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Analise Comparativa do Saneamento Básico dos municípios de Parintins-

AM e Macapá-AP

Comparative Analysis of Basic Sanitation in the municipalities of Parintins-AM and


Macapá-AP

Análisis Comparativo de Saneamiento Básico en los municipios de Parintins-AM y


Macapá-AP

Joel dos Santos Braga


Acadêmico, AM, Brasil
jdsb.ecv19@edu.br

Kemberlly Kellen dos Santos Martins


Acadêmica, AM, Brasil
kkdsm.ecv19@edu.br

Lucas da Paz Carneiro


Acadêmico, AM, Brasil
ldpc.ecv19@edu.br

Matheus da SIlva Machado


Acadêmico, AM, Brasil
mdsm.ecv19@edu.br

Monica Kimura Andrade


Acadêmica, AM, Brasil
mka.ecv19@edu.br

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RESUMO
Este estudo tem por um levantamento comparativo entre os municípios de Parintins-AM e
Macapá- AP, destacando as diferenças entre os indicadores do saneamento básico, qualidade
da água, tratamento dos resíduos sólidos e os planos que regem as cidades. Trata-se de uma
pesquisa descritiva, onde primeiramente buscou-se observar o panorama legal dos municípios
com base no levantamento de dados realizados por meio A metodologia desenvolvida neste
estudo foi realizada com base na identificação, coleta de dados, seleção e quantificação de
indicadores presentes em bancos de dados disponíveis em ambientes virtuais como sites oficiais
do governo e de sites de empresas com credibilidade nas informações disponibilizadas, onde a
análise dos dados e das informações foram realizadas a partir de uma abordagem qualitativa e
quantitativa.

PALAVRAS-CHAVE: saneamento básico, resíduo solido, Parintins, Macapá

1 INTRODUÇÃO
A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece como essencial e como direito
humano o acesso à água e ao saneamento quando declara – por meio de resolução 64/292, em
sua Assembleia Geral, realizada no dia 28 de julho de 2010 – ser “fundamental para o gozo pleno
da vida e de todos os outros direitos humanos” (MILARÉ & MILARÉ, 2020).
No Brasil, a política pública de saneamento básico vem sofrendo alterações, também
marcada pelo novo marco legal e regulatório (Lei n° 14.026/2020). Em paralelo ocorre uma crise
ambiental que preocupa toda a sociedade, e de forma simultânea um crescimento populacional
desordenado, mas os esforços nas esferas estadual e federal ainda buscam atingir seu máximo
no sentido de garantir efetivamente o direito para todos ao saneamento básico em todo o
território brasileiro.
O presente artigo tem como finalidade fazer um paralelo em relação a algumas
vertentes que ligam diretamente as normas e o funcionamento tanto do plano diretor quanto o
plano de saneamento básico dos municípios de Parintins-AM e de Macapá-AP. Vale ressaltar
que a partir de devidas comparações e possível notar pontos positivos e pontos negativos que
devem ser destacados diante a importância que se faz esse assunto nos dias atuais. “Os dados
são alarmantes, quase 35 milhões de brasileiros não tem acesso a água potável, e cerca de 100
milhões não tem serviço de coleta de esgoto no país. O Brasil ainda não trata nem metade dos
esgotos que gera” (TRATA BRASIL, 2021).
Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo de fazer uma comparação sobre os
planos que regem os indicadores do saneamento básico e promove um levantamento de dados,
além de uma análise tanto da qualidade da água como dos resíduos sólidos dos municípios de
Parintins e Macapá. Que a partir desse e possível observar a eficácia dos tratamentos realizados
em duas localidades distintas quando falamos geograficamente.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

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Realizar um levantamento comparativo entre os municípios de Parintins-AM e
Macapá- AP, destacando as diferenças entre os indicadores do saneamento básico, qualidade
da água, tratamento dos resíduos sólidos e os planos que regem as cidades.

2.2 Objetivos Específicos

• Comparar os planos de saneamento básico de Parintins-AM e Macapá-AP;


• Comparar os planos diretores de Parintins-AM e Macapá-AP;
• Verificar a qualidade da água distribuída à população;
• Verificar o tratamento e a destinação dos resíduos sólidos;
• Indicar em qual objetivo da ODS se encaixa a pesquisa.

3 MÉTODO DE ANÁLISE

3.1 Área de Estudo


O estudo em questão está baseado em duas áreas para pesquisa, o município de
Parintins no estado do Amazonas e o município de Macapá, capital do estado do Amapá, ambos
da Região Norte. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informam que Parintins
possui uma população de 96.372 habitantes e Macapá uma população de 442.933 habitantes.
Ambos municípios se encontram com suas legislações a respeito do saneamento básico em
vigência.

3.2 Metodologia
A princípio foi realizada uma análise e investigação do cenário dos municípios de
Macapá-AP e Parintins-AM quanto a aspectos sociais e ambiental, através de levantamento
bibliográficas.
Em segundo momento, com base nos dados coletados, foi possível realizar um
comparativo entre os dados de saneamento básico de Macapá e Parintins.

4 RESULTADOS

4.1 Comparativo Plano de Saneamento Básico: Parintins x Macapá


Os Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB) são instrumentos indispensáveis
para a elaboração da política pública de saneamento e o monitoramento dos resultados
alcançados. São também obrigatórios para a contratação ou concessão de serviços, bem como
para o recebimento de recursos financeiros da União.
A Lei n°11.445/2007, conhecida como Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento
Básico, prevê diretrizes nacionais e princípios para a universalização do acesso ao saneamento
básico no Brasil. Segundo a legislação, as prefeituras de todos os municípios do país são
responsáveis por elaborar um Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) que assegure os
quatro serviços básicos do saneamento.
Os principais pontos que deve conter em um plano de saneamento básico para
município são a projeção para abastecimento de água, esgoto sanitário, drenagem das águas
pluviais e coleta de resíduos sólidos. Essas são condições primordiais para que a União repasse
recursos para um munícipio

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Comparado os principais pontos do plano de saneamento básico dos municípios de
Parintins e Macapá, iniciando pelo abastecimento de água. As duas cidades vão divergir no modo
de capitação da água para o abastecimento público. Enquanto o Sistema de Abastecimento de
Parintins é feito em poços artesianos por meio de bomba de capitação da água, o sistema de
Macapá utiliza o Rio Amazonas, de onde se bombeia água para as estações de tratamento, e
então daí, é distribuída para a população local.

