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Orientação para a saúde

Módulo 8: Prática de
Enfermagem I – Promoção da
Saúde

Curso de Enfermagem Geral


Introdução
 O termo orientação para a saúde está mais
voltado para o dar informação, ensinar,
tornar o conhecimento accessível as
pessoas;
 O termo educação para a saúde é mais
amplo, pois se compromete com a
aprendizagem em si, com a mudança de
comportamento;
 Há quem considere informação, orientação
e educação para a saúde a mesma coisa.

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Introdução

 A Educação para a Saúde é definida como


fator de promoção e proteção à saúde e
estratégia para a conquista dos direitos de
cidadania.
 Assim, neste capítulo, teremos a intenção de
discutir “Orientação para a saúde” nesse
contexto mais amplo, participativo, crítico, capaz
de gerar autonomia nos sujeitos.

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Introdução
 A educação para a saúde não é tarefa fácil, devendo
ser realizada por pessoas minimamente
capacitadas, de modo a não ferir a integridade e a
ética dos participantes.
 Esta pode ser desenvolvida
 Para uma só pessoa
 Denominado aconselhamento; orientação
individual;
 Em pequenos e grandes grupos
 Denominado palestra, porém esse termo está
em desuso por trazer um caráter unidirecional.
 Em massa, por meio da mídia (rádio, jornal,
revistas, televisão, internet).
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O que é o aconselhamento?
 É um diálogo confidencial
entre o profissional e o
utente; É mais usado em
caráter individual.
 Visa proporcionar à
pessoa condições para
avaliar os seus próprios
riscos, tomar decisões e
encontrar maneiras
realísticas de enfrentar os
problemas relacionados à
sua saúde.
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Aconselhar não significa

 Dar conselhos
 Dizer para alguém o que fazer
 Apresentar solução para os problemas
 Fazer sermão
 Interrogatório
 Confissão

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Aconselhamento significa

 Dar apoio emocional e orientar mediante


demanda por informação para a saúde;
 Identificar e corrigir crenças ou mitos
relacionados a percepção do problema de saúde.
 Ajudar na tomada de decisão em direcção a
hábitos saudáveis.
 Apoiar na elaboração de um plano de vida
saudável e de redução de fatores de risco.

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Conceitos chave em
aconselhamento
 Aceitação incondicional: capacidade que o
profissional deve ter para aceitar o utente sem
julgar, criticar ou moralizar o comportamento
deste.
 Empatia: processo por meio do qual o profissional é
capaz de compreender sentimentos, experiências
de uma pessoa e colocar-se no lugar dela.
 Confidencialidade: sigilo ou garantia a não
divulgação de informação sem o consentimento do
utente.
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Pontos essenciais para quem
realiza orientação em saúde
 Respeitar o utente como ser humano, mesmo
não aprovando as suas acções;
 Compreender que cada indivíduo é único e
diferente (Individualidade).
 Não julgar ou criticar.
 Não dar simples garantias ao utente, pois este
compreenderá que seus problemas foram
minimizados e se tornará dependente.
 Não interromper o utente em demasia pois este
poderá se sentir diminuído.
 Não assumir que sabe o que o utente pensa (o
profissional não pode querer ler a mente do
utente).
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Pontos essenciais para quem
realiza orientação em saúde

 O papel do profissional não é resolver o


problema do utente, mas informar e fazê-lo
refletir sobre sua situação de risco;
 Não apresente soluções ou conselhos ao
utente;
 Não faça conclusões precipitadas;
 Não pergunte demais – aconselhar ou orientar
não é um processo de pergunta-respostas.

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Individualidade
 A individualidade é constituida por
nossas vivências, isto é, pela maneira
como sentimos e compreendemos o
que se passa conosco e com o mundo
que nos rodeia.
 “É a maneira própria com que cada
um de nós percebe, imagina, lembra,
opina, deseja, age, ama e odeia, sente
e dá prazer, toma posição diante das
coisas e dos outros, decide, sente-se
feliz ou infeliz” (Marilena Chauí).
 Portanto, cada indivíduo tem sua
própria forma de perceber aquilo que
lhe é transmitido.
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Habilidades favoráveis a quem
realiza orientação

 Ser calmo, confiante, disciplinado e respeitador;


 Ter tacto;
 Ser bom observador;
 Ser capaz de criar empatia;
 Apresentar-se bem, com postura adequada;
 Utilizar linguagem compreensível de acordo
com as características dos participantes;
 Saber escutar.

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Postura ao aconselhar ou
orientar

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Postura ao dar orientação
 Evite mãos e braços nos bolsos (passa
insegurança e impede o fluxo natural da energia);
 Não dê as costas para o grupo;
 Gestos e maneirismos podem ajudá-lo a ganhar
apoio e confiança do utente, mas de forma
exagerada atrapalha; evite fazer barulho com
as chaves ou moedas nos bolsos, brincar
com a caneta;
 Caminhe pela sala, estebeleça contato visual com
TODOS os participantes – Evite olhar para o
mesmo lado ou para os mesmos participantes.

