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COLEGIO SANTA CATARINA DE SENA – PROFESSOR EDER

ALUNO – RAFAEL DE SOUZA FERREIRA NICOLETTI – 6º ANO A

TRABALHO DE PESQUISA: PIXINGUINHA

Sua vasta obra musical abrange gêneros como valsa, polca, jazz, maxixe, samba e, sobretudo, o
choro. É reconhecido como talentoso compositor e flautista e pela genialidade em sua
criatividade e interpretação. Sua formação inclui o estudo formal da música, o que lhe
possibilita ler e escrever partituras. Em 1914, edita sua primeira composição, «Dominante», e
passa a integrar o Grupo do Caxangá.

Anunciado como a única orquestra que fala alto ao coração brasileiro, Oito Batutas se torna a
atração da casa. A obra do compositor se consolida como uma das mais importantes matrizes
da música popular brasileira por introduzir elementos das músicas afro-brasileira e rural nos
arranjos dos chorões e contribuir para diversificar o gênero com um tom particularmente
brasileiro, como no caso da composição «Os Oito Batutas» . Entre 1919 e 1921, com a
supervisão do maestro Heitor Villa-Lobos, o grupo viaja por diversas capitais do Brasil, e cabe a
Pixinguinha pesquisar o folclore musical desses lugares, movimento inserido num contexto de
intenso debate sobre a identidade nacional. A turnê celebra o sucesso do grupo entre o
público brasileiro e, em 1922, repete o êxito em Buenos Aires e no Dancing Shéhérazade, de
Paris.

O grupo é aplaudido com entusiasmo também pelo público francês. A marca do jazz no
trabalho de Pixinguinha é notável. Ainda na década de 1920, Pixinguinha compõe e faz
arranjos para o teatro de revista, como a peça Tudo Preto, produzida por João Cândido
Ferreira e encenada pela Companhia Negra de Revista no Rio de Janeiro. A partir de 1928, logo
após a implantação da gravação elétrica no Brasil, o músico trabalha como orquestrador na
indústria fonográfica, sobretudo para o selo Odeon.
As partituras de Pixinguinha inovam no desenho harmônico, melódico ou rítmico, por
inserirem uma marca de brasilidade, característica de seus arranjos, em um contexto no qual
os arranjadores seguem, em geral, a escola italiana. Nos anos 1930, torna-se funcionário da
prefeitura e leciona música em escolas cariocas. Grava diversos discos como instrumentista e
músicas de sua autoria. Em 1933, obtém certificado no curso de teoria musical no Instituto
Nacional de Música, o que lhe garante amplo acesso ao universo da música erudita, bem como
ao conhecimento do código formal da linguagem musical.

Disso resulta a qualidade artística de seu trabalho como orquestrador. Tanto os arranjos
quanto o timbre do sax dão uma coloração mais moderna à sonoridade do grupo. A nova fase
de Pixinguinha inclui dezenas de registros em disco com o flautista Benedito Lacerda. Nessas
gravações, a criatividade de Pixinguinha destaca-se nos contrapontos que ele desenvolve no
sax tenor, como resposta às melodias executadas na flauta por Lacerda.

Privilegiando a atmosfera nacional, a obra de Pixinguinha, tributária do contexto sociocultural


de sua trajetória e por inserir uma marca de brasilidade em suas composições, deixa uma
importante contribuição na orquestração e na música popular brasileira da primeira metade
do século XX.

SUAS OBRAS

Um dos nomes mais importantes da música brasileira no século XX, Pixinguinha teve vasta
atuação como compositor, arranjador e instrumentista durante praticamente seis décadas –
de 1910 até o início da década de 1970, data de suas últimas gravações comerciais. Por outro
lado, todas as partituras que compõem atualmente o Acervo Pixinguinha, sob a guarda do
Instituto Moreira Salles, foram alvo de criteriosa revisão no que diz respeito à
autoria. Conforme se verificou, muitas partituras que não continham originalmente qualquer
indicação neste sentido receberam – depois da morte de Pixinguinha e em caligrafia diferente
da usada na notação musical – inscrições com atribuições de autoria. Desta forma, uma
quantidade significativa de partituras passou a ser atribuída a Pixinguinha sem qualquer
critério musicológico que embasasse tais decisões.

