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Investigações1,2
Perguntar é a porta para o conhecimento.
7
‐ Provérbio irlandês
iya disse que estava muito nervosa em relação à viagem para a França que faria
M
sozinha a negócios. Ela nunca havia saído do país anteriormente e estava
preocupada quanto a viajar desacompanhada e a comunicar‐se sem saber a língua. O
terapeuta3 perguntou: “como é para você ficar sozinha?”. Depois, perguntou: “Quais
são os seus medos a respeito de não conseguir se comunicar com outras pessoas em
um país estrangeiro?” e “Quais experiências você já teve anteriormente quando não
sabia a língua?”. Estas perguntas abertas auxiliaram Miya a explorar sua resistência
quanto a viajar independente..
Perguntas abertas e investigações auxiliam os clientes a esclarecer e explorar seus
pensamentos e sentimentos. Quando se utiliza tais dicas, os terapeutas não esperam uma
resposta específica dos clientes, mas procuram fazer com que estes entrem em contato
com as respostas que lhes ocorram no momento. Em outras palavras, os terapeutas
propositadamente não limitam a natureza das respostas do cliente a “sim” ou “não”, ou a
réplicas que envolvem uma ou duas palavras, mesmo que os clientes possam responder
desta forma. Questões abertas e investigações podem ser expressas como perguntas
“como você se sente a respeito?” ou diretivas “Conte‐me como se sente a respeito” ,
desde que o objetivo seja ajudar o cliente a esclarecer ou a realizar uma autoexploração.
O foco deste capítulo é examinar os quatro diferentes tipos de perguntas abertas e
investigações: aquelas que envolvem esclarecimento ou foco, as que encorajam a
exploração de pensamentos, as que incentivam a exploração de sentimentos e aquelas que
pedem exemplos ver a apresentação 7.1 . Perguntas abertas podem ser distinguidas de
questões fechadas como: “quantos anos você tem?”, “quando você começou a roer as
unhas?” , que serão apresentadas no capítulo 10. Questões abertas para insight e ação
serão discutidas em capítulos subsequentes.
1
Tradução livre: Denis R. Zamignani e Marcio A. Marcos
2
No original: “Open questions and probes”
3
No original: “helper”
Por que usar perguntas abertas e
investigações?
Perguntas abertas capacitam os clientes a explorarem os diversos aspectos de seus
problemas. Elas podem ser particularmente úteis quando os clientes estão divagando,
repetindo os mesmos pensamentos sem que haja uma exploração mais profunda. Elas
também podem ser utilizadas para ajudar os clientes a esclarecerem seus próprios
pensamentos quando estão confusos, levá‐los a pensar sobre coisas novas, ajudá‐los a
desvelar pensamentos ou sentimentos conflituosos, ou ainda propiciar condições de base
para aqueles clientes que não são muito verbais ou articulados. Os clientes
frequentemente ficam paralisados ao descreverem os próprios problemas e necessitam de
perguntas para auxiliá‐los a pensar sobre os diferentes aspectos do problema.
Perguntas abertas revelam que o terapeuta está ouvindo e interessado no cliente.
Mostram também que o terapeuta está seguindo o que o cliente diz e está interessado a
ponto de incentivá‐lo a continuar falando.
Os quatro tipos de perguntas abertas e investigações são utilizados com objetivos
diferentes, todos eles fundamentais na etapa de exploração. Em primeiro lugar, as
perguntas abertas com a função de esclarecer ou focar são particularmente úteis quando
os clientes estão iniciando a sessão – divagando, sendo vagos ou ininteligíveis, ou ficando
“empacados”. Segundo: perguntas abertas para os pensamentos são utilizadas para
capacitar clientes a dizerem o que estão pensando e revelarem pensamentos irracionais.
Terceiro: perguntas abertas para os sentimentos auxiliam os clientes a expressarem e
experienciarem sentimentos específicos e enfatizam a importância dos sentimentos.
Quarto: investigações com a finalidade de exemplificar são necessárias quando os clientes
estão falando de forma generalista ou vaga a respeito dos problemas. Fornecer exemplos
específicos dá aos terapeutas uma visão mais abrangente e clara sobre o que o cliente está
dizendo. Todos os quatro tipos de perguntas abertas e investigações podem ser úteis para
ajudar o cliente a explorar, mas cada tipo leva‐os a uma direção diferente. Dado que a
maioria dos problemas é complexa, modos diferentes de apresentar as perguntas podem
ser úteis para induzir a exploração plena.
