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Aula 12

PC-BA (Investigador) Noções de


Contabilidade - 2022 (Pós-Edital)

Autor:
Luciano Rosa, Júlio Cardozo

02 de Junho de 2022
Luciano Rosa, Júlio Cardozo
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Sumário

1. Patrimônio Líquido .................................................................................................................... 4

1.1 - Conceito E Estrutura............................................................................................................. 4

2. Capital Social ............................................................................................................................ 6

2.1 - Indo Além – Requisitos Para Constituição da Companhia.................................................... 8

2.2 - Gastos Na Emissão De Ações .............................................................................................. 9

3. Reservas De Capital ................................................................................................................ 11

3.1 - Utilização Das Reservas de Capital ..................................................................................... 13

3.2 - Reserva De Ágio Na Emissão De Ações ............................................................................. 16

3.3 - Alienação De Partes Beneficiárias E Bônus De Subscrição ................................................. 17

- Parte beneficiárias ................................................................................................................. 17

- Bônus de subscrição ............................................................................................................. 19

3.4 - Doações E Subvenções Para Investimentos Governamentais ............................................ 20

3.5 - Prêmio Na Emissão De Debêntures ................................................................................... 21

4. Ajuste De Avaliação Patrimonial ............................................................................................. 24

5. Ações Em Tesouraria............................................................................................................... 26

5.1 - Ações em tesouraria! Previsão na Lei 6.404/76 .................................................................. 28

6. Questões Comentadas............................................................................................................ 32

6.1 - IBFC .................................................................................................................................... 32

6.2 – Outras Bancas .................................................................................................................... 43

7. Lista de Questões ................................................................................................................... 63

7.1 - IBFC .................................................................................................................................... 63

7.2 – Outras Bancas .................................................................................................................... 65

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8. Gabarito .................................................................................................................................. 74

9. Resumo ................................................................................................................................... 75

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APRESENTAÇÃO
Olá, pessoal! Tudo bem?

Sejam bem-vindos a mais uma aula do nosso curso de Contabilidade.

É com uma grande alegria que estamos aqui para ministrar mais um pouquinho desta disciplina
que, no começo pode parecer difícil, mas depois passa a ser muito boa de se estudar!
Contabilidade é muito bom!

Hoje, falaremos sobre um grupo do balanço patrimonial que é extremamente importante: o


patrimônio líquido.

Quaisquer dúvidas, estamos à disposição!

Vamos à aula?

Um abraço.

Luciano Rosa/ Silvio Sande/ Julio Cardozo

Dicas diárias de Contabilidade no Instagram: @contabilidadeconcurso @prof.silviosande e


@profjuliocardozo

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1. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.1 - Conceito E Estrutura

Patrimônio líquido é a participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os
seus passivos.

De acordo com a Lei 6.404/76:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do


patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a
análise da situação financeira da companhia.

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de


avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Antes de prosseguirmos, façamos a comparação entre como era e como está agora o patrimônio
líquido:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ANTES LEI 11.638/07 APÓS LEI 11.638/07 E LEI 11.941/09

Capital Social Capital Social

(-) Capital a Realizar (-) Capital a Realizar

Reserva de Lucro Reserva de Lucro

Reserva de Capital Reserva de Capital

Reserva de Reavaliação Ajuste de Avaliação Patrimonial

(+) Lucro ou (-) Prejuízo Acumulado (-) Prejuízo Acumulado

(-) Ações em Tesouraria (-) Ações em Tesouraria

Agora, uma questão:

(Contador/Caruaru/2015) De acordo com a Lei nº 11.638/07, que alterou a Lei nº 6.404/76,


assinale a opção que indica a correta composição do patrimônio líquido.
a) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros e prejuízos acumulados.
b) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e prejuízos
acumulados.

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c) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos


acumulados.
d) Capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em
tesouraria e prejuízos acumulados.
e) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, ajustes de avaliação patrimonial,
reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.
Comentários:
Tal assunto está previsto na Lei das SAs, da seguinte forma:
Art. 178, Inciso III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de
avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009))
Agora, vamos comparar os incisos III do art. 178 da Lei das SAs com as alternativas:
a) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros e prejuízos acumulados.
Alternativa incompleta, faltou as seguintes contas: ajustes de avaliação patrimonial e ações em
tesouraria.
b) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e prejuízos
acumulados.
Alternativa errada, após lei 11.638/07 e lei 11.941/09 a reservas de reavaliação não faz parte do
grupo PL.
c) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados.
Alternativa incompleta, faltou a seguinte conta: ajustes de avaliação patrimonial.
d) Capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em
tesouraria e prejuízos acumulados.
Encontramos a alternativa correta. Vejam que todas estão no Art. 178, Inciso III.
e) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, ajustes de avaliação patrimonial,
reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.
Alternativa errada, após lei 11.638/07 e lei 11.941/09 a reservas de reavaliação não faz parte do
grupo PL.
O gabarito é letra d.

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2. CAPITAL SOCIAL
Quando os sócios resolvem iniciar uma atividade, um dos requisitos para o início é a existência do
chamado capital social. Os sócios precisam aportar bens para que essa companhia possa aplicar e
dar início às atividades. Esse aporte é chamado de subscrição.

O capital social é a conta do PL composta pelas ações subscritas na constituição da sociedade ou


com o aumento de capital. É dividido em capital social e capital social a realizar.

A lei das SA dispõe que:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por


dedução, a parcela ainda não realizada.

No balanço fica assim:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 10.000,00
(-) Capital Social a realizar - 4.000,00
(=) Capital social realizado 6.000,00

Exemplo 1: constituição da sociedade X, com R$ 100.000,00 em dinheiro.

Lançamento:

D – Caixa 100.000,00
C – Capital Social 100.000,00

Razonetes:

Caixa (Ativo) Capital social (PL)


100.000,00 100.000,00

Exemplo 2: a sociedade X é constituída com ações no montante de R$ 100.000,00, sendo apenas


R$ 50.000,00 depositados imediatamente para o início do negócio, lançaremos:

D – Caixa 50.000,00 (Ativo)


D – Capital Social a Realizar 50.000,00(- PL)
C – Capital Social 100.000,00(PL)

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Razonetes:

Caixa (Ativo) Capital social (PL) Cap. Soc. Integr. (Ret. PL)
50.000,00 100.000,00 50.000,00

Segundo a Lei 6.404, o capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em
qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.

A seguir, um quesito:

(Analista Contábil/MPU/2015) O capital social integralizado pelos sócios deve ser discriminado,
em uma única conta, pelo seu montante, sem qualquer dedução.
Comentários:
Mostramos que o capital social é uma conta do PL, sendo dividido em capital social e capital social
a realizar. O item erra ao afirmar que o capital social integralizado pelos sócios deve ser
discriminado, em uma única conta.
Vejamos como lei das SA dispõe:
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela
ainda não realizada.
O gabarito é errado.

Preste atenção! As questões, de modo geral, podem pedir o lançamento de subscrição e de


realização do capital.

A subscrição é quando o acionista/sócio assume o compromisso de ingressar na sociedade,


formalizando através dos instrumentos jurídicos pertinentes. Ainda não houve entrega dos
recursos.

A realização ou integralização do capital social é a entrega efetiva dos recursos pelo sócio.

Observem como foi cobrado:

(Auditor Fiscal/ISS Goiânia/2016) A subscrição de capital é o compromisso que o sócio assume


perante a nova sociedade que está surgindo. O registro correspondente à subscrição pelos sócios
de 10.000 ações com valor nominal de R$ 5,00 é:
a) D – Capital Social $ 50.000,00; C – Capital a integralizar $ 50.000,00.
b) D – Caixa $ 50.000,00; C – Capital a integralizar $ 50.000,00.
c) D – Caixa $ 50.000,00; C – Capital Social $ 50.000,00.
d) D – Capital a integralizar $ 50.000,00; C – Capital social $ 50.000,00.

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Comentários:
Como só houve um compromisso em entregar o recurso, e não o dispêndio efetivo por parte do
sócio, não há por que movimentar a conta caixa. Vamos lançar:
D – Capital a integralizar (Retificadora do PL) 50.000,00
C – Capital social (PL) 50.000,00
O gabarito é, portanto, letra d.
(Técnico/Nova Iguaçu/2016) A Companhia Três Irmãos fez o seguinte lançamento:
Débito: Capital Social a Integralizar
Crédito: Capital Social
Esse lançamento representa
a) redução do capital social.
b) integralização do capital social.
c) aumento do capital social.
d) subscrição do capital social.
Comentários:
O lançamento corresponde à subscrição do capital social. O gabarito é, portanto, letra d.

2.1 - Indo Além – Requisitos Para Constituição da Companhia

Segundo a Lei 6.404/76, a constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes


requisitos preliminares:

I - Subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se


divide o capital social fixado no estatuto;

II - Realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de


emissão das ações subscritas em dinheiro;

III - Depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário


autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em
dinheiro.

Portanto, o estatuto deve conter todas as ações em que o capital social será dividido. Esse valor
pode ser alterado posteriormente, para aumentar ou reduzir o capital nas hipóteses previstas na
Lei 6.404.

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Como o capital pode ser formado por dinheiro e bens suscetíveis de avaliação em dinheiro, 10%
do total deve ser subscrito em dinheiro.

Além disso, a parte realizada em dinheiro deve ser depositada no Banco do Brasil ou em banco
autorizado pela CVM.

Ah, professores, mas isso cai em prova? Sim! Vejam.

(Agente de Fiscalização/TCE SP/2017) De acordo com artigo 80 da Lei no 6.404/76, é necessário


para constituir uma sociedade anônima:
(A) no mínimo, ¼ (25%), como entrada em dinheiro, do preço das ações subscritas.
(B) subscrição, pelo menos por 3 (três) pessoas jurídicas, de todas as ações em que se divide o
capital social fixado no estatuto.
(C) realização, como entrada, de 10%, no mínimo, do preço das ações à disposição do mercado.
(D) depósito, no Banco do Brasil S.A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM,
da parte do capital realizado em dinheiro.
(E) subscrição, pelo menos por 3 (três) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social
fixado no estatuto.
Comentários:
Como acabamos de salientar, o nosso gabarito é a letra d!

2.2 - Gastos Na Emissão De Ações

Para emitir novas ações, a entidade pode incorrer em gastos, como por exemplo, honorários
profissionais, relatórios, prospectos relacionados com a emissão das ações.

Os gastos com emissão de ações, a partir de 2008, não mais podem ser tratados como despesas
do período. Passam a figurar como redução do valor obtido do capital social, ou, quando aplicável,
na Reserva de Capital que registrar o prêmio recebido na emissão das novas ações.

Esquematizemos:

Gastos com emissão de ações


Despesas do período
Redução do valor obtido do capital social ou Reserva de Capital

Para o Imposto de Renda, conforme Lei 12.973/14:

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Despesa com Emissão de Ações

Art. 38-A. Os custos associados às transações destinadas à obtenção de recursos


próprios, mediante a distribuição primária de ações ou bônus de subscrição
contabilizados no patrimônio líquido, poderão ser excluídos, na determinação do
lucro real, quando incorridos.

Art. 38-B. A remuneração, os encargos, as despesas e demais custos, ainda que


contabilizados no patrimônio líquido, referentes a instrumentos de capital ou de
dívida subordinada, emitidos pela pessoa jurídica, exceto na forma de ações,
poderão ser excluídos na determinação do lucro real e da base de cálculo de
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido quando incorridos.

O que isso quer dizer, pessoal? Na hota de apuração do lucro para o Imposto de Renda, o Fisco
dá uma colher de chá e faz assim: “ para a Contabilidade, esses gastos não são considerados com
despesas, mas, a gente vai quebrar o seu galho. Vamos permitir que você diminua esse gasto da
base de cálculo do Imposto de Renda”. Esse Fisco é muito bonzinho, não é?

Agora, um quesito:

(Técnico Tributário/SEFIN RO/2018) No ano de 2016, a Cia. ABC abriu seu capital por meio da
emissão de títulos patrimoniais. Os custos de transação, diretamente atribuíveis à emissão, foram
de R$ 10.000.
Assinale a opção que indica onde foram reconhecidos os custos de transação nas Demonstrações
Contábeis, de 31/12/2016, da Cia. ABC.
(A) Na Demonstração do Resultado do Exercício como Outras Despesas Operacionais.
(B) Na Demonstração do Resultado do Exercício como Despesa Financeira.
(C) No Balanço Patrimonial como Despesa Antecipada.
(D) No Balanço Patrimonial como Reserva de Capital.
(E) no Balanço Patrimonial, como redutor do Patrimônio Líquido, na conta Custo com a emissão
de Ações.
Comentários:
Os gastos com emissão de ações, a partir de 2008, não mais podem ser tratados como despesas
do período. Passam a figurar como redução do valor obtido do capital social.
Então, vamos rever o nosso esquema:
Gastos com emissão de ações
Despesas do período
Redução do valor obtido do capital social ou Reserva de Capital

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O gabarito é letra e.

3. RESERVAS DE CAPITAL
Reservas são valores que representam elementos patrimoniais sem qualquer característica de
exigibilidade atual ou futura. Basicamente, temos duas espécies de reservas, ambas classificadas
no patrimônio líquido: as de lucros e as de capital.

Dica! Sempre que você vir uma conta iniciando com reserva, saiba que será uma conta integrante
do Patrimônio Líquido.

As reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios ou de terceiros) que não se
configuram como receita, isto é, não transitam pelo resultado do exercício, sendo contabilizadas
diretamente à conta de Patrimônio Líquido.

