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Comer

Intuitivo
Os 10 princípios do comer intuitivo e como
aplica-los nas consultas.

sabrinaamorim.nutri
Sabrina Amorim
O que vamos
aprender neste curso?
Fase 1: O que é intuição?
Fase 2: Os 3 pilares do CI
Fase 3: Estilos de comedor
Fase 4: Comer Intuitivo x Comer disfuncional
Fase 5: O que é mentalidade de dieta
Fase 6: Os 10 princípios do CI
O que é Intuição?
É a capacidade de entender, identificar ou pressupor coisas que não
dependem de um conhecimento empírico, de conceitos racionais ou
de uma avaliação específica. Conhecimento claro, direto ou imediato
da verdade sem o auxílio de raciocínio.

Fase 1
O ser humano tem uma capacidade intrínseca de compreender os fatos do
momento sem recorrer, obrigatoriamente, à sua racionalidade. Essa forma de
conhecer e aprender o mundo não exige raciocínios complexos nem deduções:
acontece de forma imediata, direta e evidente.
Intuição é definida, portanto, como a capacidade para sentir, entender,
identificar ou pressupor coisas que não dependem de um conhecimento
empírico ou de conceitos racionais.

Fase 1
Conceito

Comer Intuitivo (CI), ou intuitive eating, é um conceito criado por duas


nutricionistas americanas, Evylyn Tribole e Elyse Resch. É uma
abordagem baseada em evidências - mais de 70 trabalhos científicos
publicados - que ensina as pessoas a terem uma relação saudável com a
comida e se tornarem experts em seus próprios corpos. A proposta é que
as pessoas aprendam a confiar na sua habilidade de distinguir suas
sensações físicsa e eomocionais e desenvolvam uma "sabedoria corporal"
para atender a suas várias necessidades. Trata-se de uma abordagem que
desconsidera a prática de dietas como possibilidade de mudança de
comportamento.

Fase 1
Fase 2

Os pilares do CI
O CI propõe que o indivíduo mantenha uma sintonia com a comida a
mente e o corpo. Para isso, baseia-se em 3 pilares:

1. Permissão incondicional para comer


2. Comer para atender a necessidades fisiológicas, e não emocionais
3. Basear-se nos sinais internos de fome e saciedade para determinar
o que, quanto e quando comer.
Fase 2
real stema externo:
eu Si con
o: tex
rn to
te
n e
Microssistema
i

co
a

(família)
tem


Cognitivo

gic
(pensamentos)
Sis

o
A Exossistema
Emocional representação (comunidade)
(sentimentos) do eu
(autêntico eu)

Macrossistema
Fisiológico
(cultura)
(corpo)

Esfera de influência Sintonia


Esse modelo conceitua a união dos sistemas internos e externos de um
indivíduo, representando seu autêntico "eu", tal como a união do sistema
interno - pensamentos, emoções e necessidades fisiológicas - com o
sistema externo - família, comunidade e cultura.
Dessa forma o equilíbrio e a saúde se desenvolvem quando o indivíduo
incorpora práticas que favorecem crescimento e saúde, que ocorrem em
sintonia com os fatores externos mencionados.
A habilidade que cada um tem de perceber seus sinais e a maneira como
cada indivíduo valida e atende a esses sinais é essencial para a busca
dessa sintonia entre comida, mente e corpo.