4.1.1 Manancial e Captação


O manancial é do tipo subterrâneo com uma serie de 21 poços tubulares localizados
em 3 estações de abastecimento: da Paraíba, SHAM e Itaúna os Quais fazem a captação de água
subterrânea. Estes poços estão alocados em Terreno de propriedade do SAAE-Parintins,
autarquia municipal, que gerencia o Sistema de abastecimento do município (Plano de
Saneamento Básico de Parintins, 2017, p.53)

4.1.1.1 Tipo de Captação e Localização


A Estação Elevatória de Água Bruta localizada nas margens do Rio Amazonas é Utilizada
para bombear por recalque a água bruta do próprio Rio Amazonas, para a estação de
Tratamento de água (ETA I e II), através de uma adutora de diâmetro de 1.000 mm constituída
de material de aço carbono, com aproximadamente 1.250 m de comprimento. ( Plano de
saneamento básico de Macapá, 2018, p.35)
Outro ponto importante do plano de saneamento básico em que as duas cidades vão
se diferenciar e no tocante ao tópico do esgotamento sanitário. Segundo o de Plano de Parintins,
a cidade não tem um sistema de tratamento do esgoto sanitário, só consta no documento que
a os efluentes domésticos sanitário são direcionados a sarjeta, as residências utilizam fossas
sépticas, onde estas são construídas pelos próprios moradores e não possui a manutenção
adequada. Na zona rural a população utiliza as fossas rudimentares que são construídas sem
qualquer vedação ou cuidado para que não contaminar o ambiente. No plano não costa nenhum
tipo de estudo para o desenvolvimento de um sistema de esgoto sanitário no município

4.1.2 Sistema De Esgotamento Sanitário


Em Parintins não existe Sistema de Esgotamento Sanitário, os efluentes domésticos
sanitários, do perímetro urbano, mais precisamente na periferia, são lançados às sarjetas, às
vezes as redes coletoras de aguas pluviais, juntando-se a estas, ou ainda, são lançados na faixa
do meio-fio, ou a margem das ruas, tomando direcionamento para pontos mais baixos do relevo
das ruas, onde formam verdadeiras poças. Nas periferias do perímetro urbano da cidade onde
muitas vezes as condições são mais agravantes e não existe pavimentação das vias, os
descarregamentos de efluentes domésticos sanitários são feito, através de valas escavadas pelo
residente, para a rua, ou ainda para o fundo do quintal, chegando os efluentes sanitários a
transbordar para as vias públicas. Nas comunidades rurais a situação é mais preocupante, pois
todas as comunidades utilizam fossas rudimentares, que são construídas sem qualquer cuidado
à contenção dos agentes contaminantes presentes nos esgotos, sendo simplesmente “buracos”
sem qualquer vedação, contaminando todos os ambientes, representando riscos de doenças de
veiculação hídrica, principalmente quando instaladas próximo a poços e corpos d’água. ( Plano
de saneamento básico de Parintins, 2017, p.71)

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Já no plano da cidade de Macapá, é apresentando um sistema de tratamento de esgoto
onde uma pequena parcela da população na cede do município é atendida pela rede coletora,
que transporta o esgoto até a estação de tratamento da cidade. Com tudo, costa no plano um
estudo de demanda, onde é recomendado um novo sistema de tratamento de esgoto a ser
adotado, projetando uma população maior a ser atendida por esse sistema tanto na zona rural,
quanto na zona urbana.

4.1.3. Estudo de Demandas para o Sistema de Esgotamento Sanitário

4.1.3.1 Evolução das Demandas – Cenário 1


Nos quadros a seguir apresentam-se as populações projetadas, metas estipuladas e o
total da população atendida, assim como as projeções das demandas de vazão, extensão de rede
e número de ligações do Sistema de Esgotamento Sanitário, referente ao Cenário 1, para a Sede
Urbana e Distrito Urbano. Na sequência, apresenta-se a projeção da carga orgânica para o SES
da Sede Urbana e Distritos Urbanos. Já para a área rural do município, apresenta-se uma
projeção simplificada, cujo tratamento será realizado por sistemas unifamiliares.

4.1.4 Concepção do Sistema de Esgotamento Sanitário

4.1.4.1 Sede Urbana


Conforme demonstrado no Diagnóstico do Sistema de Esgotamento Sanitário do
município de Macapá, apenas uma pequena parcela da Sede de município é atendida pela rede
coletora, que transporta o esgoto até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE Pedrinhas), com
disposição final no Canal das Pedrinhas (afluente do Rio Amazonas).
Nesta concepção do PMSB, propõe-se que o Sistema de Esgotamento Sanitário
existente de Macapá seja abandonado e, em seu lugar, seja implantado um novo sistema de
esgotamento sanitário, que universalize o atendimento à população ao longo dos anos de
planejamento, com evolução gradual de cobertura, conforme o cenário considerado. Esta
premissa ocorre devido ao baixo índice de cobertura do SES existente, somada à ausência de
manutenção e idade avançada dos equipamentos. Ademais, o novo sistema traz segurança de
atendimento e eficiência na prestação de serviço, com uma visão integradora, planejando a Sede
de Macapá como um todo. Nesta proposta, a Sede Urbana do município de Macapá foi dividida
em 23 bacias de esgotamento sanitário.
O SES terá uma vazão média de final de plano para o esgotamento sanitário de Macapá
de 3.113 L/s, sendo tratada em duas Estações de Tratamento de Esgoto: ETE Pedrinhas (atual) e
ETE Norte (ao lado do Bairro Infraero). A ETE Pedrinhas, atual estação de tratamento do esgoto
de Macapá terá capacidade nominal de tratamento no final de plano de 1.400 L/s (capacidade
máxima de 1.500 L/s) e contará com o seu já atual emissário final para lançamento do efluente
tratado no Canal das Pedrinhas. Propõe-se, no entanto, que suas instalações sejam não somente
melhoradas através de reformas civis, mas também seja modificado o processo de tratamento,
com implantação de um RAFA – Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente, lagoa de maturação e
leitos de secagem. Já a ETE Norte tratará, no final de plano (35.º ano), 1.715 L/s (capacidade de
2.000 L/s na prática) com lançamento previsto no Rio Amazonas e terá um processo de
tratamento semelhante à ETE Pedrinhas, com RAFA – Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente,
somados de Filtros Biológicos, Decantadores secundários e leitos de secagem.