Com base no artigo 182 da Lei das SA:

Art. 182. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que


registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte


do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações
de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

Esquematizemos:

Ágio na emissão de
ações

Produto da
Reserva de capital alienação de partes
beneficiárias

Produto da
alienação de bônus
de subscrição

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O item a corresponde à chamada reserva para ágio na emissão de ações.

Já no item b, partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital
social, criados a qualquer tempo pela sociedade por ação. As partes beneficiárias conferirão aos
seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos
lucros anuais – no máximo 10% (LSA, art. 46, caput, e §1º).

Por sua vez, os bônus de subscrição são títulos de crédito emitidos no limite do capital social
autorizado no estatuto e dão aos titulares o direito de subscrever ações da companhia.

Explicaremos logo abaixo essas três reservas.

Com as modificações recentes ocorridas na contabilidade (Leis 11.638 e 11.941) as doações e


subvenções para investimento e os prêmios na emissão de debêntures não serão mais classificados
como reservas de capital, devendo ser registrados como receitas do exercício, de acordo com o
Princípio da Competência.

Esquematizemos:

Reserva de capital Não são mais reservas de capital


Ágio na emissão de ações Doações e Sub. Para Invest.

Alienação de PBs Prêmio Emissão de Debêntures

Alienação de BS

A seguir, uma questão:

(Agente de Polícia Federal/2014) Se uma companhia alienar partes beneficiárias ou bônus de


subscrição, o produto da alienação deverá ser registrado como reserva de capital.
Comentários:
Questão de literalidade do artigo 182 da Lei das SA:
Art. 182. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
O item está, portanto, correto.

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3.1 - Utilização Das Reservas de Capital

Era muito comum que algumas empresas no passado distribuíam as reservas de capital aos sócios
como forma de dissolução disfarçada da empresa. Por esse motivo, há restrições há utilização
dessas reservas pela Lei 6404/76.

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de


lucros (artigo 189, parágrafo único);

II - resgate, reembolso ou compra de ações;

III - resgate de partes beneficiárias;

IV - incorporação ao capital social;

V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for


assegurada (artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes


beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

Esquematizemos:

Não suportados
Absorção de por reservas de
prejuízos lucros e lucros
acumulados

Resgate,
reembolso,
compra de ações

Utilização das Resgate de partes


reservas de capital beneficiárias

Incorporação ao
capital social

Pagamento de
dividendos a ações
preferenciais, se
for assegurado

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Vê-se, assim, que as reservas de capital somente podem ser utilizadas para pagamento de
dividendos de ações preferenciais. Não podem ser utilizadas para pagamento de dividendos de
ações ordinárias.

Vejamos duas questões:

(Técnico de Nível Superior/AL BA/2014) Assinale a opção que indica um fim para o qual as reservas
de capital não podem ser utilizadas.
a) Absorver prejuízos, quando estes ultrapassarem as reservas de lucros.
b) Resgate, reembolso ou compra de ações.
c) Resgate de partes beneficiárias.
d) Incorporação ao capital.
e) Pagamento de dividendos a ações ordinárias e preferenciais.
Comentários:
Questão de literalidade do artigo Art. 200 da Lei das SA:
Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo
189, parágrafo único);
II - resgate, reembolso ou compra de ações;
III - resgate de partes beneficiárias;
IV - incorporação ao capital social;
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada
(artigo 17, § 5º).
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser
destinada ao resgate desses títulos.
Agora, vamos comparar os incisos do art. 200 da Lei das SAs com as alternativas:
a) Absorver prejuízos, quando estes ultrapassarem as reservas de lucros. (Inciso I)
b) Resgate, reembolso ou compra de ações. (Inciso II)
c) Resgate de partes beneficiárias. (Inciso III)
d) Incorporação ao capital. (Inciso IV)
e) Pagamento de dividendos a ações ordinárias e preferenciais.
Conforme o art. 200, Inciso V, as reversas de capital poderão ser utilizadas para o pagamento de
dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada.

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O item indica uma possibilidade de pagamento de dividendo a ações ordinárias a qual não é
prevista pela lei. O gabarito é, portanto, letra e.
(Contador/Eletrosul/2016) Entre as possibilidades conferidas pela legislação societária para a
utilização das Reservas de Capital se insere:
a) a absorção de prejuízos que não ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros.
b) a redução do capital social, para absorção dos prejuízos acumulados.
c) o pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada.
d) o aumento do capital autorizado, mediante alteração estatutária.
e) a recomposição do caixa da companhia em face da materialização de provisões.
Comentários:
Questão de literalidade do artigo Art. 200 da Lei das SA:
Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo
189, parágrafo único);
II - resgate, reembolso ou compra de ações;
III - resgate de partes beneficiárias;
IV - incorporação ao capital social;
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada
(artigo 17, § 5º).
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser
destinada ao resgate desses títulos.
Agora, vamos comparar os incisos do art. 200 da Lei das SAs com as alternativas:
a) a absorção de prejuízos que não ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros.
Errado, o correto seria: “... que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros”
b) a redução do capital social, para absorção dos prejuízos acumulados.
Errado, o Inciso IV do art 200 prevê, apenas, a incorporação ao capital social.
c) o pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada.
Correta, encontramos tal possibilidade no inciso V do art 200.
d) o aumento do capital autorizado, mediante alteração estatutária.
e) a recomposição do caixa da companhia em face da materialização de provisões.
Alternativas erradas, banca adicionou possibilidades não previstas no art. 200.

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Observação: as ações ordinárias são aquelas que dão direito a voto. As


preferenciais são aquelas que não dão, em regra, direito a voto, mas possuem
outras vantagens, geralmente relacionadas ao pagamento de maiores dividendos.

Estudemos as reservas de capital com detalhes

3.2 - Reserva De Ágio Na Emissão De Ações

Ágio, em linguajar comum, é o valor cobrado a maior por algo. Nas sociedades por ações o
estatuto social deve definir o valor do capital social, o número de ações em que o capital se divide
e se elas terão ou não valor nominal.

A ação tem um valor pré-definido, o valor do capital social subscrito dividido pelo número de
ações emitidas. Isso é o seu valor nominal! Temos que destacar que as ações serão sempre
registradas pelo seu valor nominal.

O ágio na emissão de ações é o valor da contribuição do subscritor (quem está comprando a ação)
que ultrapassar o valor nominal das ações por ele adquiridas.

No caso de emissão de ações sem valor nominal, o ágio na emissão de ações será o valor da
contribuição do subscritor que ultrapassar a importância destinada ao capital social.

Destacamos que uma ação pode não ter valor nominal, mas possuir um valor de referência para
comparação.

Explicamos. Quando formamos uma entidade, dizemos que cada ação terá o valor nominal de x
(mas as ações podem não ter valor nominal, sem problemas). Se a pessoa entrar na sociedade e
entregar x + 1, então esse 1 será o ágio na emissão da ação. O excesso é levado a uma conta de
reserva de capital, que recebe essa denominação.

Suponha-se que a empresa Estratégia Concursos possua um capital social de R$ 100.000,00,


configurando 100.000,00 ações a R$ 1,00 cada. Mostrando-se uma empresa extremamente
lucrativa, decide expandir o seu negócio oferecendo ao mercado mais 100.000,00 ações. Todavia,
cobra dos novos sócios não mais o aporte de R$ 1,00, mas, sim, de R$ 1,50. Mesmo assim, as
ações foram rapidamente vendidas e mais R$ 150.000,00 ingressaram aos cofres da empresa.

O lançamento é o seguinte:

D – Caixa 150.000,00 (Ativo)


C – Capital Social 100.000,00 (PL)
C – Reserva de capital – Ágio na emissão de ações 50.000,00 (PL)

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Razonetes:

Caixa (Ativo) Capital social (PL) Ágio Emissão Ações


150.000,00 100.000,00 50.000,00

Observem um quesito:

(Contador/FUB/2015) O ágio recebido em decorrência de emissão de ações aumenta as reservas


de lucros e, consequentemente, o patrimônio líquido da companhia.
Comentários:
O item está incorreto. O ágio na emissão de ações é reserva de capital.

3.3 - Alienação De Partes Beneficiárias E Bônus De Subscrição

- Parte beneficiárias

Segundo a Lei das SA:

Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor
nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes beneficiárias".

§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual


contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais (artigo 190).

Vê-se que as partes beneficiárias são estranhas, isto é, não fazem parte do capital social. Diferem
das ações, pois não dão direito a uma parte do patrimônio da companhia, nem o de participação
da administração. Não se confundem também com as debêntures, uma vez que não dá direito
creditório contra a companhia para os que as possuem.

O direito a lucro é eventual. Esta é a palavra-chave.

Por exemplo, temos uma companhia em que um senhor, fundador da companhia, já cansado da
sua árdua rotina, decide se aposentar. Os novos administradores decidem então que, como forma
de agradecimento, por todo o empenho, que ele terá direito a uma participação anual no lucro.
Mas não é assim, “de boca”. Essa operação há que ser formalizada. O senhor receberá então o
que chamamos de partes beneficiárias.

A emissão das partes beneficiárias é exclusiva de cias fechadas (LSA, art. 47). Como já dito, a
participação nos lucros deve ser menor do que 10%.

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As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas condições determinadas pelo
estatuto ou pela assembleia-geral, ou atribuídas a fundadores, acionistas ou terceiros, como
remuneração de serviços prestados à companhia (LSA, art. 47).

Somente a alienação onerosa das partes beneficiárias gera lançamento contábil. Isto é, no caso
do administrador aposentado, se ele paga pelos títulos há contabilização. Se forem doadas, há
apenas menção em notas explicativas.

Assim, se os administradores de uma companhia, que tanto contribuíram para o seu crescimento,
resolvem aposentar, e os novos administradores, como forma de reconhecimento deste trabalho,
alienam partes beneficiárias a esses antigos administradores, por R$ 100.000,00. Isto é, o
administrador vai pagar por esses títulos e a empresa contabiliza a entrada no caixa.

O lançamento é o que se segue:

D – Caixa 100.000,00 (Ativo)


C – Reserva de Capital – Produto de alienação de partes beneficiárias 100.000,00 (PL)

Razonetes:

Caixa (Ativo) Res. Cap - Prod. Alien. PB


100.000,00 100.000,00

Mas, professores, como eles serão beneficiados?

Galera, a companhia emitirá títulos (as chamadas partes beneficiárias), os quais darão direito à
participação do lucro da companhia. Só isso!

A LSA dispõe que:

Art. 200. Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes
beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

A contabilização na alienação de partes beneficiárias é a seguinte:

Digamos que a empresa resgate R$ 40.000. A contabilização fica assim:

D – Reserva de Capital – Produto de alienação de partes beneficiárias 40.000,00 (PL)


C - Caixa 40.000,00 (Ativo)

Razonetes:

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Caixa (Ativo) Res. Cap - Prod. Alien. PB


100.000,00 40.000,00 40.000,00 100.000,00

Então, vamos esquematizar?

Exclusiva para
companhias
fechadas

Estranhas ao
capital social
Reserva de capital - Partes beneficiárias
Lucro eventual
contra a
companhia (menor
que 10%)

Gera lançamento
somente a
alienação onerosa

- Bônus de subscrição

Veremos agora os bônus de subscrição. Precisamos entender que participar da subscrição de


ações de uma empresa, pode ser algo bem “disputado”. Por isso, existe a possibilidade de
emissão desses títulos.

Segundo a LSA, art. 75, a companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital
autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "bônus de subscrição”, que
conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações
do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento
do preço de emissão das ações.

Os antigos acionistas detêm a preferência para aquisição de novas ações emitidas por uma
companhia. Porém, o bônus de subscrição retira este direito relativamente a algumas ações.
Vejamos:

Art. 172. O estatuto da companhia aberta que contiver autorização para o


aumento do capital pode prever a emissão, sem direito de preferência para os
antigos acionistas, ou com redução do prazo de que trata o § 4o do art. 171, de
ações e debêntures conversíveis em ações, ou bônus de subscrição, cuja colocação
seja feita mediante:

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I - venda em bolsa de valores ou subscrição pública; ou

II - permuta por ações, em oferta pública de aquisição de controle, nos termos dos
arts. 257 e 263.

Se a empresa X emite R$ 100.000,00 em bônus de subscrição, o lançamento é o que se segue:

D – Caixa 100.000,00
C – Reserva de Capital – Produto da alienação de bônus de subscrição 100.000,00

Razonetes:

Caixa (Ativo) Res. Cap - Prod. Alien. BS


100.000,00 100.000,00

3.4 - Doações E Subvenções Para Investimentos Governamentais

As doações e subvenções para investimentos governamentais (tão-somente, excluem-se as


privadas) eram contabilizadas como reserva de capital.

Contudo, com as alterações da Lei das S/A, são agora consideradas receitas, que transitam pelo
resultado, podendo ser registradas (depois da apuração do resultado) em uma reserva de lucros
(de incentivos fiscais).

Esquematizemos:

Pode virar
Reserva de Lucro

Doações e
Subvenções

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3.5 - Prêmio Na Emissão De Debêntures

Pessoal, quando a empresa quer captar empréstimos junto ao público, ela pode optar pela
emissão de debêntures. Debênture é uma maneira de captar empréstimos sem recorrer às
instituições financeiras.

O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de capital. Com o advento da
Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser apropriado ao resultado como receita, conforme o regime
de competência.

Esquematizemos:
Prêmio na emissão de debêntures
Reservas de capital
Receita no resultado: regime de competência

As debêntures são títulos exclusivos das sociedades anônimas. É uma forma alternativa ao
lançamento de ações no mercado e aos empréstimos bancários, para captação de recursos.

Não podem ser confundidas com as ações, pois não são títulos de propriedade. Não se confundem
também com os empréstimos, uma vez que oferecidas ao público, não sendo captados junto a
instituições financeiras.

Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão da legislação antiga,
uma reserva de capital a ser registrada, chamada Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures.
Isso ocorre quando as condições como juros, garantias e outras vantagens forem atraentes para
os investidores.

Se uma empresa lançasse debêntures a R$ 1,00, num vulto de 10.000 debêntures, com resgate
em 10 anos encontrando investidores que pagassem R$ 1,50 pelo referido título, lançaríamos:

D – Caixa 15.000,00 (Ativo)


C – Debêntures a pagar 10.000,00 (PNC)
C – Reserva de capital – prêmio na emissão de debêntures 5.000,00 (PL)

Razonetes:

Caixa (Ativo) Debêntures a pagar (PNC) RC - Prêmio Emi. Debent.


15.000,00 10.000,00 5.000,00

Contudo, essa reserva de capital deixou de existir e a mesma situação é agora registrada da
seguinte forma:

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D – Caixa 15.000,00 (Ativo)


C – Debêntures a resgatar 10.000,00 (PNC)
C – Receitas recebidas antecipadamente 5.000,00 (PNC – Receitas diferidas)

Razonetes:

Caixa (Ativo) Debêntures a resgatar (PNC) Receitas diferidas


15.000,00 10.000,00 5.000,00

Assim, exemplificando, se o resgate dessas debêntures se dará em 10 anos, deveremos apropriar


ao resultado (utilizando-se do método linear) R$ 500,00 por ano, através do seguinte lançamento:

D - Receitas recebidas antecipadamente 500,00 (PNC – Receitas diferidas)


C – Receitas financeiras 500,00 (Resultado)

Razonetes:

Receitas diferidas Receitas financeiras


500,00 5.000,00 500,00

O prêmio na emissão de debêntures é justamente esse valor pago a mais pelo investidor, tendo
em vista uma expectativa maior de remuneração, juros etc.

O valor apropriado ao resultado pode ser destinado à formação de reserva específica de prêmios
de debêntures, para evitar a tributação pelo Imposto de Renda (Lei 12973/14).

Ressaltamos que é uma faculdade da empresa. Ela pode ou não constituir tal reserva. Se não
constituir, será tributada pelo IR.

A reserva específica de prêmio de debêntures é reserva de lucro, eis que esse valor transitou pelo
resultado do exercício.

Agora, duas questões:

(Analista/Contabilidade/TRE/SP/2017) Um dos mais importantes títulos do mercado financeiro são


as debêntures. Com elas, as empresas podem se financiar de acordo com o fluxo de caixa que
melhor se adeque à sua estratégia de financiamento. As empresas podem emitir debêntures com
prêmio, ou seja, valores recebidos na emissão de debêntures acima do valor nominal determinado
para a liquidação desses valores mobiliários. De acordo com a legislação vigente, esse prêmio é
tratado como
a) Reserva de capital, no patrimônio líquido.

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b) Prêmio a amortizar, no passivo.


c) Custos a amortizar, como redutora de passivo.
d) Prêmio a amortizar, no patrimônio líquido.
e) Receita financeira, no resultado do período.
Comentários:
O prêmio na emissão de debêntures, quando da emissão, é um prêmio a amortizar e fica
registrado em conta de receita diferida, até que vá para o resultado, de acordo com o regime de
competência.
Atenção! Nós recorremos desta questão. Ela deveria informar o momento em que queria saber a
contabilização, pois poderia ser no passivo (receita diferida) no momento inicial ou como receita,
posteriormente, com o regime de competência, na DRE. Mas a banca não acatou.
O gabarito é letra b.
(Analista/STJ/2015) A captação de recursos por meio de debêntures gera um passivo para a
sociedade emissora do título. Em caso de debêntures emitidas com prêmio, o valor desse prêmio
também será reconhecido em conta de passivo e deve ser apropriado ao resultado ao longo do
prazo de vigência das debêntures.
Comentários:
Vamos dividir o item em duas partes:
“A captação de recursos por meio de debêntures gera um passivo para a sociedade emissora do
título.”
Vimos que a Debênture é uma maneira de captar empréstimos sem recorrer às instituições
financeiras. Assim, gerará um passivo para entidade emissora do título.
Primeira parte está certa.
“Em caso de debêntures emitidas com prêmio, o valor desse prêmio também será reconhecido
em conta de passivo e deve ser apropriado ao resultado ao longo do prazo de vigência das
debêntures.”
Ainda, com o advento da Lei n° 11.638 e 11.941, o Prêmio na emissão de debêntures passou a
ser apropriado ao resultado como receita, conforme o regime de competência.
Vamos visualizar os fatos acima descritos por meio do seguinte exemplo:
Se uma empresa lançasse debêntures a R$ 1,00, num vulto de 10.000 debêntures, com resgate
em 10 anos encontrando investidores que pagassem R$ 1,50 pelo referido título, lançaríamos:
D – Caixa 15.000,00 (Ativo)
C – Debêntures a resgatar 10.000,00 (PNC)
C – Receitas recebidas antecipadamente 5.000,00 (PNC – Receitas diferidas)

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Segunda parte está certa.


O gabarito está, portanto, correto.

4. AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL


Antes das alterações da Lei das S.A, havia no patrimônio líquido a conta reserva de reavaliação.
Esta conta foi suprimida, surgindo então o ajuste de avaliação patrimonial. Contudo, não se trata
de mera alteração de nome.

A reavaliação que se aplicava aos bens tangíveis do ativo permanente e que poderia ser ou não
realizada, a critério dos acionistas, deixou de existir.

Ademais, o ajuste de avaliação patrimonial serve tanto para aumentar como para reduzir valores
de ativos e de passivos, enquanto a reavaliação servia apenas para o aumento de bens do
permanente.

A nova redação prescreve o seguinte:

Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto


não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a
elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo,
nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.

Esquematizemos:

Ajuste de avaliação patrimonial


Enquanto não computado no resultado do exercício
Contrapartida de aumento ou redução do ativo ou passivo
Em decorrência da avaliação a valor justo

A seguir, duas questões:

(Transpetro/Contador/2018) A Lei das sociedades por ações diz que o balanço patrimonial mostra
a situação patrimonial e financeira de uma companhia em um determinado período de tempo, e
que, no passivo, as contas serão classificadas nos grupos passivo circulante, passivo não circulante
e patrimônio líquido.

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Ainda segundo ela, uma das divisões do patrimônio líquido representa as contrapartidas criadas
pela Lei no 11.941/09, decorrentes das variações ocorridas nos elementos do ativo e do passivo,
não imputadas no resultado nos termos do regime de competência.
Nesse contexto, tais contrapartidas são evidenciadas no patrimônio líquido no grupo de
(A) ações em tesouraria
(B) ajustes de avaliação patrimonial
(C) participação dos minoritários
(D) prejuízos acumulados
(E) reservas de capital
Comentários:
A questão se refere ao ajuste de avaliação patrimonial! Há uma pequena impropriedade, pois o
ajuste de AAP foi criado pela Lei 11.638/2007 e não pela Lei 11.941/2009 (nós recorremos desta
assertiva). O gabarito é, portanto, letra b.
(Analista/ANTAQ/2014) O ajuste a valor justo de itens do ativo e do passivo, enquanto não
transitar pelo resultado do exercício, deve ser registrado, em respeito ao regime de competência,
na conta ajustes de avaliação patrimonial.
Comentários:
Questão de literalidade do $ 3 do Art. 183 da Lei das SA:
Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo,
em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o
do art. 177.
Então, vamos rever o nosso esquema:

Ajuste de avaliação patrimonial


Enquanto não computado no resultado do exercício
Contrapartida de aumento ou redução do ativo ou passivo
Em decorrência da avaliação a valor justo

O gabarito está, portanto, correto.

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5. AÇÕES EM TESOURARIA
As ações em tesouraria são ações da empresa adquiridas pela própria empresa e mantidas na
tesouraria. A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são também transações de
capital da entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar o resultado da entidade.

A conta “ações em tesouraria” é redutora do Patrimônio Líquido (PL).

Esquematizemos:

Ações em Redutora
tesouraria do PL

Este assunto aparece na Lei 6404/76:

Negociação com as Próprias Ações

Art. 30. A companhia não poderá negociar com as próprias ações.

§ 1º Nessa proibição não se compreendem:

a) as operações de resgate, reembolso ou amortização previstas em lei;

Comentários:

Sem entrar em tantos detalhes do Direito Empresarial, algumas definições são


importantes:

A operação em que a companhia paga aos acionistas o valor de suas ações por
razões de dissidência nos casos previstos na legislação societária é denominada
reembolso de ações.

A compra das próprias ações pela companhia, para retirá-las definitivamente de


circulação, é denominada resgate de ações.

A amortização de ações é a operação pela qual a companhia distribui ao acionista,


por suas ações, a quantia que lhe poderia caber em caso de liquidação da
sociedade.

b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até


o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital
social, ou por doação;

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c) a alienação das ações adquiridas nos termos da alínea b e mantidas em


tesouraria;

d) a compra quando, resolvida a redução do capital mediante restituição, em


dinheiro, de parte do valor das ações, o preço destas em bolsa for inferior ou igual
à importância que deve ser restituída.

§ 2º A aquisição das próprias ações pela companhia aberta obedecerá, sob pena
de nulidade, às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, que
poderá subordiná-la à prévia autorização em cada caso.

§ 3º A companhia não poderá receber em garantia as próprias ações, salvo para


assegurar a gestão dos seus administradores.

§ 4º As ações adquiridas nos termos da alínea b do § 1º, enquanto mantidas em


tesouraria, não terão direito a dividendo nem a voto.

§ 5º No caso da alínea d do § 1º, as ações adquiridas serão retiradas


definitivamente de circulação.

A regra geral é que a empresa não pode negociar as próprias ações, para evitar negociação com
informações privilegiada. Ou seja, a empresa não pode negociar suas próprias ações de forma
habitual. Não pode ficar comprando e vendendo em bolsa. É permitida, entretanto, a aquisição,
para permanência em tesouraria, sem a diminuição do Capital Social. Para isso, a compra é
suportada pelo saldo das reservas, exceto a reserva legal. Como assim?

Quando a empresa adquire suas próprias ações, ela está diminuindo o saldo do capital social.
Quando a empresa lança no mercado as ações é para aumentar seu capital. Quando ela mesma
resgata, esse aumento não ocorre na verdade.

O que acontece é que a empresa pode usar suas Reservas de Lucros ou Capital para "suportar"
essa compra. Isso na verdade é uma "ficção" jurídica, pois, o que efetivamente suporta a compra
de ações é o caixa da empresa! As Reservas servem como lastro para a operação, ok?

Vale ressaltar que é permitida a compra quando, resolvida a redução do capital mediante
restituição, em dinheiro, de parte do valor das ações, o preço destas em bolsa for inferior ou igual
à importância que deve ser restituída. Nesse caso, ocorre a diminuição do Capital Social.

As ações em tesouraria não têm direito a dividendos e nem a voto.

Os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão da própria entidade devem


ser tratados como acréscimo do custo de aquisição de tais ações.

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Os custos de transação incorridos na alienação de ações em tesouraria devem ser tratados como
redução do lucro ou acréscimo do prejuízo dessa transação, resultados esses contabilizados
diretamente no patrimônio líquido, na conta que houver sido utilizada como suporte à aquisição
de tais ações, não afetando o resultado da entidade.

Então, vamos esquematizar?

Custos de transação Acréscimo do custo


na aquisição de aquisição
Operações com
ações em tesouraria
Redução do lucro
Custos de transação
ou acréscimo do
na alienação
prejuízo

A seguir, um quesito:

(STN/2013) Os gastos com corretagem decorrentes da compra de ações da própria empresa, para
manutenção em tesouraria, devem ser registrados como:
a) outras despesas operacionais, no resultado.
b) acréscimo do custo de aquisição das ações no Patrimônio Líquido.
c) despesa diferida no ativo, sendo apropriada no resultado quando da venda das ações.
d) diminuição do valor do investimento no ativo não circulante.
e) redução do lucro ou prejuízo diretamente no Patrimônio Líquido.
Comentários:
Como acabamos de salientar, o nosso gabarito é a letra B!

5.1 - Ações em tesouraria! Previsão na Lei 6.404/76

Lei 6404/76:

Art. 182. § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como


dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos
aplicados na sua aquisição.

O assunto foi explorado em provas da seguinte forma:

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A contabilização da aquisição de ações da própria empresa reduz o valor do disponível e também


do patrimônio líquido. O oposto ocorre quando os sócios resolvem aumentar o capital da empresa
em dinheiro.
Comentários:
O item está correto. Vejamos os lançamentos:
- Pela aquisição, lançamos o seguinte:
D – Ações em tesouraria (Redutora do PL)
C – Caixa (- Ativo)
- Pela alienação, lançamos o seguinte:
D – Caixa (Ativo)
C – Ações em tesouraria (PL)
Se a alienação se der com lucro, este lucro deve ser registrado à conta de reserva de capital, pelo
seguinte lançamento: (supondo que a empresa vendeu ações em tesouraria que custaram $1000
por $2500).
D – Caixa (Ativo) 2.500,00
C – Ações em tesouraria (PL) 1.000,00
C – Reserva de capital-lucro na alienação de ações em tesouraria (PL) 1.500,00

A previsão para constituir reservas de capital com estes valores encontra respaldo na seguinte
legislação:

Instrução CVM nº 10 de 14 de fevereiro de 1980.

Dispõe sobre a aquisição por companhias abertas de ações de sua própria


emissão, para cancelamento ou permanência em tesouraria, e respectiva
alienação.

