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O ANTIGO TESTAMENTO

1. INTRODUÇÃO
Nosso objetivo é apresentar o plano de Deus, traçado desde a eternidade, sendo
desenrolado na terra até a chegada do Reino de Deus através de Jesus Cristo.
É importante observar que Jesus sendo o Verbo Eterno sempre existiu e esteve
presente e atuante durante todo o Antigo Testamento.
Também apresentaremos o Panorama de cada livro do Antigo Testamento.

2. O PRINCÍPIO
Nossa história começa antes da fundação do mundo, quando só existia Deus. O Deus
Eterno. Onipotente, onipresente e onisciente. O Deus Triuno.
O Deus Eterno se expressa em 3 pessoas desde a eternidade:
 O Deus Pai
 O Verbo Eterno (que se tornaria Jesus)
 O Espírito Santo
Estes três são um, inseparáveis, nem maiores nem menores um que o outro, com a
mesma natureza. A trindade.
Os três juntos formam o único Deus Verdadeiro.
João 1:1-3, fala sobre Jesus na eternidade. Foi Ele quem fez todas as coisas. É Ele quem
executa e expressa a vontade do Pai.
Deus elaborou e projetou... Jesus fez.

3. O PROPÓSITO ETERNO
Desde o princípio Deus tinha um propósito, um desejo em seu coração de formar uma
grande família de muitos filhos semelhantes a Jesus. Na qual se expressaria todo seu
amor, glória poder e majestade.
Uma família para amá-lo e ser amada por Ele. Uma família santa na qual pudesse
expressar todo seu amor. Com este objetivo Deus dá origem a criação de todas as
coisas.

4. A CRIAÇÃO DO MUNDO
O mundo foi criado por Deus. É resultado de um ato criativo de Deus.
Gênesis 1:1 "No princípio criou Deus os céus e a terra".
A Palavra diz que "no princípio Deus criou". E criou a partir do nada.
Deus disse: "Haja o universo!". E houve o universo.

5. A CRIAÇÃO DO HOMEM
Para dar prosseguimento ao seu propósito, após criar o mundo, no sexto dia, Deus cria
o homem (Gênesis 1:26-27).
Em Gênesis 2:7: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas
narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente".
 Deus formou o homem do pó da terra (corpo).
 Soprou nele o fôlego da vida (espírito).
 homem tornou-se alma vivente (alma - mente, vontade e emoções).
Deus fez o homem com espírito, alma e corpo.

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a. Como a mulher foi criada: Em Gênesis 2:18; 21-23, Deus fez a mulher a partir do
homem. Deus fez para Adão uma auxiliadora idônea, alguém que fosse como ele, para
estar sempre ao seu lado. Deus formou o homem com um propósito, mas para que o
homem cumprisse este propósito precisava da mulher.
Ele a criou da costela de Adão, retirou do seu lado.
 Não foi da cabeça, para que ela não dominasse sobre ele.
 Nem dos seus pés para que não pisasse sobre ela.
 Mas do seu lado, para estivesse ao seu lado.
Ele criou o universo todo, a terra e tudo que nela habita para que servisse de morada
para o homem, a cora da sua criação, para que esse o amasse, adorasse e obedecesse.

6. A QUEDA DO HOMEM
O homem tinha perfeita comunhão com Deus. Se relacionava perfeitamente com
Deus. Nada faltava ao homem, ele tinha tudo o que precisava. Dependia plenamente
de Deus.
O Homem bebia diretamente da fonte de todas as coisas: Deus.
Podia desfrutar da árvore da vida, não sabia o que era depressão ansiedade,
preocupação, tédio, etc. Tinha uma vida perfeita e agradável.
No entanto Deus tinha dado uma ordem ao homem em Gênesis 2:16-17: "Ordenou o
Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente;
mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia
em que dela comeres certamente morrerás".
Deus deu esta ordem ao homem e também deu liberdade de escolha, para que ele
escolhesse sempre obedecer, amar e depender de Deus espontaneamente.
Toda obediência só é testada se houver liberdade.
A queda: Em Gênesis 3:1-6 um episódio muda a história.
Satanás ofereceu a eles a oportunidade de serem independentes de Deus, conhecer o
bem e o mal e poder tomar as suas decisões de acordo com a própria vontade.
Este é o pior pecado do homem, uma atitude interior de independência de Deus.
Por causa disso ele desobedeceu e pecou.
Foi assim que o pecado entrou no mundo. Por que Adão desobedeceu movido pelo seu
desejo de ser independente.
a. Consequências da queda:
 O homem ofendeu a santidade de Deus e provocou a sua ira.
 O homem morreu espiritualmente.
 Tornou-se escravo de Satanás e do pecado.
 Perdeu a comunhão com Deus. Foi afastado e destituído da presença de Deus.
Deus dá esperança de salvação ao homem (Gênesis 3:16) iniciando um processo
de aproximação e revelação de si mesmo ao homem que se consumaria cerca de 4.000
anos mais tarde na pessoa de Jesus Cristo (que mudaria a história pela segunda vez) –
Hebreus 1:3

7. O DILÚVIO
De Adão até Noé se passaram cerca de 2000 anos. O mundo, separado de Deus, se
corrompeu de tal maneira que Deus decide exterminar todos os homens por causa do
pecado (Gênesis 6:5).

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Mas Noé achou graça aos olhos do Senhor. Não porque fosse bom ou perfeito, mas
pela graça de Deus.
Deus ordena que ele faça uma arca (Gênesis 6:14-16), pois enviaria chuvas sobre a
terra por quarenta dias e quarenta noites (até então não havia chovido sobre a terra).
Noé obedece, faz a arca conforme Deus tinha ordenado e entra nela com sua esposa,
seus 3 filhos suas esposas, além de 1 casal de cada animal que havia na terra.
Deus então envia o Dilúvio (Gênesis 6:17-18) encerrando sobre as águas todo ser
vivente. Mas Noé e todos que entraram na arca foram salvos.

8. OS PATRIARCAS
a. Abraão: O homem ficou mais de 2000 anos afastado de Deus, de modo que já não
conhecia mais a Deus. Apenas vestígios da revelação inicial de Deus haviam
permanecido. Mas a partir da civilização que se formou após o dilúvio, Deus escolhe
Abrão, separa-o dos demais e começa a se revelar a ele (Gênesis 12:1-4).
Abrão teve dois filhos um segundo a vontade humana (Ismael) e outro segundo a
promessa de Deus (Isaque). Ele tinha 100 anos quando sua mulher deu a luz (Gênesis
21:1-8)
Durante este tempo o Senhor muda o nome de Abrão para Abraão (pai de uma
multidão) e o de Sarai para Sara (princesa). Também a feita a aliança da circuncisão
(Gênesis17:1-11)
Em Gênesis 22:1-24, quando Isaque era menino o Senhor ordena a Abraão que
oferecesse seu filho Isaque em sacrifício a Ele. Mesmo sendo o filho da promessa,
Abraão obedeceu. Ele cria que Deus era fiel e poderoso o suficiente para ressuscitar
Isaque.
Deus porém, vendo a fé de Abraão, quando este já havia levantado a adaga para
sacrificar seu filho, impediu o sacrifício, enviando um cordeiro para morrer em seu
lugar.
b. Isaque: Isaque cresceu e se casou com Rebeca, com a benção de seu pais. Ela
também era estéril, pelo que Isaque orou insistentemente ao Senhor durante 20 anos,
e ela concebeu gêmeos: Esaú e Jacó (Gênesis 25:2-3; 26).
Deus continua e se revela, agora a Isaque (Gênesis 26:2-5).
Esaú era o primogênito, porém desprezou sua primogenitura e Jacó a comprou por um
guisado (Gênesis 25:28-34).
Quando Isaque estava para morrer, Jacó orientado por Rebeca, se apresenta como
Esaú para receber a benção da primogenitura (Gênesis 27:1-46).
c. Jacó: Deus continua a se aproximar e se revelar. Agora a Jacó (Gênesis 28:10-22).
Em Padã-Arã, Jacó vai trabalha para Labão por causa de sua filha Raquel. Segundo um
acordo entre os dois ele trabalharia 7 anos e receberia a mão de Raquel. Mas ao final
deste período, Labão entrega Lia, sua outra filha. Jacó trabalha então mais sete anos
por Raquel e labão a entrega.
Jacó teve 12 filhos, que formariam mais tarde a 12 tribos e Israel (Gênesis 30:1-24).
Deus diz para Jacó voltar a sua terra (Gênesis 31:13). E quando este ainda estava a
caminho, no vau do Jaboque, tem um encontro com Deus (Gênesis 32:22-32).
 Teve sua vontade quebrada.
 Amou a benção novamente.

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 Deus mudou seu nome (transformação) de Jacó (enganador) para Israel
(príncipe de Deus).
Ele segue em frente e ao encontrar Esaú é recebido com alegria (Deus preparou o
caminho).
d. José: Jacó tinha um carinho especial por seu filho José, que tinha sonhos e visões.
Isso provocou o ciúme de seus irmãos, que armaram um plano e o venderam como
escravo aos midianitas e este foi levado ao Egito. Eles contaram a Jacó que José tinha
sido devorado no campo.
Mas o Senhor cuidou de José no Egito, de forma que ele prosperava em tudo que fazia.
Deus sempre concedia graça aos olhos dos seus senhores e ele prosperava (Gênesis
34:4; 21).
José interpretava sonhos e um dia foi chamado perante Faraó, pois este estava
inquieto com um sonho que tinha tido e não havia quem o explicasse.
José interpreta o sonho de faraó (Gênesis 41:25-33).
Vendo que nele habitava o Espírito de Deus, Faraó o coloca como governador de toda
a terra do Egito, revestindo-o de autoridade e privilégios (Gênesis 41:38-40).
Tudo isso foi parte de um plano de Deus. José, como autoridade sobre toda a terra do
Egito, manda buscar seu Pai Israel e todos os seus para lá habitarem com segurança e
fartura.
Deus usou o Egito como uma proteção para os filhos de Israel. Ali eles estavam livres
de povos inimigos e da fome, podendo crescer e se fortalecer. Cerca de 70
pessoas fora mulheres desceram para o Egito. E foram preservados ali por Deus
aguardando nas últimas palavras de José (Gênesis 50:24).

