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INTRODUÇÃO

DESCRIÇÃO O Serviço Social como profissão se desenvolve e legitima a partir das demandas da sociedade capitalista,
como parte integrante das estratégias desse modo de produção, que visa à opressão social e reprodução
A formação do profissional do Serviço Social no contexto do modo de produção capitalista.
da ideologia dominante. Portanto, trata-se de uma profissão que surge de uma demanda colocada pelo
capital, com intuito de regular a classe trabalhadora em formação.

Para que a profissão colabore com esse intento, faz-se necessária sua legitimação e institucionalização, o

PROPÓSITO que se dá por meio do aparato estatal e por recursos mobilizados pelo empresariado. Registra-se, também,
a forte influência da Igreja Católica, presente no pensamento social da Igreja, que trata a questão social

Analisar a trajetória da profissionalização do Serviço Social, com foco no modo de produção capitalista e na como questão individual, moral e requer medidas de ajustamento. Tal enfoque encontra um campo fecundo

racionalização da prática da assistência, como terreno de sedimentação e consolidação da profissão. na profissão, marcando significativamente seu modo de operar.

Essa caracterização inicial serve como pano de fundo para compreensão do processo de surgimento das
primeiras escolas de Serviço Social na América Latina, suas características principais e contribuições para
o desenvolvimento da profissão. Além disso, serve para ilustrar a fase de influência norte-americana sobre
OBJETIVO o Serviço Social, e como a proposta de desenvolvimento de comunidade e a abordagem psicossocial
incidiram sobre o Serviço Social brasileiro.

MÓDULO 1
MÓDULO 1
Reconhecer o processo de profissionalização do Serviço Social no Brasil engendrado no modo de produção
capitalista, especialmente quanto às influências europeia e americana
 Reconhecer o processo de profissionalização do Serviço Social no Brasil engendrado no modo
de produção capitalista, especialmente quanto às influências europeia e americana

MÓDULO 2

Distinguir as experiências das primeiras escolas de Serviço Social na América Latina e suas influências no
CONSOLIDAÇÃO DO CAPITALISMO E A PRÁTICA
processo de profissionalização do Serviço Social no Brasil DA ASSISTÊNCIA
A origem do Serviço Social está intimamente ligada a três fatores importantes:

MÓDULO 3

Identificar influência dos Estados Unidos na profissionalização do Serviço Social no Brasil pela via da
atuação profissional pautada no viés psicossocial
O desenvolvimento da ajuda aos pobres (caridade e filantropia). O surgimento do modo de produção capitalista e suas requisições de ampliação e reprodução social.

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O surgimento e desenvolvimento do Serviço Social como profissão está diretamente relacionado à


demanda da sociedade capitalista, bem como a suas estratégias e seus mecanismos de reprodução da
ideologia dominante. Por isso, a história do Serviço Social demonstra que sua institucionalização não
esteve livre dos condicionantes sociais e econômicos, que materializam os conflitos iniciados na
apropriação privada dos meios de produção – condição primordial do modo de produção capitalista.

O AMPARO À POBREZA, DESDE A ANTIGUIDADE, CONTOU


COM UMA FORTE VINCULAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA E,
AOS POUCOS, PASSOU A CONTAR COM A GRADATIVA
O significativo apoio operacional e material prestado pela Igreja Católica e pelo Estado. INTERVENÇÃO DO ESTADO.
Foto: Lidia Muhamadeeva / Shutterstock.com
No século XIX, a assistência social ainda não estava plenamente legitimada, de forma que a caridade
permeava as ações dos agentes sociais. Nesse mesmo período histórico, o Estado faz suas primeiras
tentativas de organização da caridade. Um exemplo disso é a primeira legislação sobre a assistência social
da qual se tem notícia, chamada de Poor Law – Lei dos Pobres, na Inglaterra, em 1834.

Ao tratarmos sobre a Poor Law e suas características, fica clara a vinculação entre controle e poder
econômico perante o enfrentamento da questão social, fomentado pela grande mudança na forma de viver,
a partir da Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII).

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Com a Revolução Industrial, a forma de trabalhar e produzir riquezas se deslocou das propriedades feudais,
dos senhores feudais e de seus vassalos – muitos detentores de seus meios de produção em terras de
outrem – para um mercado autorregulável. Nesse mercado, os objetivos eram o lucro e uma liberdade de
compra e venda de mercadorias e de mão de obra.

 COMENTÁRIO

A liberdade era bastante relativa, na medida em que a massa de trabalhadores disponíveis para vender
livremente sua mão de obra, para sobreviver de seu trabalho assalariado, possuía poucas regulações e O campo inglês foi devastado pela expropriação de terras dos pequenos camponeses, que tiveram suas
proteções. Desse modo, esses trabalhadores ficavam à mercê do livre mercado, das vagas de trabalho culturas e habitações violentamente demolidas pelo Estado. O Estado também foi responsável por uma
existentes e da remuneração definida por seus empregadores. Além disso, havia o agravante de não mais série de legislações e impostos que empurraram um significativo contingente popular para a pobreza e
deterem seus meios de produção para o trabalho. miséria. Com tudo isso, o Estado precisava assumir alguma postura no trato da questão social.

Cerca de duzentos anos antes, a Rainha Elizabeth (1533-1603) já havia instituído um imposto para
benemerência. No entanto, o acirramento da pobreza decorrente da implantação do modo de produção
capitalista ocasionou uma revisão legal, que deu forma mais rígida à Poor Law.

RAINHA ELIZABETH (1533-1603)

Rainha Elizabeth (Elizabeth I ou “A Rainha Virgem”) nasceu em 1533 e faleceu em 1603. Filha de Henrique
VIII e Ana Bolena – casamento que deu origem ao Protestantismo Inglês, o Anglicanismo –, governou a
Inglaterra e a Irlanda de 1558 até sua morte. Por não ter se casado ou tido herdeiro, foi a última monarca da
Dinastia Tudor.
A Revolução Industrial consolidou essa mudança e introduziu o maquinário industrial às produções fabris.
Esse fato acelerou a industrialização, gerando a diminuição de postos de trabalho e, com isso, uma grande
massa de mão de obra sem ocupação, acirrando a questão social da época. Portanto, o processo
coordenado da Revolução Industrial transformou profundamente a vida dos sujeitos sociais dos pontos de POOR LAW E WORKHOUSES
vista econômico, social e cultural.

Inicialmente, o processo foi deflagrado na Inglaterra, em decorrência da efervescência da organização das


novas formas de viver e trabalhar. Posteriormente, espraiou-se para os demais países da Europa e pelo
restante dos continentes, de forma desigual e não combinada, quanto ao tempo e ao espaço.
A Lei dos Pobres foi a forma que o Estado britânico criou para lidar com a questão social vigente.
A Lei dos Pobres previa, inclusive, internação nas workhouses. Trata-se de casas correcionais, que
No início, a finalidade da lei era de reprimir a mendicância e a “vagabundagem”, aliviando parcialmente a
funcionavam como mecanismo da lei para cumprir o objetivo de acabar com os pedintes profissionais. Para
pobreza existente. Com as mudanças sociais e econômicas, a lei passa a apresentar um forte viés
tanto, obrigava a internação compulsória da camada social alijada da sociedade.
regulador das relações entre patrões e empregados, relacionando a pobreza às péssimas condições de
vida da massa de trabalhadores na Inglaterra. Nas workhouses, eram internados homens, mulheres, crianças, doentes, desocupados e criminosos –
enfim, todos aqueles que não tinham como se manter. O objetivo era atender e formar essa população nos
padrões requisitados pelo sistema capitalista, em sua fase de organização, a fim de legitimar e consolidar
uma nova sociedade.
AS DUAS INTERPRETAÇÕES SOBRE A LEI MANTÊM FORTES
A Lei dos Pobres e suas formas de aplicação, portanto, dão a direção de como a assistência aos mais
TRAÇOS TANTO DA CARIDADE CRISTÃ QUANTO DO pobres e marginalizados vinha sendo gerida, com o traço comum da caridade revestida de coerção.
VIOLENTO PRECONCEITO SOCIAL.

Além disso, há um entendimento da pobreza como algo disfuncional e decorrente de uma responsabilidade
individual do sujeito pela situação na qual se encontra. CASO BRASILEIRO
No Brasil, a história da assistência está ligada à caridade e filantropia. Inicialmente, tais atividades eram
operacionalizadas por mecanismos da Igreja Católica e por grupos relacionados à filantropia empresarial,
com pouca inserção advinda do Estado.

A partir dos anos 1930, essa configuração muda, por meio de condicionantes políticos, econômicos e
sociais, como veremos a seguir.
PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS PRIMEIROS ASSISTENTES SOCIAIS
BRASILEIROS

Vamos aprofundar, agora, um pouco mais sobre a importância da Revolução Industrial inglesa para o
surgimento do profissional de Serviço Social.

A questão social, por isso, é vista a partir de forte influência do pensamento social da Igreja, que associa a
questão social à questão moral, compreendendo-a como um conjunto de problemas de responsabilidade
individual da população que os vivenciam. Nesse enfoque, desconsideram-se completamente as mazelas
sociais provocadas pelas relações capitalistas.