Art. 18. O resultado líquido proveniente da alienação de ações em tesouraria será


apurado com base no custo médio ponderado na data da operação e será
contabilizado:

a) se positivo, como reserva de capital, a crédito de conta específica;

b) se negativo, a débito das contas de reservas ou lucros que registrarem a origem


dos recursos aplicados em sua aquisição.

A compra e a alienação de ações em tesouraria é transação com sócios. E o lucro ou prejuízo


(melhor dizer "ganho ou perda") em transações com sócios fica no PL, não no Resultado.

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- Se tiver ganho na venda das ações em tesouraria: fica no PL, numa reserva de capital, semelhante
à reserva de prêmio na emissão de ações.
- Se tiver perda, também fica no PL, e vai diminuir a reserva que serviu de lastro para a aquisição
das ações em tesouraria.

Esquematizemos:

Ganho com ações PL: Reserva de


em tesouraria Capital
Operações com
ações em
tesouraria
Perda com ações PL: diminuindo a
em tesouraria reserva

Exemplo de contabilização: A empresa ABC comprou $10.000 de ações em tesouraria, suportadas


por uma reserva estatutária no valor de $50.000:

D – Ações em Tesouraria (Retificadora do PL) 10.000,00


C – Caixa (Ativo) 10.000,00

Razonetes:

Ações em tesouraria Caixa


10.000,00 10.000,00

No balanço, fica assim:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social xxxxx,xx
Reserva Legal xxx,xx
Reserva Estatutária 50.000
Ações em Tesouraria (10.000)
Total 40.000

Digamos que a empresa venda tais ações por 7.000.

A contabilização fica assim:

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D – Caixa (Ativo) 7.000,00


D – Reserva Estatutária (PL) 3.000,00
C – Ações em tesouraria (PL) 10.000,00

No Balanço, após a alienação:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social xxxxx,xx
Reserva Legal xxx,xx
Reserva Estatutária 47.000
Total 47.000

Então, resumindo o tratamento Ações em tesouraria:

NÃO TEM DIREITO A


AÇÕES EM CONTA REDUTORA DO
VOTO E NEM
TESOURARIA PL
DIVIDENDOS

PERDA NA ALIENAÇÃO:
GANHO NA
NÃO AFETA O DIMINUI A RESERVA
ALIENAÇÃO: RESERVA
RESULTADO QUE SERVIU DE
DE CAPITAL
LASTRO NA AQUISIÇÃO

Observem um quesito:

(Analista/DPE/MT/2015) Uma empresa possuía, em 31/12/2013, R$ 200.000,00 em ações em


tesouraria. No ano de 2014, a empresa alienou metade dessas ações por R$ 130.000,00.
Em suas demonstrações contábeis, a empresa deverá evidenciar o saldo positivo de R$ 30.000,00
do seguinte modo:
a) como Resultado Operacional, na Demonstração do Resultado do Exercício.
b) como Outros Resultados Operacionais, na Demonstração do Resultado do Exercício.
c) como Ajustes de Exercícios Anteriores, na Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido.
d) como Reserva de Capital, no Balanço Patrimonial.
e) como Reserva de Lucros, no Balanço Patrimonial.

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Comentários:
A compra e a alienação de ações em tesouraria é transação com sócios. E o lucro ou prejuízo
(melhor dizer "ganho ou perda") em transações com sócios fica no PL, não no Resultado.
- Se tiver ganho na venda das ações em tesouraria: fica no PL, numa reserva de capital, semelhante
à reserva de prêmio na emissão de ações.
- Se tiver perda, também fica no PL, e vai diminuir a reserva que serviu de lastro para a aquisição
das ações em tesouraria.
O gabarito é, portanto, letra d.

6. QUESTÕES COMENTADAS

6.1 - IBFC

1. (IBFC/MGS/Tec Sup/Serviços Contábeis/2015) Com relação à estrutura do Balanço Patrimonial


segundo a lei 6.404/76, assinale a alternativa incorreta:
a) Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem a contribuição do
subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem
valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos
casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; o produto da alienação de
partes beneficiárias e bônus de subscrição e o resultado da correção monetária do capital
realizado, enquanto não-capitalizado.
b) Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no
resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos
ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua
avaliação a valor de custo e com base na competência.
c) Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros
da companhia.
d) As ações em tesouraria deverão ser destacas no balanço como dedução da conta do patrimônio
líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

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a) Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem a contribuição do


subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem
valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos
casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; o produto da alienação de
partes beneficiárias e bônus de subscrição e o resultado da correção monetária do capital
realizado, enquanto não-capitalizado.

Correto, previsão no artigo 182 da Lei das S.A´s:

Art. 182. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que


registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte


do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações
de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção


monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.

b) Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no


resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos
ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua
avaliação a valor de custo e com base na competência.

Errado, antes das alterações da Lei das S.A, havia no patrimônio líquido a conta reserva de
reavaliação. Esta conta foi suprimida, surgindo então o ajuste de avaliação patrimonial. Contudo,
não se trata de mera alteração de nome.

A reavaliação que se aplicava aos bens tangíveis do ativo permanente e que poderia ser ou não
realizada, a critério dos acionistas, deixou de existir.

Ademais, o ajuste de avaliação patrimonial serve tanto para aumentar como para reduzir valores
de ativos e de passivos, enquanto a reavaliação servia apenas para o aumento de bens do
permanente.

A nova redação prescreve o seguinte:

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Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto


não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a
elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo,
nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.

Assim, o ajuste de avaliação patrimonial pode ser decorrência da avaliação a valor justo e não a
valor de custo.

c) Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros
da companhia.

Correto, as reservas de lucros são retenções de parcelas provenientes de ganhos do período, com
o objetivo de preservar o Patrimônio Líquido de uma sociedade, e posterior destinação. São, em
suma, lucros que a empresa não entrega aos acionistas, mas guarda para si, seja para investir em
projetos, seja para resguardar o capital social.

Segundo a Lei das S.A´s:

Art.182, §4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas


pela apropriação de lucros da companhia.

Obs.: esse assunto é visto, com maiores detalhes, em aula especifica.

d) As ações em tesouraria deverão ser destacas no balanço como dedução da conta do patrimônio
líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

Correto, previsão expressa no art. 182 § 5º da Lei 6404/76.

O gabarito é letra b.

2. (IBFC/PC-RJ/Perito Criminal/2013) A Lei 11.638/07 apresenta a forma de registro dos prêmios


obtidos na emissão de debêntures. Em consequência, pode-se afirmar que pela referida
norma:
a) Poderão ser lançadas diretamente como Reserva de Capital os prêmios obtidos na emissão de
debêntures.
b) Deve ser reconhecido no Passivo para apropriação periódica como receita os prêmios obtidos
na emissão de debêntures.
c) Não mais poderão ser lançados em conta do Patrimônio Líquido os prêmios obtidos na emissão
de debêntures.

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d) Deve ser reconhecido imediatamente como resultado do exercício, os prêmios obtidos na


emissão de debêntures.
e) Deve ser reconhecido no Passivo para apropriação periódica ao resultado como redução da
despesa financeira, os prêmios obtidos na emissão de debêntures.

Comentários:

O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de capital. Com o advento da
Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser apropriado ao resultado como receita, conforme o regime
de competência.

Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão da legislação antiga,
uma reserva de capital a ser registrada, chamada Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures.
Isso ocorre quando as condições como juros, garantias e outras vantagens forem atraentes para
os investidores.

Se uma empresa lançasse debêntures a R$ 1,00, num vulto de 10.000 debêntures, com resgate
em 10 anos encontrando investidores que pagassem R$ 1,50 pelo referido título, lançaríamos:

D - Caixa 15.000,00 (Ativo)


C - Debêntures a pagar 10.000,00 (PNC)
C - Reserva de capital (prêmio emissão de debêntures) 5.000,00 (PL)

Contudo, essa reserva de capital deixou de existir e a mesma situação é agora registrada da
seguinte forma:

D - Caixa 15.000,00 (Ativo)


C - Debêntures a resgatar 10.000,00 (PNC)
C - Receitas recebidas antecipadamente 5.000,00 (PNC - Receitas diferidas)

Assim, exemplificando, se o resgate dessas debêntures se dará em 10 anos, deveremos apropriar


ao resultado R$ 500,00 por ano, através do seguinte lançamento:

D - Receitas recebidas antecipadamente 500,00 (PNC - Receitas diferidas)


C - Receitas financeiras 500,00 (Resultado)

Observação: usamos o método linear (juros simples) para fins didáticos. O correto
é usar o método exponencial (juros compostos).

O valor apropriado ao resultado pode ser destinado à formação de reserva específica de prêmios
de debêntures, para evitar a tributação pelo Imposto de Renda (Lei 11.941/09).

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Ressaltamos que é uma faculdade da empresa. Ela pode ou não constituir tal reserva. Se não
constituir, será tributada pelo IR.

A reserva específica de prêmio de debêntures é reserva de lucro, eis que esse valor transitou pelo
resultado do exercício.

Para finalizar, vejamos o art. 31 da lei 12.973/14:

Prêmio na Emissão de Debêntures

Art. 31. O prêmio na emissão de debêntures não será computado na


determinação do lucro real, desde que

I - a titularidade da debênture não seja de sócio ou titular da pessoa jurídica


emitente; e

II - seja registrado em reserva de lucros específica, que somente poderá ser


utilizada para:

a) absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido totalmente


absorvidas as demais Reservas de Lucros, com exceção da Reserva Legal; ou

b) aumento do capital social.

§ 1o Na hipótese da alínea “a” do inciso II do caput, a pessoa jurídica deverá


recompor a reserva à medida que forem apurados lucros nos períodos
subsequentes.

§ 2o O prêmio na emissão de debêntures de que trata o caput será tributado caso


não seja observado o disposto no § 1o ou seja dada destinação diversa da que está
prevista no caput, inclusive nas hipóteses de:

I - capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao titular,


mediante redução do capital social, hipótese em que a base para a incidência será
o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes do prêmio na
emissão de debêntures;

II - restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital


social, nos 5 (cinco) anos anteriores à data da emissão das debêntures, com
posterior capitalização do valor do prêmio na emissão de debêntures, hipótese
em que a base para a incidência será o valor restituído, limitada ao valor total das
exclusões decorrentes de prêmio na emissão de debêntures; ou

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III - integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios.

§ 3o Se, no período de apuração, a pessoa jurídica apurar prejuízo contábil ou


lucro líquido contábil inferior à parcela decorrente de prêmio na emissão de
debêntures e, nesse caso, não puder ser constituída como parcela de lucros nos
termos do caput, esta deverá ocorrer à medida que forem apurados lucros nos
períodos subsequentes.

§ 4o A reserva de lucros específica a que se refere o inciso II do caput, para fins


do limite de que trata o art. 199 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, terá
o mesmo tratamento dado à reserva de lucros prevista no art. 195-A da referida
Lei.

§ 5o Para fins do disposto no inciso I do caput, serão considerados os sócios com


participação igual ou superior a 10% (dez por cento) do capital social da pessoa
jurídica emitente.

O gabarito é letra c.

3. (IBFC/PC-RJ/Perito Criminal/2013) Em relação à conta Ajustes de Avaliação Patrimonial, pode-


se afirmar que:
I. Recebe contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos somente do
Ativo.
II. Deve ser considerada quando do cálculo do limite referente à proporção das reservas de lucros
em relação ao capital.
III. Não corresponde a uma conta de reserva.
Assinale abaixo a opção correta:
a) Somente II.
b) Somente I e II.
c) Somente III.
d) I, II e III.
e) Somente I.

Comentários:

Segundo a LSA, temos que:

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Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto


não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a
elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo,
nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.

Assim, iremos comentar cada alternativa:

I. Recebe contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos somente do


Ativo.

Errado, porque as contrapartidas podem ser de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a


elementos do ativo e do passivo.

II. Deve ser considerada quando do cálculo do limite referente à proporção das reservas de lucros
em relação ao capital.

Errado, existe um limite máximo para as reservas de lucros, a saber:

Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de


incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social.
Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre aplicação do excesso na
integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos.
(Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007)

A Lei 11.941/2009, art. 19, incluiu, entre as reservas acima, a reserva específica de prêmio de
debêntures.

A conta der Ajuste de Avaliação Patrimonial não é considerada nesse limite.

Obs.: esse assunto é visto, com maiores detalhes, em aula especifica.

III. Não corresponde a uma conta de reserva.

Correto, Reservas são valores que representam elementos patrimoniais sem qualquer
característica de exigibilidade atual ou futura. São, como o próprio nome indicam, reservas.
Basicamente, temos duas espécies de reservas, ambas classificadas no patrimônio líquido: as de
lucros e as de capital.

O gabarito é letra c.

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4. (IBFC/CM-Franca/Contabilidade/2012) Assinale a alternativa incorreta:


a) As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do passivo não
circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e
no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observando que na companhia
em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação
no circulante ou longo prazo terá por base o prazo deste ciclo.
b) No Patrimônio Líquido a conta do Capital Social discriminará o montante subscrito e, por
dedução, a parcela ainda não realizada.
c) Serão classificadas como Reservas de Capital as contas que registrarem a contribuição do
subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem
valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos
casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; o produto da alienação de
partes beneficiárias e bônus de subscrição e será ainda registrado como reserva de capital o
resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.
d) As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do
patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

Comentários:

Segundo a Lei das Sociedades por Ações:

Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de


direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando
se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem
vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179
desta Lei.

Como exemplo de obrigações temos: Impostos a pagar, provisão para contingências, salários a
pagar, ICMS a recolher, provisão para IR, FGTS a recolher, duplicatas a pagar, fornecedores, entre
outros.

Agora, vamos comentar cada afirmativa:

a) As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do passivo não


circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e
no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observando que na companhia
em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação
no circulante ou longo prazo terá por base o prazo deste ciclo.

