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FERIDAS E CURATIVOS

Apostila prática

GABRIELA SOUZA DE OLIVEIRA

E-book

VOLUME 1
FERIDAS E CURATIVOS
Apostila prática

GABRIELA SOUZA DE OLIVEIRA

1ª Edição
2018

Fala Enfermagem | 2
“Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na centésima
tentativa eu consegui, nunca desista de seus
objetivos mesmo que esses pareçam
impossíveis, a próxima tentativa pode ser a
vitoriosa.”

Albert Einstein

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---DICAS DE ESTUDO---
TOP 10

 Não se contente em ler: escreva!


Segundo o professor e autor de livros com dicas para estudos Pierluigi Piazzi, é importante estudar
escrevendo, e não só lendo. “Quem só lê perde a concentração. Quem escreve consegue entender o
assunto e mantê-lo na mente”.

 Escreva à mão em vez de digitar


Pesquisas já mostraram que os alunos que fazem isso aprendem mais do que quem só digita. “Você
tem movimentos totalmente distintos para escrever cada letra a mão, mas isso não existe quando
você está digitando. Isso faz com que mais redes neurais sejam ativadas no processo da escrita”, diz
o professor.

 Como saber o que vale colocar no papel


Faça resumos, fichamentos e esquemas da matéria. Mas nada de ficar copiando todo o conteúdo dos
livros.

 Estude sozinho
Por mais legal que seja se reunir com os amigos para estudar, você acaba falando mais de outras
coisas e as dúvidas permanecem. O professor Pierluigi é um grande defensor da ideia de que só se
aprende mesmo no estudo solitário. “Estudar em grupo é útil se você for a pessoa que explica a
matéria para os outros. Quem ouve não aproveita”, diz ele. A melhor dica para um bom estudo, aliás,
e explicar a matéria para si mesmo.

 Desligue todos os aparelhos eletrônicos


Na hora de estudar, nada de deixar o celular por perto avisando você de cada notificação das redes
sociais. E nem caia na tentação de abrir o Instagram só por “dois minutinhos”. Esses dois minutinhos
sempre se estendem e acabam com toda a sua concentração. Reserve um tempinho do seu dia só
para as redes sociais e faça isso virar rotina para que se acostume a checá-la apenas nesse tempo
específico.

 Estude em um local organizado e tranquilo


O resto da sua casa até pode ser uma bagunça, mas o local onde você costuma estudar precisa estar
sempre organizado e silencioso. Ter muitas coisas espalhadas pode atrapalhar a sua concentração e
há o risco de perder tempo procurando coisas que sumiram na bagunça.

 Música? Só em línguas que você não entenda


Não é proibido estudar ouvindo música – há quem precise dela para se concentrar. Mas evite ouvir
músicas em idiomas que você entenda – isso pode fazer com que você desvie sua atenção para a
letra e esqueça a matéria.

 Use marca-texto
Usar canetas coloridas e marca-texto para enfatizar os pontos principais é uma boa ajuda para
manter o foco no que for importante, especialmente se você tem problemas mais sérios de déficit de
atenção. Post-its também podem ser úteis.

 Respeite seu tempo


Se você é mais produtivo de manhã, deixe para estudar as matérias mais difíceis nesse período.
Quando sentir que a concentração não está rolando de jeito nenhum, faça uma pequena parada e
depois volte. Manter intervalos regulares é fundamental – e a frequência vai depender do seu ritmo.

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 Crie um pequeno ritual antes de estudar
Sempre que for mergulhar nos estudos, crie e respeite um ritualzinho antes. Pode ser um
alongamento, pegar um copo de suco para deixar na sua mesa, ou que mais achar melhor. Com o
tempo, seu cérebro vai entender que é hora dos estudos e ficará mais fácil se concentrar.

Fonte: Guia do Estudante (Publicado em: 9 de janeiro de 2018).

Dicas da Teacher:

 Veja vídeos motivacionais;


 Faça uma oração;
 Treine provas, questões,
simulados de concurso.
 Tenha perseverança,
aprenda com os erros.
 Afaste-se de pessoas
baixo astral;
 Seja confiante e acredite
que você é capaz.
 Comece hoje. Comece
novamente amanhã.
 Foco, força e fé.

Gabriela Souza

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Sobre a autora:

Gabriela Souza de Oliveira é natural da cidade de


Ubatã (Ba), atualmente reside na cidade de Itabuna,
também na Bahia, é Bacharel em Enfermagem, graduada
pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) em
2008, possui Especialização em Auditoria de Sistemas de
Saúde, Especialização em Enfermagem Intensiva de Alta
Complexidade, Especialização em andamento em
Enfermagem Dermatológica, Mestrado em
Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente (UESC).
Atualmente atua como servidora pública da Prefeitura
Municipal de Itabuna, na condição de Enfermeira
Assistencial, docente do curso de Enfermagem da
Faculdade Madre Thaís, coordenadora da Liga Acadêmica
de Terapia Intensiva (LIGATI-FMT) e tutora do Programa
de Residência Multiprofissional em Saúde da Família
(PRMSF – UESC), da Universidade Estadual de Santa
Cruz. Experiência na área de Enfermagem, com ênfase em
UTI e Saúde Pública.
Sua paixão por ensinar veio da experiência como docente do curso de
Enfermagem em uma faculdade da região. Adquiriu experiência hospitalar ao se
dedicar por mais de 10 anos como Enfermeira em Unidade de Terapia Intensiva.

Endereço para acessar o currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/7262101128488170

Contatos:

E-mail: fala.enfermagem.outlook.com
Instagram: @falaenfermagem

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Sumário

Assistência de Enfermagem ao paciente portador de ferimentos agudos e crônicos:


princípios científicos e cuidados na realização de
curativos..................................................................................................................................8

O ser com feridas......................................................................................................................9

A pele........................................................................................................................................9

Feridas....................................................................................................................................11

Cicatrização............................................................................................................................12

Fatores que interferem na cicatrização...................................................................................15

Biofilme...................................................................................................................................16

Processo de Enfermagem......................................................................................................18

Exames laboratoriais..............................................................................................................19

Curativos.................................................................................................................................21

Avaliação da ferida.................................................................................................................23

Considerações finais...............................................................................................................25

Questões de concurso............................................................................................................26

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Assistência de Enfermagem ao paciente portador de
ferimentos agudos e crônicos: princípios científicos e
cuidados na realização de curativos.

