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Guia de Investigação

para Óbitos com


Códigos Pouco Úteis
Prioritários
Milenna Wild Guimarães¹; Augusto Oliveira²; Juan Carlos
Vasquez Gonzalez³; Vanda Maria dos Santos⁴; Eliene dos
Santos de Jesus⁵.

¹ Fisioterapeuta, Residente do programa Multiprofissional de


Saúde Coletiva com ênfase em Planejamento e Gestão do Instituto
de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia.
² Médico radiologista, Certificador da equipe técnica da
Subcoordenadoria de Informações em Saúde, da Secretaria
Municipal de Saúde de Salvador.
³ Técnico de Enfermagem, Codificador de Causa Básica de Óbito
da equipe técnica da Subcoordenadoria de Informações em Saúde,
da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador.
⁴ Enfermeira, técnica da Subcoordenadoria de Informações em
Saúde.
⁵ Bióloga, Subcoordenadora da Subcoordenadoria de Informações
em Saúde.
Apresentação
A qualidade da informação tem sido amplamente discutida
devido à importância dos dados referentes à mortalidade e suas
relações sociais e culturais, somada aos aspectos políticos e
econômicos que envolvem a estrutura da sociedade. O perfil de
mortalidade corrobora para a orientação de planejamento,
avaliação e monitoramento das condições de saúde, com o
objetivo de oferecer atenção direcionada aos problemas de saúde
de maneira equânime, e assim, ofertar melhores condições de
saúde para os cidadãos. Para além da relevância da informação,
os conceitos de adoecimento e morte agregam valores inerentes
à dignidade e respeito ao ser humano, em especial, após o óbito.
Este material foi idealizado a partir das vivências relacionadas às
rotinas de investigação do óbito implementadas na
Subcoordenadoria de Informação à Saúde, do município de
Salvador, considerando a necessidade de estabelecer diretrizes
práticas para a melhoria da qualidade dos dados e realização de
investigações de óbito que contribuam para o constante
aprimoramento das informações do Sistema de Informação sobre
Mortalidade. Deste modo, o Guia para a Investigação para Óbitos
com Códigos Pouco Úteis e Prioritários, serve como ponto de
partida para todos os interessados na temática, além de se
configurar como um novo instrumento de trabalho para aqueles
que realizam investigações de óbito.
Índice

Introdução.............................................................................1
Qualificando as causas básicas ...................................3
1.Causas Mal Definidas.......................................................4
2.Acidente Vascular Encefálico não especificado....6
3.Sepse....................................................................................8
4.Diabetes Mellitus não especificado...........................10
5.Insuficiência Cardíaca e Cardiopatias não
especificadas........................................................................11
6.Hipertensão Essencial ..................................................13
7.Neoplasia Não Especificada........................................14
8.Embolia Pulmonar...........................................................16
9.Pneumonias não especificadas...................................17
10.Insuficiência Respiratória...........................................23
11.Insuficiência Renal.........................................................24
12.Causas Externas............................................................25
Referências ...................................................................28
Introdução

Os Códigos Pouco Úteis Prioritários (CPUP),


também conhecidos como Garbage, são códigos
da CID-10 relativos às causas básicas (CB) de
óbito com diagnósticos indefinidos ou
incompletos, que não apontam a causa específica
de morte e, portanto, comprometem a qualidade
da informação, podendo dificultar a mensuração
da magnitude do problema de saúde,
identificação de prioridades e o planejamento de
ações em Saúde efetivas (ISHITANI et al., 2017) .
Diante do exposto, foram criados projetos para a
redução do percentual de óbitos com causa mal
definida, dos quais os setores da vigilância
responsáveis pelo gerenciamento das
informações sobre mortalidade são
encarregados. A incorporação dos fluxos de
investigação e qualificação permanente dos
óbitos ocorridos, somada às ações de educação
sobre o preenchimento das Declarações de Óbito
(DOs), geram impacto direto sobre a qualidade
das informações do SIM (DOS SANTOS et al.,
2019).

