saúde da criança;
- Sistema logístico: transporte sanitário e regulação.

2.13.5.2 REDES DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS (RUES)

m
Essa rede temática tem como finalidade articular e integrar todos os equipamentos de saúde, com objetivo de ampliar e qualificar o

co
acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência e emergência nos serviços de saúde.
A base das Redes de Atenção às Urgências e Emergências (RUEs) são a classificação de risco, a qualidade e a resolutividade na
atenção e devem estar presentes em todos os pontos da rede.
s.
Como a Rede Cegonha, as Redes de Atenção às Urgências e Emergências (RUEs) também terão implementação
gradual no país, mas nas RUEs os critérios serão outros: epidemiológicos e densidade populacional.

eo
o

Destaca-se ainda nas RUEs a priorização das seguintes linhas de cuidado:


ub

• Cerebrovascular;
ro

• Cardiovascular;
id

• Traumatológica.
é

Os componentes das Redes de Atenção às Urgências e Emergências são oito:


o

a
dv
pi

Promoção,
Atenção SAMU
prevenção e

básica
vigilância
me

Sala de Força Unidades de


estabilização nacional pronto
de saúde atendimento

Hospitais Atenção
domiciliar

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 53


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

A atenção básica é considerada responsável pelo primeiro cuidado às urgências e emergências, encaminhando aos serviços
especializados quando necessário.

Chamo sua atenção para a seguinte característica em relação aos tipos de atendimento do
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU):
Atendimento primário: quando o pedido de socorro vem diretamente dos usuários (exemplo:
quando a pessoa procura o hospital por conta própria);
Atendimento secundário: transporta paciente que já recebeu os primeiros cuidados em algum
serviço de saúde (exemplo: encaminhado da UPA ao hospital).

m
Sobre os componentes das Redes de Atenção às Urgências e Emergências (RUEs), destaco para você as Unidades de Pronto

co
Atendimento (UPA 24h). São caracterizadas por serem estabelecimentos de saúde de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas
de Saúde/Saúde da Família e a Rede Hospitalar.
A função das UPAs 24h é prestar atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos por quadros agudos ou agudizados
de natureza clínica e prestar primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica ou de trauma, estabilizando os pacientes e realizando a
s.
investigação diagnóstica inicial, definindo, em todos os casos, a necessidade, ou não, de encaminhamento a serviços hospitalares de maior
complexidade.
Existe uma previsão do porte das UPAs 24h a depender da população assistida e está em constante atualização (última de 2017).
Veja:

eo
o
ub

UNIDADES DE PRONTO ATENDMENTO (UPAs 24H)


ro
id

LEITOS DE OBSERVAÇÃO LEITOS SALA DE URGÊNCIA


é

POPULAÇÃO ABRANGIDA
(no mínimo) (no mínimo)
o

PORTE I 50.000-100.000 habitantes 7 leitos 2 leitos


a
dv
pi

100.001-200.000 habitantes 3 leitos


PORTE II 11 leitos

PORTE III 200.001-300.000 habitantes 15 leitos 4 leitos


me

Tabela 1: características dos portes das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24 horas).
Fonte: Portaria nº10/2017 do Ministério da Saúde.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 54


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAI NA PROVA
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – 2021) Sobre Unidades de Pronto Atendimento (UPA), pode-se afirmar que:
A) a) podem representar, devido à fragmentação da rede de atenção à saúde, um modelo competitivo com as unidades básicas, já que atua
como serviço de procura regular.
B) b) caracterizam-se pela prestação de cuidados oportunos, integrais e personalizados, direcionados a eventos agudos, ou “agudização” de
problemas crônicos.
C) c) apresentam forte orientação comunitária, uma vez que adotam critério geográfico de discrição da clientela e são influenciadas pelo
território onde se situam.
D) d) contribuem para a melhoria da situação de saúde brasileira através da prevenção de desfechos desfavoráveis em portadores de

m
doenças crônicas.

co
COMENTÁRIO:

As UPAs 24 horas prestam atendimento a condições agudas e agudizadas 24 horas por dia e fazem parte das Redes de Atenção às Urgências
e Emergências. Lembro a você que elas são consideradas atenção de média complexidade. Vamos avaliar as alternativas e encontrar a
s.
correta:
Correta a alternativa A. Na prática sabemos que há muitas lacunas na cobertura da atenção básica, então é frequente que a
população procure uma UPA como primeira opção frente a uma demanda de saúde.
Incorreta a alternativa B. Cuidados integrais, personalizados e oportunos desenvolvem-se na atenção primária à saúde, não nas urgências.

eo

Incorreta a alternativa C. Orientação comunitária é um atributo da atenção primária e ocorre nos serviços primários, como as Unidades
o

Básicas de Saúde, não nas UPAs 24 horas.


ub

Incorreta a alternativa D. A prevenção também se relaciona especialmente aos cuidados primários, e não às urgências (embora também
ro

devam ser orientadas medidas de prevenção nos serviços de urgência).


id
é
o

a
dv
pi

me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 55


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.13.5.3 REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS


Para as Redes, são consideradas doenças crônicas aquelas de início gradual, com duração longa ou incerta, que, em geral, apresentam
múltiplas causas e cujo tratamento envolva mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que, usualmente, não leva à
cura.
Agora em 2021, foi cobrada uma questão desse tema no Espírito Santo (Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves) sobre os princípios
da Rede. Vamos conhecê-los:

I - Acesso e acolhimento aos usuários com doenças crônicas em todos os pontos de atenção;

II - Humanização da atenção, buscando-se a efetivação de um modelo centrado no usuário, baseado nas suas
necessidades de saúde;

m
III - Respeito às diversidades étnico-raciais, culturais, sociais e religiosas e aos hábitos e cultura locais;

co
IV - Modelo de atenção centrado no usuário e realizado por equipes multiprofissionais;
s.
V - Articulação entre os diversos serviços e ações de saúde, constituindo redes de saúde com integração e
conectividade entre os diferentes pontos de atenção;

VI - Atuação territorial, com definição e organização da Rede de Atenção à Saúde das pessoas com doenças crônicas

eo

nas Regiões de Saúde, a partir das necessidades de saúde das respectivas populações, seus riscos e vulnerabilidades
o

específicas;
ub
ro

VII - Monitoramento e avaliação da qualidade dos serviços por meio de indicadores de estrutura, processo e
id
é

desempenho que investiguem a efetividade e a resolutividade da atenção;


o

VIII - Articulação interfederativa entre os diversos gestores de saúde, mediante atuação solidária, responsável e
compartilhada;
a
dv
pi

IX - Participação e controle social dos usuários sobre os serviços;

X - Autonomia dos usuários, com constituição de estratégias de apoio ao autocuidado;


me

XI - Equidade, a partir do reconhecimento dos determinantes sociais da saúde;

XII - Formação profissional e educação permanente, por meio de atividades que visem à aquisição de conhecimentos,
habilidades e atitudes dos profissionais de saúde para qualificação do cuidado, de acordo com as diretrizes da Política
Nacional de Educação Permanente em Saúde;

XIII - Regulação articulada entre todos os componentes da Rede de Atenção à Saúde das pessoas com doenças crônicas.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 56


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAI NA PROVA
(HOSPITAL ESTADUAL DR. JAYME S. NEVES [ES] – 2021) Sobre princípios da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas,
segundo o Ministério da Saúde, analise as assertivas abaixo e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) Acesso e acolhimento aos usuários com doenças crônicas em todos os pontos de atenção.
( ) Humanização da atenção, buscando-se a efetivação de um modelo centrado no usuário, baseado nas suas necessidades de saúde.
( ) Respeito às diversidades étnico-raciais, culturais, sociais e religiosas e aos hábitos e cultura locais.
( ) Autonomia dos usuários, com constituição de estratégias de apoio ao autocuidado.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
A) V – V – V – F.
F – F – F – V.

m
B)
C) V – F – F – V.

co
D) F – V – V – F.
E) V – V – V – V.

COMENTÁRIO:
s.
Estrategista, depois de conhecer os princípios da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, facilitou, não é mesmo?
Todas as assertivas são princípios (I, II, III e X). Vamos encontrar nosso gabarito:
Incorretas as alternativas A, B, C e D. Não há itens falsos.

eo

Correta a alternativa E. Todos os itens são verdadeiros.


o
ub
ro
id

2.13.5.4 REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL


é
o

A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) está em acordo com a Política Nacional de Saúde Mental, com a proposta de criar e ampliar

os pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo os casos decorrentes do uso de crack, álcool e
a
dv

outras drogas.
pi

Além das doenças mentais, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) inclui atenção para pessoas que sofrem efeitos
nocivos devido ao álcool, crack e outras drogas.
me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 57


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Os componentes da RAPS são:

Atenção Atenção Desinstitucionalização


Atenção Atenção Atenção de
residencial hospitalar e reabilitação
básica psicossocial urgência psicossocial
transitória
SAMU 192, Unidade em
Unidade básica, NASF, Centros de Atenção Unidade de Trabalho e renda
hospital geral
UPA 24h,
centros de convivência Psicossocial (CAPS) acolhimento
unidades básicas Serviços
Unidades Serviços de Hospital psiquiátrico terapêuticos
Consultório na rua ambulatoriais Portas hospitalares atenção em regionais
especializadas em hospital geral regime residencial
Hospital dia

m
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são formados por equipes multidisciplinares e realizam atendimento prioritariamente
a pessoas com transtorno mental grave e persistente ou transtorno mental em geral; suas atividades devem ser realizadas

co
preferencialmente em espaços coletivos, e o modo do cuidado é por meio do Projeto Terapêutico Singular.
s.
O Projeto Terapêutico Singular é uma ferramenta de trabalho da atenção básica direcionada a casos que
necessitam de cuidados terapêuticos interdisciplinares articulados e pode ser aplicada a indivíduos, famílias ou mesmo
à comunidade. Situações que necessitam de um Projeto Terapêutico Singular (PTS) são aquelas que exigem um olhar
individualizado, próximo e compreensivo com todos os aspectos envolvidos, sejam de saúde ou culturais.