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Ao final, o corpo receptor do efluente líquido tratado escolhido para Macapá é o Rio
Amazonas. Destaca-se que, segundo informações do Instituto do Meio Ambiente e de
Ordenamento Territorial – IMAP, para o Estado do Amapá não há quaisquer estudos
relacionados ao Enquadramento dos Corpos Hídricos amapaenses. Sendo assim, conforme
recomendações da Resolução CONAMA n.º 357/2005, adotar-se-á como Classe 2 o corpo hídrico
receptor escolhido. A hidrografia de Macapá é bastante numerosa e dispersa. Na prática, há
apenas um grande rio na cidade, o Rio Amazonas, o qual não corta o município, mas sim a
contém em sua face leste. Concomitantemente, a topografia é razoavelmente plana, não
impondo grandes escarpas topológicas, o que confinaria o escoamento de esgotos em fundos
de vale. Por este motivo, não se propõe nesta concepção a implantação de qualquer Interceptor
na cidade de Macapá.

4.1.4.2 Área Rural


Para a área rural do município de Macapá, assim como nos distritos, propõe-se que
sejam implantados sistemas unifamiliares compostos de tratamento primário por tanque
séptico, seguido de tratamento secundário por filtro e por fim o sumidouro para a dispersão do
efluente líquido tratado, conforme apresentado no item referente às alternativas técnicas,
considerando-se uma estimativa de custos de implantação destes sistemas ao longo do projeto.
(Plano de saneamento básico de Macapá, 2018, p 228 a 238)
O terceiro ponto divergente no plano de saneamento básico das dos dois municípios é
no tópico da Drenagem das águas pluviais. Segundo informações da equipe técnica responsável
pelo plano de saneamento, ao todo são 13 bacias responsável pela rede coletora total. Os
principais equipamentos responsáveis pela drenagem do são as sarjetas e bocas de lobo,
espalhada pelo perímetro urbano. As águas pluviais são descarregadas as margens do Rio
Amazonas.

4.1.5 Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais

4.1.5.1 Bacias de Drenagem


Segundo informações da Equipe Técnica do município a rede coletora de drenagem é
formada por 13 bacias com extensão total da rede coletora de 5.600 km. As avenidas, ruas,
praças pavimentadas possuem um total de 6 km. A Prefeitura não informou a extensão das vias
não pavimentadas. Dentre os principais elementos de drenagem que permeiam ou circundam o
perímetro urbano estão o Lago da Francesa, localizado no Bairro da Francesa, Lago do Macurany,
Lago do Parananema e o Lago do Aninga, estes dois últimos localizados em área de expansão
urbana sendo que todos os corpos estão sob o regime de secas e vazantes do rio Amazonas
contiguo ao perímetro urbano do município em questão.

4.1.5.2 Coleta das Águas Pluviais.


Os elementos de coleta de águas pluviais no perímetro urbano de Parintins são as
sarjetas de passeio do tipo sem depressão que conduzem as águas pluviais até aos elementos
coletores. Estas sarjetas se encontram em vias asfaltadas do centro da cidade como também em
bairros importantes, porém (algumas) na sua maioria não foram dimensionadas de acordo com
preceitos técnicas de engenharia. As bocas-de-lobo mais comuns são as do tipo de Guia sem
depressão e com Grelhas sem depressão localizadas (disposição) em pontos um pouco acima

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dos vértices das esquinas das ruas e avenidas, às vezes, em ambos os lados das vias, às vezes,
somente em um lado das vias.

4.1.6.4 Coleta dos Resíduos


O serviço de coleta dos resíduos sólidos domiciliares se limita ao tipo convencional, ou
seja, à coleta manual regular, já que a pequena geração combinada à ausência de mercado
consumidor local representa fatores inibidores para a promoção de coleta seletiva pelo
município. A responsabilidade pela coleta domiciliar está atualmente pela Prefeitura Municipal.
A equipe padrão mobilizada na coleta domiciliar do município é constituída de 1 motorista e 3
colaboradores, dotados de 1 caminhão coletor compactador. Devido a pequena dimensão da
malha urbana atendida, o serviço de coleta domiciliar é realizado diariamente.

4.1.6.5 Transporte e disposição final dos resíduos


A frota de veículos a disposição dos serviços de coleta de resíduos possui pintura
padronizada, entretanto não são identificados por prefixos e não contam com um sistema de
higienização. Nos veículos, que estão em bom estado de conservação, consta o número de
telefone para contato e os mesmos possuem sinalizações de segurança. As caçambas são
estanques e os coletores e os garis trabalham em condições de segurança.
Os resíduos sólidos recolhidos pela Prefeitura Municipal são transportados por
caminhões coletores e direcionados para o Aterro controlado do município, visto que não existe
unidades de transbordo na cidade. Além disso, não existe reaproveitamento de resíduos, bem
como não conta com sistema de tratamento e disposição final adequado dos resíduos sólidos
gerados, no entanto, observou-se uma mudança na disposição final dos resíduos sólidos, na qual
passou-se a colocar coberturas de argila nas valas abertas, eliminando a exposição dos resíduos,
porém, não se tem um controle na captação do chorume para realizar o tratamento e evitar a
contaminação do solo e lençol freático. Além disso:
• Não há usina de compostagem;
• Não há unidade de tratamento de resíduos de serviços de saúde;
• Não há central de triagem de recicláveis.