Desde os primórdios da humanidade observa-se uma grande preocupação do ser


humano em manter a integridade física por meio dos cuidados com a pele. A evolução
científica tem destaque no desenvolvimento da ciência entre gregos, árabes, romanos, e no
papel histórico de sacerdotes, pajés, feiticeiros e mulheres que sempre estiveram incluídas
no cuidado das pessoas desde o início da civilização (GAMBA, 2016).
Seja qual for o cenário, pode-se observar que as feridas sempre ocuparam lugar de
destaque nas civilizações e, certamente, os curativos que eram feitos primitivamente com
toda a sorte de substâncias, como esterco de animais, teia de aranhas. Nesse sentido, as
plantas medicinais, a argila e a água representaram uma verdadeira revolução no
tratamento de feridas naqueles tempos remotos, persistindo até os dias de hoje.

Florence cuidava de feridas utilizando os princípios de higiene e limpeza rigorosa dos


ambientes, evitando assim a proliferação de microrganismos infecciosos. No Cuidado direto
a lesão, a enfermeira promovia a higiene corporal dos pacientes e a limpeza das feridas,
enfaixando-as em seguida. Repouso, técnicas de posicionamento, alimentação correta e
controle de infecção foram critérios que ela utilizou e que são indispensáveis até os dias
atuais (GEOVANINI, 2014).
As feridas fazem parte da história da humanidade, e o tratamento delas continua
passando por uma série de processos em busca de qualidade e eficácia. Quanto ao uso de
novas tecnologias para o tratamento de feridas, o desafio para os profissionais de saúde
hoje está em saber usá-las adequadamente, sem aceitá-las passivamente, e sim refletindo e
criticando as questões que permeiam sua utilização e os impactos por ela gerados.
As tecnologias de cuidado não se restringem apenas aos recursos materiais, mas
também estão relacionados aos recursos humanos, saberes e práticas colocadas a serviço
do cuidado.
É fato que quanto mais recursos tecnológicos se têm à disposição, mais aumenta a
necessidade da presença do ser humano como essência do cuidado. O trabalho em equipe
passa a ser uma exigência, bem como a relação de confiança e parceria entre pacientes e

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profissionais, o que certamente colabora para a redução do tempo de internação e dos
índices de mortalidade e morbidade.

O ser com feridas

A experiência de conviver com uma ferida ou lesão, muitas vezes deformante e


incapacitante, limita as pessoas e seus projetos de vida, tornando-a tristes, frustradas, com
sentimento de culpa. Sentimentos de inadequação e autoimagem afetada levam essas
pessoas a buscar solidão. Cabe ressaltar que, embora a ferida não afete todo o corpo, mas
apenas parte dele, o fato de a sociedade cultuar e valorizar a imagem do corpo perfeito,
deixa em segundo plano o indivíduo como pessoa, estigmatizando quem está com uma
ferida, tornando-a vítima de preconceitos ao expor suas imperfeições (GEOVANINI, 2014).

Cuidar de um paciente portador de ferimentos agudos ou crônicos não se resume


apenas a realização de um curativo. Por meio de um olhar humanizado, o profissional de
saúde pode perceber que as pessoas sofrem por várias razões, dentre elas, pode-se
destacar o fato de ter uma ferida que compromete sua autoestima e autoimagem. A
abordagem deve ser multiprofissional, humanizada, com escuta compreensiva e
atenta, procurando estabelecer uma relação de ajuda com o paciente, visando
minimizar os impactos causados pela ferida em sua vida.

A pele:

A pele, o maior órgão do corpo, constitui 15% do peso corporal total do adulto,
ocupando aproximadamente 2m² de extensão. É uma barreira protetora contra os
microrganismos causadores de doença e um órgão sensorial para dor, temperatura e tato;
vigilância imunológica, barreira de proteção, e também sintetiza vitamina D. Sua constituição
em diferentes camadas, juntamente com as glândulas sebáceas e sudoríparas, protege a

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superfície do organismo contra agentes externos potencialmente agressivos. A lesão da
pele traz risco para a segurança e desencadeia uma resposta complexa de cura.
A pele é composta por três camadas: uma superficial, a epiderme; uma intermediária,
a derme; e uma mais profunda, a hipoderme (também chamada de tecido subcutâneo).
Todas as camadas se encontram unidas entre si (GEOVANINI, 2014).

A epiderme é constituída por um epitélio estratificado, pavimentoso e queratinizado,


possui células especiais como queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células
de Merkel. A Derme é constituída de tecido conjuntivo denso não modelado, situa-se logo
abaixo da epiderme, proporciona força e tração, sustentação mecânica; em sua camada
encontram-se colágeno, vasos e nervos; os fibroblastos (responsáveis pela formação do
colágeno) são o único tipo distinto de células. A hipoderme encontra-se abaixo e entre a
derme, sendo formada por tecido conjuntivo frouxo com quantidade variável de gordura,
possui lóbulos de adipócitos, delimitados por septos de colágeno com vasos sanguíneos,
formando a camada mais profunda da pele.

FUNÇÕES DA PELE:

 Proteção: barreira física, química e biológica que ajuda proteger o corpo


(pH).
 Sensibilidade: pois permite sensações tácteis, sensações térmicas e dor.
 Regulação da temperatura corpórea.
 Absorver e excretar líquidos;
 Protege na exposição aos raios solares.
 Exerce papel estético.

Compreender a estrutura da pele ajuda a manter a sua integridade e promover a


cicatrização das feridas. Quando a pele é lesada, a epiderme funciona recobrindo a ferida e
restaurando a barreira contra microrganismos invasores, enquanto a derme reage
restaurando a integridade estrutural e as propriedades físicas da pele.

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As responsabilidades mais importantes da enfermeira incluem avaliar e monitorar a
integridade da pele, identificar problemas, e planejar, implementar e avaliar intervenções
para manter a integridade. Uma vez ocorrida uma ferida, é crítico que se conheça o
processo normal de cicatrização, para estabelecer intervenções de enfermagem
apropriadas.