9. O ÊXODO
O povo de Israel viveu bem no Egito por muitos anos. Mas com o passar do tempo,
José morreu, Faraó morreu e um novo rei passou a governar o Egito. Vendo que eles
eram muito numerosos o novo Faraó temeu e começou a oprimir os filhos de
Israel colocando-os como escravos sob dura servidão.
a. Moisés
Nesta época Faraó mandou matar todos as crianças que nasceram homens dentre os
israelitas. Mas uma delas escapou, sendo colocada por sua mãe em uma cesta no rio.
Esta criança foi encontrada pelas servas da filha de Faraó que a adotou. Foi chamada
Moisés (salvo das águas).
3 fases de 40 anos:
 Viveu 40 anos entre os príncipes do Egito, conhecendo toda ciência e
instrução.
 Viveu 40 anos no deserto como pastor de ovelhas em Midiã.
 Viveu 40 anos conduzindo o povo até a terra prometida.
Quando era pastor em Midiã, Deus aparece a ele numa sarça (arbusto) que ardia como
fogo e se revela a ele (Gênesis 3:5-6).
Moisés é então enviado para tirar o povo do Egito e conduzi-lo até a terra da
promessa.
Moisés fala ao povo que Deus iria libertá-los e depois vai a Faraó dizendo que
permitisse a saída do povo para o deserto. Mas o coração de faraó estava endurecido e
ele não deu ouvidos a Moisés.

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Então Deus começa a enviar pragas sobre o Egito para que Faraó soubesse que Ele era
o Senhor.
As 10 pragas: Sangue, Rãs, Piolhos, Moscas, Peste, Úlceras, Saraivas, Gafanhotos,
Trevas, Morte dos primogênitos.
b. A Páscoa: Deus iria passar sobre a terra do Egito exterminando todos os
primogênitos. Os filhos de Israel deveriam imolar um cordeiro, aspergir seu sangue
sobre as portas de suas casas e comer sua carne assada com ervas amargas. O Sangue
seria o sinal (Êxodo 12:12-14). Isto se cumpre em Jesus. Seu sangue nos livra da morte
e da ira de Deus. Ele é o cordeiro pascal.
Assim Faraó permitiu que o povo saísse rumo ao deserto. E eles saíram carregados de
bens dados pelos egípcios.
c. A Peregrinação no Deserto: Neste ponto, tem início a marcha do povo de Israel até
a terra prometida. Inicia-se também uma etapa de tratamento e santificação do povo
onde o Senhor começa a se aproximar e se revelar como o Deus de Israel.
O povo começa a murmurar, reclamando de água e comida.
Deus faz sair água da rocha e diz: "Eu sou o Deus que te sara".
Deus envia o maná e as codornizes e diz: "Eu sou o Deus que te sustenta".
d. A chegada ao monte Sinai: Cerca de três meses depois de sair do Egito eles chegam
no monte Sinai. Onde Deus faz uma aliança com o povo de Israel (Êxodo 19:1-6).
e. Deus estabelece a Lei: Conjunto de regras, rituais, cerimônias e estatutos morais
que regiam o relacionamento do povo com Deus e entre eles.
Moisés sobe ao cume do Sinai para receber as leis do Senhor.
A lei começa com os dez mandamentos (Êxodo 20:1-21).
O Senhor começa uma obra de santificação no povo, limpando-o de todos os costumes
e conceitos que adquiriram no Egito. Ele começa a educar e instruir o povo, mostrando
as coisas que lhe agradam e as que Ele abomina.
Deus dá leis acerca: dos escravos; das propriedades (roubo); dos feiticeiros, adivinhos e
médiuns; da misericórdia; da higiene no acampamento; no parto; quando tiverem
lepra; higiene pessoal; das relações sexuais.
f. As Três Festas Anuais:
 Páscoa: Início do ano. Também chamada festa dos pães asmos (sem fermento).
Celebrava a saída da terra do Egito (representa a Salvação).
 Pentecostes: Cinquenta dias após a páscoa, festa das primícias. Representa o
batismo no Espírito, onde recebemos poder e Podemos ficar meio confusos,
não entender algumas coisas, mas precisamos disso (pode haver fermento).
 Tabernáculos: Após a colheita. Deus conosco, a presença de Deus no meio do
povo. Nesta festa eles saíam para habitar em tendas e cabanas relembrando o
tempo em que Deus os conduzia e guiava pelo deserto.
Moisés permaneceu 40 dias e 40 noites em jejum no monte ouvindo as leis que Deus
gravou em tábuas de pedra. Ao descer, o coração do povo já havia se corrompido, pois
tinham feito um bezerro de ouro para adorarem. Deus se irou e decidiu exterminá-los,
mas foram poupados da ira pela intercessão de Moisés. Mesmo assim muitos
morreram.
g. O Tabernáculo: Era uma tenda finamente construída de madeira de acácia, ouro,
prata, bronze, pedras preciosas, peles de animais e tecidos finos. Esta tenda seria
um santuário para que Deus habitasse no meio do povo (Êxodo 25:8-9; 23).

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Isto se cumpre em Jesus, quando o Verbo se faz carne e habita entre nós.
Deus mostrou um modelo para Moisés, uma miniatura, como uma maquete.
h. O Sacerdócio dos Levitas: Deus separa uma das tribos de Israel para cuidar te todos
os serviços relativos ao tabernáculo: os Levitas. Eles deveriam montar, desmontar e
transportar o tabernáculo durante as peregrinações de Israel. Eram um total de 8500
homens.
Dentre os levitas são separados Arão e seus filhos para serem sacerdotes, cuidando
das ofertas e sacrifícios. Sendo que Arão era o sumo-sacerdote.
Deus então dá regras para as ofertas e sacrifícios no tabernáculo que eram figuras da
obra de Jesus Cristo:
 Sacrifício de cordeiros bodes e novilhos.
 Sangue aspergido sobre o altar para remissão de pecados
 Uma vida por outra vida
 Necessidade de santificação
 Necessidade de perdão do pecado
 Necessidade de perdão pela culpa.
Tudo isso era feito para preparar um ambiente propício para a vinda de Jesus. O povo
precisava saber que Deus é santo e o homem é pecador, precisava de perdão,
precisava de expiação, precisava haver morte e derramamento de sangue.
i. As Doze Tribos: Depois disso o Senhor manda contar o povo e separar por famílias,
segundo os doze filhos de Israel, as tribos de Efraim e Manassés (filhos de José)
ocupariam o lugar deixado pela tribo dos levitas, formando um total de doze tribos,
dispostas estrategicamente ao redor do tabernáculo.
j. A Nuvem e a Coluna de Fogo (Números 9:15-17,23; 10:1-7): Era o Senhor quem
decidia quando o povo deveria caminhar ou parar (através da coluna e da nuvem) e
para onde deveria ir (através da arca que ia a frente do povo).
 Quando a nuvem se levantava, as trombetas tocavam e o arraial levantava
acampamento para a viagem;
 Quando a nuvem descia, as trombetas tocavam e eles montavam
acampamento.
k. Do Sinai a Canaã: Deus tira uma multidão de escravos do Egito, um povo sofrido,
rebelde e sem nenhuma moral. Eles passaram cerca de 1 ano no monte Sinai, e ao
saírem era um povo organizado, instruído, com leis morais e espirituais, organizado
por famílias, preparados para batalhas e conhecendo um pouco mais o seu Deus.
Durante a viagem houveram vários contratempos: murmurações, revoltas e
incredulidade.
Depois de aproximadamente dois anos de sua saída do Egito, o povo chegou até a
terra prometida, mas não pode entrar por causa de sua incredulidade. Tiveram medo
dos outros povos que habitavam na terra e duvidaram das promessas de Deus. Pelo
que Deus fez o povo voltar ao deserto e caminhar até que o último desta geração
incrédula tivesse perecido.
O caminho do Egito até Canaã poderia ser feito em menos de 30 dias. No entanto
Israel demorou 40 anos (Deuteronômio 1:2; Números 32:13).
Quando a nova geração chega a terra prometida, sua fama havia se espalhado por
toda terra amedrontando os outros povos (Números 22:5).

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Moisés morre nos limites da terra, no cume do monte Pisga, em frente Jericó, depois
de vislumbrar a terra que Deus daria a Israel. Ele tinha 120 anos, sua vista não se
enfraqueceu e não lhe fugiu o vigor (Deuteronômio 34:7).
l. A Entrada na Terra Prometida:
Josué o servo de Moisés é encarregado por Deus de introduzir o povo na terra e
conquistá-la (Juízes 1:1-2).
Na terra habitavam vários povos: Os jebuseus, fuilisteus, arameus, cananeus, heteus,
amorreus, entre outros. Sobre estes Deus ordena que sejam destruídos e que o povo
de Israel não fizesse aliança com eles para não se contaminar com eles.
O povo atravessa o Jordão a seco e ruma para conquistar Jericó. Eles cercam a cidade e
circulam ao seu redor por seis dias. No sétimo dia, mediante as ordens do Senhor eles
bradam e os muros de Jericó caem. A cidade desguarnecida é tomada e destruída
pelos israelitas.
Inicia-se então uma série de batalhas contra os outros povos e sempre que obedeciam
ao Senhor venciam.
Na guerra contra os cinco reis, o sol parou no céu para dar tempo suficiente para que
todos os inimigos de Israel fossem eliminados (Juízes 10:12-14).
Depois que todo o território foi conquistado, a terra foi dividida de acordo com as doze
tribos de Israel.

10. OS JUÍZES
Os juízes foram homens que Deus levantou para julgar o povo após a conquista da
terra.
De Josué até Eli são 14 Juízes: Otoniel, Eúde, Sangar, Débora, Gideão, Abimeleque,
Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elon, Adbon, Sansão e Eli.
Este período mostra a decadência de Israel, que se afastou de Deus, se envolvendo
com povos idolatras e praticando seus costumes. A tônica do livro é: cada um agia de
acordo com sua própria vontade (Juízes17:6; 21:25).

11. O REINO DE ISRAEL (cerca de 1100 AC)


Naquele tempo a palavra de Deus era rara e as visões não eram frequentes (1 Samuel
3:1). O povo tinha se afastado de Deus e a arca da aliança (que representava a
presença de Deus) havia sido roubada.
Neste contexto surge Samuel, que reconhecido em todo Israel como profeta (1 Samuel
3:15-21).
Não havia quem governasse Israel. O povo então ao invés de se voltar para Deus, pede
um rei que os governasse. Um governo humano (1 Samuel 8:6-9).
a. O rei Saul: O povo escolhe Saul (grande, soberbo). Ele foi o 1o rei de Israel, o rei
segundo a vontade dos homens.
Saul era egoísta, político, religioso e agia por si mesmo (1 Samuel 13:8-12). Por isso
Deus rejeita Saul como rei (1 Samuel 15:22-23).
b. O rei Davi: Deus escolhe Davi filho de Jessé, para ser o novo rei (1 Samuel 16). Ele
tinha comunhão com Deus, era sincero, humilde, pecador, mas conhecia o Senhor.
Tinha uma visão completa do governo de Deus sobre a terra.

