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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE GESTÃO DE TURISMO E INFORMÁTICA

Emerson Abdul Paissene

CONSUMIDOR ELETRONICO EM MOÇAMBIUQE UMA


ANALISE JURIDICA DA PROTECÇÃO DO CONSUMIDOR
ELETRONICO FACE A LEI DE TRANSAÇÕES ELETRONICAS
NO PAÍS
PEMBA, FEVEREIRO DE 2024

2
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE GESTÃO DE TURISMO E INFORMÁTICA

Emerson Abdul Paissene

CONSUMIDOR ELETRONICO EM MOÇAMBIUE UMA ANALISE


JURIDICA DA PROTECÇÃO DO CONSUMIDOR ELETRONICO
FACE A LEI DE TRANSAÇÕES ELETRONICAS NO PAÍS

Projecto de pesquisa científica submetido à


Faculdade de Gestão de Turismo e
Informática, como condição para
elaboração de monografia científica para
obtenção do grau académico de
Licenciatura em Direito.

Supervisora: Joyce Maly, MsC

PEMBA, FEVEREIRO DE 2024


Índice
1.0. Contextualização ou Contexto................................................................................4
1.1.1 Objecto de estudo................................................................................................4
1.1.2. Espaço e Tempo..............................................................................................4
1.2. Problematização.....................................................................................................5
1.3. Objectivos...............................................................................................................5
1.3.1. Geral................................................................................................................5
1.3.2. Específicos......................................................................................................6
1.4. Hipótese..................................................................................................................7
1.4.1.1. Variáveis Independentes:.........................................................................8
Exemplo:........................................................................................................................8
1.4.1.2. Variáveis Dependentes:...........................................................................8
Exemplos:......................................................................................................................8
1.5. Justificativa.............................................................................................................8
2.1. Teoria de Base..................................................................................................10
2.2. Revisão Bibliográficas......................................................................................11
2.2.1. Definição dos termos.................................................................................15
3. Metodologia.............................................................................................................15
3.1. Desenho Metodológico.....................................................................................16
3.2. Métodos de Abordagem....................................................................................16
3.3. Técnicas de Recolha de dados..........................................................................17
3.3.1. Observação directa intensiva, com as técnicas da:....................................18
3.3.2. Observação directa extensiva, apresentando as técnicas:..........................18
4. Cronograma..............................................................................................................18
4.1.1. Ilustração do cronograma..........................................................................18
5. Referencias Bibliográficas.......................................................................................19
5.1. Diplomas Legislativos:.....................................................................................19
5.2. Livros ou doutrinas...........................................................................................19
1.0. Contextualização ou Contexto

1.1. Delimitação do Tema

Segundo LAKATOS &MARCONI,1 delimitação do tema é dotado necessariamente de


um sujeito e de um objecto, o tema passa por um processo de especificação. O processo
de delimitação do tema só é dado por concluído quando se faz a sua limitação
geográfica e espacial com vistas na realização da pesquisa. As verbas disponíveis
determinam uma limitação maior do que o desejado pelo pesquisador, mas se pretende
um trabalho científico, é preferível o aprofundamento a extensão.2

1.1.1 Objecto de estudo

Segundo LAKATOS & MARCONI,3 constitui o local onde se responde à pergunta o


quê?

O objecto de estudo desta pesquisa é a protecção jurídica do consumidor electrónico em


Moçambique, com um foco específico na análise da legislação de transacções
electrónicas vigente no país. A pesquisa visa compreender como a legislação actual e os
mecanismos de protecção existentes impactam a segurança, os direitos e as garantias
dos consumidores que realizam transacções online em Moçambique.

Por meio desta investigação exaustiva, pretende-se analisar em profundidade a


efectividade da legislação de transacções electrónicas em proteger os consumidores
electrónicos no contexto moçambicano. Serão examinados os meios de protecção
disponíveis, a aplicação prática dessas medidas e a adequação da legislação em face dos
desafios e das necessidades dos consumidores electrónicos.

Além disso, a pesquisa busca identificar lacunas na legislação actual, obstáculos


enfrentados pelos consumidores electrónicos e possíveis melhorias que podem ser
implementadas para fortalecer a protecção jurídica desses consumidores. O objectivo é
contribuir para o avanço da legislação de protecção do consumidor electrónico em
Moçambique, promovendo um ambiente digital mais seguro, transparente e favorável
aos direitos dos consumidores que realizam transacções online.