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Postura ao dar orientação
 A sociedade é muito
visual; as pessoas fazem
julgamentos no momento
em que o vêem.
 A maneira de se vestir é
mais importante do que se
imagina.
 Os trabalhadores de
saúde devem ser modelo
de higiene e apresentação
pessoal, zelando seus
fardamentos.
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Postura ao dar orientação
 Use roupas adequadas (sem decotes, que
não marque o corpo) para não desviar a
atenção dos participantes;
 Evite calçados que faça barulho, para não
tirar a concentração dos participantes;
 Ao usar um recurso audiovisual, evite ficar
presa ao mesmo, pois seu foco deve ser
sempre o grupo.
 O transparente, cavalete, ecrã... É apenas um
apoio.

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Linguagem
 Não utilize palavras que enfraquecem o que você tem a
dizer, como: “talvez”, “acho”.
 Vá directo ao assunto, não faça rodeios.
 Seja simples, directo e claro.

Linguagem compreensível
Linguagem técnica
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Perguntas e respostas

 Nunca inicie uma explicação sem estar certo de que


compreendeu a pergunta.
 Repetir a pergunta e ouvi-la de sua própria voz o
acalmará e você estará respondendo de modo que
todos o compreendam.
 Satisfaça a pessoa que pergunta. Nunca termine
uma resposta com “Isso responde à sua pergunta?”
 Uma vez ou outra, uma pergunta hostil será lançada
no seu caminho. Seja cortês.
 Nunca, sob qualquer circunstância, se torne
agressivo, nervoso ou impositivo. As pessoas
apreciam as boas maneiras.
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Como perguntar eficazmente

 Use um tom de voz que demonstre


interesse e atenção;
 Faça uma pergunta de cada vez;
 Use - então? - E? - Ah é?
 Faça a mesma pergunta de diferentes
maneiras;
 Evite o mesmo tipo de perguntas;
 Procure envolver diferentes participantes
com as perguntas.

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As 3 maneiras de fazer
perguntas para um grupo
 Faça pergunta ao grupo como um todo;
 Chame o nome de um participante antes de fazer
a pergunta;
 Ponha a questão e em seguida dirija a pergunta
ao participante específico;

 Evite usar um só maneira de fazer perguntas –


UTILIZE SEMPRE AS 3 TÉCNICAS.
 Isso ajudará a manter a atenção do grupo e promover
uma participação diversificada.
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Como responder eficazmente

 Responda à pergunta com objetividade;


 Responda com outra pergunta;
 Quando não for capaz de responder a uma
pergunta, reconheça.
 Procure a resposta e comunique-a na sessão
seguinte, quando houver;
 Estimule o grupo e o participante que fez a pergunta a
buscar a resposta.

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Como escutar com eficácia
 Ter atenção para com o  Confirmar o que o utente
utente; ouviu, solicitando para o
 Estabelecer contacto mesmo parafrasear;
visual;  Detectar preocupações;
 Postura corporal  Evitar interromper o
relaxada; utente muitas vezes;
 Fazer uma pergunta de
 Usar palavras e sinais cada vez;
corporais de estímulo;
 Usar perguntas abertas;
 Evitar distracções;  Não falar da sua própria
 Não fazer outras acções história.
simultaneamente;
 Compreender os
sentimentos do utente;
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Barreiras à escuta eficaz
São todos os factores que  Ruído
interferem no processo de  Falta de clareza
comunicação.  Bloqueio emocional
 Preconceitos e
estereótipos
 Preocupação com a
resposta
 Resistência às
mudanças
 Pudor
 Medo
 Tempo
 Falta de atenção

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Processo de comunicação
 Voluntária ou involuntariamente
estamos constantemente nos
comunicando, mesmo sem
fazer uso da palavra.
 Um simples gesto pode revelar
algo para um observador
atento.
 Nossa expressão corporal e
gestual diz muito para um bom
observador.
 Estamos a emitir e receber O que este gesto
mensagens em todos os poderá estar
contactos que estabelecemos, comunicando?
formais
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ou não. Curso de Enfermagem Geral
Orientação individual e grupal
Individual Grupal
 Confidencial;  Não é confidencial;
 Para uma pessoa ou  Pequenos ou grandes
casal; grupos;
 Emocionalmente neutra;
 Suscita emoções fortes
no utente e profissional;  Generalizada;
 Informação usada para
 Informação com enfoque aumentar conhecimento,
para mudanças de baseada nas
atitudes e de necessidades gerais dos
comportamentos. participantes.

Vocês acham que uma substitui a outra

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Quando orientar

 O enfermeiro geral deve evitar oportunidades


perdidas de dar orientação, ou seja, este
orientará ao longo de suas atividades,
continuamente em cada contato com o utente;
 Além disso poderá estabelecer planos de
orientação para a saúde para grupos específicos
ou para temas necessários.

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Ambiente para dar orientação

 Deve ser confortável e privativo:


 Iluminado, arejado, isento de barulho, limpo,
disposição de cadeiras para todos os participantes
(em círculo).
 Que não seja interrompido por telefone ou pela
entrada de pessoas fora da atividade;

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Trabalho de grupo

 Vamos para a actividade de


Desenvolvimento de habilidades e atitudes
para dar orientação em saúde, individual.

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Laboratório Humanístico

 Vamos para a actividade de


Desenvolvimento de habilidades e atitudes
para aconselhar ou orientar para a saúde
(atividade grupal).

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