FERIDAS:

Segundo Geovanini (2014), feridas são lesões teciduais, deformidades ou soluções


de continuidade que podem comprometer desde as camadas mais superficiais da pele até
estruturas profundas, como fáscias, músculos, aponeuroses, articulação, cartilagem,
tendões ossos, órgãos cavitários e qualquer outra estrutura do corpo. Podem ser
provenientes de fatores extrínsecos, agentes físicos, químicos ou biológicos ou ocorrer
devido a distúrbios clínicos ou fisiológicos (diabetes, anemia falciforme, neoplasia). É
importante conhecer a etiologia de uma ferida porque o tratamento para ela varia,
dependendo do processo patológico subjacente.
A classificação da ferida é um dado importante que ajuda na avaliação, e orienta
os Profissionais de Saúde quanto ao diagnóstico, aos tratamentos e cuidados adequados,
tanto do paciente quanto da lesão, e possibilita a enfermeira compreender os riscos
associados e as implicações para a cura. Há muitos modelos de classificar as feridas. Os
sistemas de classificação descrevem a etiologia, evolução, complexidade,
comprometimento tecidual ou espessura, presença de infecção, ou as qualidades
descritivas do tecido da ferida, como a cor (GAMBA, 2016).

Fonte: Geovanini, Telma. Tratado de feridas e curativos: equipe multiprofissional. São Paulo, SP, Editora Rideel; 2014.

Quanto à etiologia as feridas podem ser classificadas como patológicas,


iatrogênicas, intencionais, acidentais ou traumáticas, e causadas por fatores externos. As
feridas patológicas são causadas por fatores endógenos ou lesões secundárias a uma ou
mais doenças de base (úlcera vasculogênica). As feridas intencionais são feridas

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previsíveis, também realizadas sob condições assépticas e de acordo com a necessidade
terapêutica específica. As feridas traumáticas ou acidentais ocorrem inesperadamente,
resultando de trauma, violência, acidente. As feridas causadas por fatores externos são
aquelas resultante de contato com a pele por substâncias inflamáveis, cáusticas,
extremamente quentes.
Quanto à evolução as feridas podem ser classificadas quanto agudas ou crônicas.
As agudas são feridas recentes, são aquelas de cirurgias ou traumas e a reparação ocorre
em tempo adequado; cicatrizam sem complicações e respondem bem ao tratamento. Já nas
crônicas, o processo de cicatrização é longo e demorado, possuem diversos fatores que
dificultam esse processo (excesso de exsudato, infecção).
O grau de comprometimento tecidual de uma ferida pode ser avaliado por meio do
estadiamento da lesão, que é um sistema que classifica as feridas a partir de uma avaliação,
o que permite documentar e registar a sua evolução de acordo com parâmetros
estabelecidos. É utilizado geralmente para classificar as lesões por pressão (LPP), de
acordo com seu estágio, e também em feridas causadas por queimadura, identificando o
grau da área queimada. A classificação por estágios facilita a uniformidade de informações.
Avaliando a espessura, as feridas podem ser classificadas como superficial,
quando envolve somente a epiderme, ou a porção superior da derme; profunda superficial,
quando destrói a epiderme, derme e o tecido subcutâneo, com perda total da espessura da
pele; e profunda total, que correspondem à destruição ou a perda total da epiderme, derme,
e do tecido subcutâneo, atingindo o tecido muscular e as estruturas subjacentes.
Uma ferida pode estar definida como limpa, contaminada, colonizada ou
infectada, dependendo do grau de invasão de microrganismos. As feridas limpas são
aquelas criadas em condições assépticas, onde os microrganismos durante procedimentos
são impedidos de penetrar. As feridas contaminadas são todas as lesões acidentais que
permanecem abertas por tempo superior a 6 horas, entre o trauma e o atendimento,
apresentam elementos contaminantes, sendo invadido por microbiota bacteriana
considerável, mas não virulenta. Nas feridas colonizadas, a superfície da ferida apresenta
microrganismos que se multiplicam, mas não chegam a produzir uma infecção. Já as feridas
infectadas são aquelas onde a lesão apresenta mais de 100.000 colônias de bactérias por
grama de tecido, ou quando existem sinais claros de infecção, local ou generalizado, sendo
evidências do processo infeccioso (tecido desvitalizado, exsudação purulenta e odor
característico) (GNEAUPP, 2002).
As chances de infecção da ferida são maiores quando ela contém tecido morto ou
necrótico, quando há corpos estranhos nela ou perto dela, e quando a irrigação e as defesas
locais do tecido estiverem reduzidas. A infecção bacteriana das feridas inibe a cicatrização.

CICATRIZAÇÃO:

A cicatrização das feridas envolve processos fisiológicos integrados. As camadas de


tecidos envolvidos e sua capacidade de regeneração determinam o mecanismo de reparo
para qualquer ferida. A cicatrização pode acontecer por primeira, segunda e terceira
intenção. Por primeira intenção ocorre em feridas pequenas, nas quais as bordas não são
muito afastadas, sem infecção e sem muito edema (incisão cirúrgica); na segunda intenção
ocorre grande perda de tecidos, maior afastamento das bordas, com ou sem infecção; nesse
caso pode-se tentar aproximação das bordas da lesão (lesão por pressão). Já na
cicatrização por terceira intenção, as feridas são contaminadas e exigem observação à

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procura de sinais de infecção; a ferida é deixada aberta e depois as bodas dela são
aproximadas (deiscência em ferida operatória) (POTTER, 2013).

O processo cicatricial é comum a todas as feridas, independentemente do agente


que a causou, é sistêmico e dinâmico e está diretamente relacionado às condições gerais do
organismo.
A cicatrização de feridas consiste em perfeita e coordenada cascata de eventos
celulares, moleculares e bioquímicos que interagem para que ocorra a reconstituição
tecidual. Esse processo ocorre em três fases: fase inflamatória, fase de proliferação ou de
granulação e fase de remodelação ou de maturação.
A fase inflamatória começa no momento da lesão, é a primeira etapa do processo
cicatricial, sendo a resposta inicial ao trauma. As plaquetas, hemácias e fibrinas, trazidas
pela corrente sanguínea facilitam as trocas. O coágulo protege a lesão da contaminação. A
lesão tecidual ocasiona a liberação de histamina, serotonina e bradicinina que causam
vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo, o que ocasiona sinais flogísticos, como calor e
rubor. O edema é ocasionado pela maior permeabilidade capilar, que aumenta o
extravasamento de líquido do meio intra para extracelular. Na fase inflamatória, os primeiros
componentes do sistema imune a chegarem na ferida são os monócitos e os neutrófilos, que
são responsáveis pela fagocitose de corpos estranhos. Essa fase dura em média 4 dias.
Na fase proliferativa ocorre a formação do tecido de granulação, composto por
novos vasos sanguíneos (angiogênese) a partir de brotos endoteliais, fibroblastos,
macrófagos, um arcabouço de colágeno que está ainda em formação, ácido hialurônico e
fibronectina. Esse processo se inicia 72 horas após a lesão e prolonga-se por até 2 a 3
semanas. O colágeno é produzido por fibroblastos, ficando responsável pela consistência e
força de cicatriz e formando a matriz celular.

