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ADMINISTRAÇÃO DE

RECURSOS DE MATERIAIS
Elaboração
Prof. José Wesley

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................................................. 4
1. INTRODUÇÃO – CONCEITOS – OBJETIVOS E FUNÇÕES DA ARM..........................................................................................................5
2. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS...........................................................................................................................................................................6
2.1. OBJETIVOS DO PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS............................................................................................................................... 6

3. TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO......................................................................................................................................................................................9
3.1. CLASSIFICAÇÃO X, Y, Z (CLASSIFICAÇÃO POR IMPORTÂNCIA OPERACIONAL – FUNCIONAL)................................................................... 9
3.2. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS QUANTO À DEMANDA............................................................................................................................................10
3.3. MATERIAIS LÍQUIDOS...............................................................................................................................................................................................................10
3.4. MATERIAL OBSOLETO..............................................................................................................................................................................................................10
3.5. MATERIAIS INSERVÍVEIS..........................................................................................................................................................................................................10
3.6. MATERIAIS PERECÍVEIS............................................................................................................................................................................................................11
3.7. MATERIAIS CRÍTICOS................................................................................................................................................................................................................11
3.8. MATERIAIS PERIGOSOS............................................................................................................................................................................................................12
3.9. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS POR APLICAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO...............................................................................................................13

4. CLASSIFICAÇÃO ABC – CURVA ABC E SISTEMAS DE LOGÍSTICOS (JUST IN TIME E JUST-IN-CASE).......................................14


4.1. CLASSIFICAÇÃO ABC – CURVA ABC...................................................................................................................................................................................14
4.2. VERTICALIZAÇÃO E HORIZONTALIZAÇÃO......................................................................................................................................................................18

5. A GESTÃO DE ESTOQUES – PARTE 1.................................................................................................................................................................18


5.1. NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO.............................................................................................................................................................................................19
5.2. TAXA DE ROTATIVIDADE OU GIRO DE ESTOQUE...........................................................................................................................................................20
5.3. TAXA DE COBERTURA OU ANTIGIRO.................................................................................................................................................................................20
5.4. MÉTODOS DE PREVISÃO DE CONSUMO (PREVISÃO DE DEMANDA)...................................................................................................................20
5.5. MODELOS DE EVOLUÇÃO DE CONSUMO........................................................................................................................................................................22
5.6. CUSTO DE UM ESTOQUE.........................................................................................................................................................................................................23

6. A GESTÃO DE ESTOQUES – PARTE 2.................................................................................................................................................................26


6.1. GRÁFICO DENTE DE SERRA (CURVA DENTE DE SERRA).............................................................................................................................................26
6.2. TEMPO DE REPOSIÇÃO (TR) / LEAD TIME OU INTERVALO DE RESSUPRIMENTO.............................................................................................27
6.3. SISTEMAS DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES........................................................................................................................................................................28

7. SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES......................................................................................................................................................30


8. GESTÃO DE COMPRAS...........................................................................................................................................................................................31
8.1. ORGANIZAÇÃO DO SETOR DE COMPRAS........................................................................................................................................................................31
8.2. ETAPAS DO PROCESSO............................................................................................................................................................................................................31
8.3. PERFIL DO COMPRADOR........................................................................................................................................................................................................33
8.4. MODALIDADES DE COMPRA.................................................................................................................................................................................................33
8.5. CADASTRO DE FORNECEDORES..........................................................................................................................................................................................34
8.6. CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO SETOR DE COMPRAS....................................................................................................................34

9. LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS (LEC)..........................................................................................................................................................36


10. GESTÃO DOS CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO.................................................................................................................................................37
10.1. ARRANJO FÍSICO (LEIAUTE) = PLANO DE OCUPAÇÃO OU DESENHO...............................................................................................................37
10.2. DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS............................................................................................................................................................................................43
10.3. MODAIS DE TRANSPORTE DE MATERIAIS.....................................................................................................................................................................43
10.4. MODALIDADES DE FRETE....................................................................................................................................................................................................44

11. GESTÃO PATRIMONIAL........................................................................................................................................................................................44


11.1. INVENTÁRIO...............................................................................................................................................................................................................................45

12. CLASSIFICAÇÕES DE INVENTÁRIO FÍSICO...................................................................................................................................................46


12.1. ALTERAÇÃO E BAIXA PATRIMONIAL................................................................................................................................................................................48

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APRESENTAÇÃO

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos


conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da
área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que
busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica
impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

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1. INTRODUÇÃO – CONCEITOS –
OBJETIVOS E FUNÇÕES DA ARM
Embora tenhamos uma infinidade de organizações públicas que possuem finalidades
distintas, ainda assim podemos notar que, entre elas, existem vários fatores convergentes,
entre os quais podemos afirmar a necessidade de recursos materiais para o desempenho
de suas atividades.

A ARM é a área da Administração que tem, entre outros, o objetivo de:

»» maximizar a utilização de recursos para evitar desperdícios;

»» suprir adequadamente os diversos setores e departamentos de uma organização


com os materiais necessários ao desempenho das suas atividades;

»» armazenar os materiais no formato e no local adequados;

»» minimizar os níveis de estoque, sem prejudicar as operações da organização.

OBSERVAÇÃO

A maioria dos autores entende que o principal objetivo da ARM é otimizar a utilização
dos recursos materiais da organização, ou seja, a ARM busca maximizar a utilização
dos recursos da organização, a fim de evitar desperdícios.

VALE A PENA DESTACAR ESSA VISÃO de DIAS (2010)

Segundo Dias (2010: 127), “A minimização dos estoques, tanto de matérias-primas


quanto de produtos acabados, e a redução dos tamanhos dos lotes, e consequentemente
dos lead times, também se configuram como agentes de redução de custo”.

Atividades características da ARM

»» Gestão de estoques.

»» Gestão de compras.

»» Gestão dos centros de distribuição.

Agora que vimos uma pequena introdução da matéria, podemos entrar na classificação
de materiais. Fiquem atentos para cada detalhe...

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2. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS
Atributos da classificação de materiais: esses atributos são características
fundamentais que as classificações devem possuir.

De acordo com Viana (2000), existem três atributos de um sistema de classificação de


materiais:

a. Abrangência

A classificação deve ser abrangente o suficiente para abordar aspectos físicos,


financeiros, estruturais, pois todos são essenciais em um sistema de classificação.

b. Flexibilidade

Um sistema de classificação deve ser flexível a fim de que possa ser melhorado
e adaptado sempre que for conveniente. Um sistema de classificação flexível
possibilita realizar interfaces entre as classificações.

c. Praticidade

A classificação de materiais deve ser direta e objetiva, ou seja, simples o suficiente


para não demandar maior desgaste do administrador.

2.1. OBJETIVOS DO PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO DE


MATERIAIS

Seguem agora os objetivos da classificação de materiais, também considerados como


etapas do processo de classificação de materiais.

a. Catalogação

É o levantamento dos materiais existentes na organização (conjunto de dados


relativos a todos os materiais que há na organização), visando a otimizar a
consulta por qualquer departamento da empresa.

b. Simplificação

É um processo que busca identificar quais são os itens que estão em duplicidade,
ou seja, quais itens que existem com a mesma finalidade e que alcançam os
mesmos resultados. O objetivo é lançar apenas um deles no catálogo e eliminar
as duplicidades.

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c. Identificação/Especificação

É o detalhamento do item; especificação detalhada do item (detalhamento de


cada material, individualizando-o e adequando-o à linguagem do mercado).

d. Normalização

Estabelecimento das normas para o manuseio do item, normas de segurança.