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Davi foi colocado como general dos exércitos de Israel após derrotar Golias, o gigante
filisteu. Ele começa a prosperar e Saul, por inveja, inicia uma incansável perseguição a
Davi.
Davi em todas as ocasiões não ousou matar Saul, pois era o ungido de Deus. Ele
aguardou até que o próprio Senhor lhe entregou o trono sobre a casa de Israel,
quando Saul foi morto em combate.
Deus aprova Davi e confirma o seu reinado (1 Samuel 7:12-17; Mateus 1:1), e
Jerusalém é estabelecida como capital do reino.
Davi escreveu vários salmos que revelam sua comunhão com Deus. Cerca de 73 dos
150 salmos são atribuídos a ele.
c. O rei Salomão: Salomão era filho de Davi. Quando se tornou rei, Deus lhe concedeu
que pedisse o que quisesse e lhe seria atendido. Ele pede sabedoria para governar
Israel. Por ele não ter pedido riquezas glória ou poder, além da sabedoria Deus
também lhe deu estas coisas (1 Reis 3).
Ele se tornou o homem mais sábio a terra, também o mais rico e cheio de glória.
Durante o seu reino, Israel viveu o auge de sua história como nação. Reis e rainhas de
outros povos iam a Jerusalém para ouvir Salomão.
Ele também construiu o templo em Jerusalém. Um monumental edifício baseado no
tabernáculo, onde seriam executas as ofertas e sacrifícios.
Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, ele tinha 700 princesas e 300
concubinas. Elas lhe perverteram o coração com seus costumes e religiões e ele se
envolveu com idolatria (Astarote, Malcon, Moloque, Baal, etc ) – 1 Reis 11.
d. A Divisão do Reino: Salomão teve dois filhos Roboão e Jeroboão. Após sua morte os
dois reivindicaram o reino. Sendo que houve uma divisão em Israel:
 As tribos de Judá e Benjamim ficaram com Roboão e constituíram o reino de
Judá, com sede em Jerusalém.
 As demais tribos ficaram com Jeroboão e constituíram o reino de Israel, com
sede em Samaria.
Tanto Israel quanto Judá tiveram vários reis, a maioria deles maus. Os dois reinos
foram se afastando do Senhor e se perdendo em meio a idolatria. Através dos
profetas, Deus advertia o povo que deixasse a idolatria e voltasse para Ele ou seriam
espalhados por todas as nações.
Assim, em 720AC o rei da Assíria conquista Israel, em 600 a.C. Nabucodonossor, rei da
Babilônia, invade Jerusalém para conquistar Judá e o povo é levado cativo para o exílio.
Depois disso o povo passaria para o domínio do Império Persa, depois do Império
Grego e finalmente do Império Romano.

12. OS PROFETAS
Durante o período dos reis, vários homens foram levantados por Deus para chamar o
povo de volta para Ele. Estes homens eram os profetas, pessoas a quem o Senhor
revelava a sua vontade e a sua palavra para que ela fosse comunicada ao povo.
A missão dos profetas era:
 Falar contra a idolatria
 Advertir que a nação seria destruída
 Advertir que seriam espalhados por toda a terra
 Profetizar e anunciar a vinda do messias

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São eles:
Samuel, Davi, Natã, Zadoque, Gade, Aías, Azarias, Hanani, Jeú, Elias, Elizeu, Micaías,
Ageu, Jonas, Isaías, Oséias, Amós, Miquéias, Obede, Naum, Joel, Sofonias, Jedutum,
Habacuque, Obadias, Ezequiel, Zacarias, Malaquias
(e ainda poderíamos incluir Moisés).
Eles foram homens usados por Deus para exortar e advertir o povo, desde o primeiro
rei, 1000 a.C. até 400 a.C., quando cessaram as profecias.

PANORAMA LIVROS ANTIGO TESTAMENTO

I. O PENTATÊUCO
1. GÊNESIS
a. Tema: Este livro é bem definido pelo seu título, Gênesis, que significa “princípio”,
porque é a história do princípio de todas as coisas – o princípio do céu e da terra, o
princípio de todas as formas de vida e de todas as instituições e relações humanas.
Tem sido chamado o “viveiro“ das gerações da Bíblia pelo fato de nele se encontrarem
todos os começos de todas as grandes doutrinas referentes a Deus, ao homem, ao
pecado e à salvação. O primeiro versículo anuncia o propósito do livro. “No princípio
criou Deus os céus e a terra”. Ora, sendo ele o Deus e Criador de toda a terra, devia
por fim tornar-se o Redentor de toda a terra. O livro relata como se tornou necessária
a redenção, devido ter o homem pecado e caído nas trevas; e como Deus escolheu
uma nação a fim de que levasse a luz da verdade divina às demais nações.
b. Autor: Moisés.
c. Esfera de ação: Da criação até à morte de José, abrangendo um período de 2.315
anos, de cerca de 4004 a 1689 a.C.

2. ÊXODO
a. Título: Êxodo vem do grego, significando “partida, saída”, e foi assim chamado
porque registra a saída de Israel do Egito. O título hebraico significa “estes, pois, são os
nomes de”.
b. Tema: Em Gênesis lemos acerca do princípio da redenção. No livro do Êxodo lemos
acerca do progresso da redenção. Em Gênesis a redenção é efetuada através de
indivíduos; em Êxodo, é efetuada através de uma nação inteira: Israel. A ideia central
do livro é a redenção pelo sangue. Em torno dessa ideia concentra-se a história de um
povo salvo pelo sangue, amparado pelo sangue e tendo acesso a Deus pelo sangue.
Essa redenção se apresenta suprindo todas as necessidades da nação. Oprimido pelos
egípcios, Israel necessita de libertação. Deus provê essa libertação. Tendo sido salva, a
nação necessita de uma revelação de Deus para orientá-la na conduta e no culto de
sua nova vida. Deus lhe dá a Lei. Convencidos do pecado pela santidade da Lei, os
israelitas sentem a necessidade de purificação. Deus provê sacrifícios. Tendo uma
revelação de Deus, o povo sente a necessidade de culto. Deus lhe dá o tabernáculo e
estabelece um sacerdócio.
c. Autor: Moisés.
d. Esfera de ação: Os acontecimentos registrados em êxodo abrangem um período de
216 anos, cerca de 1706 a 1490 a.C. Começa com um povo escravizado habitando na

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presença da idolatria egípcia e termina com um povo redimido habitando na presença
de Deus.

3. LEVÍTICO
a. Título: Chama-se Levítico pelo fato de ser um registro de leis referentes aos levitas e
seu serviço. O título é uma transliteração do nome na Septuaginta. O nome hebraico
significa “e chamou o Senhor”.
b. Tema: No livro do Êxodo vimos Israel redimido; a redenção de um povo escravizado.
Levítico diz-nos como um povo redimido pode aproximar-se de Deus pela adoração e
como pode ser mantida a comunhão assim estabelecida. A mensagem de Levítico é: o
acesso a Deus é somente por meio do sangue e o acesso assim obtido exige a
santidade do adorador. A maioria dos tipos no livro refere-se à obra expiatória de
Cristo e manifesta-se nas diferentes oferendas que ali se escrevem. Êxodo apresenta o
relato da oferenda única que redimiu Israel de uma vez e para sempre. Levítico dá-nos
muitos quadros dessa oferenda no que se relaciona com os diferentes aspectos da
redenção. A mensagem do livro está muito bem exposta no versículo 2 do capítulo 19.
Observe o propósito prático do livro: contém um código de leis divinamente
determinado e designado para tornar Israel diferente de todas as demais nações,
espiritual, moral, mental e fisicamente. Em outras palavras, Israel tornar-se-ia uma
nação santa – uma nação separada dos modos e costumes das nações que a cercavam,
e consagrada ao serviço do único e verdadeiro Deus.
c. Autor: Moisés.
d. Esfera de ação: O livro abrange o período de um ano da jornada de Israel no Sinai.

4. NÚMEROS
a. Título: O livro de Números tem este título porque trata do registro dos dois censos
de Israel antes de entrar em Canaã. O título hebraico significa “no deserto”.
b. Tema: Em Êxodo vemos Israel redimido; em Levítico vemos Israel em adoração; e
agora em Números vemos Israel servindo. O serviço do Senhor não devia ser feito de
uma maneira casual, razão por que o livro nos apresenta o quadro de um
acampamento, onde tudo é feito segundo a primeira lei do céu – a ordem. O povo é
numerado conforme as tribos e famílias; a cada tribo é designado o seu lugar no
acampamento; a marcha e o acampamento são regulados com precisão militar; e no
transporte do Tabernáculo cada levita tem a sua tarefa especial. Além de ser um livro
de serviço e ordem, Números é um livro que registra o fracasso de Israel que, por não
crer nas promessas de Deus, não entrou em Canaã, e, consequentemente, peregrinou
no deserto por castigo. Contudo, foi uma falta que não frustrou os planos de Deus,
porque o fim do livro deixa Israel nas fronteiras da Terra Prometida, aonde a nova
geração de israelitas espera entrar. Desta maneira quatro palavras – serviço, ordem,
falha e peregrinação – resumem a mensagem de Números.
c. Autor: Moisés.
d. Esfera de ação: 39 anos de jornada do povo de Israel no deserto, desde cerca de
1490 até 1451 a.C.

5. DEUTERONÔMIO

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a. Título: Deuteronômio é uma transliteração de uma palavra grega que significa
“segunda lei”. O título em hebraico significa “estas são as palavras”, e chama-se assim
pelo fato de registrar a repetição das leis dadas no Sinai.
b. Tema: Moisés cumpriu a sua missão. Conduziu Israel do Egito às fronteiras da Terra
Prometida. Agora que o tempo de sua partida chegou, ele resume perante a nova
geração, numa série de discursos, a história passada de Israel, e nesse resumo baseia
as admoestações e exortações que tornam Deuteronômio um grande sermão
exortativo para Israel. Exorta a recordar o amor de Jeová para com eles durante as
jornadas no deserto, para que pudessem estar seguros da continuação do seu cuidado
quando entrassem em Canaã. Admoesta-os a observar a lei a fim de prosperarem.
Lembra-lhes as suas apostasias e rebeliões passadas e os adverte das consequências da
desobediência futura. A mensagem de Deuteronômio pode resumir-se em três
exortações: Recorda! Obedece! Cuidado!
c. Autor: Moisés.
d. Esfera de ação: Dois meses nas planícies de Moabe, 1451 a.C.

