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O Novo Testamento em Aramaico?

Por muitos séculos (1) os cientistas discutem a questão se o NT foi escrito em Koiné ou em Aramaico1
Albert Schweitzer em seu Geschichte der Leben-Jesu-Forchung (1933, 5ª edição, oferece um panorama
sobre a história do estudo do Aramaico desde século XVI. (Cap. 17, pp 260-268); Inicialmente, houve
uma confusão a respeito do uso de Aramaico, porque os teólogos não sabiam distinguir bem entre a
língua siríaca, hebraica e babilônica. Tudo era considerado um tipo de Aramaico. Quando o
conhecimento cresceu e melhorou, chegou o entendimento que há uma distinção entre essas línguas.
No século XIX progrediu o estudo do Aramaico. A Gramatica do Aramaico Bíblico de Kautsch (1884 e as
obras de Gustaf Dalman trouxeram mais clareza. O Aramaico era considerado um galho da árvore da
língua Semítica do norte, junto com a língua de Babilonia-Assiria no leste e a lingue de Cana no Oeste.
O Aramaico foi a língua oficial no primeiro milênio, como a de Babilônia no segundo milênio (aC). As
conquistas de Alexandre, o Grande, trouxeram o Grego (Koiné) que começou a substituir a língua oficial.

No início do Século XX, os cientistas acreditaram que linguagem e o estilo do quarto Evangelho
indicaram João como pessoa que pensava em Aramaico. A Deissmann no seu livro “Licht vom Osten
(1923, 4ª edição)2 não concordava e defendia que o PARATAXIS também se encontrava na Koiné.
Adolf Schlatter3 apontava aos paralelos com o Hebraico dos rabinos para provar que João pensava e
falava em Aramaico. Porém o livro dele não tinha muita influência.

C.F. Burney (prof. OT em Oxford) ficou impressionado com a estrutura semítica do 4. Evangelho e ele fez
uma pesquisa para provar que esse Evangelho, não somente foi escrito por um Semítico, mas também
foi escrito originalmente em Aramaico e, mais tarde, traduzido em grego4. Porém, o livro dele passou a
atenção do público. Talvez, por causa de um desvio na atenção dos cientistas a respeito do 4. Evangelho.
O que chamou mais atenção foi o livro de H.F. Howard, The Fourth Gospel in recente Criticism and
Interpretation (1931). (ou um tipo de antissemitismo, que estava crescendo nos anos 20? AdG).
Voltando para o livro de Burney, pode se dizer que ele é um especialista na área de Aramaico (o que não
pode ser dito da maioria dos professores do NT!). Se ele tiver razão, a tese dele terá consequências para
a exegese, porque o uso e conteúdo das palavras em Aramaico é muito diferente do que no Koiné. Ele
mesmo acha que seria ema revolução5.

Burney começa com uma introdução explicando a sua relação com a filologia da Coiné; analisando a
Coiné, ele faz uma distinção entre um Aramaísmo e um Hebraísmo; e menciona as fontes, que servem
como comparação com o Aramaico. No capítulo seguinte ele testa a tese dele usando João 1, 1-18, que
o leva á conclusão que quase cada versículo o leva à um original Aramaico: (considerando as ideias
teológicas, os erros de tradução, a expressão dos pensamentos). O prologo é de fato um hino, que tem
11 partes paralelas com alguns comentários. Porém tudo isso é um preludio. Os capítulos seguintes (II
até VI) tratam a sintaxe, as conjunções, o uso de pronomes, o verbo e as negações (especialmente
algumas construções que pode ser feitas em grego, mas que funcionam melhor no Aramaico). Em
Capitulo VII ele aponta alguns erros óbvios na tradução do texto. Observando as citações do AT, Burney
acredita que o autor usava o texto Hebraico e não o LXX (Cap. VIII). Ele termina com um epilogo, em que
ele expos as consequências para a origem do 4. Evangelho. Ale acredita que o livro foi escrito de 75 -80
em Antioquia, por uma pessoa que vivia no meio dos rabinos, que guardava também as conversas de
Jesus com os rabinos. Burney opta para o presbítero João e explica isso tratando o trecho em Papias.
Todo o material de João vem de um só autor. As diferenças se explicam pela diferença de circunstancias.