Fase 2
Estilos de Comedor
Fase 3

Comedor cuidadoso Comedor desatento Profissional em dieta Comedor intuitivo


É aquele consciente sobre os aspectos
biológicos da nutrição. Sabe muito
sobre o mundo fitness. Seu estilo
alimentar é monitorar a QUANTIDADE
de alimentos e COMER MENOS do que
é necessário, pois considera essa uma
medida “saudável”. Investiga as
informações dos rótulos, interroga
garçons nos restaurantes sobre os
Comedor cuidadoso ingredientes das preparações, pesquisa
em sites, blogs e perfis em redes
sociais sobre alimentação.
Fase 3
E aquele que come e faz outras
atividades ao mesmo tempo – ver tv, ler,
usar computador, falar ao telefone – e
outras atividades assumem o papel de
maior importância naquele momento. É
comum comer mesmo sem estar com
fome ou não perceber a fome e ficar
muitas horas sem comer. Nos dois
casos podem ocorrer exageros -por não
se dar conta do que esta comendo ou as
razões que levaram a comer (as vezes a
Comedor desatento simples disponibilidade do alimento), ou
ainda nem percebe ou sente o sabor do
que esta comendo, mas come ate
Fase 3 acabar.
É aquele que já testou e continua testando todas as
dietas comerciais e programas de perda de peso ou
par outras finalidades, como detox. Está sempre em
uma nova dieta porque considera que a anterior
falhou ou não “funciona” mais, é facilmente seduzido
pelas deitas do momento. Sabe tudo sobre regras e
modismos alimentares – porções, calorias e dicas de
dieta. Costuma criar um “conceito próprio”,
misturando informações de várias dietas, as escolhas
das atividades físicas são geralmente feitas com o
objetivo de perder peso e não de ter saúde ou prazer.
Profissional em dieta Se sente frustrado com o círculo vicioso das dietas,
mas tem dificuldade de perceber que a frustração
com as dietas pode ser responsável pelo uso de
métodos compensatórios que podem desencadear o
Fase 3 comer transtornado e até transtornos alimentares.
É aquele que se comporta de acordo com seus
sinais internos de fome e come o que escolhe,
sem sentir culpa, sem julgamentos e sem viver
um problema ético. Nascemos com a habilidade
de comer quando estamos com fome e parar de
comer quando estamos satisfeitos livres das
mensagens da sociedade sobre comida e corpo
e com sabedoria interna para regular nossa
alimentação de acordo com nossas
necessidades corporais. É muito difícil ser um
Comedor intuitivo
comedor que não se afeta pela sociedade focada
em “nutrição”, saúde, comida e peso, mas é
Fase 3 possível ser mais intuitivo.
Comer intuitivo

versus

comer disfuncional
Fase 4
Comer Intuitivo Comer disfuncional
Intervalos irregulares, beliscadas, restrição
Padrão Intervalos regulares entre as refeições.
Refeições principais e lanches satisfaz (comer menos) ou compulsão (comer mais)
alimentar sua fome do que o corpo precisa, comer com pressa

Por controles internos e externos


F
Pelos sinais internos de fome, apetite e
Como é o comer
saciedade. Atende-se à fome e para-se
inapropriados: dieta, contar calorias,
eventos emocionais, comer somente
a
regulado de comer quando está saciado
"com os olhos" ou "com o nariz"
s
Para satisfazer a saúde, o crescimento, Comer ou restringir para emagrecer, para
Propósito do o bem-estar (prazer e razões sociais). aliviar ansiedade ou estresse. Sentir-se e
comer Sentir-se bem depois de comer muito "cheio" depois de comer ou sentir
4
remorso, culpa ou vergonha

Crianças pequenas, pessoas que


Mais frequente em meninas e
Prevalência não interferem em seus
mulheres, porém vem aumentando
mecanismos de regulação natural,
mais homens do que mulheres em meninos e homens

Promove energia, saúde, crescimento e


Sensação de cansaço, tontura, frio;
desenvolvimento das crianças. O peso é
Físico puberdade atrasada ou precoce. O peso é
geralmente normal e estável, e expressa os
instável, com altos e baixos
fatores genéticos e ambientais
Comer Intuitivo Comer disfuncional
Pensamento claro, habilidade de Preocupação com comida e pensamentos
F
Mental concentração. Os pensamentos sobre focados no planejamento alimentar e na a
comida não tomam muito tempo do dia imagem corporal, ocupando muito tempo
e se concentram na hora das refeições do dia s
Grande instabilidade de humor, chateação
Emocional Humor estável, não se afeta pela
irritação, ansiedade, baixa autoestima, e
comida
preocupações com imagem corporal que são
descontadas na comida 4
Relacionamentos saudáveis com a Menor integração social, isolamento,
Social família, os amigos e com o contexto capacidade de afeto e generosidade
alimentar (quando, onde, como) diminuída. Dificuldade em compartilhar
refeições
Fase 5

Mentalidade de dieta
Fase 5
A mentalidade de dieta
O termo mentalidade de dieta e definido como o manipulação social e o
consequente mal-estar que atravessa nossa experiência com a alimentação e
com o corpo.

