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Os Lusíadas

Os Lusíadas

O que é uma epopeia?

obra Os éLusíadas
A epopeia um textoénarrativo
uma epopeia da autoria
em verso de
que celebra
Luís de
uma Camões,
ação publicada
grandiosa em protagonizada
e heroica, 1572, em Lisboa.
por um
herói excecional, individual ou coletivo, real ou mítico.
No caso d’ Os Lusíadas, este herói real (com
existência histórica) apresenta um caráter coletivo,
uma vez que o protagonista da ação principal é o
povo português – «o peito ilustre lusitano» –, que,
entre outros feitos, concretiza a descoberta do
caminho marítimo para a Índia.
Os Lusíadas

A palavra «Lusíadas»

A palavra «Lusíadas» foi cunhada por André de


Resende, em meados do século XVI. Deriva de Luso,
uma figura mitológica associada a Baco e um
suposto fundador das terras da Lusitânia, a quem
Marte, durante o episódio do Consílio dos Deuses,
faz uma referência:

«Bem fora que aqui Baco os sustentasse,


Pois que de Luso vem, seu tão privado;».
Canto I, estância 39
Os Lusíadas

Estrutura externa

Os versos
A obra organizam-se
estrutura-se em 10em oitavas
cantos (estrofes
(divisões dede
umoito versos)
poema de versos
longo), decassilábicos
cada um apresentando heroicos
um número
(versos
variávelcom dez sílabas
de estâncias métricas,
(estrofes). No acentuados
total, a obra nas 6.ª e1102
integra 10.ªestâncias
sílabas oue 8nas 4.ª,
816 8.ª e 10.ª
versos. sílabas),
O canto Xé
sujeitas ao esquema
o mais longo, rimático fixo
sendo composto porAB
156ABestâncias.
AB (rima cruzada) CC (rima emparelhada).

E/ vós/, Tá/gi/des/mi/nhas/, pois/ cri/a (do) A


Tendes em mim um novo engenho ardente, B
Rima cruzada
Se sempre em verso humilde celebrado A
Foi de mim vosso rio alegremente, B
Dai-me agora um som alto e sublimado, A
Um estilo grandíloquo e corrente, B
Porque de vossas águas, Febo ordene C
Que não tenham inveja às de Hipocrene. C Rima emparelhada
Canto I, estância 39
Os Lusíadas

Estrutura interna
A epopeia Os Lusíadas estrutura-se em quatro partes, de acordo com as regras da epopeia clássica.

Proposição
Invocação
Narração
Dedicatória (estâncias
(estâncias
(estâncias 1-3)––o–o–poeta
4-5)
19-1102)
6-18) poeta
(uma
o poetaapresenta
invoca
parte
narra os assuntos
asaTágides,
facultativa
viagemde da
acordoque
ninfas do se
descoberta
com propõe
Tejo,
asdo cantar:
pedindo-lhes
regras
caminho os
da epopeia
marítimo
navegadores
inspiração
clássica,
para a Índia eeaguerreiros
para
embora escrever
história
Luís dedeque
oCamões
seu ergueram
poema
Portugal, o integrado
império
épico.
a tenha
iniciando português;
a narração os reisres
n’ OsinLusíadas)
medias oque expandiram
poeta
(“no meio dosaesse
dedica obra
império
ao rei D.eSebastião,
a fé cristã
acontecimentos”), e
o ainda
quando a todos
monarcaarmadaqueaqueles
reinava que,
comandada através
na altura dados
por Vasco seus
suada feitos,
publicação
Gama se imortalizaram.
já navega
(1572). no oceano
Índico.
Os Lusíadas

Narração – resumo dos cantos

Canto I
A armada navega já no Oceano Índico, quando os deuses do Olimpo
se reúnem em consílio para decidirem se os portugueses deverão ser
ajudados a encontrar Descanso no decurso da viagem. Baco opõe-se,
mas o apoio de Vénus e de Marte faz com que a decisão seja
favorável a Vasco da Gama. Quando os portugueses chegam a
Moçambique, Baco prepara-lhes várias ciladas, que terminam com a
oferta de um piloto orientado para os conduzir ao perigoso porto de
Quíloa. No entanto, a ajuda de Vénus leva a armada a Mombaça. No
final do Canto, o poeta reflete sobre a fragilidade humana.
Os Lusíadas

