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Estrutura do exame:
1. Ter uma noção da definição de comunicação política
2. Pergunta teórica sobre os agentes da comunicação política e o sistema de comunicação
política (“the shape of political communication”)
3. Pergunta teórica: comentar uma citação do texto “game versus substance in political” à
luz dos valores-notícia e do agenda-setting
4. Escolha múltipla sobre eventos mediáticos
5. Pergunta opcional sobre a inovação política
6. Pergunta prática: realizar uma nota de agenda ou um save the date
COMUNIAÇÃO POLÍTICA
Um conceito ambíguo
McNair diz-nos, na sua obra “An introduction to political communication”, que qualquer
livro que aborde a comunicação política deveria começar por reconhecer que estamos
perante um conceito consideravelmente difícil de definir.
E de facto, o que torna tão evidente e, simultaneamente, difícil destrinçar uma noção
clara do que é a comunicação política é o seu nexus de significados e de enraizamentos
possíveis.
Enquanto uns se concentram na sua vertente verbal e escrita, outros consideram, na sua
compreensão, os sinais para-linguísticos a que vem associada, a intenção dos seus
emissores ou ainda as diferentes dimensões comunicativas que compreende.
Por um lado, Kate Kensi e Kathleen Jamieson dizem-nos, na obra “The Oxford
Handbook Of Political Communication”, que, se a política, por si só, se foca nas questões
“quem recebe o quê, quando e como”, a comunicação, ela, diz respeito a “quem diz o
que, quando, como (em que canal), a quem e com que efeito”. Então, juntos, estes
modelos levam-nos a definir a comunicação política como sendo o estudo de “quem
recebe o que, quando, como, de quem e com que efeito”.
Dan Schill, na sua obra “Stagecraft and statecraft – advance and media events in political
communication” dá nos alguns exemplos de momentos em que políticos recorreram a
símbolos visuais para moldar a perceção do público a seu respeito:
Em primeiro lugar, fala-nos de Albert Gore que, nas eleições primárias do ano de 2000,
usou roupas casuais e descontraídas, numa tentativa de suavizar a sua imagem e, muito
provavelmente, de criar uma sensação de proximidade, acessibilidade e informalidade
para com os seus eleitores.
Por outro lado, e noutra parte da sua obra, Denton e Woodward caracterizam a
comunicação política em termos das intenções dos seus remetentes de influenciar o
ambiente político. Assim, o fator crucial subjacente à comunicação política seria o
conteúdo (o quê) e finalidade (com que efeito) de uma mensagem, e não a sua fonte (de
quem) ou forma (como).
De acordo com esta perspetiva, o conceito incluiria, então:
Todas as formas de comunicação, levadas a cabo por atores políticos, com o fim de
alcançar determinados objetivos;
Todas as formas de comunicação, direcionadas aos atores políticos e levadas a cabo por
não-políticos (votantes e ativistas);
Por outro lado, o autor diz-nos que as alterações sociais condicionam os processos de
comunicação política, ou seja, mudanças ambientais gerais podem afetar uma série de
fenômenos, repercutindo no sistema de comunicação política.
Importa realçar que as alterações ambientais e funcionais da sociedade não são as únicas
que possuem um poder de influência sobre o sistema da comunicação política: as
alterações numa dimensão da própria comunicação política podem igualmente
desencadear reações nas restantes dimensões.
A terceira razão que nos refere Blumler alude ao facto de nem sempre interpretarmos as
mensagens da forma como foram, inicialmente, pensadas, pelos seus emissores.
De facto, nem todos os comunicadores são inocentes na sua forma de nos transmitir
mensagens. Estes têm, pelo contrário, uma grande capacidade de favorecer
determinadas fontes e estilos políticos em detrimento de outros, influenciando a forma
como o povo interage democraticamente com os seus líderes.
É, portanto, importante que consideremos a mensagem na sua forma aparente, sim, mas
sem nunca deixar de procurar perceber que fatores, por detrás do que nos é apresentado,
participaram na sua moldagem e produção (valores-notícia, pressões, intenções, etc.).