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Fonte: Campos, A.C.L., Borges-Branco, A., Groth, A.K., Cicatrização de feridas. ABCD Arq. Bras. Cir. Dig., 2007;
20(1):51-8.

Na fase de maturação ocorre diminuição da vascularização e da atividade celular e


o aumento da resistência. No início da terceira semana do processo de cicatrização, há um
equilíbrio entre a produção e degradação de fibras de colágeno. O alinhamento das fibras é
reorganizado para aumentar a resistência do tecido e diminuir a espessura da cicatriz,
reduzindo a deformidade. É conhecida como fase estética da cicatrização (GAMBA, 2016).

Fonte: Campos, A.C.L., Borges-Branco, A., Groth, A.K., Cicatrização de feridas. ABCD Arq. Bras. Cir. Dig., 2007;
20(1):51-8.

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Fatores que interferem na cicatrização:

Fatores relacionados com as condições do individuo podem diminuir a resistência da


pele e predispor a formação de feridas. Além disso, a evolução do processo de cicatrização
pode sofrer interferência de alguns fatores locais (edema, infecção, ressecamento,
extensão e local da ferida, medicamentos tópicos, técnica curativo inadequada) e
sistêmicos (déficit nutricional, hormônios, medicamentos sistêmicos, doenças e tabagismo),
levando a má cicatrização de feridas (POTTER; PERRY, 2013).
Perfusão e oxigenação dos tecidos: doenças que alteram o fluxo sanguíneo
normal podem afetar a distribuição dos nutrientes das células, assim como dos
componentes do sistema imunitário. O diabetes predispõe ao aparecimento de feridas, pois
promove dois tipos de alterações vasculares, a disfunção microcirculatória não oclusiva e a
função microvascular. Alterações no fluxo também prejudicam a capacidade de transporte
dos antibióticos administrados, dificultando o processo de cicatrização.
O tabagismo reduz a hemoglobina funcional e causa disfunção pulmonar. O ato de
fumar reduz a tensão de oxigênio no sangue e no tecido subcutâneo, e leva a uma hipóxia
tecidual que perdura por alguns meses após a interrupção do hábito de fumar.
Localização da ferida: áreas mais vascularizadas e de menores mobilidades e
tensão, possibilitam a cicatrização mais rápida.
Existência de corpo estranho: implantes, válvulas artificiais, materiais de curativo
ou outro corpo estranho tendem a retardar o processo de cicatrização por serem inertes.
Medicamentos e radioterapia: corticoides, quimioterápicos e radioterapia podem
prejudicar a cicatrização de feridas porque diminuem a resposta imune adequada, interferem
na síntese proteica ou na divisão celular, afetando diretamente a produção do colágeno.
Estado nutricional: A cicatrização normal das feridas exige nutrição apropriada.
Deficiências de qualquer dos nutrientes resultam em comprometimento ou adiamento da
cicatrização. Presume-se que deprimem o sistema imunológico e tendem a diminuir a
qualidade e a síntese do sistema de reparação. Processos fisiológicos de cicatrização de
feridas dependem da disponibilidade de proteínas, vitaminas (A e C), e de oligoelementos
minerais, como o zinco e o cobre. O colágeno é uma proteína formada de aminoácidos
adquiridos pelos fibroblastos a partir das proteínas ingeridas na alimentação. A vitamina C é
necessária para a síntese de colágeno, e a vitamina A reduz os efeitos negativos dos
esteroides sobre a cicatrização das feridas. As carências de proteína e vitamina C são as
mais importantes, pois afetam diretamente a síntese de colágeno. As calorias fornecem a

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fonte de energia para sustentar a atividade celular da cicatrização a infecção das feridas
(POTTER; PERRY, 2013).
Sangramento: o acúmulo de sangue favorece a aglutinação de células mortas que
necessitam de remoção, além de ocasionar hematomas e isquemia, retardando o processo
de cicatrização.
Idade: os processos metabólicos diminuem com a idade, a pele se torna menos
elástica, devido à redução do colágeno e da vascularização, além da possibilidade de o
idoso apresentar desnutrição, dificultando a cicatrização de feridas.
Infecção: A infecção prolonga a fase inflamatória, atrasa a síntese de colágeno,
impede a epitelização, e aumenta a produção de citocinas pró-inflamatórias, o que leva a
mais destruição tecidual. É caracterizada pela alta concentração bacteriana,
comprometimento local do tecido e comprometimento do estado geral do paciente.

FATORES QUE INTERFEREM NA


CICATRIZAÇÃO:
• idades extremas;
• estado nutricional;
• extensão e localização da lesão;
• imunossupressão;
• doenças crônicas;
• distúrbios hematológicos;
• drogas e fumo;
• alterações da temperatura;
• privação do sono;
• radioterapia e quimioterapia;
• presença de infecção;

BIOFILME

É inevitável que feridas crônicas sejam colonizadas por microrganismos, quando a


infecção se torna persistente e recalcitrante, resulta na formação de comunidades
bacterianas complexas denominadas de biofilmes. Os biofilmes são constituídos de
comunidades microbianas muito organizadas, que se alojam no interior de uma matriz
extracelular protetora sintetizada pelas próprias bactérias. Podem ser encontrados extratos
aeróbicos e anaeróbicos, com importante potencial infeccioso e multirresistente que
enfraquece o organismo, danifica o leito da ferida, e compromete todo o processo de
cicatrização (GEOVANINI, 2014).
Os biofilmes têm sido associados a estas infecções, porque os microrganismos
geralmente resistem aos mecanismos de defesa do hospedeiro e às intervenções dos
antimicrobianos, aproveitando-se das condições da ferida para ganhar vantagem e
proliferar.