Na mentalidade de dieta as escolhas são definidas baseadas em questões como


regras e ditames sobre o quê e quanto o outro define o que devemos comer.
Fase 5
Na minha visão como profissional da saúde acredito que dizer
exatamente o que o cliente deve comer a fins de que aquilo irá
fazer com que o processo de emagrecimento dele seja mais rápido
é insuficiente pois desconsidera que o ato de comer não é apenas
racional, além de envolver questões emocionais, afetivas,
significados e autonomia. Com isso a eficácia do seu processo de
conduta deve se basear em fazer com que o seu cliente se
desenvolva a ponto de conseguir comer de forma livre, saudável e
de forma realista para que ele veja que é possível manter uma
alimentação saudável e equilibrada comendo o que gosta e tendo
saúde por completo, física, mental e social, afinal nosso trabalho é
promover saúde então que seja por completo!
Princípios do CI
Fase 6
1- Rejeitar a mentalidade de dieta
Fase 6
Rejeitar o ato de "estar de dieta" é fundamental para comer de
maneira intuitiva. Dietas desregulam as funções de fome, apetite e
saciedade, causam ganho e reganho de peso, aumentam a
suscetibilidade aos exageros e compulsões alimentares.
Para rejeitar essa mentalidade de dieta envolve assumir um novo
modo de pensar e se sentir a respeito do comer e da comida; não
permitir que outras pessoas determinem o que, quanto e quando
vai comer (nem mesmo os profissionais!): e estar atento para o
"pensamento ou mentalidade de dieta"
Como saber se meu cliente tem mentalidade de dieta
Fase 6
Geralmente os clientes que fizeram dietas malucas tendem a ter
pensamentos característicos da mentalidade de dieta, e você como
profissional pode e deve investigar isso, questionando seu cliente com a
intenção de ajudar ele a compreender que o corpo dele é inteligente e
que ele pode confiar nos sinais naturais que ele dá.
Nós usamos algumas perguntas que levam você a entender um pouco
mais sobre o que seu cliente pensa e como ele vai agir pensando assim
e também leva seu cliente a refletir sobre alguns pontos que ele talvez
nunca tenha pensado.
Uma dica importante pra você profissional é a seguinte:
quando seu cliente responder algo muito óbvio, por exemplo:
você pergunta: porque você quer emagrecer?, e o cliente
responde: "pra ter mais saúde", "pra ser feliz", ou qualquer
coisa muito genérica, você deve questiona-lo, dizendo para
ele ser realmente específico, porque você esta ali para ajudá-
lo e essas respostas não são pra você e sim para ele ter mais
clareza dos motivos dele, isso é para a evolução dele.

Fase 6
Essas são sugestões de perguntas pra você entender
a mentalidade do seu cliente:
Fase 6
O que você acredita sobre dietas?
E sobre perda de peso?
De onde essas crenças vieram? (Com quem, onde aprendeu)
O que acha que vai acontecer se perder peso?
Você coloca coisas da vida "em espera" para quando perder peso?
Quais são as coisas que você coloca "em espera"?
Como seria se pudesse começar a explorar essas coisas agora, mesmo
sem perder peso?
2- Honrar a fome Fase 6

Para aceitar a fome, é preciso ter horários padronizados e perceber os sinais de


fome (perda de energia, desatenção, dor de cabeça e "ronco na barriga"). A
escala da fome é o principal guia para seu cliente.

Estômago muito cheio, sensação de incômodo, vontade de andar ou ficar


Estufado ou empanturrado deitado, sentado é desconfortável

Cheio Estômago cheio, pode ter azia ou vontade de ir ao banheiro

Satisfeito Nem cheio e nem com fome, sente-se confortável

Passou-se um tempo desde a última refeição, fome que seria atendida por uma fruta,
Fome leve ou "fominha" um suco, um doce pequeno... Fome que, se não tiver comida por perto ainda, dá para
aguentar sem alterar a rotina

Passou da hora de comer, a barriga ronca e dói, a cabeça fica meio tonta, perde-se a
Faminto atenção, pode-se instalar a irritabilidade e o mau humor
De qualquer forma, cada pessoa são diferentes em suas sensações, por
isso as recomendações de horários não devem ser "rígidas" ou "exatas".
Deve-se estar aberto e sem julgamentos para perceber e sentir que os
sinais do corpo não são sempre iguais. Para ajudar a perceber esse sinais
você pode ensinar seu cliente a comer com atenção pela. Você como
profissional deve ajudar seu cliente a se programar como fazer para honrar
a fome no trabalho ou na escola, por exemplo levar lanches.
Um exercício bacana também é o odômetro da fome

4 5 6 7 Fase 6
3

8
0 1 2

9 10
Esse exercício tem como objetivo explicar os conceitos de fome e
saciedade. A fome e saciedade são inversamente proporcionais:
quando estamos com 0 de fome, nossa saciedade se aproxima de
10, e vice-versa, quando a fome é intensa, a saciedade se
aproxima de 0.
O odômetro apresenta uma marcação entre os números 4 e 6, e o
profissional deve incentivar que o cliente "treine" para tentar
realizar suas refeições próximas desse intervalo, isso aumenta a
possibilidade de comer com segurança, diminui o risco de
exagerar ou se restringir e aumenta a saciedade.