1
São consideradas CPUP as causas de óbito:

- Causas mal definidas (R00-R99, exceto R95);


- Acidente Vascular Cerebral (AVC) não
especificado como Hemorrágico ou Isquêmico
(códigos CID-10 I64, I67.4, I67.9, I69.4, I69.8);
- Septicemia (A40-A41);
- Diabetes não especificado (E14);
- Insuficiência Cardíaca e Cardiopatias não
especificadas (I50, I51);
- Hipertensão Essencial (I10);
- Neoplasia não especificada (C26, C55, C76,
C78, C79, C80);
- Embolia Pulmonar (I26);
- Pneumonia (J15.9, J18);
- Insuficiência Respiratória (J96) e outros
transtornos respiratórios (J98);
- Insuficiência Renal (N17, N19);
- Causas Externas com Intenção Indeterminada
(Y10-Y34) e Acidentes NE (X59);
- Acidentes de Transporte não especificados
(V89) e Homicídios não especificados (Y09).

2
Qualificando as
Causas Básicas
1. Causas Mal Definidas

As Causas Mal Definidas podem ser


conceituadas como mortes de origem
desconhecida ou sem especificações, nas quais
não se pode chegar a um diagnóstico preciso
por falta de elementos essenciais a respeito da
história pregressa do falecido, assim como das
circunstâncias relacionados ao óbito (GRANDE,
2003). Estas causas constituem o principal
desafio para a qualificação da Causa Básica de
óbitos classificados como CPUPs, sobretudo em
situações nas quais os indivíduos chegam aos
serviços de Saúde já sem sinais vitais e sem
quaisquer informações que poderiam sugerir
uma relação com a causa do óbito (BRASIL.
MINISTÉRIO DA SAÚDE., 2009).
Nas investigações, quando possível, através da
busca ativa nos prontuários do estabelecimento
de saúde, deve-se observar todas as
informações que possam fornecer pistas em
relação a morbidades e possíveis causas de
morte, consultando inclusive os resultados de
exames e fichas de evolução hospitalar.

4
Os registros contidos em outras plataformas
como o e-SUS Notifica, Sivep-Gripe e GAL
podem ser ferramentas complementares para
a investigação, sendo importante observar a
relação de proximidade entre os registros
complementares e data do óbito.
Obs.: Em consonância com as especificações
da OMS/MS, registros e resultados de exame
positivo para contaminação por SARS-CoV-2
(Coronavírus 2) ou até mesmo suspeita de
COVID-19, devem ser sinalizados e anexados
às fichas de Investigação de Óbito de Causas
Mal Definidas (IOCMD) para a certificação e
codificação correspondente.

5
2. Acidente Vascular Encefálico não
especificado

Este Código Pouco Útil pode ser facilmente


qualificado a partir da identificação da causa do
Acidente Vascular Encefálico (AVE),
especificando-o quanto à sua etiologia. Os AVEs
podem ser:
Isquêmicos (80%), tipicamente resultante de
trombose ou embolia;
Hemorrágicos (20%), resultante de ruptura
vascular, (p. ex., Hemorragia Subaracnóide,
Hemorragia Intracerebral).

Observar nos Exames:

Em caso de AVC Isquêmico:


1- Apagamento de Sulcos ou da Faixa Cortical
Insular;
2- Perda do limite branco-cinza entre o Córtex e a
Substância Branca;
3- Sinal denso da Artéria Cerebral Média.

6
Obs.: Após 6 a 12 horas de isquemia, infartos de
tamanhos médios a grandes começam a ser
visíveis sinais como hipodensidades; pequenos
infartos (p. ex., Infartos Lacunares) podem ser
encontrados na Ressonância Magnética (RM).