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Dados crescentes têm demonstrado a presença de biofilmes bacterianos em feridas
crônicas, o que contribui para sua persistência. Por exemplo, úlceras venosas podem
permanecer abertas por anos, pois a resposta imune do hospedeiro é geralmente incapaz
de eliminar o biofilme. Nesse sentido, o suprimento inadequado de sangue para a área
infectada resulta em resposta imune diminuída, aumento da virulência e necrose tecidual, o
que pode ocorrer em uma úlcera do pé diabético. Além disso, já foi sugerido que biofilmes
obtêm nutrientes do plasma e do exsudato presentes no leito da ferida (DAVIS et al., 2008;
JAMES et al., 2008).
A maioria dos trabalhos tem indicado a presença do microorganismo S. aureus em
feridas crônicas, seguido por P. aeruginosa. Nesse sentido, Gjodsbol et al. (2006) isolaram o
patógeno S. aureus em 93,5% das úlceras venosas analisadas. Além disso, pacientes com
úlceras do pé diabético infectadas por S. aureus precisaram de maior tempo de cicatrização,
devido à demora na reepitelização do tecido. O mesmo pode ocorrer em feridas crônicas
infectadas por P. aeruginosa, as quais também podem apresentar tamanho maior que
aquelas sem infecção (BJARNSHOLT, 2013).

Leia mais sobre Biofilme em: 1ª RECOMENDAÇÃO BRASILEIRA PARA O


GERENCIAMENTO DE BIOFILME EM FERIDAS CRÔNICAS E COMPLEXAS. 2018.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM EM FERIDAS E ESTÉTICA - SOBENFEE

O paciente pode ainda apresentar complicações na cicatrização das feridas, tais


como hemorragias, deiscência, infecção, queloides, contraturas, evisceração e fístulas
(GAMBA, 2016).
O profissional de saúde deve se concentrar na avaliação holística do paciente, ou
seja, nos seus estados nutricional, emocional, psicossocial e ambiental, evitando se
concentrar exclusivamente na avaliação da lesão. Estar ciente do processo saúde-doença e
da individualidade de cada paciente também inclui a avaliação do risco que ele apresenta
para desenvolver novas lesões.
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PROCESSO DE ENFERMAGEM

O processo de enfermagem fornece uma abordagem de tomada de decisão clínica


para o desenvolvimento e implementação de um plano individualizado de atendimento. O
Enfermeiro deve aplicar o processo de enfermagem e utilizar uma abordagem de
pensamento crítico ao tratar seus pacientes.
Durante a coleta de dados devem-se considerar todos os elementos que contribuem
para os diagnósticos de enfermagem apropriados. Ao cuidar de pacientes com integridade
da pele prejudicada são integrados conhecimentos de enfermagem e outras áreas,
experiências prévias e informações coletadas dos pacientes para compreender o risco para
integridade da pele e cicatrização de feridas.
Ao coletar os dados é investigada a história de enfermagem, analisando os fatores
que interferem nas necessidades dos pacientes portadores de feridas agudas e crônicas. A
história inclui a investigação de exposições ambientais, estado nutricional, doenças prévias,
tabagismo, e inclui uma revisão de medicamentos, alimentos e alergias, informações a cerca
de hábitos de vida, estado emocional, rotina diária, hábitos de higiene, história de exercícios,
cirurgias, utilizando-se de uma comunicação adequada, respeitando os aspectos culturais
do paciente (POTTER; PERRY, 2013).

Pela anamnese, podem-se obter elementos essenciais da história clínica que


conduzirão o profissional ao exame físico específico, e à utilização de estratégias de
investigação complementar, capazes de direcionar para a melhor terapêutica.
No exame físico da pele, o profissional de saúde deve investigar, através da
inspeção e da palpação, todos os seus aspectos. A inspeção deve envolver a pele, as
mucosas e os anexos, e ser realizada de maneira panorâmica, localizada, frontal e
tangencial (GAMBA, 2016). Observam-se alterações da uniformidade, sensibilidade,
coloração, hidratação, higiene, perdas e outras alterações teciduais. A palpação deve ser
realizada na área acometida, verificando se há lesões sólidas, bem como sua localização,
volume, textura, elasticidade, turgor, espessura e temperatura. Áreas localizadas sobre
proeminências ósseas ou sob aparelhos gessados, tração, talas, órteses, colares e outros
aparelhos ortopédicos são verificadas com maior atenção, pois existe um aumento na
incidência de lesões associadas a estes dispositivos.

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A avaliação inclui documentar o nível de mobilidade e os efeitos em potencial do
comprometimento da mobilidade sobre a integridade da pele. Pois alguns pacientes não
possuem a mobilidade adequada para prestar os cuidados necessários com a pele. A
exposição continua da pele a líquidos corporais (urina, fezes líquida, bile, e exsudato)
aumenta o risco do paciente para lesões, pois alteram principalmente o pH da pele.
Normalmente a pele apresentam um pH ácido, que é responsável pela sua proteção
bactericida e fungicida, com o avanço da idade o pH tende a se tornar cada vez mais neutro,
deixando-a mais sensível ao crescimento de bactérias (POTTER; PERRY, 2013).
A análise dos resultados de exames laboratoriais pode ser de grande ajuda para
determinar o potencial de risco de desenvolvimento de lesão. A Albumina sérica faz parte do
grupo básico de exames laboratoriais que possibilitam determinar o estado nutricional do
paciente. Outro importante exame é a dosagem da transferrina sérica, uma vez que essa
enzima é reduzida drasticamente na desnutrição e nos quadros inflamatórios. O hemograma
é outro exame a ser avaliado, pois nele destacam-se o valor de hemoglobina, que é o
principal veículo para transporte de oxigênio, um dos elementos essenciais para
manutenção da viabilidade tecidual. Os níveis plasmáticos de vitamina C são utilizados
como indicadores do estado nutricional dessa vitamina. A contagem de plaquetas,
leucograma, glicemia, ureia e creatinina, proteína C reativa, ajudam a avaliar de forma mais
sistêmicas outras alterações (GAMBA, 2016).
O resultado dos testes diagnósticos fornecem dados valiosos para coleta e permeiam
melhores diretrizes de tratamento, auxiliando na obtenção de melhor prognóstico clínico.
Exames como ultrassonografia doppler, oximetria transcutânea, teste de pH, exame
histopatológico (biópsia), cultura com antibiograma e ultrassonografia podem ser realizados.
O padrão-ouro para identificar os microrganismos causadores de infecção na ferida é a
biópsia tecidual (GAMBA, 2016).