1.1.2. Espaço e Tempo


1
Ibidem
2
Ibidem
3
Ob. Cit. p. 220

5
A delimitação da pesquisa no espaço e tempo será focada no cenário actual do
comércio electrónico em Moçambique, nas interacções entre consumidores e
fornecedores. A pesquisa observará as práticas comerciais existentes e a interacção entre
o comércio electrónico e a legislação de transacções electrónicas no país. O estudo será
realizado considerando o contexto moçambicano actual, a fim de analisar de forma
detalhada como as leis e práticas de comércio electrónico impactam a protecção jurídica
dos consumidores electrónicos no nosso ordenamento jurídico.

1.2. Problematização

Ilustra a professora LAKATOS & MARCONI, 4 que a formulação do problema prende-


se ao tema proposto: ela esclarece a dificuldade específica com a qual se defrontam e
que se pretende resolver por intermédio da pesquisa.

O problema em análise envolve a complexa interacção entre a efectividade da


legislação de transacções electrónicas em Moçambique e a protecção jurídica do
consumidor electrónico no país. Os objectivos específicos de estudar a lei em vigor,
avaliar os meios de protecção ao consumidor electrónico e analisar a eficácia das
normas existentes demandam uma investigação aprofundada sobre como esses
elementos se relacionam e impactam directamente a segurança e os direitos dos
consumidores no ambiente digital moçambicano.

Considerando a crescente importância do comércio electrónico e da protecção do


consumidor na era digital, é crucial examinar de que forma a legislação actual e os
mecanismos de protecção estabelecidos estão sendo aplicados e se são eficazes na
defesa dos direitos dos consumidores electrónicos em Moçambique. A análise
abrangente desses elementos permitirá compreender melhor as lacunas existentes, os
desafios enfrentados pelos consumidores electrónicos e as possíveis melhorias
necessárias para garantir uma protecção jurídica adequada nesse contexto.

Portanto, a questão problemática que se destaca é: Ate que ponto a protecção do


consumidor electrónico é eficaz face a lei de transacções electrónicas no contexto
do ordenamento jurídico Moçambicano ?

4
Lakatos E. M., Marconi M. A. , Fundamentos de Metodologia do Trabalho Científico, 5ª Edição, São
Paulo, Editora Atlas 2005, p 220.

6
1.3. Objectivos
1.3.1. Geral

De acordo com Marconi e Lakatos5, objectivo geral está ligado a uma visão global e
abrangente do tema; relaciona-se com o conteúdo, quer fenómenos e eventos, quer das
ideias estudadas, vinculando-se directamente a própria significação da tese proposta
pelo projecto.

1.3.1.1 Objectivo geral do projecto

Assim, o presente projecto tem como objectivo geral seguinte:

Analisar a protecção jurídica do consumidor electrónico face a lei de transacções


electrónicas no ordenamento jurídico moçambicano

1.3.2. Específicos

Aos objectivos gerais associam-se os objectivos específicos. Os objectivos Específicos


de acordo com Vergara (2002)6são as metas cujo tingimento depende o alcance do
objectivo geral. Na perspectiva de MARCONI & LAKATOS,7 é nos objectivos
específicos onde se apresentam carácter mais concreto. Tem função intermediária e
instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objectivo geral e de outro, aplica-lo a
situações particulares.

1.3.3. Objectivo específico do projecto

Assim sendo, são objectivos específicos deste projecto:

 Estudar a lei de transacções electrónicas em vigor no ordenamento jurídico


moçambicano,
 Aferir os meios de protecção do consumidor electrónico no ordenamento
jurídico moçambicano;

5
Lakatos E. M., Marconi M. A. , Fundamentos de Metodologia do Trabalho Científico, 5ª Edição, São
Paulo, Editora Atlas 2005, p. 219

6
VERGARA, Sílvia Constante. Projectos e relatórios de Pesquisa em Administração. 3ª Edição, Editora
Atlas S. A; 2000
7
LAKATOS E. M., MARCONI M. A. Metodologia do Trabalho Científico, 5° Edição, São Paulo, Editora
Atlas 205, pag. 219

7
 Aferir a efectividade da lei de transacções electrónicas face a protecção do
consumidor electrónico no ordenamento jurídico moçambicano

1.4. Hipótese

“A hipótese é como solução possível, através de uma proposição, ou seja, de uma


expressão verbal sustentável de ser declarada verdadeira ou falsa”. GIL.8

Na perspectiva de LAKATOS9“Hipóteses é enunciado da solução estabelecida


provisoriamente como explicativa de um problema qualquer”.