Por todas as razões apresentadas acima, perguntas abertas e investigações são
úteis para o processo terapêutico. Perguntas abertas e investigações são apresentadas
como a primeira habilidade verbal terapêutica neste livro porque são as mais comumente
utilizadas em relações interpessoais não terapêuticas e podem, portanto, ser generalizadas
mais facilmente pelos estudantes quando estes estão aprendendo as habilidades básicas
iniciais. Terapeutas aprendem quando e como utilizar perguntas abertas e investigações,
ao invés de formularem um comportamento totalmente novo.
Quadro 7 . 1
Resumo das perguntas abertas/investigações
Definições perguntas abertas e investigações são intervenções que
solicitam aos clientes que esclareçam ou explorem
pensamentos ou sentimentos. Os terapeutas não solicitam
informações específicas e não limitam propositalmente a
resposta do cliente a um “sim”, “não” ou a respostas de uma ou
duas palavras, mesmo que os clientes possam responder de tal
forma. Perguntas abertas e investigações podem ser expressas
como perguntas “como você se sente a respeito?” ou
diretivas “conte‐me como você se sente a respeito” , de forma
que o objetivo seja auxiliar o cliente a esclarecer ou explorar.
Tipos e exemplos Esclarecimento/Foco: “O que você quis dizer com isso?”
Pensamentos: “Conte‐me mais sobre seus pensamentos a
respeito disso.”
Sentimentos: “Que sentimentos você tem a respeito de sua
mãe?”
Exemplos: “Dê exemplos sobre o que faz quando está com
raiva. Indique passo a passo os comportamentos que exibe
nessas situações.”
Objetivos típicos do Focar, esclarecer, incentivar a catarse, identificar auto‐regras
terapeuta: que não descrevem contingências reais4, identificar e
intensificar sentimentos.
Possíveis reações do perspicácia a respeito dos sentimentos
cliente:
Comportamentos exploração cognitiva, comportamental e afetiva; narração
desejados do cliente detalhada
Problemas potenciais Utilizar a mesma forma de pergunta aberta repetidamente;
Utilizar apenas perguntas abertas ao invés de uma variedade
de intervenções nas sessões terapêuticas;
Utilizar perguntas abertas para satisfazer a curiosidade do
terapeuta e não com o objetivo de auxiliar os clientes a
explorarem seus pensamentos e sentimentos ;
Apresentar muitas perguntas de uma vez só;
Utilizar perguntas fechadas ao invés de perguntas abertas;
Apresentar muitas perguntas do tipo “por que”;
Focar as perguntas abertas em outra pessoa que não o cliente;
Focar no passado em detrimento de sentimentos do presente;
Focar em muitas partes do problema de uma vez só.
4
No original: maladaptive cognitions
Como perguntar
abertamente/investigar
Os terapeutas devem atentar para seu próprio comportamento, porque a forma de
apresentar as questões abertas é muito importante. O tom de voz deve se manter baixo
para transmitir interesse e intimidade, a velocidade do discurso deve ser vagarosa e as
perguntas devem ser expressas gradualmente, de forma a evitar que a sessão se pareça
com um interrogatório. Terapeutas devem ser reforçadores5, não críticos e incentivadores,
independentemente do que os clientes digam, pois não há tópicos ou respostas “certos” ou
“errados” a serem explorados.
Perguntas abertas devem ser curtas e simples. Os clientes podem ter dificuldades
para acompanharem perguntas muito compridas. Os terapeutas devem também evitar
uma sequencia de perguntas de uma vez só porque isso pode se tornar confuso para os
clientes. Muitas questões concomitantes “o que você fez em seguida, e como se sentiu, e o
que você acha que ela estava sentindo?” podem constituir um entrave na relação se o
cliente tem dificuldades para eleger uma pergunta a responder primeiro ou no caso de se
sentir bombardeado. Os clientes podem ignorar perguntas importantes por não
conseguirem responder a todas elas.