Por último, o autor refere que, com a crescente internacionalização dos estudos de
comunicação política, surge a necessidade de que os estudos de um único país sejam
complementados, confirmados, por vezes ampliados, por investigações comparativas
transnacionais. Só assim se evitará aquilo a que se deu o nome de “universalismo
ingénuo”: tendência para presumir que os resultados das investigações (de e) numa
determinada sociedade se aplicam a outros tipos de contextos e realidades. Há que ter em
conta que o que resulta num determinado sítio pode não resultar noutro, e vice-versa.
As mensagens e ações dos políticos não teriam qualquer existência política (e muito
menos eficácia comunicativa), se não fossem relatados pelos media e recebidos, pelo seu
público, como mensagens.
Por outro lado, estes funcionam também como transmissores de mensagens, queixas e
opiniões políticos dos próprios cidadãos para os seus líderes, favorecendo, mais uma vez, a
preservação de um ambiente político e cívico saudável e consciente.
AGENDA-SETTING E CRITÉRIOS DE NOTICIABILIDADE NA CP
Valores-notícia
Por outras palavras, quanto mais um acontecimento exibe critérios, maior será a
probabilidade de ser notícia.
Por outro lado, os valores notícia não apenas facilitam a seleção de acontecimentos, como
permitem também priorizá-los, ajudando, por exemplo, a decidir que assuntos irão
para a primeira página, ou constituirão o destaque de um noticiário.
1. CRITÉRIOS SUBSTANTIVOS
Aos primeiros deu o nome de “critérios substantivos”, que se referem, como o nome
indica, à substância – ou conteúdo/mensagem – de um acontecimento. Esta
categoria articula-se, essencialmente, em dois fatores: a importância de um
acontecimento e sua capacidade de suscitar o interesse do público.
Wolf diz-nos, em primeiro lugar, que é noticiável um acontecimento que não exija mais
materiais do que os que se tem disponíveis e que não exceda as capacidades humanas
e financeiras definidas pelo órgão (requisito alusivo à acessibilidade do acontecimento em
relação ao jornalista).
Por outro lado, é estipulado que um acontecimento deve poder ser explicado e coberto
na sua totalidade, mas de forma breve. Isto deve-se à necessidade de se respeitar os
limites de espaço (imprensa) e de tempo (rádio e televisão) que cada tipo de comunicação
se vê obrigado a respeitar.
Por fim, Wolf fala-nos na importância de se cobrir apenas acontecimentos que possuam
ou permitam determinados requisitos de qualidade. De um modo geral, diz-se que a
notícia é tanto melhor quanto mais ilustra, visualmente, uma ação (um momento de
realce de um facto). Nos casos em que a notícia é intrinsecamente desprovida de ação,
procura-se torná-la menos aborrecida, recorrendo a vários processos de exposição ou
apresentação (ritmo). Deve-se também, quando possível fornecer todos os pontos de
vista sobre o assunto ou o mais possível de dados cognoscitivos acerca de um
determinado acontecimento (caráter exaustivo); e recorrer a uma linguagem clara (o
ouvinte não quer voltar atrás para ouvir de novo e perceber melhor).
Por outro lado, o formato diz respeito aos limites espácio-temporais que caracterizam
o produto informativo (número de serviços filmados que podem ser apresentados numa
edição do noticiário; a sua duração; o comprimento das peças; etc.).
Por sua vez, Gans distingue 3 tipos de notícias em que o público é fundamental na
escolha de um acontecimento: notícias que permitem uma identificação por parte do
espetador; notícias de serviço (exemplo: meteorologia) e, por fim notícias ligeiras, que não
macem o espetador com demasiados pormenores (“non burdering stories”).
A propósito, Paul Weaver propõe, na sua obra “Game versus substance in political
news”, que os jornalistas encaram as notícias políticas como um jogo competitivo
entre líderes movidos pelo poder.
A política seria, então, um jogo levado a cabo por políticos individuais ( jogadores), que
calculam e perseguem estratégias destinadas alcançar os seus objetivos (derrota dos
concorrentes, vitória e poder).