Fase 6
3- Fazer as pazes com a comida
Um dos pilares do CI é a permissão incondicional para
comer, que significa que o cliente deve comer com alguns
critérios se perguntando sempre: "eu realmente quero
comer esse macarrão?", "eu vou curtir um chocolate ou
uma salada de frutas agora?", você se sente seguro para
comer sem culpa e comer pela experiência e ver como se
sente fisicamente?. Nesse sentido a permissão
incondicional para comer deve considerar o que
realmente a pessoa gosta de comer.

Fase 6
Atividade para ajudar seu cliente a fazer as pazes com a comida
Esse exercício tem como objetivo ajudar o paciente a assumir uma postura
de "neutralidade" com a comida, evitando a dicotomia de certo ou errado,
engorda ou não engorda que permeia a mentalidade de dieta. Não fazer essa
classificação dicotômica dos alimentos ajuda a fazer as pazes com a
comida.
O profissional deve entregar um papel para o individuo e ler o seguinte texto:

Pense em todos os alimentos que você adora comer. Mas pense


neles sem julgamentos se deve ou não comer, se são saudáveis ou
não, se engordam ou não. Faça uma lista dos seus
alimentos/comidas preferidos: de maçã a brigadeiro, frango assado a
pizza, sorvete a suco.
O profissional deve pedir ao paciente que circule com cores
diferentes de caneta os alimentos da lista que considera perigosos
ou proibidos, ou que geram medo, ansiedade e culpa, e propor a
seguinte reflexão:

Dar-se permissão para comer de forma incondicional todos os


tipos de alimentos é abrir mão de uma tabela ou lista geralmente
internalizada em nossas mentes e transformar os alimentos em
neutros. Esse é um passo importante para se ajudar a comer
sem culpa ou preocupação e, quando isso acontece, come-se
até ficar saciado e assim há a possibilidade de não exagerar.

Fase 6
É importante refletir sobre algumas questões: categorizar os
alimentos faz parte da mentalidade de dieta com o objetivo de
que as pessoas percam peso, algo que já e sabido que não
funciona (proibir aumenta o desejo e deixa a comida mais
tentadora); legalizar a comida traz a tranquilidade e a
segurança de não se culpar pelas escolhas que se faz e
escolher comer o que se tem vontade e parar quando se está
satisfeito. Então, a partir de sua lista, pergunto: "Se você se
permitir comer todos os alimentos que deseja, sem culpa ou
julgamento, do que você tem medo?"

Fase 6
O profissional deve dar uns minutos e pedir que o paciente responda
à pergunta. As respostas geralmente são: medo de ganhar peso, de
perder o controle, de não emagrecer, de prejudicar a saúde etc. Você
profissional deve estar preparado para argumentar que é preciso
dizer sim para poder dizer não.
O profissional então, deve sugerir que o paciente escolha um
alimento considerado perigoso ou proibido da sua lista para
experimentar na próxima semana. É importante que a experiência
seja combinada: o que será comido, com quem, onde e quando, e, ao
voltar na consulta, ambos devem refletir sobre a experiência e
concluir se aquele alimento ou contexto contribuiu para a busca da
neutralidade e se com aquele alimento já foi possível "fazer as
pazes". O profissional pode ampliar, passo a passo, a proposta para
um grupo maior de alimentos, aumentando a confiança.
4- Desafiar o policial alimentar
Fase 6
Algumas pessoas possuem dentro de suas mentes uma "delegacia de
polícia": Ou seja, funcionam como se houvesse sempre um policial de
plantão avaliando se as "regras" determinadas pela
mentalidade de dieta estão ou não sendo cumpridas: Com base nisso, as
sensações de estar "roubando" ou "mentindo" geram um sentimento de
culpa. É preciso avaliar o sistema de crenças sobre comida e corpo (também
as da família e os comentários dos outros) e discutir que as crenças afetam
os pensamentos, gerando cognições distorcidas (e pensamentos
automáticos).
O profissional deve ensinar a examinar os pensamentos e ajudar o paciente
a reformulá-los promovendo uma reflexão sobre a distinção entre
pensamentos e fatos, pois nem sempre aquilo que se pensa é de fato a
realidade.
Uma maneira de desafiar o policial alimentar é aprender a identificar as
diferentes "vozes da comida" que atrapalham o processo, como o
"informante nutricional" (usado para manter a pessoa em dieta, pois calcula
mentalmente as calorias, gramas de gordura, índice glicêmico etc.) e o
"revoltado" (geralmente "mandando" comer em excesso e sabotando o
processo) e transformá-las em aliados: o informante nutricional pode ajudar
a fazer escolhas saudáveis, porém sem culpa; e a voz do revoltado pode se
tornar um aliado para ajudar a manter os limites dos excessos em equilíbrio.
Fase 6

