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PRIMEIROS PASSOS PARA O

ENSINO DOS POVOS


INDÍGENAS NA SALA DE
AULA
LUANA BARTH GOMES
@ANCESTRALIDADE.INDIGENA
3 INTRODUÇÃO

4 HISTÓRIA INDÍGENA BRASILEIRA

10 ORIGENS DOS GRUPOS HUMANOS NA


AMÉRICA

12 HISTÓRIA DA COLONIZAÇÃO PELA


ÓTICA INDÍGENA

17 OS POVOS INDÍGENAS NA
ATUALIDADE
SUMÁRIO

21 OS POVOS INDÍGENAS NO MUNDO

28 VOCÊ SABE A DIFERENÇA ENTRE


LENDAS E MITOS?

30 DICAS DE LITERATURA INDÍGENA

34 DICAS DE ANIMAÇÕES

35 DICAS DE FILMES E DOCUMENTÁRIOS

36 SOBRE A AUTORA

37 REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO

O presente e-book foi realizado a partir dos


estudos da autora sobre os povos indígenas
brasileiros. Ele é fruto de anos de pesquisa e de
aplicação em sala de aula de conteúdos que
abordam os povos originários de forma
adequada, evitando estereótipos e invisibilização.
A ideia é instrumentalizar educadoras e
educadores, auxiliando na hora do planejamento
das aulas, para que possam pensar muito além
do "Dia do Índio".
Ao final, há dicas de literatura indígena,
animações, filmes e documentários para todos os
níveis escolares.
Todo e-book é uma produção bibliográfica,
então não esqueçam de citar a fonte. Plágio é
crime.
HISTÓRIA INDÍGENA
BRASILEIRA

PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL: OS PRIMEIROS


HABITANTES

Falar em Pré-História do Brasil é montar um


complicado quebra-cabeças com muitas peças
faltando. A dificuldade começa já no título: Pré-
História, uma expressão que passa a ideia errada
de ser um período sem História.
Os indígenas brasileiros tiveram uma história
própria, de milhares de anos em que suas
culturas, técnicas e artes sofreram mudanças e
influências. Entendemos por Pré-História os
períodos da História sem escrita e que, por isso, só
pode ser estudado pelos objetos feitos pelo
homem.
POVOAMENTO DO BRASIL

Os primeiros grupos humanos que ocuparam


nosso território são chamados de paleoíndios. As
ossadas mais antigas de paleoíndios encontradas
no Brasil pertencem ao final do Pleistoceno, entre
11 mil e 12 anos. Foram encontradas na região
arqueológica de Lagoa Santa, em Minas Gerais.
Entre as ossadas, está Luzia, o esqueleto mais
antigo das Américas, de 11.500 anos.
A reconstituição facial do crânio de Luzia
surpreendeu o mundo científico. Seus traços não
eram iguais aos indígenas atuais, cujos
antepassados são de origem asiática. Luzia,
diferentemente, tinha traços negroides,
semelhantes aos africanos e aos nativos da
Austrália e da Polinésia. Essa descoberta levou os
cientistas a uma nova hipótese sobre o
povoamento da América. Ele teria sido feito por
dois tipos humanos com características físicas
distintas: um tipo negroide, possivelmente o mais
antigo, vindo da Austrália ou das ilhas da
Melanésia e da Polinésia e um grupo posterior, de
origem asiática que teria entrado na América
pelo Estreito de Bering, e que acabou dominando
o continente e dando origem aos indígenas
atuais.
Outras descobertas surpreendentes foram
feitas nas escavações arqueológicas na Serra da
Capivara, no sul do Piauí. Ali foram encontrados
esqueletos de 8.000 anos e vestígios de presença
humana ainda mais antigos que Luzia: são
pinturas rupestres, restos de fogueiras e artefatos
de 17 mil anos até 48 mil anos.