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Errado, o erro da afirmativa é a expressão passivo na circulante, visto que as obrigações da


companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos ativo não circulante serão
classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não
circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observando que na companhia em que o ciclo
operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou
longo prazo terá por base o prazo deste ciclo.

b) No Patrimônio Líquido a conta do Capital Social discriminará o montante subscrito e, por


dedução, a parcela ainda não realizada.

Correto, o capital social é a conta do PL composta pelas ações subscritas na constituição da


sociedade ou com o aumento de capital. É dividido em capital social e capital social a realizar.

A lei das S.A´s dispõe que:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por


dedução, a parcela ainda não realizada.

c) Serão classificadas como Reservas de Capital as contas que registrarem a contribuição do


subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem
valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos
casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; o produto da alienação de
partes beneficiárias e bônus de subscrição e será ainda registrado como reserva de capital o
resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.

Correto, as reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios ou de terceiros)
que não se configuram como receita, isto é, não transitam pelo resultado do exercício, sendo
contabilizadas diretamente à conta de Patrimônio Líquido.

Com espeque no artigo 182 da Lei das S.A´s:

Art. 182. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que


registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte


do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações
de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

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§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção


monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.

d) As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do


patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

Correto, as ações em tesouraria são ações da empresa adquiridas pela própria empresa e mantidas
na tesouraria. A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são também transações
de capital da entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar o resultado da entidade.

A conta “ações em tesouraria” é redutora do Patrimônio Líquido (PL).

O gabarito é letra a.

5. (IBFC/CM-Franca/Contabilidade/2012) Assinale a alternativa correta:


a) No Passivo, as contas serão classificadas no Passivo Circulante, no Passivo Não Circulante e no
Patrimônio Líquido, divido em Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ações em
Tesouraria e Lucros Acumulados.
b) No Passivo, as contas serão classificadas no Passivo Circulante, no Passivo Não Circulante e no
Patrimônio Líquido, divido em Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação
Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados.
c) No Passivo, as contas serão classificadas no Passivo Circulante, no Passivo Não Circulante e no
Patrimônio Líquido, divido em Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação
Patrimonial, Reserva Legal, Ações em Tesouraria e Lucros Acumulados.
d) No Passivo, as contas serão classificadas no Passivo Circulante, no Passivo Não Circulante e no
Patrimônio Líquido, divido em Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação
Patrimonial, Reservas Legal, e Prejuízos Acumulados.

Comentários:

De acordo com a Lei 6.404/76:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do


patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a
análise da situação financeira da companhia.

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

I – passivo circulante;

II – passivo não circulante;

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III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de


avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados.

O gabarito é letra b.

6. (IBFC/CM-Franca/Contabilidade/2012) As Reservas de Capital somente poderão ser utilizadas


para:
I. absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados;
II. resgate, reembolso ou compra de ações;
III. resgate de partes beneficiárias;
IV. incorporação ao capital social;
V. pagamento de dividendo a ações ordinárias, quando essa vantagem lhes for assegurada.
Estão corretas:
a) I, II, III, IV e V.
b) I, III e V.
c) II, IV e V.
d) II, III e IV.

Comentários:

Sobre a utilização das reservas de capital...

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de


lucros (artigo 189, parágrafo único);

II - resgate, reembolso ou compra de ações;

III - resgate de partes beneficiárias;

IV - incorporação ao capital social;

V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for


assegurada (artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes


beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

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Vê-se, assim, que as reservas de capital somente podem ser utilizadas para pagamento de
dividendos de ações preferenciais. Não podem ser utilizadas para pagamento de dividendos de
ações ordinárias.

Observação: as ações ordinárias são aquelas que dão direito a voto. As


preferenciais são aquelas que não dão, em regra, direito a voto, mas possuem
outras vantagens, geralmente relacionadas ao pagamento de maiores dividendos.

Portanto, todas as alternativas estão corretas.

O gabarito é letra d.

6.2 – Outras Bancas

Com relação ao tratamento contábil do patrimônio líquido e de seus componentes, julgue os


próximos itens.
Situação hipotética: Uma sociedade por ações recomprou no mercado determinado tipo de suas
ações, gerando um saldo de ações em tesouraria de R$ 15 milhões. Simultaneamente, fez a oferta
de R$ 50 milhões de novas ações de outro tipo, de modo que obteve um ágio de 15% sobre esse
montante e incorreu em custos de transação de R$ 1,5 milhão.
7. (CEBRASPE/TCE – RJ/Analista de Controle Externo/2021) Assertiva: Sendo esses os únicos
eventos registrados no período analisado, será verificado um incremento superior a R$ 42
milhões no patrimônio líquido.

Comentários:

Na questão apresentada, tivemos os seguintes fatos contábeis:

Uma sociedade por ações recomprou no mercado determinado tipo de suas ações, gerando um
saldo de ações em tesouraria de R$ 15 milhões.

Lançamento:

D - Ações em Tesouraria R$ 15 milhões (diminuição do PL)


C - Bancos R$ 15 milhões (diminuição do ativo)

Depois, tivemos a emissão de ações no valor de R$ 50 milhões com ágio de 15%, isto é, 7,5 milhões
e custos transação de $ 1,5 milhão. O ágio na emissão das ações será lançado como reserva de
capital e os custos de transação não serão lançados como despesas, mas como redução desse
ágio.

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Fica assim:

D - Bancos R$ 56 milhões
C - Reserva de Capital - Ágio na emissão de ações R$ 6 milhões (aumento do PL)
C - Capital Social R$ 50 milhões (aumento do PL)

Assim sendo, a variação ocorrida no patrimônio líquido da entidade foi de 50 + 6 - 15 = 41 milhões.

O item está errado, pois foi verificado um incremento inferior e não superior a R$ 42 milhões no
patrimônio líquido.

8. (CEBRASPE/TCE – RJ/Analista de Controle Externo/2021) Uma carteira de instrumentos


financeiros classificados como avaliados ao valor justo em outros resultados abrangentes, que
tenha variação positiva em seu valor justo de um período contábil a outro, ocasionará um
aumento no patrimônio líquido através do incremento no saldo da conta de ajuste de avaliação
patrimonial.

Comentários:

Item correto, A lei 6404/76 prescreve o seguinte:

Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto


não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a
elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo,
nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.

Esquematizemos:

Ajuste de avaliação patrimonial


Enquanto não computado no resultado do exercício
Contrapartida de aumento ou redução do ativo ou passivo
Em decorrência da avaliação a valor justo

A contabilização apresentada na questão será:

D - Ativo - Instrumentos Financeiros


C - Ajuste de Avaliação Patrimonial - aumento do PL

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Portanto, item está correto.

Com relação à composição das demonstrações contábeis exigidas pela legislação societária,
julgue o item a seguir.

9. (CEBRASPE/SEFAZ AL/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2020) A conta ajustes de avaliação


patrimonial pertence ao patrimônio líquido e destina-se a registrar, no balanço patrimonial, os
aumentos ou as diminuições de valor de elementos do ativo e do passivo sujeitos à avaliação
a valor justo por determinação legal ou regulamentação específica, enquanto tais variações
não puderem ser reconhecidas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência.

Comentários:

Nessa questão o Cebraspe parafraseou o $ 3 do Art. 183 da Lei das SA:

Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto


não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a
elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo,
nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.

O gabarito é certo.

10. (CEBRASPE/TJ PA/Analista Judiciário - Ciências Contábeis/2020) Assinale a opção que


apresenta a conta do patrimônio líquido que, em decorrência da função que lhe foi atribuída
pela legislação societária, pode apresentar tanto saldo credor quanto saldo devedor no
balanço patrimonial.
a) ações em tesouraria
b) prejuízos acumulados
c) capital a integralizar
d) ajustes de avaliação patrimonial
e) reservas de capital

Comentários:

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Falamos que o ajuste de avaliação patrimonial serve tanto para aumentar como para reduzir
valores de ativos e de passivos, enquanto não computadas no resultado do exercício em
obediência ao regime de competência, em decorrência da sua avaliação a valor justo. Lembramos
que tal conta pertence ao grupo Patrimônio Líquido. O gabarito é letra d.

11. (Instituto AOCP/PC ES/Per. Of. Crim./Área 1/2019) Segundo as normas e a doutrina contábil,
a conta de ajustes de avaliação patrimonial poderá apresentar saldo de natureza
a) devedora, credora ou saldo nulo e será classificada no patrimônio líquido.
b) somente devedora e será classificada no patrimônio líquido.
c) somente credora e será classificada no patrimônio líquido.
d) devedora, credora ou saldo nulo e será classificada no ativo.
e) devedora, credora ou saldo nulo e será classificada no passivo.

Comentários:

A lei 6404/76 prevê o seguinte:

Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto


não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a
elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo,
nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.

Essa conta é classificada no Patrimônio Líquido, pode possuir natureza devedora ou credora e
recebe a contrapartida de ativos e passivos avaliados a valor justo. O gabarito é letra a.

12. (VUNESP/ISS Campinas/Auditor Fiscal Tributário Municipal/2019) Pelas atuais Normas


Brasileiras de Contabilidade, é classificada como uma reserva de capital:
a) Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures.
b) Reserva Estatutária.
c) Reserva de Ágio na Emissão de Ações.
d) Reserva de Subvenções Governamentais para Investimento.
e) Reserva para Pagamento de Dividendo Obrigatório.

Comentários:

a) Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures.

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b) Reserva Estatutária.
d) Reserva de Subvenções Governamentais para Investimento.
e) Reserva para Pagamento de Dividendo Obrigatório.

Erradas, pois elas são reservas de lucros, eis que esse valor transitou pelo resultado do exercício.

Obs.: veremos as reservas de lucros, com maiores detalhes, em aulas mais


avançadas.

c) Reserva de Ágio na Emissão de Ações.

Correto, pois as reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios ou de terceiros)
que não se configuram como receita.

O gabarito é letra c.

13. (VUNESP/MPE-SP/Contador/2019) O patrimônio líquido pode ser estudado de diferentes


perspectivas, como, por exemplo, dos pontos de vista legal, contábil e econômico.
Considerando-se essas vertentes, é correto afirmar:
a) contabilmente, o patrimônio líquido corresponde à diferença entre ativos totais e passivos
exigíveis.
b) economicamente, o patrimônio líquido é o valor de mercado de uma entidade.
c) legalmente, o patrimônio líquido pode ser entendido como o valor de responsabilidade dos
sócios em relação às obrigações de uma entidade, no caso de uma empresa S.A.
d) o patrimônio líquido contábil é o conjunto dos fluxos de caixa futuros da entidade trazidos a
valor presente pelo seu custo de oportunidade.
e) economicamente, o patrimônio líquido é obtido trazendo os fluxos de resultados previstos a
valor presente pelo seu custo de oportunidade.

Comentários:

O Patrimônio Líquido normalmente é caracterizado como o “dinheiro dos sócios aplicado na


empresa”. Podemos dizer também que o patrimônio líquido é o capital próprio. Para o
pronunciamento CPC 00, “Patrimônio Líquido é o Participação residual nos ativos da entidade
após a dedução de todos os seus passivos. ” Ou seja, é o que sobra após deduzir todos os passivos
dos ativos. O gabarito é letra A.

14. (VUNESP/TJ-SP/Contador /2019) Sobre as contas do Patrimônio Líquido, é correto afirmar


que

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a) alienação de partes beneficiárias é uma transação classificada como reserva de lucros.


b) a conta capital a integralizar é uma conta redutora do capital social.
c) os dividendos declarados e pagos no período são evidenciados nas reservas de capital.
d) as reservas de capital recebem os saldos referentes à variação do valor justo de instrumentos
financeiros.
e) as reservas de lucros recebem o ágio da emissão das ações com valor nominal.

Comentários:

a) alienação de partes beneficiárias é uma transação classificada como reserva de lucros.

Errado, representa uma reserva de capital.

b) a conta capital a integralizar é uma conta redutora do capital social.

Correto, essa conta registra o saldo de capital subscrito pelos sócios, mas ainda não integralizado.

c) os dividendos declarados e pagos no período são evidenciados nas reservas de capital.

Errado, os dividendos são creditados da conta de Lucros Acumulados e transferidos para o Passivo
da empresa. Não representam Reservas de Capital.

d) as reservas de capital recebem os saldos referentes à variação do valor justo de instrumentos


financeiros.

Errado, isso é função da conta Ajuste de Avaliação Patrimonial.

e) as reservas de lucros recebem o ágio da emissão das ações com valor nominal.

Errado, as reservas de Capital recebem o ágio na emissão de ações.

O gabarito é letra B.

15. (VUNESP/UNIFAI/Controlador Interno/2019) Na hipótese da abertura de uma empresa, em


que houve a subscrição de capital de R$ 1.000.000,00, o lançamento contábil dessa subscrição
será
a) D: Capital a Integralizar
C: Capital subscrito R$ 1.000.000,00
b) D: Capital a Integralizar
C: Capital Integralizado R$ 1.000.000,00

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c) D: Capital
C: Capital Integralizado R$ 1.000.000,00
d) D: Capital
C: Capital a Integralizar R$ 1.000.000,00
e) D: Bancos conta movimento
C: Capital Subscrito R$ 1.000.000,00

Comentários:

Recordamos que a subscrição é quando o acionista/sócio assume o compromisso de ingressar na


sociedade, formalizando através dos instrumentos jurídicos pertinentes. Ainda não houve entrega
dos recursos. Por isso, a contrapartida será a conta Capital a integralizar, a qual representa a parte
não entregue pelos sócios.