É preciso trocar a voz do policial por outras vozes internas: a que


observa sem julgamentos; a que dá retornos positivos; a que ajuda
a fazer decisões sobre a comida de forma neutra (buscando saúde,
saciedade, satisfação), a que acolhe as inseguranças e
insatisfações, a que pratica autocompaixão, ou seja a voz da
sabedoria intuitiva.
Fase 6
5- Sentir a saciedade
Saciedade é a sensação de plenitude gástrica, ausência de fome e sensação de
bem estar. A saciedade envolve aprender a escutar os sinais internos do corpo de
que a fome já foi atendida e entender o que é estar confortavelmente saciado.
Os sinais só podem ser percebidos quando se permite comer de maneira
incondicional, e também quando a fome é honrada, pausas e questionamentos ao
longo da refeição também são importantes para avaliar essa sensação.
Aumentar a atenção plena ao comer ajuda a identificar a saciedade, comer sem
distrações, ter foco na refeição, fazer pausas para avaliar o sabor e o paladar,
perceber os sinais físicos e praticar o desacelerar durante a refeição.
Aprender a sentir saciedade e outros sinais internos do corpo é um processo que
precisa de treino.
Atividade: Sinais de saciedade

O profissional deve explicar que vai propor um exercício de


autoavaliação com o objetivo de ajudá-lo a reconhecer e atender
melhor os sinais internos de fome, saciedade e satisfação não
tenham sido discutidos, eles devem ser retomados e
esclarecidos.
Orientações: circule, no quadro, o número que melhor refletir o seu
nível de fome antes de uma refeição ou lanche. Quando terminar de
comer, classifique sua saciedade e seu nível de satisfação. Não há
um número "certo" ou "errado", trata-se apenas de um método para
ajudá-lo a entrar em sintonia com seus sinais de saciedade.

Fase 6
Atividade: Sinais de saciedade

Classifique sua Classifique sua Classifique sua


HORA O que comeu Comentários
fome saciedade satisfação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Fase 6
6- Descobrir o fator satisfação

Satisfação é o prazer que advém da realização do que espera.


A importância de descobrir a satisfação é que quando ela é
considerada come-se menos. Para isso é necessário identificar o
fator que realmente se quer comer, prestando atenção nas
sensações que a comida desperta, sabor, textura, aroma,
aparência, temperatura, volume e pensar na sensação corporal
que a comida pode provocar de boa a ruim.

Fase 6
O objetivo de comer não pode ser apenas satisfazer necessidades
físicas mas também as socioculturais e emocionais incluindo ficar feliz e
satisfeito com o que se comeu.
Quanto mais conectada internamente a pessoa estiver para atender à
fome com comidas que tenha vontade de comer e que tragam saciedade
e se sentir satisfeita, mais plenitude ela terá, e menos riscos ela corre de
exagerar e buscar pela quantidade, e não pela qualidade.
Além da permissão incondicional para comer, é preciso criar um
ambiente agradável, que influencia nossa satisfação.

Fase 6
Ao propor o "fator satisfação", o CI foca em duas questões: 1) alguns
alimentos nos deixam satisfeitos por mais tempo (demoramos mais a
sentir fome e pensar em comida); 2) é preciso aprender a encontrar
também satisfação por meio da comida - não apenas usá-la para
"matar" a fome e se nutrir.
O objetivo dessa reflexão é estimular que o indivíduo perceba o tempo
de saciedade de refeições diferentes e aprenda a atender melhor suas
necessidades.
O profissional deve explicar que a satisfação também integra por
quanto tempo aquela refeição "sustentará" até ficar com fome
novamente. A satisfação portanto, tem a ver não apenas com estar
feliz com o que se comeu, mas com o quanto uma comida "sustenta".
Oriente seu cliente a refletir sobre:
Como quero me sentir fisicamente após esse lanche ou refeição?
Por quanto tempo quero que essa refeição me sustente?
Quando foi a última vez que comi?