Partindo desta analogia, Thomas Patterson defende que os jornalistas encaram este
esquema de jogo (isto é, a natureza competitiva e movimentada da política) como
uma oportunidade para adquirir, constantemente, material novo – principal
necessidade subjacente à sua atividade profissional (valor-notícia da atualidade e da
relevância quanto à evolução futura de um acontecimento).
Ora, o jogo político é precisamente descrito como sendo um "drama em curso", com
ação ascendente, ação em queda, vencedores e vencidos.
É de notar que questões políticas mais profundas também podem ser fonte de
drama. No entanto, a sua complexidade desafia a fácil caracterização e, portanto, a
satisfação do caráter atraente, breve e “non burdering” para o público que se deve de
ter uma notícia.
Com isto, e partindo do exemplo das eleições dos EUA em 1972, o autor conclui que,
de um modo geral, a cobertura do jogo (competição, debates e estratégias) tende a
superar a substância (questões políticas e qualificações dos candidatos) nas eleições
presidenciais. Por outras palavras, os valores-notícia relativos ao interesse de um
acontecimento parecem, no que toca à política, superar os que se referem à importância
de um tema ou evento.
No entanto, é importante ter em conta que esta forma de cobrir eventos políticos acaba
por privar o público de informações realmente necessárias para um voto
responsável e consciente.
Ora, uma vez que a compreensão que as pessoas têm de grande parte da realidade
social é aquela que lhes fornecem os mass media, é fundamental que estes exerçam as
suas funções de forma responsável.
De facto, a lista de assuntos a que os media optam por dar visibilidade é, também,
naturalmente, a lista de assuntos acerca dos quais o público pensa, discute, debate e
opina no dia-a-dia. Por outras palavras, é, em grande parte, a agenda dos media (lista de
assuntos que estão na sua frente durante determinado período de tempo) que determina
a agenda do público (lista de assuntos a que dão importância durante esse mesmo
período de tempo).
É, no entanto, de salientar que, regra geral, estes não dizem ao público como pensar,
mas sim em que pensar.
Isto, porque tendemos a incluir e excluir dos nossos próprios conhecimentos aquilo que
os mass media incluem e excluem do seu conteúdo. A esta abordagem deu-se o nome de
“hipótese do agenda-setting”.
No caso da política (mas não só), não é raro que os atores e organizações criem eventos
destinados, precisamente, a atrair a atenção mediática e, portanto, a integrar a sua
agenda (“eventos mediáticos”). Isto, com o fim de alcançar mais visibilidade e de
transmitir ao seu público-alvo mensagens que se lhe sejam favoráveis. É, em grande
parte, graças aos eventos mediáticos que os políticos conseguem garantir a atenção da
esfera pública.
Isto, porque a informação escrita permite realçar de uma forma mais explícita a
importância de um tema.
Veio-se a concluir que é a segunda opção que se aplica: são as crenças, expectativas,
referencias e necessidades de cada um de nós que determinam aquilo a que damos
atenção.
No entanto, quanto menor for a nossa experiência direta relativamente a um tema, mais
dependeremos dos media para possuir os quadros interpretativos mínimos acerca dessa
realidade.
EVENTOS MEDIÁTICOS
O autor foca, exclusivamente, a sua obra nos eventos planeados, assim como em
candidatos políticos e detentores de altos cargos públicos
A tipologia apresentada não pretende ser uma teoria geral que englobe todo o tipo de
eventos possíveis, antes elenca um conjunto frequente de eventos possíveis.
Neste caso, focar-nos-emos apenas nos segundos, isto é, nos acontecimentos que os
órgãos de comunicação social têm já previstos. Geralmente, estes são organizados
precisamente com o fim de atrair a cobertura mediática e de comunicar ao público
pretendido uma mensagem ou imagem que se lhe seja favorável (ao emissor),
influenciando-o (o público).
É de notar que o evento não tem necessariamente de ser criado, como referido
anteriormente, apenas com o intuito de obter visibilidade por meio dos media. É, no
entanto, comum que seja produzido e adaptado às necessidades e procuras do sistema
produtivo jornalístico, alinhando-se com os critérios de noticiabilidade e, portanto,
maximizando as suas chances de captar a atenção mediática e de integrar a sua agenda.