TAL VISÃO APONTA PARA O TRATO DA QUESTÃO SOCIAL


ASSISTÊNCIA NO BRASIL E POR UM ENFOQUE INDIVIDUALISTA, MORALIZADOR E
PSICOLOGIZANTE, QUE ENCONTRA CONDIÇÕES EFETIVAS
PROFISSIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
DE DESENVOLVIMENTO NA PROFISSÃO.
A perspectiva de enfrentamento e da regulação da questão social assume novos contornos a partir da
década de 1930. Essa época foi marcada por manifestações da questão social na vida cotidiana da
sociedade brasileira e por mudanças políticas e econômicas. Tal cenário atua como campo fértil para a
profissionalização do Serviço Social e o estabelecimento de uma nova lógica no trato da questão social e CARÁTER VOCACIONAL DA PROFISSÃO
da assistência.

No bojo de transformações sociais, econômicas e políticas no Brasil, no período entre 1930 e 1940, o
É fato que a profissão surge a partir de demandas da sociedade capitalista, no entanto a Igreja Católica
Serviço Social surge como profissão. Na época, contava com o projeto de recristianização da Igreja
apresenta destaque na estruturação dessa profissão emergente no país. São provenientes da Igreja
Católica: Católica, bem como com a ação de grupos e instituições que possibilitaram tais transformações.

IDEÁRIO
CONTEÚDOS
RURAIS, BUSCAVA APOIO PRINCIPALMENTE NO ESTADO
 SAIBA MAIS
PARA SEUS PROJETOS DE CLASSE E, PARA ISSO,
Durante o Estado Novo (1937-1945) Vargas visava garantir o controle social e sua legitimação, apoiado na NECESSITAVA ENCONTRAR NOVAS FORMAS DE
classe operária, por meio de uma política de massa. Tal política defendia e reprimia, ao mesmo tempo, os ENFRENTAMENTO DA CHAMADA QUESTÃO SOCIAL.
movimentos reivindicatórios de melhores condições de vida e trabalho.

Vargas adotava o modelo fascista europeu como exemplo. A versão brasileira desse modelo era mais (PIANA, 2009, p. 88)

atenuada e contava com uma legislação social protetora e uma estrutura sindical legalizada. Essa influência da Igreja Católica recai sobre a formação profissional dos primeiros assistentes sociais
brasileiros, que estavam sob influência europeia, mais especificamente do modelo franco-belga. Como
principais características do ideário formativo da profissão, é possível destacar os princípios messiânicos
(tomismo) de salvar o corpo e a alma, centrado no objetivo de servir ao próximo.

Dessa forma, o Estado representava, por um lado, uma entidade que concedia direito potenc¬¬ial à
reivindicação e à cidadania. Por outro lado, esse mesmo Estado suprimia a possibilidade real de
organização política autônoma da classe trabalhadora, criando uma rede assistencial cujo aparato visa
atender muito mais ao elevado nível econômico do mercado do que às necessidades da população.

As décadas de 1930 e 1940 são caracterizadas por uma sociedade industrial capitalista, tanto na cidade
quanto no campo:

TOMISMO

O tomismo é uma doutrina da Igreja Católica baseada no pensamento de São Tomás de Aquino. Para ele, a
sociedade é a união dos homens com propósito de efetuar algo comum. O Estado, segundo esse ideário,
deve respeitar a Igreja, e toda forma de governo será considerada boa, desde que garanta os direitos das
pessoas e o bem-estar da comunidade.
A INDUSTRIALIZAÇÃO PROCESSAVA-SE DENTRO DE UM
O modelo franco-belga, desse modo, ficou limitado a uma formação essencialmente moral e pessoal. A
MODELO DE MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA, POIS ERA
profissão, nesse cenário, era enxergada como uma espécie de vocação, que requeria uma formação
FAVORECIDA PELO ESTADO CORPORATIVISTA, profissional doutrinária, para que os assistentes sociais pudessem enfrentar a realidade social com
CENTRALIZADOR E AUTORITÁRIO. ASSIM, A BURGUESIA subjetividade.

INDUSTRIAL, ALIADA AOS GRANDES PROPRIETÁRIOS


Os países latino-americanos, de modo geral, contaram com alguma assistente social de origem europeia
INSTITUIÇÕES ASSISTENCIAIS E O TECNICISMO para a criação de suas escolas. Se isso não fosse possível, ao menos, contavam com uma escola local que
tivesse a base europeia em sua formação. Nesse período, a formação europeia assume um protagonismo

O Serviço Social segue com uma formação profissional doutrinária em suas primeiras conformações, até a nas escolas da América Latina.

década de 1940. Nessa época, descortina-se uma série de novas requisições profissionais, apontando para
uma maior profissionalização do trato com as questões sociais e com a assistência.

Apesar de ser um novo ciclo, a profissão segue profundamente marcada pela sua origem católica, norteada
pela:

CARIDADE
BENEVOLÊNCIA
FILANTROPIA
Posteriormente, os Estados Unidos assumem esse protagonismo devido a dois fatores:
A diferença, portanto, reside na tomada de espaço do Estado no campo assistencial com apoio do conjunto
da sociedade civil. Essa tomada foi materializada por meio da criação das grandes instituições Por um lado, pela consequente penetração norte-americana na América Latina, por questões de alianças
assistenciais. políticas e econômicas.


Para atuar em tais instituições, o Serviço Social busca uma instrumentalização técnica, valorizando o
método e desvinculando-se dos princípios neotomistas para se apoiar nos pressupostos funcionalistas da
sociologia. De forma tecnicista, o Serviço Social respondia às novas exigências do mercado, ainda que não
houvesse essa clareza e crítica no seio da profissão. Por outro lado, pelos textos e visitas de professores estadunidenses ou mesmo de enviados de organismos
internacionais.

O tecnicismo, apontado como estratégia do Serviço Social para enfrentar as novas requisições colocadas à
profissão em seu período de institucionalização, diz respeito ao forte apelo à linguagem do investimento, da
INFLUÊNCIA EUROPEIA E NORTE-AMERICANA técnica e do planejamento no universo profissional daquele momento. Tudo isso constitui bases importantes

SOBRE O SERVIÇO SOCIAL para a profissionalização do Serviço Social.

É certo que o desenvolvimento do capitalismo no mundo e a gradativa expansão do domínio norte-


americano na América Latina se encarregaram de gerar demandas no campo social. Tais demandas
 COMENTÁRIO
exigiam a superação do trabalho voluntário e apostolar dos primeiros agentes sociais.

Corrobora-se, nesse contexto, a necessidade de uma formação especializada de agentes sociais, por meio Apesar do esforço para superar o vínculo com a Igreja Católica, a profissão segue com uma herança
dos centros de formação. Como consequência, surge o Serviço Social profissional. conservadora advinda da Igreja. A política assistencial passa a ser gerida prioritariamente pelo Estado,
sendo efetivada, direta ou indiretamente, pelas instituições do próprio aparelho estatal ou associadas ao
Estado.

ESCOLAS DE SERVIÇO SOCIAL A assistência deixa, portanto, de ser um serviço prestado exclusivamente pelas instituições assistenciais
privadas, tendo como novos protagonistas o Estado e o empresariado. Essa mudança afeta não só o
público atendido pelos mecanismos assistenciais, mas também as expressões da questão social.
O surgimento das escolas de Serviço Social deve ser compreendido pelo surgimento de demanda de uma
ação especializada e profissionalizada, também pelo movimento mais amplo de desenvolvimento do
capitalismo em todo o mundo.
O pensamento conservador e a influência da doutrina católica traçaram um perfil de ação para os
PAPEL DO EMPRESARIADO E DO ESTADO profissionais de Serviço Social atrelado ao pensamento burguês. Sob esse olhar, eram atribuídas ao
Serviço Social tarefas como amenizar conflitos, preservar a ordem vigente e promover equilíbrio nas
O desenvolvimento do capitalismo e a inserção da classe operária no cenário político e social da época relações sociais. Tudo isso desconsiderando as relações de desigualdade que, necessariamente, dizem

provocam novas manifestações da questão social, expressas pela fome, pelo desemprego, pela violência, respeito ao modo de produção capitalista.
entre outras. Isso exige do Estado e do patronato ações mais efetivas e organizadas.
A profissão, portanto, possuía uma frágil consciência política, na medida em que não conseguia perceber as
contradições do exercício profissional, pois centrava suas forças e seu pensamento na questão da ajuda ao
próximo. Tais características profissionais facilitaram a aceitação da profissão não só pela Igreja Católica,
mas também pelo Estado e pela sociedade burguesa.
A DEMANDA DE TRABALHO POSTA AO SERVIÇO SOCIAL
NÃO SE DÁ PELA POPULAÇÃO USUÁRIA, MAS POR
REQUISIÇÕES APRESENTADAS PELO EMPRESARIADO E
É PRECISO TER CLARO QUE AS PRÁTICAS ASSISTENCIAIS
ESTADO.
JÁ EXISTIAM ANTES MESMO QUE O SERVIÇO SOCIAL SE
As características da população atendida pela malha assistencial também passam por mudanças. CONSOLIDASSE COMO PROFISSÃO.
Antes
No entanto, tal consolidação permite o uso do seu componente técnico operativo, incorporando formas
Uma pequena parcela da população era atendida por meio das obras assistenciais privadas.
tradicionais de assistência e ação social, tais como:


ESTUDO DAS NECESSIDADES INDIVIDUAIS
TRIAGEM DOS PROBLEMAS
“CONCESSÃO” DE AJUDA MATERIAL
Depois
ACONSELHAMENTOS
Um maior número de proletários tem acesso às poucas políticas sociais criadas pelo Estado naquela
ocasião. INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
Tal mudança também altera o vínculo profissional, já que o empresariado e o Estado passam a ser os VISITAS DOMICILIARES
principais empregadores de Assistentes Sociais. Isso dá um contorno diferente ao exercício da profissão,
ENCAMINHAMENTOS
uma vez que cada segmento empregador tem (em relação à prática profissional):
AULAS DE TRABALHOS MANUAIS
LÓGICAS
ORIENTAÇÕES
INTERESSES
INFORMAÇÕES SOBRE HIGIENE, ORÇAMENTO E MORAL
OBJETIVOS
Podemos perceber, com isso, como a história da profissão marca a categoria até a atualidade. Ainda
EXPECTATIVAS contamos com demandas tradicionais, adaptadas aos novos tempos e cenários econômicos, políticos e
sociais.

