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Unisc – Curso de Nutrição

FUNDAMENTOS DE DIETOTERAPIA

Abordagem Nutricional:
o modelo centrado no
paciente

Prof. Dra Fabiana Assmann Poll


Aconselhamento dietético
Objetiva em conjunto com o cliente encontrar
estratégias para modificar o comportamento
alimentar

a partir da investigação da ...

- História clínica
- Hábitos alimentares
- Dados bioquímicos e antropométricos
- Conhecimentos prévios relacionados a nutrição e
saúde
(Rodrigues, E. M et al, 2005)
Aconselhamento centrado no paciente

- A visão que a pessoa tem de si mesma, no contexto do


meio, determina seu comportamento. Estimula a auto-
descoberta, priorizando fatos e condições atuais
(Rodrigues, E. M et al, 2005).
- Promove:

paciente interação e colaboração nutricionista

ativamente envolvido no plano de cuidado


+
estratégias para alcançar metas dietéticas
Aconselhamento centrado no paciente
Quanto ao paciente

- Não existem clientes ou situações iguais;


- O processo de aconselhamento não é estático;
- Conselheiro tem repertório mais flexível de diretrizes;
- O cliente é “expert” em seus problemas;
- O conselheiro não é MAIS responsável pelo cliente do
que ele mesmo, mesmo usando todos os recursos para
auxílio da situação;
- O conselheiro e o processo de aconselhamento são
falíveis;
Aconselhamento centrado no paciente
Quanto ao paciente

- A segurança do cliente tem preferência sobre a


necessidade de satisfação do conselheiro;
- O aconselhamento efetivo em geral é um processo
realizado COM o cliente, mas do que PARA o cliente.
- O aconselhamento deve ser conduzido de maneira ética
e no melhor interesse do cliente;
- Não existe nenhuma abordagem ou estratégia melhor do
que outra para lidar com cada problema.
Aconselhamento centrado no paciente
O que deve resultar para o cliente

- Aumentar a autoconsciência de que existe a


negação de problemas, que afetam sua nutrição
e que podem ser controlados/resolvidos;
- Tornar-se ciente de suas forças internas e
desafiar crenças antigas;
- Retirar papel ”vítima”;
- Arriscar-se, ser mais flexível e tolerar mais suas
desarmonias;
Aconselhamento centrado no paciente
O que deve resultar para o cliente

- Antes de descartar pensamentos e


comportamentos, dar uma chance.
- Tornar-se mais consciente das alternativas qdo
responder ao estresse e a outros estímulos ou
na escolha de alimentos;
- Bom nível de auto-aceitação (valores →
comportamentos).
Aconselhamento centrado no paciente
Aconselhamento efetivo

- Ambiente agradável, SEGURO, com calor


humano e simpatia;

- OUVIR o cliente completa e ativamente –


encorajar participação;

- AVALIAR a compreensão e sentimento cliente;

- INFORMAÇÕES precisas, claras e simples;


Aconselhamento centrado no paciente
Aconselhamento efetivo

- CORREÇÃO de informações incorretas;

- Ajudá-lo a avaliar RISCOS de comportamentos


passados e presentes;

- Auxiliá-lo em ESTRATÉGIAS para redução de


riscos;

- criar condições para sustentar uma RELAÇÃO


de aconselhamento a longo prazo.
Aconselhamento centrado no paciente
Aconselhamento efetivo

- Ser SENSÍVEL a diferenças culturais;

- Fornecer APOIO psicológico sempre que


necessário;

- CALCULAR potencial para depressão,


isolamento ou suicídio;

- Fazer REFERÊNCIAS apropriadas para serviços


adicionais;
Aconselhamento centrado no paciente
Aconselhamento efetivo

bem estar físico e psicossocial dos


pacientes
Papel do Nutricionista
CONSELHEIRO

Responsabilidade: ajudar as pessoas com seus


problemas e necessidades.

“ Você precisa, ao tentar ajudar as pessoas, das


qualidades de um bom barman: simpatia,
disposição para ouvir e intuição.”
(Frank Buchman)
Papel do Nutricionista
CONSELHEIRO

- Escutar sem dar conselho ou emitir


julgamentos

- Encorajar que o cliente diga suas razões


para a busca do atendimento

- Tolerar o silêncio
Papel do Nutricionista
FACILITADOR

Em que estágio o paciente está?


Onde deve estar?
O que precisam aprender neste processo?
Auxiliar o paciente nas suas escolhas (prós e
contras).
Educador facilita o processo de crescimento e
a mudança como guia e através da prática.
Papel do Nutricionista
Conselheiro efetivo
Pessoas recordam...
• Pacientes esquecem
10%... lêem
muito do que ouvem
20%... escutam
durante sessões
30%... vêem informativas.
50%... vêem e escutam
70%... dizem
• Quanto mais
90%... dizem e fazem informação é dada
mais informação é
esquecida.
E o Aconselhamento...
Processo de Aconselhamento
Para desenvolver relação de confiança,
positiva e capaz de obter mudanças o
aconselhamento possui técnicas de
Entrevista Nutricional:

Técnicas verbais e não verbais.