4.1.7 Resíduos de Serviços de Saúde


Com uma geração média de aproximadamente de 20 t/mês, os resíduos de serviços de
saúde do município são coletados e transportados por um veículo identificado com o símbolo
pertencente a resíduos hospitalares, na qual os mesmos são direcionados ao aterro controlado,
sendo que, isolados dos resíduos domiciliares e com uma vala revestida de concreto. Não existe
no município o tratamento prévio destes resíduos antes de sua disposição final , além disso,
observou-se que o grande volume gerado de resíduos infectantes está associada a falta de
segregação na fonte geradora, na qual encontra-se juntamente com os resíduos infectantes ,
copos descartáveis, embalagens de medicamentos e embalagens de soros. ( Plano de
saneamento básico de Parintins, 2017, p.71 á 79)
A questão da coleta de resíduos sólidos, não é constado nenhuma informação no plano
de saneamento básico da cidade de Macapá.

4.2 Comparativo Plano Diretor: Parintins x Macapá.

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Um Plano Diretor é um instrumento fundamental de planejamento urbano utilizado
pelas cidades e municípios para orientar o crescimento e desenvolvimento urbano de forma
ordenada e sustentável. Ele é uma ferramenta de gestão que visa organizar e regular o uso do
solo urbano, a ocupação de áreas, como atividades de jejum, o transporte, o meio ambiente,
entre outros aspectos. Os principais objetivos de um Plano Diretor são: 1 Ordenar o crescimento
urbano (Definir áreas para expansão, áreas para preservação ambiental, áreas para
equipamentos públicos, entre outras categorias, para evitar um crescimento desordenado e
descontrolado da cidade). 2 Promover a sustentabilidade (Incentivar práticas e políticas).
LEI MUNICIPAL Nº 375 de 2006 que regula o plano diretor do município de Parintins e
estabelece diretrizes da política urbana e rural e de outras providencias. O plano diretor do
referido município trata no capitulo VI sobre a infraestrutura e suas vertentes (plano de
infraestrutura, plano de abastecimento de água, plano de drenagem, plano de coleta e
tratamento do esgoto sanitário, plano de gerenciamento de resíduos sólidos e etc), aspectos
esses a serem seguidos de forma a nortear o desenvolvimento ordenado daquela cidade.

Art.39. O Plano de Infraestrutura


Compete ao Poder Público Municipal à elaboração, implementação e
gerenciamento, devendo ser periodicamente revisado, conforme legislação
específica vigente, de acordo com as diretrizes propostas tanto no âmbito
Estadual e Federal. (PLANO DIRETOR DE PARINTINS, 2006, p. 16)
Art. 40. O Plano de Abastecimento de Água tem como diretrizes:
I - Dotar a área urbana e rural de serviço de captação e distribuição de água,
inclusive fazendo o aproveitamento de água superficial;
II - Priorizar a expansão e qualificação da rede de distribuição de água nos
bairros, distritos, agrovilas, vilas e comunidades rurais desprovidas de tal
serviço;
III – elaborar Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV e Estudo Prévio de
Impacto Ambiental – EPIA, para avaliar a possibilidade de instalação de um
sistema misto para captação das águas. IV – consolidar o monitoramento e
controle da qualidade de água para consumo humano, de acordo com as
normas do Ministério da Saúde;
V – articular com o governo estadual e federal ações de para planejar e
infraestrutura o sistema de abastecimento de água;
VI – estabelecer mecanismos de fiscalização, monitoramento e controle para
perfuração de poços na área urbana e rural (PLANO DIRETOR DE PARINTINS,
2006, p. 16-17)

Art.41. O Plano de Drenagem tem como diretrizes:


I - construção de rede de drenagem profunda em áreas alagadas da cidade;
II - implementação de programas permanentes de educação ambiental, de
caráter multidisciplinar;
III - alteração das normas de uso e ocupação do solo para loteamentos
existentes e edificações localizadas nas proximidades das margens dos cursos
d’água, considerando taxas de absorção do solo e nível de contribuição para
as bacias hidrográficas da cidade;
IV - planos de alinhamento para as vias marginais aos cursos d’água;
V - implementação de programas permanentes de limpeza e desobstrução
dos cursos d’água, com intervenções urbanísticas necessárias e requalificação
dos espaços públicos;
VI - Definição de complementação da rede de micro drenagem da cidade,
considerando o crescimento da malha viária e consequente acréscimo no
volume de contribuição às bacias hidrográficas. (PLANO DIRETOR DE
PARINTINS, 2006, p. 17)

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Art.42. O Plano de Esgotamento Sanitário deverá ser considerado o relevo,
tipologia de ocupação, densidade demográfica e serviços existentes, tendo
como diretrizes:
I - implantar a rede de esgotamento sanitário e de Estações de Tratamento
de Efluentes;
II - definição de parâmetro para execução de projetos de tratamento de
esgoto simplificado, através de um programa municipal integrado;
III - adequação do tratamento dos efluentes domésticos e industriais,
conforme normas vigentes do Conselho Nacional do Meio Ambiente –
CONAMA (PLANO DIRETOR DE PARINTINS, 2006, p. 17).

