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Alunos: Ana Lucia Rodrigues, Calebe Silva Vidal, Cristina Dietrich Machowski

Martins, Fernanda Yumi Raddi Okamoto, Helena Putti Sebaje da Cruz, Paula Grace
Oliveira Silva e Pedro Zraik.

José Remesal Rodríguez é professor catedrático de História Antiga da Universidade de


Barcelona, possui doutorado em História pela Universidad Complutense de Madrid e
suas principais linhas de pesquisa são: Epigrafia Latina, economia e política no mundo
romano e produção e comércio de alimentos na Antiguidade.
No texto El Abastecimiento Militar Durante El Alto Imperio Romano. Un Modo de
Entender la Economía Antigua (presente na Revista de Estudos Filosóficos e Históricos
da Antiguidade) o professor discorre sobre uma crítica que foi feita em um artigo de
Lothar Wierschowski, a respeito de sua tese sobre o Abastecimento Militar no Império
Romano. Segundo Remesal, três aspectos definem uma boa crítica (que possui grande
utilidade, pois auxilia no aprimoramento da teoria de cada autor), a saber, aspectos
historiográficos, metodológicos e ideológicos. Sobre o primeiro, o autor afirma que o
primeiro ponto para se compreender uma obra é conhecer sobre o contexto em que foi
escrita e conhecê-la em sua totalidade. Nisso se inclui conhecer as outras obras
complementares do autor, a leitura na língua original em que a obra a qual se fará uma
revisão crítica foi escrita, o ano em que a obra foi escrita, considerando as obras
posteriores do autor e a situação e o motivo pelo qual foi escrita e uma análise
historiográfica do conjunto das ideias a serem criticadas e do impacto que estas
causaram. No entanto, para Remesal, o mais importante a ser considerado antes de se
fazer uma revisão crítica de uma obra é compreender no que consistem os contrapontos
do autor analisado às teorias de outros autores. Quem este influencia e por quem é
influenciado.
Dos aspectos historiográficos de uma boa crítica Remesal passa aos aspectos
metodológicos e ideológicos. Sobre a metodologia o autor opina que Wierchowski
atribui às estatísticas um valor concludente, enquanto ele reconhece as insuficiências
dos dados estatísticos contidos em seu trabalho, uma vez que as ânforas que chegaram
até nós representam uma parcela ínfima das usadas para o abastecimento dos romanos.
Segundo Remesal as estatísticas colaboram para que captemos tendências e
determinemos a origem dos materiais estudados. Ainda que, para Remesal, não haja a
necessidade de ser um especialista no assunto para tecer uma crítica a seu trabalho, deve
se, ao menos, ter um conhecimento sobre as fontes e seu método de estudo.
Quanto aos aspectos ideológicos da crítica ao seu trabalho, Remesal opina que
Wierchowski não discute as questões fundamentais da sua teoria, se atendo a apenas
duas que, para Remesal, não são as questões fundamentais por ele levantadas. Esse
reducionismo de suas ideias faz com que Remesal afirme que Wierchowski não
entendeu nada do que ele escreveu, ele discorda da posição de Remesal sobre a annona
militaris, sem, porém, discutir os argumentos por este apresentados.

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