No Brasil, a Associação Oficial para Normalização é a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT).

e. Padronização

Padronizar o emprego e o uso do material, facilitando o controle e o diálogo


com o mercado.

f. Codificação de materiais

Estabelece um código para cada item. Os referidos códigos poderão ser alfabéticos,
numéricos ou alfanuméricos.

OBSERVAÇÃO

O sistema decimal (numérico) é o mais utilizado por ser de fácil memorização.

Destacam-se entre as codificações:

◦◦ Decimal

O sistema decimal é oriundo de bibliotecas, que já empregavam a Classificação


Decimal Universal, esta considerada a mais simples das classificações.

Os códigos são identificação, classe e grupo.

Em que:

a. Identificação: especificidade individual do produto.

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b. Classe: distingue materiais de um mesmo grupo. Ex.: fios elétricos (são


do grupo material elétrico).

c. Grupo: distinção macro dos produtos. Ex.: material elétrico.

◦◦ Federal Supply Classification (FSC)

É um sistema americano criado para classificar os materiais movimentados


pelos diversos departamentos do governo americano. O código atribuído ao
item, nesse caso, é denominado Federal Stock Number (FSN).

É composto de 11 algarismos, sendo estruturado em quatro partes: grupo,


subgrupo, classe e número de identificação.

Veja como caiu em prova!

Banca: CESPE Ano: 2017

Órgão: TRF - 1ª REGIÃO

Prova: Analista Judiciário - Área Administrativa

A respeito da classificação e da codificação de recursos materiais, julgue o item


a seguir.

O sistema de codificação de materiais FSC (federal supply classification) é composto


de onze algarismos, estruturados da seguinte forma: um conjunto de quatro dígitos,
no qual os dois primeiros correspondem ao código de grupo, e os dois seguintes,
em conjunto com os dois primeiros, ao número de identificação; e um conjunto de
sete dígitos, que correspondem ao código de classe.

Comentário: o examinador fez a maior confusão na questão. Os dois primeiros


dígitos representam o Grupo, os dois subsequentes representam a classe, os
próximos seis subsequentes indicam o número de identificação do item e, por
fim, o último indica o subgrupo. Total de 11 dígitos, mas não do modo como foi
afirmado na questão. Item errado.

◦◦ Chambre Syndicale de la Sidérurgie Française (CSSF) – Câmara


Sindical da Siderurgia Francesa

É um sistema francês de codificação que classifica os materiais em normalizados


e específicos.

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a. Normalizados: são aqueles materiais que têm ampla aplicação, ou seja,


não são específicos para uma máquina ou equipamento (Ex.: lâmpadas,
parafusos, roscas...).

b. Específicos: são materiais com aplicabilidade específica a determinada


máquina ou equipamento (ex.: cartucho para impressoras a laser).

3. TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO

3.1. CLASSIFICAÇÃO X, Y, Z (CLASSIFICAÇÃO POR


IMPORTÂNCIA OPERACIONAL – FUNCIONAL)

É uma classificação de materiais de caráter qualitativo que se fundamenta na análise


da relevância dos materiais para as atividades da organização, ou seja, se analisa a
criticidade dos materiais. Consideram-se três critérios:

»» essencialidade do item para as atividades vitais da organização;

»» possibilidade de substituição por item equivalente;

»» facilidade de aquisição.

A classificação funcional (X, Y, Z) divide os itens em três Classes:

3.1.1. ITENS X

»» Não essenciais para as atividades vitais da organização.

»» Podem ser substituídos por similares facilmente.

»» São materiais de baixa criticidade.

3.1.2. ITENS Y

»» Materiais importantes para a organização, contudo, existem similares para


substituí-los.

»» São materiais de criticidade intermediária.

3.1.3. ITENS Z

»» São materiais vitais ou críticos para a organização.

»» Não existem similares para substituí-los facilmente, sem gerar prejuízos.

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3.2. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS QUANTO À DEMANDA

Vamos tratar de uma classificação que analisa a conveniência de manter o item em


estoque, nesse caso, os materiais são divididos em duas subclasses:

3.2.1. MATERIAIS DE ESTOQUE (ESTOCÁVEIS)

Materiais cuja demanda é previsível e cujo armazenamento naturalmente mostra-se


conveniente. Os materiais com essa característica tendem a manter um processo de
ressuprimento automático conforme a necessidade da organização.

3.2.2. MATERIAIS DE NÃO ESTOQUE (NÃO ESTOCÁVEIS)

Materiais cuja demanda não é previsível, por isso não é conveniente estocá-los, mas
isso não quer dizer que é proibido. Por exemplo, existem materiais que, apesar de não
possuírem demanda previsível, não podem faltar na organização sob pena de prejudicar
as suas atividades vitais. Nesse caso, percebe-se que os itens terão de ser estocados
com base no risco. Falei isso para você não achar que o fato de ser denominado não
estocável quer dizer que é proibido estocar.

3.3. MATERIAIS LÍQUIDOS

São materiais que podem ser facilmente convertidos em dinheiro. Esse conceito deriva
do estudo dos ativos de uma organização.

É importante destacar que alguns itens são facilmente vendidos, podemos chamá-los
de líquidos, mas existem outros que, para que sejam vendidos, exigem uma redução
significativa de preços, a esses chamaremos de ilíquidos.

3.4. MATERIAL OBSOLETO

São materiais ultrapassados, normalmente isso ocorre em virtude de uma inovação


tecnológica, o que pode tornar o item inservível. No entanto, não podemos confundir
obsoleto com inservível, pois são conceitos distintos.

3.5. MATERIAIS INSERVÍVEIS

São materiais que não estão servindo para a organização. Classificar o material como
inservível pode ser uma consequência de alguns fatores, como, por exemplo, o material

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está há muito tempo parado e sem qualquer utilização, está com defeito (avaria), tem
baixo rendimento...

São considerados inservíveis os quatro tipos abaixo:

1. Irrecuperáveis: materiais que possuem avaria e o conserto orça mais do que


50% do seu valor de mercado.

2. Recuperáveis: materiais que possuem avaria e o conserto orça até 50% do


seu valor de mercado.

3. Antieconômicos: materiais de baixo rendimento ou cujo funcionamento é


bastante oneroso.

4. Ociosos: materiais parados e sem qualquer utilização por um bom tempo (em
geral, mais de seis meses parado, considera-se inservível).

3.6. MATERIAIS PERECÍVEIS

Materiais que têm pouca durabilidade e “estragam” com facilidade, pois terão suas
propriedades físicas e químicas alteradas com o tempo e, por isso, perdem suas
funcionalidades. Em resumo, podemos dizer que são materiais que têm prazo de validade.

ATENÇÃO

Já tivemos questão afirmando que materiais perecíveis são não estocáveis, lembre-se
de que isso é errado. Os materiais perecíveis exigem maior cuidado e gestão, mas
não posso afirmar que são não estocáveis.

3.7. MATERIAIS CRÍTICOS

Inicialmente, o conceito de material crítico estava associado a duas características, sendo:

»» materiais de demanda não previsível;

»» materiais essenciais às atividades vitais de uma organização.

Além disso, devemos considerar que essas características permitem inferir que os
materiais críticos serão consumidos integralmente nas organizações, o que mostra não
haver alto risco de obsolescência (risco de ficar ultrapassado).

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Um conceito também admitido, a título de prova de concurso, é que os materiais


críticos são aqueles que, por alguma razão, demandam maior esforço por parte da
administração, como, por exemplo, materiais de alto custo de aquisição, de difícil
transporte e armazenamento...

Segundo Viana (2011, p. 56), materiais críticos:

“São materiais de reposição específica de um equipamento ou de um grupo de


equipamentos iguais, cuja demanda não é previsível e cuja decisão de estocar
tem como base o risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos
produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando,
portanto, sujeitos ao controle de obsolescência”.