FRAGILIDADE DA CONSCIÊNCIA POLÍTICA


INÍCIO DA INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA

Na década de 1940, o Serviço Social brasileiro passa a ter acesso aos métodos importados dos Estados
Unidos, com mais ênfase no Serviço Social de Caso e, de modo secundário, ao Serviço Social de Grupo. O
enfoque das duas metodologias diz respeito à solução de problemas pessoais, de relacionamento e
de socialização.

Só a partir da década de 1960, o Serviço Social brasileiro amplia seu campo de atuação profissional para o
chamado Desenvolvimento de Comunidade, também por influência norte-americana.

O estreitamento das relações entre Brasil e Estados Unidos se solidificou na Era Vargas, mais
especificamente em 1942. Isso se deu em função de um objetivo comum – fortalecer o capitalismo na
América Latina, privilegiando determinados interesses econômicos e políticos e, ainda, combatendo
a ameaça comunista.

Embora o cerne da questão fosse econômico, a relação entre Brasil e Estados Unidos iria além dessa
fronteira, implicando um processo forte de ideologização norte-americana no país. Desse modo, os Estados
Unidos passaram a obter o status de grande referência de ideias e ações, no campo econômico, financeiro,
cultural e, especialmente, no campo das políticas públicas.

Como profissão inserida nesse contexto social, o Serviço Social é permeado por tais influências e absorve o
modelo de profissão norte-americano em seus pressupostos filosóficos, teóricos e científicos. Tais
pressupostos serviam como bases de resposta na atuação profissional.

 VOCÊ SABIA A ideologia dominante naquele período histórico necessita de uma intervenção técnica forte, organizada e
planejada. Com isso, o Serviço Social desencadeou uma busca por recursos técnicos, a fim de superar
Em sua origem, o Serviço Social era composto basicamente por frações da elite da sociedade, ações filantrópicas e espontâneas:
predominantemente feminina. Após o término da Segunda Guerra Mundial, a profissão passa a receber
membros da pequena burguesia, que tinham como interesse não mais a questão vocacional religiosa, mas
a possibilidade de ingresso no mercado de trabalho e a obtenção da qualificação profissional que garantiria
tal acesso.

AS EXIGÊNCIAS DE TECNIFICAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL


RELAÇÃO ENTRE BRASIL E ESTADOS UNIDOS SÃO ATENDIDAS, MANTENDO-SE A MESMA RAZÃO
INSTRUMENTAL: BUSCA-SE UMA MAIOR QUALIFICAÇÃO
DOS PROCEDIMENTOS INTERVENTIVOS, UTILIZANDO-SE,
INCLUSIVE, FUNDAMENTOS ADVINDOS DA PSICOLOGIA, NA
CRISE E BUSCA POR OUTROS MODELOS
EXPECTATIVA DE QUE OS PROFISSIONAIS ASSISTENTES
SOCIAIS FOSSEM CAPAZES DE EXECUTAR PROGRAMAS O Serviço Social de Casos e de Grupo segue com suas abordagens individualizadas e com a
SOCIAIS COM SOLUÇÕES CONSIDERADAS MODERNIZANTES predominância de ação “psicologizada” – metodologias usadas por grande parte do corpo profissional.

PARA O MODELO DESENVOLVIMENTISTA ADOTADO PELO Contudo, por volta da década de 1960, são registrados os primeiros movimentos no sentido de a categoria
questionar e buscar outros modelos de intervenção profissional.
BRASIL.
Trata-se da primeira crise ideológica em alguns centros de formação profissional em Serviço Social na

(PIANA, 2009, p. 92) América Latina. Nesses espaços, passa-se a vislumbrar possibilidades voltadas à transformação da
sociedade, substituindo a perspectiva desenvolvimentista presente na Era Vargas e validada pela forte
O fazer profissional, sob esse aspecto, visa eliminar os desajustes sociais, utilizando-se de uma intervenção
influência econômica, social e política norte americana.
profissional profundamente moralizadora e psicologizante, orientada pela matriz positivista. No campo
assistencial e do Serviço Social, o conservadorismo se mantém presente no universo ideológico. Em um período posterior, boa parte da profissão passará a perceber a dimensão política de sua prática,

Nesse sentido, passa-se a conceber uma política técnico-burocrática, em um período no qual a profissão buscando o rompimento com a visão funcionalista e integradora no Serviço Social. A partir daí, configuram-

traduz sua ação por meio de uma ética vinculada à moral conservadora e dogmática, segundo a base se as primeiras aproximações com a concepção crítica no âmbito profissional.

ideológica neotomista.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
NEOTOMISTA

Corrente filosófica surgida o século XIX com objetivo de reviver a filosofia tomista, do século XIII, a fim de
lidar com os problemas sociais daquele período.
MÓDULO 2
Segundo a ideologia neotomista, os problemas sociais são enxergados como um conjunto de disfunções
sociais, avaliados moralmente de acordo com uma concepção do que é ou não normal, de acordo com o
esquema valorativo do cristianismo.  Distinguir as experiências das primeiras escolas de Serviço Social na América Latina e suas
influências no processo de profissionalização do Serviço Social no Brasil

 ATENÇÃO
FORMAÇÃO DE ASSISTENTES SOCIAIS NA
Há uma clara tendência ao ajustamento social, a visualizar a questão social como advinda de desajustes
individuais e de cunho psicológico. Portanto, tende-se a reduzir as demandas por direitos sociais em uma AMÉRICA LATINA
forma de adoecimento. Notem que essa esfera é completamente deslocada da discussão por efetivação de
direitos sociais para ajustamento de necessidade dos usuários.

Nesse mesmo contexto, o Serviço Social se profissionaliza. Sobre os primeiros profissionais, recaem tais
influências, tanto em suas formações quanto no cotidiano de suas atuações profissionais.
EXERCEU, EM TODOS OS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA, UM
PAPEL DESTACADO NA ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO DE
OBRAS ASSISTENCIAIS COMPREENDIDAS DENTRO DA
AÇÃO SOCIAL CATÓLICA. OS SETORES JUVENIS
CUMPRIRAM UM PAPEL DESTACADO NESTE PROCESSO,
SOB A TUTELA HIERÁRQUICA ECLESIÁSTICA. AO LADO DA
IGREJA, OS SETORES ARISTOCRÁTICOS E OLIGÁRQUICOS
DAS SOCIEDADES LATINO-AMERICANAS AGILIZARAM UMA
SÉRIE DE AÇÕES SOCIAIS QUE PRETENDIAM “AJUDAR OS
MAIS NECESSITADOS”, “PROTEGER A INFÂNCIA
DESVALIDA”, “MINORAR OS MALES DA SOCIEDADE”.
As bases do Serviço Social na América Latina foram constituídas, historicamente, na década de 1920. No IGUALMENTE O ESTADO PÕE EM AÇÃO POLÍTICAS E
entanto, somente alguns anos mais tarde é que o Serviço Social se constituiu como profissão, inserida na
MEDIDAS ASSISTENCIALISTAS E, ESPORADICAMENTE,
divisão social e técnica do trabalho.
ALGUMAS DE CARÁTER PREVENTIVO.
Até que esse processo se consolidasse, as protoformas do Serviço Social na América Latina se deram de
acordo com a realidade de cada país, mas mantendo alguns traços em comum. Na maioria dos países, as (SANTOS, 1993, p. 182)
ligas operárias desempenharam um papel decisivo na implantação das bases do que, mais tarde, seria
assumido pelo Estado como a Previdência Social.

O principal traço comum entre as realidades latino-americanas, no entanto, foi a base organizacional e
doutrinária da ação social da Igreja, além da intervenção do Estado no campo assistencial:
PRIMEIRAS ESCOLAS DE SERVIÇO SOCIAL NA
AMÉRICA LATINA

Ao tratarmos sobre profissionalização do Serviço Social, uma dimensão que assume grande importância é
a formação dos quadros de assistentes sociais.

O TRABALHO ASSISTENCIAL E PATERNALISTA FOI O EIXO


PRINCIPAL DESSAS PREFIGURAÇÕES DA PROFISSÃO.  ATENÇÃO
DESEMPENHARAM UM PAPEL SIGNIFICATIVO, NELAS, OS
É preciso compreender, para além das formalidades de grades curriculares, as intencionalidades e os
SETORES RELIGIOSOS – A IGREJA POSSUI UMA EXTREMA contextos sobre os quais a formação profissional se efetiva. Para isso, temos de analisar as experiências
REDE DE HOSPITAIS, OBRAS DE CARIDADE, DE das primeiras escolas de Serviço Social na América Latina. A gestão das primeiras escolas se deu em

INSTITUIÇÕES ASSISTENCIAIS, CUJA AÇÃO ESTÁ contextos de mudanças políticas e sociais significativas no continente, nos quais a Igreja Católica
desempenhou papel fundamental. Devido à importância e influência da experiência chilena sobre as demais
BASICAMENTE ORIENTADA PARA MINORAR OS PROBLEMAS
escolas da América Latina, começaremos nossa análise por este país.
SOCIAIS. DENTRO DA IGREJA, O MOVIMENTO LAICO
MILHÕES DE TONELADAS; EM 1933, CAIU A POUCO MAIS DE
CHILE
QUATROCENTAS MIL TONELADAS.

