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Sumário:
Levantamento de questões sobre o conteúdo a aprender
Levantamento de questões sobre o processo de aprendizagem (metacognição)
1. O quadrado da oposição
2. Importância do quadrado da oposição
3. Relações lógicas que o quadrado expressa
Consolidação da aprendizagem
Atividade lúdica
Sugestões de resposta
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Adília Maia Gaspar | António Manzarra – Filosofia 10.º ano
© Raiz Editora, 2018. Todos os direitos reservados.
Levantamento de questões sobre o conteúdo a aprender
1. O que é o «quadrado da oposiçã o»?
2. Quais sã o as principais relaçõ es ló gicas que enuncia?
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Adília Maia Gaspar | António Manzarra – Filosofia 10.º ano
© Raiz Editora, 2018. Todos os direitos reservados.
1. O quadrado da oposição
A proposiçã o universal afirmativa é designada pela letra A, a universal negativa pela letra E, a
particular afirmativa pela letra I e a particular negativa pela letra O. Uma mnemó nica simples
ajuda a fixar estas noçõ es: AfIrmo – letras A e I e nEgO – letras E e O. O quadrado da oposiçã o
representa estes quatro tipos possíveis de proposiçõ es categó ricas.
A E
UNIVERSAL CONTRÁRIAS UNIVERSAL
AFIRMATIVA NEGATIVA
Todo o S é P Nenhum
Sé P
SUBALTERNAS
SUBALTERNAS
CO
NT IAS
RA ITÓR
D
TRA ITÓR
N IAS
CO
I O
UNIVERSAL SUBCONTRÁRIAS UNIVERSAL
AFIRMATIVA AFIRMATIVA
Algum S é P Algum S
não é P
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2. Importância do quadrado da oposição
Numa palavra, quando argumentamos, a nossa argumentaçã o será tanto mais eficaz e séria
quanto melhor observarmos as leis ló gicas, e também será fá cil rejeitarmos as teses dos
nossos adversá rios se as conhecermos e se verificarmos que nã o as estã o a observar (mas
para isso temos de conhecer as regras e princípios ló gicos).
Concretizemos agora com exemplos o quadrado da oposiçã o e as suas regras ló gicas; vamos
partir de uma proposiçã o de tipo A (universal afirmativa):
A – Toda a fruta do cesto está madura e E – Nenhuma fruta do cesto está madura
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Repare: para responder a estas perguntas nã o precisa de proceder a qualquer verificaçã o
empírica sobre o estado da fruta; precisa apenas de raciocinar e o seu raciocínio deverá ser
norteado por uma regra que nã o se costuma explicitar, mas que está sempre presente no
decurso do raciocínio (se este for correto) e que se designa por princípio da não
contradição: uma coisa nã o pode ter e nã o ter, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspeto, um
determinado atributo, no caso em concreto, a fruta (toda) nã o pode estar madura e nã o estar
madura.
Vai observar que as suas respostas, no caso de nã o ficar na indeterminaçã o, vã o ser também
regidas pelo princípio de nã o contradiçã o. Repare ainda que, se pensou corretamente, ficou na
indeterminaçã o em D, porque as proposiçõ es subcontrá rias podem ser ambas verdadeiras,
mas também pode acontecer que uma delas seja falsa.
A – Toda a fruta do cesto está madura O – Alguma fruta do cesto nã o está madura
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B. Será que podem ser as duas falsas?
C. Pode determinar-se o valor de verdade de uma delas se se souber que a outra é falsa?
D. Pode determinar-se o valor de verdade de uma delas se se souber que a outra é
verdadeira?
A – Toda a fruta do cesto está madura I – Alguma fruta do cesto está madura
E – Nenhuma fruta do cesto está madura O – Alguma fruta do cesto nã o está madura
Mais uma vez, vai observar que as suas respostas, no caso de nã o ficar na indeterminaçã o, vã o
ser regidas pelo princípio de nã o contradiçã o, mas também por um outro princípio de
implicaçã o ló gica: se é verdade para o todo tem de ser verdade para as partes desse todo; se
toda a fruta está madura, entã o toda a fruta está madura, logo qualquer parte dela tem de
estar madura. Esta implicaçã o é uma implicaçã o de identidade (princípio de identidade).
Aplicando o mesmo princípio, da falsidade da particular pode de imediato inferir a falsidade
da universal porque se nã o convém à s partes (mesmo que seja só uma parte), logicamente nã o
pode convir ao todo; mas da falsidade da universal nã o pode conhecer o valor de verdade da
particular.