De facto, nenhum evento se realiza sem que tenha sido previamente considerado de que
forma pode ser encenado, de modo a facilitar a cobertura jornalística e a compreensão do
público. Isto exige dos atores políticos (neste caso) que organizem a sua linguagem
(conteúdo) e cenário (forma), com vista a uma transmissão da forma mais atraente e clara
possível, tanto aos media como ao eleitorado (público-alvo).
Geralmente, o público a que se destinam os eventos planeados é aquele que assiste, por
meio dos media, o evento mediático (e não tanto o que comparece, presencialmente, no
evento – este último é mais visto com um adereço do que propriamente como um grupo
de eleitores a influenciar). No entanto, não é, de todo, raro que um evento se destine a
ambos, claro. É de notar que o impacto dos eventos mediáticos nos eleitores não é direto,
mas sim indireto e cumulativo ao longo do tempo.
Por outro lado, a transformação do processo produtivo jornalístico num sistema que se
baseia na disponibilidade e demanda constante de (e por) informação é vista, pela
comunicação política, como uma oportunidade para preencher essa constante procura
com eventos cuidadosamente planeados, destinados a serem transformados em histórias
facilmente produzíveis (pelos media) e consumíveis (pela sua audiência).
Os “guardiões dos novos media” procuram, também, já o sabemos, cobrir histórias que
sejam simples, dramáticas, pessoais, previsíveis e fáceis de cobrir sob restrições de prazos.
Portanto, as organizações políticas mostram-se preocupadas e interessadas em capitalizar
essa necessidade com a planificação de eventos mediáticos.
Existem diferentes tipos de eventos mediáticos no que toca à esfera política. Cada um
deles atende a objetivos específicos, desde a comunicação direta de mensagens até à
promoção de causas específicas, acontecimentos internacionais e celebrações especiais. O
que, no entanto, não difere, é o facto de todos, sem exceção, constituírem estratégias
destinadas a construir e gerir uma imagem política e institucional favoráveis. Vejamos…
1. Discurso:
2. Conferência de imprensa:
Discurso que envolve repórteres e jornalistas e que constitui uma conversa seguida de
perguntas e respostas entre eles.
Focado num assunto específico
Usualmente, começa com uma intervenção inicial de um político (neste caso), que sintetiza
a mensagem sobre o assunto em apreço e antecipa as questões dos jornalistas. Só depois
segue o período de perguntas.
3. Town hall:
Exemplo: um prefeito que realiza uma sessão onde os cidadãos podem fazer perguntas
diretamente sobre questões e necessidades locais.
4. Evento temático:
Evento planeado com o fim de chamar a atenção para um tema ou causa específicos.
6. Evento espontâneo:
Pode ser intencionalmente desenhado para parecer não planeado, visando uma cobertura
mediática dinâmica e com movimento.
Exemplo: um político que visita uma área afetada por desastres natural de forma
inesperada para se encontrar com os afetados, gerando cobertura mediática dinâmica.
Podem ser internos (reuniões de um ministro, presidente ou wtv com a sua equipa) ou
externos (reuniões institucionais com outros intervenientes – exemplo: PM recebe partidos
para negociação).
Podem ser planeados com objetivos concretos de trabalho e não necessariamente com um
fim de serem noticiados. São, no entanto, muitas vezes adaptados de modo a
possibilitarem a recolha de imagens e informações por parte dos profissionais do
jornalismo.
9. A visita de Estado:
Evento formal onde o chefe de estado do país anfitrião recebe o chefe de estado do país
convidado.
1. Comício:
Reunião pública em que se tecem críticas ou louvores de cariz social e político ou na qual
um candidato a cargo político se apresenta aos seus apoiantes e procura conquistar votos.
2. Manifestação:
3. Arruada:
Evento associado a esforço de mobilização, tradicionalmente usado em contexto eleitoral
ou de celebração;
Quando usada em contexto eleitoral, procura, geralmente, demonstrar a adesão popular ao
candidato
4. Evento disruptivo:
Exemplo: grupo de ativistas que realiza uma intervenção artística não convencional, num
locam movimentado da cidade para gerar discussões e conscientização sobre a questão.