A fim de facilitar a pesquisa, propõe-se como possível resposta ao problema as


seguintes hipóteses:

 Revisão e actualização da legislação das transacções electrónicas com a inclusão


de disposições mais abrangentes e eficazes de protecção do consumidor
electrónico, podem contribuir para um ambiente mais transparente para o
comércio electrónico em Moçambique.
 Implementação de programas de educação e conscientização dos consumidores
sobre seus direitos e práticas seguras de compras online pode fortalecer a
protecção do consumidor e reduzir riscos de violação.
 Criação de mecanismos de protecção do consumidor electrónico, como canais de
reclamações acessíveis e eficazes podem melhorar a confiança do consumidor
no mercado electrónico.

1.4.1. Vaiáveis

Na perspectiva de MARCONI & MARCONI,10 as variáveis constituem hipóteses de


um enunciado geral de relações entre, pelo menos, duas variáveis. Por sua vez, variável
é um conceito que contem ou apresenta valores tais como: quantidade, qualidades,
características, magnitude, traços, etc., sendo o conceito um objecto, processo, agente,
fenómeno, problema etc.

8
GIL, A. C. Projecto de pesquisa, 3ᵅ Edição São Paulo, Editora Atlas S.A, (1996).
9
LAKATOS E. M., Marconi M. A. Metodologia do Trabalho Científico, 7° Edição, São Paulo, Editora
Atlas 2010
10
Ob. Cit p. 221.

8
A variável pode ser entendida segundo o professor LIPSET E BENDIX, 11 como um
conceito operacional, sendo que recíproca não é verdadeira: nem todo conceito
operacional constitui uma variável, pode ser definida, a variável precisa contendo
valores

1.4.1.1. Variáveis Independentes:

Para LAKATOS & MARCONI,12 “variável independente, é aquela que influência,


determina ou afecta outra variável; é factor determinante, condição ou causa para
determinado resultado, efeito ou consequência”.

Exemplo:

 Implementação de programas de educação e conscientização do consumidor


 Revisão e actualização da legislação das transacções electrónicas
 Implementação de mecanismos mais eficazes para protecção do consumidor

1.4.1.2. Variáveis Dependentes:

Na perspectiva de LAKATOS & MARCONI,13 “variável dependente consiste naqueles


valores (fenómenos, factores) a serem explicados ou descobertos, em virtude de serem
influenciados, determinados ou afectados pela variável independente”.

Exemplos:

 Nível de confiança do consumidor electrónico em Moçambique;


 Eficácia da protecção jurídica do consumidor electrónico nos país;
 Segurança e transparência do comércio electrónico no pais.
1.5. Justificativa

De acordo com MARCONI e LAKATOS (2005),14“justificativa é o único item do


projecto que apresenta respostas à questão porque? De suma importância, geralmente

11
Apud. Cit. in: Lakatos E. M., Marconi M. A., Fundamentos de Metodologia do Trabalho Científico, 5ª
Edição, São Paulo, Editora Atlas 2005, p.137
12
Ob. Cit. p. 138
13
Ibidem
14
MARCONI, Maria de Andrade & LAKATOS, Eva Maria, Metodologia científica, 3ª. Edição, ed. Atlas,
S. Paulo, 2005, pags. 258-263.

9
é o elemento que contribui mais directamente na aceitação da pesquisa pela (s) pessoa
(s) ou entidades que vão financia-lo”.

O tema representa uma discussão de grande relevo para a percepção A pesquisa


proposta sobre a protecção jurídica do consumidor electrónico em Moçambique, em
relação à legislação de transacções electrónicas, é de extrema relevância e urgência
devido a diversos motivos fundamentais.

Em primeiro lugar, com o crescimento exponencial do comércio electrónico em


Moçambique e a crescente digitalização das transacções comerciais, torna-se imperativo
analisar como a legislação existente protege os consumidores nesse ambiente. A falta de
protecção adequada pode expor os consumidores a práticas comerciais desleais, fraudes
e violações dos seus direitos, destacando a importância de uma pesquisa que avalie a
eficácia das leis de transacções electrónicas no país.

