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GUIA 58
Sistemas de credenciamento de
laboratórios de calibração e ensaios -
requisitos gerais para operação e
reconhecimento
CDU: 061:64:006.06
07 páginas
1 Objetivo e campo de aplicação NBR ISO 10011-1:1993, Diretrizes para auditoria de sis-
temas da qualidade - Parte 1: Auditoria.
Este documento estabelece os requisitos gerais para a
operação de um sistema de credenciamento de labora- NBR ISO 10011-2:1993, Diretrizes para auditoria de sis-
tórios de calibração e/ou ensaios, de tal modo que os temas da qualidade - Parte 2 - Critérios para qualificação
credenciamentos concedidos, e os serviços abrangidos de auditores de sistemas da qualidade.
por estes credenciamentos, possam ser reconhecidos
em nível nacional ou internacional, e o organismo que 3 Definições
opera o sistema de credenciamento possa ser reconheci-
do, em nível nacional ou internacional, como competente As definições pertinentes do ABNT ISO/IEC GUIA 2 são
e confiável. aplicáveis. Além destas, as seguintes definições também
se aplicam:
Os usuários dos serviços de um organismo de credencia-
mento, além dos laboratórios credenciados por este or- 3.1 laboratório: organismo que calibra e/ou ensaia
ganismo, podem requerer a concordância com requisitos (ABNT ISO/IEC GUIA 25, item 3.1).
adicionais àqueles especificados neste Guia.
3.2 credenciamento: procedimento através do qual um
O objetivo deste documento é prover uma orientação pa- organismo com autoridade, dá o reconhecimento formal
ra constituir e operar um organismo de credenciamento e de que um organismo, ou uma pessoa, é competente pa-
facilitar os acordos de reconhecimento mútuo dos creden- ra desempenhar tarefas específicas.
ciamentos de laboratórios entre tais organismos.
NOTA - O credenciamento em si não qualifica o laboratório para
NOTA - Reconhece-se que os acordos de reconhecimento mú-
aprovar qualquer produto em particular. Contudo, o credencia-
tuo de credenciamento, que têm por objetivo remover as barrei-
mento pode ser importante para as autoridades de aprovação
ras ao comércio exterior, talvez precisem abranger outros as-
e certificação, ao decidirem se devem ou não aceitar os dados
pectos que não foram explicitados nestes requisitos gerais, tais
produzidos por um determinado laboratório, em relação às suas
como, ensaios de proficiência ou outras comparações interla-
próprias atividades (ABNT ISO/IEC GUIA 2, item 13.7 com nota
boratoriais, intercâmbio de equipes ou de programas de treina-
adicional).
mento. Cada organismo de credenciamento, com o objetivo
principal de criar confiança e harmonizar a interpretação e im-
Para os objetivos deste Guia, o termo “cliente” se refere
plementação de normas, deve encorajar a cooperação técnica
a qualquer organização ou pessoa que utilize os serviços
e a troca de experiências entre os laboratórios por ele creden-
de um laboratório de calibração ou ensaio.
ciados. Além disso, deve estar preparado para trocar informa-
ções sobre procedimentos e práticas de credenciamento com
4 Organismo de credenciamento
outros organismos de credenciamento.
ABNT ISO/IEC GUIA 2:1993, Termos gerais e suas de- 4.1.1 Os procedimentos usados pelo organismo de cre-
finições relativas à normalização e atividades correlatas. denciamento devem ser administrados de maneira não
discriminatória.
ABNT ISO/IEC GUIA 25:1993, Requisitos gerais para a
capacitação de laboratórios de calibração e de ensaios O acesso a um sistema de credenciamento, operado por
um organismo de credenciamento, não deve ser con-
ABNT ISO/IEC GUIA 43:1993, Desenvolvimento e opera- dicionado ao tamanho do laboratório ou à filiação a qual-
ção de ensaios de proficiência de laboratório. quer associação ou grupo, e nem a situações financeiras
que restrinjam a participação.