Narração – resumo dos cantos

Canto II
Em Mombaça, Baco prepara mais ciladas. O rei de Mombaça convida
os portugueses a entrarem no porto com o intuito de os destruir.
Contudo, Vénus, ajudada pelas Nereidas, afasta a armada do perigo e
pede a Júpiter que proteja os portugueses. Assim, Mercúrio é enviado
a terra e, em sonhos, indica a Vasco da Gama o caminho até Melinde,
onde os portugueses são calorosamente recebidos. O rei de Melinde
visita a armada e pede a Vasco da Gama que lhe conte a história de
Portugal e da viagem.
Os Lusíadas

Narração – resumo dos cantos

Canto III
Vasco da Gama inicia a sua narrativa, localizando geograficamente
Portugal e a Europa. Narra a história de Portugal, partindo de Luso e
Viriato, seguindo-se a formação da nacionalidade e os acontecimentos
da 1.ª dinastia, nos quais se destaca o episódio de Inês de Castro, no
reinado de D. Afonso IV.
Os Lusíadas

Narração – resumo dos cantos

Canto IV
Vasco da Gama continua a narrar a história de Portugal ao rei de
Melinde, percorrendo a 2.ª dinastia, desde a crise política de 1383-85,
e passando pela Batalha de Aljubarrota até à partida das naus de
Belém, no reinado de D. Manuel. Neste ultimo episódio, os
navegadores são surpreendidos pelas palavras de um velho, que
estava na praia do Restelo entre a multidão, que se opõe à sua
partida: o Velho do Restelo.
Os Lusíadas

Narração – resumo dos cantos

Canto V
Vasco da Gama prossegue a sua narrativa, relatando a viagem da
armada de Lisboa até Melinde. Narra a aventura marítima em que os
marinheiros observaram fenómenos naturais como o Fogo de
Santelmo ou a Tromba Marítima e enfrentaram outros obstáculos
como o Gigante Adamastor, a doença e a morte provocadas pelo
escorbuto. No final, o poeta tece considerações sobre os seus
contemporâneos que desprezam as artes e as letras.
Os Lusíadas

Narração – resumo dos cantos

Canto VI
A armada parte de Melinde, conduzida por um piloto que guiará os
navegadores até Calecute. Percebendo que os portugueses estão
prestes a chegar à Índia, Baco resolve pedir ajuda a Neptuno. Este
convoca um consílio dos deuses marinhos, cuja decisão é apoiar
Baco. Então, Éolo desencadeia uma violenta tempestade. Vasco da
Gama dirige uma prece a Deus, mas, mais uma vez, é Vénus que
auxilia os portugueses. Passada a tempestade, a armada avista
Calecute. Este canto termina com considerações do poeta sobre o
verdadeiro valor da fama e da glória.
Os Lusíadas

Narração – resumo dos cantos

Canto VII
A armada chega a Calecute, onde Vasco da Gama inicia os primeiros
contactos entre portugueses e indianos. Deste modo, o Capitão e os
outros nobres portugueses desembarcam e são recebidos pelo
Samorim. Mais tarde, o Catual visita a Armada, pedindo a Paulo da
Gama que lhe explique o significado das figuras das bandeiras
portuguesas. O poeta invoca as ninfas do Tejo e do Mondego,
refletindo sobre quem são verdadeiros merecedores do seu canto.
Os Lusíadas

Narração – resumo dos cantos

Canto VIII
Paulo da Gama apresenta ao Catual as figuras históricas
representadas nas bandeiras das naus e conta-lhe os episódios da
história de Portugal nelas representados. Devido a uma nova
intervenção de Baco, os portugueses são acusados de pilhagem. Após
ser interrogado pelo Samorim, Vasco da Gama regressa às naus, mas
é retido no caminho pelo Catual subornado, que apenas deixa partir os
portugueses depois de estes lhe entregarem as fazendas que traziam.
O poeta tece considerações sobre o vil poder do ouro.
Os Lusíadas