Além disso, a protecção jurídica dos consumidores electrónicos é essencial para


promover a confiança no comércio electrónico, estimular o crescimento do sector e
garantir relações comerciais justas e transparentes. Uma pesquisa abrangente nesse
sentido pode fornecer pontos valiosos para o aprimoramento da legislação existente,
contribuindo para um ambiente digital mais seguro e favorável aos consumidores em
Moçambique.

A urgência dessa pesquisa também se justifica pela necessidade de acompanhar as


rápidas mudanças no cenário do comércio electrónico, onde novas tecnologias e práticas
comerciais emergem constantemente. Diante desse contexto dinâmico, é crucial avaliar
se as leis actuais são adequadas para proteger os consumidores electrónicos e se estão
alinhadas com as melhores práticas internacionais.

Portanto, considerando a importância da protecção dos consumidores electrónicos, a


relevância do comércio electrónico para a economia moçambicana e a necessidade de
adequação da legislação às demandas actuais, esta pesquisa se apresenta como uma
iniciativa crucial e oportuna para garantir a segurança, os direitos e a confiança dos
consumidores no ambiente digital em Moçambique.

Do ponto de vista académico, a pesquisa contribuirá para o avanço do conhecimento no


campo do Direito do Consumidor e do Direito Digital em Moçambique. Ao analisar a

10
interacção entre a legislação de transacções electrónicas e a protecção dos consumidores
electrónicos, o estudo poderá fornecer pontos valiosos para a academia, ajudando a
preencher lacunas de pesquisa existentes e estimulando o debate académico sobre
questões jurídicas emergentes no contexto do comércio electrónico.

Além disso, a pesquisa poderá servir como base para futuros estudos e investigações
relacionados à protecção dos consumidores no ambiente digital, tanto em Moçambique
como em outras jurisdições. Os resultados e conclusões obtidos podem contribuir para a
formulação de políticas públicas, directrizes legais e práticas comerciais mais éticas e
alinhadas com os direitos dos consumidores electrónicos.

Dessa forma, ao combinar relevância prática com importância académica, a pesquisa


proposta não apenas abordará uma questão fundamental para a protecção dos
consumidores electrónicos em Moçambique, mas também enriquecerá o corpo de
conhecimento jurídico e contribuirá para o desenvolvimento do campo do Direito do
Consumidor e do Direito Digital no país e além.

Fundamentação ou Referencial Teórico

Na perspectiva da professora LAKATOS & MARCONI, 15referencial teórico ou


embalamento teórico, é o lugar ode se responde a questão como? Sendo que apresenta-
se elementos de fundamentação teórica da pesquisa e, também, a definição dos
conceitos empregados.

2.1. Teoria de Base

Nas palavras da professora LAKATOS & MARCONI, 16a finalidade da pesquisa


científica, não é apenas um relatório ou descrição de factos levantados empiricamente,
mas desenvolvimento de um carácter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos.

Para tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se


por um modelo teórico que serve de embalamento á interpretação do significado dos
dados e factos colhidos ou levantados.17

15
Ob. Cit. pag. 224
16
Ob. Cit. Pp. 224-225
17
Ob. Cit. pags. 224-225.

11
Nesta sentido, o projecto tem como tema “Consumidor Electrónico em Moçambique
uma análise jurídica da protecção do consumidor face a lei de transacções
electrónicas no ordenamento jurídico Moçambicano”constituem a teoria de base ou
referencial teórico para a efectivação da deste projecto: A obra dos Drs. VISSOTO,Elisa
Maria, BONIATI, Bruno Batista Comercio Electrónico, 2013, e COUTO
FERREIRA ,Rute Isabel Esteves, Comercio e Consumo Electrónico Algumas
Considerações Juridicas,2004,e, SCARMANHÃ, Bruna de Oliveira da Silva Guesso et
al O comercio electrónico e direito fundamental do consumidor, e SANTOLIN, Cesar
Viterbo Matos Pricipios de Protecção do consumidor e o comercio electrónico no
Direito Brasileiro,2004, e REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Constituição da
Republica, (2018) in Boletim da Republica I série nº 115 de 12 de Junho a Lei n.º/2017
de 9 de Janeiro – Lei das Transacções Electrónicas .