Publicada em 04 de fevereiro de 2004 a lei complementar n° 026/2004, que institui o


Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental do Município de Macapá. O plano diretor
da cidade de Macapá expressa no seu capítulo IV, sobre instrumentos complementares, dos
quais vão abranger o plano municipal de saneamento básico, o plano de drenagem, plano de
gestão integrada dos resíduos sólidos e etc.
Art. 151. O Plano Municipal de Saneamento Básico tem por objetivo adequar
os sistemas de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário no
Município de Macapá.
a) cadastro dos pontos de captação de água existentes no Município;
b) definição de procedimentos para redução da vulnerabilidade dos pontos
de captação de água e de sua contaminação, especialmente por infiltração de
esgotos e demais poluentes;
c) metas progressivas de regularidade, quantidade, qualidade, confiabilidade
e custo do sistema de abastecimento de água em todas as localidades do
território municipal;
d) metas progressivas de ampliação da rede de abastecimento de água para
toda a Zona Urbana prevista nesta e para as demais áreas urbanas do
Município, mediante entendimentos com a entidade responsável pela
prestação do serviço de abastecimento de água e de captação de esgoto;
e) ações a serem tomadas envolvendo os demais sistemas de saneamento
ambiental, abrangendo uma atuação voltada para a educação sanitária.
II - em relação ao sistema de esgotamento sanitário:
a) soluções para o esgotamento sanitário em todo o território municipal,
abrangendo as operações de coleta e tratamento dos esgotos e destino final
de efluentes;
b) delimitação das áreas de interesse institucional destinadas ao
funcionamento de estações elevatórias e de lagoas de estabilização dos
esgotos na Zona Urbana;
c) metas progressivas de ampliação da rede de esgotamento sanitário para
toda a Zona Urbana, mediante entendimentos com a entidade responsável
pela prestação do serviço;
d) ações a serem tomadas envolvendo os demais sistemas de saneamento
ambiental, abrangendo uma atuação voltada para a educação sanitária.
(PLANO DIRETOR DE MACAPÁ, 2004, p. 58)
Art. 154. O Plano de Drenagem Urbana deverá conter a estratégia geral para
as operações relativas à captação, ao escoamento e ao deságue das águas
pluviais nas áreas urbanas.
1° O Plano de Drenagem Urbana deverá ser compatível com o planejamento
e gestão dos programas e projetos de desenvolvimento urbano e ambiental
municipais, devendo ser periodicamente revisado e devidamente
compatibilizado.
2°O Plano de Drenagem Urbana deverá fixar os critérios básicos para o
gerenciamento

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municipal da drenagem de águas pluviais nas áreas urbanas, contendo, entre
outros aspectos:
I - sistema municipal de gestão da drenagem de águas pluviais nas áreas
urbanas;
II - obras e ações preventivas e corretivas a serem praticadas;
III - ações voltadas à educação ambiental envolvendo a população local.
(PLANO DIRETOR DE MACAPÁ, 2004, p. 59).
Art. 156. O Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos deverá
conter a estratégia geral do Município para as operações relativas ao
acondicionamento, coleta, transporte e destino final dos resíduos sólidos de
modo a proteger a saúde humana e o meio ambiente.
1° O Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos deverá ser
compatível com o planejamento e gestão dos programas e projetos de
desenvolvimento urbano e ambiental municipais, devendo ser
periodicamente revisado e devidamente compatibilizado.
2° O Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos deverá fixar
os critérios básicos para o gerenciamento municipal dos resíduos sólidos,
contendo, entre outros aspectos:
I - sistema municipal de gestão integrada dos resíduos sólidos;
II - procedimentos ou instruções a serem adotados nas diversas etapas da
remoção dos resíduos sólidos, incluindo:
a) formas de remover os resíduos sólidos nas comunidades acessíveis apenas
pela rede hidroviária, como Carapanatuba e Bailique;
b) formas de acondicionar os resíduos sólidos nas comunidades distritais
acessíveis pela rede rodoviária.
III - ações preventivas e corretivas a serem praticadas no caso das situações
de manuseio incorreto ou acidentes;
IV - definição e descrição de medidas direcionadas à minimização da
quantidade de resíduos e ao controle da poluição ambiental causada por
resíduos, incluindo a coleta seletiva intradoméstica para reciclagem;
V - ações voltadas à educação ambiental que estimulem:
a) gerador a eliminar desperdícios e a realizar a triagem e a coleta seletiva de
resíduos;
b) cidadão a adotar práticas ambientalmente saudáveis de consumo;
c) gerador e o consumidor a aproveitarem o resíduo gerado;
d) sociedade a se responsabilizar pelo consumo de produtos e a disposição
adequada
de resíduos.
VI - ações integradas envolvendo diferentes setores governamentais;
VII - ações a serem desenvolvidas em conjunto com os municípios vizinhos,
especialmente o Município de Santana;
VIII - descentralização dos serviços de coleta do lixo doméstico e de varredura
dos logradouros, em parceria com representantes da população local para
execução dos serviços, especialmente nas áreas urbanas dos distritos,
garantindo a adequada periodicidade na realização dos serviços. (PLANO
DIRETOR DE MACAPÁ, 2004, p. 59).

Ao realizar a breve leitura dos aspectos citados a cima e perceptível certa diferença no
plano diretor das cidades de Parintins e Macapá, com ênfase direta em saneamento básico. Uma
vez que Macapá se trata de uma capital de federação nacional, apresentando um plano mais
robusto, descritivo e direto em relação aos aspectos analisados.
Um exemplo disso e que no parágrafo 151 do plano diretor de Macapá que fala
integralmente sobre o plano de saneamento básico (abastecimento de água potável e de
esgotamento sanitário) e nítido que o mesmo aborda aspectos mais abrangentes e que com isso

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buscam nortear de forma mais direta os processos que devem ser realizados pelos usuários e
prestadores do serviço.
Em relação a cidade do interior do Amazonas seu plano direto ser faz eficaz e
pertinente uma vez que o porte da cidade e inferior ao que ela foi comparada, o mesmo define
de forma clara e objetiva os interesses ali necessários para transcorrer das atividades.