Entrevista Nutricional
Técnicas verbais
OUVIR ATIVO
- Silêncio ou resposta mínima
- Esclarecimento e Exploração
- Reflexão

HABILIDADES DE LIDERANÇA
- Perguntas abertas
- Perguntas fechadas
- Perguntas com “ Por que”
- Respostas influenciáveis
- Conselhos
- Fornecimento de informações

HABILIDADES DE AUTO REFERÊNCIA


- Auto-Exposição
Técnicas verbais
OUVIR ATIVO:
Silêncio ou resposta mínima

Balançar afirmativo a cabeça ou um som baixo – fornece


uma informação neutra, que está sendo ouvida.

Não indica julgamento e sim aceitação.

Ex: situação emocionalmente carregada, proporciona um


momento de decisão interior.
Técnicas verbais
OUVIR ATIVO:
Esclarecimento ou exploração:

Interesse e concentração no que foi dito.

Ex: “conte sobre isso”


“continue...”
“e então?”
“quando isso aconteceu?”
Técnicas verbais
OUVIR ATIVO:
Reflexão:
Frases que repetem exatamente o que o cliente
disse. As respostas reflexivas são básicas para
uma relação de empatia e de confiança.

- Ajudam o cliente: a continuar falando; a esclarecer


e tornar-se consciente de problemas não
resolvidos; comunicar a disposição de ajudar o
cliente a dominar seu sentimentos.
Técnicas verbais
OUVIR ATIVO:
Reflexão:

Ex:
Cliente: “...eu consigo passar o dia tão bem, seguindo
bem o plano alimentar. Mas chega no final da tarde e
acabo comendo mais do que deveria. Minha mãe
sempre traz um lanche pronto e não resisto...”

Nutricionista: “ parece que sua preocupação está neste


lanche do final de tarde...”
Técnicas verbais
HABILIDADES DE LIDERANÇA:
Perguntas abertas:

Usadas para trazer informações maiores e


facilitar a interação. Proporciona uma resposta
aberta, ainda de maneira focada.
Pode estar na forma de perguntas ou frases
abertas.

Ex: “O que”; “Como”; “Conte mais”; “Você poderia ser


mais específico?”

Cuidado: direcionar as perguntas e respostas –


conduzir a entrevista.
Técnicas verbais
HABILIDADES DE LIDERANÇA:
Perguntas fechadas:

Usadas para obter dados específicos rapidamente. Usadas


com precaução.
Ex: são perguntas que são respondidas com “sim” e não”,
ou uma ou duas palavras.

Mesclar perguntas abertas e fechadas.


Responder com escuta reflexiva, não com outra pergunta.
Técnicas verbais
HABILIDADES DE LIDERANÇA:
Perguntas com “por que”:

Pode resultar em aprender mais sobre as razões


do cliente.
Precaução: pode colocar o cliente na defensiva.
Devem ser usados esporadicamente.

Ex: perguntas que buscam a razão, causa ou


propósito.
Técnicas verbais
HABILIDADES DE LIDERANÇA:
Respostas influenciáveis:
Encoraja ou desencoraja as idéias, pensamentos
ou curso da ação do cliente, para mudar ou
reforçar seu comportamento.
Ex:
“Essa é uma boa idéia” (encoraja)
“Talvez esse não seja o motivo real” (interpreta)
“É auto-destrutivo pensar assim” (desencoraja)
Técnicas verbais
HABILIDADES DE LIDERANÇA:
Conselho:
Uso esporádico, pode fornecer idéias novas e
úteis para serem tentadas (que ainda não foram
experimentadas).
Bons conselhos são realistas e específicos.

Ex: “Talvez você devesse experimentar...”; Você


poderia considerar...”
Técnicas verbais
HABILIDADES DE LIDERANÇA:
Fornecimento de informações:
Fornece dados ao paciente para capacitá-lo
a desenvolver suas próprias soluções.

Cuidado: É fácil de sobrecarregar o paciente com


informações! Aquilo que é interessante a você nem
sempre é para ele, pelo menos naquele momento.

Selecione e fracione as informações e dê tempo para


assimilação!
Técnicas verbais
HABILIDADES DE LIDERANÇA:

O paciente é um recurso valioso


na busca de soluções de problemas!
Técnicas verbais
HABILIDADES DE AUTO-REFERÊNCIA:
Auto – exposição:
Pode ajudar a construir um relacionamento mútuo
com o cliente, através de experiências similares.

O conselheiro divide com o cliente experiências


pessoais, sentimentos ou informações factuais
sobre ele.
Entrevista Nutricional
Técnicas Não-verbais
SINAL NÃO - VERBAL CALOR

Tom da voz Macio, suave

Expressão facial Sorridente, interessado

Postura Relaxado, curvando-se em direção


ao cliente
Contato com os olhos Olha direto no olhos do cliente (de
maneira intermitente)
Toque Toca o cliente de maneira suave e
discreta
Gestos Abertos, bem-vindos

Proximidade física Perto (comprimento de um braço)


Técnicas Verbais e Não-verbais:

55% é comunicado através da sua linguagem


corporal.
38% seu tom de voz.
7% nas palavras.

Assegurar consistência entre as suas mensagens


verbais e não-verbais!

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