2.2. Revisão Bibliográficas

Segundo a professora LAKATOS & MARCONI,18é na revisão bibliográfica onde se


constata que pesquisa alguma parte hoje na estaca zero. Mesmo que exploratória, isto é,
de avalia ção de uma situação concreta desconhecida, em um dado local, alguém ou um
grupo, em algum lugar, já deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo
complementares de certos aspectos da pesquisa pretendida.

Não obstante a professora LAKATOS & MARCONI,19 sustenta que na revisão


bibliográfica procura-se fontes quer documentais ou bibliográficas, que torna
imprescindível para a não duplicação de esforços, a não “descoberta” de ideias já
expressas, a não inclusão de “lugares-comuns” no trabalho.

Ademais, na revisão bibliografia onde há citações das principais conclusões a que


outros autores chegaram permitindo salientar a contribuição da pesquisa realizada,
demonstrando contradições ou reafirmações de comportamentos ou de atitudes. Tanto a
confirmação, em dada comunidade, de resultados obtidos em outra sociedade quanto a
enumeração das discrepâncias é de grande importância.20

Ascendendo ao marco teórico da pesquisa é importante destacar os pressupostos


teóricos levantados acerca do tema em estudo, esses pressupostos servirão como
18
Lakatos E. M., Marconi M. A. , Fundamentos de Metodologia do Trabalho Científico, 5ª Edição, São
Paulo, Editora Atlas 2005, P. 225
19
Ibidem
20
Ibidem

12
alicercei fundamental para análise da protecção do consumidor electrónico em
Moçambique em relação a legislação das transacções electrónicas e uma compressão
dos fenómenos deste notável campo jurídico.

21
Neste contexto STEPHEN DAVIDSON E KHATHERYN ANDRESSEN Destacam
que as preocupações sobre as legislações no comercio electrónico surgem tanto dos
consumidores quanto dos fornecedores, os consumidores se preocupam com questões
como privacidade, clausulas abusivas, eficácia dos contratos electrónicos e manutenção
dos princípios legais existentes, por outro lado os fornecedores buscam promover a

Segurança dos consumidores ao mesmo tempo que buscam proteger sua propriedade
intelectual e interesses comercias.

Os autores também apontam que o futuro do comércio electrónico depende da


capacidade de conciliar essas necessidades divergentes por meio de regulamentação que
estabeleçam limites reconhecidos e aceitos globalmente.

As novas tecnologias de informação introduzem desafios adicionais para o consumidor,


especialmente para aqueles que realizam transacções com fornecedores em países
diferentes, em horários não convencionais e ambientes virtuais desconhecidos .

Essa complexidade ressalta a necessidade de uma regulamentação eficaz de protecção


do consumidor no contexto electrónico.

Reza o n.º 1 do artigo 92º da Constituição da República que “os consumidores têm
direito à qualidade dos bens e serviços consumidos, à protecção da saúde, da segurança
dos seus interesses económicos, bem como à reparação de danos”.22

NO entanto, na óptica de Scramanhã, Bruna de Oliveira da Silva et al

No cenário do comercio actual ;23 pode se afirmar que a utilização do comercio


electrónico causa agravamento da vulnerabilidade do consumidor e este agravamento
decorre de diversas características da utilização da internet, como a segurança em
relação a identidade do fornecedor, a falta ou a insuficiência de informação sobre os

21
SANTOLIM, Cesar Viterbo Matos , pricipio de protecção do direito do consumidor brasileiro, porto
alegre, 2004, pp. 15-16
22
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Constituição da Republica, (2018) in Boletim da Republica I serie
nº 115 de 12 de Junho
23
SCRAMANHÃ,Bruna da Oliveira da Silva Guesso et al O comercio electrónico e o direito fundamental
da defesa do consumidor,p253

13
produtos e serviços que se encontram a disposição e ate mesmo a utilização de diversas
formas de linguagem utilizados na oferta.

No mesmo sentido e direcção Couto, Rute Isabel Esteves Ferreira :

Um dos grandes desafios na regulação e efectividade do direito comercial electrónico


seja a diversidade jurisdicional em que os sujeitos podem se encontrar e a dinâmica com
que as novas tecnologias de desenvolvem 24 Cremos que um dos principais problemas é
talvez o facto de a lei,, por excelência territorial, não estar preparada para algo global,
arriscamos dizer que nem poderia, por quanto os fenómenos da sociedade da
informação se sucedem a um ritmo crescente e em constante complifixção, ritmo que
não devera ser acompanhado pelos legisladores , para não se cair num frenesim
legislativo que, sem ponderação de soluções , leve a regulação que nunca passaram do
papel.