Concluindo: O recurso à s relaçõ es ló gicas que o quadrado da oposiçã o expressa permite que,
partindo de uma dada proposiçã o, se atinjam conhecimentos novos, sem necessidade de
verificaçã o empírica.
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Consolidação da aprendizagem
I
Organize um quadro que apresente em forma sintética as relaçõ es ló gicas do quadrado da
oposiçã o e os valores de verdade que se podem estabelecer.
II
1. Para as proposiçõ es a seguir apresentadas, indique a contraditó ria e a contrá ria ou a
subcontrá ria.
2. Assuma que as proposiçõ es ímpares sã o verdadeiras e que as proposiçõ es pares sã o falsas e
estabeleça o valor de verdade da contraditó ria e da contrá ria ou da subcontrá ria.
1. Todos os carros desportivos sã o de conduçã o agradá vel.
2. Alguns cã es sã o podengos.
3. Os animais domésticos fazem companhia.
4. Nenhuma das minhas amigas sabe tocar piano.
III
1. Para as proposiçõ es a seguir apresentadas, indique a que se encontra em relaçã o de
subalternidade.
2. Assuma que as proposiçõ es ímpares sã o verdadeiras e que as proposiçõ es pares sã o falsas e
estabeleça o valor de verdade da que se encontra em relaçã o de subalternidade.
1. Os peixes nã o respiram por pulmõ es.
2. Alguns dos meus amigos sã o estudantes universitá rios.
3. Todos os meus amigos sã o pessoas confiá veis.
4. Os animais nã o vivem na selva.
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Sugestões de resposta
Conteúdo a aprender
1. O quadrado da oposiçã o é um diagrama que enuncia as relaçõ es ló gicas que é possível estabelecer entre
proposiçõ es que, mantendo o mesmo sujeito e o mesmo predicado, se distinguem pela qualidade, pela
quantidade e pela qualidade e quantidade.
2. Preciso de ter presentes as noçõ es de proposiçã o, de sujeito e de predicado da proposiçã o, classificaçã o das
proposiçõ es quanto à qualidade e à quantidade.
3. Para aprender esta matéria, será muito importante que eu pró prio(a) me veja na necessidade de
pensar/raciocinar perante as situaçõ es que sã o apresentadas. Partindo de exemplos concretos consegue-se
responder à s questõ es e perceber as regras que regem as diferentes relaçõ es entre as proposiçõ es. É tudo tã o
ló gico, mas tã o ló gico, que chega mesmo a ser belo. Assim, poderíamos repetir com Fernando Pessoa:
Alimentamos, todavia, a esperança de com esta apresentaçã o conseguirmos que haja mais pessoas «a darem»
pela beleza da ló gica.
Consolidação da aprendizagem
II
1.
Contraditória: Alguns carros desportivos nã o sã o de conduçã o agradá vel. Contrária: Nenhum carro desportivo
é de conduçã o agradá vel.
Sendo a proposiçã o inicial verdadeira, a sua contrá ria será necessariamente falsa, o mesmo acontecendo com a
sua contraditó ria (princípio de nã o contradiçã o).
2.
Contraditória: Nenhum cã o é podengo. Subcontrária: Alguns cã es nã o sã o podengos.
Sendo a proposiçã o inicial falsa, a sua contraditó ria é necessariamente verdadeira; a sua subcontrá ria tem
também de ser verdadeira porque as subcontrá rias nã o podem ser as duas falsas, embora possam ser as duas
verdadeiras.
3.
Contraditória: Alguns animais domésticos nã o fazem companhia. Contrária: Nenhum animal doméstico faz
companhia.
Sendo a proposiçã o inicial verdadeira a contraditó ria tem de ser falsa; também a sua contrá ria tem de ser falsa
porque nã o podem ser as duas verdadeiras.
4.
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Contraditória: Algumas das minhas amigas sabem tocar piano. Contrária: Todas as minhas amigas sabem tocar
piano.
III
1. Alguns peixes nã o respiram por pulmõ es. Tem de ser verdadeira porque o que convém ao todo tem de convir
à s partes desse todo.
2. Sendo a particular falsa, a universal também tem de ser falsa, o que nã o convém à parte nã o pode convir ao
todo.
3. Alguns dos meus amigos sã o pessoas confiá veis. Tem de ser verdadeira porque se parte do princípio que a
universal é verdadeira.
4. Alguns animais nã o vivem na selva. Tem de ser verdadeira porque se parte do princípio de que a universal é
verdadeira.
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