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Ao realizar a avaliação da pele, devem-se considerar seus aspectos normais, suas
possíveis alterações naturais relacionadas com a idade, doenças sistêmicas, fatores
ambientais e as influências endógenas do indivíduo.
Uma coleta de dados completa revela padrões de dados que permitem que a
enfermeira estabeleça diagnóstico de enfermagem relevante e preciso. A identificação das
características definidoras leva à escolha de diagnóstico apropriado. Sendo assim, a
enfermeira escolhe intervenções que tratam ou modificam o fator relacionado ao diagnóstico
a ser resolvido.
O plano de cuidados para prestar assistência de enfermagem ao paciente portador de
ferimentos agudos e crônicos deve incluir metas realistas e individualizadas, juntamente
com resultados importantes, determinado quais são as prioridades de atendimento, pois os
pacientes com problemas cutâneos necessitam frequentemente de intervenções em várias
áreas, possuem múltiplas necessidades de cuidados.
É necessário incorporar atividades de promoção da saúde individualizadas e
intervenções terapêuticas para atender às necessidades do paciente. São empregadas
intervenções independentes e colaborativas para ajudar o paciente alcançar os resultados
desejados e as metas.
A promoção da saúde auxilia o paciente a compreender e participar de práticas de
mudança no estilo de vida, dieta apropriada, eliminação do fumo e outras drogas, ingestão
de líquidos adequados, e fatores que promovam e mantenham uma integridade da pele
através dos cuidados continuados. Outros objetivos dos cuidados para paciente com ferida
incluem promover a hemostasia da ferida, prevenir infecção, promover a cicatrização,
manter integridade da pele, adquirir conforto e promover a saúde.
Talvez a intervenção mais eficaz para problemas com integridade da pele e cuidado
de feridas seja prevenção. A identificação imediata dos pacientes de alto risco e de seus
fatores de risco ajuda a prevenir as lesões. O ideal são reduzir ou eliminar os fatores de
riscos identificados e certificar-se de que a pele do paciente esteja sempre limpa e seca,
mantendo uma hidratação adequada. As intervenções de posicionamento reduzem a
pressão e a força de cisalhamento na pele (POTTER; PERRY, 2013).
Caso essas medidas preventivas sejam adotadas e não evitem a lesão, o enfermeiro
deve iniciar medidas de tratamento, utilizando técnicas e curativos adequados para
promover a cicatrização.

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CURATIVOS:

O curativo é um procedimento de cuidado de uma ferida ou lesão da pele, que


consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura estéril em uma ferida, quando necessário,
com a finalidade de promover a rápida cicatrização e prevenir a contaminação ou infecção.
Os curativos podem ser o próprio tratamento definitivo ou apenas uma etapa intermediária
para o tratamento cirúrgico (OLIVEIRA, 2016).
O curativo tem ainda como finalidades: remover corpos estranhos, reaproximar
bordas separadas, promover a hemostasia, preencher espaços mortos, favorecer a
aplicação de medicamento tópico, realizar desbridamento mecânico, reduzir o edema,
facilitar a drenagem de exsudato, isolamento térmico, limitar a movimentação dos tecidos
em torno da ferida, dar conforto psicológico e diminuir a intensidade da dor (GEOVANINI,
2014).
A cobertura escolhida para tratar a lesão constitui um aspecto fundamental no
tratamento de feridas, porque favorece um microambiente adequado para restauração dos
tecidos, por meio da manutenção da umidade, do isolamento térmico, da proteção da ferida
contra trauma e a penetração de bactérias exógenas, da proteção da pele perilesão e da
promoção do conforto do paciente por controle do odor, redução da dor e contenção do
exsudato.

Em 1979, Turner apontou uma relação de critérios para cobertura ideal que
continuam vigentes até os dias de hoje:
Remover excesso de exsudato e componentes tóxicos;
Manter umidade elevada na interface ferida/ curativo;
Permitir trocas gasosas;
Promover isolamento térmico;
Proporcionar proteção contra a infecção secundária;
Ser isento de partículas e de substâncias tóxicas;
Tornar possível a remoção não traumática;
Proporcionar conforto ao paciente.

Na década de 1990, houve um aumento significativo de novos produtos para o


tratamento de feridas e as novas coberturas se tornaram altamente especializadas em
virtude de suas características funcionais, como aderência, adaptação, absorção,
hidratação, atividade antimicrobiana e controle do odor (GAMBA, 2016).
A manutenção de um ambiente local fisiológico para ferida é o objetivo do tratamento
eficaz. Para manter um ambiente saudável é preciso abordar os seguintes princípios:
impedir e tratar a infecção, limpar a ferida, remover o tecido não viável, controlar o exsudato,
manter a ferida em ambiente úmido e proteger. Uma ferida não atravessa as fases de
cicatrização se estiver infectada (POTTER; PERRY, 2013).
Há no mercado mundial diversos materiais de curativo que podem ser utilizados nas
diferentes etapas de tratamento das feridas, como higienização, desbridamento, diminuição
da população bacteriana, controle do exsudato e estímulo à granulação e proteção da
reepitelização. Porém antes de escolher uma cobertura é necessário avaliar a lesão, a sua

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localização, estágio, tamanho, tipo e quantidade de tecido, exsudato e condições da pele em
torno da ferida, para assim usar as técnicas e substâncias adequadas, levando em
consideração as características do paciente e os custos do tratamento, e principalmente
utilizando um raciocínio clínico e pensamento crítico, não há um único curativo ideal, ou a
melhor cobertura para todas as feridas.