Em particular no âmbito da legislação nacional das transacções electrónicas pode se


encontrar disposições que visam combater o assedio, pois dentre as praticas comercias
exercidas pelos fornecedores de produto, pode destacar-se a publicidade, Marketing e
oferta, explorados inclusive em grandes operações de comercio, o consumidor é
bombardeado com uma pilha de anúncios, o comercio electrónico acaba por
potencializar o agravamento da vulnerabilidade do consumidor e consequentemente
fragilizar a sua dignidade .

No seu artigo 40 a lei das transações prevê disposições que buscam proteger o
25
consumidor A publicidade e o Marketing electrónico devem ser identificáveis no que
se refere a actividade comercial em representação da qual a publicidade ou Marketing
são conduzidas. Os números seguintes do mesmo artigo regulam questões de
consentimento e meios ou canais em que a publicidade chega ao consumidor.

Outra questão digna de atenção (não que as outras não sejam) é a questão do período de
arrefecimento e restrição ao direito ao livre cancelamento

Se a transacção for cancelada, o consumidor deve devolver o bem fornecido quando se


aplicar, terminar a utilização dos serviços prestados e o empresário comercial deve
reembolsar todos os pagamentos efectuados pelo consumidor, salvo o valor relativo ao
custo directo da devolução dos bens.26

24
COUTO,Rute Isabel Esteves Ferreira Comercio e consumo electrónico, p84.
25
Cf. Capitulo VI Art. 45 da Lei das Transacções Electrónicas
26
Cfr. Capitulo VIArtigo 45º, n.º2 da Lei das Transaccoes Electronicas

14
Todavia, se o empresário comercial for responsável por quaisquer danos sofridos pelo
consumidor devido a falta de cumprimento, será responsabilizado e assim sendo, a
esfera jurídica do consumidor será protegida.27

O artigo 46º da Lei das Transacção Electrónica depreende que, “o consumidor tem
direito de cancelar a transacção electrónica ou qualquer contrato com ela relacionado
sem obrigação de fundamentar, devendo suportar apenas o custo de devolução dos bens,
pelo fornecimento de bens dentro de um período de sete dias após a recepção dos
produtos’’.

Ao comprar produtos ou serviços na internet os consumidores podem enfrentar diversos


riscos tais como, o risco de arrependimento, onde o consumidor pode se sentir
insatisfeito com as compras após receber, alem disso, há o risco de não conformidade,
quando o produto ou serviço não atende as expectativas do consumidor ou descrição
fornecida online.

Outro risco é o de segurança, já que transacções electrónicas podem estar sujeitas a


possíveis ataques cibernéticos e roubo de dados pessoais ou financeiros, adicionalmente
o risco de fraude também é uma preocupação pois os consumidores podem ser vítimas
de sites falsos, vendedores desonestos, ou golpes online.

Diante desses desafios e riscos o direito ao livre cancelamento permite que os


consumidores cancelem uma compra dentro de um prazo determinado, sem a
necessidade de justificar o motivo. Essa medida visa proteger os consumidores, dando-
lhes a oportunidade de reconsiderar a compra e desfaze-la caso que sintam que seus
direitos foram violados ou nos casos de insatisfação de serviços e produtos.

Casos de violação, são expostos diariamente de forma humorística ``memes`` em


plataformas como facebook, por consumidores movidos pela ignorância ou
desconhecimento dos seus direitos ou outro motivo qualquer, onde fazem a comparação
de duas imagens, o produto apresentado como oferta e o produto na posse do
consumidor, havendo uma disparidade entre ambos e uma clara insatisfação do
consumidor ``superadas através do alívio cómico, o que demonstra pouca fé nos meios
legais para solução de conflitos.

2.2.1. Definição dos termos


27
Ibidem , n.º3

15
Segundo a LAKATOS & MARCONI,28 a definição de termos constitui etapa onde se
apresentam conceitos ligados ao tema do projecto, isto é termos simbólicos, que
sintetizam as coisas e os fenómenos perceptíveis na natureza, do mundo psíquico do
homem ou na sociedade, de forma directa ou indirecta.