eo
o
ub
ro

A respeito da atenção hospitalar na Rede de Atenção Psicossocial, veja as principais


id
é

atribuições dos componentes da rede:


o

- Leitos de saúde mental em hospital geral: casos graves de transtornos mentais e


por drogas, em especial abstinências e intoxicações severas;
a
dv
pi

- Serviço hospitalar de referência: retaguarda clínica por meio de internações de


curta duração;
me

- Hospital psiquiátrico: utilizado em Regiões de Saúde com pontos da RAPS ainda


insuficientes, devendo ser priorizada a expansão e a qualificação dos pontos em
substituição a leitos em hospitais psiquiátricos.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 58


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

2.13.5.5 REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA

A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência busca garantir a integralidade e a equidade do cuidado para pessoas com vários tipos
de deficiência (auditiva, visual, física, mental, intelectual, ostomia, e múltiplas deficiências) e é formada por componentes da atenção básica,
especializada e hospitalar.
Seus objetivos gerais são:
• Ampliar o acesso e qualificar o atendimento às pessoas com deficiência temporária ou permanente;
• Promover a vinculação das pessoas com deficiência auditiva, física, intelectual, ostomia e com múltiplas deficiências e suas famílias
aos pontos de atenção;
• Garantir a articulação e a integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do
acolhimento e classificação de risco.

m
co
Note que as pessoas com ostomias se enquadram na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência.
s.
Veja como, agora em 2021, esse tema caiu em prova. Vamos aprendendo:

CAI NA PROVA

eo
o

(SANTA CASA DE RIBEIRÃO PRETO – 2021) A tecnologia assistiva à pessoa com deficiência tem como finalidade
ub

A) proporcionar alívio de casos graves e qualidade de vida.


ro

B) melhorar o estado de saúde para que possa competir no mercado de trabalho.


id
é

C) proporcionar melhora da deficiência para que possa ter vida familiar e social.
o

D) proporcionar autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.


E) proporcionar estímulo para a busca da melhora do estado de saúde.


a
dv

COMENTÁRIO:
pi

As tecnologias assistivas são ações e serviços que permitem proporcionar ou ampliar as capacidades de pessoas com deficiências,
favorecendo a inclusão e independência. O desenvolvimento e a inovação em tecnologia assistiva fazem parte da Política Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiência (2011) e fazem parte da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência.
me

Vamos analisar as alternativas:


Alternativa A incorreta. A finalidade das tecnologias assistivas relaciona-se fundamentalmente à independência e à inclusão.
Alternativa B incorreta. A independência trazida por uma tecnologia assistiva pode favorecer a entrada no mercado de trabalho da pessoa
com deficiência, mas não é o objetivo principal dessas tecnologias.
Alternativa C incorreta. Tal como na alternativa B, essa pode ser uma consequência positiva da incorporação de tecnologias assistivas no
cuidado, contudo é uma consequência, e não a finalidade como solicita o enunciado.
Alternativa D correta, sem ressalvas.

Alternativa E incorreta. Proporcionar estímulo para a busca da melhora do estado de saúde não é a finalidade de uma tecnologia assistiva.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 59


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Ainda sobre o Decreto 7.508/2011, foi introduzido o conceito de Mapa de Saúde, que se trata de um instrumento de planejamento
dos gestores que permite a identificação das necessidades de saúde de um local. Ressalto para você, Estrategista, que o Mapa de Saúde
descreve a disponibilidade de recursos de assistência (incluindo recursos humanos) em uma área, seja ofertado pelo Sistema Único de Saúde
ou disponibilizado pela iniciativa privada.
Por fim, para formalizar o relacionamento entre os entes (municípios e estados), ou seja, para documentar os acordos relacionados
às políticas de regionalização e hierarquização, é utilizado o instrumento do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAPS);
nele, constam responsabilidades de cada gestor, metas e indicadores a serem alcançados, forma de financiamento, modos de controle e
fiscalização dos serviços prestados etc.

m
co
s.

eo
o
ub
ro
id
é
o

a
dv
pi

me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 60


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAPÍTULO

3.0 TERRITÓRIO
Estrategista, após estudarmos as regulamentações relacionadas à descentralização, vamos melhor conhecer o “território”. Parabenizo
você por ter chegado até aqui e prometo que não trarei “mais coisas a memorizar” − os conceitos já apendidos serão “aperfeiçoados”.
O território é o local onde ocorrem as ações e os serviços de saúde e, principalmente desde as NOAS 2001/2002, esse conceito
ganhou destaque, tornando-se protagonista na descentralização, afinal o ápice da descentralização é uma prestação de serviços direcionada
e especificada às necessidades de cada população local.