II. OS LIVROS HISTÓRICOS


1. JOSUÉ
a. Título: O seu nome quer dizer “Jeová salva” ou “Jeová é salvação”. A transliteração
grega do seu nome é “Jesus” (Hebreus 4:8).
b. Tema: “a vitória por meio da fé” (Josué 1:6-9). Israel está agora em condições de
tomar posse de Canaã e cumprir sua missão de ser testemunha às nações quanto à sua
unidade, e defensor da palavra e Lei de Deus. Nos livros históricos, começando com
Josué, veremos se Israel cumpriu ou não a sua missão. Josué é livro de vitória e de
possessão, que apresenta o quadro de Israel, outrora rebelde, agora transformado
num exército disciplinado de guerreiros, subjugando nações, que lhe eram superiores
em número e poder. O segredo de seu êxito não é difícil de conhecer – “O Senhor
pelejou por eles”. Tomando a fidelidade de Deus como pensamento central,
poderíamos fazer um resumo da mensagem de Josué nas palavras de 21:45:
“Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de
Israel: tudo se cumpriu”.
c. Autor: Josué. O Talmude diz que Josué escreveu todo o livro com exceção dos
últimos cinco versículos. Foi escrito durante o tempo em que vivia Raabe (6.25).
d. Esfera de ação: Desde a morte de Moisés até a morte de Josué, cobrindo um
período de 24 anos, de 1451 à 1427 a.C.

2. JUÍZES
a. Título: “Juízes” é o termo hebraico usado para se referir àqueles a quem Deus
levantou para liderar o seu povo, durante o período entre a conquista de Canaã e a
monarquia.
b. Tema: Josué é o livro da vitória; Juízes, o livro do fracasso. Depois da morte de
Josué, a nova geração de israelitas fez uma aliança com as nações que a antiga geração
havia deixado na terra, atitude que resultou em idolatria e imoralidade. Isso lhes
trouxe o juízo de Deus na forma de servidão às mesmas nações que deviam ter
subjugado. Quando clamaram a Deus, foi-lhes enviado um libertador; durante o tempo
em que esse viveu, permaneceram fiéis a Deus, mas depois da sua morte tornaram a

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seguir os velhos pecados. Nos últimos capítulos do livro, o escritor nos dá uma
descrição detalhada daqueles tempos de apostasia e anarquia e explica o fenômeno
pelo fato de que “Naqueles dias não havia rei em Israel: cada qual fazia o que achava
mais reto”. A história do livro pode resumir-se em quatro palavras: Pecado, Servidão,
Arrependimento, Salvação.
c. Autor: Segundo a tradição judaica, o autor foi Samuel.
d. Esfera de ação: Abrange o período que vai da morte de Josué à magistratura de
Samuel.
Observação: Lista dos Juízes. O estudante deve fazer uma lista de todos os juízes, com
os seguintes fatos a respeito de cada um: (1) De quem ele livrou Israel? (2) Por quanto
tempo ocupou ele o cargo? (3) Quais os fatos importantes referentes a ele? Note que
houve 12 juízes (excluindo Abimeleque que foi um usurpador).

3. RUTE
a. Tema: O livro de Juízes fornece, como se vê, um quadro muito triste de Israel, sob o
ponto de vista nacional; Rute apresenta-nos um quadro luminoso desse período em
relação à fidelidade e beleza do caráter de certos indivíduos. A história, uma das mais
formosas da Bíblia, é duplamente interessante pelo fato de ser uma gentia a sua
heroína. A última palavra do livro – Davi – revelará seu valor principal. Seu propósito é
traçar a linhagem de Davi, o progenitor do Messias. O livro inteiro tem seu clímax na
genealogia que se encontra no último capítulo.
b. Autor: A tradição judaica atribui a Samuel a autoria deste livro.
c. Esfera de ação: O livro abrange um período de dez anos, provavelmente durante a
época de Gideão (aproximadamente 1.130 a.C.).

4. PRIMEIRO LIVRO DE SAMUEL


Originalmente, o primeiro e o segundo livros de Samuel compunham um único livro. A
Septuaginta e outras traduções do A.T. dividiram o livro.
a. Tema: O Livro de Samuel é um livro de transição. É o registro da passagem do
governo de Israel por juízes ao governo por reis, e da passagem do governo de Deus,
ao governo de um rei visível. O conteúdo pode agrupar-se ao redor de três pessoas:
Samuel, um patriota e juiz de coração humilde e consagrado, que servia a Deus
obedientemente; Saul, um rei egoísta, pródigo, ciumento e obstinado, faltoso e infiel
na lealdade a seu Deus; Davi um homem segundo o coração de Jeová, o doce cantor de
Israel, um varão de oração e louvor, provado, disciplinado, perseguido e finalmente
coroado monarca de todo Israel.
b. Autor: Supõe-se, geralmente, que Samuel escreveu os primeiros 24 capítulos; e pelo
fato de serem os profetas Natã e Gade mencionados juntamente com Samuel em 1
Crônicas 29.29, como biógrafos dos acontecimentos da vida de Davi, conclui-se que
eles foram os autores dos capítulos restantes.
c. Esfera de ação: Vai desde o nascimento de Samuel até a morte de Saul, abrangendo
um período de 115 anos; de mais ou menos 1171 a 1056 a.C.

5. SEGUNDO LIVRO DE SAMUEL


a. Tema: O livro todo concentra-se na figura de Davi. É o quadro do ungido de Deus,
para quem nossos olhos se dirigem. É o quadro do homem segundo o coração de Deus
que iremos estudar. E começamos o nosso estudo com esta pergunta: o que há em

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Davi que mereça um título tão honorífico? Não o observamos de longe de modo a vê-
lo como rei, em posição elevada, rodeado por toda insígnia da realeza, mas sim
observamos de perto, na sua familiaridade de homem. Vemos, não somente no trono,
mas também no lar. Vemos nas suas tristezas mais profundas, e na hora de seus
maiores triunfos; sua justa indignação, e suas palavras de bondade, ternura e
generosidade. Somos testemunhas do seu pecado, arrependimento, momentos de
impaciência e dignidade real. O quadro todo, apesar de partes sombreadas, apresenta-
nos um homem em cuja vida Deus ocupava o primeiro plano. Para Davi, acima de
todas as demais coisas, Deus é uma gloriosa realidade. Em suma, Davi é um homem
que está profundamente consciente de sua própria debilidade, erro e pecado, mas que
conhece a Deus, e confia nele de todo o seu coração.
A bênção profética que Deus deu a Davi inclui a promessa de que o seu reino seria
estabelecido para sempre (cap. 7). Esta bênção, chamada de concerto dravídico, é uma
ampliação das promessas que Deus fez a Abraão. A promessa de um rei Todo-
Poderoso que se assentaria sobre o trono de Davi é repetida muitas vezes nas
escrituras. O reinado de Davi foi valorizado pelos ministérios proféticos de Samuel,
Natã e Gade.
b. Autor: Os acontecimentos registrados em 2 Samuel foram acrescentados
provavelmente ao livro de Samuel por Natã ou Gade.
c. Esfera de ação: Vai desde a morte de Saul até a compra do local do templo,
abrangendo um período de 37 anos.

6. PRIMEIRO LIVRO DOS REIS


O primeiro e o segundo livros de Reis originalmente formavam um volume único, nas
Escrituras hebraicas. A Septuaginta e as traduções do A.T. dividiram o livro.
a. Tema: Em 1 e 2 Samuel relata-se que a nação judaica exigiu um rei a fim de tornar-
se como as demais nações. Embora contrária à sua perfeita vontade, Deus lhe
concedeu essa petição. Neste livro aprendemos a história de Israel sob os reis. Apesar
de governarem muitos reis de caráter reto, a história da maior parte deles é a de
governos mais iníquos. De acordo com a sua promessa em 1 Samuel 12.18-24, o
Senhor não deixou de abençoar o seu povo quando o buscava, mas, por outra parte,
nunca deixou de castigá-lo quando se separava dele.
b. Autor: O Talmude afirma que o autor foi Jeremias. Acredita-se que Jeremias tenha
compilado dos registros escritos por Jeú (1 Reis 16:1); Natã, Aías e Ido (2 Crônicas
9:29); Semaías (2 Crônicas 12:15); e algumas obras de Isaías (2 Crônicas 26:22; 32:22).
c. Esfera de ação: Abrange a morte de Davi, o reinado de Salomão, a divisão do reino,
e os reinados dos reis de Israel e Judá, até Josafá e Acazias, respectivamente. Um
período de 118 anos, de 1015 à 897 a.C.
Observação: Trabalho Sobre a Divisão e Declínio do Reino.
Fazer uma lista dos reis de Judá e de Israel, anotando em resumo os seguintes fatos: o
caráter do rei, o tempo que reinou, os nomes dos profetas mencionados em conexão
com seu reinado, e os acontecimentos principais de seu reino.

7. SEGUNDO LIVRO DOS REIS


a. Tema: O segundo livro dos Reis é uma continuação da história da queda de Judá e
Israel, culminando no cativeiro de ambos. Temos aqui a mesma história de fracasso do
rei e do povo, uma história de apostasia e idolatria. Embora este tenha sido o grande

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período profético de Israel, a mensagem dos profetas não foi ouvida. As reformas que
se realizaram sob reis como Ezequias e Josias foram superficiais. O povo logo voltou a
seus pecados e continuou neles até que mais nenhum remédio houve (2 Crônicas
36.15,16).
b. Autor: O Talmude afirma que o autor foi Jeremias. Acredita-se que Jeremias tenha
compilado dos registros escritos por Jeú (1 Reis 16:1); Natã, Aías e Ido (2 Crônicas
9:29); Semaías (2 Crônicas 12:15); e algumas obras de Isaías (2 Crônicas 26:22; 32:22).
c. Esfera de ação: Desde o reinado de Jeorão em Judá e Acazias em Israel, até o
cativeiro, cobrindo um período de 308 anos de 896 a 588 a.C.
O reino do norte e a sua capital, Samaria, foram destruídos pela Assíria, e o seu povo
foi deportado (722 a.C.), como juízo do Senhor. Por outro lado, embora o reino do Sul
(Judá) vivenciasse periódicas restaurações, sob o governo de reis piedosos (14:3; 15:3;
18:3; 20:3; 22:2), o povo sempre se esquecia de Deus e retornava à sua iniquidade.
Como resultado, o Senhor permitiu que Nabucodonosor os conquistasse e os levasse
para a Babilônia.
Observação: Trabalho Sobre a Divisão e Declínio do Reino.
Fazer uma lista dos reis de Judá e de Israel, anotando em resumo os seguintes fatos: o
caráter do rei, o tempo que reinou, os nomes dos profetas mencionados em conexão
com seu reinado, e os acontecimentos principais de seu reino.