3.8. MATERIAIS PERIGOSOS

São aqueles que oferecem risco à saúde e/ou à vida de pessoas e animais. Têm como
principais exemplos os materiais explosivos, líquidos e sólidos inflamáveis, materiais
radioativos, corrosivos, oxidantes, venenosos, etc. Nesses casos, devem-se definir as
instruções para o almoxarife, os cuidados durante a movimentação e o sistema de
transporte apropriado.

Veja como esse assunto foi cobrado!

(CESPE – 2014 – DPF – Agente Administrativo) Classificam-se como materiais perigosos


o muito venenoso, o espontaneamente inflamável, o aerodispersoide pesado, o tóxico
e o corrosivo, devendo-se definir, a partir de suas peculiaridades, as instruções para o
almoxarife, os cuidados durante a movimentação e o sistema de transporte apropriado.

Comentário: a questão foi extremamente maldosa ao colocar o termo


aerodispersoide pesado, pois ele não representa material perigoso.
Aerodispesoide é uma substância qualquer que dispersa no ar. Também não
há a classificação dele em pesado, por exemplo. Portanto, item errado.

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3.9. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS POR APLICAÇÃO NA


ORGANIZAÇÃO

3.9.1. MATÉRIA-PRIMA

São itens básicos iniciais do processo produtivo. Nesse rol, incluem-se os insumos, ou
seja, tudo aquilo que é base para iniciar o processo de transformação; materiais que irão
integrar o produto final e sofrem transformações no decorrer do processo.

OBSERVAÇÃO

As matérias-primas podem ser adquiridas de fornecedores externos (horizontalização)


ou produzidas internamente pela organização (verticalização).

3.9.2. MATERIAL EM PROCESSO OU MATERIAIS EM PROCESSAMENTO

São materiais que já iniciaram a transformação, mas ainda não estão acabados. É um
estágio intermediário do processo de transformação.

3.9.3. MATERIAL SEMIACABADO

São materiais em processamento, mas, nesse caso, estão quase prontos, ou seja, estão
em estágio mais avançado de transformação do que os materiais em processamento.

3.9.4. MATERIAL ACABADO

São materiais que, apesar de estarem prontos, não representam aquilo que se deseja
oferecer ao cliente diretamente, ou seja, irão integrar o produto final.

3.9.5. PRODUTO ACABADO OU PRODUTO FINAL

São materiais produzidos e que estão prontos para serem disponibilizados ao cliente.
São os itens produzidos, mas ainda não vendidos. Representam aquilo que se deseja
oferecer aos clientes.

3.9.6. MATERIAL AUXILIAR

Materiais que auxiliam na execução e na transformação do produto, mas que não


compõem o produto final.

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4. CLASSIFICAÇÃO ABC – CURVA ABC E SISTEMAS DE


LOGÍSTICOS (JUST IN TIME E JUST-IN-CASE)

4.1. CLASSIFICAÇÃO ABC – CURVA ABC

A classificação ABC tem fundamento na teoria de Vilfredo Pareto, economista que


estudava a distribuição de renda da população. Ele, entre outros aspectos, percebeu
que, em geral, havia uma relação entre uma pequena fração da população (20%) que
representava muito capital (80%). Esse teórico cunhou algumas frases como: POUCOS,
porém VITAIS.

Essa teoria teve aplicabilidade na gestão da qualidade, na qual Juran destacou que,
em geral, 20% das causas geram 80% dos efeitos. Na ARM, isso também se aplica,
mas, na estrutura de controle de estoques, tem-se que, em geral, 20% dos itens de uma
organização equivalem a 80% do valor monetário do conjunto desses itens. Daí dividimos
os materiais da organização em três classes:

1. Classe A

2. Classe B

3. Classe C

A Classe A representa a menor fração de itens do estoque, mas, ao mesmo tempo, é


o conjunto de itens que representa o maior monetário do conjunto (NÃO É VALOR
UNITÁRIO), daí associar aos percentuais 20/80.

A classificação ABC busca identificar os itens de maior valor de demanda ou de


consumo em um período considerado.

Esse valor de consumo (valor de demanda) é o produto entre o valor consumido e o


custo unitário.

Quantidade consumida (Demanda) x Custo (valor) unitário = Valor de demanda

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Observe esta tabela como exemplo:

O item com código 12 tem o maior valor de demanda dos itens, que é 360 mil (36%). O
item com código 25 tem valor de demanda igual a 280 mil (28%).

...

A tabela tem os dados ordenados e, na última coluna, há porcentagem acumulada, ou


seja, junta-se o item 12 ao 25, o que totaliza 640 mil (64%). Assim, percebemos que, ao
chegarmos no item 15, teremos no total 800 mil (80%), isso significa que, juntos, esses
itens (12, 25, 11 e 15) representam 80% do valor total do estoque, são, por isso, da classe
A, ou seja, justificam maior atenção do gestor de materiais.

Normalmente, o valor de demanda se distribui da seguinte forma:


Classe A – 80%
Classe B – 15%
Classe C – 5%

1. Classe A: composta de poucos itens (20%), mas cujo valor monetário do conjunto
desses itens (80%) é bastante expressivo quando se considera o estoque total.

›› Composta de itens de maior valor de demanda em um período considerado,


ou seja, representa a maior parte do valor monetário dos estoques;

›› Composta de poucos itens, ou seja, representa a menor fração de itens do


estoque (20%);

›› Justifica maior atenção do administrador.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

2. Classe “B”

Composta de itens de valor de demanda intermediário, ou seja, possuem menor


valor de demanda do que os itens da classe “A” e maior valor de demanda do que
os itens da classe “C”.

3. Classe “C”

›› Composta de itens de menor valor de demanda, ou seja, o valor monetário do


conjunto (5%) é pouco expressivo quando comparado com o estoque total;

›› Composta de muitos itens, ou seja, representa a maior fração de itens do estoque,


algo em torno de 40% a 50% do total de itens.

›› Não justifica maior atenção do administrador.

4.1.1. CURVA ABC

Esse gráfico se constrói com base no produto entre o valor de consumo e o custo
unitário. Os diferentes valores de demanda dos itens da classe A, B e C geram a curva
no gráfico. Então, o fato de haver uma curva e não uma reta já nos permite afirmar que
há concentração, ou seja, a maior parte do valor do estoque se concentra em uma classe
(Classe A). Sendo assim, quando há uma reta, podemos afirmar que o valor total do
estoque está bem distribuído entre os itens.

»» Na curva, no eixo das abscissas, da esquerda para a direita, os itens são ordenados
em A, B e, por fim, C.

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»» No eixo das ordenadas, encontram-se os valores acumulados.

4.1.2. JUST IN TIME E JUST-IN-CASE

Disponível em: < http://www.clubedoconcreto.com.br >.

»» Just in time

›› É um sistema de produção enxuta ou puxada.

›› O objetivo é eliminar totalmente as perdas.

›› O sistema just in time nasceu na década de 1970 na Indústria Toyota de produção.

›› É um sistema diferente do convencional (just-in-case).

›› Uma característica do just in time é a busca por maior celeridade para produção.

›› Vale destacar que essa pressa para produzir pode gerar produtos de baixa
qualidade.

»» Just-in-case

›› É uma política tradicional de produção, que visa a armazenar maiores quantidades


de materiais.

›› Tem as vantagens de sempre possuir mercadoria para o cliente.

›› Diminui a dependência de fornecedores externos.

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4.2. VERTICALIZAÇÃO E HORIZONTALIZAÇÃO

Disponível em: <http://mameconomia.com>.