Inicialmente, os produtos apresentados no mercado com finalidade de agir como


coberturas foram feitos de material plástico, como polietileno, e posteriormente evoluíram
para as atuais coberturas, como o hidrocoloide, o hidrogel, as esponjas e os alginatos.
Existem ainda terapias mais sofisticadas que contribuem e melhoram o processo de
cicatrização como as biomembranas, carvão ativado, matriz de regeneração dérmica,
terapia larval, terapia com pressão negativa, oxigenoterapia hiperbárica e laserterapia
(OLIVEIRA, 2016).
As coberturas mais recentes incrementam a cicatrização e diminuem a dor. De modo
geral, a cobertura adequada deve oferecer mais proteção e menos riscos de
desenvolvimento de infecção, promovendo boa cicatrização no meio úmido. A facilidade de
aplicação e remoção, e os princípios gerais dos cuidados com as feridas, como a limpeza,
desbridamento e o processo de cicatrização, deve ser mantida, obedecendo aos requisitos,
critérios, objetivos e às suas respectivas finalidades.
Vários tipos de cobertura podem ser utilizados para promover ambientes adequados e
facilitar o processo de cicatrização. Diante de tanta diversidade, cabe à equipe
multiprofissional optar por aquelas que melhor atendam às expectativas.
O curativo pode ser realizado através de duas técnicas básicas: estéril e limpa. A
técnica estéril é utilizada quando o curativo é realizado em ambiente hospitalar ou em outra
instituição de saúde, utilizando-se material esterilizado, como pinças ou luvas, e solução
fisiológica a 0,9% para higienização, além de cobertura estéril. A técnica limpa é utilizada
quando o curativo é realizado em ambiente domiciliar, o ambiente e o material devem estar
limpos, e a cobertura deve ser estéril (POTTER, PERRY, 2013).
A limpeza da ferida tem como objetivo principal a remoção de substâncias nocivas na
ferida que interferem no processo de cicatrização. Deve além de remover resíduos
indesejáveis no leito da ferida, permitir o acesso do agente químico e/ou físico aos
microrganismos patogênicos. A substância utilizada não deve ser citotóxica.
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O soro fisiológico é a solução de limpeza geralmente mais utilizada, porém é
necessário um consenso entre as soluções utilizadas, porque soluções não estéreis como a
água potável pode ser utilizada, além de outras soluções antissépticas (PHMB, clorexidina).
O uso de soluções antissépticas deve ser avaliado com critério, pois podem aumentar a
resistência antimicrobiana.
A solução de limpeza ideal é aquela que está amplamente disponível; permite o
manuseio seguro para o paciente e o profissional de saúde; não é citotóxico aos tecidos
vivos; é eficaz para remoção das sujidades da ferida, corpo estranho, resíduos de agentes
tópicos, exsudatos e bactérias.
Quanto ao método de limpeza, a irrigação é um método comum de fazer uma
solução de limpeza de ferida chegar ao local desejado. Consiste na limpeza da ferida com
fluidos aplicados com dispositivos tais como seringas agulhadas ou não, frascos de soro
fisiológico furado, entre outros. É considerado o método de limpeza mais seguro e menos
traumático para a ferida, e a pressão considerada ideal para remover detritos e/ou bactérias
no leito da lesão e de 8 a 15 psi (POTTER; PERRY, 2013).
Algumas feridas podem ainda necessitar de desbridamento, que é a remoção de
tecido necrótico não viável, detritos celulares, exsudatos e resíduos estranhos. Os métodos
de desbridamento incluem mecânico, autolítico, químico e cirúrgico. A remoção do tecido
necrótico é necessária para livrar a ferida de uma fonte de infecção, possibilitar visualização
do leito, e proporcionar uma base limpa necessária para a cicatrização (POTTER, 2013).
Ao realizar o tratamento de lesões, uma atenção especial deve ser dada a área
perilesão, pois esta pode ficar lesionada devido o excesso de exsudado, umidade,
secreções, e então ocorrer a maceração das bordas, que retardam o processo de
cicatrização (GAMBA, 2016). Os cremes de barreiras podem ser utilizados nessas regiões
protegendo essas áreas.

ALGUMAS NORMAS GERAIS PARA REALIZAÇÃO DO CURATIVO SÃO:


• Explicar ao paciente o procedimento;
• Lavar as mãos antes e após cada curativo;
• Administrar analgésico s/n;
• Expor a ferida e o material o mínimo de tempo possível;
• Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de retirá-las;
• Não falar e não tossir sobre a ferida e ao manusear material estéril;
• Não comprimir demasiadamente com ataduras e esparadrapos o local da ferida, garantindo boa circulação;
• Trocar os curativos úmidos quantas vezes forem necessárias;
• Quando o curativo da ferida for removido, a ferida deve ser inspecionada quanto a sinais de infecção.
• Colher material para cultura, se necessário;
• Iniciar o curativo de incisão limpa e fechada, seguindo-se de ferida aberta não infectada, drenos e por último as
colostomias e fístulas em geral;
• Não secar o leito da lesão;
• Preencher túneis e cavidades;
• Proteger as bordas da lesão;
• Não utilizar substâncias tóxicas
• Registrar o procedimento descrevendo todas as características da ferida e substâncias utilizadas no curativo;

AVALIAÇÃO DA FERIDA:

À medida que os curativos vão sendo realizados é preciso que a ferida seja avaliada
continuamente. A mensuração das feridas possibilita o registro das dimensões da extensão,
profundidade, largura, comprimento e tunelizações.

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A mensuração do tamanho da ferida é um indicador para acompanhar a evolução do
processo de cicatrização. São utilizados aparelhos descartáveis (swab, réguas) de medida,
registro fotográfico (autorizado pelo paciente), como um método uniforme e consistente, a
fim de facilitar a comparação significativa da medida da ferida ao longo do tempo. É
importante avaliar o tecido, a quantidade e o tipo de secreção presente na ferida, pois
podem indicar melhora ou piora do quadro cicatricial.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Promover uma assistência de Enfermagem ao paciente portador de ferimentos agudos


e crônicos requer um preparo técnico e científico, sendo assim, o enfermeiro deve
desenvolver a capacidade de priorizar e operacionalizar a assistência de forma sistemática,
contribuindo através da produção de conhecimento com criticidade e criatividade para
promover o bem-estar do paciente/cliente.
Mostra-se, relevante neste contexto a necessidade de que o enfermeiro tenha uma
visão voltada para a subjetividade e a singularidade do paciente, pressupondo o
desenvolvimento de posturas relacionadas ao vínculo, ao acolhimento, à afetividade e ao
respeito, pois cuidar e prestar assistência ao paciente com lesões não se trata somente da
realização de um curativo. É importante ressaltar que o cliente portador de qualquer tipo de
ferida deve ser encarado como um sujeito que se emociona, que sente, que deseja e que,
como qualquer outro, tem necessidades.
Como importante elemento do tratamento tópico de feridas, as coberturas, técnicas e
novas tecnologias devem ser conhecidas e reconhecidas pelos profissionais envolvidos com
os cuidados de pessoas com lesões, já que não existe a cobertura ideal para todas as
feridas, nem para a mesma ferida nas diversas fases do processo de reparação tecidual.
Na assistência de enfermagem ao portador de lesão de pele é de fundamental
importância o contexto de atendimento multidisciplinar, desde a avaliação inicial das lesões
e o tratamento tópico que envolve a indicação das coberturas, até as reavaliações e
condutas frente à evolução da terapia proposta.

“O cuidar da ferida de alguém vai muito além dos cuidados gerais ou da realização de um
curativo. Uma ferida pode não ser apenas uma lesão física, mas algo que dói sem
necessariamente precisar de estímulos sensoriais; uma marca ou uma mágoa, uma perda
irreparável ou uma doença incurável. A ferida é algo que fragiliza e muitas vezes incapacita.”