Em seu livro “Tratado de Medicina da Família e Comunidade”, Gusso e Ceratti (2018) descrevem assim o território:
“O território é um espaço limitado político-administrativamente ou por ação de um grupo social, em que se edificam e exercitam

m
os poderes do Estado e dos cidadãos, de grande importância para a definição de políticas públicas.”

co
Perceba que o território é muito além de um espaço geográfico (um bairro, uma cidade etc.). Ele é uma área “viva”, formado pela
interação das pessoas entre si, com o meio e com o espaço – o que torna cada território único em suas características históricas, culturais,
s.
políticas e epidemiológicas.
Veja conceitos específicos sobre territórios que são importantes para você conhecer para as provas − descritos por Gusso e Ceratti
(Tratado de Medicina de Família e Comunidade, 2018).

eo
o
ub

Território-distrito
Uma delimitação político-administrativa.
ro
id
é
Território

Território-moradia
o

Lugar de residência de uma família.



a

Território-área
dv
pi

Delimitação da área de abrangência


de uma unidade ambulatorial.

Território-microárea
me

Delimitado com a lógica da homogeneidade


socioeconômico-sanitária.

Para implantação de um serviço de saúde descentralizado que objetive promover acesso universal e um cuidado integral, é fundamental
conhecer e interagir com o território. O processo de análise do território constitui a territorialização.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 61


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Territorialização: conhecimento do território e de seus fatores múltiplos (político, social, econômico, cultural,
epidemiológico etc.) com objetivo de organizar o sistema de saúde que prestará serviço a ele e fundamentar as bases
para elaboração de políticas públicas.

m
co
Figura 6: mesma rua, realidades distintas. Se a unidade básica de saúde cuidar de ambas as áreas da mesma forma, sem realizar a territorialização, certamente vai
s.
oferecer serviços desnecessários a uma delas e deixar de oferecer outros fundamentais, falhando em pontos importantes para um cuidado integral.
Fonte: Shutterstock.

Cantinho da dúvida

eo
o
ub

“Professor, qual é a consequência de não fazer a territorialização?”


ro

Estrategista, se a territorialização não for realizada, um governo vai oferecer o mesmo tipo de
id
é

serviços para todas as regiões.


Imagine grandes cidade, como São Paulo e Salvador, oferecendo os mesmos cuidados de saúde
o

em todas as suas regiões. Com certeza, algumas áreas não se sentirão “identificadas” com os serviços lá
prestados e acabarão não tendo suas necessidades reais atendidas (prejuízo da integralidade). Sendo
a
dv
pi

assim, não buscarão um serviço de saúde capaz de prestar cuidados em relação às demandas da vida

real daquela população (prejuízo da universalidade do acesso).


Além disso, os gastos do sistema de saúde serão bagunçados e constituirão um desperdício em
diversos aspectos – já que não serão apropriados para as reais necessidades (por exemplo, investir em
me

hipoclorito e estratégias de cuidados com a água para consumo em um bairro com adequado sistema
de esgotamento e com água potável disponível na torneira).
Bem, Estrategista, eu falei que esse tema é bastante prevalente em provas de acordo com a nossa engenharia reversa. Então, agora
falta o quê? Vamos praticar!

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 62


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAI NA PROVA

(UNAERP [SP] – 2019) A Territorialização é um processo do planejamento em saúde. Tendo em vista tal afirmação,
assinale a opção correta.
A) O conhecimento do território irá determinar o número de unidades de saúde ao redor.
B) O território é delimitado por ferramentas eletrônicas.
C) É uma estratégia operacional do SUS.
D) O planejamento estratégico das ações é realizado previamente ao reconhecimento local.
E) As lideranças do território de abrangência determinarão qual a carteira de serviços oferecida pela unidade de
saúde.

m
COMENTÁRIO:

co
Estrategista, nessa questão, vamos conversar sobre os aspectos da territorialização, a qual faz menção ao processo de conhecimento de
um território específico em seus múltiplos aspectos (geográficos, humanos, sociais, epidemiológicos) de modo a permitir o planejamento,
a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais, com impacto na situação, nos condicionantes e
nos determinantes da saúde das pessoas e nas coletividades que constituem aquele espaço.
s.
Vamos analisar as alternativas:
Incorreta a alternativa A. O número de unidades de saúde e de equipes de saúde da família relaciona-se à população.
Incorreta a alternativa B. O território é determinado pela interação entre fatores vários: geográficos, humanos, sociais, epidemiológicos;

utilizar ferramentas eletrônicas para a determinação genérica de um território poderia não respeitar os aspectos subjetivos relacionados.
eo
o

Correta a alternativa C. A territorialização é uma estratégia operacional do Sistema Único de Saúde, uma vez que permite o
ub

conhecimento dos determinantes e condicionantes de saúde específicos daquela área e, então, torna possível um atendimento mais
ro

integral e resolutivo.
id

Incorreta a alternativa D. O planejamento estratégico é um passo após a territorialização, quando já se conhece o diagnóstico situacional
é

da área de atuação.
o

Incorreta a alternativa E. A participação popular na territorialização é fundamental para a adequada construção do entendimento da
realidade dos seus habitantes, contudo não é a partir disso que será determinada a oferta de serviços, ou seja, auxiliará a subsidiar as
a
dv

decisões do que implantar, mas não será decisória.


pi

(UFMT – 2021) Em relação ao tema “territorialização”, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
me

( ) Território distrito: delimitação político-administrativa.