4.2.1. VERTICALIZAÇÃO

É o caso em que a organização se torna sua própria fornecedora de matéria-prima,


diminuindo a necessidade de fornecedores externos (Ex.: GM, Faber Castel).

4.2.2. HORIZONTALIZAÇÃO

É o caso em que a organização não produz sua própria matéria-prima, necessitando


de fornecedores externos. É típico de organizações modernas (Ex.: Sistema Toyota de
Produção).

5. A GESTÃO DE ESTOQUES – PARTE 1


Primeiro precisamos pensar acerca do conceito de estoque. Começo dizendo que estoque
não é um local físico, mas a própria mercadoria ou o conjunto de materiais armazenado.
O local é denominado armazém, almoxarifado ou depósito. A denominação depende,
em geral, do material armazenado.

Então, vamos lá... Qual o conceito de estoque?

Estoque é toda porção de recurso material armazenada para ser utilizada em tempo oportuno,
ou qualquer outro tipo de recurso material acumulado em um sistema de transformação. Esse
último conceito foi abordado por Slack et al. (1997).

Entre os objetivos da gestão de estoques, encontra-se o de garantir o abastecimento de


materiais à organização. Consequentemente, essa área da administração deve atuar como
conciliadora de interesses conflitantes entre os diversos departamentos. Por exemplo,
para o departamento de vendas, o ideal seria maiores volumes de materiais armazenados

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

para facilitar no marketing de atendimento ao cliente. Entretanto, para o departamento


financeiro, o ideal é minimizar os níveis de estoque, já que ele representa capital parado.
Nesse aspecto, cabe à administração de estoques desenvolver um planejamento para
atender a 100% do nível de serviço logístico, ou seja, atender a todas as demandas dos
seus respectivos clientes.

5.1. NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO

É um conceito referente à capacidade do almoxarifado de uma organização de atender


corretamente aos pedidos que recebe dos clientes. Veja esta definição:

“Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado, é o
tempo necessário para se entregar um pedido ao cliente” (Ronald H. Ballou)

O nível de serviço é composto de vários elementos:

»» Elementos Pré-Transação: são os fatores que devem ser observados antes


do atendimento ao cliente. Por exemplo: deve-se definir a política de trocas e
devoluções, as medidas de contingenciamentos...

»» Elementos de Transação: são fatores que devem ser observados durante o


atendimento ao cliente. Por exemplo: o nível do estoque, o tempo de espera, a
qualidade no atendimento, etc.

»» Elementos Pós-Transação: são fatores que devem ser observados após o


atendimento ao cliente. Por exemplo: a assistência técnica, a montagem, a instalação,
etc.

Para o cálculo do NSL, podemos considerar as razões apresentadas a seguir:

Total de pedidos atendidos corretamente


NSL =
Total de pedidos preenchidos
Ou
Total de itens entregues corretamente
NSL =
Total de itens requisitados

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

5.2. TAXA DE ROTATIVIDADE OU GIRO DE ESTOQUE

É um indicador matemático que representa quantas vezes o estoque foi renovado em


determinado período.

É possível afirmar que o giro de estoque é um fator positivo e que deve ser buscado pelo
administrador de materiais.

Podemos calcular o giro por meio da seguinte equação:

consumo médio anual


Rotatividade =
estoque médio

5.3. TAXA DE COBERTURA OU ANTIGIRO

É o intervalo de tempo médio em que o estoque atende (cobre) a demanda da organização,


por isso é chamado de taxa de cobertura. Em outros termos, podemos afirmar que o
antigiro representa “de quanto em quanto tempo o estoque se renova”.
estoque médio
Cobertura =
consumo

5.4. MÉTODOS DE PREVISÃO DE CONSUMO (PREVISÃO DE


DEMANDA)

Antes de entrar efetivamente nos métodos de previsão de consumo, vamos ver os modelos
teóricos que podem ser cobrados em prova...

Para a previsão de demanda, utilizam-se informações qualitativas e quantitativas.

a. Projeção (quantitativo): método quantitativo (matemático); considera os dados


passados para a previsão do consumo de períodos futuros.

b. Predileção (qualitativo): método qualitativo (não matemático); considera a


opinião de especialistas ou funcionários como referência para previsão de
consumo.

c. Explicação (quantitativo): método quantitativo (matemático); para a previsão


de consumo, considera uma variável cuja evolução seja conhecida ou previsível.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

5.4.1. MÉTODO DO ÚLTIMO PERÍODO

É o método que considera apenas o valor de consumo do último período como sendo o
valor de consumo do período seguinte, ou seja, é um método básico que se pauta apenas
na projeção do valor de consumo do último período para o período seguinte como forma
de previsão de consumo.

Qual o provável consumo do mês de setembro utilizando-se o método do último período?


Resposta: 300.

5.4.2. MÉTODO DA MÉDIA MÓVEL (MM) – MÉDIA ARITMÉTICA

É um método de previsão de consumo que utiliza a média aritmética entre os valores


de consumo dos períodos anteriores. Tem como desvantagem o fato de não atribuir
diferentes pesos para os valores de consumo dos períodos.

Outra desvantagem característica desse método é o fato de manusear muitas informações


passadas para previsão de consumo.

5.4.3. MÉTODO DA MÉDIA MÓVEL PONDERADA (MMP)

É o método de previsão de consumo que utiliza a média ponderada como previsão de


consumo. É considerado um método complexo.

Nesse método, atribuem-se pesos maiores aos valores de consumo dos períodos mais
recentes. Ou seja, quanto mais recente for o dado, maior será a influência dele no resultado.

Esse método também apresenta a desvantagem de manusear muita informação passada.

5.4.4. MÉTODO DA MÉDIA MÓVEL EXPONENCIALMENTE PONDERADA


(MMEP):

Pode ser denominado método da Média com Suavização Exponencial (MMSE)

21
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Esse método nasceu a fim de minimizar os erros gerados pelo uso de muitas informações
passadas, por isso ele utiliza apenas três informações, a saber:

»» a previsão de demanda do último Período (Cp);

»» o consumo real (efetivo) do último período (Cr);

»» o valor do coeficiente de ajuste (β).

β X Cr + (1- β) x Cp

5.5. MODELOS DE EVOLUÇÃO DE CONSUMO

Esses são os modelos tradicionais e genéricos de evolução de consumo. O assunto é


simples, mas necessário.

5.5.1. EVOLUÇÃO DE CONSUMO COM TENDÊNCIA

Há uma evolução abrupta que pode ser:

a. Crescente

Ocorre quando há uma evolução abrupta crescente ao longo do tempo.

b. Decrescente

Modelo de evolução de consumo que tem queda abrupta no consumo com o


passar do tempo.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

5.5.2. EVOLUÇÃO DE CONSUMO HORIZONTAL

Apresenta o consumo médio constante.

5.5.3. EVOLUÇÃO DE CONSUMO SAZONAL OU COM SAZONALIDADE DE


DEMANDA

Apresenta variação regular em alguns períodos.

5.6. CUSTO DE UM ESTOQUE

Não há um conceito universal ou consensual a respeito dos custos de estoque. Contudo,


é certo afirmar que o custo de estoque engloba valores diversos, como aqueles referentes
ao custo do item, de armazenamento, de pedido, de falta de estoque, de capital, entre
outros.

Do custo de estoque, destacam-se os seguintes custos:

»» custo de armazenamento;

»» custo de pedido.

23
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

IMPORTANTE

É sempre bom lembrar que alguns custos são diretamente proporcionais à quantidade
de itens e ao tempo de permanência deles armazenado. Outros são inversamente
proporcionais, mas ainda existem aqueles que são fixos, ou seja, independem da
quantidade de materiais armazenados e do tempo de permanência deles.

Atenção!

