Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

Pró – Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa


Programa de Pós-Graduação em Formação de professores

Povos indígenas no livro didático de história do


ensino médio: uma visão a partir da análise de
conteúdo

Disciplina: Metodologia da Pesquisa


Professora: Roberia Nadia Araujo Nascimento
Mestrandos: José da Cruz dos Santos; Maria José da Silva Santos
Introdução
Um acontecimento pode ser observado por vários ângulos e, consequentemente, terá diversas
interpretações que, por sua vez, serão narradas a partir do interesse de quem conta tal ocorrido. Nessa
perspectiva, é possível afirmar que não se tem uma história do Brasil, mas sim, várias histórias
(Andeson Cleomar dos Santos, 2020, p. 111)

● Os conteúdos abordados falam dos povos indígenas


ainda no passado, como se não mais existissem e/ou
fossemos desprovidos de conhecimentos e culturas.
Estrutura
● A Metodologia traz três estágio para ajudar o pesquisador em seus estudos
○ 1) Pré- análise
○ 2) Exploração do material,categorização e decodificação
○ 3) Tratamento dos resultados, inferência e interpretação

● Para esse propósito, a análise dos conteúdos se mostra assertiva e eficiente


enquanto método de coleta de dados e interpretação dos resultados. Para área
de educação, com intuito de colaborar com as pesquisas de cunho qualitativo
e cunho quantitativo, ajudando a desvelar a realidade social e suas
subjetividades a partir de espaço escolar.
● Análise dos conteúdos segundo Laurence Bardin em quatro etapas:

○ 1) busca discutir sobre as questões

○ 2) debate sobre a parte prática

○ 3) apresenta os métodos de análise

○ 4) são expostas as técnicas seguindo as tipologias

■ análise categorial

■ de avaliação

■ de expressão

■ da relação proposicional do discurso

■ e enunciação

.
Exemplo
● Canibais são gentes que se alimentam de carne
humana, muito distinta é a situação dos tupis
que comem seus inimigos por vingança”
(CUNHA, 1990, p. 99).

● [...] ritual antropofágico, era realizado por


alguns povos indígenas e fazia parte de rituais
ligados, normalmente, às guerras ou às
cerimônias fúnebres ( JOANILHO et al, 2007, p.
35)
Movimentos e lutas indígenas: Leis e documentos

● Na década de 1970 - lutas e movimentos organizados pelos próprios povos

○ Constituição Federal de 1988

■ artigos 210, 231 e 232

○ Lei de Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Indígena

○ Lei nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional

■ artigos 78 e 79

○ Parecer CNE nº 14/99 e a Resolução CNE/CEB nº 03/99

○ Lei nº 11. 645 de 2008


Movimentos e lutas indígenas: Leis e documentos

Quitéria Maria de Jesus (Quitéria Binga)

● Participou das discussões sobre os textos referentes aos


povos indígenas na constituinte de 1987 - 1988.
Movimento e lutas indígenas: Leis e documentos

● Os movimentos sociais enquanto protagonista de conquista e reivindicações


○ Segundo a Constituição Federal de 1988, na Seção II - Da Cultura, no
artigo 215
■ O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso
às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a
difusão das manifestações culturais. BRASIL, (2005, art. 215).

○ Lei: 11.645 de 2008

■ a obrigatoriedade de ensino de história e cultura e afro-brasileiro e


indígena nos estabelecimento de ensino fundamental e médio no Ensino
médio.
Leis e documentos
● O Conselho Nacional de Educação, pela Resolução CP/CNE n° 1 de 17 de
junho de 2004 (DOU n° 118, 22/6/200, Seção 1, p. 11), institui diretrizes
curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o
ensino da história cultura afro-brasileira africana, a serem observadas
pelas instituições, em todos os níveis e ensino, em especial, por
instituições que desenvolvem programas de formação inicial e continuada
de professores (BRASIL, 2004).

● A resolução N° 1 de 17 de junho de 2004 em seu art. 1°, inciso I diz que As


instituições de ensino superior incluirão nos conteúdos de disciplinas e
atividades curriculares dos cursos que ministram a Educação das Relações
Étnico-Raciais, bem como o tratamento de questões e temáticas que
dizem respeito aos afro-descendentes, nos termos explicitados no Parecer
CP/CNE /200 (BRASIL, 2004. Art. 1°).
Leis e documentos

● Parecer CNE/CP n° 03 e a Resolução CNE/CP n° 01 de 2004 que regulamentam e


estabelecem as Diretrizes Curriculares Nacional para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o Ensino de história e Cultura Afro-Brasileira, Africana e
indígena, a serem observadas pelas instituições em todos os níveis e ensino, em
especial, por instituições que desenvolvem programas de formação inicial e
continuada de professores. (BRASIL, 2004).
■ apresenta algumas ações que devem ser realizadas pelas Instituições de
Ensino superior como desenvolver atividades acadêmicas, encontros,
jornadas e seminários de promoção das relações étnico-raciais positivas
para seus estudantes.
Mulheres na Política

Sonia Guajajara

● 2018 - A primeira candidata indígena à


vice-presidência da república do Brasil
● 2022 - Deputada federal pelo estado de São Paulo.
● 2023 - Ministra do Ministério dos Povos Indígenas

Fonte: Página oficial da ministra, 2023

*Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).


Mulheres na Política

Célia Xakriabá

● 2022 - Primeira deputada federal indígena eleita


por Minas Gerais

Fonte: Página oficial da ministra, 2023

*Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).


Joenia Wapichana

● 2018 - Primeira deputada federal indígena eleita do


estado de Roraima,
○ antes dela, o único indígena a ocupar uma cadeira
no congresso foi o parente Xavante Mário Juruna
(1983-1987).
● 2023 - Tomou posse como presidente da Fundação
Nacional do Índio, agora Fundação Nacional dos

Fonte: página oficial de Joenia, 2022


Povos Indígenas (Funai), como a primeira mulher
indígenas a ocupar esse cargo.

*Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).


Considerações
● Construção estereotipada das populações indígenas nos conteúdos dos livros didáticas
○ Dois momentos - Antes e depois da Lei 11. 645 de 2008.
■ Inexistência temporal e espacial dos povos originários do continente
americano antes do ‘descobrimento’ europeu em 1500.
■ Desde 1500 a história das nações indígenas têm na chegada dos invasores
um marco, e séculos depois os ocidentais usavam indiscriminadamente a
data para se referir a fundação do continente.
○ Mesmo com a implantação da lei 11.645/2008 percebemos que ainda há poucas
rupturas na forma como essas abordagens se dão.
Gratidão!

profjosedacruz@gmail.com
mazepankararu@gmail.com

Você também pode gostar