1
Veja a panorama histórica em J. Ros, De Studie van het Bijbelgrieks, van Hugo Grotius tot Adolf Deissmann (1940)
2
A. Deissmann, Licht vom Osten (1923, 4ª edicão) pp 105-107;
3
A. Schlatter, Die Sprache’ und Heimat des 4. Evangelisten (1902)
4
C.F. Burney, The Aramaic Origin of the Fourth Gospel (1922);
5
C.C. Torrey escreveu uma avaliação crítica no Harvard Theological Review (1923) 305 -344. Também Torrey acredita que o 4
Evangelho foi traduzido do Aramaico para o Grego, mas ele tem outros motivos do que Burney. Veja C.C. Torrey, The Four Gospels
(1933);
W.C. van Unnik6 critica o fato que o prologo serve como “testcase”, porque o prologo não é caraterístico
pelo Evangelho inteiro e pode ser que o prologo vem do outro lugar. Burney não explica porque ele
escolheu o prologo e não outro capitulo do evangelho.

W.C. van Unnik questiona também a ideia que João só conhecia o texto Hebraico e não o LXX.

W.C. van Unnik concentra suas críticas no sétimo capitulo do livro de Burney. O capitulo que está cheio
de Erros de Interpretação. Van Unnik trata vários casos onde o grego usa “ina”, “oti”, que servem como
tradução do “De-relativo” em Aramaico, porém ele não chega a conclusão que houve erros de tradução.
Depois disso ele trata vários textos, que servem como exemplo de erros de tradução. Como, por
exemplo, 1,5; 1,15; 1,29; 2,22, 7,37-38; 10,29, 20,18. De novo a conclusão de Van Unnik é que não tem
provas de uma tradução errada. . Os problemas podem ser explicados pela sintaxe do próprio grego.

A conclusão no final do artigo de Van Unnik é que ainda não foi provado que o 4. Evangelho foi escrito
em Aramaico.

W.C. van Unnik, escreveu um outro artigo em 1943 sobre o Aramaísmos nas cartas de Paulo. Ele chegou
a seguinte conclusão7: Em vários lugares nas cartas paulinicas encontram se pensamentos associativos e
expressões, que só podem ser entendidos bem pelo aramaico. Isso não necessariamente significa uma
tradução do aramaico para o grego. Essas expressões existiam na mente de Paulo. Ele era bilíngue,
escrevia razoável bem grego, as cartas não foram traduzidas, porém o raciocínio é, as vezes, aramaico.
A voz é de Jacó, mas as mãos são de Esaú.

Franz Rosenthal, Die Aramäische Forschung desde o trabalho de Th. Nöldeke (1938; 1964²).
O Conteúdo:
Cap. 1: A época mais antiga dos Arameus até o final do estado Siríaco no século VIII. (pp 3-14);
Cap. 2: A Aramaico como língua do Estado. (pp 24-55);
Cap. 3: A ideograma aramaica nos dialetos do meio Irã. (pp 72-83);
Cap. 4: O Nabateismo. (pp 83-93)
Cap. 5: O aramaico de Palmyra. (pp 93-104);
Cap. 6: O aramaico novo. (pp 104-173);
a) O aramaico Judaico de Palestina (pp. 106-133);
b) O aramaico dos Samaritanos (pp 133-144);
c) O aramaico dos Cristãos em Palestina (pp 144-160);
d) O aramaico mais recente em Arabia (pp. 160-173);
Cap. 7: O aramaico do leste. (pp 173-262);
a) O aramaico de Síria (pp 179-212);
b) O aramaico do Talmud de Babilônia. (pp. 212-224);
c) O aramaico dos Mandaíco. (pp. 224-255);
d) O novo aramaico do leste. (pp. 255-270)
e) Pesquisa sobre os textos aramaicos dos dialetos aramaicos. (pp. 270-282);

Claro que não posso produzir uma tradução completa desse livro que foi escrito em alemão. Nem um
resumo é possível. Vou tentar dizer alguma coisa sobre o aramaico dos cristãos em Palestina, porque
isso tem a interesse do nosso grupo.