Em caso de AVC Hemorrágico:


1- O aumento da densidade no lado lesionado do
Cérebro, observado na Tomografia
Computadorizada (TC) sem meio de contraste, é
sugestivo de Hemorragia Intracerebral;
2- Angiografia por TC, realizada poucas horas
após o início do sangramento, pode mostrar
áreas onde o meio de contraste extravasa para o
coágulo (sinal local).

Obs.: Se a imagem neurológica não exibir


hemorragia e houver suspeita clínica de
Hemorragia Subaracnóidea, podemos
encontrar nos prontuários se foi realizada
uma Punção Lombar.

7
Achados clínicos

Hemorragia Intracerebral

Curso Clínico Fatores de risco

Início gradual e Hipertensão, trauma,


progressão durante diáteses
minutos ou horas na hemorrágicas, drogas
maioria dos ilícitas,
pacientes, mas pode malformações
se apresentar vasculares. Mais
abruptamente com comum na população
déficit máximo no negra e asiática do
início que branca.

Outras pistas:

Pode ser precipitada por atividade física


vigorosa ou ato sexual . O paciente pode ter
estado de alerta reduzido.
Hemorragia Subaracnóide

Curso Clínico Fatores de risco

Início abrupto de dor Tabagismo,


de cabeça súbita e hipertensão, uso
intensa. Disfunção moderado a pesado
cerebral focal menos de álcool,
comum do que com susceptibilidade
outros tipos. genética.

Outras pistas:

Pode ser precipitada por atividade física


vigorosa ou ato sexual . O paciente pode ter
estado de alerta reduzido.
Isquêmico - trombótico

Curso Clínico Fatores de risco

Progressão da
gagueira com Fatores de risco
períodos de melhora. ateroscleróticos
As lacunas se (idade, tabagismo,
desenvolvem ao diabetes mellitus,
longo de horas ou no etc). Homens
máximo alguns dias; acometidos mais
a isquemia de comumente do
grandes artérias que mulheres. Pode
pode evoluir por ter história de TIA.
períodos mais longos.

Outras pistas:

O indivíduo pode sofrer de sopro no


pescoço.
- MSD, 2023.
Isquêmico - Embólico

Curso Clínico Fatores de risco

Fatores de risco
ateroscleróticos
Início súbito com listados acima.
déficit máximo no Homens acometidos
início. Os achados mais comumente do
clínicos podem que mulheres.
melhorar História
rapidamente. de doença cardíaca
(valvular, fibrilação
atrial, endocardite).

Outras pistas:

Pode iniciar ao se levantar à noite. Também


pode ser desencadeado por tosse ou espirro
repentino.
3. Sepse

A qualificação nos casos de Sepse está


relacionada à identificação do patógeno e à sua
fonte, origem. Os sítios causadores de infecção
comuns incluem os Pulmões, as Vias Urinárias e
Biliares e o Trato Gastrointestinal. Achados
referentes ao rebaixamento do nível de
consciência (Glasgow <12), queda da Pressão
Arterial Média (PAM), febre e taquipnéia são
indicadores da piora da infecção.

Observar nos Exames:


1- Radiografia: Infiltrados difusos podem
aparecer na Radiografia do Tórax, devido à
Síndrome de Desconforto Respiratório Agudo
(SDRA);
2- Gasometria Arterial: Alcalose ou
Acidose Respiratória (observar pH,
PaCo2 e PaO2). Os níveis de HCO3 e
BE podem indicar distúrbios
metabólicos e/ou possíveis
tentativas compensações do
distúrbio acidobásico.
8
3- Hemograma: A contagem de leucócitos pode
estar diminuída (< 4,000/mcL [< 4 × 109/L]) ou
aumentada (> 15.000/mcL [>15 × 109/L), e os
leucócitos polimorfonucleares (PMNs) podem
estar abaixo de 20%;

4- Ureia, Creatinina, Bilirrubina e Transaminases


aumentam de maneira progressiva;

5- Níveis basais de Cortisol normais ou


levemente aumentados, em casos de
Insuficiência Suprarrenal. Um nível < 5 mg/dL (<
138 nmol/L) é considerado inadequado.