NBR ISO 8402, Gestão da qualidade e garantia da quali-
dade - Terminologia. 4.1.2 A competência de um laboratório solicitante deve
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Cópia não autorizada
ser avaliada pelo organismo de credenciamento, levando renciem o credenciamento de laboratório de ou-
em consideração todos os requisitos do ABNT ISO/IEC tras atividades nas quais o organismo está en-
GUIA 25. volvido;
4.1.3 Os requisitos do ABNT ISO/IEC GUIA 25 podem ser - políticas e procedimentos para resolver recla-
interpretados, para uma calibração específica, ensaio ou mações e apelações recebidas de laboratórios,
tipo de calibração ou ensaio, pelo organismo de creden- quanto ao tratamento das questões de creden-
ciamento. Estas interpretações devem ser formuladas ciamento, ou de usuários de serviços, a respeito
por comitês ou pessoas do ramo, imparciais, que pos- dos laboratórios credenciados, ou quaisquer
suam a necessária competência técnica, e devem ser outros assuntos;
publicadas pelo organismo de credenciamento.
i) estar livre, especialmente seu executivo sênior e
4.1.4 O organismo de credenciamento deve exigir dos la- sua equipe, de quaisquer pressões comerciais,
boratórios credenciados que mantenham imparcialidade financeiras ou outras que possam influenciar os
e integridade. resultados do processo de credenciamento;
4.1.5 O organismo de credenciamento deve limitar suas j) ter regras e estruturas formais para a designação
exigências, avaliações e decisões de credenciamento, e operação de comitês envolvidos no processo de
aos assuntos relacionados especificamente à abrangên- credenciamento; estes comitês devem ser livres
cia do credenciamento em consideração. de quaisquer pressões comerciais, financeiras ou
outras que possam influenciar suas decisões; ou
4.2 Organização do organismo de credenciamento ainda, ter um tipo de estrutura em que os mem-
bros sejam escolhidos de forma a manter impar-
4.2.1 O organismo de credenciamento deve: cialidade, através de um equilíbrio de interesses,
em que não predomine interesse particular;
a) ser uma entidade pública ou privada, constituída
legalmente;
k) criar um ou mais comitês técnicos, sendo cada
um responsável, dentro do seu âmbito, pela orien-
b) ter direitos e responsabilidades relativas às suas
tação do organismo de credenciamento sobre
atividades de credenciamento;
assuntos técnicos relativos à operação de seu
sistema de credenciamento;
c) ter procedimentos adequados para cobrir as res-
ponsabilidades civis decorrentes das suas ativi-
l) não oferecer consultorias ou outros serviços que
dades e/ou operações;
possam comprometer a objetividade e as deci-
sões do seu processo de credenciamento;
d) ter estabilidade financeira e recursos necessários
para a operação de um sistema de credencia-
mento; m) estabelecer procedimentos consistentes com as
leis aplicáveis, para resguardar, em todos os ní-
e) ter e colocar à disposição, quando solicitado, a veis da organização (incluindo os comitês), a con-
descrição dos meios pelos quais recebe o supor- fidencialidade das informações referentes às so-
te financeiro; licitações, avaliações e credenciamentos de la-
boratórios;
f) empregar um número suficiente de funcionários
com formação, treinamento, conhecimento técni- 4.2.2 O organismo de credenciamento deve estabelecer
co e experiência necessários ao tratamento do procedimentos para controlar a propriedade, o uso e a
tipo, abrangência e volume de trabalho realiza- exibição dos documentos de credenciamento, bem co-
do, sob a chefia de um executivo sênior, respon- mo controlar a maneira como um laboratório credenciado
sável perante a organização, o organismo ou a pode referir-se à sua situação de credenciado.
junta a que se reporta;
4.3 Sistema da qualidade
g) ter um sistema da qualidade, inclusive estrutura
organizacional, que lhe dê credibilidade quanto à 4.3.1 O organismo de credenciamento deve operar um
capacidade de operar satisfatoriamente o siste- sistema da qualidade adequado ao tipo, diversidade e vo-
ma de credenciamento de laboratórios; lume de trabalho executado. Este sistema deve ser do-
cumentado, e a documentação deve estar disponível pa-
h) ter políticas e procedimentos documentados pa- ra uso da equipe do organismo de credenciamento. O
ra a operação do sistema da qualidade que esta- organismo de credenciamento deve designar uma pes-
beleçam: soa que tenha acesso direto ao nível executivo mais alto,
para assumir a responsabilidade pelo sistema da quali-
- políticas e procedimentos decisórios que dife- dade e pela manutenção da documentação da qualidade.
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Cópia não autorizada
4.3.2 O sistema da qualidade deve estar documentado 4.4 Concessão, manutenção, prorrogação, suspensão
em um manual da qualidade e em procedimentos relacio- e retirada de credenciamento
nados à qualidade. O manual deve ainda conter ou referir-
se, no mínimo, aos seguintes pontos: 4.4.1 O organismo de credenciamento deve especificar
as condições para concessão, manutenção e prorroga-
a) declaração da política da qualidade; ção de credenciamento, bem como as condições sob as
quais o credenciamento pode ser suspenso ou retirado,
b) estrutura organizacional do organismo de creden- parcial ou totalmente, para a totalidade ou parte do la-
ciamento; boratório credenciado.