8. PRIMEIRO E SEGUNDO LIVRO DAS CRÔNICAS


a. Título: Os dois livros de Crônicas formavam originalmente um volume único no
Hebraico. O título deriva de uma palavra latina usada por Jerônimo, mas na Bíblia
Hebraica é traduzido como “as palavras dos dias”.
b. Tema: O primeiro livro começa com extensas genealogias (1 – 9) que examinam as
linhagens familiares até Adão. Estes registros serviram para lembrar os exilados que
retornavam de que a distribuição da terra e os deveres religiosos estavam relacionados
com a origem das tribos. Os tradutores gregos da Bíblia referem-se a estes livros como
“as coisas omitidas”, porque fornecem muitas informações que não se encontram nos
livros dos Reis. Embora Reis e Crônicas demonstrem grande similaridade de conteúdo,
foram escritos sob diferentes pontos de vista, o primeiro sob o ponto de vista humano,
o último, sob o divino. Para exemplificar: 1 Reis 14:20, relatando a morte de Jeroboão,
diz que “descansou com seus pais”. É esse o ponto de vista humano. 2 Crônicas 13:20,
relatando o mesmo acontecimento, nos diz que “feriu o Senhor a Jeroboão, que
morreu”. Este é o ponto de vista divino.
Os livros ensinam que: a obediência a Deus traz a bênção (2 Crônicas 15:12-15); e a
desobediência traz desastre e derrota (1 Crônicas 10:13,14). O povo de Deus era
responsável por cumprir as obrigações inerentes ao seu relacionamento de concerto
com ele.
c. Autor: O Talmude afirma que Esdras, o escriba, já próximo ao fim do período do
exílio, foi o autor dos livros. Sob a inspiração do Espírito Santo incorporou os escritos
deixados por Samuel; Jeú (1 Reis 16:1); Natã, Aías e Ido (2 Crônicas 9:29); Semaías (2
Crônicas 12:15); e algumas obras de Isaías (2 Crônicas 26:22; 32:22).
d. Esfera de ação: Desde a morte de Saul até o decreto de Ciro, abrangendo um
período de 520 anos; de 1056 a 536 a.C.

9. ESDRAS

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a. Título: Os livros de Esdras e Neemias constituíam, originalmente, um volume único.
A Vulgata foi a primeira edição da Bíblia a separá-los, mas, naquela época, eles foram
designados como 1 e 2 Esdras. Como o livro de Daniel, partes do livro de Esdras foram
escritas em aramaico (Esdras 4:8 – 6:18).
b. Tema: A ideia predominante de Esdras é a restauração. Uma comparação entre Reis
e Crônicas exporá isto. Reis e Crônicas registram a destruição do templo de Israel; o
último, a sua reconstrução. Esdras dá uma lição admirável da fidelidade de Deus. Fiel à
sua promessa (Jeremias 29:10-14) ele estende a mão para reconduzir o povo à sua
terra, e ao fazê-lo, usa os reis pagãos – Ciro, Dario, Artaxerxes – como seus
instrumentos.
Embora possa ter havido muitos grupos de exilados que retornaram da Babilônia a
Jerusalém, as Escrituras mencionam apenas três:
 O primeiro grupo retornou em 536 a.C., sob a liderança de Zorobabel;
 O segundo, em 457 a.C., liderado por Esdras;
 E o terceiro, em 444 a.C., liderado por Neemias.
O livro de Esdras fala dos primeiros dois grupos de exilados.
c. Autor: O fato de ser o livro escrito na primeira pessoa, por Esdras, indica que ele foi
o autor.
d. Esfera de ação: Desde a volta da Babilônia até o estabelecimento na Palestina,
abrangendo um período de 79 anos mais ou menos, de 536 a 457 antes de Cristo. Por
serem os livros de Esdras, Neemias e Ester tão intimamente relacionados, e tratarem
do mesmo período, damos aqui os acontecimentos principais contidos nestes livros,
para que o aluno possa ver de relance a história do período que seguiu ao cativeiro.
 O regresso dos desterrados sob Zorobabel – 536 a.C.
 A reconstrução do templo – 535 a.C.
 O ministério dos profetas Ageu e Zacarias – 520 a.C.
 A dedicação do templo – 515 a.C.
 Os acontecimentos relatados no livro de Ester – 478 a 473 a.C.
 Esdras visita Jerusalém – 458 a.C.
 Neemias enviado a Jerusalém como governador – reconstrói o muro – 446 a.C.
 Malaquias profetiza.

10. NEEMIAS
a. Título: Os livros de Esdras e Neemias eram, originalmente, um único volume, mas
Jerônimo (aproximadamente 342-420 d.C.) os dividiu em 1 e 2 Esdras, na Vulgata.
Pouco tempo depois, a segunda parte foi chamada “Neemias”, o nome do seu
personagem principal. Neemias significa “Jeová conforta”.
b. Tema: Este livro gira em torno de uma pessoa – Neemias. É a autobiografia de um
homem que sacrificou uma vida de luxo e prazeres para poder ajudar a seus irmãos
necessitados em Jerusalém. Descreve um homem que combinou a espiritualidade com
a prática – alguém que sabia tanto orar como trabalhar. Absolutamente destemido, ele
recusou fazer pactos com os inimigos externos e com o pecado interno. Depois de
reconstruir o muro de Jerusalém e efetuar muitas reformas gerais entre o povo,
humildemente deu glória a Deus por tudo o que tinha realizado. A lição principal que
ensina a sua vida é que a oração e perseverança vencem todos os obstáculos. Este livro
demonstra de maneira excelente que o Senhor usará, às vezes, homens que não o
reconhecem como o único Deus verdadeiro para realizar os seus propósitos.

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c. Autor: Neemias.
d. Esfera de ação: Desde a viagem de Neemias a Jerusalém até a restauração do culto
no templo, cobrindo um período de mais ou menos 12 anos, de 446 a 434 antes de
Cristo. Neemias foi nomeado governador da Judeia pelo imperador persa, e pouco
depois veio a Jerusalém (445 a.C.). Além disso, Artaxerxes lhe deu uma escolta militar
e fundos do governo, para ajudá-lo a reformar a cidade. Com o auxílio de Deus, ele
planejou e supervisionou a reconstrução dos muros ao redor de Jerusalém. Cartas
escritas em papiros foram encontradas no Egito, na ilha de Elefantina, no rio Nilo, que
afirmam que Sambalate, o homem que liderou a oposição, viveu durante a época de
Neemias. A descrição registrada coincide com os relatos do livro de Neemias.

11. ESTER
a. Título: O livro de Ester era o último de cinco livros de uma coletânea conhecida
como os Cinco Megilloth (pergaminhos). Cada livro devia ser lido publicamente em
uma das cinco festas principais dos judeus. Por comodidade, um pergaminho único
continha todos os cinco livros. Os quatro outros livros eram Cantares, Rute,
Lamentações e Eclesiastes. O livro de Ester era lido na Festa de Purim, a comemoração
da grande libertação dos judeus que Deus realizou por intermédio de Ester.
b. Tema: Alguns questionam se o livro deveria estar incluído no cânone das Escrituras;
estes tentam justificar a sua opinião, enfatizando principalmente que o nome de Deus
não é mencionado em nenhum versículo do livro. Mas, o tema principal do livro de
Ester é, claramente, a providência de Deus e o seu cuidado com o seu povo. Os atos do
poderoso Assuero estão sob o controle de Deus, e, portanto, era impossível que Hamã
realizasse as suas terríveis intenções enquanto o Senhor estivesse protegendo os
judeus. O fato de Ester pedir aos judeus que jejuassem demonstra que ela confiava na
graça de Deus para solucionar a situação desesperadora. O plano que Hamã tinha
posto em prática ameaçava aniquilar todo o povo judeu. O Império Persa, governado
por Assuero, estendia-se da Índia à Etiópia, e praticamente todos os judeus viviam
nesta área.
c. Autor: Desconhecido. Provavelmente Mordecai (veja 9:20). Alguns acreditam que foi
Esdras.
d. Esfera de ação: Entre os capítulos 6 e 7 de Esdras, antes de este partir para
Jerusalém. Os eventos ocorreram aproximadamente 30 anos antes dos esforços de
Esdras e Neemias. Muitos sugeriram que o sucesso de Esdras e Neemias não teria sido
possível, se Ester, Mardoqueu e Daniel não tivessem preparado o caminho, com seu
comportamento e suas realizações.

III. OS LIVROS POÉTICOS


1. JÓ
a. Título: O livro de Jó é um dos poucos livros das Escrituras hebraicas cujo nome não é
derivado da primeira palavra do texto. O nome é uma transliteração da palavra
hebraica ‘Iyyôbh, que significa “odiado” ou “perseguido”.
b. Tema: O propósito do livro é mostrar a sabedoria insondável da providência e
benevolência de Deus, até mesmo nas provações trazidas aos seus filhos. Ele também
explica por que o Senhor permite que as pessoas justas sofram: para expor a sua
fragilidade e o seu caráter pecaminoso, para fortalecer a sua fé, e para purificá-las. A

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perspectiva espiritual do relato e o fato de que o Eterno exerce controle total sobre
Satanás incentivam a confiança completa em Deus. Ao longo de todo o livro, os amigos
de Jó o acusaram, incessantemente, de cometer algum grande pecado. Embora ele
questionasse as ações de Deus em meio a estes ataques, não se deve supor que as
suas perguntas fossem motivadas por uma atitude ressentida ou egoísta. Ao contrário,
elas confirmam a determinação de Jó em apegar-se à sua fé em Deus, apesar das
circunstâncias que a providência tinha trazido sobre ele.
c. Autor: Embora não haja menção ao nome do autor no livro, muitos estudiosos
aceitam a tradição talmúdica de que Moisés foi o autor. A autoria mosaica é
respaldada pelo uso de muitas palavras e expressões encontradas no livro de Jó que
também são usadas no Pentateuco. Outro argumento a favor é o fato de que a terra
de Uz era vizinha de Midiã, onde Moisés passou quarenta anos, antes do seu retorno
ao Egito. Parece inteiramente possível que ele tivesse ouvido ali a história de Jó, e sido
inspirado por Deus a relatar corretamente os eventos e as conversas ocorridas.
d. Esfera de ação: Em geral, admite-se que ele residiu em Midiã entre os anos de 1485
e 1445 a.C. Além disso, há boas razões para crer que os eventos tenham ocorrido
durante o período patriarcal. Nenhuma referência é feita aos eventos do êxodo, e o
nome patriarcal para Deus, “o Todo-Poderoso”, é usado aproximadamente trinta vezes
no livro. O fato de que Jó agia como o sacerdote para sua família (Jó 1:5) indica que a
lei mosaica ainda não tinha sido entregue. A duração da vida de Jó (Jó 42:16) é
comparável à dos que viveram durante a época dos patriarcas (Gênesis 25:7; 35:28).

