Você está na página 1de 2

A partir dos séculos II e III d.C.

, o Império Romano iniciou uma forte crise que levou à


fragmentação de sua parte ocidental, apesar de o lado oriental permanecer existindo sob o
nome de Império Bizantino. Essa crise estava relacionada com a instabilidade política e
econômica enfrentada por Roma. Esse processo foi acentuado com os ataques dos
germânicos.

Razões da crise do Império Romano

O primeiro fator que pode ser levantado para explicar o colapso do Império Romano foi
a crise econômica relacionada com a crise do sistema escravista, uma vez que economia
romana, desde os tempos da República, era extremamente dependente da mão de obra
escrava. Esses trabalhadores escravos eram obtidos nas guerras de expansão territorial, que
foram promovidas durante grande parte da história romana

No entanto, desde o século II d.C., os romanos não realizavam conquistas territoriais


consideráveis. A última grande vitória romana havia sido contra os dácios, no começo do
século II, durante a Segunda Guerra Dácia. Outros grandes conflitos foram as Guerras
Marcomanas, no entanto, por serem defensivas, essas guerras apenas tratavam de expulsar os
invasores de Roma.

Com o fim das guerras de expansão, o Império Romano perdeu sua grande fonte de obtenção
de trabalhadores escravos. Como havia pouca renovação natural, a população de escravos
começou a diminuir. Isso afetou diretamente a economia de Roma, pois áreas importantes
começaram a apresentar menor produtividade, o que resultou no aumento do custo de vida.

Além da crise econômica, houve uma forte crise política, que se instalou em Roma por causa
de uma intensa disputa pelo poder. No período imperial, o poder não era exercido
necessariamente pela hereditariedade, mas sim, em geral, pela pessoa mais influente. Com a
profissionalização do exército e o fortalecimento político da figura do general, travou-se uma
grande luta por poder, em que conspirações e assassinatos de imperadores tornaram-se
comuns, enfraquecendo a administração romana.

O cristianismo também pode ser levantado como razão para explicar a crise do Império
Romano, pois, à medida que o número de fiéis cristãos aumentava, a figura do imperador
enfraquecia e deixava de receber a adoração religiosa que possuía anteriormente. Além disso,
os romanos eram contrários à escravização e contribuíram para intensificar a crise do sistema
escravista de Roma.

Invasões germânicas

Por fim, o elemento catastrófico que deu o golpe final sobre o Império Romano foram
as invasões germânicas. As tribos germânicas eram originárias de regiões do norte da Europa e
moravam além das fronteiras do Império Romano. Desde o século I a.C., os romanos travavam
guerras contra esses povos para impedir que eles invadissem seu território.

Os germânicos eram chamados pelos romanos de “bárbaros” por não partilharem de


elementos da cultura romana. Como o termo possui um sentido extremamente desagradável,
utiliza-se a expressão “povos germânicos” para fazer menção a essa população. De acordo com
o que foi levantado por historiadores, as migrações germânicas aconteceram pelas seguintes
razões:
Superpopulação:

Mudanças climáticas:

Fuga:

A partir do século IV a.C., o enfraquecimento da economia romana afetou diretamente a


qualidade dos exércitos romanos. Com isso, as fronteiras ficaram vulneráveis e os territórios
controlados por Roma passaram a ser constantemente invadidos e saqueados por diferentes
povos, tais como: vândalos, francos, visigodos, ostrogodos, hunos, saxões, alamanos, hérulos,
burgúndios, suevos etc.

A chegada dos povos germânicos trouxe grande destruição para o império, uma vez que
regiões produtoras importantes foram atacadas e, com isso, os campos agrícolas foram
abandonados, o que acentuou a crise produtiva da região. Além dessa queda na produção
agrícola, os ataques germânicos afetaram as rotas comerciais, deixando as cidades
desabastecidas.

Esse desabastecimento resultou em fome e no enfraquecimento da população, situações que


provocaram a disseminação de peste nos grandes centros. Essa doença ainda foi ampliada à
medida que os povos germânicos traziam consigo violência e morte aos locais que saqueavam.
Um exemplo de povo germânico que disseminou pânico pelas regiões do Império Romano do
Ocidente foram os hunos, liderados por Átila.

O golpe final sobre o Império Romano do Ocidente aconteceu em 476 d.C., quando a cidade de
Roma foi saqueada e o imperador Rômulo Augusto foi destituído do cargo pelos hérulos.
Assim, a parte ocidental do império foi ocupada pelos germânicos, que constituíram reinos
nessas regiões.

Você também pode gostar