O capítulo sobre o aramaico dos cristãos em Palestina relata as pesquisas que foram feitas no século XIX
e as descobertas de manuscritos que foram escritos em aramaicos e que produziram um texto do AT ou
NT. Há uma só referência a Gen. 19,1-10, relacionada à questão qual era a fonte desse texto. A visão
antiga disse que foi uma tradução do LXX e uma combinação com o uso da Peshitta. Mas Nöldeke
acreditou que o texto foi de um Talmud dos Judeus, que foi traduzido na direção do LXX. O fato que

6
Van Unnik, W.C., C.F. Burney´s hypothese aangaande de Arameese achtergrond van het Johannes Evangelie (1936)
VT 7/5, pp. 123-131;

7
Van Unnik, W.C., Aramaïsmen bij Paulus (1943) VT 14/6, p. 125.
existem paralelos com a Peshitta se explica de tal maneira que a Peshitta tem também um Talmud
judaico como fonte. (Tudo isso é uma tese, que ainda deve ser provada).

Fitzmyer s.j., Joseph A., The Contribution of Qumran Aramac to the Study of the NT (1974) NTS 20.
Fitzmyer diz alguma coisa interessante sobre a questão do aramaico e o NT.
“Anyone who begins to be interested in this subject soon realizes in what a morass one finds oneself, for
there are all sorts of things that are understood today when one hears the generic expression, “Aramaic
and the New Testament”. In a paper on methodology recently delivered at the Journées Bibliques of
Louvain, I sought to distinguish various aspects of the question – and I readily admit that I am not sure
that I have them all rightly sorted out yet. At the moment seven aspects seem to be distinguished:
1) Aramaic as a language of Jesus, or more broadly, as a language of first-century Palestine;
2) Aramaic words, names and phrases preserved as such in the writings of the NT, Josephus
and the early rabbinic tradition (e.g. in the Mishnah, which is otherwise composed in
Hebrew);
3) Aramaisms in the NT Greek, usually of a lexical or syntactic nature – this is the question of
Aramaic interference proper;
4) The problem of mistranslations from an alleged Aramaic substratum;
5) Aramaic literary forms in prose and poetry;
6) Aramaic and variant readings in the NT textual Tradition;
7) Jewish literary traditions found in the NT and in known Aramaic literature.
A short reflection on these seven aspects of the Aramaic problem suffices to reveal their diversity and the
need for a rigorous methodology in approaching them. In each instance one must be, moreover, rigorous
in not taking refuge in evidence that is merely “semitic”, for that cannot be invoked as evidence for
Aramaic without further ado. Furthermore, the discussion of the entire matter must initially and
seriously reckon with all the firm data and admitted advances in the source-critical, form-critical and
redaction critical study of the Greek NT. It cannot, as it were, go its own way in neglect of these forms of
NT Study. And consequently, because os such work no conclusion can be drawn from the study of
Aramaic substratum about the authenticity of the saying of Jesus, John the Baptist, Peter or any other
Gospel figure. If the sayings of such figures prove to be authentic, that will be for reasons other than
their mere Aramaic substratum. The discussion of details under each of these seven aspects has to be left
for another occasion; but the mere listing of them here serves to stress the complexity of the problem of
Aramaic and the New Testament”.

Hoftijzer, J., Hebraico e Aramaico como línguas da Bíblia. (1981).