4.3 Comparativo Qualidade da Água distribuída: Parintins x Macapá


De acordo com o Plano de Saneamento Básico do Município de Parintins, o
fornecimento público de água na ilha provém das águas subterrâneas, por meio de poços
tubulares que fazem a captação da água. O manancial é do tipo subterrâneo com 21 poços
localizados em três estações de abastecimento: Paraíba, SHAM e Itaúna, sob a responsabilidade
do SAAE (Sistema Autônomo de Água e Esgoto).
O tratamento da água consiste na utilização do método simples, no qual é realizada a
filtração e a clorificação, tratamento químico por meio da adição de cloro. Na estação da Paraíba
são utilizadas duas caixas de PVC para realizar as diluições de cloro, para que em seguida essa
solução seja descarregada no reservatório que encaminha a água para a rede de distribuição.
Após uma análise química da água realizada pelo PGAGEM - Programa Nacional de
Geoquímica Ambiental e Geologia Médica, foram encontrados altos níveis de nitrato, amônia
e/ou alumínio, bem acima dos valores máximos permitidos pela norma de potabilidade da água.
Essa contaminação possivelmente provém da precariedade do saneamento básico. Não há
correção do PH da água, que resulta em uma água distribuída ácida.
Segundo o Plano Municipal de Saneamento Básico de Macapá, o abastecimento
público de água provém da captação superficial do rio Amazonas. Possui um sistema principal
de captação, tratamento, distribuição e 9 sistemas isolados de mananciais subterrâneos, sendo
que 6 possuem captação e tratamento simples de desinfecção e 3 apenas captação e
distribuição. O tratamento da água da cidade é realizado por duas estações, ETA I e ETA II, a
coagulação é realizada com sulfato de alumínio, a floculação ocorre por meio do uso de um
polímero específico e a correção do PH só é feita quando necessária, aplicando cal hidratada e
sulfato granulado.
Para desinfecção é utilizado o cloro gás aplicado nos tanques ou caixas de contato das
ETA,s, antes da água ser destinada ao reservatório de armazenamento. Posteriormente, a água
é encaminhada para a Estação Elevatória de Água Tratada - EEA e distribuída à população.
De acordo com artigo da Biota Amazônia, o tratamento da água para abastecimento
público apresenta uma grande deficiência no processo de tratamento, pois a água não se
encontra dentro dos limites recomendados pela legislação tanto nos valores dos parâmetros
físico-químicos quanto da presença de metais.
Comparando a qualidade da água que é distribuída nas cidades, Parintins e Macapá,
nota-se que em ambas há faltas no tratamento, fazendo com que a água seja imprópria para o
consumo. Contudo, destaca-se que os resultados das pesquisas realizadas em Macapá mostram
presença de metais na água, o que pode ocasionar doenças graves. Portanto, a água distribuída
em Parintins pode ser considerada de melhor qualidade do que a água distribuída em Macapá.

4.4 Comparativo Resíduos Sólidos: Parintins x Macapá

11
Os resíduos sólidos no Brasil representam um desafio significativo para a gestão
ambiental do país. Ao longo das últimas décadas, o crescimento populacional, o aumento do
consumo e a urbanização acelerada têm contribuído para o aumento da geração de resíduos, o
que implica em uma complexa questão ambiental e social.
Com a intenção de minimizar os impactos causados pela produção e má destinação
final dos resíduos sólidos, foi criada a Lei n° 12.305 de 02 de Agosto de 2010, na qual estabelece
vários parâmetros de atuação, descarte, locação, tratamento e outros fatores que auxiliam na
diminuição dos efeitos causados pelos resíduos sólidos ao meio ambiente. Tendo alguns pontos
de destaque como:

• Definição de resíduos sólidos: a Lei estabelece o conceito de resíduos sólidos


como “materiais, substâncias, objetos ou bem descartados resultantes de atividades humanas
em sociedade”;
• Responsabilidade compartilhada: o PNRS estabelece a responsabilidade
compartilhada entre governo, setor empresarial e sociedade civil na gestão de resíduos sólidos,
visando à redução, reutilização, reciclagem e destinação final ambientalmente adequado;
• Logística reversa: a legislação institui a logística reversa como um instrumento
para viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, que é
responsável pelo ciclo de vida dos produtos, garantido sua destinação correta e a minimização
de impactos ambientais;
• Planos de resíduos sólidos: Estados e municípios devem elaborar seus Planos
de Resíduos Sólidos, que estabelecem diretrizes para a gestão adequada dos resíduos em suas
respectivos regiões;
• Catadores de materiais recicláveis: a Lei reconhece o trabalho dos catadores de
materiais recicláveis como de interesse social e econômico, incentivando sua inclusão nas ações
de coleta seletiva;
• Proibição de lixões: o PNRS determina a eliminação gradual dos lixões a céu
aberto e a promoção de aterros sanitários ou outras formas de destinação final adequada dos
resíduos;
• Planos de gerenciamento de resíduos: empresas e atividades que geram
resíduos devem elaborar seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, com o objetivo de
reduzir impactos ambientais e garantir o correto manejo dos resíduos;
• Educação ambiental: a Lei destaca a importância da educação ambiental como
instrumento para construção de valores, atitudes e práticas voltadas para a sustentabilidade e
a correta gestão dos resíduos sólidos.
Com isso, a Lei n° 12.305 de 2010 vem promovendo medidas e ações favoráveis à todos
os aspectos que envolve o uso e especialmente a destinação final dos resíduos sólidos para que
não haja um impacto significativo sobre o meio ambiente e a sociedade, por meio
principalmente do Programa Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que estabelece a
responsabilidade compartilhada entre Governo e instituições privadas para que juntos possam
promover ações que contribuam para a preservação do meio ambiente, a saúde pública e a
melhoria da qualidade de vida da população.

12
O grande objetivo estratégico da PNRS é destinar o mínimo possível para o
aterro sanitário; ou seja, primeiramente, reduzir o volume de resíduos sólidos
à menor fração possível e, depois, recuperar todo o material e o potencial
energético aproveitáveis, dispondo apenas os rejeitos. (VISÃO 2035: Brasil,
país desenvolvido. BNDS, 2018).