Dado que o valor prometido (subscrito) de 1 milhão não foi entregue, o lançamento será:

D: Capital a Integralizar
C: Capital subscrito R$ 1.000.000,00

O gabarito é letra a. Posteriormente, quando houver a entrega dos recursos, teremos o seguinte
lançamento:

D: Bancos conta movimento ou Caixa ou outro Ativo (caso integralize com bens ou direitos)
C: Capital a Integralizar R$ 1.000.000,00

16. (VUNESP/Pref. Itapevi/Controlador Interno/2019) O capital realizado que deve constar no


patrimônio líquido da entidade é
a) totalmente integralizado pelos investidores.
b) o proposto em contrato/estatuto e deverá ser integralizado.
c) o capital a ser integralizado.
d) o capital a subscrever.
e) o capital autorizado.

Comentários:

O capital social é a conta do PL composta pelas ações subscritas na constituição da sociedade ou


com o aumento de capital. É dividido em capital social e capital social a realizar. Essa diferença
(Capital social - capital social a realizar) representa o capital realizado, o qual se refere a entrega
efetiva dos recursos pelos sócios. O gabarito é letra a.

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17. (VUNESP/CM Mauá/Contador Legislativo/2019) São exemplos de reserva de capital:


a) ágio na emissão de ações e reserva para contingência.
b) alienação de bônus de subscrição e reserva de lucros a realizar.
c) alienação de debêntures conversíveis e ágio na emissão de ações.
d) alienação de partes beneficiárias e alienação de bônus de subscrição.
e) reserva de incentivo fiscal e reserva de lucros para expansão.

Comentários:

a) ágio na emissão de ações e reserva para contingência.


b) alienação de bônus de subscrição e reserva de lucros a realizar.
e) reserva de incentivo fiscal e reserva de lucros para expansão.

Errados, pois trazem exemplos de reservas de lucros.

Obs.: veremos as reservas de lucros, com maiores detalhes, em aulas mais


avançadas.

c) alienação de debêntures conversíveis e ágio na emissão de ações.

Errado, já que o Prêmio na emissão de debêntures ERA classificado como reserva de capital. Com
o advento da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser apropriado ao resultado como receita,
conforme o regime de competência.

d) alienação de partes beneficiárias e alienação de bônus de subscrição.

Correto, item literal da lei 6.404/76:

Art. 182. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que


registrarem:

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

O gabarito é letra d.

18. (CEBRASPE/SEFAZ RS/Auditor-Fiscal da Receita Estadual/2019) Na fiscalização de uma


sociedade anônima comercial, após o seu primeiro ano de funcionamento, verificou-se que a
empresa possuía
• capital subscrito no valor de R$ 2.000;

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• capital realizado no valor de R$ 1.700;


• capital de terceiros no valor de R$ 600;
• prejuízo acumulado no valor de R$ 300.
Constatou-se, ainda, que não havia reservas, ações em tesouraria nem ajuste de avaliação
patrimonial nas demonstrações contábeis da sociedade.
Nessa situação hipotética, o valor do capital total à disposição da sociedade é igual a
a) R$ 1.700.
b) R$ 2.000.
c) R$ 2.300.
d) R$ 3.400.
e) R$ 4.000.

Comentários:

Vimos que capital total à disposição da sociedade = Ativo.

O quesito nos forneceu o valor do capital de terceiros (Passivo) e outros valores que compõem o
PL.

Dado que a equação fundamental da contabilidade é a seguinte:

Ativo = Passivo + PL

Vamos encontrar o valor do ativo, somando o Passivo com o PL.

Antes, vamos rever as contas do PL:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

APÓS LEI 11.638/07 E LEI 11.941/09

Capital Social

(-) Capital a Realizar

Reserva de Lucro

Reserva de Capital

Ajuste de Avaliação Patrimonial

(-) Prejuízo Acumulado

(-) Ações em Tesouraria

Agora, encontremos o PL:

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PL = Capital Subscrito – Capital a Integralizar – Prejuízo Acumulado

Obs.: o quesito só trouxe essas contas do grupo.

PL = 2.000 – 300 – 300 = 1400

Por fim, utilizemos a equação fundamental da contabilidade:

Ativo = Passivo + PL
Ativo (Capital Total à disposição) = 1400 + 600 = 2.000

O gabarito é letra b.

19. (CEBRASPE/SEFAZ RS/Técnico Tributário da Receita Estadual/2018) A contrapartida da saída


financeira de uma operação de aquisição de ações da própria empresa (ações em tesouraria)
deve ser reconhecida em uma conta de natureza
a) credora, no passivo circulante.
b) credora, no ativo não circulante.
c) devedora, no ativo não circulante.
d) devedora, no patrimônio líquido.
e) credora, no patrimônio líquido.

Comentários:

As ações em tesouraria são ações da empresa adquiridas pela própria empresa e mantidas na
tesouraria. A AQUISIÇÃO de ações de emissão própria e sua alienação são também transações
de capital da entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar o resultado da entidade.

A conta “ações em tesouraria” é REDUTORA do PL , NATUREZA DEVEDORA.

O gabarito é letra d

20. (FGV/COMPESA/Técnico em Contabilidade/2018) Em relação ao patrimônio líquido de uma


entidade, o valor que deve compor o saldo da conta de Capital Social é o capital
a) subscrito.
b) líquido.
c) realizado.
d) acumulado.
e) autorizado.

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Comentários:

A lei das S.A´s dispõe que:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por


dedução, a parcela ainda não realizada.

Exemplificando, temos:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 10.000,00
(-) Capital Social a realizar - 4.000,00
(=) Capital social realizado 6.000,00

Vejam que o valor que deve compor o saldo da conta de Capital Social é o capital realizado.

O gabarito é letra c.

21. (FGV/SEFIN RO/Técnico Tributário/2018) No ano de 2016, a Cia. ABC abriu seu capital por
meio da emissão de títulos patrimoniais. Os custos de transação, diretamente atribuíveis à
emissão, foram de R$ 10.000.
Assinale a opção que indica onde foram reconhecidos os custos de transação nas Demonstrações
Contábeis, de 31/12/2016, da Cia. ABC.
a) Na Demonstração do Resultado do Exercício como Outras Despesas Operacionais.
b) Na Demonstração do Resultado do Exercício como Despesa Financeira.
c) No Balanço Patrimonial como Despesa Antecipada.
d) No Balanço Patrimonial como Reserva de Capital.
e) no Balanço Patrimonial, como redutor do Patrimônio Líquido, na conta Custo com a emissão de
Ações.

Comentários:

Os gastos com emissão de ações, a partir de 2008, não mais podem ser tratados como despesas
do período. Passam a figurar como redução do valor obtido do capital social.

Conforme o CPC 08 (R1):

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5. Os custos de transação incorridos na captação de recursos por intermédio da


emissão de títulos patrimoniais devem ser contabilizados, de forma destacada, em
conta redutora de patrimônio líquido, deduzidos os eventuais efeitos fiscais, e os
prêmios recebidos devem ser reconhecidos em conta de reserva de capital.

O gabarito é letra e.

22. (FGV/ALERO/Analista Legislativo - Contabilidade/2018) Uma entidade abriu o seu capital em


2017, por meio da emissão de títulos patrimoniais. A abertura foi autorizada pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).
No processo, a entidade incorreu em custos de transação diretamente atribuíveis à emissão, no
valor de R$100.000. A emissão foi bem sucedida.
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 08 (R1) - Custos de Transação e Prêmios na
Emissão de Títulos e Valores Mobiliários, assinale a opção que indica a correta classificação dos
custos de transação nas demonstrações contábeis da entidade.
a) Outras Despesas Operacionais na Demonstração do Resultado do Exercício.
b) Despesa Financeira na Demonstração do Resultado do Exercício.
c) Custos de Transação na Demonstração dos Resultados do Exercício.
d) Reserva de Lucros no Balanço Patrimonial.
e) Redutor do patrimônio líquido no Balanço Patrimonial.

Comentários:

Mais uma vez a FGV cobrou o item 5 do CPC 08 (R1):

5. Os custos de transação incorridos na captação de recursos por intermédio da


emissão de títulos patrimoniais devem ser contabilizados, de forma destacada, em
conta redutora de patrimônio líquido, deduzidos os eventuais efeitos fiscais, e os
prêmios recebidos devem ser reconhecidos em conta de reserva de capital.

O gabarito é letra e.

23. (FGV/Contador/Prefeitura de Salvador/2017) A Cia. ABC emitiu, em 2016, títulos patrimoniais


no valor de R$ 200.000,00, tendo procura satisfatória. No processo de captação de recursos,
a empresa incorreu em custos de transação vinculados à emissão no valor de R$ 10.000,00.
Os custos de transação devem ser contabilizados como
a) despesa financeira.
b) despesa operacional.

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c) ativo intangível.
d) redutores do patrimônio líquido
e) outros resultados abrangentes

Comentários:

Como já dissemos, os gastos com emissão de ações, a partir de 2008, não mais podem ser tratados
como despesas do período. Passam a figurar como redução do valor obtido do capital social.

O gabarito é letra d.

24. (FCC/Artesp/Técnico em Regulação/2017) Em relação ao plano de conta das empresas, a conta


Ações em Tesouraria tem natureza
a) credora e é classificada no Patrimônio Líquido.
b) devedora e é classificada no Ativo Não Circulante.
c) devedora e é classificada no Patrimônio Líquido.
d) devedora e é classificada no Resultado do período.
e) credora e é classificada no Passivo Circulante ou Não circulante, dependendo do seu prazo de
pagamento.

Comentários:

Falamos que a conta “ações em tesouraria” é redutora do Patrimônio Líquido (PL). Dado que o PL
aumenta pelo crédito e diminui pelo débito, consequentemente sua redutora será o contrário. Ou
seja, aumentará pelo débito e diminuirá pelo crédito. Logo, tal conta será DEVEDORA.

O gabarito é letra c.

25. (Instituto AOCP/CM Maringá/2017) Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta
a(s) correta(s). As reservas de capital são constituídas com valores recebidos pela empresa e
que não transitam pelo resultado, por não se referirem à entrega de bens ou serviços pela
empresa. No que diz respeito às reservas de capital, elas poderão ser utilizadas para:
I. absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros.
II. resgate, reembolso ou compra de ações.
III. incorporação ao capital social.
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.

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d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Comentários:

Sobre a utilização das reservas de capital...

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de


lucros (artigo 189, parágrafo único);

II - resgate, reembolso ou compra de ações;

III - resgate de partes beneficiárias;

IV - incorporação ao capital social;

V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for


assegurada (artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes


beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

O gabarito é letra e.

26. (CEBRASPE/TRT 7ª Região/Analista Judiciário - Contabilidade/2017) Uma companhia comprou


suas próprias ações para manter em tesouraria e, em momento posterior, as vendeu por valor
50% superior ao valor da compra.
Nessa situação hipotética, os custos de corretagem de compra das ações e a diferença positiva
entre o custo de aquisição das ações e o valor de venda devem ser reconhecidos, respectivamente,
como
a) outras despesas do exercício e reserva de capital.
b) outras despesas do exercício e outras receitas do exercício.
c) acréscimo do custo das ações e reserva de capital.
d) acréscimo do custo das ações e outras receitas do exercício.

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Comentários:

A compra e a alienação de ações em tesouraria é transação com sócios. E o lucro ou prejuízo


(melhor dizer "ganho ou perda") em transações com sócios fica no PL, não no Resultado.

- Se tiver ganho na venda das ações em tesouraria: fica no PL, numa reserva de capital, semelhante
à reserva de prêmio na emissão de ações.

- Se tiver perda, também fica no PL, e vai diminuir a reserva que serviu de lastro para a aquisição
das ações em tesouraria.

E sobre os custos de emissão de ações? Qual o tratamento contábil previsto?

O CPC 08 - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários nos


apresenta:

8. A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são também transações


de capital da entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar o resultado
da entidade.

9. Os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão da própria


entidade devem ser tratados como acréscimo do custo de aquisição de tais ações.

10. Os custos de transação incorridos na alienação de ações em tesouraria devem


ser tratados como redução do lucro ou acréscimo do prejuízo dessa transação,
resultados esses contabilizados diretamente no patrimônio líquido, na conta que
houver sido utilizada como suporte à aquisição de tais ações, não afetando o
resultado da entidade.

O gabarito é letra c.

27. (AOCP/EBSERH/Contabilidade/(UFPA)/2016) Um lançamento a crédito na conta de capital a


integralizar é efetuado para refletir:
a) um aumento de capital social.
b) uma redução no capital social.
c) uma integralização do capital.
d) um aumento no lucro do período.
e) uma redução no lucro do período.

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Comentários:

Quando os sócios resolvem iniciar uma atividade, um dos requisitos para o início é a existência do
chamado capital social. Os sócios precisam aportar bens para que essa companhia possa aplicar e
dar início às atividades. Esse aporte é chamado de subscrição.

O capital social é a conta do PL composta pelas ações subscritas na constituição da sociedade ou


com o aumento de capital. É dividido em capital social e capital social a realizar.

A lei das SA dispõe que:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por


dedução, a parcela ainda não realizada.

No balanço fica assim:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 10.000,00
(-) Capital Social a realizar - 4.000,00
(=) Capital social realizado 6.000,00

A conta Capital a Integralizar possui natureza devedora, portanto, seu saldo será creditado quando
ocorrer uma integralização do capital. O gabarito é letra c.

28. (FGV/Pref. Paulínia/Contador/2016) Uma empresa, em 03/01/2016, emitiu bônus de


subscrição. O valor recebido correspondia a R$ 10,00 por ação.
Assinale a opção que indica o correto reconhecimento do valor recebido no balanço patrimonial
da empresa.
a) Reserva de Lucros.
b) Lucros Acumulados.
c) Ações em Tesouraria.
d) Reserva de Capital.
e) Capital Social.