(MANRIQUE CASTRO, 1987, p. 65)

O panorama apresentado mostra que, além das crises políticas expressas pelas reiteradas sucessões
presidenciais, a instabilidade chilena da época diz respeito também às questões econômicas – produção e
exportação. Tais questões orientaram a reorganização da base produtiva no país, que provocou, por sua
vez, a alteração das relações entre as classes sociais.

A organização e disciplina da classe operária chilena – de definição socialista e anarquista – merece


destaque nesse processo. O cenário denota o contexto de efervescência social no qual se funda, no Chile,
a primeira escola de Serviço Social, em 1925.
Na década de 1920, o Chile passava por um período de grandes mudanças sociais, econômicas e políticas:
Embora tenha ocorrido de forma semelhante em outros países da América Latina, inclusive no Brasil, a
burguesia chilena foi pioneira ao institucionalizar diversas reinvindicações populares e operárias no aparato
estatal e privado burguês, provocadas pelas pressões populares e da classe operária. Tal movimento
figurou como fator preponderante para a profissionalização do Serviço Social naquele país.

A institucionalização das demandas populares gerou uma legislação que obrigava o Estado – mas não

NA HISTÓRIA CHILENA, TODA A DÉCADA DE VINTE [1920] somente ele – a responder pelos problemas relacionados à previdência social, habitação, às condições de
trabalho, saúde pública, salariais, entre outras – todos objetos de reivindicações da classe operária.
ESTÁ MARCADA COMO UM PERÍODO DE SEVERA CRISE
INSTITUCIONAL E CONTÍNUOS PROTESTOS. A BREVE
INTERRUPÇÃO DO GOVERNO ALESSANDRI, QUE CULMINA
 SAIBA MAIS
COM SUA VOLTA AO PODER, SUCEDEM DIVERSOS EVENTOS
QUE ACENTUAM A INSTABILIDADE – E ALESSANDRI A legislação promulgada em 1924 evidenciou a necessidade de adequar as entidades ligadas ao Estado,

ABANDONOU O CARGO TRÊS MESES ANTES DA direta ou indiretamente, ao que foi definido nas leis. Tratava-se de operacionalizar o que estava
preconizado nas leis, tanto do ponto de vista material, de infraestrutura, como de profissionais de formação
CONCLUSÃO DO SEU MANDATO. SUBSTITUIU-O EMÍLIO
diferenciada. Tais profissionais deveriam atender ao crescimento da intervenção estatal no campo da
FIGUEIROA, QUE GOVERNOU POR POUCO TEMPO, assistência social.
CEDENDO LUGAR AO CORONEL IBAÑEZ, DESIGNADO
PRESIDENTE A 27 DE MAIO DE 1927. CONTUDO, O REGIME,
ACUADO POR UMA ONDA DE PROTESTOS E PELAS GRAVES ESCOLA DEL RÍO
CONSEQUÊNCIAS DA CRISE DE 1929, FOI DERRUBADO POR
A fundação da primeira escola de Serviço Social no Chile ocorreu em 1925, por Alejandro Del Río. A
UM LEVANTE GERAL EM 1931. UM ÚNICO DADO PODE
escola fundada por Del Río tem sua origem mais ligada à ação estatal. Del Río era médico e concebia o
SERVIR COMO REFERENCIAL DO IMPACTO DA CRISE: A
Serviço Social como uma espécie de complementação do trabalho da Medicina.
PRODUÇÃO DE SALITRE, PRODUTO FUNDAMENTAL DA
Com as aprovações de legislações e a consequente criação de necessidades de operacionalização das
EXPORTAÇÃO CHILENA, FOI, EM 1920, DE MAIS DE TRÊS leis, Del Río, apoiado pela Junta Central de Beneficência de Santiago, visitou centros de formação
acadêmica na Bélgica. Seu objetivo era conhecer os métodos e trazê-los para seu país.
TAMBÉM NÃO SE PODE EXCLUIR A INCIDÊNCIA DAS
PRESSÕES ADVINDAS DOS MOVIMENTOS POPULARES E DO
PROLETARIADO.

No Chile, assim como em outros países, a marca da Igreja Católica em relação ao trato com a assistência
esteve presente. Desde a antiguidade, a Igreja era a principal promotora das obras de caridade e difusora
permanente de sua doutrina e pensamento. Portanto, nesse campo, foram constituídas as primeiras formas
do Serviço Social.

Embora a primeira escola de Serviço Social fundada no Chile tenha sido laica, e não católica, isso não
significa que a Igreja decidiu intervir no campo social e assistencial somente após a criação dessa escola. O
exercício da assistência social já tinha precedência da Igreja Católica, cuja prática se dava sob arraigada
inspiração religiosa. Os agentes sociais da Igreja atuavam como um verdadeiro apostolado nas chamadas
obras de misericórdia, com o vasto recurso financeiro do qual dispunham naquele período.

ALEJANDRO DEL RÍO ESCOLA ELVIRA MATTE DE CRUCHAGA

A primeira escola católica de Serviço Social no Chile – escola Elvira Matte de Cruchaga – foi criada em
Alejandro del Río Soto-Aguilar (1867-1939) foi um médico renomado no Chile com uma carreira prolífica.
1929, por Miguel Cruchaga Tocornal, que foi Presidente do Senado chileno e Ministro de Relações
Depois dos estudos de Higiene na Europa, tornou-se o médico social mais qualificado do seu tempo,
Exteriores. Isso explica os recursos financeiros estatais e o prestígio recebidos pela escola em sua gestão.
entendido como aquele que, por meio de sua atividade médica, procurou reduzir os graves problemas
Tais recursos custeavam parte dos gastos derivados dos trabalhos acadêmicos e das obras sociais.
derivados da questão social.
Sob o ponto de vista da organização da escola, foi entregue à responsabilidade de Rebeca e Adriana
Após diversos contatos, Del Río contou com o apoio de Rene Sand para apoiá-lo no intento de criar uma
Izquierdo. As irmãs buscaram apoio de Louise Joerissen – ex-diretora da Escola de Serviço Social Católica
escola para formar profissionais destinados a complementar o trabalho do médico. No entanto, apesar de a
de Munique, Alemanha –, que esteve à frente da instituição até 1933, quando foi substituída por Rebeca
escola de Del Río estar, em sua origem, mais vinculada à esfera estatal, não se pode desconsiderar a forte
Izquierdo.
influência da Igreja Católica, nem na experiência chilena, nem nas demais escolas latino-americanas.

Na constituição desses centros de estudos, recorrentemente estão conjugadas duas estratégias comuns:

Estratégia 1

A iniciativa estatal.


Estratégia 2

A iniciativa da Igreja Católica e de suas instituições e grupos correlacionados.


autêntica humildade, com o mais profundo patriotismo, cientes das necessidades sociais de nossa terra”
(TAGLE, 1965, p. 3282-3283)

A criação dessa escola apresentava diversas motivações. Entre elas, havia o interesse da Igreja em criar
um centro ortodoxo para a formação de agentes sociais adequados às mudanças sofridas pela sociedade
chilena. Tais profissionais deveriam responder aos estímulos práticos impostos pela luta de classes entre a
burguesia e o proletariado.

Outra motivação dizia respeito à intenção da Igreja em estender sua influência católica nas escolas de
Serviço Social de todo o continente latino-americano, ampliando sua doutrina social e, consequentemente,
seu poder como instituição. Isso explica uma das indagações sobre o motivo de terem sido instituídas duas
escolas de Serviço Social no Chile, em curto espaço de tempo, sem que houvesse uma tentativa de
complementar esforços em relação à primeira escola, já fundada.

INTERESSES DA IGREJA CATÓLICA

MIGUEL CRUCHAGA TOCORNAL A criação da escola Elvira Matte de Cruchaga se inscreve no contexto dos interesses globais da Igreja
Católica, que tentava se colocar em destaque no movimento intelectual da época, a fim de recuperar seu

Miguel Cruchaga Tocornal (1869-1949) foi advogado e político do Partido Conservador. Foi senador por papel na conduta moral da sociedade. Nesse sentido, a Igreja se via entre o pragmatismo burguês e o

dois mandatos nos períodos de 1937-1945 e 1945-1953. socialismo, com seu pressuposto ateu. Para não perder espaço, a Igreja redobrava sua ação nos terrenos
mais diversos, investindo na formação de intelectuais alinhados com seus pensamentos e dotando-os dos
Entre outras atividades, dedicou-se à escrita, especialmente na área do Direito Internacional, e colaborou
meios de intervenção necessários para atuação naquele contexto.
com jornais e revistas, nacionais e estrangeiras. Foi benfeitor da Sociedade de Proteção à Criança e
fundador da Escola de Serviço Social da Universidade Católica, a qual deu o nome de sua esposa, Elvira A Igreja enxergava a necessidade e a oportunidade ao se envolver com a questão social – produto da

Matte, por ter sido construída com doações próprias. modernização capitalista – por meio da assistência social. Pode parecer uma mudança sutil, mas a Igreja
começa a voltar seu olhar para outra direção, não mais às vítimas das pestes ou aos desvalidos em geral.
Pouco antes de sua morte, ele foi mencionado como um possível candidato ao Prêmio Nobel da Paz.