A partir dessa última pergunta, questione seu cliente se ele está com fome
para fazer uma refeição, e explique que algumas pessoas são condicionadas
a fazer as refeições sempre nos mesmos horários e as vezes não consideram
que é possível estar com fome ainda mesmo que "não seja a hora" que ele
determinou para comer ou, ainda, não estar com fome quando "chega a hora"
predeterminada pela regra ou dieta. É importante ressaltar que, entre 3 a 5
horas (para a maioria das pessoas) após uma refeição, sentimos fome, e o
quanto de comida será necessário para atendê-la dependerá do que
comemos na refeição anterior.
Fase 6
7 - Lidar com as emoções sem
usar a comida
A conexão entre comida, emoções e comportamentos é, em geral muito
forte e complexa. A comida é muitas vezes usada para reduzir ou cessar
emoções negativas e prolongar as positivas. O estado emocional
influencia o desejo de comer de diferentes formas alguns comem menos,
outros sentem um desejo exagerado de comer. Comemos de formas
diferentes se muito felizes ou muito triste, ou vivenciando emoções
intensas. Uma relação de desequilibro ocorre quando a comida é usada
para "tapar buracos" emocionais, ou lida com problemas que não tem
nada a ver com ela.
Nesse caso falamos de um comer emocional, o que é usado na tentativa
de regular emoções.
Fase 6
Para te ajudar a identificar se seu cliente esta usando a
comida para lidar com as emoções separei essa atividade
que vai ajudar seu cliente a identificar o que ele está
sentindo.
O objetivo dessa atividade é ajudar o indivíduo a estar
mais consciente do seu comportamento e suas
necessidades para que possam, juntos, criar condições de
mudanças.

Atividade sugerida do Princípio 7: Lidar com as emoções


sem usar a comida
Explique para seu cliente sobre o comer desatento, e sobre o comer
emocional (aulas finais), e dizer que existe a sensação de não conseguir lidar
com as emoções sem ser por meio da comida, consciente ou
inconscientemente.
Para iniciar, o profissional pede para o paciente se perguntar toda vez antes
de comer: "estou com fome?". Se a resposta for "não" e, mesmo assim, o
indivíduo estiver considerando comer, o profissional pode usar a lista de
sentimentos (quadro 3) e ensinar seu cliente a se perguntar: "o que eu estou
sentindo?". Assim ele pode parar para pensar com qual sentimento está
tentando lidar usando a comida. Caso ele não encontre nada que represente
seu sentimento, proponha a palavra "desconfortável" e veja como ele se
sente. Deixe também espaços em branco para que possam ser preenchidos
com outros sentimentos que aparecerem.
Quadro 3 Lista de sentimentos