Curiosidade:
Em 1974, os restos mortais de Lucy foram
encontrados. O crânio foi encontrado pelo professor
Yohannes Haile-Selassie em um local chamado
Miro Dora, na região de Afar, na Etiópia. Lucy é a
famosa australophitecus que viveu na África há 3,18
milhões de anos. Ela era uma fêmea de pouco mais
de um metro de estatura, que combinava traços
humanos com características similares às do
chimpanzé e já caminhava ereta.
Segundo o professor, trata-se do melhor
exemplar encontrado até agora de um ancestral
do homem, semelhante a um primata, chamado
Australopithecus anamensis - o mais antigo data
de 4,2 milhões de anos atrás.
ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA

Quando se fala em arte na Pré-História,


estamos falando da produção vista como artística
na Pré-História, isto é, durante os períodos
Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais. Em geral,
compreende pinturas realizadas em cavernas,
gravuras esculpidas em rochas, esculturas,
estatuetas etc.
Para facilitar sua compreensão a respeito do
assunto, é importante considerarmos que os três
períodos citados e que são considerados como
parte da Pré-História são:
Paleolítico: período que compreende de 2.5
milhões anos atrás a 10.000 a.C.
(aproximadamente);
Neolítico: período que se estende de 10.000
a.C. até 5.000 a.C. (aproximadamente);
Idade dos Metais: período que se estende de
5.000 a 3.500 a.C. (aproximadamente).
A reconstituição facial do crânio de Luzia
surpreendeu o mundo científico. Seus traços não
eram iguais aos indígenas atuais, cujos
antepassados são de origem asiática. Luzia,
diferentemente, tinha traços negroides,
semelhantes aos africanos e aos nativos da
Austrália e da Polinésia.
Essa descoberta levou os cientistas a uma
nova hipótese sobre o povoamento da América.
Ele teria sido feito por dois tipos humanos com
características físicas distintas: um tipo negroide,
possivelmente o mais antigo, vindo da Austrália
ou das ilhas da Melanésia e da Polinésia e um
grupo posterior, de origem asiática que teria
entrado na América pelo Estreito de Bering, e que
acabou dominando o continente e dando origem
aos indígenas atuais.
A arte na Pré-História manifestou-se de
diferentes formas. A intenção dessas obras é alvo
de grande debate pelos especialistas. As
motivações mais comumente mencionadas são
que as populações pré-históricas faziam esses
registros como forma de:
Registrar o cotidiano apenas por registrar.
Nesse caso, o registro artístico seria no sentido
“a arte pela arte”.
Registrar com fins ritualísticos de criar uma
conexão do homem com a natureza.
ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL
No caso do Brasil, existem algumas
produções de arte pré-histórica localizadas em
alguns estados, como Piauí, Paraíba, Mato Grosso
e Santa Catarina. O grande destaque são as
pinturas rupestres encontradas na Serra da
Capivara, no estado do Piauí, que abriga mais de
100 pinturas rupestres que retratam cenas de
caça, guerra, etc.

A Serra da Capivara é um dos sítios de pintura


rupestre mais famosos do Brasil.
ORIGENS DOS
GRUPOS HUMANOS
NA AMÉRICA
O continente americano foi povoado por
diversos grupos que, segundo as teorias mais
aceitas, teriam migrado de diferentes pontos da
Ásia e da Oceania há cerca de 12.000 anos. Esses
imigrantes exploradores seriam grupos de
caçadores nômades, vindos de sucessivas ondas
migratórias cruzando o Estreito de Bering
durante a última era glacial ou navegando
através do Oceano Pacífico.
Esses diferentes grupos possuíam
características físicas e desenvolvimento cultural
diferenciados e durante milhares de anos foram
se espalhando pelas Américas, dando origem a
novos grupos, novas línguas e novas culturas.
O CLIMA
O ambiente seco e frio da última glaciação,
com ventos gelados varrendo paisagens de
pouca vegetação, foi o cenário dos primeiros
humanos que, há uns 12.000 anos A.C., vieram
para o Brasil.
As populações dos dez primeiros milênios
tinham pouco domínio sobre a natureza porque
suas culturas e suas tecnologias eram, ainda,
pouco desenvolvidas. Viviam dentro da natureza
e aproveitavam o que ela ofertava, interferindo
muito pouco em seu sistema.
A HISTÓRIA DA
COLONIZAÇÃO PELA
ÓTICA INDÍGENA
INVASÃO DE PINDORAMA
Antes da invasão europeia iniciada em 1492,
estima-se que mais de 57 milhões de indígenas
habitavam esse continente. Em Pindorama
(nome dado por parte dos povos indígenas ao
Brasil), os números giram em torno de 8,5
milhões a 11 milhões e com a presença de mais de
1.400 povos indígenas.
Contra o projeto de extermínio, os povos
indígenas lutaram e resistiram contra as ofensivas
genocidas dos invasores e do Estado brasileiro ao
longo dos séculos, batalhando por seus direitos e
por suas vidas.
Os povos indígenas têm sua autonomia
reconhecida pelo Estado brasileiro somente em
1988. Ao longo dos 488 anos anteriores, são
submetidos a diversas políticas que negam suas
formas de organização ancestrais, culturas,
línguas, tradições e costumes, espiritualidades e,
até mesmo, seus intelectos.
SÉCULO XIV
Invenção das duas categorizações típicas dos
“índios” que norteiam as políticas referentes aos
povos indígenas: “índios aliados” e “índios
inimigos”. Essa divisão fica evidente com a Lei
sobre Liberdade dos Gentios de 1570, que
regulamenta a escravidão indígena criando
critérios em que ela se torna legal e aplicável.
Estes critérios são relativos aos “índios inimigos”,
ao passo que os “índios aliados” ficam
submetidos aos aldeamentos jesuíticos.