c) atribuições e obrigações funcionais e operacionais
4.4.2 O organismo de credenciamento deve ter proce-
relativas à qualidade, a fim de que cada pessoa
dimentos para conceder, manter, suspender, retirar,
envolvida saiba a extensão e os limites de sua
aumentar ou reduzir o âmbito do credenciamento, ou
responsabilidade;
requerer reavaliação, no caso de mudanças que afetem
d) procedimentos administrativos, inclusive o contro- as atividades e operações do laboratório, tais como: mu-
le dos documentos; danças de pessoal ou equipamento, ou se a análise de
uma reclamação ou qualquer outra informação, indicar
e) políticas e procedimentos para implementar o pro- que o laboratório não está mais atendendo às exigências
cesso de credenciamento; do organismo de credenciamento.
f) procedimentos para retro-alimentação do siste- 4.4.3 O organismo de credenciamento deve ter proce-
ma e ações corretivas sempre que forem detecta- dimentos para transferência de credenciamento quando
das não-conformidades; é alterada a situação legal (por exemplo: a troca de
proprietário) do laboratório credenciado.
g) política e procedimentos para tratar apelações, re-
clamações e disputas; 4.5 Documentação
j) política e procedimentos para recrutamento e trei- a) informações sobre a autoridade sob a qual os
namento de auditores e acompanhamento de seu sistemas de credenciamento, operados pelo or-
desempenho. ganismo de credenciamento, foram estabeleci-
dos, especificando-os se são compulsórios ou vo-
4.3.3 O organismo de credenciamento deve auditar suas luntários;
atividades para verificar sua conformidade com os requi-
sitos do sistema da qualidade. O sistema da qualidade b) documento contendo suas exigências para cre-
deve também ser analisado criticamente para assegurar denciamento, de acordo com este Guia;
sua efetividade contínua. Auditorias e análises críticas
devem ser executadas, sistemática e periodicamente, e c) documento, relacionando os procedimentos para
registradas juntamente com os detalhes de quaisquer a concessão, manutenção, prorrogação, suspen-
ações corretivas implementadas. são e retirada de credenciamento;
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d) experiência profissional;
b) ter conhecimento completo do método de avalia-
ção pertinente e dos documentos de avaliação; e) treinamento em garantia da qualidade, auditoria,
calibração e ensaios;
c) ter conhecimento técnico adequado das calibra-
ções, dos ensaios, dos tipos de calibrações e de f) experiência em auditoria de laboratórios, associa-
ensaios específicos para os quais o credencia- da com o seu campo de competência;
mento é desejado e, quando pertinente, dos res-
pectivos procedimentos de amostragem; g) data da mais recente atualização do registro;
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Cópia não autorizada
6.1.4 As informações mínimas, a seguir relacionadas, de- gada, seja competente, e cumpra as disposições aplicá-
vem ser fornecidas pelo laboratório solicitante, antes da veis deste Guia.
auditoria “in loco”:
6.4 Relatório de auditoria
a) características gerais do laboratório (razão social,
nome, endereço, situação legal, recursos técnicos 6.4.1 O organismo de credenciamento pode adotar pro-
e humanos); cedimentos para apresentar relatórios adequados às suas
necessidades, mas estes procedimentos devem assegu-
b) informações gerais relativas ao laboratório tais co- rar, no mínimo, que:
mo: função principal, relacionamento com alguma
entidade corporativa maior e, se aplicável, a loca- a) ocorra uma reunião antes do término da auditoria
lização física dos laboratórios envolvidos; entre o auditor, ou a equipe auditora, e a gerência
do laboratório, ocasião em que a equipe apre-
c) definição, para as calibrações, do tipo de medição sentará um relatório escrito, ou uma explanação,
levada a efeito, da faixa de medição, da capaci- sobre o cumprimento dos requisitos de creden-
dade de medição, e para os ensaios, dos produtos ciamento pelo laboratório solicitante;
e materiais ensaiados, dos métodos utilizados e
dos ensaios executados; b) o auditor, ou a equipe auditora, forneça, ao orga-
nismo de credenciamento, um relatório detalha-
d) cópia do manual da qualidade do laboratório e, do, contendo todas as informações importantes
quando solicitada, a documentação a ele rela- referentes à capacidade do laboratório solicitante
cionada. em cumprir todos os requisitos do credenciamen-
to, incluindo aqueles que possam resultar do en-
As informações obtidas devem ser usadas para a pre- saio de proficiência;
paração da auditoria “in loco”, e tratadas com a neces-
sária confidencialidade. c) o relatório com os resultados da auditoria seja
prontamente entregue ao laboratório solicitante
6.2 Auditoria
pelo organismo de credenciamento, identificando
qualquer não-conformidade que necessite ser eli-
6.2.1 O organismo de credenciamento deve indicar audi-
minada, afim de estar em conformidade com to-
tor(es) qualificado(s) para avaliar todo o material coletado
dos os requisitos de credenciamento. O labora-
do solicitante, conduzir a auditoria em seu nome, no la-
tório deve ser solicitado a apresentar seus co-
boratório e quaisquer outros locais onde são realizadas
mentários sobre o relatório, e descrever as me-
atividades a serem abrangidas pelo credenciamento.