( ) Território área: delimitada com a lógica da homegeneidade socioeconômica sanitária.
( ) Território microárea: delimitação da área de abrangência de uma unidade ambulatorial.
( ) Território moradia: lugar de residência de uma família.
Assinale a sequência correta.
A) F, V, F, V
B) F, V, V, F
C) V, F, F, V
D) V, F, V, F

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 63


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

COMENTÁRIO:
Estrategista, os conceitos de território são importantes para sua prova. Vamos revisar:
Segundo Gusso e Ceratti (2018), os territórios podem ser:
• Território-distrito: delimitação político-administrativa.
• Território-área: delimitação da área de abrangência de uma unidade ambulatorial.
• Território-microárea: delimitada com a lógica da homogeneidade socioeconômico-sanitária.
• Território-moradia: lugar de residência de uma família.
Vamos analisar as assertivas:
I: Verdadeira, adequadamente conceituado o território-distrito.
II: Falsa, pois é o conceito de território-microárea.
III: Falsa, é o conceito de território-área.

m
IV: Verdadeira, corretamente descrito o conceito de território-moradia.
Vamos às alternativas:

co
Incorretas as alternativas A, B e D. A sequência correta é “V, F, F, V”.
Correta a alternativa C. Sequência correta, como demonstramos.
s.
(HOSPITAL SANTA MARTA [DF] – 2021) “A visita domiciliar é fundamental para a dinâmica do processo de trabalho da atenção básica.”
MENDES, Eugênio Vilaça et al. (org.). Distrito Sanitário: o processo social de mudança das práticas sanitárias do Sistema Único de Saúde
(SUS).3. ed. São Paulo/Rio de Janeiro. Hucitec/ABRASCO, 1993, 310 p, com adaptações.

eo

A partir do trecho apresentado e considerando a divisão territorial proposta por Mendes (1993), destaca-se, como uma das divisões territoriais
o
ub

de atuação direta da visita domiciliar, o território:


ro

A) área.
B) microárea.
id
é

C) distrito.
o

D) moradia.
E) subárea.
a
dv
pi

COMENTÁRIO:

Estrategista, mais uma questão de classificação dos territórios. Vamos revisar, outra vez (e esse tema deve ser bem estudado, importantíssimo
na sua prova!):
me

Segundo Gusso e Ceratti (2018), os territórios podem ser:


• Território-distrito: delimitação político-administrativa.
• Território-área: delimitação da área de abrangência de uma unidade ambulatorial.
• Território-microárea: delimitada com a lógica da homogeneidade socioeconômico-sanitária.
• Território-moradia: lugar de residência de uma família.
Assim, no contexto da visita domiciliar, temos o “território-moradia”.
Incorretas as alternativas A, B, C e E. Não correspondem ao gabarito que demonstramos.
Correta a alternativa D. Nosso gabarito corresponde ao território-moradia.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 64


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

(FACULDADE DE MEDICINA DE CAMPOS [RJ] – 2019) A MFC Joana iniciou recentemente o trabalho na Unidade de Saúde Vale dos Sonhos.
Uma das atividades da sua primeira semana foi a territorialização. Sobre o processo de territorialização, é correto afirmar que:
A) Permite identificar grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades, possibilitando ações mais apropriadas e resolutivas;
B) Consiste em uma ação de prevenção de doenças e promoção da saúde das pessoas de um determinado território;
C) É uma atividade que compete principalmente aos Agentes Comunitários de Saúde, não devendo o médico priorizá-la em detrimento dos
atendimentos clínicos;
D) Tem como principal objetivo definir a população adscrita do território de uma unidade de saúde e sua divisão em áreas e microáreas;
E) Todas estão corretas;

COMENTÁRIO:

m
A nova Médica de Família e Comunidade iniciou a territorialização em sua unidade de saúde. Analisemos as alternativas:

Correta a alternativa A. A territorialização consiste em explorar as realidades do território em seus diferentes aspectos

co
(epidemiológico, cultural, social, político etc.), objetivando organizar os serviços de saúde de acordo com o conhecimento do território
específico onde a equipe atua.
Incorreta a alternativa B. A etapa de ações de saúde no território é possível a partir de quando se realiza a territorialização e se passa a
s.
conhecer a realidade das necessidades locais.
Incorreta a alternativa C. Toda a equipe da atenção primária deve estar envolvida na territorialização.
Incorreta a alternativa D. O principal objetivo não é a quantificação da população, mas o conhecimento dos diversos fatores relacionados
à vida no território.
Incorreta a alternativa E. Apenas a primeira alternativa se encontra adequada.

eo
o
ub
ro
id
é
o

a
dv
pi

me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 65


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAPÍTULO

4.0 REFORÇANDO CONCEITOS


Estrategista, deixo aqui para você uma tabela que ao mesmo tempo representa um pequeno glossário sobre termos relacionados à
descentralização e é uma revisão dos principais pontos que conversamos. Aproveite e revise.