Comentários:

Lembramos que os bônus de subscrição são títulos de crédito emitidos no limite do capital social
autorizado no estatuto e dão aos titulares o direito de subscrever ações da companhia. Ainda,
recordamos que eles são reconhecidos na conta Reserva de Capital, a qual pertence ao grupo
Patrimônio líquido. O gabarito é letra d.

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29. (AOCP/EBSERH/Contabilidade/(HC-UFG)/2015) Qual das alternativas a seguir NÃO faz parte


do patrimônio líquido do balanço patrimonial?
a) Capital social.
b) Reservas de capital.
c) Empréstimos a coligadas.
d) Prejuízos acumulados.
e) Reservas de lucros.

Comentários:

De acordo com a Lei 6.404/76:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do


patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a
análise da situação financeira da companhia.

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de


avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Antes de prosseguirmos, façamos a comparação entre como era e como está agora o patrimônio
líquido:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ANTES LEI 11.638/07 APÓS LEI 11.638/07 E LEI 11.941/09

Capital Social Capital Social

(-) Capital a Realizar (-) Capital a Realizar

Reserva de Lucro Reserva de Lucro

Reserva de Capital Reserva de Capital

Reserva de Reavaliação Ajuste de Avaliação Patrimonial

(+) Lucro ou (-) Prejuízo Acumulado (-) Prejuízo Acumulado

(-) Ações em Tesouraria (-) Ações em Tesouraria

Empréstimos a coligadas não classificadas no Patrimônio Líquido, mas no Ativo Não Circulante
Realizável a Longo Prazo:

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Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do


exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores,
acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios
usuais na exploração do objeto da companhia;

O gabarito é letra c.

30. (FGV/DPE RO/Analista Contábil/2015) A empresa de mergulho Corujá S.A. fez um aumento
de capital para ampliar a sua área de atuação. Foram emitidas 100.000 novas ações ao preço
de $ 15,00 cada. O preço nominal de cada ação corresponde a $ 10,00 e foram incorridos
gastos no valor de $ 200.000,00 para a emissão das novas ações.
Supondo que todas as ações tenham sido vendidas, a contabilização mais adequada para a
operação é:
a) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00
D – Despesa com emissão de ações (DRE) - $ 200.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.500.000,00
b) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.300.000,00
c) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00
D – Despesa com emissão de ações (DRE) - $ 200.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.000.000,00
C – Reserva de Capital (PL) - $ 500.000,00
d) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.000.000,00
C – Reserva de Capital (PL) - $ 300.000,00
e) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00
D – Despesas Financeiras (DRE) - $ 200.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.500.000,00

Comentários:

O valor efetivamente recebido foi de $1.300.000 ($1.500.000 menos os gastos com emissão de
ações no valor de $200.000).

O valor nominal das ações é de $10,00. Assim, o aumento do Capital Social foi de:

100.000 ações x $10,00 = $1.000.000,00.

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E a empresa conseguiu um ágio de $300.000, que será contabilizado como Reserva de Capital.

A contabilização fica assim:

D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00


C – Capital Social (PL) - $ 1.000.000,00
C – Reserva de Capital (PL) - $ 300.000,00

O gabarito é letra d.

31. (FGV/Caruaru/Contador/2015) De acordo com a Lei nº 11.638/07, que alterou a Lei nº


6.404/76, assinale a opção que indica a correta composição do patrimônio líquido.
a) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros e prejuízos acumulados.
b) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e prejuízos
acumulados.
c) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados.
d) Capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em
tesouraria e prejuízos acumulados.
e) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, ajustes de avaliação patrimonial,
reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Comentários:

Tal assunto está previsto na Lei das SAs, da seguinte forma:

Art. 178, Inciso III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de
capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e
prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009))

Agora, vamos comparar os incisos III do art. 178 da Lei das SAs com as alternativas:

a) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros e prejuízos acumulados.

Alternativa incompleta, faltou as seguintes contas: ajustes de avaliação patrimonial e ações em


tesouraria.

b) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e prejuízos


acumulados.

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Alternativa errada, após lei 11.638/07 e lei 11.941/09 a reservas de reavaliação não faz parte do
grupo PL.

c) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos


acumulados.

Alternativa incompleta, faltou a seguinte conta: ajustes de avaliação patrimonial.

d) Capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em
tesouraria e prejuízos acumulados.

Encontramos a alternativa correta. Vejam que todas estão no Art. 178, Inciso III.

e) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, ajustes de avaliação patrimonial,


reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Alternativa errada, após lei 11.638/07 e lei 11.941/09 a reservas de reavaliação não faz parte do
grupo PL.

O gabarito é letra d.

32. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2009) A empresa Capital Ltda. aumentou seu capital
em R$ 200.000,00. A sociedade é formada por 4 sócios, cada um com 25%. Dois sócios fizeram
a transferência dos recursos no ato da reunião da diretoria e os demais acordaram em transferir
os recursos em dois meses. A conta em que ficará registrado o direito da empresa em receber
esses recursos é Capital Social a
(A) Autorizar.
(B) Capitalizar.
(C) Receber.
(D) Integralizar.
(E) Subscrever.

Comentários:

A contabilização do aumento de capital fica assim:

D – Caixa ou Bancos (pela entrada do dinheiro) 100.000


D – Capital Social a Integralizar (valor que será transferido) 100.000
C - Capital Social 200.000

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Portanto, a conta que registra o direito da empresa em receber os recursos faltantes é a conta
Capital Social a Integralizar. O gabarito é letra d.

7.LISTA DE QUESTÕES

7.1 - IBFC

1. (IBFC/MGS/Tec Sup/Serviços Contábeis/2015) Com relação à estrutura do Balanço Patrimonial


segundo a lei 6.404/76, assinale a alternativa incorreta:
a) Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem a contribuição do
subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem
valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos
casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; o produto da alienação de
partes beneficiárias e bônus de subscrição e o resultado da correção monetária do capital
realizado, enquanto não-capitalizado.
b) Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no
resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos
ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua
avaliação a valor de custo e com base na competência.
c) Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros
da companhia.
d) As ações em tesouraria deverão ser destacas no balanço como dedução da conta do patrimônio
líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.
2. (IBFC/PC-RJ/Perito Criminal/2013) A Lei 11.638/07 apresenta a forma de registro dos prêmios
obtidos na emissão de debêntures. Em consequência, pode-se afirmar que pela referida
norma:
a) Poderão ser lançadas diretamente como Reserva de Capital os prêmios obtidos na emissão de
debêntures.
b) Deve ser reconhecido no Passivo para apropriação periódica como receita os prêmios obtidos
na emissão de debêntures.
c) Não mais poderão ser lançados em conta do Patrimônio Líquido os prêmios obtidos na emissão
de debêntures.

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d) Deve ser reconhecido imediatamente como resultado do exercício, os prêmios obtidos na


emissão de debêntures.
e) Deve ser reconhecido no Passivo para apropriação periódica ao resultado como redução da
despesa financeira, os prêmios obtidos na emissão de debêntures.
3. (IBFC/PC-RJ/Perito Criminal/2013) Em relação à conta Ajustes de Avaliação Patrimonial, pode-
se afirmar que:
I. Recebe contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos somente do
Ativo.
II. Deve ser considerada quando do cálculo do limite referente à proporção das reservas de lucros
em relação ao capital.
III. Não corresponde a uma conta de reserva.
Assinale abaixo a opção correta:
a) Somente II.
b) Somente I e II.
c) Somente III.
d) I, II e III.
e) Somente I.

4. (IBFC/CM-Franca/Contabilidade/2012) Assinale a alternativa incorreta:


a) As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do passivo não
circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e
no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observando que na companhia
em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação
no circulante ou longo prazo terá por base o prazo deste ciclo.
b) No Patrimônio Líquido a conta do Capital Social discriminará o montante subscrito e, por
dedução, a parcela ainda não realizada.
c) Serão classificadas como Reservas de Capital as contas que registrarem a contribuição do
subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem
valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos
casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; o produto da alienação de
partes beneficiárias e bônus de subscrição e será ainda registrado como reserva de capital o
resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.
d) As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do
patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

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5. (IBFC/CM-Franca/Contabilidade/2012) Assinale a alternativa correta:


a) No Passivo, as contas serão classificadas no Passivo Circulante, no Passivo Não Circulante e no
Patrimônio Líquido, divido em Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ações em
Tesouraria e Lucros Acumulados.
b) No Passivo, as contas serão classificadas no Passivo Circulante, no Passivo Não Circulante e no
Patrimônio Líquido, divido em Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação
Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados.
c) No Passivo, as contas serão classificadas no Passivo Circulante, no Passivo Não Circulante e no
Patrimônio Líquido, divido em Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação
Patrimonial, Reserva Legal, Ações em Tesouraria e Lucros Acumulados.
d) No Passivo, as contas serão classificadas no Passivo Circulante, no Passivo Não Circulante e no
Patrimônio Líquido, divido em Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação
Patrimonial, Reservas Legal, e Prejuízos Acumulados.

6. (IBFC/CM-Franca/Contabilidade/2012) As Reservas de Capital somente poderão ser utilizadas


para:
I. absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados;
II. resgate, reembolso ou compra de ações;
III. resgate de partes beneficiárias;
IV. incorporação ao capital social;
V. pagamento de dividendo a ações ordinárias, quando essa vantagem lhes for assegurada.
Estão corretas:
a) I, II, III, IV e V.
b) I, III e V.
c) II, IV e V.
d) II, III e IV.

7.2 – Outras Bancas

Com relação ao tratamento contábil do patrimônio líquido e de seus componentes, julgue os


próximos itens.
Situação hipotética: Uma sociedade por ações recomprou no mercado determinado tipo de suas
ações, gerando um saldo de ações em tesouraria de R$ 15 milhões. Simultaneamente, fez a oferta
de R$ 50 milhões de novas ações de outro tipo, de modo que obteve um ágio de 15% sobre esse
montante e incorreu em custos de transação de R$ 1,5 milhão.

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7. (CEBRASPE/TCE – RJ/Analista de Controle Externo/2021) Assertiva: Sendo esses os únicos


eventos registrados no período analisado, será verificado um incremento superior a R$ 42
milhões no patrimônio líquido.

8. (CEBRASPE/TCE – RJ/Analista de Controle Externo/2021) Uma carteira de instrumentos


financeiros classificados como avaliados ao valor justo em outros resultados abrangentes, que
tenha variação positiva em seu valor justo de um período contábil a outro, ocasionará um
aumento no patrimônio líquido através do incremento no saldo da conta de ajuste de avaliação
patrimonial.

Com relação à composição das demonstrações contábeis exigidas pela legislação societária,
julgue o item a seguir.

9. (CEBRASPE/SEFAZ AL/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2020) A conta ajustes de avaliação


patrimonial pertence ao patrimônio líquido e destina-se a registrar, no balanço patrimonial, os
aumentos ou as diminuições de valor de elementos do ativo e do passivo sujeitos à avaliação
a valor justo por determinação legal ou regulamentação específica, enquanto tais variações
não puderem ser reconhecidas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência.

10. (CEBRASPE/TJ PA/Analista Judiciário - Ciências Contábeis/2020) Assinale a opção que


apresenta a conta do patrimônio líquido que, em decorrência da função que lhe foi atribuída
pela legislação societária, pode apresentar tanto saldo credor quanto saldo devedor no
balanço patrimonial.
a) ações em tesouraria
b) prejuízos acumulados
c) capital a integralizar
d) ajustes de avaliação patrimonial
e) reservas de capital

11. (Instituto AOCP/PC ES/Per. Of. Crim./Área 1/2019) Segundo as normas e a doutrina contábil,
a conta de ajustes de avaliação patrimonial poderá apresentar saldo de natureza
a) devedora, credora ou saldo nulo e será classificada no patrimônio líquido.
b) somente devedora e será classificada no patrimônio líquido.
c) somente credora e será classificada no patrimônio líquido.
d) devedora, credora ou saldo nulo e será classificada no ativo.
e) devedora, credora ou saldo nulo e será classificada no passivo.

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12. (VUNESP/ISS Campinas/Auditor Fiscal Tributário Municipal/2019) Pelas atuais Normas


Brasileiras de Contabilidade, é classificada como uma reserva de capital:
a) Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures.
b) Reserva Estatutária.
c) Reserva de Ágio na Emissão de Ações.
d) Reserva de Subvenções Governamentais para Investimento.
e) Reserva para Pagamento de Dividendo Obrigatório.

13. (VUNESP/MPE-SP/Contador/2019) O patrimônio líquido pode ser estudado de diferentes


perspectivas, como, por exemplo, dos pontos de vista legal, contábil e econômico. Considerando-
se essas vertentes, é correto afirmar:
a) contabilmente, o patrimônio líquido corresponde à diferença entre ativos totais e passivos
exigíveis.
b) economicamente, o patrimônio líquido é o valor de mercado de uma entidade.
c) legalmente, o patrimônio líquido pode ser entendido como o valor de responsabilidade dos
sócios em relação às obrigações de uma entidade, no caso de uma empresa S.A.
d) o patrimônio líquido contábil é o conjunto dos fluxos de caixa futuros da entidade trazidos a
valor presente pelo seu custo de oportunidade.
e) economicamente, o patrimônio líquido é obtido trazendo os fluxos de resultados previstos a
valor presente pelo seu custo de oportunidade.
14. (VUNESP/TJ-SP/Contador /2019) Sobre as contas do Patrimônio Líquido, é correto afirmar que
a) alienação de partes beneficiárias é uma transação classificada como reserva de lucros.
b) a conta capital a integralizar é uma conta redutora do capital social.
c) os dividendos declarados e pagos no período são evidenciados nas reservas de capital.
d) as reservas de capital recebem os saldos referentes à variação do valor justo de instrumentos
financeiros.
e) as reservas de lucros recebem o ágio da emissão das ações com valor nominal.