“Para que se possa esclarecer o facto ou o fenómeno que se esta investigando e ter
possibilidade de comunica-lo, de forma não ambígua, é necessário defini-lo com
precisão.”29

Na óptica de VISSOTO, Elisa Maria e BONIATI, Bruno Batista 30, “o comércio


electrónico – é o processo de comprar, vender ou trocar produtos,servissos e
informações através de uma rede mundial de computadores”.

Lei de transacções electrónicas31 define consumidor como todo aquele a quem sejam
fornecidos bens, prestados serviços ou transmitido qualquer direito destinados a uso não
profissional, ou tarifa, por pessoa que não exerça com carácter profissional uma
actividade económica que vise obtenção de benefício.

3. Metodologia

Na perspectiva de LAKATOS32, “Metodologia científica é a disciplina que trata do


método científico. É a estrutura das diferentes ciências, e se baseia na análise
sistemática dos fenómenos e na organização dos princípios e processos racionais e
experimentais. Permite, por meio da investigação científica, a aquisição do
conhecimento científico”.

Pesquisa bibliográfica, os instrumentos legislativos, as decisões jurisprudenciais se


existirem, ou fontes secundárias que consistirão no desenvolvimento da pesquisa com
matéria já elaborada e publicada por diferentes autores, constituída principalmente por
livros, artigos de jornais científicos e artigos publicados em portais científicos da
internet relacionados com o tema; pesquisa documental ou fontes primárias, que
consistirá na recolha de material que não recebeu tratamento analítico que segundo Gil

28
Ob. Cit. P. 225
29
Ibidem
30
VISSOTO, Elisa Maria e BONIATI, Bruno Batista o eletronico, frederico whestphalen, 2013,
p15
31
Lei n 03/2017 lei das transacções electrónicas
32
LAKATOS E. M.; MARCONI, M. A., Metodologia do Trabalho Científico, 7° Edição, São Paulo,
Editora Atlas 2010, pag. 107

16
(2012)33 nesta categoria encontramos documentos conservados em arquivos de órgãos
públicos e instituições privadas, incluindo outros documentos.

Depreende ainda a professora LAKATOS & MARCONI 34, Metodologia é uma palavra
derivada de “método”, do Latim “methodus” cujo significado é “caminho ou a via para
a realização de algo”. Método é o processo para se atingir um determinado fim ou para
se chegar ao conhecimento. Metodologia é o campo em que se estuda os melhores
métodos praticados em determinada área para a produção do conhecimento.

Segundo a professora LAKATOS & MARCONI,35 depreende que “a especificação da


metodologia da pesquisa é a que abrange maior número de itens, pois responde, a um só
tempo, às questões como? com o que? quanto? onde? corresponde aos seguintes
componentes:”

3.1. Desenho Metodológico

De acordo com a natureza da própria pesquisa, convêm, fazer uma pesquisa qualitativa.
A pesquisa qualitativa será abordada numa dinâmica discretiva e exploratória, que
permitira analisar a protecção jurídica do consumidor electrónico em Moçambique face
a legislação de transacções electrónicas e compreender os desafios envolvidos.

3.2. Métodos de Abordagem

Assim, para levar a cabo a efectivação da pesquisa usaremos as seguintes métodos:

O Método histórico – investigando a evolução da legislação de protecção ao


consumidor e como isso impactou na protecção do consumidor electrónico no país.36

Método comparativo – comparando a legislação de transacções electrónicas em


Moçambique com as de outros países ou regiões para identificar melhores praticas e
possíveis áreas de melhoria ;37

Métodos dedutivo e indutivo – dedutivo partindo de teorias gerais sobre a protecção


do consumidor e aplicando as ao contexto Moçambicano para analisar a eficácia da lei e
33
GIL, A. C. Projecto de pesquisa, 3ᵅ Edição São Paulo, Editora Atlas S.A, (1996).
34
LAKATOS E. M., MARCONI, M. A., Metodologia do Trabalho Científico, 7° Edição, São Paulo,
Editora Atlas pag. 106
35
Ob. Cit. P. 221.
36
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de Metodologia Cientifica, 5ª
Edição, São Paulo, 2003, Pp. 106-107
37
Ob. Cit. P. 107

17
indutivo a partir de analise de casos específicos ou exemplos concretos extrair
conclusões mais amplas sobre a eficácia da protecção jurídica do consumidor
electrónico em Moçambique.38