didas específicas tomadas, ou planejadas para
6.2.2 A fim de assegurar a execução de uma auditoria serem tomadas dentro de um período de tempo
completa e correta, cada auditor deve dispor dos docu- definido, para eliminar quaisquer não-conformida-
mentos de trabalho apropriados. des identificadas durante a auditoria.
6.2.3 A data da auditoria deve ser acordada com o la- 6.4.2 O relatório final, autorizado pelo organismo de cre-
boratório solicitante. O laboratório deve ser informado denciamento e submetido ao laboratório, deve incluir,
do(s) nome(s) do(s) auditor(es) qualificado(s), indicado(s) no mínimo:
para realizar a auditoria, com antecedência suficiente,
para que possa apelar contra a designação de algum a) data(s) da(s) auditoria(s);
auditor em particular.
b) o(s) nome(s) da(s) pessoa(s) responsável(eis) pelo
6.2.4 O(s) auditor(es) deve(m) ser indicado(s) formalmen- relatório;
te. Caso seja necessário, deve ser indicado um auditor-
líder. O escopo do trabalho dos auditores deve ser cla- c) nomes e endereços de todos os locais do labora-
ramente definido e comunicado ao laboratório solicitante. tório auditado;
NOTA - Orientação quanto aos procedimentos de auditoria po- d) áreas auditadas de interesse do credenciamento,
de ser obtida na NBR ISO 10011-1, item 5. ou referência a elas;
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Cópia não autorizada
6.5.2 O organismo de credenciamento não deve delegar 6.8.1 Os laboratórios devem ser incentivados, pelo orga-
sua responsabilidade de concessão, manutenção, pror- nismo de credenciamento, a participar de ensaios de
rogação, suspensão ou retirada do credenciamento. proficiência, ou outras comparações interlaboratoriais.
4) para os ensaios e calibrações específicas, para 6.9.2 O organismo de credenciamento deve ter uma polí-
os quais o credenciamento foi concedido, os tica que defina as circunstâncias em que os laboratórios
métodos usados, definidos por normas ou docu- credenciados podem incluir nos certificados de calibra-
mentos de referência, que foram aceitos pelo ção, relatórios ou certificados de ensaios, os resultados
organismo de credenciamento. de calibrações ou ensaios não abrangidos pelo
credenciamento e os resultados de calibrações ou ensaios
c) quando aplicável, das pessoas reconhecidas pelo subcontratados.
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Cópia não autorizada
d) não use seu credenciamento de uma maneira que ou outros assuntos que possam afetar a capacidade do
possa resultar em descrédito para o organismo de laboratório, ou a abrangência das atividades credencia-
credenciamento, e não faça declarações quanto das, ou a conformidade com os requisitos deste Guia, ou
ao seu credenciamento que sejam consideradas quaisquer outros critérios de competência especificados
enganosas ou não autorizadas pelo organismo de pelo organismo de credenciamento.
credenciamento;
7.3.2 Após o recebimento da notificação sobre quaisquer
alterações pretendidas em relação aos requisitos deste
e) no caso de suspensão ou retirada do seu creden-
Guia, dos critérios de competência e outros quaisquer
ciamento (conforme determinado), interrompa
requisitos prescritos pelo organismo de credenciamento,
imediatamente o uso de qualquer matéria de pro-
o organismo de certificação deve assegurar-se de que o
paganda que contenha referências ao creden-
laboratório está realizando os ajustes necessários em
ciamento, e devolva quaisquer certificados de cre-
seus procedimentos, dentro de um prazo considerado
denciamento ao organismo de credenciamento;
razoável na opinião do organismo. O laboratório deve
notificar o organismo, quando os ajustes tiverem sido
f) não use seu credenciamento para sugerir apro- realizados.
vação de produtos pelo organismo de creden-
ciamento; 7.4 Relação de laboratórios credenciados
g) se empenhe em garantir que nenhum certificado O organismo de credenciamento deve emitir, periodi-
ou relatório, ou parte destes, sejam usados de camente, uma relação dos laboratórios credenciados,
maneira enganosa; especificando os credenciamentos concedidos.