Uma questão é a pergunta por que se começou escrever Aramaico ao lado ou em vez do Hebraico. Um
motivo é a posição do Aramaico como língua oficial dos diplomatas e comerciantes. O Aramaico se
tornou uma língua internacional como o inglês hoje em dia. Isso enfraqueceu o uso de Hebraico. Porém
isso não levou a extinção do Hebraico. O que chama a atenção é a facilidade de mudar de Hebraico para
o Aramaico. Por exemplo: o início de Daniel 2 é escrito em Hebraico, porém em vs 4 se diz que os
Caldeus falaram ao rei em Aramaico. Então, o discurso direto que segue está efetivamente em
Aramaico, mas quando esse discurso termina (em vs 7) a história continua em Aramaico.
Uma transição semelhante se encontra também em Esdras. Em Esdras 4,7 se diz (em Hebraico)
que uns funcionários escreveram uma carta ao rei Artaxerxes. A carta estava escrita em caracteres
aramaicos e na língua siríaca. O versículo seguinte (vs. 8) foi escrito em Aramaico. Um excepção é
Esdras 7, 12-16: aí encontramos um documento em aramaico, mas o contexto é hebraico. Não houve
uma transição.
Só podemos entender essas transições de uma língua para outra língua se aqueles que
escreveram esses textos se expressavam facilmente tanto no aramaico como também no Hebraico. Tais
transições se encontram também na literatura judaico mais novo, como o Midrasjim.
O NT não foi escrito numa língua semítica, mas na Koiné. Porém é um fato que na época de
Jesus o aramaico tinha um papel importante como língua do povo. Por causa disso encontramos
palavras de Jesus em aramaico, como por exemplo: “Efatá” (Mc 7,34), “Talitá cumi” (Mc 5,41), a
palavrão “raká” (Mt 5,22) e “Abba” (Mc 14,36; veja também Rm 8,15 e Gal. 4,6). Isso demonstra que
Jesus falava aramaico. Além disso, encontramos algumas vezes uma palavra hebraico na fala de Jesus,
como por exemplo a palavra “korban” (Mc 7, 11. A palavra poderia ser aramaica, mas preferimos pensar
no Hebraico. Em Mt 27,6 se encontra no texto grego uma transcrição do equivalente aramaico). A
palavra de Jesus na cruz “Eli, Eli, lamá sabactâni” (Mt 27,46 e Mc 15,34) é uma citação de Salmo 22,2,
porém a ultima palavra está em aramaico. Emborra o exemplo de Mc 7,11 (veja acima) abra a
possibilidade que Jesus também falava Hebraico, em geral devemos concluir que Jesus falava aramaico.
Existem mais exemplos nos evangelhos da fala aramaica. Por exemplo a palavra “rabone” (Mc
10,51. Maria Magdalena usou o mesmo título em João 12,13). Quando Jesus fala ao Pedro e o chama
“Simão Bar Jonas” (Mt 16,17: bar é o aramaico para filho). Também o nome “Barabbas” e “Marta”. O
título “rabi” (Mt 23,7.8; 26,25) é provavelmente hebraico. A saudação que usa a palavra “hosana” (Mt
21,9; Mc 11,9 e João 12,13) é uma citação do Salmo 118,25. Neste caso o “hosana” é falado em
aramaico.
Fora dos evangelhos se encontra a palavra “Maranata” (1 Cor. 16,22). As palavras “amem” (Mt
5,18,26 e 6,2) e “aleluia” (Apoc. 19, 1.3.4.6) não dizem pouco sobre o uso de hebraico, porque são
expressões que foram emprestadas do AT. O que chama a atenção sçao as citações hebraicas no livro
Apocalipse: “Abadom” (Apoc. 9,11) e “Armagedom” (Apoc. 16,16).
Além dessas palavras aramaicos que entraram diretamente no texto grego do NT, existe uma
influencia maior do aramaico pelo aramaico que os autores falavam diariamente.. Eles pensavam em
aramaico e com certeza isso teve um impacto na sintaxe do grego. (NB: as variantes que mudaram a
ordem das palavras. Atrás do texto grego existia uma sintaxe aramaico?)
Hoftijzer está feliz com o fato que hoje em dia os cientistas do NT concordam que o aluno deve
ter um bom conhecimento do mundo judeu-rabínico. Esse conhecimento é indispensável por todos que
querem entender e traduzir o texto do NT. Também devem ter um bom conhecimento da língua
aramaica (também dos diversos dialetos que se falava em Palestina!), para que possa reconhecer a
influencia do aramaico no texto grego. Negligencia disso traz dano para a exegese.
A questão que atraiu muita atenção foi a questão “Jesus falava aramaico?” Essa questão é
errada e não existe mais. Hoje em dia a questão é esta: “Que tipo de aramaico falava Jesus?”.