 SAIBA MAIS

Em 1933, a Direção da Escola ficou a cargo das irmãs Rebeca e Adriana Izquierdo Phillips. As irmãs,
movidas por uma profunda sensibilidade social, realizaram seus estudos na Bélgica e na Alemanha.

Rebeca e Adriana Izquierdo deixaram os cargos de diretoria da Escola de Serviço Social Elvira Matte de
Cruchaga após 36 anos de trabalho ininterrupto e grandes conquistas.

Em discurso de agradecimento aos serviços prestados pelas irmãs, o então deputado José Manuel Tagle
Nesse momento, a Igreja se volta ao amparo daqueles que não suportavam as consequências de um novo
disse:
modo de produção que mercantiliza a força de trabalho, que dá novos contornos à família, que promove
“Queríamos elevar nossa voz para agradecer estas altruístas senhoras. Sua ação é tão ampla e eficaz em concentrações urbanas, que modifica o papel feminino ao passo que incorpora a mulher ao mercado de
favorecimento da comunidade e, principalmente, dos setores modestos. Elas têm trabalhado com a mais trabalho e à relação de assalariamento, que origina novas doenças, entre outras questões atualizadas.
No projeto da nova escola católica, a Igreja tentava responder, de forma complementar e não antagônica, à
escola que já havia sido fundada por Del Río. Inclusive, as duas escolas compartilhavam uma base A EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO DAS VISITADORAS SOCIAIS
doutrinária comum. Entre outros aspectos, compartilhavam da influência belga, mas guardavam suas NESSES CENTROS CONSTITUIU EMBRIÃO DA FORMAÇÃO
diferenças e particularidades ainda assim.
TÉCNICA MAIS ESPECIALIZADA EM SERVIÇO SOCIAL.
Uma dessas diferenças dizia respeito à concepção do fazer profissional:

ESCOLA DE DEL RÍO


ESCOLA ELVIRA MATTE DE CRUCHAGA IMPORTÂNCIA DAS VISITADORAS SOCIAIS NO
PROCESSO DE PROFISSIONALIZAÇÃO

ESCOLA DE DEL RÍO

Havia a compreensão do Serviço Social como profissão apêndice da área médica. Nesse sentido, apesar PROCESSO DE FORMAÇÃO PELA ESCOLA ELVIRA
da influência católica, o marco da prática profissional acabava muito delimitado ao caráter complementar à MATTE DE CRUCHAGA
profissão médica.

A Escola Elvira Matte de Cruchaga foi criada com objetivos claramente definidos em relação ao ideário da
Igreja Católica no contexto das desigualdades produzidas pelo modo de produção capitalista.

ESCOLA ELVIRA MATTE DE CRUCHAGA Do ponto de vista do Serviço Social, a escola investia em um sólido processo de formação profissional,
pautado em dois fatores combinados:
O campo de atuação do Serviço Social era enxergado de modo mais amplo, com relação à atuação frente
OS ANTECEDENTES DA CANDIDATA
às múltiplas expressões da questão social. Com isso, sempre era mantido o horizonte da ação profissional
vocacional, de forte cariz católico e preocupado com a satisfação das questões materiais, morais e A FORMAÇÃO OFERECIDA PELO CURSO
relacionadas ao bem comum e ao amor ao próximo. A escola primava pela ligação das ex-alunas com o centro de estudo, como estratégia de manutenção de

A criação da escola Elvira Matte de Cruchaga, portanto, obedeceu a uma dupla racionalidade. vínculos.

Responder às demandas que uma sociedade em mutação impunha à Igreja e aos seus intelectuais. A escola apresentava rigorosos requisitos para admissão de suas alunas, tais como idade (ter entre 21 e 34
anos), atestado médico de boa saúde, bons antecedentes, recomendação paroquial e bom rendimento


Exercer o papel de divulgadora internacional do Serviço Social católico.
escolar em ciências humanas. Portanto, a seleção se baseava em critérios elitistas, de forma que
somente as jovens mulheres de famílias abastadas conseguiam preencher os requisitos.

Sob aspecto da divulgação internacional, a Escola Elvira Matte de Cruchaga foi um projeto destinado à
organização do laicato, no sentido da formação para a assistência social plenamente em acordo com a  VOCÊ SABIA
lógica da religião católica. Tal ação social era acompanhada por treinamentos, propiciados
fundamentalmente pela Igreja Católica, por intermédio dos seus primeiros centros de formação. O plano de estudo foi fundamentado duração com três anos, entre cursos teóricos e atividades práticas. O
plano era apoiado nos princípios do Papa Pio XI, que se referia à relação entre a escola e a Igreja,
apregoando que todo ensino e toda organização, bem como professores, programas, livros e demais
atividades, estejam dirigidas pelo espírito cristão.
Os problemas relacionados às péssimas condições de saúde da população faziam com que houvesse Disponibilizar uma formação prática aos estudantes, de acordo com os planos escolares, sob o rígido
ênfase nas disciplinas relativas à saúde. Tais problemas eram derivados das condições insalubres controle da escola.
resultantes do reordenamento capitalista sobre a economia e a sociedade, aliado à influência de formação
europeia, que já aproximava o Serviço Social e a Enfermagem.

Estudar, sistematicamente, as condições sociais de diferentes grupos e promover a melhoria da situação


das classes necessitadas, indicando medidas específicas ou gerais, e propondo leis ou regulamentos.

 RESUMINDO

Com o Escritório, a escola visava contribuir ativamente para a educação da classe operária, bem como para
o desenvolvimento e prestígio do Serviço Social como profissão, articulando o interesse em ampliar o
mercado de trabalho da profissão.
ESCRITÓRIO CENTRAL DE SERVIÇO SOCIAL

Em 1936, a escola criou o Escritório Central de Serviço Social, realizando um importante trabalho de
mapeamento das demandas sociais atendidas. Nas áreas rurais e urbanas, a incidência dos problemas era INTERFACE ENTRE A ESCOLA E O ESTADO
diferente. No entanto, identificou-se que os problemas de ordem médica e higiênica, somados aos
econômicos, apontavam para a origem das limitações salariais, ligadas às relações capitalistas de A Escola Elvira Matte de Cruchaga se diferencia em relação às formas anteriores de assistência social, na
produção. medida em que reconhece o papel mediador do Estado para normatizar as relações entre capital e trabalho.
Dessa maneira, as visitadoras sociais adquiriram conhecimento e proximidade com os problemas sociais da
As práticas realizadas no Escritório permitiam um aprendizado profissional que logo seria levado ao terreno
época – fator que as legitimava a sugerir leis e regulamentos no campo assistencial.
de trabalho nas instituições sociais. As finalidades principais do escritório eram:
Há, na perspectiva dessa escola, um esforço para conquistar uma função no interior das relações entre as
classes, propondo soluções aos problemas, em interface direta com o Estado e por intermédio privilegiado
da atuação das visitadoras sociais.
1

Desenvolver e estabelecer o Serviço Social no país (Chile), por meio da aplicabilidade de novas técnicas do
trabalho da ajuda e da educação das classes operárias, abrindo a oportunidade de aproveitamento de seu  VOCÊ SABIA
serviço especializado às instituições que não dispunham de um Serviço Social próprio e independente.
O governo chileno, em 1935, solicitou à escola que estudasse a situação salarial, a fim de que fossem
introduzidas mudanças pertinentes. O trabalho em questão foi realizado pelas visitadoras sociais e suas
conclusões foram bem acolhidas pelo aparato estatal. As visitadoras, com isso, adquiriram respeito e “Na Europa, a atenção social tornou-se mais urgente, com o término da Primeira Guerra Mundial (1914-
credibilidade em seu fazer profissional. Nos anos mais duros da crise chilena, a escola recebeu do governo 1917), pois o volume de vítimas do conflito estimulou a abertura de escolas e técnicas de socorro
a tarefa de organizar a assistência a milhares de desempregados, sempre contando com o apoio dos adequadas. A primeira organização internacional privada de Serviço Social foi a União Católica
mecanismos da Igreja Católica. Internacional de Serviço Social (UCISS), com sede em Bruxelas (1925), cujos programas educacionais
tiveram notável influência nas Escolas de Serviço Social” (CARILLO; SANCHEZ, 2018, p. 325).

ENCONTROS COM EX-ALUNAS DA ESCOLA

A escola zelava pela realização de encontros periódicos com suas ex-alunas, as chamadas Semanas, que
costumavam ocorrer uma vez ao ano. Eram espaços de compartilhamento de experiências de trabalho,
propostas de novos métodos de ação e reforço do idealismo e espírito religioso das alunas egressas.

Os conferencistas convidados para essas jornadas, normalmente, eram profissionais que ocupavam
importantes cargos em instituições que demandavam o trabalho das visitadoras. Em geral, eram
convidados que causavam impacto na categoria, fosse pelo notório saber, pela autoridade ou pelo peso dos
cargos.

CENÁRIO INTERNACIONAL
Com a continuação, a ação de fomento do Serviço Social católico na América Latina rendeu os frutos
esperados, e a formação em rede influenciou a constituição de escolas de Serviço Social em vários países,
Consolidada a importância, a legitimação e o prestígio das visitadoras sociais no país de origem, a Escola
como Uruguai, Peru, Argentina, Cuba, Brasil e Venezuela. De dez escolas latino-americanas de Serviço
Elvira Matte de Cruchaga também se dedicou a investir em sua influência internacional. Desde seus
Social, oito eram escolas católicas, o que apontava o êxito do projeto da Igreja.
primeiros anos de funcionamento, a escola já contava com a filiação junto à União Católica Internacional de
Serviço Social (UCISS), com sede em Bruxelas.

CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA ELVIRA MATTE DE


A UCISS TINHA COMO OBJETIVO DIFUNDIR O SERVIÇO
CRUCHAGA
SOCIAL CATÓLICO, E A ESCOLA ELVIRA MATTE DE
CRUCHAGA ERA UM CENTRO PRIVILEGIADO DE SUAS Sem dúvida, a Escola Elvira Matte de Cruchaga foi uma instituição pioneira, que serviu como modelo a

OPERAÇÕES. outros centros de formação, com destaque para a experiência das visitadoras sociais. Nesse sentido,
contribuiu em larga escala para oferecer um campo propício para o Serviço Social, mesmo que se

A UCISS deu à escola a missão de fomentar o Serviço Social católico na América Latina. Inicialmente, isso moldando às exigências históricas impostas pela sua vinculação com os poderes estatal e religioso.

se seu com o envio de cartas e prospectos aos países sobre a instituição de ensino. A atividade da escola pôs em jogo duas frentes:

Uma frente abnegada e de incondicional entrega para reduzir as resultantes sociais do capitalismo.

 SAIBA MAIS Outra frente relativa à sua sistemática dedicação para servir à gama de estratégias para a qual fora
criada – operar seu plano de estudos, as práticas profissionais, o Escritório Central de Serviço Social,
as relações internacionais e a instrumentalização de sua ideologia.

A escola, em si, não pode ser considerada um paradigma para a profissão. No entanto, indiscutivelmente,
CONTEXTO DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO
ela contribuiu para respostas ao seu tempo e marcou o processo de profissionalização do Serviço Social na
O processo de desenvolvimento da profissão, que se deu entre 1947 e 1961, recebeu uma forte influência
América Latina.
do Serviço Social norte-americano. Esse período foi denominado de metodologismo e desenvolvimentismo.

Para analisar essa parte da história do Serviço Social, não podemos deixar de considerar o contexto social
e econômico, sobre os quais os acontecimentos relacionados à profissão se deram.

ERA VARGAS

A partir da década de 1940, o capitalismo industrial no Brasil se sedimenta com bases mais definidas. Por
meio da adoção de políticas econômicas e financeiras, o Estado fomenta os polos industriais, com objetivo
de organizar o mercado interno e tornar o mercado internacional um campo sólido e rentável.

O BRASIL VIVIA A ERA VARGAS.


Vamos entender um pouco mais por que o Chile é tão importante para a formação do Serviço Social.
Devemos destacar, portanto, a neutralização das reivindicações populares e sindicais, na medida em que o
Estado Novo incorporava demandas de diversos setores da sociedade e lhes “concedia”, sob forma de leis
e políticas sociais, combinadas à repressão da ditadura varguista.

A POLÍTICA DO ESTADO NOVO


Foi claramente gestada para responder às necessidades do processo de industrialização e de
enquadramento da população urbana. A expansão desse setor é diretamente proporcional à intensificação
da exploração da força de trabalho. Considerando a realidade brasileira, por tratar-se de um país populoso

VERIFICANDO O APRENDIZADO e de grandes dimensões territoriais, a massa de trabalhadores disponíveis favorece a exploração intensa na
qual o modo de produção capitalista precisa para se reproduzir.

Dito de outra maneira:

MÓDULO 3

 Identificar influência dos Estados Unidos na profissionalização do Serviço Social no Brasil pela
via da atuação profissional pautada no viés psicossocial TRATA-SE DE ENFRENTAR O PROCESSO DE PAUPERIZAÇÃO
DO CONTINGENTE DA CLASSE TRABALHADORA URBANA,
COMO FORMA INDISPENSÁVEL À GARANTIA DOS NÍVEIS DE As grandes instituições assistenciais brasileiras e a profissionalização do Serviço Social ocorrem
simultaneamente na década de 1940. Sob o ponto de vista da profissão, foi um marco no qual o Serviço
PRODUTIVIDADE DO TRABALHO (REPRODUÇÃO DA FORÇA
Social pode romper o estreito quadro de sua origem no bloco católico.
DE TRABALHO), NECESSÁRIOS À EXPANSÃO DO CAPITAL
Como efeito, instaurou-se como categoria assalariada, inserida no mercado de trabalho, aberto a partir das
NAQUELE MOMENTO. grandes instituições assistenciais, em sua maioria advindas do aparato estatal ou paraestatal. Para
responder às novas demandas, no entanto, foi necessário que a categoria profissional buscasse
(ANDRADE, 2008, p. 270)
conhecimentos teóricos e técnicos considerados mais adequados às requisições colocadas ao Serviço
Social.

Para tanto, era necessário romper com a forma anterior da atuação profissional, própria das pioneiras do
Serviço Social e oriunda do apostolado social. Naquele momento, atuação profissional passava pela
centralidade do mandado institucional, respaldado pelo que estava preconizado nas leis, regulações e
políticas sociais.

FOI NO PROCESSO DE EMERGÊNCIA DAS CLASSES SOCIAIS


– PROLETARIADO E BURGUESIA NACIONAL – QUE O
SERVIÇO SOCIAL SE DESENVOLVEU E LEGITIMOU COMO
O Estado Novo se apoia, portanto, na classe trabalhadora, a fim de se legitimar e garantir o controle social,
PROFISSÃO. OS ASSISTENTES SOCIAIS APARECERAM
por meio das políticas sociais de massa, que protegem e reprimem, ao mesmo tempo, os movimentos
reivindicatórios. Como exemplos, temos as legislações sociais, sindicais e as instituições assistenciais – COMO UMA CATEGORIA DE ASSALARIADOS, DIRETA OU
todas ações decorrentes de estabelecimento de alianças entre Estado e empresariado. INDIRETAMENTE, VINCULADOS AO ESTADO, DEVIDO À
Como resultado dessas alianças, foram criados a LBA (Legião Brasileira da Assistência) e o SENAI IMPLEMENTAÇÃO DE SUAS POLÍTICAS SOCIAIS, VIA
(Serviço Social de Aprendizagem Industrial), em 1942, e o SESI (Serviço Social da Indústria) e o SENAC ENTIDADES SINDICAIS E ASSISTENCIAIS.
(Serviço Social de Aprendizagem Comercial), em 1946.

(ANDRADE, 2008, p. 271)

Vemos que os padrões de eficácia do Serviço Social do período doutrinário, baseado em parâmetros morais
 ATENÇÃO e conservadores, tornam-se pouco eficiente frente aos novos tempos e às novas requisições.

Importante conferir o Decreto-Lei nº 4.830, de 15 de outubro de 1942 acerca dessa Associação.

SER UM BOM CRISTÃO, COM INTENÇÕES DE


SOLIDARIEDADE E AMOR AO PRÓXIMO, TORNAVA A AÇÃO
ROMPIMENTO COM O APOSTOLADO VOCACIONAL
CATÓLICO
PROFISSIONAL PRECÁRIA DIANTE DO NOVO CONTEXTO
SOCIAL EXPERIMENTADO.

No contraponto, a expectativa em relação à atuação de assistentes sociais era pautada em rentabilidade e


investimentos, apoiados em conhecimentos mais sistematizados sobre a realidade e os procedimentos
adequados à intervenção profissional. A isso equivale a grande preocupação com os métodos e as técnicas,
administrativos e burocráticos, da forma exigida pelas entidades assistenciais.

SERVIÇO SOCIAL E A INFLUÊNCIA NORTE-


AMERICANA
Vamos relembrar alguns fatos históricos mundiais para compreender a passagem da atuação profissional  Getúlio Vargas (esquerda) e Franklin Delano Roosevelt (direita), Rio de Janeiro, 1936.

orientada pela doutrina social da Igreja Católica para a fase desenvolvimentista. Tais fatos explicam muitos O único país forte o suficiente para se lançar em uma ofensiva pós-guerra era os Estados Unidos, visto que
dos rebatimentos sofridos no Brasil e, mais especificamente, no Serviço Social. Inglaterra, Alemanha e França sofriam duros reflexos em suas economias e vidas humanas, decorrentes
das perdas econômicas e dos conflitos armados. O mesmo panorama se deu com a União Soviética, que
sofreu um enorme abalo em suas cidades e na economia, além das perdas populacionais decorrentes da
guerra.
GUERRA FRIA
Apesar desse cenário, o embate entre capitalismo e comunismo seguia firme, até que os EUA
desencadearam a chamada Guerra Fria, compreendida como luta ideológica entre o comunismo e
No Brasil, o então presidente Getúlio Vargas estreitou relações econômicas e políticas com os EUA, com
uma bandeira comum – a expansão mundial do capitalismo e o combate ao comunismo. capitalismo, reacendendo a questão armamentista.

No cenário mundial, com o fim da Segunda Guerra, a luta travada entre grandes potências – como a A Guerra Fria viabilizou, para os EUA, a reabertura de grandes indústrias, aquecendo o mercado de
trabalho e a economia americana. Além disso, criou-se um campo propício para o Plano Marshall consolidar
Alemanha, França, Inglaterra, Japão e EUA – provocou o enfraquecimento de algumas delas. Isso
garantiu a supremacia norte-americana, que passou a ter a expansão colonial dos países latino-americanos o capitalismo, a partir da política de empréstimos aos países europeus, como França e Itália.

como área de interesse.


promulgada, deixando de fora a questão terra e, por conseguinte, a necessidade de uma reforma agrária foi
totalmente desconsiderada.

O Brasil ingressava, simultaneamente, em uma fase de crescimento industrial, estimulado pelos EUA e
favorecido pela privação do abastecimento e pelo mercado externo. Esses fatos colaboraram para o
surgimento de uma nova burguesia industrial no Brasil.