OS "ÍNDIOS ALIADOS"
Caracterizados a partir da política dos
descimentos, ou seja, da expulsão de seus
territórios tradicionais por meio do deslocamento
forçado para os aldeamentos jesuíticos, onde são
submetidos aos processos “civilizatórios”:
catequização, assimilação cultural e integração
social. São constantes reservas de mão-de-obra
para a colônia.
Esses processos “civilizatórios” são comumente
chamados de políticas (coloniais) etnocidas, pois,
encabeçam o projeto de extermínio dos povos
originários através da morte étnico-cultural, ou
seja, retirar dos povos indígenas tudo o que lhes
constitui enquanto tal.
OS “ÍNDIOS INIMIGOS”
São descritos pela “selvageria”, “primitivismo”,
em que a escravidão é legal e justa. Há diferentes
situações em que indígenas são categorizados
dessa forma: aos que travam frentes de
resistências à colonização e à escravidão, que
recusam a catequização ou pregação do
evangelho, que estão em pontos estratégicos de
interesse para os invasores, ou mesmo pela
vontade dos colonos. Aos “índios inimigos”,
execução ou guerra justa. A guerra justa é
defendida inclusive por jesuítas, como Manuel da
Nóbrega.
DIA DO ÍNDIO?
“O Dia do Índio é uma farsa criada com boa
intenção. É preciso repensar o conceito do ‘índio’, de
acordo com o novo momento que estamos vivendo.
Há um entendimento ultrapassado, que precisa ser
atualizado, sobretudo para o bem do povo
brasileiro” - Daniel Munduruku.
Em abril de 1940, ocorre o Primeiro Congresso
Indigenista Interamericano no México, que
pretende discutir políticas para “zelar” os direitos
dos povos originários. Recomenda-se que deve
ser estabelecido o “Dia do Índio” na data da
primeira reunião do Congresso: 19 de Abril, como
forma de estudar os problemas dos povos
indígenas na atualidade através das instituições
de ensino. No Brasil, Getúlio Vargas adota a
recomendação em 1943 e decreta o Dia do Índio
nacionalmente.
O OBJETIVO PROPOSTO PELO CONGRESSO NÃO
FOI APLICADO
O “Dia do Índio” no Brasil é criado para ser
uma data de “celebração ao índio”, como uma
espécie de figura mitológica brasileira, assim
como o indianismo retrata: uma alegoria do
passado, uma caricatura. Ou seja, o “Dia do Índio”
ajuda a disseminar a ideia de que os povos
indígenas pararam de existir entre os séculos XVII
e XVIII, ao invés de ser um marco nas instituições
de ensino para pesquisar e trabalhar com os
povos originários na atualidade, investigando
suas realidades, problemas e reivindicações.