9
4. Diabetes Mellitus não especificado

Os óbitos taxados como CPUPs com causa


básica Diabetes Mellitus (DM) não especificado
podem ser qualificados a partir da identificação
do seu tipo, segundo as classificações da
patologia. O DM pode ser do Tipo 1
(caracterizado pelo déficit completo ou parcial
da secreção de Insulina pelo Pâncreas) ou do
Tipo 2 (decorrente da perda da sensibilidade à
Insulina pelas células do corpo), muito comum
em casos de Obesidade. Deste modo, alguns
achados no prontuário como o uso de
insulinoterapia constante ou medicamentos
como Metformina, Glifage ou similares podem
fornecer pistas a respeito do tratamento
adotado pelo paciente e, consequentemente,
poderiam auxiliar no rastreio do tipo do
Diabetes em questão.

10
5. Insuficiência Cardíaca e Cardiopatias Não
Especificadas
Para qualificar a causa básica, é importante
identificar a condição que levou à Insuficiência
Cardíaca (IC). A distinção entre Insuficiência
Ventricular Esquerda e Direita pode ser
considerada genérica, mas se acompanhada da
descrição adequada dos eventos na DO, pode
ajudar a reclassificar a CB. Outros termos
descritivos comuns da IC são: Insuficiência
Cardíaca Esquerda versus Insuficiência
Cardíaca Direita; Insuficiência Cardíaca Aguda
versus Insuficiência Cardíaca Crônica;
Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção
Preservada versus Insuficiência Cardíaca com
Fração de Ejeção Reduzida.

Buscar nas Investigações:


Na história:

1-Sintomas como dispneia, fadiga, taquicardia,


taquipneia, cianose, hipotensão, confusão
mental ou agitação podem ser indicativos de
Insuficiência Ventricular Esquerda;

11
2- Sintomas como edema do Tornozelo, fadiga,
membros frios, atordoamento postural, noctúria
e diminuição da micção durante o dia, perda
ponderal excessiva, além de comprometimentos
cognitivos, principalmente em idosos, são
sintomas de Insuficiência Ventricular Direita.

O diagnóstico da Insuficiência Cardíaca é


realizado principalmente pelos achados clínicos.
Os exames a seguir são comprobatórios, e
podem ser solicitados ao hospital quando
necessário:

1-Radiografia do Tórax;
2- Ecocardiograma, Cintilografia Miocárdica
e/ou RM;
3- Níveis de BNP ou N-Terminal Pro-BNP (NT
Pro-BNP);
4- Eletrocardiograma( ECG) e outros testes, se
necessários.

12
6. Hipertensão Essencial

A Hipertensão pode ser Primária ou


Secundária. A Hipertensão Primária
corresponde a 85% dos casos e não possui
etiologia bem definida, enquanto a
Hipertensão Secundária possui como causas:
Diabetes Mellitus;
Obesidade;
Apneia Obstrutiva do Sono;
Aldosteronismo Primário;
Doenças do parênquima renal (p. ex.,
Glomerulonefrite ou Pielonefrite Crônica,
Doença Renal Policística, Doenças do
Tecido Conjuntivo e Uropatia Obstrutiva);
Doença Renovascular.

Durante a investigação, podemos observar


nos prontuários se existem registros que
complementam o quadro de Hipertensão,
sempre que possível, identificando a causa ou
reestruturando a cadeia de eventos da DO.