Jorge & Dantas (2003)

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Questões de concurso

1- Prefeitura de Fortaleza - CE - 2016 - Prefeitura de Fortaleza - CE - Enfermeiro (Edital nº 97)

Avaliar a ferida do paciente é fundamental na tomada de decisão e no processo de cicatrização. O enfermeiro


pode se deparar com inúmeras situações, devendo estar ciente do correto manejo da ferida avaliada. Marque a
alternativa correta, que evidencia a conduta diante de uma ferida com exsudato de moderado a intenso.

a)Realizar desbridamento, pois deve-se remover esse exsudato diante do risco de crescimento bacteriano, com
o auxílio do hidrogel.
b)Realizar a limpeza com soro e cobrir com gaze úmida, deixando o exsudato, pois a hiper-hidratação favorece a
cicatrização.
c)Realizar absorção, por meio de coberturas disponíveis na instituição como alginato ou curativo de espuma.
d)Realizar a inserção de filmes transparentes, mantendo o ambiente úmido.

2- Nível Médio - Cargo: Técnico de Enfermagem - Órgão: EBSERH - Banca: AOCP - Ano: 2016

No que se refere à finalidade dos curativos, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e
assinale a alternativa com a sequência correta.

( ) Devem proporcionar ambiente favorável à cicatrização.


( ) São utilizados apenas para feridas com cicatrização por terceira intenção.
( ) Evitam contaminação bacteriana exógena.
( ) No período pós-operatório, devem ser sempre oclusivos e compressivos nas primeiras 48 horas.

a) V - F - V - F.
b) F - V - F - V.
c) V - F - F - V.
d) F - F - V - V.
e) V - V - V - V.

3- A cicatrização de feridas é um processo altamente complexo, sendo importante compreender os processos


fisiológicos envolvidos. A cura da ferida ocorre em 3 fases:

a)Proliferativa, maturação, granulação


b)Inflamatória, proliferativa, de maturação
c)Inflamatória, maturação, granulação
d)Maturação, proliferação, eptelização

4- Em relação às feridas e aos curativos, é INCORRETO afirmar:


A. Na limpeza das feridas ou áreas do dreno, a limpeza deve ser realizada partindo-se da área mais
contaminada para a menos contaminada.
B. As camadas de um curativo absorvem a drenagem e evitam a entrada de bactérias nas feridas.
C. Os princípios dos primeiros socorros da ferida incluem o controle de sangramento, a limpeza e a proteção da
ferida.
D. Uma distensão aguda, uma fratura ou uma contusão responde melhor à aplicação de frio.
E. A avaliação da ferida requer uma descrição da aparência do leito da ferida, do tamanho, da presença de
exsudato e da condição da pele ao redor da ferida para que se defina o curativo adequado ao seu tratamento.

5-Nível Médio - Cargo: Técnico de Enfermagem - Órgão: EBSERH/HRL - UFS - Banca: AOCP - Ano: 2017

Sobre a realização de um curativo em uma ferida crônica (úlcera venosa), é correto afirmar que:

a) para acelerar o processo de cicatrização deve ser aplicado PVPI tópico no leito da ferida.
b) o desbridamento mecânico compreende o uso de colagenase para remoção de tecido necrótico e deve ser
aplicado duas vezes ao dia.
c) em feridas infectadas o processo de cicatrização acontece de forma acelerada.
d) deve-se orientar o cliente sobre os seguintes cuidados: não tocar com a mão a ferida, não falar sobre a lesão,
não pegar em materiais esterilizados.
e) a remoção do curativo anterior e a limpeza das bordas distantes dispensam o uso de pinças e devem ser
realizadas preferencialmente com luvas de procedimento.

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6- Nível Médio - Cargo: Técnico de Enfermagem - Órgão: Prefeitura de Luís Correia/PI - Banca: CRESCER
- Ano: 2017

Sobre o tratamento de feridas e a realização de curativos, é INCORRETO afirmar que:

a) A melhor técnica de limpeza do leito da ferida é a irrigação com jatos de soro fisiológico a 0,9% morno.
b) O filme transparente não é indicado como cobertura primária em feridas altamente exsudativas.
c) A placa de hidrocolóide é indicada em feridas infectadas e altamente exsudativas.
d) A técnica de limpeza ideal para a ferida é aquela que respeita o tecido de granulação, preserva o potencial de
recuperação, minimiza o risco de trauma e/ou infecção.

7- CESPE- 2017- TER-BA- Técnico Judiciário- Enfermagem

São denominados lesões por pressão os danos localizados na pele e(ou) em tecidos moles subjacentes,
geralmente sobre uma proeminência óssea, causados por pressão intensa e(ou) prolongada, em combinação
com o cisalhamento do tecido. Classifica-se como lesão de estágio 3 a lesão por pressão caracterizada por:

a) pele intacta ou não, com presença de bolha com exsudato sanguinolento.


b) perda da pele em sua espessura total e perda tissular.
c) pele íntegra com área localizada de eritema que não embranquece.
d) perda da pele em sua espessura total, com visibilidade do tecido adiposo.
e) perda da pele em sua espessura parcial, com exposição da derme.

8- Nível Superior - Cargo: Enfermeiro Plantonista - Órgão: Prefeitura de Pentecoste/CE - Banca:


CONSULPLAN - 2014

A classificação de feridas quanto ao conteúdo microbiano está incorreta na opção:

a) Contaminadas: lesão ocorrida com tempo maior que 12 horas (trauma e atendimento) sem sinal de infecção.
b) Limpa: condições assépticas sem microorganismos.
c) Limpas – contaminadas: lesão inferior a 6 horas entre o trauma e o atendimento, sem contaminação
significativa.
d) Infectadas: presença de agente infeccioso no local e lesão com evidência de intensa reação inflamatória e
destruição de tecidos podendo haver pus.

Gabarito: C A B A D C D A

Novidades: Você já ouviu falar em Skin Tear e Úlcera Terminal de


Kennedy (UTK)?

Corre lá no drive do Fala Enfermagem que tem muita coisa interessante


sobre essas lesões. Lá você acha materiais complementares também. Boa sorte!
Link: https://drive.google.com/drive/folders/1-fJTmixSdndZp7c2aCkpIGNFPWNQhNnN

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Referências Bibliográficas

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