Outro ponto importante é que as perguntas abertas são mais efetivas quando o
terapeuta foca em uma parte do problema de cada vez. Os clientes não conseguem falar
sobre tudo de uma vez só e podem ter dificuldades ao escolher um único tópico de
conversa; assim, o terapeuta deve escolher e focar a questão mais importante ou evidente,
voltando às outras posteriormente. Tipicamente, a questão em que terapeuta devem focar
é aquela pela qual o cliente demonstra mais energia ou afeto, ou por aquela que está mais
evidente na percepção do cliente. Por exemplo: se Juan está falando sobre diferentes
assuntos, o terapeuta pode perguntar a Juan sobre qual dos assuntos parece mais
estimulante.
Da mesma forma, se um cliente não consegue pensar em um assunto sobre o qual
falar, perguntas abertas podem ser uma boa maneira para que os terapeutas indiquem
uma direção. Por exemplo, se Justin tem falado sobre uma nota baixa, explorou seus
sentimentos a respeito e então o diálogo se encerra, o terapeuta pode perguntar a ele o
que a nota baixa representa em relação a seu futuro e comparar como esta situação se
relaciona com experiências passadas com notas ou como essa nota afeta a relação de Justin
com seus pais. Estas perguntas podem ajudar Justin a falar de forma mais completa sobre
outros aspectos importantes do problema. Eu gosto de comparar problemas com um
novelo de lã: com cada intervenção, o terapeuta incentiva o cliente a desenrolar um
pouquinho da lã e falar sobre isso. Quando um pedaço é explorado completamente, o
terapeuta gentilmente o leva para o próximo pedaço.
Terapeutas devem manter o foco da pergunta aberta no cliente “como você se
sente a respeito do comportamento de sua mãe?” ao invés de voltar a atenção para outras
pessoas “o que a sua mãe fez naquela situação?” . Manter o foco no cliente auxilia‐o a
explorar o que está ocorrendo internamente ao invés de desviar para outras pessoas. Por
exemplo, se Jean discute frequentemente com sua mãe, o terapeuta pode inquirir sobre os
5
No original: supportive
sentimentos e pensamentos dela “o que a deixa brava?” ao invés de perguntá‐la a
respeito dos sentimentos e pensamentos de sua mãe “por que você acha que sua mãe fica
tão brava com você?” . Embora fosse útil entender mais sobre a mãe, ela não está na sala
de atendimento, e o terapeuta muito provavelmente obteria uma visão unilateral a
respeito dela. A pessoa que poderá ser ajudada pelo terapeuta é o cliente, então acaba
sendo melhor focar neste.
O terapeuta deve evitar perguntas fechadas perguntas que tenham uma resposta
específica desejada, como “sim”, “não” ou uma informação definida porque tais perguntas
tendem a limitar a exploração. Uma forma de diferenciar entre perguntas abertas e
fechadas é verificar se a questão pode ser ainda mais aberta; se isso for possível, trata‐se
provavelmente de uma pergunta fechada. Por exemplo, a pergunta fechada: “você tirou um
A?” pode ser modificada para: “Como você se sentiu sobre como se saiu na prova?”.
Contrastando, a segunda pergunta é muito mais aberta. Um tipo particularmente especial
de pergunta fechada ocorre quando o terapeuta é condescendente ou tenta coagir o cliente
a responder de um modo particular e.g. “Você realmente não quer continuar bebendo,
não é?” . Tais perguntas tiram o foco do cliente e fazem com que o terapeuta pareça um
expert que sabe como o cliente deveria se comportar veja o capítulo 10 para mais
informações a respeito de perguntas fechadas .
O terapeuta também deve evitar perguntas do tipo “por que” e.g. “Por que você
estourou com seu namorado aquela noite?”, “Por que não consegue estudar?” ,
especialmente na etapa de exploração note que perguntas do tipo “por que” podem
auxiliar na etapa de insight quando usadas apropriadamente . Como Nisbett e Wilson
1977 indicaram, as pessoas raramente sabem por que fazem as coisas. Se soubessem,
provavelmente não estariam em terapia. Além disso, perguntas do tipo “por que”
frequentemente fazem com que os clientes se sintam desafiados ou os colocam em
defensiva. Quando alguém pergunta porque você fez algo, você pode se sentir julgado ou
zombado por não saber lidar com a situação de forma mais efetiva. Ao invés de perguntas
do tipo “por que”, os terapeutas utilizam perguntas do tipo “que” ou “como” e.g. no lugar
de “por que você não estudou para a prova?”, o terapeuta poderia perguntar “como você se
sentiu a respeito do seu desempenho na prova?”, “O que estava passando pela sua cabeça
quando você estava tentando estudar?” ou “O que está ocorrendo que torna difícil o seu
estudo?” .