INOVAÇÃO NA COMUNICAÇÃO POLÍTICA
Bem Epstein discute, na sua obra “The only constant is change”, a questão da inovação na
comunicação política, concentrando-se, principalmente, nas tecnologias de informação e
comunicação (TIC) e explorando de que forma os fatores associados a essas tecnologias
podem influenciar a sua incorporação no processo da comunicação política.
Vejamos: o PCC é essencialmente composto por duas fases: a fase inicial, em que as
práticas e tecnologias de comunicação estão já estabelecidas, amplamente generalizadas e
integradas no processo produtivo (fase da ordem na comunicação política – PCO); e a fase
seguinte, de revolução na comunicação política (PCR), marcada pelos avanços
tecnológicos que, em conjunto com uma série de fatores que abordaremos mais tarde, dão
início a uma nova ordem de estabilidade.
Então, recapitulando: todo o ciclo da comunicação política começa com a fase inicial, de
estabilização. Esta vem, de tempo em tempo, a ser abalada pelo desenvolvimento e
surgimento de novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC). O passo
seguinte, é a sua aceitação e adoção por parte do quadro profissional. Este é um passo
fundamental do PCC, uma vez que o surgimento de uma nova TIC, por si só, não é
suficiente para criar uma revolução.
Já para ser aceite, e, portanto, para ser considerada politicamente viável, a tecnologia em
causa deve passar por alguns testes. Só depois é que entramos na fase de “rutura” com a
ordem estabelecida e de estabelecimento de uma nova ordem estável (revolução da
comunicação política).
Vejamos então quais os fatores que determinam a viabilidade política de uma nova
tecnologia e, portanto, a sua adoção e difusão no quadro e processo produtivo políticos.
O primeiro (e dos mais importantes) aspeto que entra em conta é a questão dos custos a
que vem associada a implementação de novas tecnologias. De facto, a adoção de novas
TICS é dispendiosa. Isto pode, claro, influenciar as decisões que tomam os atores políticos
quanto à sua adoção ou rejeição. Portanto, a disponibilidade de recursos financeiros e
tecnológicos substanciais desempenha um papel crucial na capacidade dos atores políticos
de adotarem tecnologias inovadoras nas suas estratégias comunicativas: organizações que
possuam recursos limitados não se podem dar ao luxo de inovar nas suas formas de
comunicação.
No entanto, parece que quando mais o ciclo de comunicação progride e as novas TIC se
difundem pela sociedade, mais os custos que lhe são associados tendem a diminuir,
tornando-se mais acessíveis a todos. A taxa de diminuição dos custos desempenha,
portanto, um papel crucial na perceção de acessibilidade das TIC e, portanto, na sua
potencial adoção.
Por outro lado, é fundamental que um impulso incentive os atores políticos a deixar a sua
zona de conforto e, portanto, a inovar nas suas abordagens.
De facto, a difusão generalizada de uma TIC não ocorre automaticamente, e muito menos
depende apenas da sua acessibilidade a nível financeiro. Para que os atores políticos
procurem adotar novas formas de comunicar, estas devem ser apresentadas como eficazes
por um pioneiro ou inovador inicial. Se os primeiros inovadores obtiverem sucesso, é
provável que, por mimetismo, os restantes procurem, também, modernizar as suas
estratégias, tomando os primeiros como exemplo e adaptando-se, não só às mudanças
tecnológicas, como às próprias demandas da sociedade. Então, para que uma tecnologia
seja adotada no processo de comunicação política, esta não só se deve de ser acessível,
como também de ser comprovadamente eficaz para o fim a que se propõe.