13
7. Neoplasia Não Especificada

Pode-se suspeitar de diagnóstico de câncer


com base em história e exame físico, mas
requer confirmação por meio de biópsia e
exame histopatológico. Para qualificar as
causas básicas, deve-se especificar qual o
órgão e o tipo/subtipo histológico da neoplasia,
incluindo os Linfomas (Linfoma de Hodgkin
versus Linfoma Não-Hodgkin), Leucemias
(Leucemia Mielóide Aguda, Leucemia Mielóide
Crônica, Leucemia Linfocítica Aguda e
Leucemia Linfocítica Crônica) e tumores
sólidos (por exemplo, Neurofibrosarcoma).
Procurar sempre resultados de RMs, FDG-
PET/CT, TCs e biópsias.
Alguns Marcadores Tumorais séricos podem
fornecer evidências de neoplasias e podem ser
encontrados nos prontuários a partir a busca
ativa, como por exemplo:

14
Alfa-Fetoproteína (Carcinoma
Hepatocelular, Carcinoma Testicular);
Antígeno Carcinoembriônico (Câncer de
Cólon);
Gonadotropina Coriônica Beta-Humana
(Coriocarcinoma, Carcinoma Testicular);
Imunoglobulinas séricas (Mieloma Múltiplo);
Testes Moleculares como BCR-ABL1
(Leucemia Mielóide Crônica);
CA 125 (Câncer de Ovário);
CA 27-29 (Câncer de Mama);
PSA (Câncer de Próstata).

15
8. Embolia Pulmonar

A Embolia Pulmonar é causada por uma


obstrução das Artérias Pulmonares,
geralmente causada por trombos oriundos de
outras partes do corpo, principalmente
membros inferiores, na qual a causa é a
Trombose Venosa Profunda. Nestes casos, os
exames diagnósticos são:
Teste de Dímero D;
Angiografia por TC;
Cintigrafia de Ventilação/Perfusão;
Ultrassonografia Dúplex.

A Embolia Pulmonar também pode ser


resultante de outras fontes, classificadas como
não trombóticas que resultam em síndromes
clínicas, com diagnóstico completamente feito
através dos sinais e sintomas apresentados
pelo paciente. As fontes não trombóticas
podem ser causadas por ar, gordura, corpos
estranhos, tumores, líquido amniótico e
materiais infectados. Nas investigações, é
importante determinar qual é a causa da
Embolia Pulmonar.
16
9. Pneumonias não especificadas

A Pneumonia é uma inflamação aguda dos


pulmões em decorrência de uma infecção
causada por agentes biológicos, químicos e
mecânicos.

Para a qualificação da causa básica, é sempre


importante buscar o agente responsável pela
infecção. As Pneumonias podem ser:
Por Aspiração;
Adquiridas na Comunidade;
Adquiridas em Hospitais;
Associadas à Ventilação Mecânica;
Em pacientes imunossuprimidos.
Achados nas Radiografias incluem
consolidações e infiltrados pulmonares. A
seguir, uma lista dos principais agentes
etiológicos causadores das Pneumonias.

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Pneumonia Agentes Etiológicos

Bacilos Gram-
Negativos enterais,
especialmente
Pseudomonas
Adquirida no aeruginosa;
Hospital Cocos Gram-Positivos,
especialmente
Staphylococcus
aureus.

Patógenos enterais
Pneumonia por
Gram-Negativos e
Aspiração
Anaeróbios bucais.

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Pneumonia Agentes Etiológicos

Bactérias: S.
pneumoniae, H.
influenzae, C.
pneumoniae, M.
pneumoniae;
Vírus: Coronavírus,
Vírus Sincicial
Respiratório (VSR),
Adenovírus, Vírus da
Influenza,
Adquirida na Metapneumovirus,
Comunidade Vírus da Parainfluenza;
Fungos: Histoplasma
capsulatum,
Coccidioides immitis;
Parasitas: Toxocara
canis ou T. catis,
Dirofilaria immitis e
Paragonimus
westermani.

19
Pneumonia Agentes Etiológicos

Bactérias Gram-
Negativas;
Staphylococcus
aureus;
Aspergillus;
Candida;
S. aureus;
Streptococcus
pneumoniae;
Haemophilus
Em pacientes influenzae;
imunossuprimidos Micobactérias;
Vírus (p. ex., Vírus
Herpes Simples,
Citomegalovírus);
Strongyloides spp;
Fungos oportunistas
(p. ex., Aspergillus,
Mucor,
Cryptococcus spp);
Nocardia spp;
Toxoplasma spp.