Também se pode considerar o seguinte entendimento:

Custo de estoque = Custo de pedido + Custo de armazenagem

Sobre o custo de pedido...

Não estamos tratando de custo dos itens de material, mas, sim, do custo com o processo
de pedido ou produção.

Isso inclui: telefone, luz, funcionários, material de escritório necessário, ou seja,


quaisquer recursos necessários para que seja realizado o processo de pedido.

Observe que, neste caso, assumir-se-á que o valor que se gasta com o processo é fixo.

Veja, no gráfico, como isso se representaria...

24
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Sobre o custo de armazenagem ou estocagem de materiais...

O custo de armazenagem é a soma dos custos de capital, de seguro, de transportes, de


obsolescência e de despesas diversas, compostos de uma parte variável e de uma parte
fixa, que independe da quantidade de material em estoque.

5.6.1. OUTROS CONCEITOS DE CUSTOS

Custos de carregamento:

São todos aqueles que decorrem da necessidade de se manter ou carregar estoques.

É a soma:

custo de armazenamento + custo de capital

Custo de Capital (CK)

Também está incluído no custo de carregamento e significa os juros associados ao


valor de compra ou de produção dos itens armazenados. Em resumo, pode-se afirmar
que representa aquilo que se “perde” por imobilizar um capital com a aquisição de
mercadorias, mas poderia ser investido de outra forma.

Em que: Em que:
CA = custo de armazenagem; j = taxa de juros, por determinado período;
CK = custo de capital; P = custo estimado para a produção do item de estoque.
CC = custo de carregamento.

25
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

6. A GESTÃO DE ESTOQUES – PARTE 2

6.1. GRÁFICO DENTE DE SERRA (CURVA DENTE DE SERRA)

O gráfico dente de serra é um modelo teórico que representa a evolução dos níveis de
estoque ao longo do tempo. Em virtude da variação de níveis entre o máximo e o mínimo,
também pela reposição, temos um desenho que lembra os dentes de uma serra. Daí o
nome do referido gráfico: DENTE DE SERRA.

Observe que a reposição ocorre em tempo hábil para que não haja o consumo do estoque
mínimo (estoque de segurança).

6.1.1. ESTOQUE MÁXIMO

É a quantidade de estoque que garante abastecer a organização em um período


predeterminado mais o estoque de segurança. O nível máximo é sempre importante
definir em qualquer sistema de controle de estoque.

Estoque Máximo = (Estoque Mínimo + Lote de Compras)

6.1.2. ESTOQUE MÍNIMO (ESTOQUE DE SEGURANÇA OU ESTOQUE


ADICIONAL)

O estoque mínimo é uma quantidade de material que, em nível ideal, não deve ser consumida,
salvo em situações emergenciais (como atraso de fornecedor e aumento inesperado de
demanda). O estoque de segurança existe a fim de se evitar o desabastecimento.

26
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

ATENÇÃO

O estoque mínimo não é a quantidade que sinaliza o início do processo de reposição.


Esse começo do sistema de processo de reposição deve ocorrer quando se atinge o
ponto de pedido. Cuidado com esse peguinha!

6.1.3. PONTO DE PEDIDO (PP)

É uma quantidade de materiais que, quando atingida, provoca um novo pedido para
reposição.

É uma quantidade de materiais que a organização deve ter para atender à demanda
durante o tempo de reposição.

PP = (consumo x tempo de reposição) + estoque de segurança

6.2. TEMPO DE REPOSIÇÃO (TR) / LEAD TIME OU INTERVALO


DE RESSUPRIMENTO

É o intervalo de tempo que decorre do instante em que se percebe a necessidade de


reposição até o momento da chegada da mercadoria na organização.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

OBSERVAÇÃO

Em algumas questões de prova, o examinador aponta o tempo de reposição como


sendo o período de demora do fornecedor desde a colocação do pedido. Não tem
problema, é um possível entendimento.

6.3. SISTEMAS DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES

6.3.1. SISTEMA DE 2 GAVETAS

»» Este é o sistema mais simples de controle de estoque.

»» Consistem em duas embalagens (gavetas, caixas...) cheias de determinado produto.

»» Inicialmente, utilizam-se apenas os itens da 1ª gaveta até que a última unidade


seja consumida.

»» Em seguida, efetua-se o pedido.

»» Enquanto isso, utilizam-se os materiais da 2ª gaveta.

»» A 2ª gaveta deverá dar condições de abastecer a organização enquanto o fornecedor


não chega com o lote de compras, além disso deve ter uma quantidade sobressalente
para situações emergenciais, tais como o atraso do fornecedor ou a sazonalidade
no consumo.

ATENÇÃO

Observação 1: a segunda gaveta não é o estoque de segurança, mas o inclui.

Observação 2: neste caso, o sistema de 2 gavetas é adequado para os materiais da


classe “C”, da classificação ABC, segundo o teorema de Pareto.

Observação 3: é um método simplificado do sistema de máximos e mínimos (pois,


em ambos os sistemas, o pedido é feito quando a quantidade de materiais chega
em nível predeterminado).

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

6.3.2. SISTEMA DE MÁXIMOS E MÍNIMOS (PONTO DE PEDIDO OU


REPOSIÇÃO CONTÍNUA)

»» A reposição ocorre quando o estoque atinge um nível predeterminado.

»» O intervalo de tempo entre as reposições pode variar.

»» A quantidade de mercadoria é fixa em cada pedido.

6.3.3. SISTEMA DE REVISÕES PERIÓDICAS, RENOVAÇÕES PERIÓDICAS


OU REPOSIÇÕES PERIÓDICAS

»» A reposição ocorre quando se atinge um tempo preestabelecido (mensalmente,


anualmente, por exemplo).

»» Há intervalo de tempo fixo entre as reposições (denominados períodos de revisão).

»» A quantidade de materiais de cada pedido é variável, ou seja, dependerá da demanda


ou do consumo do item no período anterior.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

7. SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES


Agora nós vamos estudar os sistemas de avaliação de estoques. Destaque-se que os
itens armazenados em estoque precisam ser avaliados levando-se em consideração os
valores de entrada.

PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou, no inglês, FIFO

»» Também se denomina FIFO (First in, First out).

»» O primeiro item a entrar (mais antigo) é o primeiro a sair (ou seja, será o primeiro
a ser considerado para efeito de cálculo de custos).

»» É aceito pela legislação tributária brasileira.

»» É recomendado para períodos deflacionários

UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) ou, no inglês, LIFO

»» Também se denomina LIFO (Last in, first out).

»» O valor do último item a entrar (mais novo) é o primeiro a ser considerado para
efeito de cálculo de saída.

»» Não é aceito pela legislação tributária brasileira.

»» É o sistema de avaliação de estoques mais recomendado para períodos inflacionários.

Custo Médio

»» É um sistema de avaliação de estoques que focaliza o custo médio dos bens; para
tanto, realiza-se uma média ponderada, considerando como pesos as quantidades
de materiais que são adquiridas de cada preço.

»» É o sistema de avaliação de estoques mais utilizado durante períodos inflacionários,


uma vez que a média realizada atenua os efeitos das alterações de preço.

FEFO (PVPS – Primeiro que Vence, Primeiro que Sai)

»» First Expire; First Out (FEFO).

»» Só se fala em FEFO quando os materiais têm prazos de validade.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

8. GESTÃO DE COMPRAS

8.1. ORGANIZAÇÃO DO SETOR DE COMPRAS

O setor de compras é um dos blocos de trabalho bastante estratégico. O papel dele gera
impactos em toda a organização. Para uma maior organização do setor de compras, é
necessário que os objetivos estejam bem definidos e que o planejamento seja voltado
para atender a 100% do nível de serviço logístico, o que quer dizer buscar atender a
todos os pedidos e solicitações que são feitos. Claro, tudo dentro do que é conveniente
para a organização!