Mais literatura:
Van Unnik, W.C., C.F. Burney´s hypothese aangaande de Arameese achtergrond van het Johannes
Evangelie (1936) VT 7/5
Dalman, G., Grammatik der jüdischen-palästinensichen Aramäisch (1896);8
Dalman, G., Die Worte Jesu. Mit Berucksichtigung des nach kanonischen judischen Schrifttums und der
Aramaische Sprache. (1898)
Dalman, G., Jesus-Jeschua: Die drie Sprachen Jesu (1922);9
Dalman, G., Aramäische Dialektproblem (1927²);10
Jansma, The Peshitto (1949) In: T. Jansma, Inquiry into the Hebrew Text and the Ancient Versions of
Zechariah IX-XIV, 23 vv;
Koopmans, J.J., Aramese Grammatica (1949);
Delekat, L., Die Syropalästinische Übersetzung des Paulusbriefe und die Peshitta (1957) In: ...
Lamsa, Georg M., Die Evangelien in aramaischen Sicht (1963)11
Hospers, J.H., Een nieuwe Peshitta-editie (1964) In: KenTh 15, 283-288;
Hospers, J.H., The present day State of Research on the Peshitta (1964) In: H.W. Obbink, Verbum, 148-
157;
Rosenthal, Franz, Die Aramaistische Forschung desde o trabalho de Th. Nöldeke. (1964)12

8
Veja a avaliação de A. Schweitzer, Geschichte der Leben-Jesu Forschung, pp 260-280.
9
Dalman é um especialista em Aramaico. Todo mundo conhece seu livro “Wörte Jesu” (1898). Este livro não é a segunda parte,
mas um outro estudo que analisa as palavras de Jesus na Sinagoga, na montanha, na Pascoa e na cruz. Ele observa as palavras
gregas que expressam os pensamentos e o raciocínio aramaicos. De acordo com Dalman, nós conhecemos Jesus pelo filtro do
grego, mas devemos conhece-lo como judeu.
10

11
Este livro foi escrito originalmente em Inglês (Gospel Light) no ano 1936 (!). Teve oito edições e finalmente foi traduzido em
Alemão. A tradução é mais ou menos, porque a transcrição das palavras aramaicos em inglês não é igual a transcrição em
Alemão! O Autor não é um especialista em Aramaico, mas ele nasceu em Síria e conhece a siríaca moderna. Quando o autor fala
sobre o texto aramaico dos evangelhos, ele fala de fato sobre o texto da Peshitta e não sobre o velho aramaico. Ele defende que a
Peshitta oferece a língua de Jesus (como os Maronitas no século XVI), mas ele não distingue entre os dialetos semíticos. Ele
mistura Assirica, aramaica, aramaica antiga, Siríaca e Galilaica. Isso demonstra uma falta de conhecimento. Ele não é especialista
na língua Aramaica. Ele até diz que o Codex Hamurabi foi escrito em aramaico. O livro foi escrito na convicção que o pensamento
do Oriente é melhor do que o pensamento do Ocidente. O Cristianismo é Semítico e não Grego. (AdG: eu prefiro dizer; nem
semítico, nem grego. Não é uma filosofia humana, mas revelação de Deus, que vem a nós em aramaico e grego.)
12
Este livro está na minha biblioteca e eu não sabia! Este livro ganhou um prêmio da fundação Lidzbarski que está ligada com a
Conferência Internacional dos Orientalistas. O livro foi apresentado em 1938. O tema era: O desenvolvimento do nosso
Conhecimento do dialeto Aramaico desde o trabalho de Theodor Nöldeke. Theodor Nöldeke foi um Orientalista alemão, que vivia
Wagner, M., Die lexikalischen und grammatikalischen Aramäismen im AT Hebräisch (1966);
Clemons, James T., Some questions on the Syriac Support for Variant Greek Readings (1968) In: NT 10,
26vv;
Hoftijzer, J., Religio Aramaico (1968);
Bowman, R.A., Aramaic Ritual Texts from Persépolis (1970);
Fitzmyer s.j., Joseph A., The Contribution of Qumran Aramac to the Study of the NT (1974)13
Hoftijzer, J., Hebreeuws en Aramees als Bijbeltalen (1981) In: Bijbels Handboek, dl. 1, pp 173-200;
Drijvers, H.J.W., Aramese inscripties uit Syrië en Mesopotamië uit de eerste 3 eeuwen na Christus (1983)
In: K.R. Veenhof, B1, 399-411;
Hoftijzer, J., De Hermopolis Papyri. Arameese brieven uit Egypte, 5e eeuw voor Christus (1983) In: K.R.
Veenhof, B1, 107-120;
Beyer, Klaus, Die aramäischen Texte von Toten Meer (1984)14
Schwarz, G., “Und Jesus Sprach”: Untersuchungen zur aramäischen Urgestallt der Worte Jesu (1985)15
Beyer, Klaus, The Aramaic Language (1986)16