Fonte: Tem cor na História – Abril Indígena 2021 – Diana


Sales e Laís Santos
OS POVOS
INDÍGENAS NA
ATUALIDADE
QUEM SÃO?
Existem mais de 300 povos indígenas no
Brasil, falando mais de 270 línguas indígenas. São
mais de 890 mil pessoas. Apesar de existir uma
grande diversidade de culturas e línguas entre os
povos indígenas no Brasil, à época da chegada
dos colonizadores essa diversidade era muito
maior. Vários estudos indicam que no século XVI
havia entre 2 e 4 milhões de índios, que
pertenciam a mais de mil povos e falavam mais
de mil línguas diferentes.
Durante milhares de anos, os povos que
viviam no continente americano conviveram,
compartilharam experiências e ideias, e
estabeleceram relações de troca, criando um
conjunto de características comuns. Esse
conjunto de características permite chamar de
ameríndios a todos os povos indígenas da
América. Eles são os povos originários, ou seja, são
as populações que descendem dos primeiros
habitantes de uma localidade.
Estima-se que há 12 mil anos o território que
veio a se chamar Brasil já era habitado por essas
populações que até hoje se relacionam e
compartilham conhecimentos.
Uma outra característica que marca a história
comum desses povos é a experiência da
colonização, isto é, o impacto que as violentas
ações dos colonizadores gerou nas suas vidas. As
consequências dessas violências foram a extinção
de muitos povos, a diminuição no número de
pessoas, a perda de suas terras, o desrespeito e a
desvalorização de suas culturas.
ONDE ESTÃO?
Você sabia que há povos indígenas em quase
todos os cantos do Brasil? Por aqui, boa parte da
população indígena vive em áreas chamadas de
Terras Indígenas. Existem hoje 724 Terras
Indígenas no país. Em quase todos os estados
brasileiros existem terras indígenas reconhecidas
– exceto no Piauí. Mas os povos originários não
vivem apenas nas terras indígenas.
Há comunidades indígenas circulando por
beiradões de rios, em cidades amazônicas e até
em algumas capitais brasileiras. Isso acontece
principalmente porque, para os povos indígenas,
os espaços em que se mora, planta, caça ou
caminha vão além das fronteiras criadas pelo
homem não indígena e porque ninguém deixa de
ser ameríndio por estar em uma região
considerada urbana, fora das fronteiras definidas
para suas terras.
Para os indígenas, o lugar em que se vive não
é apenas um cenário, é um território: um espaço
totalmente conectado com um jeito tradicional de
estar no mundo, conectado com suas culturas.
Por isso, cada povo tem um jeito de explicar seus
modos próprios de ocupar um território. Hoje em
dia muitos povos sofrem com o fato de não
poderem circular como antes da invenção das
cidades, das fronteiras, do mundo dos não
indígenas.
COMO VIVEM?
Os povos indígenas que vivem no Brasil
apresentam semelhanças, mas também são
muito diferentes entre si. Suas festas, jogos e
brincadeiras, suas formas de ensinar e aprender,
tudo isso pode variar muito. Existem diferentes
histórias dos encantados, rituais, pinturas, objetos,
músicas e cantos. Além disso, os povos indígenas
constroem casas de diversos jeitos e moram em
regiões com paisagens muito diferentes. A
alimentação de cada grupo também varia muito,
alguns grupos só comem peixe, outros caçam
vários tipos de animais, outros ainda criam gado e
galinhas para comer.
OS POVOS
INDÍGENAS NO
MUNDO

“As comunidades, os povos e as nações indígenas


são aqueles que, contando com uma continuidade
histórica das sociedades anteriores à invasão e à
colonização que foi desenvolvida em seus
territórios, consideram a si mesmos distintos de
outros setores da sociedade, e estão decididos a
conservar, a desenvolver e a transmitir às
gerações futuras seus territórios ancestrais e sua
identidade étnica, como base de sua existência
continuada como povos, em conformidade com seus
próprios padrões culturais, as instituições sociais e
os sistemas jurídicos." - Gersem Baniwa

OS POVOS INDÍGENAS NO MUNDO

Existem cerca de 370 a 500 milhões de


indígenas no mundo, espalhados por 90 países.
Eles vivem em todas as regiões geográficas e
representam 5 mil culturas diferentes. Povos
indígenas criaram e falam uma grande maioria
das 7 mil linguas mundiais.
Comunidades indígenas são líderes na
proteção do meio ambiente. Quase 70 milhões de
mulheres e homens indígenas dependem das
florestas para sua subsistência, e muitos mais são
agricultores, caçadores ou pastores.
Os povos indígenas lutam contra a mudança
climática todos os dias. As suas florestas
armazenam pelo menos um quarto de todo o
carbono das florestas tropicais, cerca de 55
trilhões de toneladas métricas. Isso equivale a
quatro vezes o total de emissões globais de
carbono em 2014.