Atenção para algumas considerações úteis na organização do setor de


compras:

»» deve haver um monitoramento contínuo dos níveis de estoque a fim de evitar a


ruptura (falta de materiais);

»» deve haver um bom cadastro de fornecedores a fim de proporcionar negociações


com bom preço, qualidade e celeridade na entrega dos produtos;

»» buscar preços menores, mas sem comprometer a qualidade do produto;

»» deve-se conhecer bem o público-alvo (o cliente);

»» buscar sempre manter uma relação ganha-ganha com clientes, fornecedores etc.

Pilares do Setor de Compras e Etapas do Ciclo de Compras

1. Bom preço.

2. Qualidade.

3. Rapidez.

8.2. ETAPAS DO PROCESSO

Não há um consenso entre os autores acerca das etapas e da sequência lógica do processo
de compras. Uma excelente visão para você adotar e levar para sua prova é:

1. Levantamento das necessidades de materiais na organização.

2. Cotação de compras.

3. Pesquisa de mercado.

4. Manutenção de cadastro de fornecedor.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

5. Escolha do fornecedor.

6. Pedido de compras (contrato formal).

7. Acompanhamento do pedido (follow-up).

8. Recebimento (provisório).

9. Conferência quantitativa e qualitativa. 10. Regularização da mercadoria.

Falando um pouco sobre as etapas mais relevantes:

1. Cotação: representa basicamente uma listagem contendo preços e fornecedores


respectivos. É um dos instrumentos para auxiliar na tomada de decisão sobre
a escolha do fornecedor.

2. Pesquisa: a pesquisa é um processo contínuo e dinâmico que envolve vários


critérios, entre os quais: preço, qualidade, fornecedores, materiais, prazos,
embalagem.

3. Pedido de compra: é um contrato formal entre comprador e fornecedor. Nesse


documento, serão apresentadas todas as condições acordadas, ou seja, prazos,
preços, condições de pagamento, quantidade, qualidade, etc.

4. Acompanhamento do pedido: também pode ser denominado follow-up,


diligenciamento de fornecedores ou seguimento do pedido. O objetivo é evitar
atraso ou problemas na entrega do material.

8.2.1. ETAPAS DO RECEBIMENTO

a. Recebimento provisório

É a entrega da mercadoria em local previamente estabelecido. Recepção dos


veículos transportadores, verificação de informações da nota fiscal.

b. Conferência quantitativa e qualitativa

Conferência para verificar se a quantidade entregue coincide com os valores


anotados na nota fiscal e as especificações técnicas dos itens entregues.

c. Regularização

É o momento da aceitação ou do recebimento definitivo; pode, também, ocorrer


a rejeição do lote de compras ou solicitação de complementação.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

IMPORTANTE!

A conferência por acusação, ou contagem cega, “é aquela na qual o conferente aponta


a quantidade recebida, sem confrontar com a quantidade faturada pelo fornecedor”,
ou seja, a contagem por acusação não possibilita verificar se a quantidade entregue
corresponde à quantidade declarada pelo fornecedor na nota fiscal ou no contrato
formal. Nesses casos, o papel de verificar se há distorções é daquele que irá regularizar.

8.3. PERFIL DO COMPRADOR

Atualmente, o comprador tem se tornado cada vez mais exigente. São vários os fatores
de evolução, a tecnologia tem avançado e, como já dizia o guru da gestão da qualidade,
Kaoru Ishikawa, a organização tem de se adaptar às mudanças de gosto dos clientes.

Possuir mercadoria a pronta entrega, na qualidade e na quantidade certas, é um diferencial


competitivo e facilita o marketing de atendimento ao cliente.

8.4. MODALIDADES DE COMPRA

8.4.1. DE EMERGÊNCIA

São compras que não permitem um planejamento. Como o nome já sugere, são apenas
para situações de emergência. O grande problema para a organização é que compras de
emergência não favorecem boas negociações e, muitas vezes, submetem a organização
a uma negociação ruim.

8.4.2. ESPECULATIVA

Compra realizada antes mesmo da demanda efetiva do produto. Normalmente, elas


ocorrem em virtude de uma especulação de possível alta de preços.

8.4.3. ANTECIPADA

Compra realizada para atender a uma demanda futura. Exige bom sistema de previsão
de consumo.

8.4.4. CONTRATADA

São compras que envolvem um planejamento na aquisição para que a entrega dos pedidos
ocorra em épocas predeterminadas.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

8.4.5. REPOSIÇÃO

São compras que envolvem a aquisição de mercadorias com demanda estável. Normalmente
materiais de consumo médio constante, como, por exemplo, produtos de higiene, limpeza,
escritório...

8.5. CADASTRO DE FORNECEDORES

Particularmente na administração pública, não temos de falar de um cadastro de


fornecedor como na administração privada, pois temos o SICAF (Sistema Unificado
para Cadastramento de Fornecedores), por exemplo. Esse sistema operacionaliza o
processo de cadastro de fornecedores.

A título de prova, contudo, é importante para você a informação de que, em geral, existem
dois tipos de cadastros, um por material e outro por fornecedor.

Os cadastros de fornecedores devem ser uma fonte para a escolha do fornecedor.

Comumente, falamos de alguns tipos de fontes de suprimento:

»» Fonte única: nesse caso, há apenas um fornecedor no mercado para atender à


demanda da organização.

»» Fonte simples: nesse caso, há mais de um fornecedor no mercado para atender


à demanda da organização, mas ela optou por negociar com apenas um.

»» Fonte múltipla: nesse caso, há mais de um fornecedor para a organização, e ela


negocia com mais de um.

Nas relações com os fornecedores tradicionais, a organização sempre deve buscar uma
relação ganha-ganha, ou seja, ganha ambos da relação comprador-fornecedor. Não se pode
pensar em uma disputa em que o comprador sai vencedor e o fornecedor sai perdedor.

8.6. CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO SETOR DE


COMPRAS

É uma decisão importante para a organização. Cada uma das opções tem vantagens e
desvantagens, logo cabe a cada organização identificar o que é mais conveniente para
sua realidade.

8.6.1. CENTRALIZAÇÃO

Caracteriza-se por se constituir de um único setor de compras para toda a organização.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

»» Possibilidade de pleitear maiores descontos.

»» Possibilita a economia de escala.

»» Lentidão no processo de compras.

»» Evita compras duplicadas (desperdícios).

8.6.2. DESCENTRALIZAÇÃO

Caracteriza-se por dispor de um setor de compras para cada unidade da organização.

»» Cada unidade tem seu próprio setor de compras.

»» Celeridade no processo de compras.

»» Dificuldade para se pleitear maiores descontos.

»» Celeridade no atendimento às necessidades da organização.

Caiu em Concurso Público!!!

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

(CESPE – Agente Administrativo – DPU 2016) A respeito dos procedimentos de compras


e aquisições nas organizações, julgue o item que se segue. Uma das vantagens
do processo descentralizado de compras é a economia de escala, em função das
negociações distintas para a contratação de fornecimento.

Comentário: O sistema que possibilita a economia de escala é a centralização.


Então, a questão está ERRADA.

9. LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS (LEC)


Objetivando achar uma quantidade ótima de itens que consiga minimizar os custos
de armazenamento e de pedido, determinou-se o que se chama de Lote Econômico de
Compras (LEC).

O lote econômico de compras leva em consideração o custo total do estoque de modo a


obter vantagem da oposição das curvas de custos. Ou seja, busca analisar um equilíbrio
entre o custo de armazenamento e o custo de pedido.