Narração – resumo dos cantos

Canto IX
Em Calecute, Vasco da Gama apercebe-se de um ambiente hostil e
inicia a viagem de regresso. Com Cupido, Vénus prepara uma
recompensa pelo esforço dos portugueses, colocando a Ilha dos
Amores no seu caminho. A armada avista a ilha e, quando os
marinheiros desembarcam, veem as ninfas que se deixam perseguir e
seduzir, dando-se, então, a união simbólica entre ambos. Tétis explica
a Vasco da Gama a razão daquele encontro, referindo as futuras
glórias dos portugueses. Além disso, o poeta revela o significado da
Ilha dos Amores e termina com uma exortação aos que pretendem
alcançar a fama.
Os Lusíadas

Narração – resumo dos cantos

Canto X
Tétis prepara um banquete em honra dos marinheiros. Posteriormente, conduz Vasco da
Gama ao cume de um monte para lhe revelar a Máquina do Mundo, profetizando os lugares
onde chegará o império português. Os navegadores despedem-se da ilha e regressam a
Portugal. No final do canto, o poeta lamenta-se pela decadência da pátria e pelo
esquecimento a que foi votado por aqueles a quem canta, exortando o rei D. Sebastião a
continuar a glória da pátria.
Os Lusíadas

Planos d’ Os Lusíadas

Plano do
da História
Poeta de Portugal
Viagem
Mitológico
Narrativa
Reflexões,
Relato da encaixada
críticas
viagem
Plano paralelo e no
da
ao planoexortações
plano
armada central,
do poeta,
comandada
central. na qualmaioritariamente
por é relatada
Vasco a história
da Gama,presentes
pátria.
de Lisboano afinal dos cantos.
Calecute.
Constitui
Relato daso plano central do
intervenções dospoema.
deuses ao longo da ação e do seu impacto no destino dos
Exemplo: O poeta
episódio
portugueses. lamenta
de Inês
o seu
de Castro
destino(canto
e apresenta
III) uma visão pessimista dos portugueses, seus
contemporâneos. (canto
Exemplo: O episódio dasX)
despedidas em Belém (canto IV)
Exemplo: O episódio do Consílio dos Deuses do Olimpo (canto I)
Consolida

1. Indica a afirmação correta.


1.1
a. A palavra «Lusíadas» não tem qualquer relação com a mitologia romana.

b. À semelhança das epopeias clássicas, o protagonista d’ Os Lusíadas é um herói mítico.

c. A obra
obraestrutura-se
estrutura-seem
emdez
dezcantos,
cantos,
cada
cada
umum
integrando
integrando
um número
um número
variável
variável
de estâncias.
de estâncias.

SOLUÇÃO
Consolida

1. Indica a afirmação correta.


1.2
a. De
Demodo
modoaaobter
obterinspiração
inspiração
para
para
a escrita,
a escrita,
o poeta
o poeta
invoca
invoca
as Tágides.
as Tágides.

b. A Narração inicia-se quando a armada parte de Belém.

c. O esquema rimático varia de canto para canto.

SOLUÇÃO
Consolida

2. Associa corretamente os elementos das duas colunas.

● Assunto Plano

● 1. Narração do percurso de Lisboa a Calecute. A narração inicia-se in medias res, tal como
● A. Plano da
sucedia nas epopeias clássicas. Constitui o plano central do poema. História de
Portugal
● 2. Habitualmente no final dos cantos, Camões reflete, por exemplo, sobre a condição humana,
a situação de Portugal, as injustiças que enfrenta. B. Plano Mitológico

3. Vasco da Gama narra a história da pátria ao rei de Melinde. Mais tarde, já em Calecute, Paulo ● C. Plano do
da Gama também a contará ao Samorim. Este plano está encaixado no plano central. Poeta

4. Através das suas intrigas, os deuses determinam a viagem dos portugueses, seja como
D. Plano da Viagem
adjuvantes ou como oponentes. Este plano alterna com o plano central.

SOLUÇÃO 1. D; 2. C; 3. A; 4. B.

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