AMÉRICA

Dos 45 milhões de indígenas, 17 milhões


vivem no México e 7 milhões, no Peru. Entretanto,
os países com maior proporção de população
indígena são Bolívia (62,2%), Guatemala (41%),
Peru (24,0%) e México (15,1%).
O Brasil, com cerca de 900 mil indígenas,
tem o maior número de comunidades (305),
seguido pela Colômbia (102), Peru (85), México
(78) e Bolívia (39). De acordo com o estudo,
muitas estão em perigo de desaparecimento
físico ou cultural, como no Brasil (70 povos em
risco), na Colômbia (35) e na Bolívia (13). Algumas
etnias são. Guarani, Kaingang, Xokleng,
Munduruku, Mapuche, Aimará...
Representação de diversos povos indígenas
brasileiros

OCEANIA
A população maori, originalmente da Polinésia,
totaliza 15% da população neozelandesa. Nove de
cada dez moram na Ilha Norte e um quarto fala a
língua nativa.
Os maori cultivam a tradicional arte da
tatuagem, sendo a facial a que mais provoca
admiração. Segundo a tradição deste povo,
quanto mais ilustre for o membro da
comunidade, mais espaço de seu rosto é
impresso com os sinais tatuados. Estas marcas,
portanto, atuam como índices de status social.
Povo Maori

EUROPA
Os Sami, anteriormente conhecidos como
Lapões, têm vivido no Círculo Ártico da Europa
por milhares de anos. Estima-se que agora
existam cerca de 80 mil deles, a maior parte dos
quais vive no extremo norte, na região de Sápmi
(Lapônia), que se estende por quatro países –
Finlândia, Noruega, Rússia e Suécia.
Esse povo indígena criou um Conselho Sami
que lhes permite pensar, juntos, sobre o futuro de
sua nação além das fronteiras nacionais, o que
nunca os impediu de se sentirem como um só
povo. Eles sempre tiveram a notável capacidade
de incorporar a modernidade, embora
permanecendo enraizados na tradição.
Povo Sami

ÁSIA
Os Evenki são um povo Tungúsico no norte da
Ásia, da Rússia, sendo reconhecidos como um
dos povos Indígenas do norte do país, com
população de 35.600 pessoas (Censo da Rússia de
2002). Na China, os Evenki formam uma dos 56
grupos étnicos indígenas da República Popular
da China, sendo cerca de 35.500 pessoas.]
A língua Evenki é mais falada dentre as do
grupo Norte das línguas Manchu/Tungús, grupo
que ainda as línguas Even e Negidal;
Povo Evenki

ÁFRICA
Cada povo indígena da África Central é
distinto: são eles os Twa, os Aka, os Baka e os
Mbuti que vivem em países de toda a África
Central, incluindo a República Centro-Africana, a
República Democrática do Congo (RDC), Ruanda,
Uganda e Camarões.
Grupos diferentes apresentam línguas e
tradições de caça diversas. Embora cada
comunidade enfrente ameaças e desafios
diferentes, o racismo, a exploração madeireira e
projetos de conservação são grandes problemas
para muitos, todos contribuindo para sérios
problemas de saúde e abuso violento.
Estimativas atuais indicam que a população
dos povos indígenas da África Central é de cerca
de meio milhão.
Povo Twa

Aqui foram destacados alguns povos


originários, mas há muitos distribuídos pelo
mundo todo.
VOCÊ SABE A
DIFERENÇA ENTRE
LENDA E MITO?
LENDA
As lendas têm caráter mágico, mas não
tratam de figuras ou elementos sagrados. As
narrativas, criadas há centenas de anos, revelam
grande expressividade oral, e contam da rotina
dos povos, dos medos, dos conflitos, muitas vezes
com razoável dose de humor.
As lendas são relatos de eventos históricos
e pessoas da antiguidade. Por isso, possuem base
em determinado momento histórico. Porém,
essas histórias são distorcidas ou exageradas,
recebendo um ar fantástico.