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Pneumonia Agentes Etiológicos

Staphylococcus
aureus;
Pseudomonas
aeruginosa;
Gram-Negativas
entéricas
Pneumonia (principalmente
Associada à espécies de
Ventilação Enterobacter,
Mecânica Klebsiella
pneumoniae,
Escherichia coli,
Serratia
marcescens, Proteus
spp e Acinetobacter
spp).

21
A conferência das datas de internamento e data
do óbito é indispensável para a análise dos
casos, principalmente para as Pneumonias
Adquiridas no Hospital, cuja definição consiste
em infecção pulmonar após 48 horas de entrada
no ambiente hospitalar, e pode estar associada
ao uso de ventilação mecânica. Deste modo,
informar qual o tipo de Pneumonia qualifica
parcialmente a causa básica, enquanto que o
ideal consiste na identificação do agente
etiológico da patologia.

22
10. Insuficiência Respiratória

A Insuficiência Respiratória pode ser


qualificada a partir da descrição dos fatores que
levaram a este desfecho, visto que, origina-se
de outras condições como Atelectasia,
hipoperfusão, complicações de Doenças
Pulmonares Obstrutivas ou Restritivas,
Hipotireoidismo grave, Botulismo, dentre
outros.
Nos exames, podemos encontrar alterações da
oxigenação (PaO2), do pH e da Pressão Parcial
de Gás Carbônico (PaCo2), através da
Gasometria Arterial, que podem ainda
caracterizar a IR como Hipoxêmica ou
Insuficiência Ventilatória (Hipercapnia). Outros
exames como a Radiografia do Tórax com
alterações podem auxiliar no diagnóstico.

23
11. Insuficiência Renal

A Insuficiência Renal pode ser qualificada


através da identificação dos fatores que
geraram uma Lesão Renal Aguda (LRA), uma
Doença Renal Crônica (DRC) ou uma Doença
Renal Crônica/ Insuficiência Renal Crônica
Agudizada. É importante observar a origem da
lesão, que pode ser Pré-Renal, Renal e Pós-
Renal. A Hipertensão e o Diabetes Mellitus são
doenças de base para complicações renais,
como a Nefroesclerose Hipertensiva e a
Nefropatia Diabética, respectivamente, cujo
desfecho clínico é a Insuficiência Renal.

Lesão Renal Aguda é a termo mais moderno


para a anteriormente denominada
Insuficiência Renal Aguda, enquanto Doença
Renal Crônica é o termo mais moderno para
a anteriormente denominada Insuficiência
Renal Crônica.

24
12. Causas Externas com Intenção
Indeterminada e Acidentes NE

As Causas Externas compõem os Capítulos XIX e


XX da Classificação Internacional de Doenças -
Décima Revisão (CID-10) e são definidas como
lesões decorrentes de ações intencionais ou não,
ocasionadas por agressões ou muitos outros
fatores exógenos, incluindo os ambientais, que
caracterizam a morte como “não natural”. Os
CPUPs gerados a partir destas causas ocorrem
quando não é possível determinar se o óbito foi
devido a um acidente, lesão auto infligida,
agressão ou por diagnósticos incompletos
devido ao desconhecimento a respeito da
intencionalidade e local de ocorrência do óbito.
Usualmente as investigações não apenas
complementam as informações da DO na parte I
e II, como também modificam-nas
completamente, realocando as CBs em
categorias da CID-10 diferentes dos que foram
classificados inicialmente.