2. OS SALMOS
a. Título: O título em hebraico é “livro de Louvores”. Em português deriva da palavra
grega psalmos, que significa “cânticos piedosos” ou “música de instrumento de corda”.
Originalmente, o livro de Salmos consistia de cinco livros separados (Salmos 1-41; 42-
72; 73-89; 90-106; 107-150). Cada um dos quatro primeiros livros é concluído com uma
doxologia, e o quinto é um final apropriado para o livro como um todo. Os salmos são
individualmente classificados de acordo com o seu conteúdo: os Salmos Didáticos são
os que dão instrução; os Salmos Messiânicos contêm profecias relativas ao Messias;
os Salmos de Imprecação envolvem pedidos a Deus para a punição dos ímpios; os
Salmos de Penitência expressam não somente os sentimentos de um coração
penitente, mas também um apelo por purificação divina. Outros salmos são
classificados de acordo com os seus títulos: os salmos dos degraus ou subida eram
entoados no início dos cultos de adoração no Templo, e por aqueles que subiam a
Jerusalém (120-134); os salmos mikhtãm tratam da expiação ou da cobertura do
pecado (16; 56-60).
b. Tema: O livro dos salmos é uma coleção de poesia hebraica inspirada, que transmite
poderosamente os sentimentos que são comuns aos crentes de todas as eras. A
natureza da poesia hebraica é particularmente apropriada para expressar sentimentos
intensos. Os salmos são intimamente pessoais, pelo fato de que exploram todo o
campo das emoções humanas: do profundo desespero ao prazer extasiado; de um
desejo por vingança a um espírito de humildade e perdão; de uma súplica fervorosa a
Deus, pedindo proteção, ao louvor jubiloso pela sua libertação. Pode ser visto que
todos autores têm uma confiança serena na orientação e na provisão de Deus.
c. Autores: Os títulos dos salmos creditam a Davi a autoria de 73 salmos, e dois outros
autores de 12 salmos (Salmo 50; 73 – 83), ou, pelo menos, é o responsável pela

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preservação deles. Os filhos de Corá escreveram 11 (42; 44-49; 84; 85; 87; 88);
Salomão escreveu 2 (72; 127); o salmo 89 é atribuído a Etã; e Moisés é o autor do
salmo 90 (e possivelmente do 91).

3. PROVÉRBIOS
a. Título: O título hebraico origina-se da palavra mãsãl, que significa “ser como”. Esta
palavra desafia os leitores a compreender as analogias entre coisas espirituais e
materiais. O termo “Provérbios” deriva do título em latim, “proverbium”.
b. Tema: O tema é encontrado em Provérbios 1:7, onde é revelado o meio pelo qual se
admite a sabedoria – o temor ao Senhor. Os resultados da aplicação apropriada da
sabedoria incluem a capacidade de usar com sensatez e prudência os talentos dados
por Deus, a percepção das obrigações morais, e a própria maturidade intelectual.
Várias partes do livro podem ser agrupadas com base no seu conteúdo: provérbios de
sabedoria (1;8;9); provérbios de conselhos aos jovens (1-9); provérbios aos que têm
uma mente mais madura (10:22-26); provérbios de admoestações universais (22-31).
c. Autor: O volume é atribuído ao próprio Salomão que escreveu a maioria dos
provérbios (1 Rs 4.32; Ec 1.13; 12.9). Os provérbios de Salomão são divididos em três
seções: poemas mais longos, conectados (1-9); versos curtos e sem ligação (10-22:16);
e poemas mais longos e didáticos (25-29).
Agur e Lemuel escreveram os últimos dois capítulos do livro (30 e 31).

4. ECLESIASTES
a. Título: Em hebraico Qõheleth, é a palavra traduzida como “pregador”. Em português
é uma transliteração do grego Ekklesiastes, que significa “orador de uma assembleia
convocada”, deriva do termo ekklesia, que é a palavra do N.T. para “igreja”.
b. Tema: Salomão já perto do fim de uma vida desperdiçada em busca das coisas desse
mundo foi levado ao arrependimento pela repreensão do Senhor (1 Reis 11:9-13).
Provavelmente, foi nesta ocasião que ele escreveu, sob a inspiração do Espírito Santo,
a respeito da futilidade de suas buscas materialistas e seus esforços para encontrar paz
e alegria nas coisas temporais. A aplicação deste livro à vida cristã é vista pelo fato de
que Salomão está advertindo aqueles fiéis que tinham sido atraídos pelos valores,
riquezas e filosofias deste mundo a retornarem de seus caminhos esbanjadores. Os
que não são crentes são advertidos pelo próprio exemplo de Salomão, de que a vida,
sem Cristo, na melhor das hipóteses, é apenas vaidade. A perspectiva de Salomão na
época em que ele escreveu é a chave para entender o livro de modo apropriado, e
para explicar o seu pessimismo geral. Salomão escreve do mesmo ponto de vista em
que tinha vivido a maior parte da sua vida, a de alguém “debaixo do sol” (1:3 e 30
outras). É com a perspectiva terrena e secular que a vida se torna fútil. Ainda assim, há
momentos que a fé de Salomão em Deus se dá a conhecer (12:13,14). Incontáveis
vidas, ao longo da história, confirmaram as descobertas do Pregador; sabedoria,
prazer, álcool, realizações humanas, grandes riquezas, sexo – tudo leva ao vazio, à
“vaidade”, se não houver um relacionamento apropriado com Deus (1:13;
2:1,3,8,10,12).
c. Autor: Salomão (Veja 1.1, 16; 12.9).

5. CANTARES DE SALOMÃO

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a. Título: O nome deste livro na Bíblia hebraica é “Cântico dos Cânticos” chamado
evidentemente assim, pelo fato de ser este cântico o principal de todos os Cânticos de
Salomão (1 Reis 4). Partes de Cantares eram entoadas na Festa anual da Páscoa.
b. Tema: Cantares de Salomão é uma história de amor, que glorifica o amor puro e
natural e focaliza a simplicidade e a santidade do matrimônio. O seu significado é
alegórico, e figurado. O significado típico desta história pode inferir-se do fato de que
sob a figura da relação matrimonial se descreve o amor de Jeová para com Israel (veja
Oséias caps. 1-3; Isaías 62:4), e o amor de Cristo para com a Igreja (Mateus 9:15; 2
Coríntios 11:2; Efésios 5:25; Apocalipse 19:7; 21:2).
Sugere-se o seguinte tema: o amor do Senhor para com seu povo é tipificado pelo
amor da esposa e do esposo.
Ao ler este livro deve recordar-se de que está lendo um poema oriental, e que os
orientais usam uma linguagem clara nas mais íntimas das questões – uma clareza de
linguagem estranha e algumas vezes desagradável à maioria dos ocidentais. Por mais
delicada e íntima que seja a linguagem em muitas partes do livro, deve notar-se que
não há nada que ofenderia ao mais modesto oriental.
c. Autor: Salomão (1:1). Aproximadamente 950 a.C.

IV. OS LIVROS PROFÉTICOS


1. ISAÍAS
a. Título: Seu significado, “o Senhor salva” ou “o Senhor é Salvador”.
b. Tema: De todas as escrituras proféticas o livro de Isaías é a mais formosa e sublime.
Em nenhum dos outros livros obtemos uma visão tão gloriosa do Messias e de seu
reino. Por causa da ênfase dada à graça de Deus e à sua obra redentora com relação a
Israel e às nações, o livro de Isaías tem sido chamado “O Quinto Evangelho”, e seu
autor “o Evangelista do Antigo Testamento”. As duas divisões principais do livro nos
ajudam a encontrar o seu tema. A chave da primeira divisão (caps. 1-39), é
“Denúncia”. Ao ler esta seção sentimos os estrondos da ira divina contra o apóstata
Israel e contra as nações idólatras que o rodeiam. Nestes capítulos são profetizados o
cativeiro de Babilônia, as tribulações e os julgamentos dos últimos dias. A chave da
segunda seção (caps. 40-66) é “Consolação”. Esta seção contém profecias do regresso
de Israel do cativeiro babilônico, de sua restauração e reunião na Palestina, nos
últimos dias. Baseando-nos nessas duas divisões, podemos resumir o tema de Isaías da
seguinte maneira: a ira de Deus resultando na condenação e tribulação de Israel; a
graça de Deus resultando na sua salvação e exaltação.
c. Autor: Isaías. Profetizou durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias e
talvez durante o reinado de Manassés (entre 757 a 697 a.C).
d. Esfera de ação: Os acontecimentos históricos registrados em Isaías abrangem um
período de mais ou menos 62 anos. De 760 a 698 a.C.

2. JEREMIAS
a. Título: Seu nome significa “aquele a quem Jeová nomeou”. Foi nomeado profeta
antes mesmo do seu nascimento (1:5); recebeu o toque de Deus em sua boca (1:9); e
se queixou da falta de habilidade (1:6).
b. Tema: Ele declarou que a sua mensagem era de juízo sobre Judá, por seus pecados
vergonhosos e persistentes (1:10). Encorajou o povo a submeter-se à Babilônia para

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evitar derramamento de sangue desnecessário (Isaías 27:1-17). Este oráculo não era
popular entre os habitantes ou seus governantes, e frequentemente a vida do “profeta
das lágrimas” corria perigo (Isaías 26:1-24; 37:1-38:13). Ainda assim, Jeremias também
recebeu algumas grandes visões de promessas: o retorno do cativeiro (25 e 29); o no
concerto (31); e o retorno do Messias a Jerusalém (23). O livro não está organizado em
ordem cronológica, mas agrupado de acordo com assuntos: as atitudes de Deus com o
seu povo (1-45); as atitudes de Deus com nações estrangeiras (46-51); e a destruição
de Jerusalém e do Templo (52). Alguns sugerem Jeremias como um tipo de Cristo.
c. Autor: Jeremias. Foi chamado ao ministério quando era jovem ainda (1.6), no ano
décimo-terceiro do rei Josias, mais ou menos setenta anos depois da morte de Isaías.
d. Esfera de ação: Aproximadamente de 627 a.C. à 586 a.C. (1:2; 25:3). Desde o ano 13
de Josias até a primeira parte do cativeiro da Babilônia, cobrindo um período de mais
ou menos 40 anos.

3. LAMENTAÇÕES
a. Tema: Originalmente fazia parte do livro de Jeremias. Posteriormente, foi isolado,
porque foi incluído nos Cinco Megilloth (pergaminhos). O livro é lido publicamente
todos os anos, no Tisha B’av, um jejum que relembra a destruição do Templo de
Jerusalém (2 Reis 25:8,9), tanto em 586 a.C. como em 70 d.C. A obra concentra-se na
destruição de Jerusalém observada por uma testemunha ocular (cf Jeremias 37-39).
Jeremias alterna relatos das terríveis consequências da destruição da cidade e das
confissões dos profundos pecados do povo, e então de seus apelos a Deus por
misericórdia. Cada uma das cinco seções do livro é um poema independente de
lamentação. As quatro primeiras são acrosticas (cada uma das 22 letras do alfabeto
hebraico é usada para iniciar cada estrofe do poema). O acróstico é um recurso
literário que torna a obra mais fácil de recordar, e sugere, de maneira abstrata, que o
autor abrangeu o seu assunto, do princípio ao fim. O livro é um valioso comentário
sobre o pecado e as suas consequências, e sobre o retorno a Deus em busca de
misericórdia (3:22-24).
b. Autor: Jeremias.