Conceitos em descentralização do Sistema Único de Saúde

Conjunto de ações em saúde que visam a integralidade do


cuidado realizada em um território definido, por equipe
Atenção primária em saúde
especializada, utilizando tecnologias de baixa densidade. Termo

m
equivalente à “atenção básica”.

co
Órgão de pactuação e gestão comum entre os gestores
Colegiado Gestor Regional
envolvidos em uma rede de atenção à saúde.

Comissão integrada por gestores da secretaria estadual de saúde


s.
Comissão Intergestores Bipartite
e por órgão de representação das secretarias municipais.

Comissão integrada por gestores do Ministério da Saúde,


do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e


eo

Comissão Intergestores Tripartite


do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
o
ub

(CONASEMS).
ro
id

Comissão de âmbito regional, vinculada à Secretaria Estadual


é

Comissão Intergestores Regional de Saúde para efeitos administrativos e operacionais, devendo


o

observar as diretrizes da Bipartite.


a
dv

Acordos entre gestores com objetivo de prover serviços de


pi

Consórcios em saúde
saúde para seus cidadãos.

Acordo firmado entre os entes (geralmente municípios) para


Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde
me

organizar a rede regionalizada e hierarquizada.

Sétima Constituição do Brasil, representou inúmeros avanços em


Constituição Federal de 1988
termos de cidadania e participação popular.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 66


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social,


órgão extinto em 1993 que era responsável pelos aspectos
INAMPS
de saúde quando a atenção à saúde era vinculada ao modelo
previdenciário.

Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde, apresentou os


Lei 8.080/90
princípios e a organização do SUS.

Lei que estimulou principalmente a participação popular na


Lei 8.142/90 gestão do SUS, estabelecendo os Conselhos e as Conferências de
Saúde.

m
co
Ferramenta de gestão constituída por um mapa de distribuição
Mapa de Saúde dos recursos de saúde em uma localidade, incluindo públicos e
privados.
s.
Conceito introduzido pela NOAS 2001, consistia em uma área
Módulo assistencial que teria resolutividade que alcançasse pelo menos a média
complexidade.

eo

Instrumento de descentralização em que os municípios exercem


o

Municipalização
autonomia das ações e serviços de saúde em seus territórios.
ub
ro

Conceito introduzido pela NOB 9. Tratava-se de um município


id
é

Município “municipalizado” que preenchesse critérios de gestão para o repasse regular e


o

automático dos recursos financeiros federais do SUS.


Norma com objetivo de regulamentar e definir características


a
dv
pi

operacionais do SUS. Centralizou decisões no INAMPS, criou


Norma Operacional Básica 91 (NOB 91)

o Fator de Estímulo à Municipalização, equiparou prestadores


públicos e privados e previu os consórcios em saúde.
me

Norma Operacional Básica 92 (NOB 92) Norma que ajustou conceitos relacionados à NOB 91.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 67


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Norma que trouxe avanços importantes à descentralização,


definindo as Comissões Intergestores, estabelecendo o repasse
Norma Operacional Básica 93 (NOB 93)
de recursos fundo a fundo e criando modos de gestão do
sistema de saúde.

Norma que criou o Piso da Atenção Básica (PAB), alterou


Norma Operacional Básica 96 (NOB 96) os modos de gestão da NOB 93 (gestão plena) e criou a
Programação Pactuada e Integrada.

Normas que estabeleceram o Plano Diretor de Regionalização e


Normas Operacionais de Assistência à Saúde (NOAS 2001/2002)
criaram a Gestão Plena da Atenção Básica ampliada.

m
co
Esforço coletivo em prol do aperfeiçoamento do SUS, firmado
entre gestores municipais, estaduais, distrital e nacional,
Pacto pela Saúde (2006)
havendo três componentes: Pacto pela Vida, Pacto e Defesa do
SUS e Pacto pela Gestão.
s.
Componente do Pacto pela Vida, especificou a atuação sobre o
Pacto pela Gestão
SUS de cada nível de gestão e definiu as Regiões de Saúde.

eo

Forma de financiamento da atenção básica estabelecido pela


o

Piso da Atenção Básica (PAB) NOB 96, consistindo incialmente de um repasse de recursos de
ub

acordo com a população do município (PAB fixo).


ro
id
é

PAB instituído pela NOAS 2001, com o objetivo expandir a


Piso da Atenção Básica ampliado (PAB-A)
o

atuação estratégica da atenção básica nos municípios.


Ferramenta de organização da regionalização para servir com


a
dv
pi

“guia” em relação às estratégias elaboradas pelos gestores


Plano Diretor de Regionalização (PPR)

para regionalizar a saúde e garantir o cuidado integral aos seus


habitantes. É um dos destaques da NOAS 2001.
me

Modo como deve se desenvolver a relação entre os gestores


Programação Pactuada Integrada (PPI) regionais, a fim de elaborar estratégias claras de funcionamento
das ações e dos serviços de saúde. Instituído na NOB 96.