A INDUSTRIALIZAÇÃO FORA FAVORECIDA COM A


POLARIZAÇÃO ENTRE SOCIALISMO E CAPITALISMO, TENDO
SIDO O CAPITALISMO COROADO COMO POSIÇÃO
IDEOLÓGICA PREDOMINANTE.

Com o sucesso e a pujança propiciados pela industrialização no Brasil, o capitalismo foi visto como algo
Definida a questão perante a Europa, os EUA se voltaram para a América Latina. Até 1945, a situação
necessário para o desenvolvimento e modernização da sociedade. Como consequência, eclodiu o
internacional brasileira não estava definida por completo. Contudo, o final da Segunda Guerra foi decisivo
agravamento da questão social em suas múltiplas expressões.
para conduzir nações no sentido da redemocratização, com a vitória dos países aliados e a derrota do
nazifascismo. A via socialista, na época, era enxergada apenas como restrição às liberdades humanas e aos direitos
individuais, além de parecer atentar contra o “direito da Igreja da família”. Esse fato assumia um vulto de
rejeição ainda maior no interior de uma profissão ainda muito marcada pela doutrina social da Igreja. A
estratégia foi, então, a de aproximar os princípios democráticos com o pensamento cristão.

LEGITIMAÇÃO DO CAPITALISMO
Desse modo, o Serviço Social compatibilizou a ideologia católica com a legitimação do capitalismo,
aproveitando as condições propícias à institucionalização da profissão.
Não era mais possível sustentar a ditadura varguista com esse ambiente, o que culminou com novas
eleições e a chegada do Presidente Dutra ao poder, em 1946. No mesmo ano, uma nova constituição foi
BUSCA POR BASE TEÓRICO-CIENTÍFICA SERVIÇO SOCIAL DE CASO, GRUPO E
A partir de 1945, é registrada a preocupação da categoria profissional com a elaboração de uma teoria
COMUNIDADE
própria, centrada em critérios científicos e técnicos, capaz de imprimir ações eficazes na execução do fazer
profissional. O Serviço Social, atualmente, faz a crítica ao conservadorismo e a suas fragilidades teóricas, constitutivas
daquele momento de profissionalização. No entanto, não podemos negar a importância do esforço relativo
à teorização e atribuição de caráter mais científico e sistematizado, tanto à formação quanto às ações
profissionais.

O reconhecimento às pioneiras do Serviço Social e às primeiras autoras vem desse esforço, pela
contribuição prestada no avanço da profissão, embora devamos analisar criticamente esse legado.

Mary Richmond, por exemplo, foi a primeira a escrever e tematizar sobre assistência social, caridade,
filantropia e Serviço Social. Em sua obra, datada de 1917, a autora buscou, entre outros objetivos,
secularizar a profissão e oferecer bases técnicas e métodos de trabalho que possibilitassem que a
categoria profissional reconhecesse como válida e própria.

Outro fator relevante, decorrente da relação próxima e amistosa entre Brasil e EUA, foi o sistema de bolsas
de estudo para assistentes sociais brasileiros, cujo marco se deu no Congresso Interamericano de Serviço
Social, realizado em 1941, em Atlantic City (EUA).

O evento aproximou as principais escolas de Serviço Social do Brasil aos grandes centros de formação em
Serviço Social norte-americanos. A partir do sistema de bolsas, ficou marcado o período de influência
norte-americana sobre a profissão e sobre a formação profissional, devido à alteração nos currículos de
nossas escolas.

 COMENTÁRIO
MARY RICHMOND
É importante lembrar que a supremacia norte-americana não se refletia apenas no cenário econômico e
político, mas também no cultural, constituindo-se como fonte de referência de modelos e ações de sucesso, Mary Richmond (1861-1928) foi uma das pioneiras no serviço social norte-americano. Ela teve a ideia de
inclusive no campo do bem-estar social. Tal situação contribuiu muito para que o Serviço Social brasileiro transformar esse trabalho em um trabalho formal. Criou técnicas, sistemas, conteúdos e teorias de serviço
buscasse seu suporte teórico-científico em bases norte-americanas. social inclinados para a formação de uma disciplina.

Por outro lado, revolucionou completamente a ideia de fazer serviço social e a maneira como os mais
necessitados eram ajudados. Ela tentou aplicar uma estratégia que atacasse o problema na raiz,
procurando as causas da pobreza para eliminá-la.
A questão da secularização aqui tratada consiste em tornar leigo aquilo que tem caráter religioso. No caso Para efetivar esse intento, à luz dos novos tempos que a categoria profissional vivia, foi preciso adequar
do Serviço Social, isso significava romper com o viés central do apostolado vocacional católico do fazer não só procedimentos metodológicos, mas também referenciais teóricos que os sustentassem.
profissional para encaminhar outro tipo de prática, dotada de conceitos técnicos e científicos.

INDIVIDUALIZAÇÃO DOS PROBLEMAS


SOCIOLOGIA NORTE-AMERICANA
Para adequação e não para resolução efetiva das questões trazidas pelos sujeitos, visto que tal resolução
As ideias de Richmond eram baseadas em uma concepção funcional de sociedade, elaborada pela era de responsabilidade deles, causadores de tais disfunções. No âmbito institucional, o agente profissional,
Sociologia norte-americana. No Serviço Social brasileiro, isso é absorvido pela categoria, no caso o assistente social, será responsável pelo trabalho junto aos sujeitos sociais para que eles, em uma
situação conflituosa, voltem à sua posição no sistema definido.

De acordo com a perspectiva funcionalista, “a proposta institucional é colocar o conflito no conjunto da


estrutura social aceitável, adequando o usuário aos seus recursos” (ANDRADE, 2008, p. 276).

O SERVIÇO SOCIAL MANTÉM SEU CARÁTER TÉCNICO-  RESUMINDO


INSTRUMENTAL VOLTADO PARA UMA AÇÃO EDUCATIVA E
ORGANIZATIVA ENTRE O PROLETARIADO URBANO, A teoria diz respeito, portanto, a uma construção intelectual que proporciona explicações aproximadas da
realidade e supõe um padrão de elaboração, chamado de método. Dessa forma, no caso teoria social, cada
ARTICULANDO – NA JUSTIFICATIVA DESTA AÇÃO – O
teoria é um método de abordar o real; é o caminho teórico que se utiliza para explicar o ser social.
DISCURSO HUMANISTA, CALCADO NA FILOSOFIA
ARISTOTÉLICO-TOMISTA, AOS PRINCÍPIOS DA TEORIA DA
MODERNIZAÇÃO PRESENTE NAS CIÊNCIAS SOCIAIS. ESSE
NATURALIZAÇÃO DOS FENÔMENOS SOCIAIS
ARRANJO TEÓRICO-DOUTRINÁRIO OFERECE AO
PROFISSIONAL UM SUPORTE TÉCNICO-CIENTÍFICO, AO Trazendo esses conceitos para o Serviço Social daquele momento, de primeiro suporte teórico e
metodológico, fundamentado na matriz positivista, temos uma apreensão da realidade manipuladora,
MESMO TEMPO EM QUE PRESERVA O CARÁTER DE UMA
instrumental e imediata do ser social.
PROFISSÃO “ESPECIAL”, VOLTADA PARA OS ELEVADOS
Trata-se de abordar as relações sociais dos indivíduos no plano de suas vivências imediatas, como fatos
IDEAIS DE “SERVIÇO AO HOMEM”.
que se apresentam em sua objetividade e no seu caráter imediatista, uma espécie de “é assim porque é
assim e pronto”. Muito superficialmente, trata-se da naturalização dos fenômenos sociais.
(IAMAMOTO, 1994, p. 21)

A Sociologia figurava, portanto, como um dos suportes teóricos para o Serviço Social, explicando a
desigualdade social a partir da estratificação social. Essa visão desconsiderava os problemas sociais
imbrincados na lógica do sistema capitalista de produção.
 ATENÇÃO
A sociologia americana se ocupa de abordar, naquele contexto, o âmbito dos indivíduos, grupos ou
Essa perspectiva restringe a visão teórica ao âmbito do verificável, da experimentação e da fragmentação.
instituições em desajuste, a partir das desigualdades existentes, em uma clara perspectiva de adequação
As mudanças são, na verdade, reformas da realidade, com intuito de preservar a ordem estabelecida, de
dos sujeitos e de individualização dos problemas.
ajustar.
A partir de 1945, o Serviço Social latino-americano se apoiou nas técnicas funcionalistas advindas da Os insumos teóricos que pudessem explicar melhor o comportamento dos indivíduos e contribuir na
Sociologia norte-americana para instrumentalizar sua intervenção profissional, sendo essa a principal implementação de um plano de tratamento, que passava pelas etapas de sugestão, treinamento,
influência da hegemonia dos EUA sobre a profissão. aconselhamento, educação e reeducação.

Para isso, a informação e a observação eram superestimadas. O método clínico é centrado no indivíduo e
apresentava, como etapas de processo de trabalho, o estudo, o diagnóstico e os tratamentos. Acreditava-se

A EXPRESSÃO MÁXIMA DE TAL INSTRUMENTALIZAÇÃO SE que isso possibilitava um olhar e uma intervenção de cunho psicossocial.

DEU PELAS TEORIAS DE CASO, GRUPO E COMUNIDADE.