Matematicamente, o LEC é calculado com a seguinte equação:


2  D  Cp
Ce

Em que:

D = Demanda por período;

Cp = Custo de pedido;

Ce = Custo de estocagem ou armazenamento unitário.

Sugiro a leitura do trecho da IN. 205/88 – SEDAP/PR:

VEJA BEM

A descrição do material para o Pedido de Compra deverá ser elaborada através dos
métodos:

Descritivo, que identifica com clareza o item através da enumeração de suas


características físicas, mecânicas, de acabamento e de desempenho, possibilitando

36
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

sua perfeita caracterização para a boa orientação do processo licitatório e deverá


ser utilizada com absoluta prioridade, sempre que possível;

Referencial, que identifica indiretamente o item, através do nome do material, aliado ao


seu símbolo ou número de referência estabelecido pelo fabricante, não representando
necessariamente preferência de marca.

Quando se tratar de descrição de material que exija maiores conhecimentos técnicos,


poderão ser juntados ao pedido os elementos necessários, tais como: modelos,
gráficos, desenhos, prospectos, amostras, etc.

Todo pedido de aquisição só deverá ser processado após verificação da inexistência,


no almoxarifado, do material solicitado ou de similar, ou sucedâneo que possa atender
às necessidades do usuário.

Deve ser evitada a compra volumosa de materiais sujeitos, num curto espaço de
tempo, à perda de suas características normais de uso, também daqueles propensos
ao obsoletismo (por exemplo: gêneros alimentícios, esferográficas, fitas impressoras
em geral, corretivos para datilografia, papel carbono e impressos sujeitos serem
alterados ou suprimidos etc.).

10. GESTÃO DOS CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO

10.1. ARRANJO FÍSICO (LEIAUTE) = PLANO DE OCUPAÇÃO OU


DESENHO

Considera-se leiaute a melhor disposição física dos materiais, das máquinas, dos
equipamentos e até das pessoas.

O leiaute deve ser observado nas organizações a fim de garantir a otimização no uso
dos espaços físicos e de facilitar os processos de movimentação de materiais.

Para garantir melhor disposição física dos materiais em uma organização, devem-se
analisar as características do produto, tais como dimensões, volumes, etc. Também
devem ser observadas as sequências das operações, a edificação etc.

10.1.1. TIPOS DE LEIAUTE

Arranjo por processo (Funcional): organiza-se a partir das diversas funções ou seções
(seções de máquinas e equipamentos, por exemplo) que participam do processo de
produção.

37
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Arranjo por produto (Linear): segue uma ordem linear desde a entrada da matéria-
prima até a saída do produto acabado. A trajetória dentro do espaço segue as etapas de
produção do produto.

Arranjo Fixo (Estacionário/Estático) – É aquele em que os recursos transformados não


se movem entre recursos transformadores, ou seja: aquilo que vai ser transformado fica
em uma posição fixa, enquanto os agentes transformadores vão se movimentando ao
redor dele. Essa é uma característica de grandes construções, em que o produto é muito
grande e fica difícil de movimentá-lo.

10.1.2. LEIS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS

Segundo Gonçalves (2007), são leis de movimentação de materiais:

a. Padronização.

b. Segurança e satisfação.

c. Manipulação mínima.

d. Máxima utilização da gravidade.

e. Flexibilidade.

f. Menor custo total.

g. Mínima distância.

h. Máxima utilização do espaço disponível.

i. Máxima utilização dos equipamentos.

j. Obediência do fluxo das operações.

10.1.3. RECEBIMENTO

É a etapa intermediária entre a compra e o pagamento ao fornecedor.

Etapas do recebimento

a. Recebimento provisório

Dar-se-á por meio da entrega da mercadoria em local previamente acordado.


É fácil visualizar o recebimento provisório com os exemplos a seguir: recepção
dos veículos transportadores, verificação de informações da nota fiscal.

b. Conferência quantitativa e qualitativa

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Conferência para verificar se a quantidade entregue coincide com os valores


anotados na nota fiscal e as especificações técnicas dos itens entregues. Aqui
nós temos o que se chama de batimento.

OBSERVAÇÃO

Observação: Caso a conferência ocorra sem que haja condições de saber o valor
faturado pelo fornecedor, então temos a contagem cega ou contagem por acusação.

c. Regularização

É o momento da aceitação ou do recebimento definitivo. Pode, também, ocorrer


a rejeição do lote de compras ou solicitação de complementação.

10.1.4. ARMAZENAGEM

Uma das classificações bastante frequentes em provas é a de Viana (2000), segundo o


qual a armazenagem pode ser dividida em dois grupos:

1. Armazenagem simples

Para materiais que não requerem cuidados especiais de armazenamento.

2. Armazenagem complexa

Para materiais que requerem cuidados especiais de armazenamento, isso


devido às suas características físicas (volume, peso, fragilidade...) e/ou químicas
(explosividade, oxidação, perecibilidade...).

OBSERVAÇÃO

Alguns possíveis critérios utilizados para armazenagem complexa:

»» Armazenagem por tamanho, forma ou peso.

»» Armazenagem por frequência.

»» Armazenagem especial.

39
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Técnicas de armazenagem (Armazenamento)

Unitização (carga unitária): é a técnica de estocagem constituída por embalagens


arranjadas ou acondicionadas de modo a possibilitar seu manuseio ou transporte por
meios mecânicos como uma carga una.

Formas de unitização com o uso de:

Pallet, técnica denominada paletização, na qual ocorre também o empilhamento de


materiais sobre os pallets, favorecendo o uso do espaço aéreo do almoxarifado.

Disponível em: <http:/blogdedecorar.blogspot.com.br/>.

ATENÇÃO

Equações importantes para a prova:

Estoque máximo
Número de Paletes =
Capacidade de carga de 1 palete

Número de paletes
Número de Posições =
Empilhamento máximo

Contêiner

Consiste em outra forma de realizar a unitização, muito comum no modal hidroviário


pela via marítima, que ocorre por meio de navios. Dentro de um contêiner, os diversos
volumes de materiais se tornam também uma carga una.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Disponível em: <http:/ccearchitecture.weebly.com/shipping-containers---physical- characteristics.html>.

Contêiner flexível: é normalmente confeccionado em vinil ou polipropileno. Comumente


utilizado para transporte de líquidos e sólidos a granel.

Disponível em: <http://www.franbag.com.br/produtos/6382/bag-travado>.

Raques: é uma técnica de armazenamento utilizada para armazenar materiais de grandes


comprimentos e estreitos. Ex.: barras de ferro; canos PVC; lâmpadas fluorescentes.

Disponível em: <htttp://www.advancedhandling.com/storage_racks/storageracks.htm>.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Disponível em: <http://miscelaneaconcursos.blogspot.com.br/2012/03/tecnicas-de- estocagem.html>.

Ex.: barras de ferro, canos PVC, lâmpadas fluorescentes.

Caixas e gavetas: técnica de armazenamento recomendada para materiais de pequenos


volumes, isso devido às limitações de tamanho das caixas e das gavetas.

Disponível em: <http://miscelaneaconcursos.blogspot.com.br/2012/03/tecnicas-de-estocagem.html>.

10.1.5. CRITÉRIOS PARA LOCALIZAÇÃO DE MATERIAIS

a. Estocagem fixa

Esta técnica de armazenagem dispõe de um local fixo para cada tipo de material,
por isso tem como características:

›› celeridade para encontrar materiais;

›› maior organização no almoxarifado;

›› não favorece, contudo, o aproveitamento de todo o espaço disponível.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

b. Estocagem livre

Esta técnica não dispõe de um local fixo para cada material, exceto para materiais
que exigem estocagem especial.