4. EZEQUIEL
a. Título: Significa “Deus fortalece”. Ezequiel exerceu seu ministério de profeta na
Babilônia, começando-o sete anos antes da destruição de Jerusalém, e encerrando-o
cerca de quinze anos depois.
b. Tema: O ponto central das predições de Ezequiel é a destruição de Jerusalém. Antes
deste acontecimento seu motivo principal era chamar ao arrependimento aqueles que
viviam em segurança descuidada, admoestando-os a que não abrigassem a esperança
de que, com a ajuda dos egípcios, sacudiram o jugo da babilônia (17.15-17), e
assegurando-lhes que a destruição da cidade e do templo eram inevitáveis e se
aproximavam rapidamente. Depois desse acontecimento, seu cuidado principal foi
consolar os judeus desterrados, dando-lhes promessas de libertação futura e
restauração na sua terra; animando-os com a certeza de bênçãos futuras.
Faremos um resumo do tema, como segue: o afastamento da glória de Deus de Israel,
em vista do juízo vindouro e a volta da sua glória em vista da restauração futura.
c. Autor: Ezequiel. Foi levado cativo juntamente com o rei Jeoaquim, por
Nabucodonosor, na segunda deportação cerca de dez anos antes da destruição de

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Jerusalém (2 Reis 24:8-17; Jeremias 22:24-30). Seu lar era Telabib na Babilônia. Ali
ministrou aos desterrados, a maioria dos quais resistiam às suas palavras aderindo à
esperança falsa de um regresso rápido.
d. Esfera de ação: Os acontecimentos históricos registrados neste livro abrangem um
período de 595 a 574 a.C.

5. DANIEL
a. Título: Seu significado “meu Deus é juiz”.
b. Tema: O livro de Daniel é, na maior parte, uma história profética dos poderes
gentílicos mundiais desde o reinado de Nabucodonosor até a vinda de Cristo. Os
profetas em geral salientam o poder e a soberania de Deus com relação a Israel, e o
revelam como aquele que determina os destinos de seu povo escolhido através dos
séculos até a restauração final. Daniel, por outra parte, destaca a soberania de Deus
com relação aos impérios gentílicos do mundo, e revela Deus como aquele que domina
e governa os negócios desses impérios até a época de sua destruição, na vinda de seu
Filho. A visão é a de um Deus que governa, cheio de sabedoria e poder; de reis que
desaparecem; de dinastias e impérios que surgem e caem enquanto Deus, entronizado
no céu, governa seus movimentos. O tema de Daniel pode ser resumido da seguinte
maneira: Deus revelado como o que domina a elevação e a queda dos reinos deste
mundo até a sua destruição final e que estabelece seu próprio reino. Por causa de suas
muitas visões, o livro de Daniel tem sido chamado “O Apocalipse do Antigo
Testamento”.
c. Autor: Daniel. Quando ainda muito jovem, foi levado cativo à Babilônia no 3º ano
de Jeoaquim (2 Crônicas 36:4-7) ainda na primeira deportação em 605 a.C., e oito anos
antes de Ezequiel. Profetizou durante todo o cativeiro, sendo proferida a sua última
profecia no reinado de Ciro, dois anos antes do regresso dos judeus à Palestina.
d. Esfera de ação: Desde Nabucodonosor até Ciro, abrangendo um período de cerca de
73 anos – de 607 a 534 a.C.

6. OSÉIAS
a. Título: O nome significa “salvação”. O livro de Oseias é o primeiro dos que os
hebreus chamam “Os Doze”, ou que são conhecidos como os Profetas Menores.
b. Tema: O livro de Oséias é uma grande exortação ao arrependimento dirigida às dez
tribos, durante os cinquenta ou sessenta anos antes do cativeiro destas. Seu cálice de
iniquidade enchia-se rapidamente. Os reis e sacerdotes eram assassinos e libertinos; os
sacerdotes idólatras desviavam o povo do culto a Jeová; em dificuldades, o governo se
voltava ao Egito ou à Assíria pedindo ajuda; em muitos casos o povo imitava a vileza
moral dos cananeus; viviam numa segurança descuidada, interrompida somente em
tempos de perigo por um arrependimento fingido; sobretudo, Deus e sua Palavra eram
esquecidos. Esses pecados da nação, no seu estado de separação de Deus, são
resumidos pelo profeta como o pecado de adultério espiritual, ilustrado pela própria
experiência do profeta ao se casar com uma mulher impudica que o abandonou por
outro amante. O pecado de Israel é mais grave que o das nações vizinhas. Os pecados
dessas nações são ofensas cometidas por aqueles que não tinham relação com Jeová.
O pecado de Israel é o de infidelidade a seu esposo, Jeová, que a libertou do Egito,
cuidou dela e com quem fez votos sagrados de obediência e fidelidade no Monte Sinai.
Mas em lugar de matar a esposa adúltera, como prescrevia a lei, Jeová manifesta para

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com ela um amor que vai além do humano – ele a acolhe novamente. É o seguinte o
tema de Oséias: Israel, a esposa infiel abandona seu esposo compassivo, que a acolhe
novamente.
c. Autor: Oséias foi um profeta do reino do Norte. Profetizou na mesma época que
Amós, Isaías e Miquéias em Judá. Seu ministério, de cerca de 60 anos, é o mais longo
de todos os profetas.
d. Esfera de ação: Os acontecimentos históricos a que se refere o livro de Oséias
cobrem um período de mais ou menos 60 anos – desde 785 a.C., até o tempo do
cativeiro das dez tribos. O ministério de Oseias estendeu-se aproximadamente de 700
a 725 a.C.

7. JOEL
a. Título: Seu nome significa “Jeová é Deus”. Traz um tema importante contido no livro
de que Ele é o “Senhor da vida”.
b. Tema: A ocasião da profecia de Joel foi uma invasão extraordinariamente calamitosa
de insetos destrutivos – o gafanhoto – que devastou a terra, destruiu as colheitas, e
trouxe a fome geral. O profeta vê nessa calamidade uma visitação do Senhor e se
refere a ela como um tipo do castigo final do mundo – o dia do Senhor (1:15). Como
muitos dos outros profetas, Joel predisse o futuro à luz do presente, considerando um
acontecimento atual e iminente como símbolo de um acontecimento futuro. Por isso
ele vê na invasão dos gafanhotos um indício da invasão vindoura do exército assírio
(2:1-27; comparar com Isaías 36, 37). Projetando sua visão ainda mais para o futuro, vê
a invasão final da Palestina pelos exércitos confederados do Anticristo. Tomando o
“Dia do Senhor” como o pensamento central e tendo em mente que a mesma
expressão é usada com referência à invasão dos gafanhotos e dos assírios,
resumiremos o tema de Joel da seguinte maneira: o dia do Senhor visto como imediato
(na invasão dos gafanhotos), como iminente (na invasão assíria), e como futuro (na
invasão final).
c. Autor: Pouco se sabe acerca de Joel. Acredita-se que profetizou durante o tempo de
Joás, rei de Judá (2 Reis, 12), no período de 835 – 796 a.C.

8. AMÓS
a. Título: o nome significa “peso”, “carga”, que é a palavra-chave no livro. É um nome
apropriado para alguém que foi arrancado repentinamente de suas raízes humildes no
campo e recebeu a incumbência, ou a carga, de servir como profeta de Deus (7:14,15).
b. Tema: Podemos apresentar o tema de Amós da seguinte maneira: exposição dos
pecados de um povo privilegiado, cujos privilégios lhes trouxeram grande
responsabilidade e cujas faltas sob essa responsabilidade lhes acarretaram um castigo
de acordo com a luz que tinham recebido.
c. Autor: Seu ministério foi especialmente às Dez Tribos, embora tivesse também uma
mensagem para Judá e para os países vizinhos. Profetizou durante os reinados de
Uzias, rei de Judá e de Jeroboão II, rei de Israel, cerca de 60 a 80 anos antes do
cativeiro das Dez Tribos.
d. Esfera de ação: Embora Amós fosse da cidade de Tecoa, em Judá, a maior parte de
seu ministério realizou no reino do Norte (Israel), entre os anos de 765 e 755 a.C.

9. OBADIAS

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a. Título: É a obra mais curta do A.T. O nome significa “servo (ou adorador) do Senhor”,
e pertenceu a treze homens na Antiga Aliança.
b. Tema: Podemos notar claramente o tema de Obadias com a primeira leitura do
livro. É o grande pecado de Edom – violência contra Judá; seu castigo – extinção
nacional. Os versículos 10-14, indicam que o livro foi escrito depois da destruição de
Jerusalém.
c. Autor: Não se sabe absolutamente nada acerca de Obadias. Há muitos com este
nome no Antigo Testamento.
d. Esfera de ação: A evidência do livro encaixa-se melhor em uma data antiga para a
profecia. Uma vez que Edom é mencionada como tendo mais de um aliado (1:7,11), a
época mais provável para esta profecia é durante o reinado de Jeroão (852-841 a.C.),
quando Jerusalém foi saqueada pelos filisteus e árabes (2 Crônicas 21:16-19).

10. JONAS
a. Título: O nome significa “pomba”.
b. Tema: O livro de Jonas é diferente das outras profecias, por não conter uma
mensagem direta a Israel, sendo a mensagem do profeta dirigida aos ninivitas. O livro
de Jonas é uma repreensão contra o exclusivismo dos judeus que se conservavam a
certa distância dos gentios e consideravam-se superiores a eles. É considerado o livro
missionário do Antigo testamento. O tema do livro pode ser resumido da seguinte
maneira: o amor de Deus para com os gentios revela-se ao enviar-lhes um profeta que
os chama ao arrependimento.
c. Autor: Jonas era galileu, da cidade de Gatehefer, perto de Nazaré. Pregou às Dez
Tribos no reinado de Jeroboão II, durante o qual profetizou a restauração de algum
território israelita (2 Reis 14:25-27). Ocorrido no século VIII a.C.