15. (VUNESP/UNIFAI/Controlador Interno/2019) Na hipótese da abertura de uma empresa, em


que houve a subscrição de capital de R$ 1.000.000,00, o lançamento contábil dessa subscrição
será
a) D: Capital a Integralizar
C: Capital subscrito R$ 1.000.000,00
b) D: Capital a Integralizar
C: Capital Integralizado R$ 1.000.000,00

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c) D: Capital
C: Capital Integralizado R$ 1.000.000,00
d) D: Capital
C: Capital a Integralizar R$ 1.000.000,00
e) D: Bancos conta movimento
C: Capital Subscrito R$ 1.000.000,00

16. (VUNESP/Pref. Itapevi/Controlador Interno/2019) O capital realizado que deve constar no


patrimônio líquido da entidade é
a) totalmente integralizado pelos investidores.
b) o proposto em contrato/estatuto e deverá ser integralizado.
c) o capital a ser integralizado.
d) o capital a subscrever.
e) o capital autorizado.
17. (VUNESP/CM Mauá/Contador Legislativo/2019) São exemplos de reserva de capital:
a) ágio na emissão de ações e reserva para contingência.
b) alienação de bônus de subscrição e reserva de lucros a realizar.
c) alienação de debêntures conversíveis e ágio na emissão de ações.
d) alienação de partes beneficiárias e alienação de bônus de subscrição.
e) reserva de incentivo fiscal e reserva de lucros para expansão.
18. (CEBRASPE/SEFAZ RS/Auditor-Fiscal da Receita Estadual/2019) Na fiscalização de uma
sociedade anônima comercial, após o seu primeiro ano de funcionamento, verificou-se que a
empresa possuía
• capital subscrito no valor de R$ 2.000;
• capital realizado no valor de R$ 1.700;
• capital de terceiros no valor de R$ 600;
• prejuízo acumulado no valor de R$ 300.
Constatou-se, ainda, que não havia reservas, ações em tesouraria nem ajuste de avaliação
patrimonial nas demonstrações contábeis da sociedade.
Nessa situação hipotética, o valor do capital total à disposição da sociedade é igual a
a) R$ 1.700.
b) R$ 2.000.
c) R$ 2.300.

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d) R$ 3.400.
e) R$ 4.000.

19. (CEBRASPE/SEFAZ RS/Técnico Tributário da Receita Estadual/2018) A contrapartida da saída


financeira de uma operação de aquisição de ações da própria empresa (ações em tesouraria)
deve ser reconhecida em uma conta de natureza
a) credora, no passivo circulante.
b) credora, no ativo não circulante.
c) devedora, no ativo não circulante.
d) devedora, no patrimônio líquido.
e) credora, no patrimônio líquido.

20. (FGV/COMPESA/Técnico em Contabilidade/2018) Em relação ao patrimônio líquido de uma


entidade, o valor que deve compor o saldo da conta de Capital Social é o capital
a) subscrito.
b) líquido.
c) realizado.
d) acumulado.
e) autorizado.

21. (FGV/SEFIN RO/Técnico Tributário/2018) No ano de 2016, a Cia. ABC abriu seu capital por
meio da emissão de títulos patrimoniais. Os custos de transação, diretamente atribuíveis à
emissão, foram de R$ 10.000.
Assinale a opção que indica onde foram reconhecidos os custos de transação nas Demonstrações
Contábeis, de 31/12/2016, da Cia. ABC.
a) Na Demonstração do Resultado do Exercício como Outras Despesas Operacionais.
b) Na Demonstração do Resultado do Exercício como Despesa Financeira.
c) No Balanço Patrimonial como Despesa Antecipada.
d) No Balanço Patrimonial como Reserva de Capital.
e) no Balanço Patrimonial, como redutor do Patrimônio Líquido, na conta Custo com a emissão de
Ações.

22. (FGV/ALERO/Analista Legislativo - Contabilidade/2018) Uma entidade abriu o seu capital em


2017, por meio da emissão de títulos patrimoniais. A abertura foi autorizada pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).
No processo, a entidade incorreu em custos de transação diretamente atribuíveis à emissão, no
valor de R$100.000. A emissão foi bem sucedida.

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De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 08 (R1) - Custos de Transação e Prêmios na


Emissão de Títulos e Valores Mobiliários, assinale a opção que indica a correta classificação dos
custos de transação nas demonstrações contábeis da entidade.
a) Outras Despesas Operacionais na Demonstração do Resultado do Exercício.
b) Despesa Financeira na Demonstração do Resultado do Exercício.
c) Custos de Transação na Demonstração dos Resultados do Exercício.
d) Reserva de Lucros no Balanço Patrimonial.
e) Redutor do patrimônio líquido no Balanço Patrimonial.

23. (FGV/Contador/Prefeitura de Salvador/2017) A Cia. ABC emitiu, em 2016, títulos patrimoniais


no valor de R$ 200.000,00, tendo procura satisfatória. No processo de captação de recursos,
a empresa incorreu em custos de transação vinculados à emissão no valor de R$ 10.000,00.
Os custos de transação devem ser contabilizados como
a) despesa financeira.
b) despesa operacional.
c) ativo intangível.
d) redutores do patrimônio líquido
e) outros resultados abrangentes
24. (FCC/Artesp/Técnico em Regulação/2017) Em relação ao plano de conta das empresas, a
conta Ações em Tesouraria tem natureza
a) credora e é classificada no Patrimônio Líquido.
b) devedora e é classificada no Ativo Não Circulante.
c) devedora e é classificada no Patrimônio Líquido.
d) devedora e é classificada no Resultado do período.
e) credora e é classificada no Passivo Circulante ou Não circulante, dependendo do seu prazo de
pagamento.

25. (Instituto AOCP/CM Maringá/2017) Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta
a(s) correta(s). As reservas de capital são constituídas com valores recebidos pela empresa e
que não transitam pelo resultado, por não se referirem à entrega de bens ou serviços pela
empresa. No que diz respeito às reservas de capital, elas poderão ser utilizadas para:
I. absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros.
II. resgate, reembolso ou compra de ações.
III. incorporação ao capital social.

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a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

26. (CEBRASPE/TRT 7ª Região/Analista Judiciário - Contabilidade/2017) Uma companhia


comprou suas próprias ações para manter em tesouraria e, em momento posterior, as vendeu
por valor 50% superior ao valor da compra.
Nessa situação hipotética, os custos de corretagem de compra das ações e a diferença positiva
entre o custo de aquisição das ações e o valor de venda devem ser reconhecidos, respectivamente,
como
a) outras despesas do exercício e reserva de capital.
b) outras despesas do exercício e outras receitas do exercício.
c) acréscimo do custo das ações e reserva de capital.
d) acréscimo do custo das ações e outras receitas do exercício.

27. (AOCP/EBSERH/Contabilidade/(UFPA)/2016) Um lançamento a crédito na conta de capital a


integralizar é efetuado para refletir:
a) um aumento de capital social.
b) uma redução no capital social.
c) uma integralização do capital.
d) um aumento no lucro do período.
e) uma redução no lucro do período.

28. (FGV/Pref. Paulínia/Contador/2016) Uma empresa, em 03/01/2016, emitiu bônus de


subscrição. O valor recebido correspondia a R$ 10,00 por ação.
Assinale a opção que indica o correto reconhecimento do valor recebido no balanço patrimonial
da empresa.
a) Reserva de Lucros.
b) Lucros Acumulados.
c) Ações em Tesouraria.
d) Reserva de Capital.
e) Capital Social.

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29. (AOCP/EBSERH/Contabilidade/(HC-UFG)/2015) Qual das alternativas a seguir NÃO faz parte


do patrimônio líquido do balanço patrimonial?
a) Capital social.
b) Reservas de capital.
c) Empréstimos a coligadas.
d) Prejuízos acumulados.
e) Reservas de lucros.

30. (FGV/DPE RO/Analista Contábil/2015) A empresa de mergulho Corujá S.A. fez um aumento
de capital para ampliar a sua área de atuação. Foram emitidas 100.000 novas ações ao preço
de $ 15,00 cada. O preço nominal de cada ação corresponde a $ 10,00 e foram incorridos
gastos no valor de $ 200.000,00 para a emissão das novas ações.
Supondo que todas as ações tenham sido vendidas, a contabilização mais adequada para a
operação é:
a) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00
D – Despesa com emissão de ações (DRE) - $ 200.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.500.000,00
b) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.300.000,00
c) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00
D – Despesa com emissão de ações (DRE) - $ 200.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.000.000,00
C – Reserva de Capital (PL) - $ 500.000,00
d) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.000.000,00
C – Reserva de Capital (PL) - $ 300.000,00
e) D – Caixa (Ativo) - $ 1.300.000,00
D – Despesas Financeiras (DRE) - $ 200.000,00
C – Capital Social (PL) - $ 1.500.000,00

31. (FGV/Caruaru/Contador/2015) De acordo com a Lei nº 11.638/07, que alterou a Lei nº


6.404/76, assinale a opção que indica a correta composição do patrimônio líquido.
a) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros e prejuízos acumulados.

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b) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e prejuízos


acumulados.
c) Capital social, reservas de capital, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
acumulados.
d) Capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em
tesouraria e prejuízos acumulados.
e) Capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, ajustes de avaliação patrimonial,
reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

32. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2009) A empresa Capital Ltda. aumentou seu capital
em R$ 200.000,00. A sociedade é formada por 4 sócios, cada um com 25%. Dois sócios fizeram
a transferência dos recursos no ato da reunião da diretoria e os demais acordaram em transferir
os recursos em dois meses. A conta em que ficará registrado o direito da empresa em receber
esses recursos é Capital Social a
(A) Autorizar.
(B) Capitalizar.
(C) Receber.
(D) Integralizar.
(E) Subscrever.

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8. GABARITO

1 B 17 D
2 C 18 B
3 C 19 D
4 A 20 C
5 B 21 E
6 D 22 E
7 ERRADO 23 D
8 CERTO 24 C
9 CERTO 25 E
10 D 26 C
11 A 27 C
12 C 28 D
13 A 29 C
14 B 30 D
15 A 31 D
16 A 32 D

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9. RESUMO
1) Estrutura do PL:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ANTES LEI 11.638/07 APÓS LEI 11.638/07 E LEI 11.941/09

Capital Social Capital Social

(-) Capital a Realizar (-) Capital a Realizar

Reserva de Lucro Reserva de Lucro

Reserva de Capital Reserva de Capital

Reserva de Reavaliação Ajuste de Avaliação Patrimonial

(+) Lucro ou (-) Prejuízo Acumulado (-) Prejuízo Acumulado

(-) Ações em Tesouraria (-) Ações em Tesouraria

2) O capital social é a conta do PL composta pelas ações subscritas na constituição da


sociedade ou com o aumento de capital. É dividido em capital social e capital social a realizar.

3) Os gastos com emissão de ações, a partir de 2008, não mais podem ser tratados como
despesas do período. Passam a figurar como redução do valor obtido do capital social.

4) As reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios ou de terceiros) que
não se configuram como receita, isto é, não transitam pelo resultado do exercício, sendo
contabilizadas diretamente à conta de Patrimônio Líquido.

5) São reservas de capital:

Ágio na emissão de
ações

Produto da
Reserva de capital alienação de partes
beneficiárias

Produto da
alienação de bônus
de subscrição

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6) Com as modificações recentes ocorridas na contabilidade (Leis 11.638 e 11.941) as


doações e subvenções para investimento e os prêmios na emissão de debêntures não serão
mais classificados como reservas de capital, devendo ser registrados como receitas do
exercício, de acordo com o Princípio da Competência.

7) Utilização das reservas de capital:

Não suportados
Absorção de por reservas de
prejuízos lucros e lucros
acumulados

Resgate,
reembolso, compra
de ações

Utilização das Resgate de partes


reservas de capital beneficiárias

Incorporação ao
capital social

Pagamento de
dividendos a ações
preferenciais, se for
assegurado

8) Reserva de capital para alienação de partes beneficiárias:

Exclusiva para
companhias fechadas

Estranhas ao capital
social

Reserva de capital - Partes beneficiárias


Lucro eventual contra
a companhia (menor
que 10%)

Gera lançamento
somente a alienação
onerosa

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9) Ajuste de avaliação patrimonial. Antes das alterações da Lei das S.A, havia no patrimônio
líquido a conta reserva de reavaliação. Esta conta foi suprimida, surgindo então o ajuste de
avaliação patrimonial. Contudo, não se trata de mera alteração de nome. A reavaliação que
se aplicava aos bens tangíveis do ativo permanente e que poderia ser ou não realizada, a bel-
prazer dos acionistas, deixou de existir. Ademais, o ajuste de avaliação patrimonial serve
tanto para aumentar como para reduzir valores de ativos e de passivos, enquanto que a
reavaliação servia apenas para o aumento de bens do permanente.

10) As ações em tesouraria são ações da empresa adquiridas pela própria empresa e
mantidas na tesouraria. A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são também
transações de capital da entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar o
resultado da entidade. A conta “ações em tesouraria” é redutora do Patrimônio Líquido (PL).

- Se tiver ganho na venda das ações em tesouraria: fica no PL, numa reserva de capital,
semelhante à reserva de prêmio na emissão de ações.

- Se tiver perda, também fica no PL, e vai diminuir a reserva que serviu de lastro para a
aquisição das ações em tesouraria.

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