Conceito relacionado a um modo de cuidado integral da saúde,


Regionalização baseado em integração entre municípios, a fim de otimizar a
prestação de serviços.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 68


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Sistemas de Informação Ambulatorial (SIA) e Hospitalar (SIH),


consistem em ferramentas de informação em saúde e fonte de
SIA/SIH
dados para a gestão; no contexto da NOB 91, representavam
fundamentalmente as fontes de financiamento em saúde.

Espaço territorial em que se desenvolvem relações entre as


Território pessoas e entre as pessoas e o meio, havendo características
próprias culturais, políticas, epidemiológicas etc.

Processo de conhecimento do território para poder-se conhecê-


lo em suas particularidades a fim de elaborar a melhor e mais

m
Territorialização
específica forma de atenção em saúde de acordo com as
necessidades reais da população.

Transferência fundo a fundo


co É a transferência de recursos do Fundo Nacional de Saúde
(FNS) aos fundos municipais de modo que a gestão local tenha
s.
autonomia de realizar pagamentos e gastos de acordo com as
próprias necessidades.

Evento realizado em 1986, cujo lema foi “Saúde, direito de



eo

VIII Conferência Nacional de Saúde todos, dever do estado”, o que mais tarde seria tornado oficial
o

na Constituição Federal de 1988.


ub

Tabela 2: resumo dos principais conceitos em descentralização do Sistema Único de Saúde.


ro
id
é
o

a
dv

Estrategista, convido você a consolidar o conhecimento resolvendo mais algumas


pi

questões sobre os temas do nosso livro digital.



me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 69


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAI NA PROVA
(CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS OCULISTAS ASSOCIADOS [RJ] – 2018) Sobre NOB (Norma Operacional Básica) e NOAS (Norma Operacional
da Assistência), qual define o Piso da Atenção Básica (PAB) fixo e variável, assim como a possibilidade de habilitação dos municípios brasileiros
à Gestão Plena do Sistema Municipal?
A) NOAS 01/2001
B) NOB 01/96
C) NOB 01/93
D) NOAS 01/2002

COMENTÁRIO:

m
Estrategista, vamos analisar as alternativas e revisar cada norma:

co
Incorreta a alternativa A. A Norma Operacional de Assistência à Saúde de 2001 criou o Plano Diretor de Regionalização como característica
mais marcante e criou, ainda, a Gestão Plena da Atenção Básica ampliada (GPAB-A).
Correta a alternativa B. A NOB 96 criou o Piso da Atenção Básica (PAB).
s.
Incorreta a alternativa C. A NOB 93 caracterizou as Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite, criou modalidades de gestão para
estados e municípios e estabeleceu as transferências fundo a fundo.
Incorreta a alternativa D. A Norma Operacional de Assistência à Saúde de 2002 relaciona-se ao fortalecimento do processo de regionalização.

eo
o

(SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO– 2021) Considerando a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), no que tange
ub

ao planejamento da saúde, à assistência à saúde e à articulação interfederativa, conforme disposto no Decreto no 7.508/2011, assinale a
ro

alternativa correta.
id
é

A) O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde visa à fixação de médicos para atuação na atenção primária, em municípios com
o

elevado índice de vulnerabilidade social.


B) O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde regulamenta a contratação de médicos em caráter emergencial.
Para ser instituída, uma região de saúde requer, no mínimo, a comprovação da ausência de cobertura de serviços de atenção primária
a

C)
dv
pi

superior a 50% da população.


D) Para ser instituída, uma região de saúde requer, no mínimo, ações e serviços de atenção primária; urgência e emergência; atenção
psicossocial; atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e vigilância em saúde.
Os serviços de atenção psicossocial não são considerados Serviços Portas de Entrada nas Redes de Atenção à Saúde.
me

E)

COMENTÁRIO:
Estrategista, o Decreto 7.508/2011 aprofundou as diretrizes da regionalização dos serviços e das ações de saúde. Sobre ele, vamos analisar
as alternativas:
Incorreta a alternativa A. O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde é o acordo entre os entes (municípios e estados) a fim de
organizar e integrar as ações e os serviços de saúde em uma Região de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência
aos usuários.
Incorreta a alternativa B. A regulamentação do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde não é direcionada à contratação
emergencial de profissionais.
Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 70
MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Incorreta a alternativa C. A instituição de uma Rede de Atenção à Saúde necessita de, no mínimo: atenção primária, urgência e emergência,
atenção psicossocial, atenção ambulatorial especializada e hospitalar e vigilância em saúde.
Correta a alternativa D. Texto literal do Decreto 7.508/2011.
Incorreta a alternativa E. Os serviços de atenção psicossocial são considerados portas de entrada nas Redes de Atenção à Saúde, tal como
também são a atenção primária em saúde, as urgências e as emergências e os especiais de acesso aberto (como os Centros de Testagem
e Aconselhamento – CTA e os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador – CEREST).

(FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ [SP] – 2021) Conforme a Portaria MS no 483 de abril de 2014, são responsáveis pela Rede de Atenção
à Saúde:
A) Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais da Saúde, Distrito Federal e Secretarias Municipais da Saúde.

m
B) Secretarias Estaduais da Saúde, Secretarias Municipais da Saúde.
C) Secretarias Municipais da Saúde e Distrito Federal.

co
D) Ministério da Saúde e Distrito Federal.
E) Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Municipais.

COMENTÁRIO:
s.
Estrategista, todas as esferas de gestão têm responsabilidades em uma Rede de Atenção à Saúde, tanto que o financiamento é tripartite.
Detalho para você o seguinte: o Distrito Federal não é um estado, nem um município, mas sim assume competências mistas entre essas
duas formas de divisão administrativa. Assim, não deve ser incluído como um ou outro; e, na nossa questão em análise, deve fazer parte

eo

da resposta.
o
ub

Correta a alternativa A. Todos os entes federativos são responsáveis por Redes de Atenção à Saúde.
Incorretas as alternativas B, C, D e E, uma vez que todos os entes participam do financiamento.
ro
id
é
o

a
dv
pi

me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 71


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

Preparei uma lista exclusiva de questões com os temas dessa aula!


Acesse nosso banco de questões e resolva uma lista elaborada por mim, pensada para a sua aprovação.
Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser.

Resolva questões pelo computador

m
Copie o link abaixo e cole no seu navegador
para acessar o site

co
s. https://estr.at/L5YN


eo
o
ub
ro
id
é

Resolva questões pelo app


o

Aponte a câmera do seu celular para


o QR Code abaixo e acesse o app
a
dv
pi

me

Baixe na Google Play Baixe na App Store

Baixe o app Estratégia MED


Aponte a câmera do seu celular para o
QR Code ou busque na sua loja de apps.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 72


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAPÍTULO

6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm.
BRASIL. Decreto 7.508/2011. Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único
de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7508.htm.
GUSSO G.L.; CERATTI, J.M. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Ed. Artmed. 2018. 2377p.
BRASIL. Lei 8.080/1900. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm.

m
BRASIL. Lei 8.142/1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/

co
ccivil_03/leis/l8142.htm.

BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica 01/1991. Disponível em: http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/
Resolução%20258_07_01_1991.pdf.
BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica 01/1992. Disponível em: http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/Portaria%20
s.
234_07_02_1992.pdf.
BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica 01/1993. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1993/
prt0545_20_05_1993.html.

BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica 01/1996. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/legislacao/nobsus96.htm.
eo
o

BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional de Assistência à Saúde 01/2001. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
ub

saudelegis/gm/2001/prt0095_26_01_2001.html.
ro

BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional de Assistência à Saúde 01/2002. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/gm/2002/prt0373_27_02_2002.html.
id
é

OUVERNEY, A.M.; CARVALHO, A.B.; RIBEIRO, J.M.; MOREIRA, M.R. Federalismo Cooperativo, Regionalização e o Perfil de Governança
o

Institucional das Comissões Intergestores Regionais no Brasil. Cien Saúde Colet. 2020. Disponível em: https://www.cienciaesaudecoletiva.
com.br/artigos/federalismo-cooperativo-regionalizacaoe-o-perfil-degovernanca-institucional-das-comissoes-intergestores-regionais-no-
a
dv

brasil/17757?id=17757.
pi

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 399/2006 (Pacto pela Saúde). Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/

prt0399_22_02_2006.html.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 4.279/2010. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2011/img/07_jan_
me

portaria4279_301210.pdf.

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 73


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

CAPÍTULO

7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Estrategista, o processo de descentralização da saúde no Brasil é contínuo desde 1988 e seguirá sendo a cada nova tentativa de
ordenar-se a gestão (decretos, leis, portarias...), sempre com o objetivo de garantir o acesso à saúde a todos os brasileiros de modo integral e
o mais perto possível de casa.
A regionalização é uma das ferramentas mais valiosas nesse processo, pois se muitos municípios do país são pequenos para terem
completos recursos de saúde em suas áreas, então a oportunidade de pactuações com outros municípios garante a oportunidade de oferecer
os cuidados de saúde cada vez mais próximos. E é justamente para organizar isso que foram criadas as Regiões de Saúde e Redes de Atenção
à Saúde, vigentes atualmente.
Espero que você tenha aproveitado nosso livro digital! Não deixe de acompanhar os demais livros, aulas e podcasts de Medicina

m
Preventiva do Estratégia MED; e, para seguir aprimorando seu conhecimento sobre o Sistema Único de Saúde, acompanhe especialmente
nossos livros de “Princípios e Diretrizes do SUS”, “Marcos Legais do Sistema Único de Saúde”, “Políticas de Saúde” e “Financiamento em

co
Saúde”.
Qualquer dúvida, é só chamar!
Com os melhores votos,
s.

eo
o
ub
ro
id
é
o

a
dv
pi

me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 74


MEDICINA PREVENTIVA Processos de Descentralização e Regionalização do SUS Estratégia
MED

m
co
s.

eo
o
ub
ro
id
é
o

a
dv
pi

me

Prof. Camilo Ramos | Curso Extensivo | Abril 2022 75

Você também pode gostar