Por fim, o terapeuta deve estar atento quanto às diferenças culturais nas respostas
dos clientes às perguntas. Sue e Sue 1999 apontaram que pessoas de algumas culturas
podem ficar desconfortáveis quando são interrogadas ou solicitadas a iniciar o diálogo
e.g. “sobre o que gostaria de conversar hoje?” porque isto é interpretado como
desrespeitoso. Em tais casos, o terapeuta pode ser mais direto, tanto instruindo o cliente
quanto ao processo terapêutico ou sugerindo assuntos para discussão. O terapeuta não
deve supor que clientes de outras culturas não gostarão de perguntas abertas, mas podem
observar se os clientes parecem desconfortáveis com tais perguntas e podem, neste caso,
utilizar outras habilidades.
Exemplo de perguntas abertas
Cliente: Minhas irmãs mais novas estão brigando muito. Elas ficam impossíveis e se
machucam muito. Minha irmã mais nova foi pega roubando de uma loja
recentemente. Meus pais não estão fazendo nada a respeito, e minhas
irmãs estão ficando violentas.
Terapeuta: Como você se sente a respeito de suas irmãs ficarem violentas?
Cliente: Estou muito chateado. Eu queria poder fazer mais a respeito para ajudar.
Se eu ainda morasse em casa, elas me ouviriam. Eu acho que elas não tem
ninguém a quem recorrer. Meus pais estão se divorciando, então não estão
disponíveis para minhas irmãs.
Terapeuta: Conte‐me mais sobre como é para você não estar lá.
Cliente: Por um lado, estou muito feliz de estar longe dessa bagunça. Por outro, me
sinto culpado, como se sobrevivesse ao desastre do Titanic e estivesse
vivo, mas eles estão afundando.
Terapeuta: Como é quando você está com sua família?
Cliente: Meus pais ainda moram juntos, mas brigam o tempo todo. As coisas estão
assustadoras naquela casa porque meus pais ficam muito violentos um
com o outro. Preciso prestar atenção nas minhas irmãs. Eu sou muito mais
pai dela do que qualquer um dos meus pais. Eu consegui ser muito forte
por ter me arranjado.
Terapeuta: Como você está se sentindo agora ao pensar sobre sua família?
Cliente: Eu me sinto desamparado, como se não houvesse nada que eu pudesse
fazer. Acho que eu poderia ir pra casa, mas na verdade sei que não ajudaria
nada. Talvez eu seja egoísta também porque quero ficar aqui na faculdade.
Isso é o que eu preciso fazer nessa etapa da minha vida. Mas eu ainda me
sinto mal por eles estarem nessa situação.
Terapeuta: O que você quer dizer quando diz que se sente mal?
Cliente: Me sinto mal por eles, realmente. Mas quando penso mais nisso, também
me sinto mal por mim, por ter crescido naquela casa. Estou muito feliz por
ter saído de lá. Era muito ruim ficar por perto dos meus pais quando eles
brigavam. Eu ficava todo embrulhado por dentro e queria sair correndo.
Terapeuta: Dê um exemplo específico de uma época em que você ficou embrulhado?
Cliente: Oh, sim, a noite passada, quando liguei pra casa. Minha mãe começou a
gritar comigo por ter gasto muito dinheiro. E aí meu pai começou a gritar
com minha mãe para ela me deixar em paz. Eu me senti no meio dos dois.
Terapeuta: Quais eram os seus pensamentos enquanto eles gritavam com você?
Efeitos de perguntas abertas e
investigações
Os terapeutas podem assistir vídeos de suas sessões e avaliar, utilizando a seguinte
escala, os efeitos de suas perguntas abertas com relação aos clientes:
1. Se as perguntas abertas não são muito úteis, o cliente não responderá ou
responderá de forma mínima ou com hostilidade. Por exemplo, clientes
frequentemente ficam irritados e frustrados quando o terapeuta pergunta
repetidamente a mesma coisa e.g. “como você se sente a respeito disso?”
2. Se as perguntas abertas são ao menos moderadamente úteis, o cliente continua
falando, mas pode repetir ou refazer a frase sem explorar coisas novas.
3. Se as perguntas abertas são muito úteis, o cliente explora pensamentos e
sentimentos mais profundos e esclarece aspectos importantes do problema.