Envergonha
Temeroso Bravo Triste Alegre Aborrecido Surpreso
do

irritadiço exasperado desanimado entretido horrorizado admirado desonrado

assustado hostil fúnebre encantado ignorado maravilhado constrangido

nervoso irritado pesaroso gratificado desprezado pasmo culpado

com muita sem embasbacad


amedrontado feliz indignado humilhado
raiva esperança o

cauteloso ressentido solitário satisfeito rejeitado chocado mortificado

triste (com
preocupado vingativo leve revoltado perplexo com remorso
dor)
Depois de identificar o sentimento, o profissional deve orientar o cliente a
se perguntar: "o que eu preciso agora?; ligar para um amigo, escrever uma
carta para desabafar?, falar com o terapeuta?, passar um tempo sozinho,
ouvir música, desabafar com alguém, fazer algo que goste muito?,
descansar/ dormir?, falar com a família?, sair com os amigos?, desligar o
computador/telefone?, ler um livro ou ir a uma livraria?, ouvir uma música
que "combine" com seus sentimentos.
Caso ele não consiga identificar do que precisa, o profissional deve acolhê-
lo e dizer que estar consciente dos sentimentos e checar as possíveis
"necessidades" já é um progresso - e quando ele identificar claramente
suas necessidades, provavelmente não usará a comida para supri-las. O
que eu preciso agora? Ajudá-lo a buscar uma atividade que o ajude a lidar
com suas dificuldades, de uma forma que não seja com comida.
Fase 6
8 - Respeitar seu corpo
Imagem corporal é definida como a figura que temos em nossas mentes do
tamanho e da forma dos nossos corpos, mas não é apenas como indivíduo se vê; o
conceito envolve ainda os sentimentos associados a tais características e às partes
que constituem nosso corpo - ou seja, o que uma pessoa sente, pensa e faz pelo
seu corpo. Infelizmente a insatisfação corporal é uma questão praticamente
unanime principalmente entre mulheres. A insatisfação é considerada um distúrbio
de imagem corporal; isso não acontece apenas quando a pessoa se vê maior ou
menor do que ela de fato é (distorção corporal). Isso se da quando acontece o
desprezo do próprio corpo ou a valorização extrema, isso acontece por existir uma
cultura que prega a modificação dos corpos a um padrão específico que não
valoriza a biodiversidade e as características naturais de cada pessoa.
Atividade para ajudar a respeitar o corpo
Fase 6

O objetivo é ajudar você a refletir e se conscientizar


de seus valores. Pense em características que
valoriza em si mesmo, e que não têm nada a ver
com aparência. Caso ache difícil encontrá-las,
pense em elogios que já recebeu (que não tenham
nada a ver com o corpo).

Cada pétala deve ser preenchida com um atributo.


9. Exercitar-se sentindo a diferença
Fase 6
O comer intuitivo propõe que o foco do exercício físico deve ser
feito como fonte de bem estar corporal, e não para queimar
calorias. Para isso, é preciso buscar atividades prazerosas,
incluindo as formais e também as não formais (como parar o carro
mais longe, subir escada, fazer faxina etc.) De qualquer forma a
atividade física deve ser uma prática inegociável.
É importante lembrar que a atividade física não é sempre saudável,
por exemplo, quando as pessoas fazem de forma compensatórias
(por terem consumido mais), punitiva, obrigatória ou para deixar de
comer.
Para ajudar seu paciente a praticar o princípio 9 fiz
uma atividade sugerida no livro Nutrição
comportamental no capítulo 22 é um Monitoramento
do "tempo sedentário" que pode ajudar seu cliente a
perceber que a atividade física é necessária para a
vida dele.

Fase 6
10. Honrar a saúde - praticar uma
"nutrição gentil"

Praticar a nutrição gentil é exatamente o contrário do


"nutricionismo", Sim, nós honramos e respeitamos as diretrizes
nutricionais, propagamos e usamos o Guia Alimentar para a
população Brasileira. O completo bem estar é considerado
quando se tem saúde física que inclua o autocuidado e que seja
completada com saúde emocional, social, espiritual e mental.

Fase 6
Para estar bem, é preciso se tratar bem e estabelecer hábitos com os
quais se sente bem. Integrar bondade, compaixão, aceitação, gratidão,
empatia e valor próprio no dia a dia.
É importante dizer que se trata de um processo sem data específica
para terminar, pois acontece em tempos diferentes para cada pessoa,
mesmo quando a perda de peso é desejada e recomendada, pois o CI
só funciona com a rejeição da mentalidade de dieta e do policial
alimentar e comer de uma maneira diferente, seguindo os sinais
internos de fome, vontade e saciedade.
Fase 6
Incentive seu cliente a começar uma jornada de
autoconhecimento, isso vai fazer com que ele se
comprometa a melhorar em vários aspectos da vida, e ele
pode começar melhorando a alimentação e praticando
atividade física para melhorar a saúde, dessa forma ele
honrará com essa preciosidade que é a saúde física,
mental e social.
Obrigada!
Foi lindo ter você aqui comigo! Espero que
o curso tenha superado suas expectativas e
esclarecido muitas dúvidas e trazidos
maravilhosos insights.
Comenta qual tema você gostaria de ver por
aqui.
Te vejo em breve no nosso próximo curso!
Sabrina Amorim
Nutricionista há 2 anos, atua em consultório desde 2020.
Atuou em clínica durante 1 ano e 6 meses, formada em
Coaching Nutricional cognitivo comportamental há 1 ano, e
desde então trabalha com terapia nutricional e atendimento
humanizado no consultório. Além de fazer
acompanhamentos individuais, é criadora do método
DefinitivaMente Magra e instrutora de mentoria em grupo de
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