Para permitir a triangulação, que envolve cruzar informações das leis estabelecidas com
a realidade observada, será indispensável a realização do trabalho de Campo, o trabalho
de campo desta pesquisa, será conduzido no ambiente digital considerando a natureza
do tema, a colecta de dados será realizada por meio de entrevista online, questionários
electrónicos e analise de interacções em plataformas digitais e observação de
comentários em redes sociais ou fórum online, essas abordagens permitirão obter
insghts valiosos sobre experiencias e percepções e desafios em relação á protecção
jurídica do consumidor electrónico em Moçambique, será assegurado o consentimento
dos participantes e a confidencialidade dos dados colectados, garantindo a integridade
da pesquisa no ambiente digital através de documentação directa que, segundo
LAKATOS & MARCONI (2010)39 constitui-se em geral no levantamento de dados no
próprio local onde os fenómenos ocorrem, mas tendo em conta que o fenómeno em
análise ocorreu.

3.3. Técnicas de Recolha de dados

Na perspectiva da professora LAKATOS & MARCONI, 40“as técnicas de recolha de


dados são consideradas como um conjunto de preceitos ou processos de que se serve
uma ciência, são também, a habilidade para usar esses preceitos ou normas, na obtenção
dos seus propósitos”.

Nas ideias da professora MARCONI& LAKATOS,41correspondem, portanto, à parte


pratica de colecta de dados. Apresentam duas grandes divisões: documentação
indirecta, abrangendo a pesquisa documental e a bibliográfica e a documentação
directa.

3.3.1. Observação directa intensiva, com as técnicas da:

Observação neste projecto será considerado os sentidos para a obtenção determinados


por meio da observação, o pesquisador pode colectar informações sobre
38
Ob. Cit. P. 111
39
Ob. Cit. p. 107
40
Ob. Cit., Pag. 222
41
Ob.cit. , pp. 222 - 223

18
comportamentos interacções e fenómenos que ocorrem no ambiente estudado, esse
método permite capturar dados em tempo real sem depender exclusivamente de relatos
ou memórias dos participantes;

Entrevista realização de entrevista estruturada ou semi-estruturada com consumidores,


especialistas da área jurídica, através de vídeos conferencias ou menagens instantâneas

3.3.2. Observação directa extensiva, apresentando as técnicas:

Questionário: elaboração de questionários para obter feedback dos consumidores sobre


suas experiencias, e percepções necessidades em relação a protecção jurídica do
comercio electrónico.

4. Cronograma
4.1.1. Ilustração do cronograma

Actividade Dias gatos Total de Dias

Levantament 10
o de doutrina

Colecta de 30
dados

Tratamento 10
de dado

Elaboração de 40
monografia

Revisão do 3 95
texto

19
5. Referencias Bibliográficas
5.1. Diplomas Legislativos:

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Constituição da Republica, (2018) in Boletim da


Republica I serie nº 115 de 12 de Junho

_________________, Lei das Transacções electrónicas, Comercio electrónico e


Governo Electrónico (2017) in Boletim da Republica I serie nº 5 de 6 de Janeiro
5.2. Livros ou doutrinas

Gil, A. C. Projecto de pesquisa, 3ᵅ Edição São Paulo, Editora Atlas 1996

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de Metodologia


Cientifica, 5ª Edição, São Paulo, 2003

LAKATOS, E. M.MARCONI, M. A, metodologia do Trabalho Científico, 7° Edição,


São Paulo, Editora Atlas. 2010

VERGARA, Sílvia Constante Projectos e relatórios de Pesquisa em Administração. 3ª


Edição, Editora Atlas S. A. 2000

MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria, Metodologia científica, 3ª.


Edição, ed. Atlas, S. Paulo, 2005

VISSOTO,Elisa Maria, BONIATI, Bruno Batista Comercio Electrónico,Frederico


westphalen,Universidade de santa Maria, 2013,

Rute Isabel Esteves, Comercio e Consumo Electrónico Algumas Considerações


Juridicas,Porto, Fevereiro de 2004

SCARMANHÃ, Bruna de Oliveira da Silva Guesso et al O comercio electrónico e


direito fundamental do consumidor,2018

SANTOLIN, Cesar Viterbo Matos Pricipios de Protecção do consumidor e o comercio


electrónico no Direito,Porto Alegre,2004

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