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DIREÇÃO-GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES

DIREÇÃO DE SERVIÇOS REGIÃO ALGARVE


AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO - CÓD. 145348
ESCOLA SECUNDÁRIA C/3.º CICLO DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO (SEDE CÓD. 403726) – EB 2,3 Infante D. Fernando – EB1/JI Manuel Cabanas

Filosofia – 10º Ano


ANO LETIVO 2023/2024
03/11/2023

Para negar proposições categóricas podemos recorrer à lógica aristotélica e ao quadrado da


oposição.

Quantidade: proposições universais e particulares


Um elemento fundamental das proposições categóricas aristotélicas é o quantificador, que nos mostra
se a relação entre sujeito e predicado respeita à totalidade ou apenas a parte dos elementos da classe
do termo sujeito.

O quantificador que introduz a proposição – «todos» ou «alguns» – determina a sua quantidade.

Quanto à quantidade, as proposições aristotélicas podem ser universais ou particulares.

Consideremos os exemplos:
→ Todos os patos são aves.
→ Todas as portas não são janelas ou Nenhuma porta é janela.
→ Alguns caracóis são comestíveis.
→ Algumas manhãs não são frias.

As duas primeiras proposições começam com a palavra «todos» ou «nenhum» (ou «todas» ou
«nenhuma»). Aristóteles designou-as, por isso, proposições universais.

Em contraste, os dois últimos exemplos são introduzidos pelo quantificador «alguns» (ou «algumas»).
Aristóteles chamou a este tipo de frases proposições particulares.

Qualidade: proposições afirmativas e negativas


A quantidade não é o único fator relevante para a classificação das proposições categóricas. Estas
proposições são também classificadas quanto à sua qualidade. É a partir da cópula ou partícula de
ligação entre sujeito e predicado – «é» ou «não é» – que se identifica a qualidade de uma proposição
categórica. No que respeita à qualidade, as proposições podem ser afirmativas ou negativas.

Consideremos os exemplos:
→ Todos os gregos são europeus.
→ Alguns gregos são atenienses.

Trata-se, claramente, de duas proposições afirmativas, uma vez que em ambos os casos se atribui
um determinado predicado ao sujeito, ou seja, se afirma algo sobre o sujeito. No primeiro caso temos
uma proposição universal afirmativa (Todo o S é P) e no segundo uma proposição particular
afirmativa (Algum S é P).

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Atentemos agora nos exemplos:
→ Todos os chineses não são japoneses ou Nenhum chinês é japonês.
→ Alguns chineses não são agricultores.

Conseguimos, intuitivamente, perceber a diferença entre afirmar que algo se verifica e negar que algo
se verifica. Os exemplos agora propostos dão conta de proposições negativas, dado que em qualquer
dos casos se recusa um determinado predicado ao sujeito. À primeira proposição, Aristóteles chamou
universal negativa (Nenhum S é P) e à segunda particular negativa (Algum S não é P).

Dois quantificadores e duas cópulas dão assim origem a quatro formas categóricas possíveis.

As quatro primeiras vogais do alfabeto latino – A, E, I, O –, utilizadas para designar habitualmente


as proposições aristotélicas, têm origem nas palavras latinas AfIrmo e nEgO.

Nem sempre uma proposição categórica surge na forma canónica da lógica aristotélica: Todo o S
é P; Nenhum S é P; Algum S é P; Algum S não é P. Consideremos alguns exemplos de outras expressões
possíveis.

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O quadrado da oposição resume as relações lógicas que ocorrem entre as quatro formas de
proposições categóricas quantificadas.

Proposições contraditórias: Duas proposições contraditórias não podem ser ambas verdadeiras nem
ambas falsas simultaneamente.

Proposições contrárias: Duas proposições contrárias não podem ser simultaneamente verdadeiras,
mas podem ser ambas falsas.

Proposições subcontrárias: Duas proposições subcontrárias não podem ser simultaneamente falsas,
mas podem ser ambas verdadeiras.

Proposições subalternas: Duas proposições subalternas serão ambas verdadeiras se a proposição


universal for verdadeira e ambas falsas se a proposição particular for falsa. Contudo, nada podemos
concluir da proposição universal falsa ou da particular verdadeira.

Com o auxílio deste quadrado podemos então concluir que, relativamente às proposições
categóricas:

Exemplo Negação
Todos os portugueses são Alguns portugueses não são continentais.
A – Universal afirmativa
continentais.
Nenhum português é Alguns portugueses são continentais.
E – Universal negativa
continental.
Alguns portugueses são Nenhum português é continental.
I – Particular afirmativa
continentais.
Alguns portugueses não são Todos os portugueses são continentais.
O – Particular negativa
continentais.

Bom Trabalho!
A professora, Susana Girão

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