11. MIQUEIAS
a. Título: O nome Miquéias significa “quem é como Jeová?”.
b. Tema: Miqueias profetizou, mais ou menos na mesma época de Isaías, com o qual
provavelmente teve contato, havendo semelhanças notáveis nas suas profecias.
(compare, por exemplo, Isaías 2:1-4 com Miquéias 4:1-5). Podemos resumir o tema da
seguinte maneira: Israel destruído pelos chefes falsos e salvo pelo Chefe verdadeiro, o
Messias. Ele predisse a queda das capitais de Judá e Israel, e viu, além da atual crise
assíria, o cativeiro na Babilônia. Ele também foi escolhido por Deus para revelar o local
do nascimento do Messias (5:2).
c. Autor: Miqueias era natural de Moresete-gate, uma aldeia cerca de 32 quilômetros
ao sudoeste de Jerusalém. Era um profeta do campo. Miqueias profetizou durante os
reinados de Pecaías, peca e Oséias em Israel, e de Jotão, Acaz e Ezequias, em Judá (2
Reis 15:23-30). Foi contemporâneo de Isaías.
d. Esfera de ação: Os reis cujos reinados Miqueias serviu (1:1) governaram de 752 a
697 a.C.

12. NAUM
a. Título: Naum significa “consolo” ou “consolador” (de Deus). Contudo, o título em
hebraico, “Peso”, indica o conteúdo do livro.
b. Tema: O livro de Naum tem um único tema saliente: a destruição de Nínive. É a
sequência da mensagem do profeta Jonas, por cujo ministério os ninivitas foram

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conduzidos ao arrependimento e salvos do castigo iminente. É evidente que mudaram
de opinião a respeito de seu primeiro arrependimento e de tal maneira se entregaram
à idolatria, crueldade e opressão, que 120 anos mais tarde, Naum pronunciou contra
eles o julgamento de Deus em forma de uma destruição completa.
c. Autor: Praticamente nada se sabe a respeito de Naum. Crêem alguns que ele era
nativo de El-kosh, uma aldeia da Galiléia. Ele profetizou durante o reinado de Ezequias
e foi testemunha do sítio de Jerusalém por Senaqueribe, acontecimento esse que pode
ter sido a ocasião da sua profecia.
d. Esfera de ação: Naum profetizou durante a época entre a captura assíria de Nô
(Tebas), no Egito (3:8-10), que se sabe ter ocorrido em 661 a.C., e a destruição final de
Nínive, em 612 a.C. (2:8-13). Uma vez que em 1:15 sugere as festividades eram
observadas em Judá, é provável que ele tenha servido durante o, ou pouco depois do
avivamento de Josias. Provavelmente profetizou em 620 a.C., ou próximo à época de
Habacuque, Sofonias e da primeira parte do ministério de Jeremias.

13. HABACUQUE
a. Título: Seu nome significa “o que abraça” ou “o que luta”. Estes significados
correspondem à luta de Habacuque a respeito da razão pela qual Deus permitia que os
maus ficassem impunes, enquanto o povo do Senhor era assolado por calamidades
(1:13) se, ao mesmo tempo, ele “abraçava” a salvação pela fé (3:18).
b. Tema: O livro de Habacuque apresenta o quadro de um homem de Deus,
embaraçado com a aparente tolerância de Deus pela iniquidade. O profeta está
rodeado por todos os lados da injustiça triunfante e não castigada. A princípio seu
clamor pelo julgamento, aparentemente não é ouvido por Deus. Quando, finalmente,
é respondida a sua oração e pronunciado o julgamento, ele fica ainda mais surpreso,
porque os agentes do julgamento de Deus, os caldeus, são mais ímpios e mais dignos
de castigo do que suas vítimas. Habacuque está cheio de dúvidas. Mas, felizmente ele
leva a sua inquietação a Deus que logo a dissipa, e apresenta uma solução dos seus
problemas resumida na declaração que é o coração do livro – “O justo viverá pela sua
fé” (2:4). Isso quer dizer que, por mais tenebroso que se apresente o futuro e por mais
triunfante que pareça o mal, o justo não deve julgar pelas aparências, mas sim pela
Palavra de Deus. O profeta muito aprendeu com esta lição, porque, embora sua
profecia comece com mistérios, perguntas e dúvidas, termina com certeza e
afirmações de fé. Resumiremos o tema da seguinte maneira: o conflito e o triunfo final
da fé.
c. Autor: Habacuque profetizou durante os reinados de Jeoacaz e Jeoaquim.
Aproximadamente entre 655 e 606 a.C. Alguns acreditam que foi durante o reinado de
Manassés, rei de Judá.

14. SOFONIAS
a. Título: O significado é interessante, “o Senhor esconde”, está intimamente associado
com este aspecto da sua profecia.
b. Tema: A repetição frequente da frase “o dia do Senhor” (2:7,9) sugere
imediatamente que Sofonias tinha uma mensagem de julgamento. Mas, como
acontecia com quase todos os demais profetas, tem também uma mensagem de
restauração. Resumiremos o tema da seguinte maneira: a noite do juízo sobre Israel e
sobre as nações, seguida da manhã da restauração do primeiro e da conversão das

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últimas. Ele descreve um quadro mais sombrio do juízo de Deus, e uma imagem mais
radiante da glória futura de Israel. O extremo contraste reflete as lealdades religiosas
divididas do povo de Judá. A sua adoração ao Senhor estava frequentemente mesclada
com práticas pagãs, que eram abomináveis a Deus.
c. Autor: Sofonias era bisneto de Ezequias. Ele profetizou durante o reinado de Josias,
rei de Judá (640-608 a.C.).

15. AGEU
a. Tema: Ageu é o primeiro dos profetas conhecidos como profetas pós-exílicos; quer
dizer que profetizou depois do cativeiro. Zacarias e Malaquias são os outros dois.
Sob o decreto favorável de Ciro, o restante dos judeus voltou à sua terra sob a direção
de Zorobabel, o governador, e Josué, o sumo sacerdote. Resumiremos o tema da
seguinte maneira: o resultado do relaxamento no término do templo – desagrado
divino e castigo; o resultado do término do templo – bênção divina e promessa de
glória futura.
b. Autor: Pouco se sabe da vida de Ageu, “o profeta do segundo templo”, exceto que
profetizou depois do cativeiro e que sua missão era animar o povo na reconstrução do
templo.
c. Esfera de ação: Ageu serviu em 520 a.C., entre os meses de agosto e dezembro. Ele
transmitiu quatro mensagens durante o seu ministério (1:1-15; 2:1-9; 2:10-19; 2:20-
23). Com base em 2:3, parece que Ageu Tenha nascido antes da destruição do Templo
de Salomão, em 586 a.C. O seu ministério teve um foco único: o incentivo ao povo de
Deus para que fosse obediente, especialmente na reconstrução do Templo. Ageu e
Zacarias foram levantados por Deus para promover um espírito de renovação entre o
seu povo (Esdras 5:1; 6:14).

16. ZACARIAS
a. Título: O nome significa “O Senhor se lembra”. Zacarias pertencia à linhagem
sacerdotal, uma vez que Ido está listado como o chefe de uma família de sacerdotes
que retornou (Neemias 12:4,16).
b. Tema: O ministério de Zacarias, que começou em 520 a.C., coincidiu, durante um
período, com o de Ageu (Zacarias 1:1, cf; Ageu 1:1; 2:20). Teve um ministério de
encorajamento. Depois de incitar o povo a prosseguir com a reconstrução do Templo.
Zacarias concentra-se na glorificação suprema de Israel, pela vinda do Messias. Falou
sobre a primeira vinda de Jesus e também sobre a segunda, mas claramente
demonstra que o primeiro advento é um preparativo necessário para o segundo.
Alguns exemplos são: 1) O uso do tema do “RENOVO” (caps. 3 e 6) enfatiza a
humanidade e o serviço de Jesus, está relacionado aos usos anteriores nos textos de
Isaías e Jeremias; 2) A traição e a crucificação de Cristo estão conectadas com o
arrependimento de Israel (11:12,13; 12:10; cf. 12:10 – 14:9); 3) O pastor divino é ferido
(13:7, com Isaías 40:11; Jeremias 31:10; Mateus 25:32; João 10:14,15). Os capítulos 1 e
8 estão cheios de imagens apocalípticas. Os capítulos 9 a 14 têm mais imagens
poéticas. As imagens messiânicas encontradas em todo o livro formam um forte
argumento a favor da sua unidade.
c. Autor: Zacarias.

17. MALAQUIAS

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a. Título: Malaquias significa “meu mensageiro”, ou é uma abreviação de “o
mensageiro do Senhor”. A sua profecia é claramente posterior às de Ageu e Zacarias.
Depois da reconstrução do Templo, muitos abusos foram perpetrados no sistema de
sacrifícios (1:7-10; 3:8). Além disto, a condição espiritual do povo estava em declínio:
 O divórcio era amplamente disseminado (2:14);
 Casamentos inter-raciais eram realizadas (2:10-12);
 E a prática do dízimo era negligenciada (3:8-10).
b. Tema: Resumiremos o tema de Malaquias da seguinte maneira: a última profecia do
Antigo Testamento, a revelação de um povo rebelde e falso, de um remanescente fiel
e do Messias vindouro que julgará e purificará a nação. O livro de Malaquias termina
com uma declaração profética a respeito de João Batista, um precursor do Messias
(3:1-6). Os judeus do período intertestamentário reconheceram que a fase dos
profetas de Israel havia cessado. Quando eles purificaram o Templo, depois da
abominação de Antíoco IV Epifânio, em 165 a.C. (Daniel 8:13; 11:31; cf Ezequiel 43:13-
27), deixaram de lado as pedras contaminadas, até que viesse “um profeta” que lhes
dissesse o que fazer com elas (de acordo com 1 Macabeus 4:46).
c. Autor: Nada se sabe da história pessoal de Malaquias. Crê-se que tenha profetizado
no tempo de Neemias e o apoiou, como Ageu e Zacarias apoiaram Zorobabel.
Escreveu tanto acerca de Cristo que alguém disse: “A profecia do Antigo Testamento
expirou com o Evangelho já em sua língua!”.
d. Esfera de ação: O livro deve ser datado em algum momento após o retorno de
Neemias à corte dos persas, em 433 a.C., provavelmente antes de 400 a.C. O estilo
dialético de Malaquias é singular entre os profetas. Primeiro, ele faz uma declaração, a
seguir, expressa uma pergunta de seus ouvintes, e, finalmente, oferece uma resposta
que prova a declaração original. Este estilo de argumentação ou retórica tornou-se
muito popular no judaísmo, sendo encontrado no Talmude e no Mishnah.

REFERÊNCIAS E FONTES:

PEARLMAN, Mayer. Através da Bíblia Livro por Livro. Editora Vida. 12ª Edição. 1977.

SILVA, Antônio Gilberto da. A Bíblia Através dos Séculos. CPAD. 6ª Edição. 1997.

CPAD, Bíblia de Estudo Palavras Chave – Hebraico e Grego.

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