4.4.1 Resíduos Sólidos em Parintins


A distinta pesquisa está focada em analisar e comparar os Planos de Resíduos Sólidos
em vigor nas cidades de Parintins no Estado do Amazonas e a cidade de Macapá do Estado do
Amapá. Observando pontos importantes que amparam o manejo correto dos resíduos sólidos
das distintas cidades.
Parintins, uma cidade localiza no interior do Estado do Amazonas, à 369 km de Manaus
capital, possui uma população estimada de 96.372 habitantes (IBGE 2022), recebendo o posto
de segundo município mais populoso do estado. Considerada uma cidade turística pelo seu
Festival Folclórico que é realizado todos os anos no final do mês de junho.
De acordo com Grisa e Capanema (2017), a gestão do serviço de limpeza urbana e
manejo dos resíduos sólidos têm característica predominantemente local, e os municípios são
legalmente responsáveis por planejamento e prestação, bem como pela regulação desses
serviços. O município de Parintins desde 2017 fez melhorias no lixão municipal, no entanto, o
encerramento e recuperação ambiental do lugar ainda depende de parcerias, convênios e
recursos de fora do município.
O sistema é administrado pela Prefeitura Municipal a qual não recebe recursos
financeiros destinados aos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos do Governo
Federal e Estadual. A coleta dos resíduos e a administração do depósito municipal de resíduos
sólidos ficam a cargo da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (SEMOSP). A
fiscalização pela disposição irregular por parte dos munícipes e pelos serviços prestados por
terceiros estão a cargo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio
Ambiente – SEDEMA. O município não possui Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos
sólidos, bem como não conta com informações quantitativas dos resíduos gerados. (PLANO
MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE PARINTINS, 2017).
Seguindo dados coletados do Plano Municipal de Saneamento Básico de Parintins, a
cidade produz cerca de 39 t/mês, o equivale a 1.3 t/dia de resíduo sólidos residenciais (RSR) e
isso contribui para a dificuldade em mobilizar a minimização de geração de resíduos pelo
município. Além disso o município conta com uma área total de aterro controlado de 94.108 m².
Em se tratando de resíduo sólidos o Plano Municipal de Saneamento Básico de
Parintins, adota alguns critérios de atuação, podendo ser considerados e destacados:
• Coleta de resíduos: a responsabilidade da coleta na cidade parte da iniciativa
pública (Prefeitura), utilizando-se do modelo convencional, ou seja, coleta manual de resíduos
e sem coleta seletiva;
• Transporte e disposição final dos resíduos: Os resíduos sólidos recolhidos pela
Prefeitura Municipal são transportados por caminhões coletores e direcionados para o Aterro
controlado do município, visto que não existe unidades de transbordo na cidade. Para mais é
informado que a cidade não realiza o reaproveitamento de resíduos, também não é possuidora
de um sistema de tratamento e disposição final adequado dos resíduos sólidos gerados.

13
Além dessas condições o município tem uma deficiência no controle de materiais que
poderiam ser recicláveis pois não possui uma usina de compostagem, uma unidade de
tratamento de resíduos de serviço de saúde e não ter um centro de triagem de recicláveis.
Porém segundo o Plano Municipal é citados programas futuros que promoverão mudanças
positivas para cenário atual.
No dia 22 de julho de 2023, foi realizado uma visita técnica ao longo da Orla da
Francesa, nela pudemos constatar os excessos de descartes irregulares de resíduos sólidos
residências (RSR) nas águas que banham aquele local, o que está gerando impactos negativos
para aquela região. Ações negligentes por parte da população circo-vizinha, assim como o
descaso das autoridades públicas, fizeram com que apenas usando os nossos sentidos naturais
nós fossemos capazes de detectas anomalias severas, tais como: a coloração das águas (causada
pelo excesso de materiais despejados no local), assim como o odor, o assoreamento do lago e
principalmente o descaso com a Área de Proteção Permanente – APP, que é todo o entorno
daquela região.

4.4.1.1 Programa, projetos e ações


Implantação, manutenção e alimentação de base de dados informalizada para
registros dos parâmetros necessários à determinação dos indicadores que contribuirão para o
correto manejo de resíduos sólidos no município de Parintins.
• Adequação do sistema de gestão: preparar para a possibilitar a cobrança de
taxas de limpeza pública (referente a resíduos sólidos domésticos – RSD), como forma de
melhorar o serviço oferecido;
• Programa de adequação operacional: visa melhorar a eficiência da prestação
dos serviços e reforçar a fiscalização sobre os geradores, mediante a utilização de equipamentos
e instrumental adequados e a reciclagem profissional dos funcionários envolvidos nas
atividades;
• Programa de coleta seletiva domiciliar: busca implementar atividades de
reciclagem, pelo Prestador de Serviços, de programa de coleta seletiva de resíduos, separando-
os inicialmente entre “úmidos” e “secos”, e estes, quando possível, entre “papel”, “plásticos”,
“metais”, etc., de forma a facilitar a necessária triagem posterior para reciclagem dos materiais;
• Programa de educação ambiental: visa possibilitar o conhecimento sobre a
prática da reciclagem e difundi-lo, através de palestras e divulgação de material informativo na
mídia disponível, a importância da minimização da geração de resíduos; do reaproveitamento;
da separação dos resíduos recicláveis (coleta seletiva); do descarte correto; etc.

4.4.2 Resíduos sólidos na cidade de Macapá


Macapá é a capital do estado do Amapá, localizada na Região Norte do país. Sua
população estimada em 2022 é de 442.933 habitantes (IBGE), sendo o 51° município mais
populoso do Brasil e o quinto mais populoso da Região Norte. De acordo com a SEMUR (2015)
cerca de 400 ton. de RSU domiciliar são destinados diariamente para o Centro de Tratamento
de Resíduos (CTR), que fica localizado dentro de uma área legalmente protegida, a menos de
1km de distância do povoado da Comunidade Quilombola de Ilha Redonda, à sudoeste da Área
de Disposição Final de RSU de Macapá.
Segundo SNIS (2020) o município declarou não possuir um Plano Municipal de
Saneamento Básico, apenas existindo o Plano Diretor da Lei Complementar Nº 26/2004 -PMM,