MITO
Os mitos explicam a vida e as leis da
natureza, reverenciam a bravura, a verdade. São
matéria de fé e traduzem valores sagrados. Os
seus princípios se articulam com as religiões
tradicionais e suas crenças.
O mito é um tipo de narrativa simbólica,
que tem a intenção de explicar certos fenômenos
por meio de metáforas e simbolismos. Os mitos
utilizam personagens inventados, geralmente
entidades sobrenaturais como divindades e
semideuses, e outros elementos fantásticos. Eles
costumam ocorrer fora das linhas de tempo
convencionais.
Ao longo da história, os mitos têm sido
usados para explicar fenômenos aparentemente
inexplicáveis ou certos costumes de alguma
população. Eles são considerados sagrados e
verdadeiros, muitas vezes reafirmados por líderes
e governantes religiosos.

MITOS LENDAS
Histórias de criação do Histórias de criação de
universo, do Sol e da coisas e seres (erva-
lua; mate, guaraná,
Deuses (Tupã, mandioca, milho, etc.).
Nhamandu,
Nhanderu, etc.);
Seres mitológicos
sagrados (Jaxy Jaterê,
Yara, Boto cor-de-rosa,
Curupira, Mbo'i Tatá).
DICAS DE LITERATURA
INDÍGENA

EDUCAÇÃO INFANTIL E 1º ANO


DICAS DE LITERATURA
INDÍGENA
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
2º AO 5º ANO
DICAS DE LITERATURA
INDÍGENA
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
6º AO 9º ANO
DICAS DE LITERATURA
INDÍGENA
ENSINO MÉDIO
1º A 3º SÉRIE
DICAS DE
ANIMAÇÕES
EDUCAÇÃO INFANTIL E
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
DICAS DE FILMES E
DOCUMENTÁRIOS
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
E ENSINO MÉDIO
SOBRE A AUTORA

Me chamo Luana e sou


descendente de indígenas
Mbya Guarani da região das
Missões Jesuíticas (Santo
Ângelo). Sou pedagoga e atuo
na área da educação há 17 anos.
Atualmente tenho uma turma
de 4º ano do Ensino
Fundamental na rede privada.
Também sou pesquisadora.
Meu TCC, minha dissertação e a
minha tese versaram sobre os
povos indígenas e a
interculturalidade.
Tenho atuado na sala de
aula, em grupos de pesquisa
vinculados á universidades e na
formação de professores
através da página do Instagram
Ancestralidade Indígena
(@ancestralidade.indigena),
projeto idealizado e organizado
por mim.
REFERÊNCIAS

https://ensinarhistoriajoelza.com.br/pre-
historia-do-brasil-parte-1/ - Blog: Ensinar
História - Joelza Ester Domingues
https://veja.abril.com.br/ciencia/ancestral-dos-
humanos-lucy-passava-muito-tempo-em-
arvores/
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/arte-
pre-historia.htm
KOCH, Siziane. Rio Grande do Sul – espaço e
tempo. São Paulo: Ática, 2006.
RAMOS, Antônio Dari [ET. AL.]. Diálogos
interculturais: identidades indígenas na escola
não indígena. Campinas, São Paulo: Curt
Nimuendajú, 2006.
SCHNEIDER, Regina Portella. História e
Geografia do Rio Grande do Sul: volume único.
São Paulo: FTD, 2011.
https://mirim.org/pt-br/quem-sao
Tem cor na História – Abril Indígena 2021 –
Diana Sales e Laís Santos.
YAMÃ, Yaguarê. Contos da Floresta. São
Paulo: Peirópolis, 2012.
https://www.diferenca.com/mito-e-lenda/
https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional
/noticia/2014-09/relatorio-da-onu-aponta-
aumenta-do-numero-de-indigenas-na-
america
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/20
15/10/151027_cinco_indigenas_jc_lk
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf000
0154565
https://news.un.org/pt/gallery/168991
https://www.infoescola.com/nova-
zelandia/maoris/
https://pt.unesco.org/courier/2019-1/os-sami-
jokkmokk-desafio-modernidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Evenkis
https://www.survivalbrasil.org/povos/africace
ntral

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