Epstein parece acreditar que os desafiantes políticos (isto é, os que estão fora do poder),
têm mais propensão para inovar (mais cedo) do que os incumbentes (que já estão no
poder). Isto, porque a inovação traz consigo uma série de riscos políticos para os
incumbentes, de entre os quais o principal é o de redução da audiência ou influência que
já tinham estabelecidas. Já os desafiantes têm menos a perder e, portanto, mais incentivos
para experimentar novas abordagens. De facto, na posição em que estão – de maior
flexibilidade e instabilidade –, a inovação pode até ser vista como uma estratégia eficaz
para a superação de desafios e a captação de apoio. Então, geralmente, os desafiantes
tenderão a testar, primeiro as novas tecnologias que se lhes são apresentadas. Só depois de
se perceber se estas se revelaram eficazes na sua atividade é que os restantes, os
incumbentes, se virão tentados a seguir os passos dos primeiros.
O autor diz-nos também que a velocidade de difusão é outro fator crucial na averiguação
da viabilidade política de uma TIC e da sua capacidade de conduzir a uma PCR. Consta
que uma rápida disseminação, combinada com o acesso conveniente do público às TIC, é
mais propícia para incentivar os atores políticos a inovarem nas suas estratégias de
comunicação. Por outras palavras, é mais provável que os intervenientes políticos inovem
as suas estratégias de comunicação política quando as rápidas taxas de difusão são
combinadas com a capacidade de o público aceder convenientemente às TIC.
Um exemplo ilustrativo é a diferença entre o telefone e o rádio: o rádio teve uma adoção
muito mais rápida do que o telefone, tornando-se mais propenso a criar uma mudança
disruptiva na comunicação política.
Então, o período entre a utilização inicial de uma tecnologia e a sua difusão generalizada é
crucial para avaliar o seu impacto na comunicação política. Tecnologias com períodos
mais curtos entre a introdução inicial e a difusão generalizada tenderão, portanto, a ter
impactos mais significativos na comunicação política.
Nalguns casos, a distinção entre hardware e software pode ser complexa, e a perceção da
complexidade pode ser uma barreira à adoção de novas TICs. Os usuários podem ser
intimidados pela ideia de lidar com tecnologias que parecem complicadas, ou questionar
se os benefícios justificam o tempo e o desconforto de aprender a usar a nova tecnologia.
Nota de agenda
Anexo: em pdf
Melhores cumprimentos,
Título: “agenda”
Subtítulo: “dia da semana, dia do mês, ano” (exemplo: segunda, 20 de outubro, 2023)
Corpo de texto:
Primeiro parágrafo: hora do encontro + quem faz o quê em quê + descrição do encontro
No caso de nos pedirem para realizar uma nota de agenda, no próprio corpo do
mail, sem anexos:
Boa tarde,
Descrição do encontro: para que ser ve, quem participa, em quê e quando
Melhores cumprimentos,
*Assinatura* (emissor)
Save the date
Possui:
Informações (infografia): quando (dia, mês, ano, hora) e contactos (mail do evento ou da
organização)
Quarto parágrafo: informação futura (quando estarão disponíveis mais informações acerca do
evento)
O quê? Evento x
Boa tarde x,
Esperamos que a antecedência com que informamos lhe permita arranjar disponibilidade para
comparecer. Contamos consigo.
Melhores cumprimentos,
*Assinatura* (emissor)
É com um grande desgosto que nos vimos forçados a adiar o evento x, então marcado para o dia
x.
Devido a x, e uma vez que o provimento de um encontro seguro é o nosso primeiro objetivo, o
adiamento do evento pareceu-nos ser a melhor opção.
Pedimos que reser ve a data para o evento, agora marcado para o dia x. Contamos com a sua
presença e disponibilidade!
Melhores cumprimentos,
Assinatura
A instituição x viu-se forçada a adiar o evento x, até então marcado para o dia x.
Devido a x, o evento foi adiado de x tempo. A nova data é x. O evento decorrerá no local x
Convite
POR E-MAIL:
A pessoa/ instituição x tem a honra de convidar V. EXª para o evento x, que terá lugar no dia x,
no local x
Solicitamos a sua confirmação de participação, através do endereço x, até ao dia x.
EM ANEXO: mail
Muito se agradece a melhor atenção de V. Exa para o convite e o programa em anexo, relativo ao
evento x, que se realiza no dia x, às x horas, no local x.
Dia, hora
Local
A sessão contará com a presença de x e terá lugar no dia x, pelas x horas, no local x