14
nele é possível encontrar dois únicos artigos 156 e 157, nos quais citam como deve ser a atuação
da Prefeitura em relação ao tratamento de resíduos sólidos na cidade, tendo como pontos
principais:
• O Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos deverá conter a
estratégia geral do Município para as operações relativas ao acondicionamento, coleta,
transporte e destino final dos resíduos sólidos de modo a proteger a saúde humana e o meio
ambiente;
• O Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos deverá fixar os
critérios básicos para o gerenciamento municipal dos resíduos sólidos, contendo, entre outros
aspectos: sistema municipal de gestão integrada dos resíduos sólidos, procedimentos ou
instruções a serem adotados nas diversas etapas da remoção dos resíduos sólidos, incluindo
formas de remover os resíduos sólidos nas comunidades acessíveis apenas pela rede hidroviária
e outros aspectos;
• Ações preventivas e corretivas a serem praticadas no caso das situações
incorreto ou acidentes;
• Definição e descrição de medida direcionadas a minimizar a quantidade de
resíduos sólidos e o controle da poluição ambiental causada por resíduos, incluindo a coleta
seletiva doméstica, industrial e comercial para a reciclagem, assim como a criação de ações
voltada para a educação ambiental.
Informações complementares mostram que a coleta dos resíduos sólidos residenciais
é realizada pela Prefeitura e não por terceiros, por conta disso a mesma cobra uma taxa pela
realização desse serviço que os moradores pagam através de seus IPTU’s. Outro ponto
importante a ser citado é a não existência de uma coleta seletiva em sua rota, contudo há
catadores de materiais recicláveis que trabalham dispersos na cidade (Infonbas, 2020).
Ao se comparar as duas cidades é possível notar semelhanças entre as ações que se
referem ao tratamento dos resíduos sólidos, como: a falta de uma coleta seletiva de materiais
recicláveis, assim como o interesse das duas cidades em implantar ações que promovam a
educação ambiental dentro de suas comunidades, os desafios para atender de forma correta o
Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e o compromisso que ambas possuem em promover
uma destinação final adequada para os resíduos.
Em contra partida, o fator que diferencia as duas cidades é dado pelo fato que, mesmo
sendo uma capital a cidade de Macapá ainda não possui um Plano Municipal de Saneamento
Básico, possuindo apenas um Plano Diretor, fazendo com que Parintins saia na frente nesse
comparativo, pois deste 2017 a mesma já está com seus planos de ação pelo menos descritos
no papel.

4.5 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável representam uma tentativa de suprir


necessidades mundiais urgentes, relacionadas a quatro dimensões: ambiental, social,
econômica e institucional. A ideia principal é levar o mundo a um caminho sustentável através
de ações que possibilitem a mudança do quadro atual.

Na Agenda estão previstas ações nas áreas de erradicação da pobreza,


segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero,

15
redução das desigualdades, e tantas outras temáticas. Há questões que
dependem da ação de governos e grandes empresas globais, mas há
recomendações também mais específicas, com um olhar voltado às
comunidades e especificidades de cada local do mundo. (IDIS. 2023)

Esses objetivos foram definidos em 2015 na Assembleia Geral das Nações Unidas, a
saber 17 objetivos, interconectados, a serem atingidos até o ano de 2030.
Sobre os objetivos,

De acordo com a descrição da ONU sobre o objetivo principal de cada ODS,


ele são:
01 – Erradicação da pobreza: acabar com a pobreza em todas as suas formas,
em todos os lugares.
02 – Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a fome, alcançar a
segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura
sustentável.
03 – Saúde e bem-estar: assegurar uma vida saudável e promover o bem-
estar para todos, em todas as idades.
04 – Educação de qualidade: assegurar a educação inclusiva, equitativa e de
qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para
todos.
05 – Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas
as mulheres e meninas.
06 – Água limpa e saneamento: garantir disponibilidade e manejo
sustentável da água e saneamento para todos.
07 – Energia limpa e acessível: garantir acesso à energia barata, confiável,
sustentável e renovável para todos.
08 – Trabalho decente e crescimento econômico: promover o crescimento
econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo,
e trabalho decente para todos.
09 – Indústria, inovação e infraestrutura: construir infraestrutura resiliente,
promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.
10 – Redução das desigualdades: reduzir as desigualdades dentro dos países
e entre eles.
11 – Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades e os
assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
12 – Consumo e produção responsáveis: assegurar padrões de produção e
de consumo sustentáveis.
13 – Ação contra a mudança global do clima: tomar medidas urgentes para
combater a mudança climática e seus impactos.
14 – Vida na água: conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares, e
dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
15 – Vida terrestre: proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a
desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da
biodiversidade.
16 – Paz, justiça e instituições eficazes: promover sociedades pacíficas e
inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à
justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas
em todos os níveis.
17 – Parcerias e meios de implementação: fortalecer os meios de
implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento
sustentável. (IDIS. 2023)

16
Nesse sentido pode-se dizer que esta pesquisa está inserida dentro dos critérios
estabelecidos pelo Objetivo 3: Saúde e bem-estar e Objetivo 6: Agua limpa e Saneamento, pois
visa analisar os paramentos necessários para a implementação dos processos de qualidade da
água e da gestão dos planos de saneamento básico das cidades de Parintins no estado do
Amazonas e Macapá no estado do Amapá, de formar a identificar possíveis gargalos na
implementação das ações necessárias para a obtenção dos objetivos, assim como a melhoria da
saúde e qualidade de vida da população.

5 CONCLUSÃO

A elaboração do presente artigo busca somar conhecimento sobre a área de


saneamento básico, tendo como locais de estudo os municípios de Macapá e Parintins, fazendo
um comparativo dos planos dessas duas cidades. Ao longo do artigo, foi achado divergências e
semelhanças nos dois planos como já era esperado. Em resumo, notou-se a necessidade de
buscar melhorias e aprimoramentos para ambos os planos, elaboração de ideias viáveis para os
locais de estudo.

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BRASIL. LEI Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605,
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