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Modelo de comportamento organizacional de Meyer e Allen – o

empenhamento organizacional dos enfermeiros

Autores

Elisabete Maria Garcia Teles Nunes*, Maria Filomena Mendes Gaspar

Apresentadores

Elisabete Maria Garcia Teles Nunes*

Introdução: O estudo da vinculação dos indivíduos às organizações, denominada de implicação


organizacional (Tavares, 2001), empenhamento organizacional (Frederico, 2005), ou compromisso
organizacional (Carochinho, 1998), “commitment― na literatura anglo-saxónica, tem sido largamente
estudada, e este constructo tem sido utilizado para conceptualizar a relação de vinculação de um indivíduo para
com a organização em que trabalha, existindo evidência de que o empenhamento pode ter efeitos substanciais
no desempenho dos indivíduos e das organizações (Cunha et al, 2007; Rego e Souto, 2004).
Objetivos: Os objetivos deste estudo consistem em descrever o empenhamento organizacional dos enfermeiros,
analisar a relação entre as variáveis sócio demográficas e o empenhamento organizacional dos enfermeiros e
finalmente analisar as relações entre as componentes do empenhamento organizacional desenvolvidas no
quadro teórico e empírico por Meyer e Allen (1997) face à amostra obtida neste estudo.
Metodologia: Utilizadas as Escalas de Comprometimento Organizacional de Meyer e Allen (1997), adaptada e
validada para o contexto Português por Nascimento, Lopes e Salgueiro (2008). Dado o construto se constituir
multidimensional, utilizaram-se três escalas que medem o empenhamento organizacional afetivo, calculativo e
normativo, sendo assumida a validação bem como a constituição das dimensões obtidas pelos referidos autores.
Amostra de conveniência constituída por 161 enfermeiros. Obtiveram-se as autorizações das organizações e do
autor que validou o instrumento.Tratamento dos dados realizado através do programa SPSS 19, utilizando
metodologia quantitativa descritiva e inferencial.
Resultados: Verifica-se que os enfermeiros classificam 14 dos 19 itens acima do ponto 3.5, verificando-se um
score global com média de 4.26 e mediana de 4.36. O empenhamento afetivo apresenta um score global médio
de 4.65 e mediana de 4,83. O empenhamento normativo, apresenta um score médio de 3.68 e mediana de 3.66.
O empenhamento calculativo apresenta um score médio de 4.41, e mediana de 4,57. Não existe associação
entre o empenhamento organizacional global, empenhamento afetivo, normativo e calculativo com a idade,
género, estado civil, habilitações académicas, antiguidade na profissão e o serviço onde atualmente são
exercidas as funções. Existe associação entre o empenhamento organizacional global e o vínculo à organização.
Verifica-se que todas as componentes do empenhamento organizacional estão estatisticamente correlacionadas.
O valor mais elevado do coeficiente de correlação verifica-se entre a componente afetiva e normativa (r=.567),
seguindo-se entre o empenhamento normativo e calculativo (r=.299).
Conclusões: Os enfermeiros apresentam-se grandemente empenhados afetivamente, moderadamente
empenhados do ponto de vista instrumental e fracamente empenhados normativamente. Apenas se verificou
associação estatisticamente significativa entre o empenhamento organizacional e o tipo de vínculo. O modelo
pressupõe que as três componentes do empenhamento sejam independentes entre si, no entanto os resultados
obtidos neste estudo não são concordantes com o quadro teórico e empírico, uma vez que se verificou que todas
as componentes do empenhamento organizacional estão estatisticamente correlacionadas. Também
Nascimento, Lopes e Salgueiro (2008) encontraram uma estrutura de relação entre as três componentes, bem
como outros estudos internacionais.
Palavras-chave: Modelo três componentes, empenhamento organizacional, enfermeiros.
Referências bibliográficas (max. 4 - Norma APA): Carochinho, J. A. (1998). Satisfação no trabalho,
compromisso e cultura organizacional: estudo empírico na banca com base no modelo dos valores contrastantes.
Lisboa: Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Portugal. Tese de mestrado não publicada.

* Instituto de Ciências da Saúde, Escola Superior Politécnica de Saúde, Unidade de Ensino de Enfermagem de Lisboa
Meyer, J. P., Allen, N. J. (1997). Commitment in the workplace: theory, research and application. Thousand Oaks:
Sage Publications.Nascimento, J. L., Lopes, A., Salgueiro, M. F. (2008). Estudo sobre a validação do “modelo
de comportamento organizacional― de Meyer e Allen para o contexto português. Comportamento
Organizacional e Gestão, 14 (1), 113-115.Rego, A., Souto, S. (2004, Jan./Mar.). A percepção de justiça como
antecedente do comprometimento organizacional: um estudo luso-brasileiro. Revista de Administração
Contemporânea, 8 (1), 151-177.

* Instituto de Ciências da Saúde, Escola Superior Politécnica de Saúde, Unidade de Ensino de Enfermagem de Lisboa

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