Através de um trabalho minucioso de comparação destas partituras com cópias das mesmas
encontradas em outros acervos, foi possível reestabelecer-se a verdadeira autoria de muitas
das músicas até hoje erroneamente atribuídas a Pixinguinha. Dada a complexidade e o caráter
plural da obra de Pixinguinha, consideramos este catálogo como um primeiro estágio – ainda
que importante – para o estabelecimento de um inventário crítico de suas composições.

CRITÉRIOS DE CATALOGAÇÃO DAS OBRAS DE PIXINGUINHA

O trabalho de catalogação das obras seguiu os seguintes critérios em relação à atribuição de


autoria:

Músicas com autoria de Pixinguinha comprovada

Neste grupo encontram-se músicas comprovadamente de autoria de Pixinguinha. A


comprovação se dá pelos seguintes fatores: a) presença de manuscrito autógrafo; b) presença
de partituras manuscritas atribuídas a Pixinguinha por copistas seus contemporâneos, que lhe
eram bastante próximos e, como tal, podem ser considerados fontes confiáveis (como é o caso
de Candinho Silva, Arnaldo Corrêa e Frederico de Jesus, entre outros); c) presença de partitura
editada ainda em vida de Pixinguinha; d) presença de gravação realizada ainda em vida de
Pixinguinha.

Músicas que comprovadamente não são de Pixinguinha

Neste grupo encontram-se músicas que foram ao longo dos anos atribuídas a Pixinguinha, mas
que comprovadamente são de outros autores. A comprovação se dá por dois fatores: a)
descoberta de partituras manuscritas – muitas delas ainda do século XIX ou do início do século
XX – ou editadas que comprovam autoria de outros que não Pixinguinha; e b) descoberta de
gravações fonográficas que comprovam autoria de outros que não Pixinguinha – é o caso, por
exemplo, do tango "La brisa", gravado como se fosse de Pixinguinha e que, através de cotejos
de gravações, se comprova ser de Francisco Canaro.

Músicas em que a autoria de Pixinguinha não pode ser confirmada

Neste grupo encontram-se músicas que foram atribuídas a Pixinguinha mas há fatores que
permitem questionar essa atribuição – ainda que não haja comprovação, escrita ou gravada,
da real autoria das mesmas. Estes fatores são: a) inexistência de partitura manuscrita de
Pixinguinha; b) inexistência de partituras manuscritas de copistas contemporâneos de
Pixinguinha atribuindo a música a ele; c) o fato de não constar atribuição de autoria realizada
pelo copista original: a atribuição de autoria de Pixinguinha ter sido feita com caligrafia
diferente do copista original, sendo normalmente aposta em uma ocasião muito posterior à
escrita da música; c) o fato de a atribuição de autoria pelo copista original ter sido rasurada e
substituída pelo nome de Pixinguinha em caligrafia diferente da original; d) músicas em que se
verifica a existência de dois ou mais manuscritos de copistas contemporâneos de Pixinguinha,
cada um atribuindo a música a autores diferentes, um dos quais Pixinguinha.

Músicas extraviadas, incompletas ou inexistentes

Neste grupo encontram-se: a) músicas gravadas e que não chegaram a ser lançadas
(informações que constam do livro de registros da gravadora Victor); b) músicas das quais
foram encontradas apenas acompanhamentos escritos para violão e não a parte de melodia; c)
músicas com melodia incompleta; d) músicas citadas em fontes documentais diversas
(reportagens, depoimentos, livros, catálogos de gravadoras e editoras, etc.) das quais não
foram encontradas partitura ou gravações.

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