SERVIÇO SOCIAL DE GRUPO

SERVIÇO SOCIAL DE CASO O Serviço Social de Grupo passou a ser incorporado à grade curricular das escolas de Serviço Social
brasileiras em 1947. Um dos nomes de maior expressão no Serviço Social de Grupos era o de Gisela

O Serviço Social de Caso ou Casework centrava sua ação e preocupação na personalidade do cliente, Konopka, além de outros, como Grace Coyle, Gertrude Wilson, Gladys Ryland.

buscando conseguir mudanças no indivíduo. Tais mudanças se dariam a partir de novas atividades e novos
comportamentos que o ajustassem ao meio social e fizessem com que ele cumprisse o seu papel no
sistema vigente.
GISELA KONOPKA
As autoras de destaque nesse campo eram Mary Richmond, Gordon Hamilton e Porter Lee. O Serviço
Social de Casos se caracteriza pelo objetivo de fornecer serviços básicos práticos e de aconselhamento, de Um método que ajuda os indivíduos a aumentarem o seu funcionamento social, por meio de objetivas
tal modo que seja desenvolvida a capacidade psicológica do cliente, e ele seja levado a se utilizar dos experiências de grupo, e a enfrentarem, de modo mais eficaz, os seus problemas pessoais, de grupo ou de
serviços existentes para atender a seus problemas (HAMILTON, 1958, p. 38). comunidade.

Trata-se de uma prática que visa diminuir o sofrimento e melhorar o funcionamento pessoal e social de
seus membros, por meio de uma específica e controlada intervenção de grupo, com a ajuda de um
profissional (KONOPKA, 1979, p. 33-45).

Konopka definia o Serviço Social de Grupo como um método do Serviço Social que ajuda os sujeitos a
aumentarem seu funcionamento social por meio de experiências de grupo, constituindo-se em uma prática
que visa minimizar o sofrimento, melhorar o funcionamento social por meio de uma intervenção grupal
específica e controlada pela ajuda profissional especializada.

O Serviço Social de Grupo tem uma base forte assentada nos movimentos de autoajuda norte-americanos.
O Serviço Social, a fim de racionalizar a ação profissional, buscava na:
O enfoque dado ao trabalho desenvolvido com os grupos era terapêutico e disciplinador, usando a força do
Sociologia grupo no sentido do ajuste do indivíduo disfuncional, adequando-o. Isso era feito, no entanto, sem rever

O apoio necessário à questão do meio social e da personalidade, com conceitos de família e estrutura questões sociais mais profundas, reafirmando que o problema está no homem, e não na ordem social

socioeconômica. vigente.


Psicologia
DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE
O Desenvolvimento de Comunidade também figurava como um método com características semelhantes assistente social passa a figurar como uma espécie de líder indireto da comunidade, estimulador da
aos dois processos anteriormente citados. Mantinha o objetivo do ajustamento social do sujeito, ao mesmo mudança social, promovida com uma pseudoparticipação popular.
tempo em que realizava um trabalho assistencial.
Observando a categoria profissional em períodos, compreendemos que, apesar da forte influência teórica
norte-americana, os profissionais começaram a procurar uma literatura que privilegiasse a análise dos fatos
sociais da realidade brasileira. Empreenderam esses esforços já um pouco mais apartados dos objetivos

 VOCÊ SABIA propostos pela primeira geração de profissionais, que se articulava em torno do ideário social cristão.

Durante as décadas de 1950 e o início de 1960, o Serviço Social incorpora, por influência norte-americana,
a política desenvolvimentista no ensino. Essa política enfatizava a aceleração econômica, incentivada pela
 ATENÇÃO
industrialização e modernização em curso no mundo e capitaneada pelos EUA.

Era destinada, ao Serviço Social, a missão de contribuir para o aprimoramento do ser humano, apesar de o O foco dessa segunda geração profissional era buscar formas de responder à realidade social latino-
país conviver com o subdesenvolvimento, o que representava uma contradição. americana. Na década de 1960, essa parcela da profissão irá viver um período da história nacional
marcada pela ditadura militar. Ao mesmo tempo, há uma primeira aproximação com uma revisão crítica no
O Desenvolvimento de Comunidade foi, dessa forma, uma estratégia lançada para garantir a prosperidade,
interior da categoria profissional, que se constituirá, mais tarde, no Movimento de Reconceituação.
o progresso social e a hegemonia ideológica norte-americana, intimamente ligada ao capitalismo e à sua
busca por preservar o mundo livre de ideologias não democráticas. Partindo do pressuposto de que as
populações subdesenvolvidas teriam maior propensão ao comunismo, urgia a pauta desenvolvimentista nos
países latino-americanos.

Durante a década de 1950, a ONU (Organização das Nações Unidas) empenha-se em sistematizar e
divulgar o Desenvolvimento de Comunidade, como medida para solucionar o complexo problema da
integração de esforços da população aos planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

A OEA (Organização dos Estados Americanos), aderindo às recomendações da ONU, define uma política
de assistência técnica e cooperação norte-americana para as Américas, e cria uma unidade responsável
pela divulgação e pelo impulso desses programas na América Latina.

Com relação ao Serviço Social, a ONU se ocupa em realizar três pesquisas de caráter internacional sobre a
formação dos assistentes sociais, nos níveis auxiliar, de graduação e pós-graduação.

Agora, iremos aprofundar na influência das técnicas funcionalistas na formação do assistente social.
DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE NO BRASIL

A preocupação do Serviço Social brasileiro com o Desenvolvimento de Comunidade reside em se


incorporar a um movimento de âmbito internacional, deflagrado oficialmente pelas Nações Unidas e
validado por diversos órgãos interessados na disseminação da ideologia e do modo de produção capitalista,
em especial o Estado.

Aos poucos, a ação do Serviço Social vai incorporando essas concepções e ações, ao passo que o próprio
Estado brasileiro reconhece, no método de Serviço Social de Comunidade, uma significativa potencialidade
para o desenvolvimento nacional, conforme fora discutido no II Congresso de Serviço Social Brasileiro. O
VERIFICANDO O APRENDIZADO REFERÊNCIAS
ANDRADE, M. A. R. A. O metodologismo e o desenvolvimentismo no Serviço Social brasileiro – 1947
a 1961. Serviço Social & Realidade, Franca, v. 17, n.1, p. 268-299,2008.

CONCLUSÃO CARILLO, J.; SANCHEZ, M. El Trabajo Social como forma de control: un análisis desde la perspectiva
de la Epistemología histórica. Cuadernos de Trabajo Social. Madrid: Universidad Complutense: 31(2)

2018: 321-331.

HAMILTON, G. Teoria e prática do Serviço Social de casos. 3. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1958.

CONSIDERAÇÕES FINAIS IAMAMOTO, M. V. Renovação e conservadorismo no Serviço Social. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1994.

KONOPKA, G. Serviço social de grupo. In: Histórico do serviço social de grupo. Tradução de Adolpho
Neste tema, apresentamos um amplo panorama histórico, que nos situou no contexto da profissionalização José da Silva. 5. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
do Serviço Social. Para tal, passando por sua origem – extremamente ligada aos padrões caritativos da
MANRIQUE CASTRO, M. História do serviço social na América Latina. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1987.
Igreja Católica –, vimos como o modo de produção capitalista, especialmente pela influência europeia e
norte-americana, manteve a prática do assistente social focada no assistencialismo. PIANA, M. C. A construção do perfil do assistente social no cenário educacional [on-line]. São Paulo:
Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.
Também vimos como a América Latina, em especial na escola chilena, traçou seus próprios caminhos,
buscando valorizar a realidade social em que se estava inserida, apesar das influências europeia e norte- SANTOS, L. L. Textos de Serviço Social. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1993.

americana. Além disso, contou com a presença de personagens que assumiram o protagonismo de atuar TAGLE, M. REPUBLICA DE CHILE. Camara de Diputados. Sesión 42ª, en miércoles 12 de mayo de 1965.
na formação e prática do Serviço Social.

Destacando alguns elementos históricos da política nacional, vimos como o Serviço Social também foi
influenciado no Brasil, não só pelas práticas internacionais, mas por correntes teóricas da Sociologia, como
o Funcionalismo. Nesse contexto, apresentamos Mary Richmond e sua proposta de viés psicossocial. EXPLORE+
Para aprimorar os seus conhecimentos no conteúdo aprendido:

Acesse o site Memoria Chilena, da Biblioteca Nacional de Chile, que traz um enorme acervo de
documentos, imagens, pesquisas acerca da história do país. Será possível encontrar (em espanhol)
muito sobre o Serviço Social.

Acesse o site da Biblioteca del Congreso Nacional de Chile, para aprofundar ainda mais (em
 PODCAST espanhol) a base legal que fundamentou o Serviço Social no país.

Agora, Nataly Barros nos ajudará a nos aprofundar ainda mais alguns aspectos da Profissionalização do
Acesse o site do CFESS (Conselho Federal de Serviço Social), no Brasil – uma ampla fonte de
Serviço Social:
pesquisa e conhecimento, especialmente da sua área de publicações.

Acesse o canal Serviço Social para Concurso, de Shellen Galdino, facilmente encontrado no Youtube,
AVALIAÇÃO DO TEMA:
para conferir conteúdo para debates.
Leia o artigo Como o estado pune exatamente aqueles que querem ajudar, de Robert P. Murphy
(Ph.D. em Economia), que traz uma reflexão curiosa sobre os impostos e o assistencialismo –
herança dos primórdios do Serviço Social.

Confira o Decreto-Lei Nº 4.830, de 15 de outubro de 1942.

CONTEUDISTA
Isabel Cristina Silva Marques Paltrinieri

 CURRÍCULO LATTES

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