no século XIX. Nöldeke foi como o sol no mundo dos orientalistas. Ele brilhava e depois dele não apareceu alguém que chegou
perto da altura dele. Então, não houve muito progresso no estudo de Aramaico na época pós-Nöldeke. Então, o livro ainda é uma
mina de ouro para quem quer saber mais sobre o Aramaico.
13
Este artigo é muito interessante para quem quer saber mais sobre o aramaico na época de Jesus e especialmente em relação a
seita de Qumran onde eles falavam hebraico (!). Existiam textos em aramaico, porém a questão é se esses textos são internos ou
externos. De qualquer maneira, Fitzmyer oferece um tabelo com expressões paralelas em documentos aramaicos (o Targum de Jó
e o Gênesis Apokryphon) por um lado e os evangelhos do NT por outro lado.
14
Este livro oferece a história dos textos aramaicos, que foram encontrados perto do Mar morto. Esses textos têm as datas do
segundo século BC até o século VII AD. Em primeiro lugar o autor oferece uma história do aramaico nos seus vários dialetos desde
as origens até agora (22-76). Em segundo lugar, o autor fala sobre o desenvolvimento do aramaico (pp 77-153). Na terceira parte
se encontram os Apocrypha do AT (pp 157-303) e outros documentos e inscrições (pp 304-406). Depois disso, o autor fala sobre a
gramatica (pp. 409-497) e um dicionário (pp. 500-728). O livro termina com um Registro de nomes (pp 742-763). O autor defende
que os textos em aramaico vêm de fora (provavelmente Jerusalém) e estavam em Qumran para ser copiados. Qumran foi um
monastério de sacerdotes que falavam e escreviam em Hebraico. Existem fragmentos aramaicos em Qumran, mas o Vorlage é
hebraico. Beyer fala também sobre a questão se Jesus falava aramaico. Ele usa Mc 15,34 para provar isso. Em Mc 15,34 Jesus
disse: “Eloï, Eloï, lama sabachtani. Beyer confirma que o texto é aramaico. (AdG: por que Marcus explica essas palavras? Quer dizer
que Marcus escreveu seu evangelho em grego!). Beyer até chama a atenção para a ordem das palavras numa frase. A ordem no
Hebraico é Substantivo, Adjetivo e Pronome demonstrativo. Em grego a ordem é aleatório de acordo com a ênfase que quer ser
dado. O aramaico tem a mesma ordem como Hebraico.
15
Jesus falava continuamente aramaico. Schwarz quer saber a forma original das palavras de Jesus em aramaico. O objetivo do
seu livro é demonstrar que isso é um método útil, que serve a exegese. A primeira parte trata 30 palavras aramaicas no texto dos
evangelhos. Depois disso 16 textos que contem aramäismos , erros de tradução ou variantes. A segunda parte se dedica à poesia
de Jesus. Jesus tinha um estilo poético e usava uma escala ampla de palavras poéticas. A terceira parte oferece uma tradução de
volta de 25 textos dos evangelhos. S está convencido que o texto grego dos evangelhos precisa de uma correção. Porém pode se
perguntar: como é possível que os tradutores das palavras de Jesus em grego interpretaram erradamente muitas as palavras de
Jesus e traduzirem erradamente?
16
Este livro é uma tradução em inglês do segundo capítulo do livro anterior sobre os Textos Aramaicos do Mar Morto.

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