Dificuldades experienciadas pelos
terapeutas ao formularem
perguntas abertas e investigações
Um problema comum é o fato de terapeutas tenderem a perguntar o mesmo tipo
de questão aberta, mais frequentemente “como você se sente a respeito disso?”. Muitos
clientes ficam irritados quando ouvem continuamente o mesmo tipo de pergunta e tem
dificuldade para responder. Eu recomendo que os terapeutas variem a forma das
perguntas abertas e questionem a respeito de diferentes coisas e.g. pensamentos,
sentimentos, exemplos, experiências passadas, expectativas futuras e o papel do cliente na
manutenção do problema .
Às vezes, os terapeutas usam perguntas abertas de forma inapropriada para
satisfazerem a própria curiosidade. Podem solicitar informações devido a voyeurismo e
não para auxiliar na exploração do cliente. Por exemplo, Martha tem discutido seus
sentimentos de ciúmes e competitividade com sua irmã mais velha. Martha vem à sessão e
anuncia que sua irmã saiu com um ator de cinema gostosão. O terapeuta pode exclamar:
“nossa, como ela o conheceu?” ou “como ele era?”. Apesar de extremo, esse exemplo ilustra
como os terapeutas podem se perder solicitando informações específicas que satisfaçam à
sua curiosidade, não auxiliando a exploração dos clientes. Este exemplo também ilustra
como o foco pode sair facilmente do cliente para outras pessoas.
SUGESTÕES ÚTEIS
• Certifique‐se de que suas perguntas são abertas ou seja, não apresente
perguntas que limitem a resposta do cliente a “sim” ou “não”
• Refaça suas perguntas fechadas de modo que se tornem abertas e.g. pergunte
“o que você poderia fazer hoje à noite” ao invés de “você já pensou em ligar
para algum amigo hoje à noite?”
• Lembre‐se que o objetivo das perguntas abertas é facilitar a exploração. Se o
cliente já está explorando, não há necessidade de interromper para perguntar.
• Varie as perguntas de forma que você não esteja sempre perguntando a mesma
coisa. Se você ficar “empacado” porque o cliente está falando de forma circular
ou repetindo tudo, pense a respeito de apresentar um tipo diferente de
pergunta aberta esclarecimento, pensamentos, sentimentos, exemplo .
• Foque em uma parte do problema, não tentando abranger tudo de uma vez só.
• Mantenha o foco no cliente e não em outras pessoas e.g. “qual foi a sua reação
à declaração dela?” ao invés de “o que a sua amiga disse?” .
• Fique atento aos próprios comportamentos no atendimento, como tom de voz:
mantenha o tom baixo para transmitir interesse e intimidade; a velocidade do
discurso deve ser baixa, e faça perguntas de modo a NÃO parecer que está
interrogando o cliente.
• Tenha um objetivo para cada pergunta. O teste que dirá se uma pergunta
aberta é apropriada é: “a pergunta que estou fazendo será útil ao cliente?”.
• Evite fazer muitas perguntas ao mesmo tempo sem dar a chance ao cliente de
respondê‐las e.g. “O que você fez naquela situação, como se sentiu e o que
aconteceu depois?” .
• Evite perguntar muito em uma mesma sessão. Muitas perguntas podem deixar
os clientes desconfortáveis. Clientes também podem aprender a esperar
passivamente pela próxima pergunta quando um terapeuta está no “modo
perguntador”.
• Evite perguntas do tipo “por que”. Elas podem colocar as pessoas em um modo
defensivo e são difíceis de responder imparcialmente. Perguntas “por que”
dizem respeito a especulação sobre motivos, mas os clientes podem não saber
a respeito dos próprios motivos. Perguntas “por que” também podem sugerir
crítica. Refaça a pergunta “por que” de modo que pareçam menos culposas. Ao
invés de “por que você brigou com seu marido?”, pergunte “como você e seu
marido começaram a brigar?” .
• Evite perguntas que já tenham uma resposta ou transmitam condescendência
e.g. “você realmente não sente que é certo agir dessa forma, sente? .
• Evite apresentar uma pergunta fechada imediatamente após uma pergunta
aberta – isto frequentemente interrompe a exploração e.g. “Como é aquilo
para você? É assustador?”
• Fique atento a diferenças culturais: clientes de algumas culturas podem ter
dificuldades com perguntas abertas.