A grande vantagem da estocagem livre é o fato de ela favorecer o aproveitamento


de todo o espaço disponível.

10.2. DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS

É o estágio pelo qual a mercadoria ou materiais chegam até o usuário final em perfeitas
condições. A distribuição pode ser por pressão ou por requisição.

10.2.1. POR PRESSÃO

Ocorre por meio de tabelas de previsão que justificam a necessidade. Nesse tipo de
distribuição, tem-se um processo facultativo, ou seja, ninguém realizou a solicitação.
Ex.: material de limpeza, materiais de escritório.

10.2.2. POR REQUISIÇÃO

É o modelo tradicional e ocorre mediante uma solicitação do usuário.

10.3. MODAIS DE TRANSPORTE DE MATERIAIS

10.3.1. RODOVIÁRIO

É o modal de transporte mais difundido no Brasil. Adequado para pequenas e médias


distâncias. Tem boa relação de custo x benefício. Possui a grande vantagem da
flexibilidade de rotas.

OBSERVAÇÃO

Para identificar um melhor trajeto (origem/destino), tem a ferramenta roteirização.

10.3.2. FERROVIÁRIO

Foi pouco desenvolvido no Brasil, porém representa o segundo modal mais utilizado
para transporte de cargas, perdendo apenas para o modal Rodoviário. É responsável
pelo maior custo fixo operacional, se comparado a todos os outros modais.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

10.3.3. AEROVIÁRIO

Transporte adequado para itens de alto valor agregado e que exigem celeridade no processo
de entrega. Caracteriza-se pelo maior custo total (Custo Fixo + Custo Variável) e pela
menor capacidade de carga. Adequado para materiais nobres, que vêm de cidades
longínquas e em pequenos volumes.

10.3.4. DUTOVIÁRIO

Possibilita o transporte de líquidos, gases e sólidos de forma quase ininterrupta, por


meio de dutos cilíndricos ocos. Exemplos de materiais conduzidos por esse modal:
minério de ferro, petróleo e gás natural veicular.

10.3.5. HIDROVIÁRIO/AQUAVIÁRIO – VIAS (FLUVIAL, LACUSTRE E


MARÍTIMA)

Especificamente, a via marítima possibilita o transporte de diversos tipos de produto,


desde que utilize os instrumentos adequados a cada tipo de carga. É muito utilizado
para transporte entre continentes, feito normalmente por meio de navios.

10.4. MODALIDADES DE FRETE


a. CIF (Cost, Insurance and Freigth): Custos, Seguros e Frete.

Essa é uma modalidade de frete na qual o transporte é realizado pelo fornecedor,


por isso os preços do seguro e do frete são incluídos no preço por ele apresentado.

b. FOB (Free On Board): Livre a bordo.

Essa é uma modalidade de frete na qual o transporte da mercadoria fica sob a


responsabilidade do próprio comprador. Por isso, os valores do frete e do seguro
não estarão incluídos no preço apresentado pelo fornecedor.

11. GESTÃO PATRIMONIAL


Vamos começar com alguns conceitos relevantes!

Recurso Patrimonial

»» São elementos físicos utilizados por uma organização, os quais são destinados à
manutenção de suas atividades.

»» A natureza do recurso patrimonial é permanente.

44
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

»» Nem sempre é possível armazená-lo em estoques.

»» Engloba ativos imobilizados e intangíveis.

11.1. INVENTÁRIO

De acordo com a Instrução Normativa nº 205/1988 – Sedap/PR, inventário físico é o


instrumento de controle para a verificação dos saldos de estoques nos almoxarifados e
depósitos, e dos equipamentos e materiais permanentes (...);

O objetivo do inventário é verificar se os valores reais coincidem com aqueles anotados


em banco de dados.

Resumindo:

»» É uma contagem física dos bens de uma organização.

»» É a verificação dos bens existentes em uma organização.

»» Ocorre a fim de ter um maior controle do estoque.

»» Gera um resultado que será comparado aos estoques anotados em banco de dados da
organização.

Normalmente, tem-se duas equipes para realizar o inventário:

»» Equipe dos reconhecedores: são aqueles que contam primeiro.

»» Equipe dos revisores: são os que contam depois.

Caso haja divergência entre os dados obtidos, então deve-se realizar uma nova contagem.

O inventário ocorre a fim de confrontar os dados obtidos com aqueles anotados em


banco de dados.

ATENÇÃO

Se houver divergência entre os dados do inventário e aqueles anotados no banco de


dados, busca-se saber as causas das divergências por meio de métodos de conciliação.

Objetivos do Inventário, de acordo com Instrução Normativa nº 205/1988


– Sedap/PR:

»» o ajuste dos dados escriturais de saldos e movimentações dos estoques com o saldo
físico real nas instalações de armazenagem;

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

»» a análise do desempenho das atividades do encarregado do almoxarifado através


dos resultados obtidos no levantamento físico;

»» o levantamento da situação dos materiais estocados no tocante ao saneamento


dos estoques;

»» o levantamento da situação dos equipamentos e materiais permanentes em uso e


das suas necessidades de manutenção e reparos;

»» a constatação de que o bem móvel não é necessário naquela unidade.

Acuracidade (Índice de acurácia)

É um indicador de acertos, que, nesse caso, representará a qualidade das informações de


estoque que constam no banco de dados da organização. Ou seja, do total de itens que
foram inventariados, objetiva-se saber quantos estavam exatamente como informava
o banco de dados.
Total de itens sem divergência
IA =
Total de itens inventariados

Ex.: Suponha que foram contados dez itens, porém houve divergência em três. Qual o
índice de acurácia?

IA = 7/10 = 70% de acuracidade

12. CLASSIFICAÇÕES DE INVENTÁRIO FÍSICO


»» Periódico (Geral)

›› Todos os itens serão contados de uma só vez.

›› A contagem ocorre em intervalos de tempo fixo.

›› Quando a contagem ocorre somente no final do exercício financeiro denomina-


se inventário geral.

›› Demanda maior mão de obra.

›› Exige a parada completa na movimentação de saída.

“FECHAMOS PARA BALANÇO”.

»» Rotativo (Permanente)

›› Os itens serão contados separadamente.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

›› Definição de intervalo variável para cada tipo de item.

›› É adequado para organizações que trabalham com itens de alto valor.

›› Haverá um cronograma para a contagem dos itens, de forma que seja o mais
adequado para as organizações.

»» Analítico

›› É um tipo de inventário no qual é imprescindível apontar o valor e o estado de


conservação de cada item do patrimônio inventariado.

Inventário por amostragem

De acordo com a Instrução Normativa nº 205/1988 – Sedap/PR, poderá também


ser utilizado o inventário por amostragens para um acervo de grande porte.

Tipos de Inventário (segundo a IN. 205/1988 – SEDAP/PR)

8.1. Os tipos de inventários físicos são:

a. anual.

b. inicial.

c. de transferência de responsabilidade.

d. de extinção ou transformação.

e. eventual.

»» Tombamento

›› Identificação do bem, que ocorre após sua entrada na organização.

›› Inclusão do bem no controle de patrimônio da organização.

›› Cadastramento de informações essenciais do bem (características físicas, valor


de aquisição, etc.) em um banco de dados.

›› Insere-se um número patrimonial nos bens, mediante uma plaqueta ou etiqueta,


na qual conterá também um código de barras.

Site: WWW.ifb.com.br

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

12.1. ALTERAÇÃO E BAIXA PATRIMONIAL

É a exclusão de um bem do controle de patrimônio. Um bem pode ser objeto de


desfazimento por motivos variados. São exemplos de materiais objeto de desfazimento:

›› materiais obsoletos.

›› materiais inservíveis.

›› materiais sobressalentes.

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