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EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS

Comunicação Terapêutica
Objetivos
Ao final da aula o participante deverá ser capaz de:

• Conhecer as regras de comunicação terapêutica nas


abordagens da emergência psiquiátrica;
• Identificar sinais de estabelecimento do vínculo.
1. Tentar formar um vínculo:

• Apenas um profissional;
• Apresente-se: nome; serviço e função;
• Tom de voz normal ;
• Posicione-se de frente.
• Atitude respeitosa e gentil;
• Não use diminutivos:Ex: remedinho.

O paciente é que define quem, quando e como vai


estabelecer o vínculo.
Como reconhecer o vínculo?

• O paciente olhou para você;


• Demonstrou interesse;
• Acalmou-se;
• Iniciou uma comunicação.
2. Manter o canal de comunicação aberto

• Esteja disponível para ouvir e conversar;


• Diante de solicitações:
É possível acatar a solicitação?
Em caso negativo, explique o motivo.
3. Manter o olhar no paciente!

• Olhares: triste, alegre, raivoso;


• Fala: ritmada, acelerada, lenta;
• Postura: fetal,cabisbaixo;
• Higiene: sujo.
• Interações; presente ou ausente?
• Objetos: porta objetos, armas?

Manter o olhar no paciente aumenta a garantia de


segurança da equipe!
4. Ouvir atentamente

• É o fundamento para atender as necessidades;


• Responda;
• Retome o assunto;
• Imponha limites.
Informe claramente que não está entendendo se a
comunicação estiver incompreensível.
5. Respeitar as pausas silenciosas
Para que servem a pausas?
• Reequilíbrio;
• Reordenar o pensamento;
• Aliviar a tensão;
• Exteriorizar a tensão;
• Mecanismo de fuga;
Retome a conversa após respeitar a pausa.
6. Não completar frases do paciente
• Estimule a conclusão;
• Quando falar muito ou muitas coisas, fixe uma delas;
• Fala incompreensível? Estimule.

Mantenha o respeito e não emita opiniões.


7. Repetir, relacionar ideias para o paciente
Importante se o paciente:

• Fala muito ( é prolixo);


• Resumir as ideias principais.

Auxilia o paciente a correlacionar suas ideias.


8. Controlar a comunicação não verbal
• Não subestime a capacidade de observação do paciente;
• Transmitimos informações:

Gestos Postura Facial

Medo Negação Nojo

Agressão Repulsa Pânico


9. Ajudar o paciente a encontrar soluções
• Torne-se confiável;
• Não de conselhos;
• Organize ideias;
• Relacione os aspectos positivos e negativos;
• Estimule o paciente a resolver à sua maneira.
Ajude-o a encontrar a solução; não resolva o problema
10. Manter o foco e o assunto no paciente

• Foco no paciente e familiares;


• Não responda pergunta de cunho pessoal.
11. Detectar conteúdos enfáticos ou vazios

• Assuntos vagos ou vazios


são comuns;
• Retome assuntos;
• Coloque-se a disposição
para conversar;
12. Imponha limites

• Mostre a inadequação;
• Esclareça as regras;
• Diminua os estímulos do ambiente;
• Retire familiares do ambiente se este for desencadeante
de inadequação.
13. Avaliar o conteúdo da fantasia do paciente

• Avaliar compatibilidade com a realidade;


• Obter informações dos familiares;
• Conteúdo verdadeiro ou não;
• Jamais diga que é mentira;
• Nao tome partido;
• Jamais estimule a fantasia.
14. Ajudar o paciente a vir para a realidade

• Acreditam serem artistas famosos;


• Referem ver "bicho" na frente;
• Referem ouvir a voz de Deus, etc.;

Jamais estimule a fantasia;


Traga-o para a realidade.
• Não tenha medo de confrontar o paciente;
• Persista na realidade;
• Alucinações podem ser perigosas. Atente para seu
conteúdo:Ouvir vozes que vão matá-lo; bichos andando
nas paredes, etc.
Assegure a integridade física da equipe, familiares e do
próprio paciente.
15. Atenção aos testes, desafios e manipulação

O paciente poderá lançar mão de

• Sedução: Elogiar, pedir abraço e beijo;


• Pedir cigarro, etc.;
• Intimidação se não for atendido.
Não atenda aos pedidos

• Essa atitude não é terapêutica;


• Oriente-o a não prosseguir nas tentativas e que não
poderemos atendê-lo.
Jamais !
• Fazer promessas, mentir,ou seduzir;
• Usar agressividade;
• Desafiar ou ameaçar o paciente.
Se não obtiver sucesso: o que fazer?

• Retome um assunto;
• Fale apenas uma vez em tom claro que a comunicação
está prejudicada;
• Coloque limites.
Lembre-se:
É o paciente que decide quando e como vai criar vinculo
ou até mesmo, que não vai se vincular a ninguém.
Revisão dos objetivos

• Conhecer as regras de comunicação terapêutica nas


abordagens da emergência psiquiátrica;

• Identificar sinais de estabelecimento do vínculo.


Bibliografia
• A contenção física do paciente: uma abordagem terapêutica. Autor:João Fernando Marcolan.

• Capacitação para profissionais de APH Movel (SAMU 192) e APH fixo; EAD parceria do
Ministério da Saúde e Hospital Osvaldo Cruz.

• Protocolo SAMU 192 São Paulo – SP.

• Conceitos Básicos em Enfermagem Psiquiátrica. Autores:Joan J.Kyes e Charles K. Hofling.

• Elaboração: NEU - Núcleo de Educação em Urgência SAMU 192 São Paulo SP. Enf.
Cláudio Viegas.

• Imagens ilustrativas:1. inguajemcorporalcompnl.blogspot.com;2. sppsic.wordpress.com;3.


praquepensar.wordpress.com

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