25
É importante estar atento às orientações da
Portaria nº 116, de 11 de fevereiro de 2009,
levando em consideração que é de competência
do Instituto Médico Legal emitir as DOs
referentes às Causas Externas (acidental, não
acidental ou de intenção indeterminada), em
localidades que possuem este serviço. Deste
modo, é inadequada a emissão de DOs com CIDs
de Causas Externas pelos demais
estabelecimentos de atenção à Saúde. É
recomendado a estes que, ao identificar o nexo
causal entre a Causa Básica da morte, tratando-
se de complicações de lesões decorrentes de
Causas Externas, independentemente do tempo
da lesão e local do óbito, que a DO seja emitida
pelo IML.

26
Durante as investigações, a busca por
elementos que complementem as informações
contidas na DO são fundamentais,
principalmente com a especificação dos locais
de ocorrência e identificação da
intencionalidade. É importante estar atento às
circunstâncias que levaram o indivíduo ao óbito,
já que as lesões ou traumas descritos de forma
isolada não se configuram como CBs. Outros
aspectos importantes estão relacionados à
observação de fatores como sexo e idade do
falecido, em especial no caso de mulheres em
idade fértil somada a caracterização da
agressão. Ao se tratar de Acidentes de
Transportes sem especificações, deve-se
determinar se o falecido atuava como condutor
ou carona, local do acidente e qual tipo do
veículo, sempre que possível. Já as quedas
precisam ser descritas em relação ao nível (da
própria altura/ de um nível a outro) e local da
queda. Para os casos de acidentes de transito ou
acidentes indeterminados, faz-se necessário
determinar se o óbito foi decorrente de um
acidente de trabalho ou não.

27
No que concerne às lesões por qualquer tipo de
objeto contundente, faz-se necessário
especificar qual é a sua categoria (arma de fogo,
arma branca etc.) e a intencionalidade a partir
do contexto do óbito.
Os resultados de exames toxicológicos são
extremamente relevantes nas investigações,
pois, frequentemente, qualificam a CB e trazem
informações adicionais que podem ser
acrescentadas na parte II da DO, comumente
observado em óbitos por afogamentos e
acidentes de trânsito.

28
Referências

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual para


Investigação do Óbito com Causa Mal Definida.
v. Série A. N, p. 48, 2009.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diretrizes


Internacionais para a Certificação e
Classificação (codificação) da covid-19 como
causa de morte baseadas na cid classificação
estatística internacional de doenças.2020.

DOS SANTOS, M. R. et al. Deaths from sepsis:


Underlying causes of death after investigation
in 60 Brazilian municipalities in 2017. Revista
Brasileira de Epidemiologia, v. 22, 2019.

GOIRE LE GAL, G. et al. Prediction of Pulmonary


Embolism in the Emergency Department: The
Revised Geneva Score. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<www.annals.org>.

29
Referências

ISHITANI, L. H. et al. Qualidade da informação


das estatísticas de mortalidade: Códigos
garbage declarados como causas de morte em
Belo Horizonte, 2011-2013. Revista Brasileira de
Epidemiologia, v. 20, p. 34–45, 2017.

KALIL, A. C. et al. Management of Adults With


Hospital-acquired and Ventilator-associated
Pneumonia: 2016 Clinical Practice Guidelines by
the Infectious Diseases Society of America and
the American Thoracic SocietyClinical
Infectious Diseases,Oxford University Press, , 1
set. 2016.

MANDELL, L. A. et al. Infectious Diseases


Society of America/American Thoracic Society
Consensus Guidelines on the management of
community-acquired pneumonia in
adultsClinical Infectious Diseases, 1 mar. 2007.

30
Referências

LEVINE, G. N. et al. Force on Clinical Practice


Guidelines. Hypertension, v. 71, p. 13–115, 2018.

SINGER, M. et al. The third international


consensus definitions for sepsis and septic
shock (sepsis-3)JAMA - Journal of the American
Medical AssociationAmerican Medical
Association, , 23 fev. 2016.

YANCY, C. W. et al. 2013 ACCF/AHA guideline


for the management of heart failure: A report of
the american college of cardiology
foundation/american heart association task
force on practice guidelines. Circulation, v. 128,
n. 16, 15 out. 2013.

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